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Cap. 3: ROI do Governo e as
Contas Públicas ©
1GE211: MACROECONOMIA II
© Equipa de Macroeconomia II, 2014/2015
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Capítulo 3. Restrição Orçamental Intertemporal do Go verno e
as Contas Públicas
3.1. Factos sobre as Contas Públicas na Economia Portuguesa
3.2. Estabilização Macroeconómica
3.3. A Restrição Orçamental do Governo
3.4. Equivalência Ricardiana
� Capítulo 7 do Burda e Wyplosz (2013).
� Capítulo 3 de Teixeira et al. (2014).
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3.1. Factos sobre as Contas Públicas na Economia
Portuguesa
A. Funções económicas do Estado (breve revisão)
� Fornecer bens e serviços públicos;
� Realizar a distribuição secundária de rendimentos;
� Estabilização macroeconómica e regulação dos mercados.� Estabilização macroeconómica e regulação dos mercados.
�O sector público precisa de recolher receitas para
financiar as despesas inerentes ao cumprimento destas funções, estando sujeito à sua restrição orçamental.
3
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3.1. Factos sobre as Contas Públicas na Economia
Portuguesa
B. Saldo Orçamental
• Saldo Orçamental Primário: diferença entre receitas e despesas, excluindo o serviço da dívida pública
ttt GTSOP −=� T = impostos (líquidos de subsídios pagos às empresas, impostos de capital e
transferências recebidas da EU) – TR (transferências para o sector privado, por exemplo subsídio de desemprego, pensões de reforma, benefícios de assistência social como o rendimento mínimo ou o subsídio de família, subsídios pagos às empresas).
� G = despesas em bens e serviços públicos (e.g., gastos em equipamentos hospitalares, vencimentos dos funcionários públicos, Investimento).
4
ttt GTSOP −=
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3.1. Factos sobre as Contas Públicas na Economia Portuguesa
– Se G>T, o sector público recorre a endividamento.
→ O sector público tem ainda de suportar os encargos do financiamento (juros de dívida pública).
– Saldo Orçamental SO (definido em termos reais):– Saldo Orçamental, SOt (definido em termos reais):
rG
= taxa de juro enfrentada pelo sector público;
D = dívida pública;
rG.D
t-1= juros de dívida pública.
5
1−⋅−−= tGttt DrGTSO
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3.1. Factos sobre as Contas Públicas na Economia Portuguesa
� A variação da dívida pública é igual ao saldo orçamental,mas de sinal contrário. Se as receitas forem inferiores àsdespesas, o Estado contrai mais dívida.
ttGttt DDrGTSO ∆−=⋅−−= −1
� O Saldo Orçamental reflete assim, a Capacidade ou
Necessidade de Financiamento do sector público:
6
{4444 34444 21
∑
=−=
−−−=−=
∑∑==
−−
−
fluxos
t
ojj
t
ojj
stock
t
tgtttt
ttt
orçamentalDéficeSOD
DrGTDD
SODD
).( 11
1
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3.1. Factos sobre as Contas Públicas na Economia Portuguesa
� SO = Poupança do Sector Público (Sg) +
+ Receitas de Capital –
– Despesas de Capital (inclui despesas de investimento público) =– Despesas de Capital (inclui despesas de investimento público) =
= CAP/NEC Financiamento do Sector Público
Sg = Receitas correntes – Despesas correntes = SO corrente
7
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Fonte: Contas Nacionais Trimestrais por Setor Institucional (Base 2011) 4º Trimestre de 2014, publicado em 26 de março 2015
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59,555,2
51,8 51,0 50,353,4
56,258,7
62,0
67,4 69,2 68,471,7
83,6
96,2
111,1
124,8128,0 128,9
124,5 123,5
-4,7
-3,7
-4,4
-3-3,2
-4,8
-3,3
-4,4
-6,2 -6,2
-4,3
-3
-3,8
-7,4
-5,5
-4,9-4,6
-3,2
-2,8
-6
-4
-2
0
60,0
80,0
100,0
120,0
140,0
-3.0
Dívida
pública
no PIB
(%)
Saldo
orçamental
no PIB (%)
3.1. Factos sobre as Contas Públicas na Economia Portuguesa
51,0 50,3
-9,8
-11,2
-7,4
-12
-10
-8
0,0
20,0
40,0
1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
Dívida Pública (%PIB) DO (%PIB)
Dívida pública e défice orçamental em Portugal, 1996-2016Fonte: Teixeira et al. (2014) e AMECO (ver http://ec.europa.eu/economy_finance/ameco/user/serie/SelectSerie.cfm)
Desde 2009 Portugal está sob vigilância do Conselho Europeu no âmbito do ‘procedimento em caso de défice
excessivo’ (= > 3%) que deveria ter corrigido inicialmente até 2013, sendo, posteriormente, protelado até 2015.
