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UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI CLARA BETCHER RABELLO VANESSA BISPO DE MORAES A AÇÃO DOS FLORAIS DE BACH MIMULUS E ROCK ROSE EM INDIVÍDUOS QUE APRESENTAM MEDO DE DIRIGIR São Paulo 2010

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UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI

CLARA BETCHER RABELLO

VANESSA BISPO DE MORAES

A AÇÃO DOS FLORAIS DE BACH MIMULUS E ROCK ROSE EM INDIVÍDUOS

QUE APRESENTAM MEDO DE DIRIGIR

São Paulo

2010

CLARA BETCHER RABELLO

VANESSA BISPO DE MORAES

A AÇÃO DOS FLORAIS DE BACH MIMULUS E ROCK ROSE EM INDIVÍDUOS

QUE APRESENTAM MEDO DE DIRIGIR

Trabalho apresentado como exigência parcial para a

disciplina Trabalho de conclusão de curso II, do curso de

Naturologia da Universidade Anhembi Morumbi, sob a

orientação do Prof. Dr. Leandro Giavarotti e co-

orientação da Prof.ª Márcia Cristina de Oliveira

Fernandes.

São Paulo

2010

CLARA BETCHER RABELLO

VANESSA BISPO DE MORAES

A AÇÃO DOS FLORAIS DE BACH MIMULUS E ROCK ROSE EM INDIVÍDUOS

QUE APRESENTAM MEDO DE DIRIGIR

Trabalho apresentado como exigência parcial para a

disciplina Trabalho de conclusão de curso II, do curso de

Naturologia da Universidade Anhembi Morumbi, sob a

orientação do Prof. Dr. Leandro Giavarotti e co-

orientação da Prof.ª Márcia Cristina de Oliveira

Fernandes.

Aprovado em:

_____________________________________

PROF.º DR. LEANDRO GIAVAROTTI

_____________________________________

MARCELLE SOUZA LIMA MACHADO

_____________________________________

ELAINE REGINA MARQUES

RESUMO

Dirigir é um comportamento aprendido que envolve múltiplas atividades e

comportamentos e embora seja uma atividade corriqueira para alguns, para outros pode

tornar-se um agente causador de medo e estresse. O medo de dirigir desencadeia forte crise de

ansiedade, além de muitas vezes influenciar nas relações interpessoais dos indivíduos que

sofrem deste mal. A Terapia Floral tem como propósito aliviar desconfortos emocionais e

consequentemente trazer benefícios à saúde e qualidade de vida através de essências que

carregam a vibração de uma determinada flor que direciona o indivíduo à auto percepção,

permitindo uma mudança comportamental. Foram escolhidas duas essências com a intensão

de trabalhar o medo conhecido e o estado ansioso/de estresse. O objetivo deste trabalho foi

analisar se após o uso dos florais selecionados ocorre um melhor controle do medo em nível

de ansiedade e estresse. A amostra foi composta de sete voluntários que foram expostos à

direção de um veículo antes e depois da ingestão de um frasco das essências, durante vinte

dias. O método de avaliação utilizado foi o Teste de Quantificação de Estresse (UNIFESP)

que foi aplicado antes e depois do uso dos florais. A comparação entre os dois testes de cada

voluntário apontou para uma redução significativa de sintomas de estresse com ênfase aos

sintomas da fase de alerta, que são despertados no momento em que o indivíduo é exposto ao

agente estressor. Tais resultados permitiram concluir que as essências florais selecionadas

tiveram uma ação eficaz em indivíduos com medo de dirigir.

Palavras chave: Florais de Bach. Medo de dirigir. Ansiedade. Estresse. Mimulus. Rock Rose.

ABSTRACT

Driving is a learned behavior that involves multiple activities and behaviors, and

although it is a commonplace activity for some, for others it can become an agent of fear and

stress. The driving fear triggers strong anxiety attack, and often influence the interpersonal

relationships of individuals suffering from this evil. The Flower Therapy aims to relieve

emotional discomfort and thus benefit the health and quality of life through essences that

carry the vibration of a certain flower that directs the individual to self-perception, allowing a

behavioral change. Two essences were chosen with the intention of working known fear and

state anxiety / stress. The aim of this study was to examine whether after the use of selected

flower was a better control of the fear level of anxiety and stress. The sample consisted of

seven volunteers who were exposed to the direction of a vehicle before and after ingesting a

bottle of essences, for twenty days. The evaluation method used was the Test of Measuring

Stress which was applied before and after the use of flowers essences. The comparison

between the two tests of each volunteer pointed to a significant reduction of symptoms of stress with emphasis on symptoms of the alert phase, which are aroused when the individual

is exposed to the stressor. These results showed that flower essences have selected an

effective action in individuals with driving fear.

Key-words: Bach Flower. Driving fear.Anxiety.Stress.Mimulus. Rock Rose.

AGRADECIMENTOS

O curso de Naturologia fez com que mudássemos o modo de ver a vida. Acreditamos

que sem o apoio dos nossos familiares, teríamos perdido essa grande oportunidade de

aprendizado. Por esse motivo primeiramente agradecemos aos nossos familiares pelo apoio,

paciência e compreensão nos diversos momentos desse curso e principalmente na realização

desse estudo.

A todos os professores que fazem parte do corpo docente do Curso de Naturologia,

que nos auxiliaram e nos aconselharam sempre. Em especial agradecemos a Professora

Adriana Elias Magno da Silva pelo auxílio e paciência no decorrer da realização deste

trabalho.

Ao Orientador Leandro Giavarotti e a Co-Orientadora Márcia Cristina de Oliveira

Fernandes pela sua compreensão, auxílio e orientação para que este trabalho fosse

concretizado.

As voluntárias que aceitaram fazer parte desse trabalho, na tentativa de enfrentar seu

medo, permitindo que este fosse realizado.

Ao João Henrique Bernardes por todo auxílio e paciência.

A Ananda Grejo e os demais colegas de turma que nos apoiaram nos momentos de

grande pressão e ansiedade, nos ajudando a enfrentar as dificuldades, para que

conseguíssemos finalizar a última etapa deste ciclo.

Obrigada a todos!

"As forças naturais que se encontram dentro

de nós são as que realmente nos curam."

Hipócrates

LISTA DE QUADROS

QUADRO 1 - Relação entre transtornos psicológicos e possíveis situações percebidas como

ameaça 24

QUADRO 2 - Cronograma de atividades referentes ao presente trabalho 35

QUADRO 3 - Orçamento referente aos gastos necessários à realização da pesquisa 36

QUADRO 4 - Apresentação dos dados referentes à idade das voluntárias 38

QUADRO 5 - Apresentação dos dados referentes à presença de outro agente estressor recente

em potencial na vida das voluntárias 42

QUADRO 6 - Apresentação dos dados referentes à presença de algum acidente traumático na

vida das voluntárias 42

QUADRO 7 - Evolução de fases de estresse 43

QUADRO 8 - Trajeto percorrido pelas voluntárias nos dois encontros 44

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

FIGURA 1 – Apresentação de percepção da ameaça e resposta fisiológica em forma de

organograma 19

FIGURA 2 - Flor Mimulus (MimulusGuttatus ou MimulusLuteus) 29

FIGURA 2 - Flor Rock Rose (HelianthenumVulgare ou HelianthenumNummularium) 30

GRÁFICO 1 - Apresentação gráfica referente ao sexo predominante da amostra 37

GRÁFICO 2 - Apresentação gráfica referente à predominância de idade entre as voluntárias

38

GRÁFICO 3 - Apresentação dos dados referentes ao grau de escolaridade das voluntárias

38

GRÁFICO 4 - Apresentação dos gráficos referentes à ocupação das voluntárias 39

GRÁFICO 5 - Apresentação dos dados referentes à autoavaliação do medo das voluntárias

39

GRÁFICO 6 - Apresentação dos dados referentes à frequência de direção das voluntárias

40

GRÁFICO 7 - Apresentação gráfica de ocorrência de desconfortos físicos no momento da

exposição à direção 40

GRÁFICO 8 - Apresentação dos dados referentes aos fatores que despertam o medo nas

voluntárias 41

GRÁFICO 9 - Apresentação dos dados referentes à interferência do medo nas relações

interpessoais das voluntárias 41

GRÁFICO 10 - Apresentação gráfica da evolução de fases de estresse 43

GRÁFICO 11 - Apresentação comparativa referente à quantidade de sintomas vivenciados

somando todas as fases 43

GRÁFICO 12 - Apresentação comparativa referente à quantidade de sintomas vivenciados na

fase de alerta 44

GRÁFICO 13 - Comparação entre o trajeto percorrido no primeiro e no segundo encontro

45

GRÁFICO 14 - Apresentação gráfica de relato das voluntárias 45

GRÁFICO 15 - Apresentação gráfica em relação à disciplina das voluntárias quanto à

administração dos florais 46

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 11

2 MEDO ............................................................................................................................... 15

2.1 Uso dos termos: Ansiedade, medo e estresse............................................................. 15

2.1.1 Relação entre medo e ansiedade............................................................................. 16

2.1.2 Relaçãoentre Estresse e Medo ..................................................................................... 16

2.2 Percepção da ameaça ................................................................................................. 17

2.3 Resposta fisiológica ................................................................................................... 18

2.4 Estresse ...................................................................................................................... 19

2.4.1 Síndrome de adaptação Geral ................................................................................. 19

2.4.1.1 1ª Fase – Alarme .................................................................................................... 20

2.4.1.2 2ª Fase – Resistência .............................................................................................. 20

2.4.1.3 3ª Fase – Exaustão .................................................................................................. 20

2.4.2 O estresse e a saúde física ...................................................................................... 20

2.5 O medo de dirigir ....................................................................................................... 21

2.5.1 Etiologia ................................................................................................................. 22

2.5.2 Possíveis consequências ......................................................................................... 24

3 TERAPIA VIBRACIONAL ............................................................................................. 25

3.1 Dr. Edward Bach e a descoberta dos florais .............................................................. 26

3.2 Filosofia do Dr. Bach ................................................................................................. 27

3.3 As essências florais .................................................................................................... 28

3.3.1 Mimulus ................................................................................................................. 29

3.3.2 Rock Rose .............................................................................................................. 30

4 MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................................. 32

4.1 Escolha dos Florais .................................................................................................... 32

4.1.1 Mimulus ................................................................................................................. 32

4.1.2 Rock Rose .............................................................................................................. 32

4.2 Recrutamento de voluntários ..................................................................................... 32

4.2.1 Critérios de inclusão e exclusão ............................................................................. 33

4.3 Procedimentos ............................................................................................................ 33

5 CRONOGRAMA .............................................................................................................. 35

6 ORÇAMENTO.................................................................................................................. 36

7 RESULTADOS ................................................................................................................. 37

7.1 Caracterização da amostra ......................................................................................... 37

7.2 Caracterização do medo ............................................................................................. 39

7.3 Resultados do Teste de Quantificação de Estresse .................................................... 42

7.4 Avaliação Subjetiva ................................................................................................... 44

DISCUSSÃO ............................................................................................................................ 47

CONCLUSÃO .......................................................................................................................... 50

REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 51

APÊNDICES ............................................................................................................................ 54

11

1 INTRODUÇÃO

O medo é uma das reações mais instintivas que indica a existência de algum perigo ou

ameaça a vida do homem ou do animal. Ele aparece em momentos específicos e desperta

reações fisiológicas que preparam o organismo para um comportamento de fuga ou luta diante

do fato ou objeto que o desencadeou. Nesses casos o medo é uma reação positiva, um

mecanismo de proteção do indivíduo (GUSMÃO, 1994).

