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A CONFIGURAÇÃO DO PROGRAMA MAIS CULTURA NAS UNIVERSIDADES Renner Coelho Messias Alves 1 Janaina Machado Simões 2 Resumo Esta pesquisa, delineada pelos estudos em políticas públicas, objetiva descrevera configuração do Programa Mais Cultura nas Universidades, criado pelo Ministério da Cultura em parceria com o Ministério da Educação. Inicialmente, são discutidas temáticas relacionadas à associação entre cultura e educação, de modo a ressaltar como essa cooperação potencializaria o desenvolvimento de políticas públicas. Com metodologia pautada em pesquisa documental, apresentam-se as diretrizes básicas do Programa, presente em dezoito instituições federais de educação de nível superior, distribuídas em todas as regiões brasileiras. Em seguida, são apresentadas reflexões sobre o Programa, com seus desdobramentos como política pública. Palavras-chave:Políticas culturais;Programa Mais Cultura nas Universidades;administração pública. Abstract This research, outlined by studies in public policies, aims to describe the framework of the Programa Mais Cultura nas Universidades (PMCU), created by the Ministry of Culture in partnership with the Ministry of Education. Initially, the thematic issues related to an association between culture and education are discussed, in order to highlight how this cooperation enhancement the development of public policies. According to a methodology based on documentary research, the basic guidelines of the PMCU are presented, working in eighteen federal institutions of higher education, distributed in all Brazilian regions. Then, reflections on the PMCU highlight its main consequences as a public policy. Keywords:Culture policies; Programa Mais Cultura nas Universidades;public admininistration. 1 Secretário Executivo Trilíngue. Mestrando em Administração. Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro – UFRRJ. [email protected]. 2 Administradora. Doutora em Administração. Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro – UFRRJ. [email protected]

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A CONFIGURAÇÃO DO PROGRAMA MAIS CULTURA NAS UNIVERSIDADES

Renner Coelho Messias Alves 1 Janaina Machado Simões2

Resumo Esta pesquisa, delineada pelos estudos em políticas públicas, objetiva descrevera configuração do Programa Mais Cultura nas Universidades, criado pelo Ministério da Cultura em parceria com o Ministério da Educação. Inicialmente, são discutidas temáticas relacionadas à associação entre cultura e educação, de modo a ressaltar como essa cooperação potencializaria o desenvolvimento de políticas públicas. Com metodologia pautada em pesquisa documental, apresentam-se as diretrizes básicas do Programa, presente em dezoito instituições federais de educação de nível superior, distribuídas em todas as regiões brasileiras. Em seguida, são apresentadas reflexões sobre o Programa, com seus desdobramentos como política pública.

Palavras-chave:Políticas culturais;Programa Mais Cultura nas Universidades;administração pública.

Abstract This research, outlined by studies in public policies, aims to describe the framework of the Programa Mais Cultura nas Universidades (PMCU), created by the Ministry of Culture in partnership with the Ministry of Education. Initially, the thematic issues related to an association between culture and education are discussed, in order to highlight how this cooperation enhancement the development of public policies. According to a methodology based on documentary research, the basic guidelines of the PMCU are presented, working in eighteen federal institutions of higher education, distributed in all Brazilian regions. Then, reflections on the PMCU highlight its main consequences as a public policy.

Keywords:Culture policies; Programa Mais Cultura nas Universidades;public admininistration.

1 Secretário Executivo Trilíngue. Mestrando em Administração. Universidade

Federal Rural do Rio de Janeiro – UFRRJ. [email protected]. 2 Administradora. Doutora em Administração. Universidade Federal Rural do Rio de

Janeiro – UFRRJ. [email protected]

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1. INTRODUÇÃO

O Estado, por meio de políticas públicas, se torna um agente indutor de

transformações sociais. Além de prover condições materiais de sobrevivência aos cidadãos,

o Estado também pode contribuir sobremaneira com a promoção de bens imateriais e

intangíveis, como a cultura. Em uma agenda de prioridades governamentais, seria ideal que

os temas culturais não fossem tidos como secundários em detrimentos de assuntos de

caráter mais econômico. Por isso, os Estados têm sido encarregados de promoverem mais

acuradamente a expansão das liberdades, sobretudo no que diz respeito à reformulação da

ideia de desenvolvimento (SEN, 2002).