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3.1. Factos sobre as Contas Públicas na Economia Portuguesa
Estatísticas do setor público em 2014 (%PIB)SOP – Saldo Orçamental Primário; SO – Saldo Orçamental; DP – Dívida Pública
Country SOP_2014 SO_2014 DP_2014
Belgium -0,1 -3,2 106,4Denmark 3,3 1,8 45,0Germany 2,2 0,4 74,2Ireland 0,1 -4,0 110,8Greece 1,7 -2,5 176,3
10Fonte: AMECO - http://ec.europa.eu/economy_finance/ameco/user/serie/ResultSerie.cfm
Greece 1,7 -2,5 176,3Spain -2,3 -5,6 98,3
France -2,1 -4,3 95,3Italy 1,6 -3,0 131,9
Netherlands -1,3 -2,8 69,5Portugal 0,4 -4,6 128,9
Sweden -1,4 -2,2 41,4United Kingdom -2,7 -5,4 88,7
European Union (27 countries) -0,4 -2,9 88,4Euro area (18 countries) 0,1 -2,6 94,5
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Saldo Orçamental Saldo Orçamental Primário
(em % do PIB) -Previsões para
2015
In http://www.economist.com/blogs/graphicdetail/2015/02/european-economy-guide, acedido em 3 de abril de 2015
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Saldo Orçamental (em % do PIB) -Previsões para
2015
In http://www.economist.com/blogs/graphicdetail/2015/02/european-economy-guide, acedido em 3 de abril de 2015
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Dívida Pública (em % do PIB) -Previsões para
2015
In http://www.economist.com/blogs/graphicdetail/2015/02/european-economy-guide, acedido em 3 de abril de 2015
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3.1. Factos sobre as Contas Públicas na Economia Portuguesa
14Saldo Orçamental, 1996-2014Fonte: EUROPA - Economic and Financial Affairs - Indicators -AMECO database
Irlanda eixo
direita
Portugal
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3.1. Factos sobre as Contas Públicas na Economia Portuguesa
15Saldo Orçamental, 1996-2014Fonte: EUROPA - Economic and Financial Affairs - Indicators -AMECO database
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40,0%
45,0%
50,0%
55,0%
30,0%
35,0%
1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
Despesas das AP em % PIB Receitas das AP em % PIB
Administrações Públicas: despesas e receitas, 1995-2014Fonte: Pordata
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3.1. Factos sobre as Contas Públicas na Economia Portuguesa
35,6% 36,3%36,2% 37,0% 37,6%
37,9%37,7%
39,4% 40,8% 41,1% 41,9% 43,4% 43,5% 43,5%44,1%
42,7%
44,9% 47,3% 47,8% 47,2%
10,4% 11,5% 13,2% 12,1% 11,7% 10,4% 11,4%9,5% 9,7% 9,8% 8,7% 7,6% 7,1% 6,3% 8,5%
10,3%
6,9% 4,7% 4,3% 4,2%
60%
70%
80%
90%
100%
Despesas com pessoal Consumo intermédio Juros
Transferências correntes Formação bruta de capital fixo Outras despesas de capital
Composição da Despesa pública Portuguesa Fonte: Pordata
29,2% 29,3% 29,9% 30,5% 31,2% 32,2% 31,4% 32,4% 31,6% 31,0% 31,1% 30,5% 29,5% 29,0% 27,9% 26,4% 25,7% 24,1% 24,8% 24,1%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
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27,3% 26,5% 27,1%27,6% 26,4% 27,2% 28,2% 28,2% 29,2% 29,3% 29,6% 28,8% 27,8% 28,4%
30,5% 30,1% 29,0%27,7%
26,7% 27,1%
60%
70%
80%
90%
100%
Impostos sobre o rendimento e património Impostos sobre a produção e a importação Contribuições sociais
Vendas Outras receitas correntes Impostos de capital
Ajudas ao investimento Outras transferências de capital
Composição da Receita pública Portuguesa Fonte: Pordata
22,4% 23,5% 23,7% 23,0% 23,3% 24,4% 23,7% 22,9% 21,0% 21,0% 20,4% 20,8% 22,5% 22,8% 21,8% 21,5% 22,8% 21,9%25,8% 25,0%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
