34 o jovem [outubro2010]
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O Jovem, jornal oficial da Juventude Popular da Maia. www.jpmaia.orgTRANSCRIPT
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Raquel Paradela Lopes, que faz parte do Gabinete de Relações Internacionais da Juventude Popular, conta-te tudo sobre a agenda internacional da JP e dá-te a oportunidade de conheceres por dentro este gabinete.
Nuno do Carmo, autor de uma tese de doutoramento sobre juventudes partidárias, conta-nos a visão de alguém que, apesar de não possuir qualquer cartão de militante, viveu por dentro a vida de uma “jota”.
Falamos com Pedro Vidal, que deu ao CDS e à JP a alegria da conquista da Junta de Freguesia do Préstimo nas últimas autárquicas, foi recentemente eleito presidente da Distrital de Aveiro, que volta assim à actividade.
[14]
Após a sua eleição como vice-presidente da Juventude Popular em Maio de
2009, Luís Pistola tornou-se uma das figuras de maior relevo da estrutura. Dono
de uma capacidade e uma inteligência inquestionáveis, o seu contributo passa
agora a ser dado na secretaria-geral. Fomos falar com ele, e saber quais as suas
motivações e expectativas.
Há muito que nos habituamos a não ver na
seriedade um valor inquestionável para
muitos daqueles que percorrem alarvemente
os caminhos da nossa política. Os tais vermes
que nos passam pela televisão enchendo a
boca de compromissos sem honra e
convicções sem validade. Foi assim que, como
que comungando da necessidade de se
protegerem no seu longo lamaçal de que não
abrem mão, os dois maiores partidos
portugueses agiram para chegar a um acordo
relativamente ao Orçamento de Estado.
Houve avanços, recuos e drama quanto baste.
Houve tacticismo, sectarismo, ingenuidade e
interesses com fartura. Preocupação com os
portugueses nem por isso. E porque
haveríamos de esperar tal coisa de quem
nunca se importou com isso?
Muito pouco tempo antes de ser oficial o que
todos já prevíamos – que PS e PSD
concordavam no tamanho e nas feições da
gamela que se habituaram a partilhar – Pedro
Passos Coelho, o novo D. Sebastião da
política portuguesa, anunciava bravamente
que o PSD não daria "nem um minuto de
descanso" ao Governo. Mais: vestido com a
aparência típica das boas intenções,
anunciava que o seu partido quer dar "uma
alternativa ao país". Mas, eis que do
espesso nevoeiro, por terras gaienses, se
vislumbrava Luís Filipe Menezes como seu
anfitrião, ilustre verme da nossa praça.
“Diz-me com quem andas, dir-te-ei quem
és”, diz o povo. Arrisco uma alternativa,
atendendo às movimentações sinuosas em
que o novo líder laranja se deixou levar:
acompanhado de vermes, verme serás.
Mais do que alternativa, esta dança
calculista de dois corpos mortos em busca
da alternância no poder, fim último e
supremo das suas vidas viscosas e
pestilentas, transforma tudo isto num
espectáculo deprimente, e cuja
consequência prática não é mais do que a
habitual.
“ Mas, eis que do nevoeiro, por terras gaienses, se vislumbrava Luís Filipe Menezes, ilustre verme da nossa praça. “Diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és”, diz o povo. Arrisco uma alternativa: acompanhado de vermes, verme serás.
No passado dia 13 de Outubro a Juventude Popular da
Maia voltou às acções de campanha junto das escolas e
jovens do concelho, tendo a Escola Secundária da Maia,
localizada bem no centro do concelho, sido a escolhida.
Mais uma vez, foram distribuídos dezenas de flyers com a
mensagem política da Juventude Popular verificando-se
uma boa recepção da parte dos alunos. A Juventude
Popular da Maia aposta fortemente nestas iniciativas de
proximidade como via de fortalecer o alerta da população
mais jovem para maior participação na vida política do
país e na real dimensão desta no futuro de cada um de
nós. Em breve a estrutura voltará às escolas ainda em
data a definir.
Atenta à prestação dos vários organismos e entidades que
compõem o concelho da Maia, a secretaria-geral da
Juventude Popular da Maia enviou vários pedidos de reunião
e visitas. Nesta interessante iniciativa figuram os executivos
de junta, que ainda não tinham respondido ao desafio da
estrutura, e outras entidades como a Associação
Empresarial da Maia, os Bombeiros Voluntários de Moreira
ou o Núcleo da Maia da Cruz Vermelha. A estrutura
considera elementar o conhecimento destes organismos e
faz questão de aproximar o mais possível estes contactos
que permitem trocar experiências e conhecimentos sobre o
nosso concelho.
Por terras de
Lidador Sabe quem cá vive e não sabe quem cá
não vive pela simples razão de que não
existe. Estou a falar do inexistente
dinamismo da vida nocturna no centro do
concelho. Talvez a inequívoca prova de
que a Maia, por muito que faça, nunca
passará de uma cidade simpática e
pacata apenas para dormir e descansar
ao domingo à tarde. Muito pouco se tem
feito para contrariar esta tendência de
desertificação e procura de lazer nos
concelhos vizinhos de Porto e Gaia. Por
muito que se tente compreender este
fenómeno, as conclusões esbarram
sempre num sentimento de que não há
vontade política para que tudo seja
diferente e chamativo. Eu acabo por
concordar e deixar apenas no ar um
ponto de interrogação: essa vontade
política não existe por saber que não
estão reunidas condições de segurança
vontade política para que tudo seja
diferente e chamativo. Eu acabo por de
interrogação: essa vontade política não
existe por saber que não estão reunidas
condições de segurança para essa
promoção ou essa vontade política não
existe porque o concelho da Maia tem
de continuar a ser apenas e só de um
punhado de velhos do Restelo que a
reclamam para si? Gostava de acreditar
na conclusão mais inteligente, seria
sinónimo de responsabilidade. Mas não
creio, e tão-pouco aceito que me
justifiquem esta crítica com
iniciativas públicas anuais que
pouco ou nada atraem os jovens.
Pessoalmente não espero, nem quero,
que a Câmara Municipal da Maia seja a
única a oferecer soluções de lazer no
pouco ou nada atraem os jovens.
Pessoalmente não espero, nem quero,
que a Câmara Municipal da Maia seja a
única a oferecer soluções de lazer no
concelho. Não deve ser esse o seu papel
e muito menos condicionar quem o quer
fazer. A potencialidade do centro da
Maia é imensa e não se deve sujeitar a
uma festa popular por ano ou à espera
de uma qualquer parada militar. Criem-
se as condições para que os únicos
jovens, que atravessam a praça Dr. José
Vieira de Carvalho, não o façam apenas
para apanhar um metro rumo à baixa do
Porto. Esperemos que seja por aí.
Em primeiro lugar gostaria de agradecer
à JP Maia, em particular ao gabinete de
imprensa respons|vel pelo Jornal “O
Jovem” pelo convite que me foi feito,
dando-me assim a oportunidade de
apresentar o Gabinete das Relações
Internacionais da JP Nacional. O Jornal
“O Jovem” tem vindo a posicionar-se ao
longo dos últimos tempos como um local
de excelência para a discussão dos mais
variados temas e também como um
veículo de comunicação que permite a
contribuição intelectual dos nossos
jovens de direita. É um exemplo, difícil de
encontrar nos dias de hoje, de um espaço
livre e imparcial de apresentação e
esclarecimento das opiniões e causas.
Vivemos hoje em tempos dinâmicos e a
Internet mudou as nossas vidas, por isso
decidi apresentar-vos o meu artigo na
fórmula tão popular, e de sucesso, que
existe na Internet: “FAQ – Frequently
Asked Questions”. Desta forma poderei
responder a perguntas que militantes da
JP colocam relativamente a este
Gabinete, bem como de uma forma
pouco maçadora transmitir-vos tudo o
que este representa.
O que é o Gabinete de Relações
Internacionais e quem somos?
O que é o Gabinete de Relações Internacionais e quem somos?
Uma das grandes responsabilidades da
direcção nacional da JP é as Relações
Internacionais, à semelhança do que
acontece no CDS-PP. Esta CPN tem
dedicado uma justa e merecida atenção a
este tema, algo que infelizmente num
passado próximo não tinha acontecido.
Assim, foi criado o Gabinete de Relações
Internacionais da JP com a
responsabilidade de apoiar e responder
especificamente a estas questões.
Actualmente este gabinete é constituído
por mim, como membro responsável das
relações internacionais da actual CPN e
pela nossa, desde há muito tempo,
Secretária Internacional, Carolina Thiede Sá
Correia. Pertencem também a este
Gabinete os membros de certa forma “não
fixos” ou “rotativos”, como o Rodrigo Lobo
d’Ávila, que nos apoiam, permitindo assim
descentralizar o nosso trabalho. Dividimos
as participações entre ”fixos” e “não fixos”
por algumas razões.