Porém, quando este medo torna-se exagerado e fora do normal, fazendo as pessoas

sofrerem antecipadamente, na sua fantasia, todas as reações que o envolvem quando

defrontam com o objeto ou situação geradora de tal temor, pode ser considerado um caso de

Fobia. Quando o medo é patológico o objeto ou situação estressora não representa perigo

mortal apesar de desencadear reações fisiológicas, emocionais e comportamentais como se o

indivíduo estivesse realmente diante de um perigo mortal (GUSMÃO, 1994; DAVIDOFF,

2001).

O ato de dirigir está intimamente ligado à vida social do indivíduo que reside em

grandes cidades. Este fator faz com que se dê uma atenção especial a este medo já que a

pessoa se depara com esta dificuldade todos os dias. Talvez estes indivíduos que possuem este

medo e residem em área urbana não sofreriam tanto quanto sofrem se possuíssem algum outro

tipo de medo que não fizesse parte de seu cotidiano, como por exemplo, medo de cobra. Este

animal que seria o objeto causador de medo, só pode ser encontrado em raros casos em um

ambiente urbano, sendo assim o indivíduo não teria que entrar em contato com este medo e

enfrentá-lo em seu dia-a-dia. Diante dessas informações podemos dizer que o medo de dirigir

torna-se facilmente um problema presente na vida das pessoas que o possuem interferindo

negativamente nas relações interpessoais, seja no ambiente de trabalho, seja no ambiente

familiar. Dessa forma fica claro que as pessoas que sofrem deste mal podem ter um ciclo

social reduzido. O indivíduo pode começar a deixar de comparecer a locais e eventos distantes

nos quais o ato da direção seja inevitável. Além disso, podem também apresentar uma

profunda baixa autoestima causada por uma sensação de fracasso e frustação (BELLINA,

2005; FRANCO, 2006; PASTORE 2008).

Dirigir envolve múltiplas atividades e comportamentos. Isso abrange o número de

estímulos que podem ser considerados como estressores e ameaçadores pelos indivíduos que

apresentam medo de dirigir. Por se tratar de uma atividade complexa, o medo de dirigir

12

também pode estar relacionado a diferentes transtornos psicológicos. Entre eles o mais

comum é o estado de estresse pós-traumático, onde o medo está relacionado a algum episódio

traumático vivenciado pela pessoa que pode começar a evitar situações que a façam recordar

o trauma (BELLINA, 2005; FRANCO, 2006; CORASSA; 2000).

Uma das várias possibilidades de estímulo estressor que envolvem esta atividade

desencadeia no indivíduo com medo de dirigir uma intensa crise de ansiedade (resposta de

estresse), que é caracterizada por sintomas como sudorese, taquicardia e dificuldade de

respiração. Podemos definir todo esse processo do medo como estresse. O estresse

corresponde tanto às condições que despertam o medo e a ansiedade (estímulo

estressor/ameaça), quanto às reações desencadeadas neste processo. Quando o estresse não

pode ser superado o organismo pode entrar em fase de exaustão, podendo ter sua resistência

reduzida. Quando o estresse chega a esta fase, pode acarretar ao que Selye (1956,1974)

chamou de “doenças de adaptação” (FRANCO, 2006; JUNIOR, 1989; DAVIDOFF, 2001;

WEITEN, 2002).

Segundo as associações que representam a Naturologia no Brasil, a Conceituação

profissional, formação e profissional de Naturologia foram definidas no Fórum Conceitual de

Naturologia da seguinte forma: “A Naturologia é um conhecimento transdisciplinar que atua

em um campo igualmente transdisciplinar. Caracteriza-se por uma abordagem integral na área

da saúde pela relação de interagência do ser humano consigo, com o próximo e com o meio

ambiente, com o objetivo de promoção, manutenção e recuperação da saúde e da qualidade de

vida” (APANAT, 2010).

A Organização mundial de Saúde (OMS, 2002) define saúde como: “Estado completo

de bem-estar físico, mental e social, e não somente a ausência de enfermidade ou invalidez”.

Dentro dessa visão, a Naturologia leva em consideração os aspectos biológicos, emocionais,

espirituais, energéticos e sociais do indivíduo. Dessa forma o Naturólogo elabora estratégias

terapêuticas que sejam adequadas a necessidades de cada indivíduo com base em métodos

tradicionais de condutas terapêuticas com o intuito de promover, manter e recuperar a saúde.

A Terapia Floral é um dos métodos utilizados pela Naturologia (HELLMANN, 2008;

APANAT, 2010).

Em 1930, o Dr. Edward Bach, que tinha então 43 anos de idade, renunciou à sua

clínica lucrativa de Harley Street para dedicar os últimos seis anos de sua vida à busca de um

método de tratamento mais simples e natural; assim surgiu a Terapia Floral de Bach.

(SCHEFFER, 2000). Em 1934, Bach escreveu o seguinte em relação ao modo como operam

os seus Remédios Florais:

13

“A ação desses remédios consiste em elevar nossas vibrações e abrir nossos canais

para a recepção do EU espiritual; em inundar nossa natureza com a virtude particular de que

precisamos, e em expurgar de nós o erro que causa o mal. Elas são capazes, como uma música

bonita ou qualquer outra coisa gloriosa, que nos eleva e inspira, de alcançar nossa própria

natureza, de aproximar-nos de nossa alma e, por esse mesmo ato, de dar-nos paz e aliviar

nossos sofrimentos. Elas não curam atacando a moléstia, mas inundando- nos o corpo com as

formosas vibrações de nossa Natureza Superior, na presença das quais a moléstia se derrete,

qual neve ao calor do sol. Não haverá cura verdadeira se não houver mudança na aparência,

paz de espírito e felicidade interior.”

A princípio, isso pode parecer improvável para muitas pessoas, mas se torna

perfeitamente claro se analisarmos os conceitos em que Bach baseou sua linha de

pensamento, semelhante a Hipócrates, Hehnemann e Paracelso, grandes homens que tinham o

mesmo espírito (SCHEFFER, 2000).

O medo faz parte das emoções humanas e é fundamental para a sobrevivência, mas se

a pessoa se deixar dominar por ele ficará vulnerável, subjugada, desarmônica e incapaz de

identificar o que lhe convém no sentido de agir adequadamente frente ao mundo e às pessoas.

Segundo Bach: “(...) pelo efeito depressivo na nossa mente, o medo causa desarmonia no

corpo físico e magnético preparando o terreno para a invasão de qualquer agente nocivo ao

nosso organismo. Ele aumenta a sensibilidade negativa às doenças”. Diz também que o medo

deve ser banido da mente humana e que ele só acontece quando a pessoa perde de vista a

Divindade. Para Bach: “O medo é algo estranho a nós, porque somos filhos do criador,

invencíveis, imbatíveis” (DI PIAZZA, 2000, pg.17).

Em uma visão biopsicossocial, os florais agem de uma forma sutil trazendo para a

consciência a real causa do problema do indivíduo, dando a ele a possibilidade de ajudar a si

mesmo. Um processo chamado “Cura-te a ti mesmo”.

Em seu parecer técnico, o Ministério da saúde (Vigilância Sanitária) afirma que as

essências florais não constituem matéria submetida ao regime de vigilância sanitária, não se

tratando de medicamentos, drogas ou insumos farmacêuticos (Ofício SVS/GABIN/Nº479/98).

Em 1976 a OMS reconheceu o efeito dos Florais.

Estudo feito com os Florais de Bach: Aspen, Mimulus, Agrimony e Star of Bethlehem,

mostrou uma melhora em 38 de 50 crianças, em relação a um medo específico: o medo de

dentista. Outro estudo sobre andropausa feito com Florais de Bach mostrou uma melhora

significativa nas questões: Ansiedade, Medo, Irritabilidade e Nervosismo (DOCAL, 2007;

RAMOS, 2007).

14

Com base nessas informações, surgiu a hipótese de que os florais de Bach poderiam

ser úteis no tratamento complementar de pessoas que apresentam medo de dirigir.

Para isso, selecionamos duas das 38 essências dos florais de Bach: essência Mimulus,

com a intenção de trabalhar o medo específico, e a essência Rock Rose, com a intenção de

trabalhar o estado ansioso, a fim de obter uma melhora na intensidade da crise de ansiedade

que sofrem esses indivíduos. Bach, no seu sistema de florais, apresenta essências para cinco

tipos diferentes de medos. Estes incluem desde os medos conhecidos, passando pelos

desconhecidos, chegando até o pânico e o descontrole emocional.

O objetivo principal deste trabalho foi analisar a existência de possíveis ações das

essências Florais de Bach em indivíduos que apresentam medo de dirigir, verificando se após

o uso dos florais selecionados ocorre um melhor controle do medo, em nível de ansiedade e

estresse dos voluntários, no momento em que forem expostos à direção de um veículo,

comparando as respostas da primeira e segunda aplicação do questionário. Em outras

palavras, este trabalho teve como objetivo verificar se o composto floral em questão

possibilita que essas pessoas respondam a este medo enfrentando a situação que tanto temem,

ao invés de reagir com a fuga e consequentemente aliviar os desconfortos e problemas que

este medo proporciona.

15

2 MEDO

O medo é uma reação emocional à ameaça que faz parte do nosso instintivo

mecanismo de defesa e é essencial para a sobrevivência nos casos em que a ameaça trata-se

de um perigo mortal. Ele nos permite avaliar as consequências da ameaça, tentar evitá-las,

circunscrevê-las e em alguns casos, dominá-las. A percepção correta da ameaça é

fundamental para nossa sobrevivência de modo que no momento em que é percebida, algumas

mudanças fisiológicas ocorrem a fim de preparar o indivíduo para fugir ou lutar. Configura-se

como uma especializada modalidade a qual permite que o nosso organismo reelabore as

informações e enfrente a realidade. Um autêntico “sistema defensivo”, que media nossa ação

sobre o mundo, tornando-a mais segura e eficaz (PINEL, 2005; CICERI, 2004; PASTORE,

2008).

O corpo é preparado para fugir do perigo. O medo de inimigos reais ou imaginários

une as pessoas em famílias, tribos ou nações. O medo do ferimento nos protege do mal. O

medo aciona a preocupação, que focaliza a mente num problema e ensaia as estratégias para

enfrentá-los. Um ser humano totalmente destemido não é saudável (MYERS, 1999;

PASTORE, 2008).