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Evolução da Carga fiscal em Portugal, 1995-2013 (em % do PIB)Fonte: INE, Destaque: Estatísticas das Receitas Fiscais 1995-2013 (15 de maio de 2014)
Carga fiscal: impostos e contribuições sociais efetivas cobrados pelas Administrações Públicas nacionais e pelas Instituições da UniãoEuropeia, num determinado ano (é expresso como uma % do PIB).
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� Observa-se que a maior parte dos países apresenta um saldoorçamental que é, normalmente, deficitário, o que pode serconsequência do objetivo de Estabilização Macroeconómica:
� Agentes económicos têm preferência por níveis de consumoestáveis (alisamento do consumo) ⇒ Isto também acontece
3.1. Factos sobre as Contas Públicas na Economia Portuguesa
20
estáveis (alisamento do consumo) ⇒ Isto também acontecerelativamente aos bens e serviços públicos ⇒ Manutenção ou
agravamento das despesas correntes numa recessão.
� A manutenção ou agravamento das receitas via impostos,penalizaria proporcionalmente mais o rendimento em fases derecessão ⇒ os impostos são normalmente estabelecidos emproporção ao rendimento ⇒ Redução das receitas correntes
numa recessão.
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Para além de políticas ativas de estabilização também existem osestabilizadores automáticos:
� Algumas rubricas do SO reagem, automaticamente (sematuação ativa das autoridades), à situação conjuntural deforma a reduzir a amplitude das flutuações cíclicas.
3.1. Factos sobre as Contas Públicas na Economia Portuguesa
21
forma a reduzir a amplitude das flutuações cíclicas.
� Exemplos típicos são os impostos (nomeadamente impostosdiretos sobre o rendimento) e o subsídio de desemprego.
Défices tendem a aumentar nas fases de recessão e a diminuir nas fases de expansão.
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Tendência para a acumulação de défices orçamentais:
� Existem eleições periódicas, pelo que há um adiamento contínuo sobre qualGoverno vai recair o ajustamento.
� Efeito miopia dos eleitores: os benefícios de um défice “hoje” são claros e visíveispara os eleitores, enquanto o custo associado aos impostos a cobrar “amanhã” é distante, não totalmente conhecido e excessivamente penalizado pelo factor desconto.
� A geração que vai pagar a dívida (mais jovem ou ainda inexistente) muitas vezes
3.1. Factos sobre as Contas Públicas na Economia Portuguesa
A geração que vai pagar a dívida (mais jovem ou ainda inexistente) muitas vezesnão é a geração relevante para maximizar os votos, ie, não tem representatividade
política.
� Quanto menores as probabilidades de re-eleição, maior a tentação de acelerar o
crescimento dos gastos públicos em períodos de pré-campanha e durante a campanha eleitoral - não é o Governo actual que vai “herdar” os problemas por elegerados…
� acumulação de dívida pública �Necessidade de regras que equilibrem os custos “futuros” e benefícios
“presentes” de um défice orçamental ⇒ P.E.C. ⇒ Pacto Orçamental
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O Pacto de Estabilidade e Crescimento (PEC):
Objectivo:
3.1. Factos sobre as Contas Públicas na Economia
Portuguesa
� Salvaguardar a solidez das finanças públicas:
� estabilidade de preços
� forte crescimento sustentável � criação de emprego.