A primeira razão deve-se ao facto de o
trabalho a desenvolver em cada uma das
instituições em que a JP se encontra
representada, ser um trabalho a
desenvolver de uma forma contínua, com a
instituições em que a JP se encontra
representada, ser um trabalho a
desenvolver de uma forma contínua, com
a preocupação de criar relações de
confiança e credibilidade com a nossa
instituição, normalmente personificada
pelos nossos delegados. Uma vez que a
assiduidade dos encontros destas
organizações é menor, são também
menores as oportunidades de todos os
seus delegados se conhecerem e
desenvolverem essas relações baseadas
na confiança e credibilidade. Dai a
necessidade de membros fixos.
A segunda razão prende-se com o
número de delegados convidados por
evento ser normalmente dois. Por
exemplo, a representatividade máxima
dos países nos congressos eleitorais é de
dois delegados, sendo assim esse o
número máximo de votos a que cada país
tem direito.
Por último e esta é uma das razões mais
determinantes, deve-se aos custos
associados no transporte dos seus
delegados que a JP despende sendo, e
bem, realizada uma racionalização destes
custos.
Como funcionam estes encontros
internacionais?
blogs destas instituições. É imperativo que os
jovens portugueses tenham uma voz activa,
participativa e interessada no papel que
Portugal desempenha na Europa e na União
Europeia. Muitos de nós ainda se fecham no
seu cantinho Ibérico esquecendo-se da
proporção e da importância das decisões que
são tomadas dentro dos organismos
europeus e da repercussão destas mesmas
decisões nas nossas vidas e sobretudo no
nosso futuro.
Actualmente fazemos parte do DEMYC
(Democrat Youth Community of Europe), do
IYDU (International Young Democrat Union),
do EDS (European Democrat Students) e do
EYC (European Young Conservatives) que
está agora a ser reactivado e no qual somos
um dos membros fundadores.
Estamos de momento a tratar da nossa
entrada no YEPP (Youth of the European
People’s Party), sendo um dos nossos
objectivos mais importantes de momento.
Para isso, como vamos ingressar numa nova
Organização Internacional, a nossa
participação terá que ser aprovada no
Conselho Nacional, para o qual contamos
com o apoio de todos.
Como funcionam estes encontros internacionais?
Existem vários tipos de encontros
internacionais:
Congressos eleitorais para a designação
dos membros pertencentes à comissão
executiva de cada organização;
Seminários de formação e discussão de
assuntos de intervenção política e
controvertidos da actualidade;
Reuniões executivas alargadas que
incluem um delegado (em regra) de cada
instituição.
Todas estas iniciativas são organizadas no
país da Juventude-Membro que tenha
apresentado uma proposta para a sua
realização, podendo ou não ser custeadas
pelas Instituições Europeias. Esta
Juventude fica assim responsável por toda a
logística do evento, nomeadamente a sua
organização, a estadia dos delegados, a
alimentação, os transportes (shuttle
Aeroporto Hotel e entre os diversos locais),
etc. O código de conduta nestes encontros
é elevado. Em média estes eventos
demoram entre 3 a 4 dias, sendo dois dias
dedicados à discussão de assuntos da
ordem de trabalhos e um dia dedicado a
visitas institucionais aos mais altos cargos
parlamentares, governamentais e nacionais
do partido da juventude anfitriã.
Para que servem estas instituições?
Existem pela necessidade de cooperação
internacional entre as diversas juventudes
partidárias, à semelhança da cooperação
desenvolvida entre os partidos-mãe na
defesa dos seus ideais e princípios no plano
internacional. As organizações a que
pertencemos congregam as juventudes
democratas, liberais e conservadoras de
toda a união europeia bem como de alguns
países europeus. Essas juventudes
representam-se nestas instituições para
desenvolverem um trabalho de entreajuda,
apoiando mutuamente campanhas locais e
nacionais nos seus Países, formando lobby
em causas que interfiram entre os seus
órgãos nacionais e os seus irmãos europeus
e assegurando também a sua presença
representativa nas diversas Instituições
Europeias e nas suas iniciativas dedicadas
aos jovens.
representativa nas diversas Instituições
Europeias e nas suas iniciativas dedicadas
aos jovens.
Cada instituição concorre aos diferentes
concursos para aquisição de fundos
disponíveis pelas Instituições Europeu para
a formação e desenvolvimento dos jovens,
com o objectivo de sensibilizar cada
juventude e por conseguinte os seus jovens
na importância das tomadas de posição e
discussão de assuntos que envolvam os
nossos países e o nosso futuro.
Como é que cada um de nós pode participar e contribuir?
Os jovens de hoje em dia, e mesmo dentro
da JP, ainda se encontram distantes de
algumas questões europeias que são de
elevada importância para o nosso futuro. O
mais interessante é que, é possível de uma
forma muito fácil, contribuir para a
construção do nosso futuro europeu,
através de artigos de opinião e de
investigação que cada um de nós pode
desenvolver tanto a nível individual como
colectivamente. Estes artigos devem ser
redigidos e enviados para as newsletter e
blogs destas instituições. É imperativo que
os jovens portugueses tenham uma voz
activa, participativa e interessada no papel
“
Escolas de formação por excelência, as
“Jotas” seriam uma ferramenta essencial
para o desenvolvimento de competências
essenciais para o exercício de liderança e
para o desempenhar de cargos políticos.
Assim pensava eu, pelo menos
Platão usou a metáfora do político como o
capitão de um navio, como alguém que
teria que estar preparado, através da
educação, para desempenhar aquela
função, de modo a conseguir manter o bom
rumo do navio e bem-estar da população. E
porquê este enfoque na formação, seguido
depois por Aristóteles? Pois, se bem
educado, um indivíduo adopta um conjunto
de normas, que levará à autonomia (auto
nomus). Tal aconteceria num mundo ideal,
sem perversões ou tentações. A partir do
momento em que a política passou a ter um
efeito no indivíduo, porém, abdicamos da
nossa resistência, entramos num processo
onde é fácil ceder a qualquer tentativa de
corrupção – seja em pequena ou larga
escala. A sociedade altera-se. Os indivíduos
são cada vez mais átomos, vendo todos os
outros como ameaça. Com tal, perde-se
essa noção de sociedade, adoptando-se um
individualismo extremo.
O pragmatismo torna-se o paradigma
vigente. Um político que tome determinada
atitude mais radical ou toque em assuntos
tabu deixará de ser político. Assistimos, por
O pragmatismo torna-se o paradigma
vigente. Um político que tome determinada
atitude mais radical ou toque em assuntos
tabu deixará de ser político. Assistimos, por
isso, a uma erosão de ideais e a acrobacias
complexas na arena política de modo a
primeiro obter e depois conservar o poder.
Se, como Anthony Downs defende, os
eleitores são consumidores, os partidos
funcionam como empresas, pretendendo
maximizar os seus resultados. Tal facto não
teria que, necessariamente, ser mau. Afinal,
é preciso alguma flexibilidade para
desempenhar qualquer cargo, público ou
privado. Mas, se esta perversão do nobre
ideal político pode ser tolerada a uma
pequena escala, torna-se impossível tolerá-
lo a uma escala maior – sendo tal ainda
mais alarmante se se replicar, de uma
forma ainda mais distorcida, no seio dos
próprios partidos e Jotas.
O meu primeiro contacto com uma
juventude partidária foi através do
telefone. Telefonei para a sede da Jota em
questão, onde falei com uma muito
simpática secretária. Após algumas
questões, foi-me sugerido o preenchimento
de uma ficha de militância e o seu envio
para a sede – algo que, obviamente, me
recusei a fazer. Expliquei que o que
pretendia era conhecer a estrutura, as
pessoas que a compõe, o seu modus
para a sede – algo que, obviamente, me
recusei a fazer. Expliquei que o que
pretendia era conhecer a estrutura, as
pessoas que a compõe, o seu modus
operandi e só depois decidir se me tornaria
militante ou não. A reacção foi de
desconhecimento – as coisas não
funcionariam assim. Analisemos então o
percurso de um jovem numa qualquer
“jota”: preenche-se a ficha, é-se acolhido
pelo presidente da secção em questão e,
imediatamente, arrastado para uma
qualquer guerra interna. Há sempre o grupo
no poder e a oposição, há sempre uma
disputa de eleições para qualquer órgão, o
que implica sempre uma tomada de
decisão sobre quem se apoia. E, muitas
vezes involuntariamente, é-se arrastado
para um conflito que nem se imaginaria,
onde há sentimentos de puro ódio em
relação à outra parte (e, hoje, é bastante
fácil acompanhar tal, devido às novas
tecnologias). Tal acontece, na maior parte
das vezes, devido à disputa por um cargo
sem qualquer relevância. Daí para a frente,
sucedem-se as reuniões esporádicas (se
bem que intermináveis), onde a discussão
política séria é pouca, onde os horários são
irrelevantes, e onde a aparência, o parece
que se faz algo é o mais importante. No
entanto, são uma óptima forma de
integração, de conhecimento da estrutura,
de alargar a esfera de influência, de
conseguir um muito ambicionado cargo ou
pelo menos ficar na pole position para o
mesmo. O, regra geral, lento ritmo de
actividades é pautado pela aproximação de
eleições, quando aumenta expo-
nencialmente.