Nesse sentido, a promoção da cultura transcorre pelos rumos incentivados pelos

governos, ao instituírem políticas voltadas para a construção do bem-estar coletivo. Em

meio a um governo democrático, cabe ao Estado formular políticas públicas que asseguram

a cidadania de seus membros, sendo uma das vertentes a dimensão cultural (EAGLETON,

2003). Seja por meio de suporte à manifestação artística, seja a partir de incentivo ao

desenvolvimento de atividades voltadas para a civilidade dos sujeitos, o caráter simbólico da

cultura se encontra abarcado pelas atribuições estatais.

Em âmbito internacional, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a

Ciência e a Cultura (UNESCO, 2017) também considera o conceito de cultura, com inclusão

das dimensões do patrimônio histórico. Considera-se, portanto, a manifestação cultural

realizada a partir de “impressos e literatura; música e artes cênicas; artes visuais; meios de

comunicação audiovisuais, cinema e fotografia; atividades socioculturais, como, por

exemplo, vida associativa, familiar, acesso a equipamentos socioculturais, jogos e esportes;

e preservação do meio ambiente e natureza” (IBGE, 2015, p. 9). Explicitado o olhar sobre a

cultura de uma organização de caráter internacional, surge a necessidade de melhor

compreender como essas diretrizes estabelecidas são consolidadas em políticas culturais

pelo Estado brasileiro.

Em 2015, o Ministério da Cultura, em parceria com o Ministério da Educação, iniciou

uma política cultural a ser desempenhada no âmbito das instituições federais de educação

superior, as quais estão presentes em todos as unidades da federação. Assim, o Programa

Mais Cultura nas Universidades tenta conciliar a cultura à educação e auxiliar a formação

dos sujeitos, envolvendo tanto as pessoas diretamente vinculadas às academias de ensino

como as comunidades locais onde estariam inseridas (BRASIL, 2013). Nessa medida, as

características e demandas de determinada região receberiam atenção de uma política

pública de cunho cultural.

Com isso, esta pesquisa, delineada pelos estudos em políticas públicas, objetiva

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descrever a configuração do Programa Mais Cultura nas Universidades. Inicialmente, são

discutidas temáticas relacionadas à associação entre cultura e educação, de modo a

ressaltar como essa cooperação potencializaria a efetividade de políticas públicas e o

desenvolvimento das capacidades dos indivíduos. Posteriormente, apresentam-se as

diretrizes básicas do Programa, seguidas de sua visibilidade virtual como canal de

acompanhamento e participação social. Por fim, são apresentadas as considerações finais

sobre esta investigação.

2. ASSOCIAÇÃO ENTRE CULTURA E EDUCAÇÃO

Refletir sobre assuntos relacionados à educação e à cultura envolve diversos temas de

ordem social, psicológico, pedagógico, entre outros. Um desses assuntos diz respeito à

experiência formativa. Para Adorno (2003), essa conjuntura promoveria a “semiformação”,

uma vez que a realidade sensível ao ser humano seria desconexa à sua realidade intelectual.

Nesse sentido, a ausência de conteúdo formativo seria sanada nos indivíduos a partir do

ensino formal, faltando-lhes os processos básicos de reflexão e de consolidação do

conhecimento.

Neste artigo, admite-se a premissa de que qualquer transformação, ainda que seja a

própria transformação do indivíduo, carece de alteração do status quo, a fim de não

propiciar a permanência do estado de conformismo alienante, segundo Adorno (2003). Ao

comentar sobre essa inevitável inquietação promovida pela transformação, Adorno (2003, p.