23
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O Pacto de Estabilidade e Crescimento (PEC):
Regras:
� Um Estado-membro da UE não pode incorrer num défice
orçamental superior ao valor de referência de 3% do PIB do
ano correspondente.
3.1. Factos sobre as Contas Públicas na Economia Portuguesa
ano correspondente.
� O rácio da dívida pública no PIB deverá ser inferior ao valor
de referência de 60% do PIB ou deverá encontrar-se em
diminuição significativa e estar a aproximar-se, de forma
satisfatória, do valor de referência.
24
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O Pacto de Estabilidade e Crescimento (PEC):
Objectivo de médio prazo: posições orçamentais (saldo
estrutural ajustado de medidas temporárias) próximas do
equilíbrio ou excedentárias.
Componentes:
3.1. Factos sobre as Contas Públicas na Economia Portuguesa
Componentes:
� Procedimentos relativos aos défices excessivos (procedimentos e
prazos, avaliações e sanções, grosso modo) – componente correctiva
(corrective arm).
� Programas de Estabilidade (UEM) e Programas de Conv ergência
(EU extra UEM) – componente de vigilância multilateral ( preventive
arm). 25
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O Pacto de Estabilidade e Crescimento (PEC):
Condições para que o carácter excessivo do défice seja considerado excepcional e temporário:quando resulte de
• Circunstância excepcional (devido a factores exógenos) não controlável pelo Estado-membro
em causa e que tenha um impacto significativo na situação das finanças públicas ou
• Recessão económica grave (= redução anual do PIB real de, pelo menos, 2%; passível deavaliação entre 0.75% e 2%)
• É considerado temporário se as previsões orçamentais da Comissão indicarem um déficeabaixo do valor de referência, uma vez cessada a circunstância excepcional ou a recessão
3.1. Factos sobre as Contas Públicas na Economia Portuguesa
abaixo do valor de referência, uma vez cessada a circunstância excepcional ou a recessãograve
Revisão de Março de 2005 (entre outros…)
– redefinição de recessão grave: crescimento negativo do PIB ou período prolongado comcrescimento do PIB efectivo abaixo do crescimento do PIB potencial
– alargamento dos prazos de correcção associados ao procedimento de défices excessivos
– MTOs diferenciados consoante nível de dívida, crescimento potencial, ritmo deenvelhecimento da população, …
– ajustamentos mínimos anuais para os MTOs e para correcção dos défices (e sensível ao ciclo)26
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Financiamento dos défices
• O Estado obtém financiamento por duas vias:
- Emissão de dívida pública, adquirida pelo sector privado;
- Emissão de moeda, mais precisamente, emissão de base monetária
3.2. Estabilização Macroeconómica
- Emissão de moeda, mais precisamente, emissão de base monetária
por parte do Banco Central, por contrapartida de crédito direto ao
sector público ou aquisição de títulos de dívida pública.
27
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1. Evolução/dinâmica da dívida pública
3.2. Estabilização Macroeconómica
1)( −⋅+−=∆=− tgtttt DrTGDSO
� Para a estabilização absoluta da dívida (ΔD=0)
28
� Para a estabilização absoluta da dívida (ΔD=0)
1
1 0)(0
−
−
⋅=−
=⋅+−⇔=∆
tgtt
tgttt
DrGT
DrTGD
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3.2. Estabilização Macroeconómica
2. Evolução/dinâmica da dívida pública
( )y
D
D
Y
Y
D
D
YDY
D−∆=∆−∆=
∆
/
29
( )y
D
DrTGy
D
D
YDY
D
DrTGD
t
tgttt
tgttt
t
−⋅+−
=−∆=∆
⋅+−=∆
−
−
−
− 1
1
1
)(
/
)(
1
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3.2. Estabilização Macroeconómica
� Estabilização relativa da dívida:
( )
tgtt
ttgttt
tgtt
DyrGT
DyDrTGyD
DrTG
YDY
D
1
111
1
)(
)(0)(
0/
−
−−−
−
⋅−=−
⋅+⋅−=−⇔=−⋅+−
=∆
30
t
tg
t
tt
tgtt
Y
Dyr
Y
GT
relativostermosem
DyrGT
1
1
)(
)(
−
−
⋅−=−
⋅−=−
� Se y>rg: o equilíbrio orçamental primário é suficiente para diminuir o rácio da dívida.
