2. mecanismos patogenese bacteriana(1)
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2. MECANISMOS DE PATOGÉNESE BACTERIANA
Paula Coutinho
RELAÇÃO ENTRE O MICRORGANISMO E O HOSPEDEIRO
Infecção assintomática ou subclínica
Sem resposta clínica aparenteCom resposta imune
Portador assintomático
Tipos de microrganismos segundo a sua capacidade de produzir infecção
Intrinsecamente patogénico
Patógenos oportunistasSem resposta clínicaSem resposta imune
Com resposta clínica Com resposta imune
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TIPOS DE INFECÇÃO
As infecções podem ser classificadas de acordo com as zonas do organismo que são
afectadas
Doença aguda
desenvolve-se rapidamente durante um curto espaço de t
Doença crónica
desenvolve-se lentamente, a reacção do organismo pode ser menos severa e pode ser um tipo de doença recorrente por períodos longos
Infecção local
os microrganismos invadem uma zona limitada e pequena do organismo
Infecção sistémica ou generalizada
os microrganismos ou os seus produtos invadem o organismo por via sanguínea ou linfática
MICRORGANISMO-HOSPEDEIRO
� Infecçãoimplica a colonização, multiplicação, invasão ou a persistência dos patogénicos no hospedeiro
� Doençaocorre quando se verifique uma alteração do estado normal do organismo
Infecção pode existir sem doença detectável
� Patologia ou patogénesemodo como se originam e desenvolvem as doenças. Depende: vírus, hospedeiro, interacções
� Patogenecidadeé a habilidade com que um microrganismo causa infecção, através dos seus mecanismos estruturais ou bioquímicos
� Virulênciaé o grau de patogenecidade de um microrganismo
� Flora normal ou comensalmicrorganismos que permanecem no organismo sem produzirem doença, em simbiose com o hospedeiro, ou seja, obtêm vantagens sem prejuízo para o hospedeiro.
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TIPOS DE INFECÇÃO
� Infecção primária
a que causa inicialmente a doença
� Infecção secundária
está em causa um bactéria oportunista em que aproveita a debilidade imunológica do hospedeiro, após uma infecção primária
� Infecção inaparente ou subclínica
microrganismo está presente, embora o hospedeiro não apresente sintomatologia característica
� Infecção hospitalar ou nosocomial
a infecção contraída no hospital provocada pela flora endógena (infecções iatrogénicas) ou pela flora exógena proveniente do meio ambiente, pessoal e material
OCORRÊNCIA DA DOENÇAO conhecimento da incidência e da prevalência de uma determinada doença permite aos
epidemiologistas estimar a periodicidade da doença e a tendência de ser mais comum num ou noutro grupo da população
� Incidência de uma doença é a fracção de uma população que a contrai durante um determinado período de tempo
� Prevalência de uma doençaé a fracção de uma população que tem a doença num tempo específico
� Esporádica quando ocorre ocasionalmente
� Endémicaquando está presente constantemente
� Epidémica quando atinge uma população num curto espaço de tempo
� Pandémicauma doença epidémica que ocorre em vários locais do mundo
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PATOGENICIDADE E VIRULÊNCIA
� MICROORGANISMOS INTRÍNSECAMENTE PATÓGENOS
� Produzem um quadro clínico mais ou menos específico da doença, o que facilita o diagnóstico.
� Procedem de uma fonte exógena e é necessário adquiri-los por contagio.
� A sua acção patogénica é devida principalmente a factores dependentes do próprio microrganismo (factores de virulência)
� PATÓGENOS OPORTUNISTAS OU PATÓGENOS POTENCIAIS
� Produzem um quadro clínico atípico que se junto ao estado que apresenta o doente, o que dificulta o diagnóstico.
� Em geral procedem de uma fonte endógena (microrganismos da flora normal ou da flora externa integrada como parte da flora normal por um período de tempo antes de desencadear doença).
� A sua acção patogénica é devida principalmente às condições deficitárias do hospedeiro.
MICROORGANISMOS INTRÍNSECAMENTE PATÓGENOS
� São os patógenos verdadeiros ou estritos.
� Têm a capacidade de colonizar, de produzir doença em hospedeiros normais, sãos, em que superam as barreiras de defesa normais.