Em várias situações da vida, o medo é um limite e uma proteção importante, porém

quando este medo é exagerado e os objetos ou situações que causam o temor não são reais ou

perigosos, passa de essencial para prejudicial, de funcional para patológico. Existem casos de

medo extremo, como na fobia simples, onde o medo do objeto/situação específica não

perigosa causa uma ansiedade antecipatória. Essa ansiedade não ocorre diante do perigo como

no medo comum e sim por receio de que o perigo apareça (PASTORE, 2008; CID-10, 2000).

2.1 Uso dos termos: Ansiedade, medo e estresse

O evento ameaçador e as respostas que o mesmo desperta, são relacionados pelos

autores, a três termos diferentes: Estresse, medo e ansiedade. Pelo fato dos termos serem tão

similares, costumam ser usados alternativamente. De forma breve, tentaremos diferenciá-los

através de algumas definições. (DAVIDOFF, 2001)

16

2.1.1 Relação entre medo e ansiedade

Podemos definir a ansiedade como uma emoção caracterizada por sentimento de

apreensão, tensão e sofrimento, desencadeado por uma antecipação de perigo, e que tem

tendências de esquiva ou fuga. A ansiedade sempre acompanhará o medo de forma que sua

intensidade é o fator que caracterizará o medo como comum ou exagerado. Neste caso do

medo saudável a crise de ansiedade, que costuma ter intensidade proporcional à magnitude do

perigo, será causada por uma ameaça conscientemente reconhecida e realista. Nos casos de

medo patológico, a ansiedade costuma acontecer de forma exacerbada, sua intensidade é

supostamente maior que a ameaça, e diante de inimigos que não são mortais, e podem não ser

mais necessariamente reais e biológicos. Estes casos patológicos são definidos como

transtornos fóbico-ansiosos (DAVIDOFF, 2001; DELNERO, 1997; LENT, 2008; CID-10,

2000).

Também existem os casos em que o indivíduo sente-se ansioso sem motivo aparente.

A ameaça geralmente não é clara ou conhecida. Este tipo de ansiedade generalizada não se

encaixa nos transtornos fóbico-ansiosos. Quando o indivíduo mantém uma atenção

permanente a ameaças potenciais podemos dizer que este indivíduo sente uma ansiedade

crônica (DAVIDOFF, 2001; MYERS, 1999; CID-10, 2000).

2.1.2 Relação entre Estresse e Medo

Podemos considerar que o estresse corresponde desde o estímulo estressor, que no

caso da emoção medo seria a ameaça, até as respostas emocionais, fisiológicas e

comportamentais que este estímulo estressor desencadeia. Alguns autores denominam essas

respostas como resposta de estresse enquanto outros denominam como simplesmente estresse.

(DAVIDOFF, 2001; PINEL, 2005; WEITEN, 2002)

O estímulo estressor pode desencadear diversas respostas emocionais como

aborrecimento, raiva, fúria, apreensão, ansiedade, medo, desalento, tristeza e pesar. A

ansiedade e o medo estão entre as respostas mais comumente despertadas por um estímulo

estressor. O estímulo estressor, considerado pelo indivíduo como ameaça, provavelmente

desperta mais ansiedade e medo do que qualquer outra emoção. (WEITEN, 2002)

17

2.2 Percepção da ameaça

Assim que a ameaça é percebida por um ou mais dos cinco sentidos (tato, visão,

olfato, paladar e audição), uma informação sensorial é enviada para o tálamo. A partir deste

ponto, a informação sensorial passará por duas vias diferentes, ao mesmo tempo. Uma das

vias é a “via secundária” e através dela o tálamo enviará a informação diretamente para a

amígdala. O tálamo não faz uma análise sofisticada dessa informação antes de enviá-la para a

amígdala já que o intuito é que a informação chegue mais rapidamente para a amígdala a fim

de possibilitar que o indivíduo tenha uma reação rápida em casos onde a ameaça obviamente

representa um perigo mortal. Ao mesmo tempo a informação estará sendo projetada para a

amígdala pela “via principal”. Neste caso o tálamo enviará a informação para o córtex

sensorial para uma análise mais profunda. O córtex sensorial enviará o resultado desta análise

para a amígdala. A “via principal” é mais lenta que a secundária, porém a análise do estímulo

é mais completa e minuciosa.

Há muito tempo, o hipotálamo, a amígdala e as estruturas adjacentes do sistema

límbico são considerados o centro das emoções no cérebro. Em 1937 Papez postulou que a

expressão emocional é controlada pelo sistema límbico que é composto por várias estruturas

neurais interconectadas. Papez também propôs que os estados emocionais são expressos pela

ação das outras estruturas límbicas sobre o hipotálamo e que são vivenciados por meio da

ação das estruturas límbicas sobre o córtex. O córtex cerebral, em conjunto com o sistema

límbico controla a sede, o sono, a fome, a temperatura corporal, o desejo sexual, a

agressividade, a docilidade e por fim o medo. O sistema límbico parece sediar as áreas de

associação emocional, que dirigem o hipotálamo para expressar os componentes motores e

endócrinos do estado emocional (DAVIDOFF, 2001; WEITEN, 2002; PINEL, 2005;

KAPLAN, 2007).

O tálamo envia a informação sensorial para a amígdala porque dentro do sistema

límbico, a amígdala é a região responsável pela interação entre a entrada de informações e a

emissão das respostas do sistema do medo. A amígdala pode intermediar respostas do medo

aprendido, como na ansiedade e pânico. Ela se comunica com o hipotálamo e com locais

mesencefálicos, podendo modular diretamente as respostas autonômicas, neuroendócrinas e

comportamentais associadas aos comportamentos motivados. Após lesão amigdaliana,

animais deixam de apresentar as respostas vegetativas e comportamentais normalmente

associadas a estímulos ameaçadores. Ela fornece um elo entre os processamentos cognitivo e

emocional, que provavelmente estão ligados a experiências emocionais e também modula

locais hipotalâmicos e mesencefálicos responsáveis, respectivamente, pela orquestração e pela

18

expressão de diversos comportamentos motivados relacionados à expressão emocional

(LENT, 2008; KAPLAN, 2007).

2.3 Resposta fisiológica

A atividade emocional é acompanhada pela ativação do sistema nervoso central

(excitação cortical e variações da tensão muscular) e compreende, além disso, modificações

fisiológicas do sistema nervoso autônomo (excitação simpática) (CICERI, 2004).

Após receber informações da amígdala, o hipotálamo ativa a divisão simpática do

sistema nervoso autônomo (SNA). A divisão simpática é o ramo do sistema nervoso

autônomo que mobiliza os recursos do corpo para emergências. O ponto crucial desta ativação

envolve a estimulação da parte central das glândulas adrenais (a medula das glândulas

adrenais) para lançamento de doses maciças de catecolaminas na corrente sanguínea. A

ativação da divisão simpática desacelera processos digestivos e drena o sangue da periferia,

diminuindo o sangramento em caso de ferimento, além de providenciar maior aporte de

sangue aos sistemas necessários para a fuga ou luta, deixando os outros de lado,

desnecessários naquele momento. Os pelos se eriçam, a respiração se aprofunda e se

intensifica, a pele fica pálida e fria, a digestão pára, o ritmo cardíaco aumenta. Este aumento

da atividade simpática, caracterizada pela elevada liberação de catecolamina é o que prepara o

organismo para a ação (fuga ou luta) com uma série de mudanças físicas com a finalidade de

aumentar ao máximo as possibilidades de sobrevivência diante de um perigo mortal. É um

mecanismo de defesa essencial à vida. Com o predomínio de catecolamina (em particular a

adrenalina e a noradrenalina), observa-se também um aumento do tônus muscular (CICERI,

2004; WEITEN, 2002; DELNERO, 1997).

Por outra via, o hipotálamo também envia sinais à glândula mestra do sistema

endócrino, a glândula pituitária. Esta glândula, por sua vez, secretará um hormônio (ACTH),

que estimula a parte exterior das glândulas adrenais (o córtex adrenal) que liberam outro

importante conjunto de hormônios – os corticosteróides. Estes hormônios estimulam a

liberação de mais gorduras e proteínas na circulação, o que ajuda a aumentar sua energia. Eles

também mobilizam substâncias químicas que auxiliam a inibição de inflamação dos tecidos

em caso de lesão (WEITEN, 2002).

19

Figura 1 – Apresentação de percepção de ameaça e resposta fisiológica em forma de organograma.

2.4 Estresse

Podemos definir estresse como quaisquer circunstâncias que ameaçam ou são

percebidas como ameaçadoras do bem-estar do indivíduo e que, portanto, minam as

capacidades de enfrentamento do indivíduo, bem como as respostas emocionais, fisiológicas e

comportamentais que o estímulo estressor desencadeia (PINEL, 2005; WEITEN, 2002).

2.4.1 Síndrome de adaptação Geral

O endocrinologista Hans Selye foi um dos primeiros cientistas a explorar os efeitos

crônicos do estresse. A síndrome de adaptação geral, segundo Selye (1956, 1974), é uma

experiência que todos desenvolvem em resposta a qualquer estresse. Trata-se de um modelo

de resposta corporal ao estresse que consiste em três estágios: alarme, resistência e exaustão

(DAVIDOFF, 2001; WEITEN, 2002).

20

2.4.1.1 1ª Fase – Alarme

A reação de alarme acontece quando o organismo percebe a existência de uma

ameaça: ocorre uma excitação fisiológica, com o corpo concentrando seus recursos para

enfrentar o desafio. A reação de alarme de Selye corresponde à resposta fisiológica que

prepara o organismo para a luta ou fuga (DAVIDOFF, 2001; WEITEN, 2002).

2.4.1.2 2ª Fase – Resistência

Durante esta fase, as modificações fisiológicas estabilizam-se, uma vez que os

esforços adaptativos se mantêm. A excitação fisiológica geralmente permanece mais elevada

que o normal, apesar de diminuir razoavelmente conforme o organismo acostuma-se à

ameaça. Os sistemas responsáveis pelo crescimento, pela restauração e pelo combate a

infecções podem não estar operando adequadamente. O organismo fica enfraquecido e

suscetível a outros estressores (DAVIDOFF, 2001; WEITEN, 2002).

2.4.1.3 3ª Fase – Exaustão

O organismo entrará no estágio de exaustão se o estresse persistir e permanecer por

um período substancial de tempo. De acordo com Selye, os recursos do corpo para enfrentar o

estresse têm um limite. Se o estresse não puder ser superado os recursos do corpo podem se

esgotar e a excitação fisiológica irá diminuir. Com o esgotamento de energia o Sistema

Nervoso Autônomo Simpático deixa de comandar e dá espaço para o Sistema Nervoso

Autônomo Parassimpático atuar. O organismo poderá entrar em colapso, devido à exaustão.