183) também considerou que “a única concretização efetiva da emancipação consiste em

que aquelas poucas pessoas interessadas nesta direção orientem toda a sua energia para

que a educação seja uma educação para a contradição e para a resistência”. Mais que

simplesmente gerar subversão, a busca pela contradição e o questionamento da realidade

em que se encontra o sujeito seriam essenciais para a promoção de sua consciência.

Uma vez admitidos pelo sistema universitário, os sujeitos se encontram suscetíveis a

caminhos formativos distintos, a exemplo da possibilidade de tornar-se profissional ou

intelectual. Ainda em referência às contribuições de Adorno (2003), evidencia-se que parte

das pessoas que perpassaram pelo sistema universitário se pautou mais em promover

aptidão profissional em detrimento do desenvolvimento da intelectualidade em prol da

emancipação. Ainda segundo o autor, alinhados a essa discussão, questionamentos

técnicos sobre como fazer, por vezes, se sobrepõem às reflexões sobre o conhecimento da

transformação histórica do problema, com suas potenciais implicações sociais para os

indivíduos.

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Destacado o conhecimento da transformação histórica de determinados problemas

estudados, reforça-se a postura crítica de quem realiza o ato de estudar. Com o

posicionamento distinto da “educação bancária” condenada por Freire (1987), o estudante

deveria ser instigado a interagir com os saberes que lhe surgem, de modo a assumir o papel

de sujeito desse ato. Ainda em conformidade com o autor, ao evitar a simples aceitação

pacífica, empenhado em gerar reflexões críticas sobre a realidade apresentada, o estudante

necessitaria de tempo para dialogar com as ciências em meio ao espaço em que habita, em

um constante processo de criação e recriação de ideias.

Com o fim de fomentar a experiência formativa de maneira ativa, parte do estímulo

poderia vir dos indivíduos, os quais poderiam atuar criticamente diante da realidade social,

cuja estrutura é mutável, por menor que seja a margem de manobra. Considerar as

possibilidades de modificação do modo de vida, uma transformação para além das

mudanças ocorridas no indivíduo, promove a substituição de pretextos e outras falácias por

uma crítica mais concreta, pautada na esperança real de uma mudança social (FREIRE,

1976; BARBOSA, 2015). Por isso, a função da educação é novamente destacada, uma vez

que “o caminho da educação tem uma meta bem definida: a potenciação do indivíduo, de

suas faculdades e de seus poderes pessoais” (BARBOSA, 2015, p. 998).

Associada à dimensão educacional, a dimensão cultural estaria presente na realidade

humana, sobretudo no que tange à manifestação artística, civilidade e civilização. Nos termos

utilizados por Godoy e Santos (2014, p. 16), “toda prática social tem uma dimensão cultural,

da mesma forma que as práticas política e econômica, também possuem uma dimensão

cultural.” Diante do exposto, assim como a educação, a cultura pode propiciar a percepção da

realidade como passível de transformação crítica. Nesse sentido, a cultura é considerada

como fator de desenvolvimento, em conformidade com as considerações de Calabre (2007).

Caberia ao Estado, portanto, conduzir democraticamente a produção, distribuição e

apreciação da cultura, processo desencadeado por meio de políticas públicas com fins

culturais. Assim, a análise de políticas públicas pode ser considerada como um conceito

relacionado aos procedimentos de observação de um sistema político, considerando-se um

universo composto por interação entre agentes e seus interesses.

Mais que simplesmente entreter os indivíduos, as políticas culturais desempenhadas em

ambientes educacionais podem favorecer ou não o nível de consciência dos sujeitos, ou seja,

haveria a possibilidade de potencializar a emancipação dos sujeitos. Assim, ao tratar da

autonomia do pensamento, “o Estado encarna a cultura, a qual, por sua vez, estrutura a nossa

humanidade comum” (EAGLETON, 2003, p. 18). Por isso, as políticas culturais desempenhariam

papel de potencializar a formação dos indivíduos (ADORNO, 2003), evitando-se o simples

entretenimento desempenhado pela indústria cultural (HORKHEIMER; ADORNO, 2002).