� São os patógenos clássicos: Staph. aureus, Estreptococos do grupo A, Neisseria
gonorrhoeae, Salmonella, Shigella, Brucella, Corynebacterium diphteriae, Vibrio
cholerae, etc.
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PATÓGENOS OPORTUNISTAS OU PATÓGENOS POTENCIAIS
� São capazes de colonizar o organismo quando falham as suas defesas e se alteram as condições ecológicas, isto é, são as condições alteradas do hospedeiro o factor determinante das doenças infecciosas produzidas por patógenos oportunistas.
� A este grupo pertencem muitos microrganismos da flora normal ou da flora ambiental tais como Klebsiella, Enterobacter, Serratia, Proteus, Pseudomonas,
Staph. epidermidis, estreptococos del grupo D, Bacteroides, herpesvirus,
Pneumocystis carinii, Candida, etc.
FACTORES DETERMINANTES DA ACÇÃO PATOGÉNICA
� COLONIZAÇÃO
� PENETRAÇÃO
� MULTIPLICAÇÃO
� INVASÃO
� Contiguidade
� Via linfática
� Via sanguínea
� Via nervosa
Para que as bactérias possam desenvolver a sua acção patogénica é necessário que:o Cheguem à superfície do hospedeiro por uma porta adequada,
colonizem o epitélio e resistam à acção dos sistemas fagocitárioso Penetrem o epitélio para chegar aos tecidos internoso Multipliquem-se nos tecidos do hospedeiroo Produzam alterações ou lesões nas células ou tecidos do hospedeiro
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CAPACIDADE PATOGÉNICA
� Acção tóxica
� Exotoxinas
� Acção geral
� Neurotoxinas
� Enterotoxinas
� Endotoxinas
� Mecanismo inflamatório
� Mecanismo imunológico
Transmissão microrganismos
� Homem
portador são de determinados microrganismos e pode transmitir directa ou indirectamente a outros
� Animais
zoonoses são doenças que ocorrem primeiramente no mundo animal e que podem ser transmitidas ao homem
� Reservatórios inertes
solo, água e alimentos
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Transmissão da doença
As doenças infecto contagiosas podem-se transmitir de um hospedeiro para outro de um modo directo ou indirecto e podem ser comunicáveis ou incomunicáveis
Contacto directo
transmissão directa do agente por contacto físico entre a fonte e o hospedeiro ou por aerossol
Contacto indirecto
quando a transmissão do agente da doença ao hospedeiro é feita por intermédio de um objecto inerte
Veículos de transmissão
água e alimentos, ar, vectores: artrópodes
Transmissão microrganismos
colonização
Entrada no hospedeiro:
porta de entrada: - pele- mucosas - via parental
a via de colonização dos microorganismos exógenos é geralmente a pele ou, com maior frequência, as mucosas das vias gastrointestinal, genitourinaria ou respiratória
no caso de muitas infecções oportunistas, a fonte dos microorganismos é a própria flora normal
No caso de infecções de origem exógena, as bactérias devem resistir aos sistemas de defesa das mucosas e da acção de certos tipos de anticorpos (ou desenvolvimento de sistemas de defesa ou de competitividade com a
microbiota)
Quantidade do inóculo
A quantidade de inóculo requerida para estabelecer a doença pode depender do hospedeiro
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colonização
Factores que contribuem para o microrganismo penetrar no hospedeiro
- Cápsula
a natureza hidrofílica da cápsula inibe a fagocitosepode mascarar o LPS que activa a via alternativa do complemento- Componentes da parede celular
proteína M do Streptococcus pyogenes permite a aderência às células epiteliais e inibe a fagocitose
- Enzimas
Hialuronidase, Colagenase, Lecitinases, Proteases, são enzimas que danificam as cél. e matrizes intracelulares dos tec.Hemolisinas que lisam os glóbulos vermelhosCoagulases que transformam o fibrinogénio em fibrina, protegendo a bactéria
da fagocitose - Plasmídeos e Bacteriófagos
plasmídeos que codificam para a síntese de toxinas, adesinas, cápsulas bacteriófagos, por conversão lisogénica, permitem a expressão de novas características, como toxinas caracteristicas.
colonização
� a adesão por meio de adesinas e de fimbrias é um fenómeno específico em que estas moléculas da superfície interagem de forma específica com componentes da superfície de alguns tipos de células do hospedeiro.
base molecular do tropismo celular
� no caso da flora normal, a aderência é também a responsável da sua localização específica no corpo - facilita a sua multiplicação pela formação de microcolónias e
de biofilmes. “as bactérias da flora normal competem com as patógenas
pelos sítios de adesão nos nichos que colonizam”
� no caso das infecções patogénicas, a presença de adesinas facilita a “instalação” do patógeno e a colonização do tecido ou de materiais inertes, que actuam como suporte.