Durante meses, acompanhei o quotidiano
das várias Jota. Vi de tudo. Pessoas que
passavam todas as tardes, na sede, a ler A
Bola. Pessoas que tinham o simples
objectivo de marcar presença, só
aparecendo quando sabiam de antemão
que os líderes estariam por lá. Pessoas cuja
principal preocupação e actividade prendia-
se com a Jota enquanto que, ao mesmo
tempo, negligenciavam os estudos e
desempenhavam um qualquer cargo,
conseguido através de influências políticas,
numa qualquer entidade pública ou
privada, cujos honorários eram acima da
média e a carga laboral muito abaixo da
média. Vi projectos com bastante potencial
a não avançar pois os elementos
Preenche-se a ficha, é-se acolhido pelo
presidente da secção em questão e,
imediatamente, arrastado para uma
qualquer guerra interna. Há sempre o grupo
no poder e a oposição, há sempre uma
disputa de eleições para qualquer órgão, o
que implica sempre uma tomada de decisão
sobre quem se apoia. E, muitas vezes
involuntariamente, é-se arrastado para um
conflito que nem se imaginaria, onde há
sentimentos de puro ódio em relação à outra
parte. Tal acontece, na maior parte das
vezes, devido à disputa por um cargo sem
qualquer relevância.
“
média e a carga laboral muito abaixo da
média. Vi projectos com bastante potencial
a não avançar pois os elementos
coordenadores nada mais fizerem para
além de comparecerem nas primeiras
reuniões. Vi um despesismo desequilibrado
e hábitos de vida nada compatíveis com a
idade. E assisti a uma conivência dos
partidos perante tal.
Viajei de norte a sul. Acompanhei as
campanhas que pude, fui a eventos,
alarguei o meu leque de conhecidos.
Desafiei-os, tentei perceber o que os atraía
para o mundo político, o que
ambicionavam. Percebi a importância de
ter um título. Porque, mais do que ser o
José ou o João, é-se o Presidente (ou
equivalente) de tal secção/concelhia/etc. e
isso altera, em muito, o reconhecimento
por parte dos outros. Perdi a conta ao
número de vezes em que a atitude de
determinadas pessoas se alterou depois de
saberem que não possuo nem pretendo
possuir um cartão de militância. Percebi
que, com isso, passei a ser um corpo
estranho naquele mundo, muitas vezes até
indesejado. Porque eu não teria qualquer
importância nem peso sem um cartão.
Assisti a uma guerra contínua de
angariação de militantes, pois trariam
votos. Quem seriam, qual a sua idade, quais
as suas ambições – todos aspectos
secundários. Deixam de haver critérios
sociais ou ideológicos, a preocupação tem
que ver só e apenas com números de
militantes. E, como foi dito, a preocupação
é trabalhar para a eleição, não o preocupar-
se com a sua formação e dos outros. O
trabalho com o exterior é a menor das
preocupações, com a excepção de algumas
intervenções escolhidas de forma cirúrgica
e de modo a não cair no esquecimento. Na
altura de eleições, liga-se a todos os
militantes, esquece-se convenientemente a
limpeza dos cadernos eleitorais, consegue-
se alterar datas de militância para que
alguns possam votar/fazer parte de listas. E
tudo isto é feito com uma naturalidade
difícil de compreender.
Assim, um jovem de hoje, interessado em
intervir no mundo político pode aderir a
uma Jota, passar por todo este processo de
formação partidária (não pessoal) e,
eventualmente conseguir atingir os seus
objectivos. Isso explica também o porquê
de muitos Jotas, quando atingem os 30
Porque, mais do que ser o José ou o João, é-se o
Presidente (ou equivalente) e isso altera, em
muito, o reconhecimento por parte dos outros.
Perdi a conta ao número de vezes em que a
atitude de determinadas pessoas se alterou depois
de saberem que não possuo nem pretendo possuir
um cartão de militância. Percebi que, com isso,
passei a ser um corpo estranho naquele mundo,
muitas vezes até indesejado. Porque eu não teria
qualquer importância nem peso sem um cartão.
eventualmente conseguir atingir os seus
objectivos. Isso explica também o porquê
de muitos Jotas, quando atingem os 30
anos, tentarem ao máximo adiar a sua saída
da estrutura – pois, quando no partido,
terão que voltar a conseguir a sua esfera de
influência, de modo a atingirem um status
respeitável. O jovem interessado poderá,
obviamente, afastar-se e não querer
intrometer-se em rivalidades e, em muitos
casos, infantilidades, mas deixará assim de
ter uma palavra a dizer.
Não advogo o fim das “jotas”. Poderia ser
uma solução para alguns dos problemas,
mas não todos. O facto de os jovens terem
que lidar com posições de
responsabilidade, de terem que afirmar-se,
de terem que lutar pelos seus objectivos
não é algo condenável. Mas, ao manter os
vícios existentes, acaba por deturpar o
objectivo final de qualquer envolvimento na
política, que é sempre o bem-estar de
terceiros. Ao apostar na educação (que não
deve roçar a propaganda), e incutir ideais e
valores, condenado qualquer
comportamento perverso, conseguiremos
aos poucos mudar. Qualquer estrutura
partidária (e social) deve estar assente num
único valor: o mérito.
Um amigo, que hoje não está já nas lides
das “jotas” disse-me, reflectindo sobre a
sua experiência que, no partido, há bons e
maus exemplos, e que a nós compete
seguir apenas os bons. Rematou dizendo
que lamentava apenas a assustadora
quantidade de gente que prefere seguir os
maus.
Uma pergunta que faço sempre, quando no
que lamentava apenas a assustadora
quantidade de gente que prefere seguir os
maus.
Uma pergunta que faço sempre, quando
no meio de pessoas de qualquer “jota”, e
quando estes me tentam convencer de
todas as qualidades da sua estrutura é:
“daqui deste grupo, por quem é que vocês
meteriam as mãos no fogo em termos de
idoneidade”? A resposta é sempre um
franzir de olhos e um silêncio
desconfortável. Até o dia em que ouça uma
resposta diferente, jamais considerarei a
militância de um qualquer partido. E posso
também escrever artigos deste teor sem
me preocupar com a minha posição na
estrutura ou com a perda de possíveis
aliados. Tudo porque a liberdade de
pensamento e de expressão são dos bens
mais preciosos que possuímos... E perdê-las
devido a um qualquer cargo político ou para
agradar a terceiros jamais seria uma opção.
Note-se que este artigo de opinião reflecte
apenas as minhas experiências com as
várias juventudes partidárias – que, de uma
forma surpreendente, não diferem tanto
umas das outras. Não se pretende ofender
ninguém, apenas comentar, criticamente, o
que foi vivido. Escrevo-o com a consciência
que haverá partes a sentirem-se ofendidas,
mas terei todo o gosto em discutir tais
tópicos, ou quaisquer outros, via e-mail ou
mesmo de forma presencial.
“ Uma pergunta que faço sempre, quando no meio de
pessoas de qualquer “jota” é: “deste grupo, por quem é
que vocês meteriam as mãos no fogo em termos de
idoneidade”? A resposta é sempre um franzir de olhos e
um silêncio desconfortável. Até o dia em que ouça uma
resposta diferente, jamais considerarei a militância de
um partido. Tudo porque a liberdade de pensamento e
de expressão são dos bens mais preciosos que possuímos...
E perdê-las devido a um qualquer cargo político ou para
agradar a terceiros jamais seria uma opção.
Foi na luxuosa estância balnear francesa
que Sarkozy recebeu para uma série de
reuniões de trabalho a Chanceler alemã
Angela Merkel e o Presidente russo
Medvedev. Esta cimeira teve como plano
de fundo a segurança na Europa. Este é
provavelmente o maior “não
acontecimento” dos últimos anos da
Europa. Pouco havia para delinear nesta
reunião que não seja debatido em Lisboa
durante a cimeira da NATO e não seria
em de Deauville que iria sair qualquer
acordo para a segurança da Europa. Mas
o brilhantismo do evento deu outro
charme à política de defesa europeia que
teve a sua “reunião zero” em Deauville.
Numa década, a ideia corrente de que a
Europa era um novo continente onde o
equilíbrio de poder era coisa passada
passou de confortável a problema e não
é isso que temos. A Rússia desconfia e
sempre desconfiará da NATO,
principalmente quando ela está a sua
porta, o alargamento para Leste da UE
também não é coisa que agrada a
Moscovo. As demonstrações pró-
ocidentais nesta década na Ucrânia e na
Geórgia são contra natura (sendo que a
Ucrânia já voltou atrás nesses planos), a
Turquia cada vez mais longe da adesão
intensifica uma política externa
independente e de maior importância e
cresce economicamente a olhos vistos.