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3. POLÍTICAS CULTURAIS NO BRASIL

Os estudos sobre políticas culturais no Brasil vêm crescendo e ganhando espaço na

área acadêmica nos últimos anos. Como exemplos de estudiosos das políticas culturais

brasileiras, mencionam-se as contribuições de Souza (2000), Calabre (2007) e Rubim e

Barbalho (2007). Em linhas gerais, esses pesquisadores ressaltaram as características da

tradição de políticas culturais brasileiras como tardia e descontínua, fortemente marcadas

por avanços e retrocessos. Além disso, a dinâmica de influências por parte do Estado e do

Mercado determina a trajetória organizacional do setor (SIMÕES; VIEIRA, 2010).

Entre outros apontamentos históricos, destacou-se o surgimento do Ministério da

Educação e Cultura, em 1953, apesar de o Estado não promover ações substanciais no

âmbito da cultura (CALABRE, 2007). Além disso, ao passar dos anos, diversos órgãos

estatais foram criados, reestruturados e extintos, com destaque para o desmembramento

ministerial entre educação e cultura, com a instituição do Ministério da Cultura (MinC), criado

em 1985. Outras referências históricas também podem ser consultadas a partir das

investigações realizadas por Souza (2000), Calabre (2007) e Rubim e Barbalho (2007).

Com uma agenda reformulada, o MinC passou a contar com mais recursos, além de

abranger maior territorialidade. Alguns resultados dessa agenda cultural foram consolidados

por meio do Sistema Nacional de Cultura e do Plano Nacional de Cultura, conforme afirma

Calabre (2008). Ainda em continuidade a essa forma de conduzir as políticas culturais,

diversos programas foram instituídos, a exemplo do Programa Cultura Viva, com o objetivo de

propiciar o desfrute, a produção e a divulgação cultural, pautando-se na cooperação social.

Por isso, várias iniciativas públicas tentaram “manter conquistas, superar lacunas e

consolidar as inovadoras políticas culturais” (RUBIM, 2015, p. 17), mantendo-se o desafio de

envolver as mais distintas áreas de atuação do MinC. Entre as diversas ações desenvolvidas,

destacaram-se o Vale Cultura e o Programa Mais Cultura nas Universidades, sendo este

baseado na promoção da “integração entre educação e cultura com vistas a fazer da escola o

grande espaço para a circulação da cultura brasileira, para o acesso aos bens culturais e para

o respeito à diversidade e pluralidade da cultura nacional” (CERRETI; BARROS, 2015, p. 3).

A partir dessas contribuições científicas, a visão sobre o desenvolvimento da cultura

deve ser considerada como prioritária em relação à cultura do desenvolvimento. Dessa forma,

mais que deter renda para investimentos em ação cultural, tornam-se essenciais aspectos

relacionados à educação formal oferecida aos sujeitos, bem como as implicações relativas ao

envolvimento mais ativo à cultura (ALVES; SOUZA, 2015). Por vezes, o simples estímulo

realizado pelas instituições de ensino propicia aos discentes o acesso mínimo à diversidade

de manifestações culturais, seja ao saber da existência de artes cênicas, literatura, música e

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outras modalidades, seja ao despertar interesse por conceitos pertinentes ao patrimônio

cultural.

Esse sucinto olhar para a atuação do Estado brasileiro no setor cultural, um dos

principais atores da arena política, revela o quanto as políticas culturais podem ser

potencializadas ou não pela máquina pública. As mudanças ocorridas na área ainda em

2016 são exemplos dessa afirmativa. Dessa forma, compreender o papel ativo do Estado

seria considerar que nesse “horizonte teórico-conceitual, falar em políticas culturais implica,

dentre outros requisitos, em, pelo menos: intervenções conjuntas e sistemáticas; atores

coletivos e metas” (RUBIM, 2007, p. 13). Com isso, a existência de um Estado voltado para

o bem coletivo poderia consolidar princípios relacionados à democracia cultural.