� a adesão pode prevenir-se mediante inibidores da aderência que são análogos de baixo peso molecular das moléculas que reconhecem os sistemas de aderência e também com AB que inibem a produção de adesinas.
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ADESINAS
glicoproteínas ou lipoproteínas componentes do glicocalix ou de estruturas da parede bacteriana que
se ligam especificamente aos receptores da célula eucariota.
As bactérias podem possuir vários tipos de adesinas:
adesinas fimbriais e não fimbriais
Adesinas fimbriais
As características adesivas dependem de uma proteína minor. A variação genética desta proteína confere à bactéria a capacidade para aderir a vários receptores.
Adesinas não fimbriais
Proteínas existentes na outer membrana ou proteínas excretadas mas associadas à superfície da parede bacteriana que permitem a aderência da bactéria às células
penetração
� Algumas bactérias são capazes de realizar a sua actividade patogénica sem atravessar o epitélio
� em geral as bactérias toxigénicas como C. diphteriae, V. cholerae o Bordetella pertusis
� Outras penetram de forma passiva mediante a acção de vectores (mosquitos, pulgas, etc.) ou quando se produz uma alteração funcional ou física do epitélio
� Ex: bacterias que penetram por feridas
� Por último, as bactérias com sistemas activos de penetração mediante um sistema de endocitose induzida
� Ex: Salmonella
� as bactérias que são capazes de penetrar podem multiplicar-se destruindo o epitélio sem penetrar para a submucosa (Shigella, E. coli enteroinvasiva), ou podem penetrar até tecidos mais internos (Staph. aureus, S. typhi).
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multiplicação
� Depois de penetrar, o patógeno deve-se multiplicar para alcançar um número crítico que lhe permita iniciar a infecção, invadir o organismo e desenvolver a sua acção patogénica.
� no curso da infecção, as bactérias produzem como consequência do seu metabolismo diversas substâncias que dificultam ou impedem a acção dos sistemas de defesa� Alterações na parede celular que tornam as bactérias resistentes à lisozima e a outros factores do sistema de defesa humoral
� Presença de cápsulas que impedem a fagocitose (pneumococo),
� Libertação de toxinas
� Produção de enzimas como a coagulase que permitem à bactéria (Staph. aureus) formar una capa protectora, e
� A capacidade de algumas bactérias inibirem a sua digestão no interior dos fagócitos.
invasão
� Contiguidade
� a difusão por contiguidade é especialmente frequente nos epitélios e mucosas.
� Esta via de difusão está favorecida quando os patógenos produzem sistemas enzimáticos que destruam o tecido subepitelial.
� Por esta via podem disseminar-se infecções nas vias respiratórias que podem chegar até ao ouvido médio (otite) ou aos seios frontais (sinusite).
� Via linfática
� as bactérias alcançam o sistema linfático e chegam aos gânglios onde, se são capazes de resistir ao ataque de fagócitos, podem colonizá-los, instalar-se (peste) ou utilizar os fagócitos como sistemas de transporte até outros lugares do corpo.
� Via sanguínea
� O sistema circulatório é geralmente de difícil acesso para os microorganismos. No entanto, podem chegar ao sangue através de feridas, picadas ou catéteres. Ao sistema sanguíneo também pode chegar-se através do sistema linfático (+ raro)
� a via sanguínea é muito rápida para a difusão do patógeno e este pode alcançar todo tipo de órgãos donde os microorganismos podem estabelecer-se e desenvolver a sua acção patogénica.