Durante esta fase a resistência do organismo se reduz. Esta resistência reduzida pode levar ao

que Selye chamou de “doenças de adaptação” além de possibilitar que o indivíduo desenvolva

algum transtorno psicológico. A maior parte das respostas comportamentais envolve

estratégias de enfrentamento. Enfrentamento se refere a ativos esforços para dominar, reduzir

ou tolerar as demandas criadas pelo estresse. O estresse do indivíduo pode chegar nesta fase

nos casos em que não é possível lutar ou fugir da situação ou objeto entendidos por ele como

ameaçadores (DAVIDOFF, 2001; WEITEN, 2002).

2.4.2 O estresse e a saúde física

A maioria das pessoas enfrenta muitas fontes de estresse em seu cotidiano e grande

parte dos estresses vem e voltam sem causar maiores problemas. Acredita-se que o estresse

possa influenciar negativamente na saúde física apenas quando é severo, não está sendo

superado, enfrentado ou resolvido ou quando seus eventos se acumulam (WEITEN, 2002).

21

O estresse está sendo frequentemente associado a doenças em estudos e pesquisas. A

relação entre medo crônico, estresse e saúde é facilmente visível em animais submetidos a

estresse. Muitos estudos relataram que animais expostos ao estresse têm mais propensão a

atacar jovens, a ter testículos de tamanho reduzido, de ter vidas mais curtas e de ter níveis

mais baixos de testosterona e mais altos de corticosterona (um glicocorticoide). Todos os

tipos de estressores psicológicos estão relacionados a níveis elevados de glicocorticoides,

adrenalina e noradrenalina circulando pelo organismo. Estas substâncias estão implicadas em

muitos transtornos físicos (PINEL, 2005).

Implicações teóricas e clínicas indicam que o estresse pode aumentar a suscetibilidade

a infecções. Estes indícios deram início a um novo campo de pesquisas biopsicológicas, a

psiconeuroimunologia. Ainda não se sabe exatamente como o estresse influencia

negativamente no sistema imunológico já que existem inúmeras possibilidades. Apesar disso,

vários estudos mostram que animais e humanos que foram submetidos a estímulos estressores

tiveram o sistema imunológico deprimido (PINEL, 2005).

O estresse está implicado no desenvolvimento de úlceras gástricas. No geral elas

atingem pessoas que vivem em condições estressantes. Nos Estados Unidos quinhentos mil

novos casos de úlceras gástricas são registrados a cada ano. Estas úlceras são lesões dolorosas

no revestimento do estômago e do duodeno. A maioria dos pacientes com úlcera apresenta

infecção por uma bactéria (Helicobacter pylori) que provoca lesões na parede estomacal. Por

esse motivo alguns deixaram de acreditar que o estresse possuía algum papel nesta patologia,

porém uma análise mais minuciosa mostra que a infecção por H. pylori é insuficiente para

produzir esta patologia na maioria das pessoas além de que 75% dos sujeitos-controle também

apresenta a infecção por H. pylori e não possuem a doença. Aparentemente um outro fator,

provavelmente o estresse, aumenta a suscetibilidade da parede do estômago a lesões por H.

pylori (PINEL, 2005).

2.5 O medo de dirigir

Dirigir é um comportamento aprendido que envolve habilidade motora e uma série de

atividades e comportamentos. Pode parecer tarefa fácil, absolutamente normal e corriqueira

para a maioria da população, mas para algumas pessoas pode-se tornar algo assustador, seja o

ato em si ou algum aspecto específico que o envolva (BELLINA, 2005).

22

2.5.1 Etiologia

Podemos dizer que deparar-se com a direção de um veículo é o estímulo estressor que

proporciona medo ao indivíduo o levando a um estado de estresse. Porém o medo de dirigir

contém características bastante peculiares por se tratar de um ato que requer atividades

múltiplas. O estímulo estressor pode ser fragmentado em situações distintas que englobam o

ato de dirigir e podem ser interpretadas como ameaçadoras por alguns indivíduos. Sendo

assim a origem do medo de dirigir poderá ser encontrada nos motivos particulares de cada

pessoa (BELLINA, 2005).

Uma das causas mais comuns do medo de dirigir é a insegurança no momento do

aprendizado. Quando vamos realizar algo pela primeira vez, é comum interpretarmos como

uma experiência desafiadora. O desafio envolve riscos e o risco gera medo. É difícil sentir-se

confiante ao realizar uma tarefa nunca experimentada antes. Essa falta de autoconfiança gera

uma insegurança enorme e uma sensação de incapacidade. É um sentimento grande que gera a

desqualificação. O individuo acredita não ter capacidade para dirigir. Outra situação comum

que pode acontecer no momento inicial do aprendizado é o indivíduo sentir-se desamparado

por não ter tido apoio adequado da família ou do instrutor. Instrutores de autoescolas

convencionais não estão aptos a lidar com o medo e a ansiedade do aluno que apresente esta

dificuldade. Tal fato pode gerar dificuldade, sentimento de inferioridade e resistência em

dirigir um automóvel (BELLINA, 2005; PASTORE, 2008).

Outro fator que poderá desencadear o medo de dirigir é o receio da exposição. É

bastante comum que o indivíduo com medo de dirigir apresente um perfil perfeccionista e

com tendências a preocupar-se com julgamento alheio. A intensa autocobrança, autocrítica, e

a importância que se dá a críticas e olhares alheios podem causar uma intensa ansiedade e

estado de estresse nessas pessoas que poderão até desistir deste desafio. A grande maioria dos

pacientes que procuram ajuda especializada possui a Carteira Nacional de Habilitação (CNH),

ou seja, tem habilidade para dirigir, receberam aprovação, mas ainda não aprovaram a si

mesmos (BELLINA, 2005; CORASSA, 2000).

Entre os pacientes que procuram ajuda especializada, 95% são mulheres e a maioria

entre 30 e 48 anos. Se entrarmos em um contexto histórico-cultural, onde dirigir fazia parte

apenas do universo masculino, poderemos entender porque a maioria das pessoas que

apresentam tal dificuldade são mulheres. A faixa etária pode ser explicada pelo fato de que

mulheres de idade mais jovem que esta, não foram tão reprimidas já que fazem parte de uma

cultura de igualdade entre os sexos. Já as mulheres mais velhas que 48 anos viveram uma

época em que as mulheres não dirigiam e dependiam do homem. As mulheres que se

23

encaixam nessa faixa etária apesar de já viverem na época de independência feminina podem

provavelmente terem sido criadas em um lar onde a mulher ainda era dependente do homem

(BELLINA, 2005; CORASSA, 2000).

O medo de dirigir quando exagerado, fora do comum e não relacionado a outros

transtornos, pode ser um caso de Fobia Específica. A Fobia Específica é um transtorno

fóbico-ansioso no qual mesmo que o objeto ou situação específica temida não apresente

perigo, desencadeia ansiedade antecipatória podendo levar até a um estado de pânico. Neste

caso a situação percebida como ameaçadora refere-se ao ato de dirigir em si (CID-10, 2000).

Quando associado a outros transtornos psicológicos, este medo da direção pode estar

relacionado ao receio do indivíduo de se deparar com situações específicas que lhe cause

algum desconforto, despertando nele o estado ansioso (estado de estresse) como se pode

verificar no Quadro 1.

24

Quadro 1 - Relação entre transtornos psicológicos e possíveis situações percebidas como ameaça

TRANSTORNO DEFINIÇÃO

(CID-10, 2000)

POSSÍVEL SITUAÇÃO

PERCEBIDA COMO AMEAÇA

AGORAFOBIA

Medo de: sair de casa, lojas,

multidões, locais públicos, viajar

sozinho

Engarrafamento

FOBIA SOCIAL Medo de ser observado e criticado.

Evita situações sociais

Comando policial, pedir

informações e comunicação em

caso de acidente

TRANSTORNO DE

PÂNICO

Ataques recorrentes de ansiedade

grave em situações imprevisíveis

Ter ataques de pânico e perder o

controle enquanto dirige

TRANSTORNO

OBSESSIVO

COMPULSIVO

Idéias obsessivas e/ou

comportamentos compulsivos

recorrentes

Não resistir às obsessões, podendo

ocasionar acidentes e atrasos

ESTADO DE “STRESS”

PÓS TRAUMÁTICO

Revive repetitivamente evento

traumático na forma de lembranças

invasivas e pesadelos

Lembrar evento traumático através

do ambiente ou atividade

relacionada ao episódio

2.5.2 Possíveis consequências

Apesar de ser muito difícil assumir, as pessoas sofrem demasiadamente por não

dirigir. O indivíduo sente que é o único a apresentar essa dificuldade, o que faz surgir uma

sensação de fracasso diante da vida podendo levar a uma profunda baixa autoestima

(PASTORE, 2008; BELLINA, 2005).

O indivíduo pode ter um convívio social cada vez mais reduzido ao resistir à direção

do veículo. Poderá inclusive, evitar sair quando for necessário percorrer longas distâncias sem

a disponibilidade de transporte público ou “carona”. Existem casos de pessoas que recusam

ótimas ofertas de emprego se a localização, por algum motivo, faz com que a direção seja

inevitável (BELLINA, 2005; FRANCO, 2006; PASTORE 2008).

Permanecendo por um longo período no qual o agente estressor em questão continua

despertando medo e o indivíduo não consegue apresentar uma melhora na forma de lidar com

o agente estressor, o estresse pode ultrapassar as fases de alerta e resistência, alcançar e

permanecer na fase de exaustão. Nessa fase, o fato de não conseguir lidar de forma positiva

com o agente estressor pode ocasionar uma frustração muito profunda e poderá até

desencadear alguns desconfortos e doenças físicas (WEITEN, 2002).

25

3 TERAPIA VIBRACIONAL

A terapia vibracional tem como premissa a visão integral do ser humano, estudando a

natureza energética dos átomos e moléculas de inúmeros sistemas de energia vital do corpo

humano. Não vê o ser humano apenas como uma máquina complexa animada apenas por

reações bioquímicas. A medicina vibracional entende o corpo como um sistema complexo e

integrado de energia temporária para a expressão da alma humana (GERBER, 2000).

Na visão da terapia vibracional o corpo é constituído por três partes: físico, mental e

energético ou espiritual. Energia e matéria constituem os mesmos estados do mesmo princípio

e toda matéria é energia podendo sofrer interferência, emanar e/ou receber energia. O ser é

visto como ele é, e não a doença que se tem, pertencendo ao princípio do holograma, no qual

a parte representa o todo, contendo sua essência de forma que tudo esta interligado. Esta

terapia entende saúde e doença levando em consideração diversos fatores e frequências de

energia vibratória que contribuem para formar o sistema de energia humana multifatorial

(GERBER, 2000).

O corpo humano para a terapia vibracional é constituído de sete campos de energia

sendo que cada campo possui uma condição no espaço capaz de produzir forças que

interagem entre si, sobrepondo e misturando suas frequências. O primeiro nível de energia é

responsável pelas sensações físicas, experiências físicas, atividades físicas, percepção dos

cinco sentidos, sono, vitalidade do corpo, alimentação e sexualidade. O segundo nível de

energia é responsável por sentimentos e emoções. O terceiro nível de energia corresponde ao

aspecto racional/ mental. O quarto nível de energia une relacionamentos a partir do senso

interno, formando experiências que refletem no aspecto físico e espiritual e está presente nos

sentimentos em relação aos outros. O quinto nível de energia está relacionado à vontade

“Divina”, ações de dar e receber de forma não imposta, desenvolvendo planos e objetivos, se

manifesta nas escolhas, em nosso livre arbítrio. O sexto nível de energia se manifesta na

criatividade, a paz no corpo, alegrias, contentamento, relação com o mundo espiritual. O

sétimo nível de energia se reflete no pensamento em Deus, contemplação, conhece a mente

divina de nós, integra-se com o todo e compreende o mundo (GERBER, 2000).