4. CONSIDERAÇÕES METODOLÓGICAS Este trabalho envolve a compreensão qualitativa do fenômeno (MINAYO, 2012), pois

a dimensão deste estudo favoreceria a discussão de conceitos admitidos como itens

socialmente construídos, em sintonia com as exposições realizadas por (DEMO, 1985).

Assim, o Programa Mais Cultura nas Universidades é uma política elaborada pelo Ministério

da Cultura (MinC) e pelo Ministério da Educação (MEC), conforme a Portaria Interministerial

MinC/MEC nº 18, de 18 de dezembro de 2013.

As instituições selecionadas para implementar o Programa foram: a) Instituto Federal

de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás; b) Instituto Federal de Educação, Ciência e

Tecnologia do Amapá; c) Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio

Grande do Norte; d) Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense; e)

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sul‐Rio‐Grandense; f) Instituto Federal

de Educação, Ciência e Tecnologia Triângulo Mineiro; g) Universidade da Integração

Internacional da Lusofonia Afro‐Brasileira; h) Universidade de Brasília; i) Universidade

Federal da Paraíba; j) Universidade Federal de Integração Latino‐Americana; k)

Universidade Federal de Ouro Preto; l) Universidade Federal de Viçosa; m) Universidade

Federal do Amazonas; n) Universidade Federal do Paraná; o) Universidade Federal do

Recôncavo da Bahia; q) Universidade Federal do Rio Grande do Norte; r) Universidade

Federal do Triângulo Mineiro; e, s) Universidade Federal Rural da Amazônia.

Para melhor exposição dos processos estudados, foram empregados esquemas de

representação simbólica das etapas do Programa Mais Cultura nas Universidades, conforme

as contribuições de Assunção e Mendes (2000) e Vital, Floriani e Varkakis

(2010).Posteriormente a prévios levantamentos realizados no âmbito da administração

pública federal, percebeu-se a existência do Programa Mais Cultura nas Universidades, com

o financiamento de 18 propostas. Por isso, para melhor compreender os objetivos desta

pesquisa, a técnica de coleta de dados se baseou na pesquisa documental (LAKATOS;

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MARCONI, 2003) realizada no primeiro semestre de 2016. Assim, buscaram-se informações

oficiais registradas em documentos, como os atos administrativos e a proposta de trabalho

financiada em cada instituição de ensino. Já o tratamento dos dados ocorreu por meio de

análise de conteúdo, seguindo-se os preceitos de Vergara (1998).

5. A CONFIGURAÇÃO DO PROGRAMA MAIS CULTURA NAS UNIVERSIDADES

Com a perspectiva de interação entre cultura e educação, o Programa Mais Cultura

nas Universidades trata-se de uma política instituída a partir da parceria entre o Ministério da

Cultura (MinC) e o Ministério da Educação (MEC), regulamentado pela Portaria Interministerial

MinC/MEC nº 18, de 18 de dezembro de 2013. Sua principal finalidade consiste em

desenvolver e consolidar o campo das artes e da cultura no país, propiciando-se a inclusão

social e o respeito e reconhecimento da diversidade cultural (BRASIL, 2013). Depois do

lançamento do edital de seleção, as instituições apresentaram suas propostas consolidadas

no Plano de Cultura. Uma vez realizada a avaliação ministerial, segundo os critérios

divulgados, classificou-se, por ordem crescente, as organizações contempladas, segundo o

fluxograma apresentado na Figura 1 (ASSUNÇÃO; MENDES, 2000; VITAL; FLORIANI;

VARKAKIS, 2010).