� Via nervosa
� Não é frequente no caso das bacterias (+ nos virus). É também importante na difusão de certas toxinas
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INFECÇÃO
Bacteriémia
passagem transitória e benigna de uma bactéria pelo sangue, em geral pouco abundante em circulação• a bacteriémia é uma passo ocasional ou fugaz de bactérias através do sangue.• É produzida normalmente pela microbiota normal que é rapidamente eliminada pelo
sistema de fagócitos. • Quando existe uma diminuição geral dos sistemas de defesa inespecíficos, as bacteriémias
podem permitir às bactérias localizar-se e iniciar processos patógenos (endocardite).
Septicémia
bacteriémia acompanhada de um estado infeccioso grave, condicionada por descargas contínuas de bactérias no sangue• a septicemia ou sépsis é uma passagem massiva de bacterias no sangue a partir de um
foco séptico. Geralmente produz-se febre e estão associadas a um quadro clínico grave. Para que se produza uma septicemia é necessário um foco de infecção constante de tipo tromboflebítico ou uma porta de entrada gastrointestinal.
Toxémia
presença de toxinas no sangue
CAPACIDADE LESIVA
� as bactérias patógenas caracterizam-se porque produzem alterações celulares e tissulares responsáveis do quadro patológico.
� Estas alterações podem produzir-se pela formação de substâncias tóxicas, por acção directa como consequência do processo inflamatório ou por mecanismos imunológicos.
� Toxinas
� Mecanismo inflamatorio
� produz-se como consequência de que as toxinas antifagocíticas são capazes de destruir os fagócitos que chegam ao ponto de infecção libertando-se, como consequência da sua lise, substâncias que aumentam o dano celular e causam muitos dos sintomas que caracterizam o quadro patológico da infecção (pus).
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� Proteínas solúveis excretadas pelas bactérias durante a fase exponencial de crescimento
� Tem uma actividade semelhante às enzimas, elevada actividade biológica
� podem ser desnaturadas pelo calor, ácidos e enzimas proteolíticos
� têm especificidade de acção
As exotoxinas variam entre si pela actividade e pelo local de acção◦ Pelo local de acção
O local de acção pode ser um componente das células dos tecidos, orgãos, ou fluidos. A designação de enterotoxinas, neurotoxinas, hepatotoxina, cardiotoxina, leucocidinas ou hemolisinas indica o local de acção de algumas toxinas bem definidas◦ Pelo nome da espécie bacteriana que a produz
Cholera toxina, Shiga toxina
◦ Pela sua actividade
Lecitinase◦ Podem ter mais que um nome
Shiga like E. coli também conhecida como Verotoxina◦ Estrutura
Toxina A-B
Citotoxinas (hemolisinas e fosforilases)
Superantigénios
EXOTOXINAS
1. Toxina A-Bé produzida e excretada em 2 subunidades proteicas:◦ A fracção B liga-se ao receptor da célula◦ A fracção A com actividade enzimática
� As fracções A e B são separadas por acção proteolítica embora possam ficar ligadas por pontes de disulfureto. Esta ligação rompe-se quando a fracção A entra no citoplasma.
� A fracção B liga-se especificamente aos receptores celulares, à porção carbohidrato das glicoproteínas ou dos glicolípidos, embora se possa ligar a proteínas.
� A fracção A pode entrar na célula directamente ou por endocitose associada à fracção B.
A fracção B confere a especificidade da actividade toxinogénica
Estas exotoxinas catalisam de um modo geral o mesmo tipo de reacção:
◦ removem o grupo ADP-ribosil do NAD e ligam-no covalentemente a uma proteína da célula o que a torna inactiva ou anormal para a célula, provocando uma paragem da síntese proteica.
◦ A toxina da cólera o grupo ADP-ribosil liga-se à proteína que controla o AMP cíclico o que leva a uma saída de electrólitos da célula
EXOTOXINAS
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2. Citotoxinas
Não se diferenciam como as anteriores em A-B e actuam por desorganização da membrana celular
Este tipo de exotoxinas não têm actividade enzimática, o efeito tóxico dá-se por inserção na membrana celular provocando a sua ruptura◦ proteínas, cujo receptor é o colesterol e não um carbohidrato, que levam à formação de poros na
membrana citoplasmática, permitindo uma entrada de água na célula◦ fosfolipases hidrolizam os fosfolípidos da camada fosfolipídica da membrana citoplasmática
As enzimas hialuronidases, proteases não são consideradas exotoxinas, porque apesar de degradarem os componentes extracelulares danificando os tecidos, normalmente não levam à lisecelular. No entanto estas enzimas podem estar associadas ao mecanismo de acção das exotoxinas.