� Se rg>y o processo pode ser explosivo. Porém o peso do SO primário no PIB
necessário para estabilizar o rácio da dívida é menor do que aquele necessário para
estabilizar D.
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3.2. Estabilização Macroeconómica Exercício
31
%46.18.7202.0
%2
,,
1 +=⋅=⋅=−
=
−
t
Pt
gt
tt
g
Y
Dr
Y
GT
rparapúblicadívidaa
absolutostermosemrestabilizaPara
%36.08.72)025.002.0()(
%5.2%2
%8.72
,,
1 −=⋅−=⋅−=−
==
−
t
Pt
gt
tt
g
Y
Dyr
Y
GT
yer
paraempúblicadívidaa
relativostermosemrestabilizaPara
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Evolução/dinâmica da dívida pública (revisão Macro I):
1
1
1
1
11
)(
)1(
1.)(
)1(
1
.)(
t
t
t
tg
t
tt
t
t
t
t
ttgtttt
yr
Y
Aj
yY
Dr
Y
TG
yY
D
Y
D
AjDrTGDD
−
−
−
−
−−
−−
±+
+−
++
=
±+−+=
3.2. Estabilização Macroeconómica
Ajt: o ajustamento “stock-fluxo” refere-se a operações que são contabilizados na
dívida, sem afectar o SO. Inclui a acumulação de activos financeiros, alterações
no valor da dívida denominada em moeda estrangeira e outros ajustamentos
estatísticos.
{
""""
1
1
1
1
)1(
)()(
fluxostockoajustament
t
t
snowballefeito
g
t
t
primáriodéfice
t
tt
t
t
t
t
Y
Aj
y
yr
Y
D
Y
TG
Y
D
Y
D
−
−
−
−
− ±+−
+−
=−443442143421
32
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Exemplo simplificado:
� Horizonte temporal de 2 períodos: período 1 = “Presente”;
período 2 = “Futuro”.
� O SP pode realizar despesas em bens e serviços em ambos os períodos: G1,G2
� O SP pode recolher impostos (líquidos de subsídios e transferências) em
3.3. A Restrição Orçamental do Governo
� O SP pode recolher impostos (líquidos de subsídios e transferências) em ambos os períodos: T1, T2.
� Inexistência de dívida pública herdada de períodos anteriores: D0 = 0.
� O sector público pode conseguir obter crédito a uma taxa de juro inferior à cobrada aos particulares (r
G < r) por:
� O seu risco de falência ser inferior;
� Publicar as suas contas, sendo assim menores os custos demonitorização das suas condições de solvabilidade.
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Período 1: T1+D1=G1
Período 2: T2=G2+D1(1+rG)
Consolidando para o presente:
1
)1(
1112
12
11G
G
GG
TG
r
rD
r
GG
r
TDT
++
++
+=+
++
3.3. A Restrição Orçamental do Governo
ou
Défice orçamental futuro
Défice orçamental presente
)1()1(
11
1212
21
21
GG
GG
rGTrTG
r
TT
r
GG
+−++=+
+=+
+
)()1(
)1()(
1122
1122
TGrTG
rTGGT
G
G
−⋅+−=−+⋅−=−
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D0: dívida “herdada” do período anterior (avaliada a preços de hoje)
Período 1: T1+D1=G1+D0
Período 2: T2=G2+D1(1+rG)
Consolidando para o presente: ( )( ) ( )11
1
)1(
11
01122
1201
211
−+++−=−
++
++
++=+
++
GG
G
G
GG
GT
rDrTGGT
r
rD
r
GDG
r
TDT
3.3. A Restrição Orçamental do Governo
A soma da dívida inicial e do valor presente dos défices primários tem de ser igual a zero:
( )
( ) 01
1
22011
22011
=+
−++−
+−
=+−
G
G
r
TGDTG
r
GTDTG
01
)( 22110 =
+−
+−+Gr
TGTGD
![Page 36: 1GE211: MACROECONOMIA II€¦ · 3.1. Factos sobre as Contas Públicas na Economia Portuguesa B. Saldo Orçamental • Saldo Orçamental Primário: diferença entre receitas e despesas,](https://reader034.vdocuments.pub/reader034/viewer/2022050307/5f6f69bedf88a3582272f545/html5/thumbnails/36.jpg)
Graficamente, a restrição orçamental limita os défices do sector público àregião abaixo da linha orçamental.
