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FACULDADE PROJEÇÃO - FAPROPROFESSOR: RAFAEL MACHADO
DIREITO ADMINISTRATIVO II
Aula nº 5
IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA LEI Nº 8.429/92
I. INTRODUÇÃO
Princípio da moralidade = princípio da probidade
Improbidade é mais amplo do que imoralidade, pois a lesão à moralidade constitui uma das modalidades de atos de improbidade previstos na Lei nº. 8.429/92.
II. AMBITO DE APLICAÇÃO DA LEI
Trata-se de Lei Nacional – em relação à definição dos sujeitos ativos e passivos (art. 1º à 3º), dos atos de improbidade (arts. 9º, 10, 11), das sanções cabíveis (art. 12), em relação às normas de representação (art. 14), ao ilícito penal do art. 19, e em relação à prescrição da ação judicial (art. 23).
Pode-se, considerar normas de caráter federal aquelas que tratam do procedimento administrativo (art. 14, §3º), afastamento do agente (art. 20) e declaração de bens obrigatória (art. 13).
III. INSTÂNCIAS PENAL, CIVIL E ADMINISTRATIVA
Em regra são independentes e cumuláveis entre si.
IV. ELEMENTOS DO ATO DE IMPROBIDADE
1. Sujeito passivo: art. 1º, Lei 8.429/92;
Obs.: concessionárias e permissionárias;
2. Sujeito ativo: art. 1º e 3º, Lei 8.429/92;
Obs.:
Parlamentar:
o Imunidade material: artigos 53, 27, §1º, e 29, VIII, todos da CF – atinge os crimes de opinião;
o Imunidade parlamentar: artigos 53, §§ 2º e 3º, e 27, §1º, ambos da CF – atinge a esfera criminal de forma ampla;
Obs.: este material serve apenas para orientação, não impedindo que outros temas e pontos relativos à matéria sejam abordados em sala de aula e, por conseqüência, cobrados nas avaliações.
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o Lei de improbidade – é aplicável. Só não pode ser aplicada a sanção de perda da função pública;
Agentes Políticos:
o Senado Federal: art. 52, I e II, CF;
o STF: art. 102, I, c, CF;
o Rcl 2.138/DF STF:EMENTA: RECLAMAÇÃO. USURPAÇÃO DA COMPETÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. CRIME DE RESPONSABILIDADE. AGENTES POLÍTICOS. I. PRELIMINARES. QUESTÕES DE ORDEM. I.1. Questão de ordem (...). II. MÉRITO. II.1.Improbidade administrativa. Crimes de responsabilidade. Os atos de improbidade administrativa são tipificados como crime de responsabilidade na Lei n° 1.079/1950, delito de caráter político-administrativo. II.2.Distinção entre os regimes de responsabilização político-administrativa. O sistema constitucional brasileiro distingue o regime de responsabilidade dos agentes políticos dos demais agentes públicos. A Constituição não admite a concorrência entre dois regimes de responsabilidade político-administrativa para os agentes políticos: o previsto no art. 37, § 4º (regulado pela Lei n° 8.429/1992) e o regime fixado no art. 102, I, "c", (disciplinado pela Lei n° 1.079/1950). Se a competência para processar e julgar a ação de improbidade (CF, art. 37, § 4º) pudesse abranger também atos praticados pelos agentes políticos, submetidos a regime de responsabilidade especial, ter-se-ia uma interpretação ab-rogante do disposto no art. 102, I, "c", da Constituição. II.3.Regime especial. Ministros de Estado. Os Ministros de Estado, por estarem regidos por normas especiais de responsabilidade (CF, art. 102, I, "c"; Lei n° 1.079/1950), não se submetem ao modelo de competência previsto no regime comum da Lei de Improbidade Administrativa (Lei n° 8.429/1992). II.4.Crimes de responsabilidade. Competência do Supremo Tribunal Federal. Compete exclusivamente ao Supremo Tribunal Federal processar e julgar os delitos político-administrativos, na hipótese do art. 102, I, "c", da Constituição. Somente o STF pode processar e julgar Ministro de Estado no caso de crime de responsabilidade e, assim, eventualmente, determinar a perda do cargo ou a suspensão de direitos políticos. II.5.Ação de improbidade administrativa. Ministro de Estado que teve decretada a suspensão de seus direitos políticos pelo prazo de 8 anos e a perda da função pública por sentença do Juízo da 14ª Vara da Justiça Federal - Seção Judiciária do Distrito Federal. Incompetência dos juízos de primeira instância para processar e julgar ação civil de improbidade administrativa ajuizada contra agente político que possui prerrogativa de foro perante o Supremo Tribunal Federal, por crime de responsabilidade, conforme o art. 102, I, "c", da Constituição. III. RECLAMAÇÃO JULGADA PROCEDENTE.(Rcl 2138, Relator(a): Min. NELSON JOBIM, Relator(a) p/ Acórdão: Min. GILMAR MENDES (ART.38,IV,b, DO RISTF), Tribunal Pleno, julgado em 13/06/2007, DJe-070 DIVULG 17-04-2008 PUBLIC 18-04-2008 EMENT VOL-02315-01 PP-00094 RTJ VOL-00211- PP-00058)
3. Ocorrência de ato danoso: (atos de improbidade)
Enriquecimento ilícito: art. 9º, Lei 8.429/92;
Prejuízo ao erário: art. 10, Lei 8.429/92;
Obs.: este material serve apenas para orientação, não impedindo que outros temas e pontos relativos à matéria sejam abordados em sala de aula e, por conseqüência, cobrados nas avaliações.