3. Superantigénios
Proteínas que estimulam as células T a produzir citoquinas
Os superantigénios não são processados por digestão proteolítica dentro das células apresentadoras de antigénios (APC), mas ligam-se directamente ao complexo MHC da classe II à superfície das APC e às células T Helper.
Este processo é feito indiscriminadamente tanto para as células APC como para as Helper o que provoca um aumento da Il-2 e de outras citoquinas originando uma patologia característica choque tóxico
EXOTOXINAS
A produção de exotoxinas pode ser uma maneira da bactéria se adaptar ao meio, mas não é essencial para a sua viabilidade
O papel das exotoxinas na doença
� Intoxicação alimentar
A toxina é produzida no alimento e os sintomas devem-se à toxina e não ao desenvolvimento bacteriano no aparelho digestivo
� Toxi-infecções
A bactéria coloniza a mucosa, não invade, mas produz a exotoxina que vai actuar localmente ou entra em circulação e vai atingir tecidos ou orgãossusceptíveis
� Infecções invasivas
A bactéria utiliza a toxina para danificar os tecidos ou destruir as células fagocitárias o que lhe permite multiplicar e invadir as células
EXOTOXINAS
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A actividade biológica das endotoxinas está associada ao lipopolissacárido LPS da outer membrana das bactérias de Gram negativo e ao ácido teicoico nas Gram +.
O lípido A é fracção tóxica da molécula
O antigénio O e o core responsáveis pelas propriedades imunogénicas
As endotoxinas representam o principal agente que desencadeia as reações do choque, ou colapso vasomotor que leva à falência múltipla de órgãos.
Propriedades biológicas do LPS das G-
Tanto o lípido A como os polissacáridos do core e do antigénio O actuam como factores de virulência das bactérias de Gram -.
A ação do LPS baseia-se na ligação a receptores específicos dos monócitos, macrófagos e outros tipos celulares como as células endoteliais. Ao interagir com o LPS, estas células ficam ativadas e libertam uma série de mediadores que agem em diversos órgãos e tecidos. Há destruição celular e comprometimento da função de alguns órgãos e tecidos. O componente tóxico do LPS corresponde ao lipídeo A.
Mutantes produtores de moléculas de LPS incompleto confirmam estes dados:◦ ausência do antigénio O torna as estirpes mais susceptíveis à fagocitose e às reacções
bactericidas do soro e impede as estirpes de aderir às células epiteliais.◦ ausência de partes próximas do core torna as estirpes sensíveis a uma gama de compostos
hidrofóbicos como: antibióticos, sais biliares. ◦ A biosíntese do LPS é sequencial, os açúcares do core são adicionados ao lípido A
sucessivamente e o antigénio O é adicionada por último numa subunidade pré-formada.◦ As bactérias libertam pequenas quantidades de endotoxinas na fase exponencial de
crescimento, que permanecem associadas à parede celular e são libertadas após autolise da célula mediada por acção do complemento e digestão fagocitária.
ENDOTOXINAS
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Características das endotoxinas
As endotoxinas comparadas com as exotoxinas são:
� menos potentes e com menor especificidade de acção
� não têm actividade enzimática
� Termoestáveis
� degradam-se por acção de agentes oxidantes: peróxido, hipoclorito
� fortemente antigénicos
Todas as endotoxinas produzem os mesmos efeitos biológicos no hospedeiro qualquer que seja a bactéria produtora
ENDOTOXINAS (II)
Defesas contra MO
� Inatas
� Barreiras mecânicas e químicas.