Assim, a Rússia quer uma nova
arquitectura de defesa na Europa e será
tida em conta no novo Conceito Estratégico
da NATO. Não é à conta de mais nada
que Medvedev se deslocará em
Novembro a Lisboa para a cimeira da
organização. Para bem ou para o mal, o
novo Conceito Estratégico da NATO vai
definir, entre outras coisas, a nova
arquitectura da defesa da Europa. Os
americanos já negoceiam com russos a
colocação de mísseis defensivos em
território europeu (depois de Bush ter
falhado neste ponto). A Rússia sabe
aquilo que pode, e aquilo que
consegue, e está hoje na melhor
posição para exigir a Europa um novo
desenho defensivo que lhe interesse. E
à Europa, convém trabalhar junto de
Moscovo neste e outras pastas. Mas em
Deauville antes da chegada de
Medvedev, outra reunião teve lugar.
A cimeira da UE que teve lugar à dias em
Bruxelas começou também ela em
Deauville. As propostas que Merkel
apresentou em Bruxelas sobre as novas
regra do PEC até 2013 são
perfeitamente plausíveis tendo em
conta que é a Alemanha que tem pago a
maior factura do fundo europeu
que provavelmente chegará
a Portugal para o ano que vem junto com o
FMI que mete só um terço do Orçamento
deste fundo. Berlim quer regras mais
restritas para os prevericadores e quer
tirar o direito de voto nas reuniões a
quem não cumprir. Percebo bem e
concordo. Também percebo que
Portugal seja contra esta medida, como
Estado médio da UE que somos, ainda é
um golpe que levamos, pois somos uns
dos maiores prevaricados (os primeiros
a passar a barreira de 3% do deficit),
vamos perder direito de votos por uns
tempos entre este ano e 2013 como a
Alemanha quer. Como me dizia o Prof.
João César das Neves há tempos, o
português é o maior, fomos sempre
certinhos nas contas para entrar no
Euro, entramos merecidamente, e
quando nos vimos lá dentro, regabofe
para a frente. É uma coisa muito
portuguesa, estudamos, estudamos,
estudamos, quando acaba o exame,
bebedeira. Este pensamento do Prof.
César das Neves é bem patente no fado
português. Somos assim. Mas vimos
numa comunidade que tem países que
estão fartos de nos pagar as contas, e
percebo e concordo que estejam fartos.
É de lembrar que Merkel perdeu a
maioria na Câmara alta do parlamento
alemão { custa do “bailout” { Grécia, e
percebe-se que já não queira perder
mais capital politico à custa de
Portugal, entre outros.
O pai do “regresso” da Argentina faleceu
vitima de um ataque cardíaco. Nunca fui
fã, mas deve ser lembrado como o
homem certo no lugar certo. Em 2001 a
Argentina encontrava-se numa crise
muito mais complicada do que a que
vivemos hoje em Portugal. Havia
demonstrações na rua em que se gritava
“Vão-se todos embora”, j| não havia
capital politico em nenhum partido. Em
2003, no meio de uma gigantesca bola
de neve politica, Kirchner apareceu e
pôs a Argentina a crescer 8% ao ano...é
o sonho de qualquer pais. A Argentina é
hoje uma das economias emergente à
escala global e a “manda-chuva” número
dois da América Latina à custa em
grande parte do trabalho desenvolvido
por este descendente de suíços e croatas
da Patagónia, onde foi governador.
Acreditava-se piamente em Buenos
Aires que em 2012, Kirchner seria
candidato novamente para suceder a sua
esposa, que por sua vez o sucedeu a ele.
As sondagens a isso indicavam. Um
misto de república/monarquia que
agradava a quem este perto de não ter
nada. Eduardo van der Kooy, o director
do "Clárin", resumiu o espírito da
Argentina assim: "A morte de Néstor
Kirchner acrescenta incertezas a um país
que já as tinha. Um país que parece
destinado a viver entra a tragédia e o
drama."
O Iémen e a Somália estão rapidamente
a tornar-se nos locais mais perigosos
para o ocidente em termos de produção
de actividade terrorista. Não é por nada
que estes acontecimentos de final de
Outubro, com o avião proveniente do
Iémen que teve de ser escoltado e
aterrado em Londres para ser
vasculhado. Não é por nada que os voos
do Iémen estão cancelados para a
Alemanha e Reino Unido que também
cancelou os voos da Somália. Não é por
nada que a Secreta saudita avisou a França
especialmente que a célula da Al Qaeda no
golfo Pérsico está acordada ou em vias de
o fazer, as evacuações da Torre Eiffel
entre outros.
O reforço de segurança pela Europa e
pelos EUA fora está iminente por a nova
vaga de operações contra o ocidente está
a porta. A nova arquitectura de segurança
da Europa debatida pela NATO e a cimeira
da UE com os EUA em Lisboa terão de ter
este assunto na mesa.
O golfo Pérsico e o Corno de África tem de
passar a fazer parte das preocupações
ocidentais e tem de passar para a pasta dos
assuntos pendentes urgentes em termos de
"intelligence", sob pena de não
conseguirmos contrariar a tendência de
estes novos paraísos terroristas se
tornarem, num futuro próximo, o novo
Afeganistão, e com Meca mesmo ali ao
lado.
“ Não há desafios de Portugal que não o
sejam também da JP. Luís Pistola
O secretário-geral da
Juventude Popular em entrevista
O que te motivou no desafio da secretaria-geral da Juventude Popular? Quando, em Maio de 2009, aceitei o convite do nosso Presidente para fazer da parte da Comissão Política Nacional, aceitei, por isso mesmo, um nível de maior comprometimento com a estrutura da JP e com o seu crescimento e fortalecimento. O desafio da secretaria-geral aconteceu, precisamente, tendo em conta esse objectivo. É, obviamente, um cargo com um perfil diferente do de vice-presidente, mas creio que devemos procurar a mudança e nunca nos devemos deixar “habituar”. As sedimentações, as habituações (nos espaços, nos tempos, nas ideias e nas pessoas) são em tudo contrárias ao espírito de serviço e disponibilidade para a novidade que defendo que devemos ter sempre que abraçamos um qualquer projecto na vida. Que principais metas e objectivos estabeleceste quando assumiste o lugar? O principal objectivo de qualquer secretário-geral (e de qualquer equipa da secretaria-geral) é sempre o mesmo: o crescimento e o reforço da estrutura da JP.
secretário-geral (e de qualquer equipa da secretaria-geral) é sempre o mesmo: o crescimento e o reforço da estrutura da JP. Mais: é o principal objectivo e um dos principais deveres de cada secretário-geral. Queremos mais e melhores concelhias, mais e melhores distritais, num esforço de crescimento e reforço do trabalho da nossa estrutura. Não basta crescermos, se ao fazê-lo não procurarmos a excelência, se não procurarmos sermos melhores, mais dinâmicos, mais inventivos do que os nossos adversários. Há depois um objectivo de organização interna e de profissionalização dos procedimentos que me parece essencial para cumprir o primeiro objectivo. Quando sair destas funções quero fazê-lo com a sensação de ter deixado a “casa arrumada”. Para isso é também imprescindível que a secretaria-geral cumpra e faça cumprir todas as obrigações previstas nos Estatutos e Regulamentos da JP. Mais do que facilitar-nos a vida, elas existem para salvaguardar e garantir a legalidade e justiça de todos os procedimentos.
que facilitar-nos a vida, elas existem para salvaguardar e garantir a legalidade e justiça de todos os procedimentos. Sendo mais específico, qual é para ti a melhor estratégia da secretaria-geral da JP para um apoio eficaz às concelhias? Acima de tudo a secretaria-geral deve funcionar na base da proximidade/disponibilidade, servindo como “o descomplicador”. Isto é: identificadas as fragilidades e problemas de cada estrutura (e temos estado a trabalhar nesse sentido) deve a secretaria-geral trabalhar ao lado das concelhias no sentido de retirar essas areias da engrenagem. Para além disso julgo que a secretaria-geral deve apostar cada vez mais no apoio localizado às concelhias: mais do que as grandes campanhas nacionais, estas devem incidir na pequena escala, mostrando o trabalho, as preocupações e propostas das nossas estruturas – assim ganha-se em eficácia e, hoje em dia com a pluralidade de meios e opções gráficas, não é mais oneroso. Quais consideras serem os principais obstáculos à implantação da JP no
“ Mais do que ser um burocrata, um secretário-geral é como um relojoeiro: constantemente a afinar a máquina, a melhorá-la, a aperfeiçoá-la.