Figura 1 - Etapasde seleção para o Programa Mais Cultura nas Universidades.

Fonte: Adaptado de Brasil (2013).

Além disso, as instituições foram selecionadas a partir da apreciação do Plano de

Cultura, documento em que se apresentou o planejamento da execução do projeto cultural a

ser desempenhado pelas universidades. Com itens de caráter eliminatório e classificatório,

cada proposta foi avaliada segundo os termos do edital, com o financiamento de recursos

orçamentários da ordem de quase R$20.000.000,00. Esses centros de ensino começaram

suas atividades no segundo semestre de 2015, com previsão de término de repasses até 24

meses depois do início das ações (Quadro 1). A partir dessa descentralização ministerial

para instituições locais, evidenciam-se também os possíveis caminhos de interação popular,

um dos efeitos dessa política cultural (BRASIL, 2013).

Quadro 1 - Financiamentos concedidos pelo Programa Mais Cultura nas Universidades.

Instituições contempladas Financiamentos

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Instituições contempladas Financiamentos Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás - IFG R$1.124.181,00 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amapá - IFAP R$1.017.088,16 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense - IFF R$656.213,12 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sul‐rio‐grandense - IFSul R$709.098,48 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Triângulo Mineiro - IFTM R$1.124.166,23 Instituto Federal do Rio Grande do Norte - IFRN R$1.121.288,40 Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro‐Brasileira - UNILAB R$1.118.490,38 Universidade de Brasília - UnB R$1.125.000,00 Universidade Federal da Paraíba - UFPB R$1.125.000,00 Universidade Federal de Integração Latino‐Americana - UNILA R$1.084.407,96 Universidade Federal de Ouro Preto - UFOP R$1.125.000,00 Universidade Federal de Viçosa - UFV R$1.125.000,00 Universidade Federal do Amazonas - UFAM R$1.125.000,00 Universidade Federal do Paraná - UFPR R$1.049.677,86 Universidade Federal do Recôncavo da Bahia - UFRB R$1.117.450,80 Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN R$1.125.000,00 Universidade Federal do Triângulo Mineiro - UFTM R$1.125.000,00 Universidade Federal Rural da Amazônia - UFRA R$1.117.662,00

Total R$19.114.724,39 Fonte: Adaptado de Brasil (2013).

Conforme apresentado no Quadro 1, o financiamento foi destinado ao

desenvolvimento de políticas culturais em um dos oito eixos temáticos para serem

desempenhados na localidade das Instituições Federais de Ensino Superior e das

Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, conforme

aponta o Quadro 2.

Quadro 2 - Eixos temáticos do Programa Mais Cultura nas Universidades.

Eixos Temáticos Áreas de atuação Educação básica Educação integral e intersetorialidade. Arte, comunicação, cultura das mídias e audiovisual

Equipamentos, formação, produção, distribuição, difusão, preservação, inovação e tecnologia.

Arte e cultura digitais

Projetos e pesquisas que promovam a criação de espaços públicos de exploração e apropriação coletivas de tecnologias digitais baseadas em hardware e software abertos, também chamados de “laboratórios de cultura digital”, além de projetos e pesquisas que promovam a sinergia e articulação em rede de laboratórios diversos já constituídos.

Diversidade artística-cultural

Atividades acadêmicas de promoção da diversidade das expressões culturais existentes no país, com especial atenção aos grupos e segmentos historicamente excluídos de acesso aos bens e serviços culturais, além dos recursos públicos destinados ao campo cultural.

Produção e difusão das artes e linguagens

Diferentes linguagens artísticas para promover e fortalecer a criação, circulação e difusão da produção artística que compreendam todo tipo de manifestação das artes e linguagens como circo, teatro, dança, cinema, vídeo, TV, música, literatura, cordel, lendas, mitos, dramaturgia, contação de histórias, artes gráficas, pintura, desenho, fotografia, escultura, grafite, performance, intervenções urbanas e instalações de suporte às artes.