Todos os campos energéticos são diretamente afetados pelas emoções, mas também

por fatores ambientais e nutricionais. Padrões de crescimento celular tanto na forma positiva

quanto na forma negativa podem ocorrer devido a estas energias sutis. Nossa consciência é

uma forma de energia que está relacionada com a expressão e funcionamento celular.

26

Partindo do princípio de que os seres humanos são constituídos de energia, é possível

compreender melhor os novos conceitos de saúde e doença. Entre os diversos tratamentos

vibracionais que existem, utilizaremos a Terapia Floral usando duas de suas essências como

forma de tratamento.

3.1 Dr. Edward Bach e a descoberta dos florais

Doutor Edward Bach nasceu em setembro de 1886, em Mosley, pequeno povoado

próximo a Birmingham, na Inglaterra. Desde criança sempre mostrou grande apreço pela

natureza e muita sensibilidade. Já no período escolar tomou a decisão de seguir a carreira

médica. Aos 20 anos iniciou curso de medicina na Faculdade de medicina de Birmingham,

onde se formou e especializou-se em bacteriologia, imunologia e saúde pública (BACH,

2004).

Trabalhou durante a primeira guerra mundial, sendo responsável por 400 leitos de

feridos no Hospital Universitário. Naquela época Bach pôde perceber como os pacientes

reagiam diante das enfermidades e como essas reações influenciariam no curso das mesmas.

Viu que o mesmo tratamento aplicado à pessoas diferentes nem sempre curava a mesma

enfermidade, que medicamentos eficazes para algumas não atuavam em outras, e que os

pacientes com similaridade de temperamento melhoravam com o mesmo medicamento.

Tornou-se claro para ele que a índole do paciente tinha mais importância que seu corpo físico

(BACH, 2004).

Dr. Edward Bach já havia conquistado grande prestígio como bacteriologista e

patologista. Trabalhando um dia em seu laboratório teve uma hemorragia digestiva que o

levou à cirurgia. Tempo depois, detectou-se uma doença incurável, os médicos lhes disseram

que restavam apenas três meses de vida. Abandonou o hospital antes de receber alta e fechou-

se em seu laboratório dedicando-se a um longo período de estudos. Os dias se passaram até

que Bach não sentia mais os sintomas da doença e percebeu estar completamente curado. Essa

experiência o levou a conclusão de que interesse absorvente, um grande amor ou um

propósito de vida são fatores decisivos para a saúde e a felicidade do homem. Bach alcançou a

cura devido a sua grande dedicação ao trabalho (BACH, 2004).

Dr. Bach foi o pioneiro na compreensão do relacionamento das emoções com a saúde

do corpo e da psique. Percebeu que para a saúde ser gerada e mantida os nossos aspectos

emocionais e espirituais precisam ser trabalhados e estar em equilíbrio (KAMINSKI, 2003).

27

Em 1919, passou a trabalhar no Hospital Homeopático de Londres. Entusiasmado pela

homeopatia criada por Hahnemam, na qual detectou muita semelhança com suas próprias

ideias, criou vacinas orais que curavam doenças crônicas.

Em 1929, aos 43 anos, Bach era respeitado por alopatas e homeopatas de toda Europa.

Em pleno êxito profissional como clínico e pesquisador, seguindo sua intuição e chamado

interior, abandonou suas atividades na cidade e tudo que havia conquistado até então. Partiu

para o campo, mudou-se para Gales com o propósito de encontrar novos remédios com o

intuito de curar pessoas e não doença (BACH, 2004).

Foi o precursor de um novo tipo de tratamento onde a cura surgia de dentro para fora.

Entre 1930 e 1934 descobriu as 38 essências vibracionais retiradas de elementos da natureza,

água e flores, uma nova medicina complementar, onde os medicamentos atuam na causa e não

nos efeitos.

Retornando a civilização, verificou a eficácia dos medicamentos e compreendeu a

grande ajuda que poderiam trazer a humanidade doente. Em 1936, disse aos seus

colaboradores: “Minha tarefa foi cumprida, minha missão neste mundo está terminada”.

Poucas semanas depois, enquanto dormia, Bach abandonou definitivamente seu corpo físico

(BACH, 2004).

Em 1976 a Organização Mundial da Saúde (OMS) reconheceu o efeito dos florais. Em

seu parecer para assuntos relacionados à medicina tradicional, o Dr. H. A. W. Forbes,

consultor da OMS, declarou sobre a terapia floral: “Os remédios florais parecem trabalhar

segundo o mesmo princípio da homeopatia – eles transmitem um padrão de energia. Eu

próprio, em minha prática médica, tenho usado as essências florais de maneira crescente

durante os últimos 17 anos (...)” (BANNERMAN et al., 1983).

Dentre as várias modalidades consideradas pelos grupos de estudos, particularmente

com relação à terapia floral, a OMS assim se posicionou: “Cada remédio trata uma

determinada pessoa e uma condição particular. O uso de todos estes remédios (essências

florais) está amplamente distribuído pelo mundo em uma pequena escala. Eles são excelentes

para o autocuidado, sendo totalmente sem efeitos colaterais e não oferecem perigo caso um

remédio errado seja prescrito”. (BANNERMAN et al., 1983)

3.2 Filosofia do Dr. Bach

A filosofia “Cura- te a ti mesmo”, que consta na obra de Dr. Bach, explica a causa real

e a cura das doenças. Uma das passagens da obra mostra o conflito que aparece quando nossas

personalidades são supostamente atraídas para fora de nossa alma, por obra de nossos desejos

28

terrenos, ou pela persuasão dos outros. Esse conflito, segundo Bach, é a causa principal da

doença e da infelicidade (MONARI, 2002).

Cita também que cada oportunidade nos seja proporcionada pelo Divino poder, para

corrigir nossos caminhos antes que, como último recurso a dor e o sofrimento tenham de ser

aplicados. Explica também que não podemos esquecer que o sofrimento é, em si mesmo,

benéfico, pois mostra o momento em que estamos seguindo por algum caminho errado e

acelera nossa evolução para uma gloriosa perfeição (MONARI, 2002).

“A doença tanto é evitável como remediável, e é trabalho dos que praticam a cura

espiritual e dos médicos fornecer aos que sofrem, em acréscimo aos remédios materiais, o

conhecimento do sofrimento causado pelo erro de suas vidas, e da maneira pela qual esse erro

pode ser erradicado, para que, assim, se possa restituir ao doente a saúde e a alegria” ( BACH,

2004, pg. 23).

Bach dizia que o que conhecemos como doença é o último resultado produzido no

corpo, o produto final de forças profundas e duradouras e por isso a medicina tradicional está

fracassando, pois ela não trata as causas, apenas os sintomas, ou seja, não cura, apenas

mascara um problema muito mais profundo. As doenças que acometem o homem são defeitos

como egoísmo, a ignorância, a instabilidade, ambição, e os consideramos individualmente,

nota-se que são contrários a Unidade. Esses defeitos da alma constituem a verdadeira doença.

(BACH, 2004).

A saúde se estabelece em estado de total harmonia e equilíbrio, cujas qualidades

positivas são fé e esperança (vontade divina), sabedoria (nutrir a mente) e o amor (compaixão

e misericórdia). Segundo Bach, devemos aprender com seriedade e desenvolver a

individualidade segundo os ditames da nossa própria alma; a não temer e a cuidar para que

ninguém interfira no nosso desenvolvimento, do cumprimento do nosso dever, e ajudar nossos

semelhantes lembrando que quanto mais avançamos mais abençoados nos tornamos para

aqueles que estão à nossa volta (BACH, 2004).

3.3 As essências florais

O uso da terapia floral surgiu em um momento de mudança no conceito de tratamento

para a humanidade, momento este em que a sensibilidade e o conhecimento de novas técnicas

fizeram com que redescobríssemos a forma mais correta e eficaz de tratar, percebendo o ser

humano como um ser completo e integrado e não um ser que apresenta somente sintomas.

Unindo assim o caminho da alma com a consciência, o instinto e a intuição, equilibrando

aspectos emocionais, físicos, mentais e espirituais, não deixando que o corpo e a mente

29

fiquem doentes, pois toda forma de doença é o reflexo e a consequência do desequilíbrio no

interior da mente e do coração. Ambos devem manter-se sempre em equilíbrio para que não

ocorra a doença. Segundo Bach, a alma controla todo o conjunto da vida, utiliza o corpo físico

como suporte para a incansável busca da perfeição através de anos de aprendizado (BACH,

1999).

Os Florais de Bach partem de uma visão integral do ser humano. Foram desenvolvidas

trinta e oito essências florais. As essências florais visam harmonizar o corpo, a mente, as

emoções e as energias que compõe os seres vivos, transformando vibrações negativas em

vibrações positivas, potencializando as qualidades que o ser humano possui. Agem

unicamente de forma vibracional, gerando consciência, autoconhecimento e transformação de

paradigmas que refletem na somatização física e mental de sintomas; atuam por ressonância

de energia de uma flor específica com uma emoção específica, ou seja, cada flor tem a sua

própria assinatura.

Nessa pesquisa foram utilizados apenas dois florais, Mimulus e Rock Rose. Segue a

descrição de cada uma delas:

3.3.1 Mimulus

Figura 2: Flor Mimulus (Mimulus Guttatus ou Mimulus Luteus)

Fonte: NOVOCEU, 2010.

30

Botânica: Original da América do norte e naturalizada na Inglaterra, planta perene,

aproximadamente trinta centímetros de altura de caule oco com o talo fino e quebradiço. Seu

cálice, copado em forma de sino, apresenta cinco lobos que se fecham ao menos vento ou

chuva. Cresce ao longo de regatos, rios e lugares úmidos, sem medo de correntezas, suas

raízes se afundam e se agarram fortemente ao cascalho. Grandes flores solitárias amarelas

desabrocham entre junho e agosto, pertence à família do Almíscar (DI PIAZZA, 2000;

SCHEFFER, 2000).

Aspectos Vibracionais: A essência floral Mimulus se relaciona com as qualidades da

alma ligadas à coragem e a confiança. Quando em estado negativo de Mimulus, precisamos

aprender a superar nossos medos (SCHEFFER, 2000).

Indicação: Mimulus é indicado para as pessoas que possuem qualquer tipo de medo

conhecido como, por exemplo: medo de doença, de acidentes, de multidões, de pessoas, de

barulho, de escuro, de discutir, medo de ficar sozinho, medo de dirigir, medo de animais,

medo de complicações na doença ou de alcançar a cura e etc. (BACH, 1991).