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Atos que atentem contra os princípios da Administração Pública: art. 11, Lei 8.429/92;
Obs.: art. 21, Lei 8.429/92;
4. Elemento subjetivo:
V. Sanções:
1. Art. 37, §4º, CF;
2. Artigos 5º e 6º, Lei 8.429/92;
3. Gradação: art. 12, Lei 8.429/92;
ATOS DE IMPROBIDADE
Perda dos valores ou
bens acrescidos ilegalmente
no patrimônio
Ressarcimento integral do
dano
Perda da
função pública
Suspensão dos
direitos políticos
Multa civil
Proibição de
contratar com o Poder
Público
Art. 9º/Enriquecimento ilícito
Sim Se houver Sim 8 a 10 anos
Até 3 x o valor do
acréscimo patrimonial
10 anos
Art. 10º/Prejuízo ao erário Se houver Sim Sim 5 a 8
anos
Até 2 x o valor do
dano5 anos
Art. 11º/Atos que atentem contra os princípios da Administração Pública
Sem previsão Se houver Sim 3 a 5
anosAté 100 x a
remuneração 3 anos
VI. Procedimento Administrativo
1. Legitimidade para representar: qualquer pessoa – art. 14, Lei 8.429/92;
2. Formalidades: art. 14, §1º, Lei 8.429/92;Obs.: este material serve apenas para orientação, não impedindo que outros temas e pontos relativos à matéria sejam abordados em sala de aula e, por conseqüência, cobrados nas avaliações.
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3. Rejeição: art. 14, §2º, Lei 8.429/92;
4. Dar conhecimento ao MP e TC: art. 15, Lei 8.429/92;
VII. Ação judicial
1. Natureza: Ação Civil Pública;
Aplicação subsidiária: Lei 7.347/85
o Art. 129, III, CF;
o Art. 1º, Lei 7.347/85;
2. Medidas Cautelares:
Indisponibilidade dos bens: art. 7º, Lei 8.429/92;
Sequestro: art. 16, Lei 8.429/92;
Afastamento do Agente: art. 20, parágrafo único, Lei 8.429/92;
Obs.: após as cautelares de indisponibilidade e sequestro têm-se o prazo de 30 dias para ajuizar a ação judicial – art. 17, Lei 8.429/92;
3. Legitimidade ativa:
MP;
o Art. 17, §3, Lei 8.429/92 – atuação da PJ interessada;
PJ interessada
o Art. 17, §4, Lei 8.429/92 – atuação do MP;
4. Vedações:
Art. 17, §1º, Lei 8.429/92 – transação, acordo ou conciliação;
5. Destino dos valores recebidos:
Valores remetidos à pessoa jurídica prejudicada – art. 18, Lei 8.429/92;
6. Prescrição:
Art. 23, Lei 8.429/92;
Reparação é imprescritível: art. 37, §5º, CF;
7. Efeitos da condenação:
Obs.: este material serve apenas para orientação, não impedindo que outros temas e pontos relativos à matéria sejam abordados em sala de aula e, por conseqüência, cobrados nas avaliações.
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Art. 20, Lei 8.429/92;
Art. 14, Lei 7.347/85 – as demais podem ser executadas provisoriamente, salvo recurso com efeito suspensivo;
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