“ Quais consideras serem os principais obstáculos à implantação da JP no terreno? Acima de tudo as pressões das outras forças políticas autárquicas no sentido de bloquearem toda e qualquer oposição. Oiço isso muitas vezes e sei bem por mim o que é ser oposição numa terra onde há uma maioria de outra força partidária – seja ela qual for! São raros os municípios portugueses que cumprem com o estatuto de oposição e que não colocam barreiras à oposição. O recente caso do cancelamento de actividades da JP em Oeiras e em Aguiar da Beira demonstra como – seja no interior, seja no litoral – os nossos filiados e simpatizantes sofrem a pressão da pouca cultura democrática ainda vigente. E isso é verdade quer para a JP, quer para o CDS. Daí que tenhamos hoje uma cada vez mais forte relação de inter-ajuda para a formação de estruturas de ambas as organizações. Quais consideras serem os principais obstáculos à filiação de novos jovens hoje em dia? A juventude tem hoje uma pluralidade de solicitações que as anteriores gerações não tinham. Vivemos também uma época de crise, o que origina o crescente decréscimo de respeito e de confiança na política e nos políticos – quase quarenta anos de promessas feitas ao vento, impunidades e compadrios colocaram o sistema sob suspeita. No entanto não acho que – como muito se ouve dizer – os jovens estejam completamente divorciados da política. O esforço deve de ir no sentido de conseguir captar a atenção para algo que é a base de qualquer sistema político: somos nós que o fazemos. Isto é, se todos nos alhearmos nas nossas responsabilidades e deveres, nunca podemos tentar mudar para melhor – restar-nos-á o sarcasmo amargo. Simplesmente com a pluralidade de solicitações, a política vai perdendo lugares no índice de prioridades. Os nossos maiores inimigos são a difusão de uma ideologia de não comprometimento e de relativismo absoluto (a raiar a indiferença), facilitadora do estado actual de coisas, contra a qual todos nós lutamos no dia-a-dia: são as célebres frases ”são todos iguais” ou “quando l| chegam fazem todos o mesmo”. E hoje os problemas da juventude são – cada vez mais – os problemas de toda a sociedade. Seja o desemprego, a falta de qualidade e desorganização do ensino, as incertezas quanto ao sistema de protecção social, a inversão da pirâmide demográfica, a estagnação da economia e a asfixia fiscal que vivemos, tudo tem um efeito pernicioso na vida dos jovens e no futuro da sociedade portuguesa. Devemos tomá-lo como uma oportunidade!
esforço deve de ir no sentido de conseguir captar a atenção para algo que é a base de qualquer sistema político: somos nós que o fazemos. Isto é, se todos nos alhearmos nas nossas responsabilidades e deveres, nunca podemos tentar mudar para melhor – restar-nos-á o sarcasmo amargo. Simplesmente com a pluralidade de solicitações, a política vai perdendo lugares no índice de prioridades. Os nossos maiores inimigos são a difusão de uma ideologia de não comprometimento e de relativismo absoluto (a raiar a indiferença), facilitadora do estado actual de coisas, contra a qual todos nós lutamos no dia-a-dia: são as célebres frases ”são todos iguais” ou “quando l| chegam fazem todos o mesmo”. E hoje os problemas da juventude são – cada vez mais – os problemas de toda a sociedade. Seja o desemprego, a falta de qualidade e desorganização do ensino, as incertezas quanto ao sistema de protecção social, a inversão da pirâmide demográfica, a estagnação da economia e a asfixia fiscal que vivemos, tudo tem um efeito pernicioso na vida dos jovens e no futuro da sociedade portuguesa. Devemos tomá-lo como uma oportunidade! Muitas vezes o papel de Secretário-Geral é remetido para um cenário de burocracia e formalidades. Entendes que um Secretário-Geral deve ser muito mais que isso? Julgo que sim. Um secretário-geral deve ser o organizador-mor; isto é, para além de todas as “burocracias e formalidades”, deve também funcionar como elemento facilitador e transmissor entre os diversos órgãos e estruturas da JP. Diria ainda mais: deve funcionar como o braço direito do Presidente e da CPN para a aplicação e execução das linhas definidas, sendo igualmente “o melhor amigo” das concelhias, das distritais, do Gabinete de Estudos e do Gabinete de Relações Internacionais. Mais do que um burocrata, vejo-o como “um relojoeiro”: constantemente a afinar a máquina, a melhorá-la, a aperfeiçoá-la. Posso dizer que o trabalho é infinito! Quais são neste momento as últimas perspectivas de crescimento da JP? Podes adiantar a’O Jovem alguma novidade? Nos últimos tempos – como é público – tem-se assistido a um grande crescimento
Muitas vezes o papel de Secretário-Geral é remetido para um cenário de burocracia e formalidades. Entendes que um Secretário-Geral deve ser muito mais que isso? Julgo que sim. Um secretário-geral deve ser o organizador-mor; isto é, para além de todas as “burocracias e formalidades”, deve também funcionar como elemento facilitador e transmissor entre os diversos órgãos e estruturas da JP. Diria ainda mais: deve funcionar como o braço direito do Presidente e da CPN para a aplicação e execução das linhas definidas, sendo igualmente “o melhor amigo” das concelhias, das distritais, do Gabinete de Estudos e do Gabinete de Relações Internacionais. Mais do que um burocrata, vejo-o como “um relojoeiro”: constantemente a afinar a máquina, a melhorá-la, a aperfeiçoá-la. Posso dizer que o trabalho é infinito! Quais são neste momento as últimas perspectivas de crescimento da JP? Podes adiantar a’O Jovem alguma novidade? Nos últimos tempos – como é público – tem-se assistido a um grande crescimento da JP (bem como do CDS/PP). Temos procurado reforçar as novas estruturas – de modo a que não sejam efémeras – e criar novas. Um dos grandes problemas de termos estruturas eleitas pela primeira vez ou pelo menos pela primeira vez em muitos anos é conseguir que esse esforço se consolide e não caia por terra à primeira dificuldade. Posso adiantar que no Alentejo estamos a trabalhar activamente para o crescimento (e crescemos a olhos vistos!), assim como em Leiria, onde temos reforçado imenso a nossa posição, e também no Ribatejo, onde o objectivo de termos uma Distrital de Santarém já está perto de ser atingido. Tanto na vice-presidência como na secretaria-geral tens sido uma das caras mais visíveis desta CPN. Em termos gerais, como classificas o seu trabalho até agora? Talvez haja essa sensação de maior visibilidade devido a – aquando do Congresso de Guimarães – eu ser uma das caras mais “desconhecidas”da equipa então eleita. A CPN é um órgão plural onde as pessoas fazem o seu trabalho consoante as suas áreas e as suas disponibilidades –
Queremos mais e melhores concelhias, mais e
melhores distritais. Não basta crescermos, se ao
fazê-lo não procurarmos a excelência, se não
procurarmos sermos melhores, mais dinâmicos,
mais inventivos do que os nossos adversários.