3.3.2 Rock Rose

Figura 3: Flor Rock Rose (HelianthenumVulgare ou Helianthenum Nummularium)

Fonte: NOVOCEU, 2010.

Botânica: Subarbusto que se ramifica livremente, seus galhos curtos, de hastes

lenhosas, rastejam pelo chão. Possuem cinco pétalas delicadas, recurvadas e vincadas, cinco

sépalas, muitos estames ao redor do pistilo e longas e finas estípulas. Normalmente só uma ou

duas flores nasce em cada planta, de suas hastes curtas e retas nascem folhas estreitas, longas

e verdes na parte superior e brancas na inferior. Cresce em elevações gredosas e solos

31

calcáreos e cascalhentos. As flores amarelas desabrocham de junho a setembro, de ordinário

apenas uma ou duas ao mesmo tempo. Podem ser encontradas na Europa e na América (DI

PIAZZA, 2000; SCHEFFER, 2000).

Aspectos Vibracionais: A essência floral Rock Rose se relaciona com as qualidades da

alma ligadas a coragem e firmeza. Capaz de crescer em si mesmo em emergências e situações

críticas, e mobilizar forças quase que sobre naturais, é considerada um remédio da salvação

(SCHEFFER, 2000).

Indicação: Indicado em casos emergenciais, para pesadelos e medos noturnos, situação

de medo, de pânico ou de terror intensos que paralisam as pessoas, medo irracional, para

crises de ansiedade, etc. Também é indicado em situações que parece não haver nenhuma

esperança. De grande ajuda em acidentes ou em enfermidades que surgem repentinamente,

em momentos em que o enfermo está muito assustado ou aterrorizado ou quando o estado é

grave o bastante para causar ansiedade nos que estão ao nosso redor (BACH, 1991).

32

4 MATERIAIS E MÉTODOS

4.1 Escolha dos Florais

Todos os frascos das essências florais, sem exceções, foram manipulados na farmácia

de manipulação HN Cristiano Homeopatia – Unidade Tatuapé. O frasco de âmbar possui 30

ml sendo que 10% destes são compostos do conservante solução hidrobrandy (conhaque). Foi

aplicado um frasco do composto floral, sendo que o frasco do composto se utilizado na

frequência e forma correta, tem a duração de 20 dias em média. A indicação de administração

de floral foi de quatro gotas quatro vezes ao dia.

Foram escolhidas duas essências florais para serem aplicadas na pesquisa. Para que

isso fosse possível, foram levados em consideração dois fatos; 1) não importa se o medo de

dirigir é o medo do ato em si, ou de outras situações que envolvam o ato, já que todos os

casos possuem um ponto em comum: o medo específico de um ou mais objetos e / ou

situações, que fazem parte do ato da direção e são percebidos como ameaça pelo indivíduo e

2) o medo de dirigir, relacionado ou não à outros transtornos psicológicos desencadeia um

estado ansioso quando o estímulo estressor ocorre.

A partir dessas informações, foram escolhidas as essências florais de Bach:

4.1.1 Mimulus

Com a intenção de trabalhar a superação do medo conhecido através das qualidades da

alma ligadas à coragem e a confiança. Esta essência irá atuar na questão do medo específico

que a pessoa apresenta (SCHEFFER, 2000).

4.1.2 Rock Rose

Com a intenção de trabalhar o estado ansioso; estado de pânico e terror, através das

qualidades da alma ligadas à coragem e a firmeza. É um dos componentes mais importantes

do Rescue Remedy (SCHEFFER, 2000).

4.2 Recrutamento de voluntários

A divulgação foi feita através de folhetos explicativos que foram expostos na

Universidade Anhembi Morumbi – Campus Centro e em algumas autoescolas da zona leste

de São Paulo. Dos candidatos que se interessaram poucos compareceram ao primeiro

encontro, destes, foram escolhidos 07 que se encaixaram dentro dos critérios de inclusão.

33

4.2.1 Critérios de inclusão e exclusão

Somente puderam participar das pesquisas os voluntários oriundos da população geral,

que apresentam medo de dirigir. Os voluntários que apresentaram o medo de dirigir associado

a outros transtornos psíquicos, como foi explicado anteriormente, também puderam participar.

Não puderam participar os indivíduos que não possuem a Carteira Nacional de

Habilitação (CNH). Também foram excluídos os indivíduos que não quiseram se expor à

direção do veículo uma vez que sem a exposição à situação que lhes desperta o medo e por

consequência o estado ansioso, não haveria como saber se as essências florais tiveram alguma

ação positiva na diminuição do nível de ansiedade e estresse perante o objeto ou situação

temida.

4.3 Procedimentos

O Questionário de Quantificação de Estresse (UNIFESP) foi aplicado como uma

forma de avaliar em que fase de estresse o indivíduo se encontra e dentro da fase de alerta,

onde ocorrem os sintomas devido à exposição à situação temida, analisar se há uma

diminuição da quantidade de sinais e sintomas vivenciados. A análise das fases é realizada a

partir da quantidade de sinais e sintomas que o indivíduo possui. Quando se tem sete ou mais

sintomas na fase de alerta significa que o indivíduo está ou já passou dessa fase. Menos de

quatro sintomas na fase de resistência significa que o indivíduo ainda se encontra na fase de

alerta, quatro ou mais sintomas significa que o individuo está ou já passou da fase de

resistência. Na fase de exaustão somar menos que nove sintomas significa que a pessoa está

ainda em fase de resistência, enquanto somar nove ou mais sintomas significa que se encontra

na fase de exaustão.

No primeiro encontro, após serem devidamente orientados sobre o estudo e com o

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Apêndice B) assinado, cada um dos

participantes percorreu um trajeto de aproximadamente 350 metros. Logo após o término do

percurso os participantes responderam o questionário, para que fosse possível avaliar seu

nível de ansiedade durante a exposição à situação. Ao final do preenchimento do questionário,

foi entregue aos voluntários uma ficha de controle (Apêndice A) e o frasco com a essência

floral.

O mesmo trajeto foi realizado por cada participante vinte dias depois em nosso

segundo encontro onde cada participante respondeu novamente o questionário. Neste encontro

os pacientes devolveram as fichas de controle devidamente preenchidas e assinadas. Dessa

34

forma foi possível fazer um estudo comparativo entre os dois questionários de cada

voluntário, em busca de resultados.

Nos dois encontros o trajeto foi feito com todos os voluntários no mesmo quarteirão

em uma região tranquila do bairro Parque São Jorge na cidade de São Paulo-SP.

A ficha de controle foi introduzida neste trabalho com o intuito de obter um maior

controle sobre a administração correta da essência pelo voluntário. Desta forma foi possível

eliminar alterações nos resultados da pesquisa por indisciplina dos participantes.

35

5 CRONOGRAMA

Quadro 2 - Cronograma de atividades referentes ao presente trabalho

DATA ATIVIDADE

1ª à 3ª Semana de Agosto Seleção e recrutamento de voluntários.

21/09/2010 Prática da direção e aplicação do questionário, entrega do

frasco e início da utilização do composto floral.

31/10/2010 Término da utilização dos florais, prática de direção e

segunda aplicação do questionário.

31/10/2010 à 08/11/2010 Análise e discussão dos resultados.

16/11/2010 Entrega do trabalho à banca examinadora.

23/11/2010 Apresentação oral do trabalho à banca examinadora.

36

6 ORÇAMENTO

Quadro 3 - Orçamento referente aos gastos necessários à realização da pesquisa

DESCRIÇÃO QUANTIDADE VALOR

UNITÁRIO

VALOR

PARCIAL

Composto floral 12 R$14,00 R$168,00

Cópias (questionário e

termo de consentimento) 64 R$0,20 R$12,80

GASTO TOTAL R$180,80

37

7 RESULTADOS

Entre as 28 pessoas que entraram em contato mostrando interesse em participar

voluntariamente da pesquisa, apenas 07 compareceram ao primeiro encontro. Foram incluídas

as 07 pessoas na pesquisa e todas elas compareceram no segundo encontro.

Das 21 pessoas que não compareceram ao primeiro encontro, 11 alegaram que

estavam muito ocupadas nas datas propostas, 04 não responderam o motivo e 06 afirmaram

que tiveram receio em ter que se expor a direção do veículo. A idade média entre essas 06

últimas é de 43,6 anos e todas elas são do sexo feminino.

7.1 Caracterização da amostra

O Gráfico 1 mostra os dados referentes ao sexo dos voluntários em forma de

porcentagem. Todas (100%) as sete voluntárias são do sexo feminino.

Gráfico 1 – Apresentação dos dados referentes ao sexo predominante da amostra

O Quadro 4 refere-se à idade das voluntárias. A idade média da amostra foi de 23,7

anos. A idade mínima foi de 19 anos e a máxima de 29 anos. Já o Gráfico 2 refere-se a

predominância de idade entre as voluntárias. As voluntárias com mais de 25 anos representam

57% da amostra enquanto as voluntárias de 20 à 24 anos representam 29% da amostra e as

voluntárias com menos de 20 anos representam apenas 14% da amostra.

38

Quadro 4 - Apresentação dos dados referentes à idade das voluntárias

Média de

Idade

Desvio

Padrão

Idade

Mínima

Idade

Máxima

23,7 Anos 3,7 19 29

Gráfico 2 – Apresentação gráfica dos dados referentes à predominância de idade entre as voluntárias

O Gráfico 3 refere-se ao grau de escolaridade predominante entre as voluntárias.

Detectou-se que 5 voluntárias (71%) possuem grau superior incompleto, 1 voluntária possui

2º grau completo e uma voluntária possui grau superior completo.

Gráfico 3 - Apresentação dos dados referentes ao grau de escolaridade das voluntárias

O Gráfico 4 refere-se à ocupação predominante da amostra. A ocupação predominante

é a de estudante (71%).

39

Gráfico 4 - Apresentação dos dados referentes à ocupação das voluntárias

7.2 Caracterização do medo

O Gráfico 5 mostra que a maioria (57%) das voluntárias caracterizou seu próprio

medo como mediano seguido de 29% das voluntárias que caracterizaram o medo como leve.

Apenas uma voluntária (14%) caracterizou seu medo como exagerado.

Gráfico 5 - Apresentação dos dados referentes à autoavaliação do medo das voluntárias

Podemos perceber, através do Gráfico 6 que apenas uma (14%) voluntária relatou que

nunca dirige. As outras 6 (86%) voluntárias relataram que dirigem raramente.

40

Gráfico 6 - Apresentação dos dados referentes à frequência de direção das voluntárias

Em relação aos desconfortos físicos mais comumente vivenciados no momento da

exposição á direção, podemos enxergar através do Gráfico 7 a predominância de queixas

referentes à taquicardia (71% das voluntárias), seguido de tremores (57%) e sudorese (14%).

Gráfico 7 - Apresentação gráfica de ocorrência de desconfortos físicos no momento da exposição à

direção.