)1()()1( 11022 GG rTGrDTG +⋅−−+⋅−=−Com dívida herdada (linha a vermelho no gráfico):
3.3. A Restrição Orçamental do Governo
)1()1( 102 GG rSOrDSO +⋅−+⋅=
11022 GG
Sem dívida herdada (linha a preto no gráfico):
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• Ignorando a existência da empresa:
ROI do governo:
• ROI do sector privado com estado:
Período 1:
gg r
TT
r
GG
++=
++
112
12
1
STCY ++=
3.3. A Restrição Orçamental do Governo
Período 1:
Período 2:
vem
1111 STCY ++= 2212 )1( TCrSY +=++
r
CC
r
TYTY
++=
+−
+−11
21
2211
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• Consolidando a ROI do sector privado e do sector público e admitindo r=r
G:
r
TT
r
GG
++=
++
112
12
1
CC
TYTY +=
−+− 2
122
11
(1)
(2)
3.3. A Restrição Orçamental do Governo
Substituindo (1) em (2):
Reescrevendo vem:
rC
rTY
++=
++−
112
122
11 (2)
r
GYGY
r
CC
+−
+−=+
+1
)(1
2211
21
r
YY
r
GCGC
++=
++
++11
21
2211
![Page 39: 1GE211: MACROECONOMIA II€¦ · 3.1. Factos sobre as Contas Públicas na Economia Portuguesa B. Saldo Orçamental • Saldo Orçamental Primário: diferença entre receitas e despesas,](https://reader034.vdocuments.pub/reader034/viewer/2022050307/5f6f69bedf88a3582272f545/html5/thumbnails/39.jpg)
r
YY
r
GCGC
++=
++
++11
21
2211
3.3. A Restrição Orçamental do Governo
Valor presente do gasto interno total Valor presente dos
rendimentos internos
![Page 40: 1GE211: MACROECONOMIA II€¦ · 3.1. Factos sobre as Contas Públicas na Economia Portuguesa B. Saldo Orçamental • Saldo Orçamental Primário: diferença entre receitas e despesas,](https://reader034.vdocuments.pub/reader034/viewer/2022050307/5f6f69bedf88a3582272f545/html5/thumbnails/40.jpg)
A. Efeitos de uma alteração nos impostos no modelo Keynesiano:
� ↓ impostos ⇒ ↑ rendimento disponível ⇒ ↑ consumo ⇒ ↑ procura privada ⇒ ↑ produto; ou seja, um défice orçamental (potenciado pela redução de impostos) conduz a um aumento da procura privada em bens e serviços e a um correspondente aumento do
3.4 Equivalência Ricardiana
privada em bens e serviços e a um correspondente aumento do produto.
� Como 0 < PmgC < 1, a poupança privada aumenta menos do que o correspondente ao corte fiscal (redução da poupança pública) ⇒∆(Spriv + Sg) < 0 ⇒ ↓ SBN.
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A. Efeitos de uma alteração nos impostos no modelo Keynesiano:
� ↓ SBN, mantendo-se o investimento planeado ⇒ ↑ taxa juro real ⇒investimento planeado (e efectivo) diminui (crowding out), comprometendo-se o ritmo e o nível de acumulação do capital e do produto no longo prazo.