� Defensinas e catelecidinas
� Fagocitose
� NK
� Proteínas da fase aguda (proteína C reactiva e alfa1-antitripsina)
� Interferão
� Complemento
� Respostas específicas
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Mecanismos de defesa do hospedeiro
� Defesas constitutivasMecanismos de defesa referidos como naturais do hospedeiro saudável e inerentes a um hospedeiro específico◦ barreiras anatómicas ◦ susceptibilidade para alguns agentes patogénicos◦ antagonismo microbiano◦ actividade bactericida de alguns tecidos◦ inflamação◦ Fagocitose
� Defesas induzidasOs mecanismos de defesa são induzidos pelo agente patogénico e envolvem a resposta imunitária ◦ a bactéria pode ser rapidamente eliminada pela imunidade não específica (polimorfonucleares e macrófagos) ou pela imunidade específica pré existente
◦ pode multiplicar-se e eventualmente ser a fonte de uma infecção, mas ser eliminada sob influência da imunidade específica
◦ pode persistir dentro de algumas células resistindo parcialmente às reacções imunitárias
Defesas constitutivas
1. Barreiras anatómicas
� Pele
� superfície da pele quando intacta é uma barreira física à entrada de microrgan.
� Mucosas
� Mucosas essencialmente constituídas por células epiteliais que segregam muco, o que impede a secura e a invasão por alguns microrganismos
� Aparelho respiratório
� Pelos do nariz e cílios
�Epiglote - cartilagem que cobre a laringe- Tosse
�Aparelho digestivo- Saliva ajuda a prevenir uma colonização exagerada de microrganismos- Movimentos peristálticos
�Aparelho genito-urinário- Secreções vaginais - pH ácido- Fluxo urinário e a acidez da urina
�Lágrima : acção mecânica de lubrificação e de arrastamento dos microrganismos
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a Pele
� Barreira mecânica
� Sequeade
� pH ácido
� Descamação celular
� Suor
� Flora normal
as mucosas
� Mecanismos específicos: IgA secretora
� Inibe aderência bacteriana� Neutraliza vírus e toxinas
� Impede a absorção de Ag por células epiteliais
� Regula a secreção de muco??
� Mecanismos inespecíficos:
� Substâncias biológicas activas (lisozima, lactoferrina, H2O2,…)
� Flora normal� Mucinas
� Glicoproteínas hidrofílicas
� Lubrificação
� Impermeabilidade
� Protecção frente a presión osmótica
� Inibição aderência bacteriana
� Impede união de toxinas
� Favorece a acção da IgA
� Eliminação mecânica de microorganismos
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Flora normal
Vantagens
� Efeito sobre digestão/nutrição
� Biotransformação de ácidos biliares e colesterol
� Produção de nutrientes e vitaminas
� Interferência com patógenos exógenos
� Estimulação dos mecanismos de defensa
Inconvenientes
� Facilitação da colonização por outras espécies
� Origem de infecções endógenas
� Reservatório de resistência a antimicrobianos
Aparelho respiratorio
� Filtração aerodinâmica
� Humidificação
� Transporte
� Flora normal da orofaringe
� Secreções bronquiais
� Fagocitose
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Aparelho digestivo
� Boca:� Deglutição
� Saliva� Flora normal
� Estômago: pH ácido
� Intestino:� Secreções digestivas
� Peristaltismo
� Secreção mucosa� Flora normal
Aparelho genitourinario
� Arraste mecânico da micção
� pH ácido da urina
� Estado hipertónico da medula renal
Homem:�Longitude da uretra�Secreções prostáticas
Mulher:�pH ácido vaginal�muco
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2. susceptibilidade para alguns agentes patogénicos
� Resistência natural entre indivíduos da mesma espécie
� ausência de receptores celulares para bactérias e/ou seus produtos toxinas
� temperatura do hospedeiro
� ausência de nutrientes específicos necessários ao crescimento bacteriano
� Resistência individual entre indivíduos da mesma espécie
� idade e sexo
� cansaço
� má nutrição, deficiência em vitaminas e proteínas
� associação com outras doenças e a terapêutica associada
3. antagonismo microbiano� A flora normal protege as superfícies que coloniza
� por competição� antagonismo específico - bacteriocinas� antagonismo não específico - ácidos gordos e peróxidos
4. Inflamação
5. fagocitose
Defesas constitutivas
Inflamação
1. Tumor
2. Rubor
3. Calor
4. Dolor
1. Alterações hemodinâmicas