O Gráfico 8 apresenta os dados referentes aos fatores que, segundo relato das

voluntárias, despertam o medo na hora de dirigir. Todas as voluntárias relataram que possuem

medo porque se sentem insegura na hora de dirigir. 57% da amostra sente-se despreparada em

relação à direção do veículo e possuem medo de causar um acidente.

41

Gráfico 8 - Apresentação dos dados referentes aos fatores que despertam o medo nas voluntárias.

Em relação à influência do medo de dirigir na vida das voluntárias, 57% da amostra

admitiu que este medo gera um sentimento de impotência e perda de tempo e praticidade,

43% relatou uma diminuição da autoestima e 14% relatou uma redução no convívio social.

Gráfico 9 - Apresentação dos dados referentes à interferência do medo nas relações interpessoais das

voluntárias.

42

No Quadro 5 podemos observar que 57% das voluntárias possui outro agente estressor

em potencial, ao contrário do restante da amostra (43%).

Quadro 5 - Apresentação dos dados referentes à presença de outro agente estressor recente em

potencial na vida das voluntárias

Presença de Outro

Agente Estressor Qtde. %

Não 3 43%

Sim 4 57%

Total geral 7 100%

O quadro a seguir mostra que apenas uma (14%) das sete voluntárias afirmou que já

sofreu algum acidente traumático.

Quadro 6 - Apresentação dos dados referentes à presença de algum acidente traumático na vida das

voluntárias

Presença de algum

Acidente Traumático Qtde. %

Não 6 86%

Sim 1 14%

Total geral 7 100%

7.3 Resultados do Teste de Quantificação de Estresse

Os gráficos 10, 11 e 12 fazem um comparativo entre os dois encontros. No Gráfico 10

e Quadro 7 podemos acompanhar a evolução da fase de estresse em cada voluntária.

Permaneceu na fase em que estavam 71% da amostra. 29% das voluntárias regrediu uma fase

após o término da ingestão do floral. O Gráfico 11 nos mostra que em apenas um dos casos

não houve diminuição da quantidade de sintomas somando todas as fases. Somando os

sintomas de todas as fases, a voluntária nº1 teve diminuição de 9 sintomas, a n°2 teve

diminuição de 2 sintomas, a nº3 teve diminuição de 6 sintomas, a n°4 teve diminuição de 15

sintomas, a nº5 teve diminuição de 3 sintomas, a n°6 não teve nenhuma diminuição e a n°7

teve diminuição de 11 sintomas.

43

Quadro 7 - Evolução de fases de estresse

Voluntária Fase em que se encontrava

no 1° encontro

Fase em que se encontrava

no 2° encontro

Voluntária 1 Resistência Resistência

Voluntária 2 Nenhuma Nenhuma

Voluntária 3 Exaustão Exaustão

Voluntária 4 Resistência Nenhuma

Voluntária 5 Nenhuma Nenhuma

Voluntária 6 Resistência Resistência

Voluntária 7 Resistência Nenhuma

Gráfico 10 - Apresentação gráfica da evolução de fases de estresse

Gráfico 11 - Apresentação comparativa referente à quantidade de sintomas vivenciados somando

todas as fases

44

O Gráfico 12 mostra que apenas em um (14%) dos casos não houve diminuição da

quantidade de sintomas na fase de alerta, ou seja, no momento em que foi exposta ao agente

estressor. Na fase de alerta a voluntária n°1 teve diminuição de 5 sintomas, a nº2 teve

diminuição de 2 sintomas, a n°3 teve diminuição de 6 sintomas, a n°4 teve diminuição de 6

sintomas, a n° 5 teve diminuição de 2 sintomas, a n°6 não apresentou diminuição de nenhum

sintoma e a n°7 teve diminuição de 2 sintomas nesta fase.

Gráfico 12 - Apresentação comparativa referente à quantidade de sintomas vivenciados na fase de

alerta

5.4 Avaliação Subjetiva

Em relação ao trajeto percorrido, o Gráfico 13 faz um comparativo entre os dois

encontros. 57% das voluntárias realizou o trajeto completo em ambos os encontros, enquanto

29% havia realizado apenas a metade do trajeto no 1° encontro e no 2° encontro realizou o

trajeto completo. Uma das voluntárias (14%) não conseguiu começar o trajeto no primeiro

encontro e no segundo encontro realizou 50% do trajeto.

Quadro 8 - Trajeto percorrido pelas voluntárias nos dois encontros

Voluntária

Trajeto

Percorrido no

1° Encontro

Trajeto

Percorrido no 2°

Encontro

Voluntária 1 Inteiro Inteiro

Voluntária 2 Inteiro Inteiro

Voluntária 3 Inteiro Inteiro

Voluntária 4 Metade Inteiro

Voluntária 5 Nada Metade

Voluntária 6 Inteiro Inteiro

Voluntária 7 Metade Inteiro

45

Gráfico 13 – Trajeto percorrido – Comparação entre o primeiro e segundo encontro.

Em uma avaliação subjetiva, o Gráfico 14 mostra como as pacientes se sentiram no

segundo encontro em relação ao primeiro. 57% relatou que se sentiram um pouco mais

tranquilas no momento da exposição em relação à primeira prática, e o restante da amostra

(43%) afirmou que se sentiram muito mais tranquilas durante a exposição em relação à

primeira prática.

Gráfico 14 – Apresentação gráfica de relato das voluntárias

O gráfico 15 mostra o número de vezes que as voluntárias não ingeriram o floral. Das

sete participantes, duas (29%) não ingeriram cinco vezes, duas (29%) não deixaram de ingerir

nenhuma vez, uma (14%) deixou de ingerir dez vezes, uma outra (14%) deixou de ingerir

quatro vezes enquanto outra (14%) deixou de ingerir apenas uma vez. A paciente que deixou

de ingerir 10 vezes é a mesma que não apresentou diminuição de sintomas na fase de alerta e

somando todas as fases.

46

Gráfico 15 – Apresentação Gráfica em relação à disciplina das voluntárias quanto à administração dos

florais

47

DISCUSSÃO

Este estudo avaliou a eficácia da ação de Florais na diminuição de ansiedade

observada em indivíduos que apresentam medo de dirigir no momento em que são expostos à

direção. Os resultados da pesquisa mostraram que 86% dos indivíduos submetidos ao

tratamento obteve uma diminuição significativa de sintomas de ansiedade (fase de alerta do

estresse).

A princípio esperávamos que participassem das pesquisas pessoas que se encaixassem

no perfil constado na literatura pesquisada, como maioria em relação ao medo de dirigir.

Esperávamos mulheres entre 30 e 48 anos de idade, porém a amostra que se disponibilizou a

participar da pesquisa expondo-se ao agente estressor possui idade média de 23,7 anos sendo

que 100% da amostra afirmou que a insegurança é um fator gerador de medo para elas.

Possivelmente o perfil que esperávamos não tenha nos procurado exatamente pelo fato de

possuírem um medo maior do que as que aceitaram expor-se ao agente estressor. Essa

possibilidade foi despertada pelo fato de que entre as 21 pessoas que se interessaram em

participar das pesquisas e não compareceram ao primeiro encontro, 6 mulheres (28,57%)

admitiram que não compareceram pois tiveram receio em ter que se expor à direção e dessas

seis, a idade média foi de 43,6 anos.

Em relação aos fatores que possivelmente despertam o medo de dirigir, observamos

que em toda a amostra o medo é causado por insegurança, seguida ou não de outros fatores.

Esse dado pode ser justificado pelo fato de que a maioria da amostra (71%) adquiriu a CNH

há menos de dois anos e quando se aprende uma atividade nova que envolve tantas

habilidades e certos riscos é comum sentir-se inseguro.

Observa-se no Quadro 5 que 4 voluntárias (57%) possuem um outro agente estressor

em potencial. A presença desse agente pode ter influenciado nos resultados de forma que os

sintomas assinalados por essas voluntárias podem estar relacionado a este outro agente

estressor e talvez não ao medo de dirigir. Essa influência pode ter atrapalhado os resultados

tanto do primeiro quanto do segundo teste.

Através da avaliação das duas aplicações do Teste de Quantificação de Estresse

observa-se que apenas duas voluntárias (29%) regrediram de fase de estresse sendo que no

primeiro encontro encontravam-se na fase de resistência e no segundo não apresentaram a

quantidade mínima de sintomas para enquadrar-se em nenhuma das fases. Houve uma queda

significativa da quantidade de sintomas em seis (86%) voluntárias tanto na fase de alerta

quanto na somatória de todas as fases. A única voluntária que apresentou o mesmo número de

48

sintomas tanto na fase de alerta quanto nas fases de resistência e exaustão foi a mesma que

deixou de tomar o floral por dez vezes. Não se sabe ao certo o quanto e como essa quebra de

freqüência pode influenciar no tratamento.

Com essa diminuição da quantidade de sintomas na fase de alerta, na qual os sintomas

ocorrem no momento da exposição, ficou claro que a maioria (86%) das voluntárias sentiu-se

mais tranquila no momento da exposição em relação ao primeiro encontro que ocorreu antes

da administração do frasco da essência floral. Em uma avaliação subjetiva podemos notar

também uma melhora através do trajeto percorrido no segundo encontro em relação ao

primeiro, já que as duas voluntárias (29%) realizaram apenas metade do trajeto no primeiro

encontro e no segundo realizaram todo o trajeto e uma outra voluntária que não conseguiu

começar a realizar o trajeto no primeiro encontro, no segundo encontro realizou metade do

trajeto. Entre as sete voluntárias, quatro (57%) relataram que se sentiram um pouco mais

tranquilas no segundo encontro enquanto as outras três (43%) relataram que se sentiram muito

mais tranquilas no segundo encontro.

Este medo também mostrou interferência nas relações interpessoais das voluntárias,

principalmente porque gera sentimento de impotência, as faz perder tempo e praticidade e

adquirir baixa autoestima. Assim como a influência do estresse na saúde física, esses aspectos

também apontam para uma necessidade de maior atenção a este problema.

Com base nesses resultados, a Terapia Floral mostrou-se eficiente para diminuir,

nestes casos de medo de dirigir, o estado ansioso e sintomas de estresse na fase de alerta, bem

como nas outras fases de estresse, tornando-se atrativa para aliviar estes sintomas pelo fato de

não possuir contraindicações e reações adversas além de ter baixo custo.

Neste trabalho utilizamos apenas as essências florais de Bach Mimulus e Rock Rose a

fim de analisar uma melhora especificamente nos aspectos mede e estado ansioso ou de

estresse. Porém sabe-se que o medo de dirigir pode ser causado por diversos fatores, e, por

esse motivo, em casos peculiares como no caso de uma das voluntárias que tem histórico de

acidente traumático, não se deve descartar a necessidade de adicionar ao tratamento outras

essências florais que trabalhem essas peculiaridades. Dessa forma preserva-se a ideia de

tratarmos cada indivíduo de acordo com suas particularidades.