3.4 Equivalência Ricardiana
� Mas numa pequena economia aberta, num regime de câmbios flexíveis e na presença de uma elevada mobilidade de capitais, a pressão para ↑ taxa juro real ⇒ entrada de capitais ⇒ apreciação da moeda nacional ⇒deterioração da balança comercial ⇒ deterioração da balança corrente ⇒↑ Sext; ou seja, a manutenção do investimento planeado pode gerar um aumento da poupança externa ⇒ ocorrência de défices gémeos: Sg < 0 ⇒Sext > 0 (Balança Corrente < 0).
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B. Princípio da Equivalência Ricardiana (PER) ou Proposição Ricardo-Barro: alterações nos impostos não têm impacto na atividade económica.
(original de D. Ricardo, séc. XIX e retomado por R. Barro em 1974)
O impacto da actividade fiscal do governo é determinado pelo valor actual das
suas despesas. Dado este último, o perfil inter-temporal dos impostos, função
3.4 Equivalência Ricardiana
suas despesas. Dado este último, o perfil inter-temporal dos impostos, função
dos défices públicos contraídos, não produz qualquer efeito de primeira ordem
na economia.
Dadas as despesas públicas (G1, G2), o perfil intertemporal dos impostos (T1, T2) não afeta a riqueza privada e, portanto, não tem impacto na atividade económica.
![Page 43: 1GE211: MACROECONOMIA II€¦ · 3.1. Factos sobre as Contas Públicas na Economia Portuguesa B. Saldo Orçamental • Saldo Orçamental Primário: diferença entre receitas e despesas,](https://reader034.vdocuments.pub/reader034/viewer/2022050307/5f6f69bedf88a3582272f545/html5/thumbnails/43.jpg)
C. Justificação:
� Para um determinado nível de despesas públicas, qualquer alteração nos impostos implica uma alteração equivalente no défice orçamental, e logo na dívida pública.
� Aumentos na dívida pública implicam aumentos nos impostos futuros, quando for necessário pagar essa dívida.
3.4 Equivalência Ricardiana
quando for necessário pagar essa dívida.
� Agentes económicos racionais vão aumentar a sua poupança no presente para poder pagar os impostos futuros adicionais.
� Quaisquer aumentos de rendimento disponível resultantes de reduções dos impostos serão utilizados para aumentar a poupança e não o consumo.
� A emissão de dívida pública é “equivalente” a impostos.
![Page 44: 1GE211: MACROECONOMIA II€¦ · 3.1. Factos sobre as Contas Públicas na Economia Portuguesa B. Saldo Orçamental • Saldo Orçamental Primário: diferença entre receitas e despesas,](https://reader034.vdocuments.pub/reader034/viewer/2022050307/5f6f69bedf88a3582272f545/html5/thumbnails/44.jpg)
Ou seja,
� Sendo o valor actualizado de G constante, uma ↓ T1 ⇒ ↓ Sg e ↑ equivalente deSpriv, devido ao aumento futuro de T ⇒ não se altera a SBN ⇒ SBN não dependedo perfil intertemporal dos impostos:
Spriv = Y1 – T1 – C1Sg = T1 – G1 ⇔⇔⇔⇔
3.4 Equivalência Ricardiana
44
Sg = T1 – G1
⇔ SBN = Spriv + Sg = Y1 – C1 – G1
� Mantendo-se SBN não existem pressões para a alteração da taxa de juro real ⇒inexistência de efeito crowding-out sobre o investimento.
� Como ↑ Spriv = ↓ Sg ⇒ não há alterações ao nível da Sext ⇒ não há déficesgémeos
Conclusões opostas às do modelo Keynesiano
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( )
++−++=++
⇔+−+−=++
rT
Tr
YY
rC
C
rTY
TYr
CC
111
112
12
12
1
2211
21
O P.E.R. e a R.O.I. da nação:
� R.O. intertemporal do sector privado (sem investimento):
3.4 Equivalência Ricardiana
45
gg rT
Tr
GG ++=++
112
12
1
+++ rrr 111 111
� R.O. intertemporal do sector público:
( ) ( )r
YY
r
GCGC
++=
++++
112
122
11
� Supondo r = rg, a R.O.I. da nação será:
verifica-se oP.E.R.