caras mais “desconhecidas”da equipa então eleita. A CPN é um órgão plural onde as pessoas fazem o seu trabalho consoante as suas áreas e as suas disponibilidades – nunca nos esqueçamos que a JP vive, desde a base até ao topo, da disponibilidade e generosidade dos seus membros, ao aceitarem dar o seu tempo, o seu trabalho e a sua inteligência. Diz-se sempre que não se deve julgar em causa própria, mas do ponto de vista geral penso que temos correspondido às expectativas da generalidade dos nossos militantes. Esta deve ser a CPN que (nos últimos anos) mais se empenhou no acompanhamento das actividades das concelhias e das distritais, num esforço de presença e de coordenação nem sempre fácil dada a disparidade geográfica dos seus elementos. Tentamos, sempre que possível, estar presentes, não apenas para participar, mas para ajudar as estruturas nos seus problemas e dúvidas. O mesmo temos feito em relação aos debates e conferências para os quais somos convidados – temos feito um enorme esforço no sentido de assegurarmos a presença da JP, seja pelos elementos da CPN, seja pelos outros militantes, dando-lhes assim a oportunidade de crescimento político que uma estrutura deste tipo deve dar. Paralelamente a isto temos tentado tornar o nosso trabalho mais visível aproveitando para isso a janela de oportunidade que é termos o nosso Presidente na Assembleia da República. O trabalho do Micha na Assembleia, em especial na Comissão de Educação não tem passado despercebido e tem contribuído para divulgar e dar uma projecção inteiramente diferente às propostas da JP. Julgo que é para todos um imenso orgulho saber que o Micha tem sido mais trabalhador do que a soma dos deputados da JSD e da JS presentes na AR! E julgo que uma boa parte das novas filiações e vontade de formar estruturas advém dos jovens verem “um dos seus” na grande casa da democracia, a lutar pelo seu futuro e pelos seus interesses. Ora, esse trabalho tem de ser largamente apoiado e enraizado na estrutura da JP, porque todos temos a ganhar: o Micha porque nunca perde o contacto com a “realidade” (problema comum a muitos deputados na AR), a estrutura porque através dele faz a sua voz chegar mais longe. Que grandes desafios prevês para o futuro próximo da JP e do país e, de que forma, os desafios de um se interceptarão com os do outro? Não há desafios de Portugal que não o sejam também da JP. Permito-me seleccionar três dos enormes desafios que se nos deparam: a) Obviamente que o grande desafio que se coloca neste momento é o da sobrevivência
grande casa da democracia, a lutar pelo seu futuro e pelos seus interesses. Ora, esse trabalho tem de ser largamente apoiado e enraizado na estrutura da JP, porque todos temos a ganhar: o Micha porque nunca perde o contacto com a “realidade” (problema comum a muitos deputados na AR), a estrutura porque através dele faz a sua voz chegar mais longe. Que grandes desafios prevês para o futuro próximo da JP e do país e, de que forma, os desafios de um se interceptarão com os do outro? Não há desafios de Portugal que não o sejam também da JP. Permito-me seleccionar três dos enormes desafios que se nos deparam: a) Obviamente que o grande desafio que se coloca neste momento é o da sobrevivência de Portugal enquanto comunidade política independente. Se há questão que a estagnação económica e crescente endividamento coloca é a de podermos continuar a decidir o nosso próprio caminho. Já se levantam muitas vozes a querer um crescente controlo central – ao nível europeu – das contas e das finanças, particularmente dos países incumpridores dos seus compromissos de redução do endividamento e equilíbrio das contas públicas, e não sejamos inocentes – se continuarmos neste “alegre” caminho para o abismo, seremos vítimas disso, transformando-nos numa nação de segunda no quadro das nações europeias. b) Um dos outros grandes desafios que se no coloca é o da qualificação: assusta-me ver o sistema de ensino totalmente esfrangalhado, dominado pelos “eduqueses”, cada vez mais irracional e desconchavado. Sem uma educação de excelência, nunca um país como o nosso pode vencer os enormes desafios que se lhe colocam! c) Por fim, o problema demográfico. Somos um país crescentemente envelhecido. Cada vez mais as pessoas casam mais tarde, têm menos filhos, entram no mercado de trabalho mais tarde. Os problemas que tudo isto levanta ao modelo de Estado que temos são gigantescos. Em causa estão os sistemas de saúde, protecção social, apoio à velhice, etc. Cabe à JP e a cada um em particular, denunciar o estado de coisas a que se chegou e propor as soluções. Enquanto estivermos dominados pela ideologia socialista na qual vivemos (onde se nivela por baixo para as estatísticas serem favoráveis), onde se empobrece a sociedade para assim sermos “todos iguais”, onde se gasta indiscriminadamente em obras faraónicas de regime sem que isso tenha algum retorno, onde se continue a ter medo da iniciativa privada, continuando a confundir “público” com “estatizado” (na educação, na saúde, na
“ Julgo que é para todos um imenso orgulho saber que o Micha
tem sido mais trabalhador do que a soma dos deputados da
JSD e da JS presentes na AR! E julgo que uma boa parte das
novas filiações e vontade de formar estruturas advém dos
jovens verem “um dos seus” na grande casa da democracia, a
lutar pelo seu futuro e pelos seus interesses.
menos filhos, entram no mercado de trabalho mais tarde. Os problemas que tudo isto levanta ao modelo de Estado que temos são gigantescos. Em causa estão os sistemas de saúde, protecção social, apoio à velhice, etc. Cabe à JP e a cada um em particular, denunciar o estado de coisas a que se chegou e propor as soluções. Enquanto estivermos dominados pela ideologia socialista na qual vivemos (onde se nivela por baixo para as estatísticas serem favoráveis), onde se empobrece a sociedade para assim sermos “todos iguais”, onde se gasta indiscriminadamente em obras faraónicas de regime sem que isso tenha algum retorno, onde se continue a ter medo da iniciativa privada, continuando a confundir “público” com “estatizado” (na educação, na saúde, na segurança social), continuaremos a marcar passo e a ameaçar o nosso futuro. Urge mudar e mostrar um caminho diferente que nos coloque novamente no trilho do desenvolvimento, do conhecimento, do crescimento. Queres deixar alguma mensagem aos leitores d’O Jovem? Deixar uma mensagem aos leitores d’ O Jovem é fazê-lo a mim próprio! Sou vosso leitor assíduo e acho que são um exemplo para – precisamente – mudar o estado de coisas que vivemos. Diria que todos pusessem os olhos no vosso (nosso) jornal. Que vissem que é possível fazer coisas de muita qualidade com meios escassos. Que vissem que quando se faz é para fazer bem. Que a qualidade da forma tem de ser sempre acompanhada pela qualidade do conteúdo. E que resistissem: que sempre que “um” Portugal nos desilude, não se esquecessem que h|, e sempre houve, “outro” Portugal. E que esse é possível! Com confiança, com determinação, com justiça lá chegaremos, sem desanimar com as derrotas, mas aprendendo com elas.
Perfil Embora nascido em Lisboa, vive quase desde que
nasceu, há coisa de 30 anos, em Ferreira do
Zêzere. Licenciado em Filosofia e pós-graduado
em Hermenêutica, Linguagem e Comunicação
pela Universidade de Coimbra, desempenhou
vários cargos na JP a nível local e universitário,
até que, em 2009, assumiu a vice-presidência da
direcção nacional. Diz ter a graça de ser judeu-
cristão-católico por devoção e fé, monárquico
militante e convicto, e do Futebol Clube do Porto
porque é o melhor. Eis Luís Pistola.
Um país: Portugal
Uma cidade: Londres
Uma viagem: Goa
Um exílio: Amalfi, Itália
Um livro: Totalité et Infini, Emmanuel Lévinas
Um filme: The Last Emperor, Bernardo Bertolucci
Uma música: Samson, Regina Spektor
Um político: Winston Churchill
Uma marca: Claus Porto
Uma bebida: Gin Tónico
Uma qualidade: Sentido de humor
Um defeito: Distracção
O que te motivou a assumir uma
candidatura à Distrital de Aveiro?
Entrei para a Juventude Popular em 2001
na qualidade de militante da concelhia de
Águeda, depois disso fui secretário da CPC
em 2002, durante os anos de 2005 a 2007
fui membro da CPD de Aveiro presidida
pelo Diogo Campos, de seguida assumi a
presidência da CPC de Águeda, depois em
2009 fui convidado pelo actual presidente
da JP, Michael Seufert a pertencer a CPN da
JP entretanto agora em 2010 surgiu a
oportunidade de formar novamente uma
estrutura distrital da Juventude Popular e
após convites de alguns presidentes
concelhios da JP, resolvi assumir a minha
candidatura a presidência da Comissão
Política Distrital pois achei que era o
momento de dar um novo rumo a
Juventude Popular do Distrito de Aveiro.
Tenho uma excelente equipa que me
acompanha e que é composta por
excelentes quadros da JP do Distrito de
Aveiro. Temos todos ideias bem claras e
acompanha e que é composta por
excelentes quadros da JP do Distrito de
Aveiro. Temos todos ideias bem claras e
projectos bem definidos que têm como
objectivos principais o aumento do número
de militantes da JP no distrito bem como a
criação de novas concelhias em municípios
em que ainda não temos representação da
estrutura.
Em que condições encontraste a
estrutura da JP no distrito, e que metas e
objectivos assumiste perante as mesmas?
A JP no Distrito de Aveiro passou por
momentos difíceis, nomeadamente nos
últimos 2 anos nos quais não havia
comissão política distrital visto que não
tínhamos o número mínimo de concelhias
eleitas para que tal pudesse existir.
Agora em 2010 e após um excelente
trabalho de implantação conseguido pela
actual CPN chegámos às 12 CPC eleitas no
distrito de Aveiro, factor que permitiu a
eleição da nova CPD. Hoje o nosso principal
actual CPN chegámos às 12 CPC eleitas
no distrito de Aveiro, factor que permitiu
a eleição da nova CPD. Hoje o nosso
principal objectivo é expandir a JP no
Distrito de Aveiro. Desde que tomámos
posse já realizámos 2 eleições concelhias
e temos nesse momento a terceira que é
Oliveira do Bairro para eleger já nos
próximos dias, com isto, queremos
chegar a todos os cantos do Distrito,
aumentando o nosso número de
militantes e integrando as suas imensas
diferenças, tornando-as na sua maior
riqueza, elevando o Distrito de Aveiro ao
lugar que ele merece.
Como avalias, até ao momento, a
prestação da Juventude Popular no
distrito de Aveiro e no contacto com os
jovens?
Como referi anteriormente, desde que
tomámos posse já aumentámos o número
de concelhias eleitas e mais ainda serão
eleitas a curto prazo.