Na literatura pesquisada, foi encontrado um estudo similar que se baseou em crianças

com medo de dentista. Neste estudo a administração de florais ocorreu em 30 dias e foram

inclusas outras essências além de Mimulus e Rock Rose. O resultado final deste trabalho

mostrou uma melhora no total de 82% da amostra. Apesar das diferenças no método de

aplicação da pesquisa, comparando estes estudos, o resultado do estudo sobre medo de

49

dentista foi similar a este presente estudo que mostrou melhor controle do medo de dirigir em

86% da amostra, tomando como base a diminuição de sintomas de estresse.

O presente estudo foi realizado com apenas um frasco de floral por 20 dias. Não se

sabe se a quantidade de sintomas continuaria a diminuir com o uso prolongado do floral ou se

permaneceria da forma em que se encontra. Isso aponta para a necessidade de estudos de

forma prolongada para que seja possível observar a existência de uma melhora a longo prazo.

Apesar de se mostrar atrativa, a Terapia Floral não é muito estudada. Não encontramos

nenhum trabalho sobre terapia floral relacionada ao medo de dirigir, tornando-se impossível

um estudo comparativo. É necessária a realização de mais estudos relacionando à terapia

floral ao alívio dos diversos sintomas que compõem o medo de dirigir, bem como a existência

de um impacto no bem-estar e qualidade de vida do indivíduo a longo prazo.

50

CONCLUSÃO

Este estudo avaliou a eficácia das essências florais Mimulus e Rock Rose que fazem

parte do Grupo do Medo da Terapia Floral de Bach em indivíduos que apresentam medo de

dirigir. Foi possível concluir que:

- As essências florais utilizadas se mostraram eficientes na redução da quantidade de

sintomas na fase de alerta, sintomas estes que compõem o estado ansioso, bem como nas

demais fases de estresse;

- Em uma avaliação subjetiva, as voluntárias obtiveram maior controle sobre o medo,

sentindo-se e mostrando-se mais tranquilas no momento da exposição.

51

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54

APÊNDICES

APÊNDICE A

Ficha de controle de administração da essência floral.

Nome:

Data de início:

Obs.: Não se esquecer de tomar quatro gotas quatro vezes ao dia.

DOM SEG TER QUA QUI SEX SAB

SEMANA

SEMANA

SEMANA

SEMANA

APÊNDICE B

TCLE – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Título do projeto: AÇÃO DOS FLORAIS DE BACH MIMULUS E ROCK ROSE EM

INDIVÍDUOS QUE APRESENTAM MEDO DE DIRIGIR.

O objetivo deste estudo é analisar se, com a aplicação dos florais, existe uma possível

diminuição de ansiedade, em nível de estresse, vivenciada por indivíduos que apresentem

medo de dirigir, no momento em que eles forem expostos a situação temida.

Serão realizados dois encontros com o intervalo de vinte dias. No primeiro você

receberá uma ficha de controle na qual você deverá anotar um “x” todas as vezes que tomar as

quatro gotas do floral. Nesse mesmo encontro você irá fazer, ou pelo menos tentar fazer, um

percurso dirigindo, dando a volta em um quarteirão. Logo após irá responder um questionário

que nos ajudará a identificar o nível de sua ansiedade ao dirigir o veículo.

No segundo encontro, o mesmo procedimento será aplicado e você deverá devolver a

ficha de controle devidamente preenchida e assinada.

Será administrado um frasco de floral que você irá receber em nosso primeiro

encontro. O frasco deve ser administrado em quatro gotas via oral, quatro vezes ao dia. O

frasco costuma durar vinte dias, onde acontecerá nosso novo encontro. Os Florais não trazem

riscos para a sua saúde. Não existem contraindicações as essências, ao menos que você não

possa ingerir conhaque. Neste caso o floral será preparado em outro veículo.

Em qualquer etapa do estudo, você terá acesso aos profissionais responsáveis pela

pesquisa para esclarecimento de eventuais dúvidas. A principal pesquisadora é: Clara Betcher

Rabello, telefone 7893-9165.

Endereço: Universidade Anhembi Morumbi - Unidade Centro - Rua Doutor Almeida

de Lima, número 1.134.

Se você tiver alguma consideração ou dúvida sobre a ética da pesquisa, entre em

contato com o Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) – R. Casa do Ator, 294, 7° andar –

fone (11) 3847-3033 – e-mail:[email protected]

É garantida a liberdade da retirada de consentimento a qualquer momento e deixar de

participar do estudo, sem qualquer prejuízo à continuidade de seu tratamento na Instituição;

Todas as informações obtidas serão analisadas em conjunto com outros pacientes, não

sendo divulgada sua identificação. Os pesquisadores se comprometem a utilizar os dados e o

material coletado somente para esta pesquisa.

Você tem o direito de ser mantida atualizada sobre os resultados parciais das

pesquisas, quando em estudos abertos, ou de resultados que sejam do conhecimento dos

pesquisadores;

Não há despesas pessoais para o participante em qualquer fase do estudo, incluindo

exames e consultas. Também não há compensação financeira relacionada à sua participação.

Se existir qualquer despesa adicional, ela será absorvida pelo orçamento da pesquisa.

Acredito ter sido suficientemente informado a respeito das informações que li ou que

foram lidas para mim, descrevendo o estudo ”AÇÃO DOS FLORAIS DE BACH MIMULUS

E ROCK ROSE EM INDIVÍDUOS QUE APRESENTAM MEDO DE DIRIGIR”.

Eu, __________________________________________________________________

__________________________________________________discuti com a Srta. Clara

Betcher Rabello e a Srta. Vanessa Bispo de Moraes, sobre a minha decisão em participar

nesse estudo. Ficaram claros para mim quais são os propósitos do estudo, os procedimentos a

serem realizados, seus desconfortos e riscos, as garantias de confidencialidade e de

esclarecimentos permanentes. Ficou claro também que minha participação é isenta de

despesas. Concordo voluntariamente em participar deste estudo e poderei retirar o meu

consentimento a qualquer momento, antes ou durante o mesmo, sem penalidades ou prejuízo

ou perda de qualquer benefício que eu possa ter adquirido, ou no meu atendimento neste

Serviço.

________________________________________________ Data: ___/___/___

Assinatura do paciente/representante legal

________________________________________________ Data: ___/___/___

Assinatura da testemunha

para casos de pacientes menores de 18 anos, analfabetos, semianalfabetos ou portadores de

deficiência auditiva ou visual.

(Somente para o responsável do projeto)

Declaro que obtive de forma apropriada e voluntária o Consentimento Livre e Esclarecido

deste paciente ou representante legal para a participação neste estudo.

_________________________________________________

Assinatura do responsável pelo estudo

ANEXOS

ANEXO A

TESTE DE QUANTIFICAÇÃO DE ESTRESSE (UNIFESP)

A evolução do estresse se dá em três fases: alerta, resistência e exaustão. Neste teste é

avaliada em que fase o seu estresse se encontra com base em alguns sintomas que costumam

estar relacionados a cada uma delas. É importante alertar que as formas pelas quais o estresse

se manifesta podem mudar muito de pessoa para pessoa e que este teste é apenas uma

referencia. Em caso de dúvida deve- se procurar um médico para um aconselhamento mais

preciso.

Nome:_________________________________________________________________

Endereço:______________________________________________________________

Bairro:________________ CEP:_________________Cidade:____________________

Telefone:___________________Data de Nasc:___/___/___

Estado Civil:__________________Filhos:_____________________

Profissão:______________________________Escolaridade:_____________________

Fuma? ( )Não / ( )Sim Quantos ao dia?___________

Bebe? ( )Não / ( )Sim Quanto?___________________

É ou foi usuário de drogas? ( )Não / ( )Sim

Qual?______________________________________________

Seu sono esta? Agitado ( ) / tranquilo ( ) / interrompido ( ) /

dificuldade para conciliar ( ) Dificuldade para acordar ( )

Quantas horas dorme em média? ___________________________________________

Qualidade do sono:______________________________________________________

Alimentos predominantes / número de refeições / funcionamento do intestino / digestão:

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

____________________________________________________________

Ingere algum medicamento de uso continuo?__________________________________

Queixa principal: ________________________________________________________

Fase de Alerta

1-Mãos e / ou pés frios ( )Não / ( )Sim

2-Boca seca ( )Não / ( )Sim

3-Dor no estômago ( )Não / ( )Sim

4-Aumento de sudorese ( )Não / ( )Sim

5-Tensão e dor muscular, por exemplo na região dos ombros ( )Não / ( )Sim

6-Aperto na mandíbula/ranger os dentes ou roer unhas/ponta da caneta ( )Não / ( )Sim

7-Diarréia passageira ( )Não / ( )Sim

8-Insônia ( )Não / ( )Sim

9-Taquicardia ( )Não / ( )Sim

10-Respiração ofegante ( )Não / ( )Sim

11-Hipertensão súbita e passageira ( )Não / ( )Sim

12-Mudança de apetite ( )Não / ( )Sim

13-Agitação ( )Não / ( )Sim

14-Entusiasmo súbito ( )Não / ( )Sim

Fase de Resistência

1-Problemas de memória ( )Não / ( )Sim

2-Mal-estar generalizado ( )Não / ( )Sim

3-Formigamento nas extremidades ( )Não / ( )Sim

4-Sensação de desgaste físico constante ( )Não / ( )Sim

5-Mudança de apetite ( )Não / ( )Sim

6-Aparecimento de problemas dermatológicos ( )Não / ( )Sim

7-Hipertensão arterial ( )Não / ( )Sim

8-Cansaço constante ( )Não / ( )Sim

9-Gastrite prolongada ( )Não / ( )Sim

10-Tontura ( )Não / ( )Sim

11-Sensibilidade emotiva excessiva ( )Não / ( )Sim

12-Obsessão com o agente estressor ( )Não / ( )Sim

13-Irritabilidade excessiva ( )Não / ( )Sim

14-Desejo sexual diminuído ( )Não / ( )Sim

Fase de Exaustão

1-Diarréias freqüentes( )Não / ( )Sim

2-Dificuldades sexuais ( )Não / ( )Sim

3-Formigamentos nas extremidades ( )Não / ( )Sim

4-Insônia ( )Não / ( )Sim

5-Tiques nervosos ( )Não / ( )Sim

6-Hipertensão arterial confirmada ( )Não / ( )Sim

7-Problemas dermatológicos prolongados ( )Não / ( )Sim

8-Mudanças extremas de apetite ( )Não / ( )Sim

9-Taquicardia ( )Não / ( )Sim

10-Tontura freqüente( )Não / ( )Sim

11-Úlcera ( )Não / ( )Sim

12-Impossibilidade de trabalhar ( )Não / ( )Sim

13-Pesadelo ( )Não / ( )Sim

14-Apatia ( )Não / ( )Sim

15-Cansaço excessivo ( )Não / ( )Sim

16-Irritabilidade ( )Não / ( )Sim

17-Angustia ( )Não / ( )Sim

18-Hipersensibilidade emotiva ( )Não / ( )Sim

19-Perda de senso de humor ( )Não / ( )Sim

ANEXO B

Parecer do Comitê de Ética em Pesquisa