2. Alterações de permeabilidade
3. Acumulação de células fagocíticas
Mediadores químicos:1. Histamina2. Factores da coagulação3. Factores do complemento4. Metabolitos ac. araquidónico
(prostaglandinas, leucotrienos,prostaclinas)
5. Citoquinas
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6. Actividade bactericida de alguns tecidos
� Lisozima : nas lágrimas, saliva, secreções nasais e suor
� Produção de ácidos: Suco gástrico, suor, glândulas sebáceas
� Transferrina, lactoferrina, ferritina: Glicoproteínas que se ligam ao ferro, reduzindo o ferro livre necessário ao crescimento bacteriano
� Interleuquina 1 - IL-1, Existe nos vacúolos dos macrófagos e linfócitos, está na origem da febre e da activação da resposta imunitária
� Interferão: Proteínas solúveis IFN b; INF a; IFN g produzidas por células T activadas
� Proteína C reactiva: Proteína produzida no fígado e que aparece nos estados agudos liga-se aos lipopolissacáridos da parede bacteriana e promove a opsonização e activação do complemento
� Complemento: como defesa constitutiva dado que tem um papel importante na inflamação e fagocitose, como defesa induzida pela actividade antimicrobiana induzida após a ligação antigénio-anticorpo
Defesas constitutivas
mecanismos de defesa induzidos pelo agente patogénico, envolvem a
resposta imunitária
� a bactéria pode ser rapidamente eliminada pela imunidade não específica (polimorfonucleares e macrófagos) ou pela imunidade específica pré existente
� pode multiplicar-se e eventualmente ser a fonte de uma infecção, mas ser eliminada sob influência da imunidade específica
� pode persistir dentro de algumas células resistindo parcialmente às reacções imunitárias
Defesas induzidas
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Mecanismos bacterianos de evasão às defesas
fagocitárias
1. Impedir o contacto com as células fagocitárias◦ Por sintetizar estruturas idênticas às do hospedeiro
2. Inibição da ingestão pelas células fagocitárias◦ A resistência à ingestão é inibida por componentes da parede bacteriana, polissacáridos
capsulares, proteína M do Streptococcus do Grupo A, slime da Pseudomonas aeruginosa, antigénio O associado ao LPS e antigénio K na E. coli, antigénio Vi na Salmonella typhi, proteína A no Staphylococcus aureus
3. Lise das células fagocitárias◦ Agressinas proteínas extracelulares produzidas pelas bactérias que promovem a lise das
células fagocitárias antes ou após ingestão.
4. Lise antes da ingestão◦ Leucocidinas, estreptolisina ou hemolisinas, exotoxina A da Pseudomonas aeruginosa,
Toxinas A-B Bordetella pertussis e Bacillus anthracis
5. Lise após a ingestão◦ Parasitas intracelulares dos macrófagos que podem crescer no fagossoma ou no
fagolissosoma e que libertam substâncias tóxicas promovendo a lise dos macrófagos e passar a outras células.
6. Multiplicação nas células fagocitárias◦ Os mecanismos que as bactérias se servem para invadir as células fagocitárias são
normalmente factores de virulência não tóxicos como as invasinas e noutros casos utilizam as proteínas C3b do complemento para servirem de ligação à superfície dos macrófagos.
Mecanismos bacterianos de evasão às defesas
fagocitárias
7. Inibição da formação do fagolissosoma
� Inibem a formação do fagolissosoma por modificação da membrana lissosomal ou da membrana do fagossoma
� Salmonella, Mycobacterium, Legionella e Chlamydia
8. Resistência aos constituintes lissosomais
� Há a formação do fagolissosoma, mas a bactéria é capaz de resistir à actividade bactericida dos lissosomas devido às características dos constituintes hidrofóbicos da parede celular ou componentes capsulares ácidos micólicos no Mycobacterium, e do LPSna Brucella
� As bactérias extracelulares podem por intermédio da cápsula e da membrana externaSalmonella, E. coli, Bacillus anthracis ou pela produção de sideróferos Salmonella, E. colisobreviverem no interior do fagolissosoma.
9. Libertação do fagossoma
� Por acção enzimática, algumas bactérias libertam-se do fagossoma e multiplicam-se no citoplasma, fosfolipases A da Rickettsia e a fosfolipases C e a listeriolisina O da Listeria monocytogenes.
Depois de passar a barreira epitelial as bactérias têm ultrapassar as respostas imunitárias humoral e celular