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D. Críticas ao (falhas do) Princípio da Equivalência Ricardiana:
1) Horizontes de planeamento mais curtos que o prazo da dívida: os indivíduos que beneficiam da redução de impostos podem não ser os que pagam a dívida. Porém,
� A maior parte da dívida pública tem prazos mais curtos que a vida dos
3.4 Equivalência Ricardiana
� A maior parte da dívida pública tem prazos mais curtos que a vida dos indivíduos.
� Princípio do legado inter-geracional activo (mantém válido o PER): os indivíduos preocupam-se com as gerações futuras.
2) Na presença de crescimento populacional, a redução fiscal no presente é superior, em termos per capita, ao aumento futuro, que será dividido entre um maior número de pessoas. Assim, a riqueza das famílias aumenta, aumentando também o consumo e o produto.
![Page 47: 1GE211: MACROECONOMIA II€¦ · 3.1. Factos sobre as Contas Públicas na Economia Portuguesa B. Saldo Orçamental • Saldo Orçamental Primário: diferença entre receitas e despesas,](https://reader034.vdocuments.pub/reader034/viewer/2022050307/5f6f69bedf88a3582272f545/html5/thumbnails/47.jpg)
D. Críticas ao (falhas do) Princípio da Equivalência Ricardiana:
3) Efeitos de distorção associados aos impostos: os impostos têm efeitos de distorção sobre a economia porque os agentes reagem de forma a contrariar os efeitos fiscais.
4) Mercados de crédito imperfeitos - existência de restrições ao crédito / de liquidez:
3.4 Equivalência Ricardiana
� Restrição total ao crédito
� Restrição parcial ao crédito
� Taxa de juro crescente com o nível do endividamento
� Taxas de juro diferentes para diferentes agentes
Um défice público, i.e., o agravamento da dívida pública, permite que o sector público se endivide “em vez” dos particulares, aumentando o bem-estar social ⇒ a redução dos impostos alivia as restrições ao crédito.
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� R.O.I. da nação com rg ≠ r :
( ) ( )
+−
−++−+−=++
rrr
TGrGY
GYr
CC g
111 1122
112
1
� Caso típico rg < r :
� Riqueza das famílias aumenta com o montante do défice público e com a
D. Críticas ao (falhas do) Princípio da Equivalência Ricardiana
3.4 Equivalência Ricardiana
48
� Riqueza das famílias aumenta com o montante do défice público e com adiferença das taxas de juro ⇒ É vantajoso para a nação que seja o sectorpúblico a endividar-se.
Incorrendo num défice (G1-T1) o Estado endivida-se à taxa rg ⇒ no período 2 o Estadocobra às famílias o montante (G1-T1) (1+rg) ⇒ equivale a conceder um empréstimo àsfamílias à taxa rg ⇒ como a taxa de juro do sector privado é maior (r > rg), isso significaum ganho para as famílias.
As famílias podem “aproveitar” o excedente de rendimento gerado pela diminuição dosimpostos e: (i) aplicá-lo à taxa r ou (ii) deixar de pedir emprestado aquele montante à taxar ⇒ logo, o ganho depende do montante do défice e da diferença das taxas de juro.
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E. Evidência empírica:
� Observa-se uma relação de causalidade unidireccional entre défice e taxa de juro de longo prazo � não verificação empírica do PER.
� Choques na dívida pública afectam negativamente os preços, produto e taxas de juro (EUA) � não verificação do PER para os EUA.
� A evidência empírica é mista quanto à validação do PER em países em desenvolvimento: existem estudos que suportam a validade do PER para países
3.4 Equivalência Ricardiana
desenvolvimento: existem estudos que suportam a validade do PER para países com rácios elevados de défice e de dívida pública no PIB (na maioria, em desenvolvimento) e a sua não validade para países com melhores performances orçamentais (países desenvolvidos)
�O princípio da equivalência ricardiana não se verifica tal como a teoria o prevê, mas a evidência empírica sugere que o impacto na actividade económica de alterações nos impostos pode ser menor do que o previsto pelo modelo keynesiano.
� Evidência de curto prazo é normalmente menos favorável ao PER porque demora tempo até que os agentes consigam interiorizar a natureza permanente da dívida.