Pedro Vidal é um caso de sucesso. O antigo presidente da concelhia de Águeda, e membro da Comissão Política Nacional, conseguiu o estrondoso feito de se transformar no Presidente de Junta mais novo do país, na freguesia do Préstimo. Recentemente foi eleito para presidir aos destinos da JP no distrito de Aveiro. “O Jovem” foi falar com ele sobre os novos desafios da “sua” Distrital.
tomámos posse já aumentámos o número
de concelhias eleitas e mais ainda serão
eleitas a curto prazo.
Desde Julho já deram entrada na Secretária
Geral da JP mais de 100 filiações de novos
militantes da JP do Distrito de Aveiro,
demonstrando que o trabalho que temos
desenvolvido tem dado frutos.
Neste momento estamos também a apoiar
os nossos militantes que estão envolvidos
nas campanhas para as Associações de
Estudantes visto que para nós as mesmas
são de fundamental importância para o
aparecimento de novos militantes na
Juventude Popular. Demos também início
agora no mês de Outubro a uma acção que
tem como objectivo criticar o governo pelo
facto de que o mesmo têm tido 2 pesos e 2
medidas em relação as SCUTS, e cujo mote
da nossa campanha é “Porque é que as
nossas vias não são do infante”, e como
princípio para passar a nossa mensagem
utilizámos a nossa página no Facebook,
algo que também criámos após a nossa
entrada para a estrutura distrital da JP.
Sobre as SCUTS, e como forma de
expressar a nossa revolta utilizaremos
também diversas lonas ao longo das
diversas SCUTS que atravessam o Distrito
de Aveiro.
Que diagnóstico social e económico
fazes do distrito de Aveiro? Que problemas e
quais as soluções?
Infelizmente os problemas são muitos no
Distrito de Aveiro. Enquanto Distrito limítrofe
do Porto, vivemos sob a atracção de um
grande pólo metropolitano, o que
naturalmente leva muitos jovens a preferir
viver e trabalhar no Porto, acabando por
descaracterizar a nossa região dia após dia,
mas apesar disso, este não é o nosso maior
problema, mas sim a incapacidade cada vez
mais saliente nos investidores, nos
empresários, e sobretudo nos nosso
governantes que não conseguem tornar Aveiro
num Distrito mais atractivo para todos, onde
em cada concelho fosse possível viver com
mais qualidade, onde houvesse cultura e
diversão a um nível aceitável e principalmente
onde fosse possível trabalhar com qualificação
e cuja remuneração reflicta essa mesma
qualidade, sendo que para isso, cabe-nos a
nós JP apenas procurar abrir horizontes,
tais como: Apoiar iniciativas de jovens
empresários e empreendedores; Incentivar
a criação de bolsas de emprego qualificado
tais como: Apoiar iniciativas de jovens
empresários e empreendedores; Incentivar a
criação de bolsas de emprego qualificado na
região; Estreitar a ligação com as autarquias
com o intuito de criar condições para que os
jovens com capacidades permaneçam na
região; Estreitar os laços da região, dos
jovens, e das autarquias com a Universidade
de Aveiro; Apontar caminhos de políticas
orçamentais locais saudáveis e sustentáveis
além de procurar dotar a região de Aveiro
com quadros políticos capazes de dinamizar e
de gerir o distrito a nível autárquico.
Foste presidente da concelhia de Águeda e
és, actualmente, Presidente da Junta do
Préstimo. Em que medida essa tua
experiência te ajuda no desempenho das
funções de Presidente da Distrital?
Ser autarca de uma freguesia como a do
Préstimo enriquece qualquer pessoa,
principalmente um jovem.
Venci as eleições para a minha Junta de
Freguesia na segunda vez que fui a votos,
sendo que a primeira vez que concorri a
presidência da Junta tinha apenas 21 anos.
Hoje admito que ser autarca é um dos
grandes desafios da minha vida pessoal e
política, e claro que a minha experiência
autárquica e o simples facto de trabalhar no
terreno me ajuda, enquanto presidente da
distrital, a entender melhor os problemas
de cada terra e será nessa proximidade com
as pessoas que vamos apostar.
Actualmente a Juventude Popular tem
cinco distritais activas. Como avalias a
importância de haver estruturas distritais
eleitas para o desenvolvimento da JP?
A JP tem feito um grande trabalho na
procura incessante de novos militantes e na
criação de novas concelhias.
Temos cinco distritais, mas o nosso
objectivo é aumentá-las, bem como o
número de concelhias eleitas. Acredito que,
no final do nosso mandato na distrital,
Aveiro vai ser o distrito com mais eficácia
no universo da JP.
sendo que a primeira vez que concorri a
presidência da Junta tinha apenas 21 anos.
Hoje admito que ser autarca é um dos
grandes desafios da minha vida pessoal e
política, e claro que a minha experiência
autárquica e o simples facto de trabalhar no
terreno me ajuda, enquanto presidente da
distrital, a entender melhor os problemas de
cada terra e será nessa proximidade com as
pessoas que vamos apostar.
Actualmente a Juventude Popular tem
cinco distritais activas. Como avalias a
importância de haver estruturas distritais
eleitas para o desenvolvimento da JP?
A JP tem feito um grande trabalho na
procura incessante de novos militantes e na
criação de novas concelhias.
Temos cinco distritais, mas o nosso
objectivo é aumentá-las, bem como o
número de concelhias eleitas. Acredito que,
no final do nosso mandato na distrital,
Aveiro vai ser o distrito com mais eficácia
no universo da JP.
“ Temos projectos bem definidos que têm como objectivos principais o aumento do número de militantes e a criação de novas concelhias em municípios em que ainda não temos representação da estrutura.
Outubro foi todo ele, no Brasil, dedicado às duas voltas das eleições presidenciais que levam ao Palácio do Planalto o sucessor de Lula da Silva a 1 de Janeiro de 2011. Uma eleição complicada fosse quem fosse o vencedor. Lula da Silva entra nos últimos dois meses de mandato com uma taxa de aprovação de cerca de 80%, o que é absolutamente estrondoso. Mas o problema para o novo presidente não vem só de Lula. Nos últimos 16 anos, o Brasil foi gerido por dois presidentes muito diferentes (Fernando Henrique Cardoso e Lula da Silva) provenientes de dois partidos diferentes, os maiores do Brasil, PSDB e PT respectivamente. Mas o que estes dois presidentes partilham foi a sua projecção mundial, que foi de grande valor para o Brasil quando a sua economia passou a ser vista com uma das maiores do mundo em potência. Nem Dilma Rousseff, nem José Serra seriam/serão para o Brasil aquilo que os dois últimos presidentes foram e isso vai penalizar as ambições brasileiras no palco internacional. Mas, como o povo é soberano, e Dilma Rousseff é a nova presidente, o problema é duplo. Se podíamos dizer que José Serra tinha uma enorme experiência, quer legislativa, quer executiva, tendo percorrido o caminho de Deputado Federal, Senador, Prefeito e Governador, Dilma Rousseff foi a eleições pela primeira vez na vida neste mês de Outubro. A "menina" de Lula da Silva fez um trajecto muito ligado a pastas da energia, quer localmente no Rio Grande do Sul quer a nível federal nos governos Lula, até que este a passou para Chefe da Casa Civil, um dos mais importantes postos do Governo Federal brasileiro. Assim sendo, Dilma vai pegar numa economia emergente com 180 milhões de pessoas e com uma maioria clara na Câmara de Deputados mas muito fragmentada entre os 10 partidos que lidera numa plataforma de coligação e uma batalha crescente entre o seu partido PT, e o partido número dois PMDB (Partido do Movimento Democrático Brasileiro) que tem quase tanto peso na coligação com o PT e tem o seu presidente como Vice-Presidente do Brasil e número dois de Dilma Rousseff. Mas nem tudo é mau em Dilma. Nem sequer pego pelo passado de Dilma, que alguns apelidam de terrorista levianamente, e vou directo ao assunto: bastou ouvir o discurso de vencedora de Dilma na noite de 31 de Outubro para perceber em que saco metemos esta “esquerdalha” brasileira. Tal como Lula, que aprendeu à terceira como se ganha eleições, Dilma tem um discurso muito mais
responsável e institucionalmente muito parecido com a direita sul-americana (que na nos termos Europeus, não existe virtualmente) de Sebastián Piñera do Chile ou de José Manuel Santos da Colômbia do que o discurso revolucionário, ou bolívar de Hugo Chávez da Venezuela, Evo Morales da Bolivia ou de Rafael Correa do Ecuador. Já José Serra, mesmo como perdedor, fez no seu discurso de derrotado algumas considerações que merecem que ele não seja esquecido no dia seguinte da eleição. Podemos começar por estipular que José Serra, embora óptimo gestor, é péssimo candidato. Não tem carisma, não sorri, é forçado. E isso conta, especialmente num país como o Brasil. Além de não ser de direita, coisa toda a gente parece achar que ele é, recai muito no
eleitorado de direita brasileiro que não é pouco. O espectro político brasileiro é muito de esquerda, como a maioria dos eleitores, havendo espaço para alguma direita que vê no partido de Serra, o PSDB (Partido Social Democrata Brasileiro), o partido grande mais próximo do seu espectro. E de dentro do PSDB, ele é capaz de ser da ala mais à direita. Recordo que Fernando Henrique Cardoso, presidente pelo PSDB, era considerado mundialmente um reformista da esquerda como foram os seus contemporâneos Bill Clinton e Tony Blair, portanto pode-se ver de onde nasce este partido brasileiro. A campanha de Serra, que já tinha perdido em 2002 para Lula, sempre foi vista como a de maior probabilidade contra Dilma, mas na noite de 31 de Outubro, no seu discurso ele disse que era um até já, e que não ia embora. Ora José Serra já conta com 68 anos e terá pela frente em 2014 (quando ter| 72) o “menino bonito” do PSDB, Aécio Neves ex-governador de Minas Gerais e este mês eleito senador.
Aécio é neto do ex-presidente do Brasil Tancredo Neves e tem um grande apoio quer populacional quer partidário. José Serra pode ser aquele tipo que não sabe quando desistir, e pode ser humilhado em vez de ter uma saída graciosa. Desta eleição saímos com umas ideias do que será o Brasil próximo. Muito na onda da presidência Lula, com um menor papel internacional, que terá de ser contra balançado muito bem com uma forte política interna de segurança e de emprego, para que Dilma não tenha problemas em 2014, quer à direita nas eleições, quer no próprio PT com Lula que, pode querer jogar para Secretário Geral das Nações Unidas, mas pode voltar para o Planalto em 2014 caso Dilma não tenha bons resultados. Lula explorou a hipótese de tentar encontrar forma de contornar a Constituição e ir para um segundo mandato tal como Uribe na Colômbia, mas teve o bom senso que Uribe não teve e quando viu a contestação que iria ter na imprensa e na Câmara de Deputados, indicou Dilma.
“
Numa altura em que a preocupação com o peso da administração
pública e a necessidade de reduzir a respectiva despesa começa
finalmente a tomar lugar, tem indubitavelmente que tomar palco
político a reforma do mapa administrativo português, ao contrário do
que anunciou recentemente o Secretário de Estado da Administração
Local.
De facto, e apenas a título de curiosidade, o mapa administrativo de
Portugal remonta ao século XIX, tendo sido reflexo da reforma
introduzida por Passos Manuel que, na altura, diminuiu o número de
concelhos de 817 para 351. Neste momento,
Portugal está decomposto em 308 municípios,
cinco dos quais com apenas uma freguesia (S. João
da Madeira, Alpiarça, Barrancos, Porto Santo e São
Brás de Alportel). O concelho com maior número
de freguesias é Barcelos (89).
Ora, dificilmente o país resolve os seus problemas
de consolidação orçamental sem mexer no seu
mapa administrativo, que está completamente
desajustado da realidade. Idealmente, este deveria
tender a ajustar-se às dinâmicas demográficas, às
estruturas de povoamento e à evolução do uso do
solo. Como é possível acreditar numa divisão
administrativa que não reconhece as mudanças
registadas nas últimas décadas e que, claramente,
não responde às alterações que se podem
perspectiva para os próximos 30 ou 40 anos?
Reflicta-se se faz sentido manter freguesias que
têm hoje menos 60 ou 70% da população que
tinham há algumas décadas atrás? Reflicta-se na
lógica que impera em alimentar a divisão do território português em
4259 freguesias, quando estas vêem cada vez mais reduzidas as suas
responsabilidades, por opção dos municípios e à luz do que prevê a
legislação em matéria de delegação de competências para as juntas e
transferência de respectivas verbas.
Impõe-se portanto uma substancial redução do número de freguesias
e de concelhos, numa perspectiva de maior eficiência e melhor
utilização dos recursos disponíveis. Mais do que apenas fusões, esta
reorganização deveria contemplar também a ponderação do mapa
distrital que, objectivamente apenas serve fins eleitoralistas. Também
a figura do governador civil, com um por distrito, tem que ser
repensada. Desde 2002 que estes têm perdido competências, sendo
transferidas para os municípios. Será que se justifica manter estas
estruturas, directamente ligadas à representação local do Governo?
Uma das consequências do actual mapa administrativo resulta, por
exemplo, na duplicação e/ou subaproveitamento de infra-estruturas
municipais. Vejam-se as piscinas ou os pavilhões desportivos que cada
concelho ou freguesia exige, ainda que não disponha de população
suficiente para os rentabilizar. Não
seria menos dispendioso para o
contribuinte a fusão de algumas
freguesias? Não levaria a uma melhor
qualidade de vida do cidadão a
existência, por exemplo, não de duas
extensões de saúde em freguesias
vizinhas mas apenas de uma e com o
acréscimo nas condições de
atendimento que seria possível levar a
cabo com esta optimização de meios?
A fragmentação nas estruturas locais
tal e qual se verifica hoje, leva a uma
perda de escala e consequente
diminuição da capacidade
reivindicativa o que, apenas beneficia a
administração central. Além disso, as
questões ligadas ao factor de
identidade e à história das povoações,
leva a que a tentativa de mexer nestes
sentimentos de pertença torne este assunto politicamente melindroso.
Conjuntamente com a necessidade de se manterem alguns cargos
políticos como o do governo civil, estas resultam nas verdadeiras
razões para não se mexer no mapa administrativo português.
Mas afinal de contas, o desígnio nacional por estes ventos não era o
corte na despesa? Haja então real coragem política!
“
Estes últimos tempos têm sido marcados por acesas discussões
orçamentais. É um tema alvo de muitas considerações, mas prefiro
nem sequer pensar mais neste assunto. Todos os dias os órgãos de
comunicação social inundam-nos com pesarosas notícias e,
independentemente da aprovação ou não do orçamento de Estado,
temos que nos mentalizar que é hora de” apertar o cinto”: muitos
dos que estavam no limiar da pobreza vão viver na miséria e os
ricos vão ter que se acautelar porque o dinheiro não estica.
Poupem-no porque não saem ilesos a estas medidas orçamentais.
Este mês prefiro dedicar-me ao meu concelho: a
Maia. Iniciou-se o Outono e uma polémica
caricata em torno da candidatura de Fernando
Nobre às eleições presidenciais de 2011. Acerca
de duas semanas vivia-se na Maia, por parte de
alguns cidadãos, um clima de excitação e
alegria, estabelecendo-se objectivos de que o
nosso concelho seria aquele onde Fernando
Nobre atingiria o melhor resultado a nível
nacional. Falava-se, inclusivamente, na
possibilidade de abertura de uma sede de
candidatura no concelho da Maia.
Contudo este júbilo primitivo rapidamente se
tornou numa inimizade quando estes cidadãos,
respeitados na vida maiata, se viram
“convidados” a acabar com a sua colaboração
numa candidatura encarada por eles como
pacífica, distinta, supra-partidária e regida pelos
princípios da boa fé e dos bons costumes. Dizem as más-línguas
que tal acto é uma consequência que se deve aplicar a quem
maltratou publicamente o candidato, embora os visados entendam
que fizeram, simplesmente, críticas construtivas ao rumo que a
campanha estava a tomar e que tal não poderia originar uma
censura como a que foi feita, pois os seus actos de colaboração
foram apagados como se nunca tivessem existido.
Agora eu pergunto a estes injustiçados: estão desiludidos? Temos
muita pena. Os cidadãos maiatos também estão desiludidos com os
senhores. Em vez de se preocuparem em “lamber botas” a
candidatos presidenciais, que tal se preocuparem com projectos
que caem no vosso esquecimento, mas não caem no nosso?
Projectos como o Parque Maior que
consiste numa requalificação urbana.
Ainda não percebi que requalificação
houve. Foi prevista a demolição do Bairro
do sobreiro por ser tecnicamente
irrecuperável, mas não me parece que
essa seja a única estrutura irrecuperável.
Mal se avista a Maia, avista-se uma obra
bem interessante com pinturas modernas
e frequentada por pessoas singulares.
Previu-se a construção de um Hospital
Privado e de uma grande praça de
espectáculos. Onde é que eles estão? A
única praça que eu vejo onde decorrem
alguns espectáculos é a praça do
município.
Mas o que eu considero grave é a
despreocupação com o esqueleto de
betão das piscinas olímpicas, pois o projecto Parque Maior teria a
sua 1º fase precisamente aí. Era algo imprescindível e a fazer de
imediato. Três anos passaram e nada vejo.
Estão desiludidos porque vos atraiçoaram numa campanha?
Sentem-se enganados? Olhem bem para as vossas acções antes de
criticarem as dos outros, porque o povo maiato sente-se enganado
por vocês.
“