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Eixos Temáticos Áreas de atuação

Economia criativa, empreendedorismo artísticos e inovação cultural

Desenvolvimento de cartografias e bases de dados abertas no campo da Economia Criativa. Incentivo a novas experiências de ensino, pesquisa e extensão voltadas à Economia Criativa. Fortalecimento políticas e equipamentos voltados à Economia Criativa no âmbito das Instituições de Ensino e Pesquisa brasileiras.

Arte e cultura: formação, pesquisa, extensão e inovação

Definição de propostas que contemplem atividades acadêmicas de ensino, pesquisa e extensão que promovam o desenvolvimento social, cultural e tecnológico, a sustentabilidade, inclusão social e a inovação.

Memória, museus e patrimônio artístico-cultural

Realização de atividades acadêmicas voltadas ao desenvolvimento social, cultural e tecnológico do patrimônio artístico cultural brasileiro, com ênfase nas práticas museais.

Fonte: Adaptado de Brasil (2013).

Uma vez identificados os ministérios envolvidos no Programa, além de apontadas as

instituições que servem de base para o seu desenvolvimento, a Figura 2 apresenta as

relações entre os agentes e os objetivos propostos, ainda em fase de realização, por isso,

representados por uma linha tracejada.

Figura 2 - Agentes, eixos de atuação e objetivos do Programa Mais Cultura nas Universidades.

Fonte: Adaptado de Brasil (2013).

A figura acima ressalta que a política pública analisada articula dois ministérios,

tendo seu objetivo centrado na questão cultural e sua operacionalização dependente da

estrutura organizacional da área da educação. Assim, pela Figura 2, os Ministérios da

Cultura e da Educação são ilustrados como formuladores do Programa Mais Cultura nas

Universidades. Além disso, os eixos de atuação do Programa são desenvolvidos pelas

Instituições Federais de Ensino Superior. Perceber como o Estado tem alinhado seus

recursos para assegurar a cidadania de seus membros torna-se crucial para compreender o

potencial das políticas culturais a serem desenvolvidas.

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Apesar das potencialidades relacionadas ao Programa, destaca-se a ausência da

disponibilidade dos planos de cultura a serem executados pelas academias, com exceção

do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN) e da Universidade Federal de Integração

Latino‐Americana (UNILA). Além disso, foi recorrente nos demais centros de ensino haver

somente notícias sobre o Programa durante a época de lançamento e resultado do edital de

seleção. Um caso especial diz respeito à Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA),

pois não foi encontrada nenhuma referência ao Programa. Dessa forma, além de haver os

processos de formulação de políticas públicas (RUA, 1997; PAULA, 2005; SECCHI, 2010;

DIAS; MATOS, 2012), faz-se necessário o adequado gerenciamento da implantação dessas

políticas, respeitando-se os reais interesses dos cidadãos.

6. CONSIDERAÇÕS FINAIS

Ao descrever a estrutura do Programa Mais Cultura nas Universidades, sob o viés

dos estudos em políticas públicas, o Programa contou com empreendimentos dos

Ministérios da Cultura e da Educação, financiado em quase 20 milhões de reais para

promover oito eixos temáticos apresentados na seção anterior, a ser desenvolvido por

distintas instituições federais de ensino superior distribuídas em cada região do país. Essa

política pública desempenhada pelas instituições participantes, apresentou alguns entraves

são percebidos na interlocução entre as academias e os cidadãos, principalmente no que

diz respeito ao diálogo eletrônico. A gestão no desempenho de políticas públicas perpassa

por um canal de comunicação entre Estado e cidadão.Por isso, o Programa carece de

instrumentos que permitam à sociedade interagir, no mínimo, com as informações públicas

relacionadas às proposições de atuação das instituições financiadas.

Além dessa fragilidade, no entanto, aponta-se a potencialização da formação dos

indivíduos por meio da associação entre cultura e educação. Dessa forma, a experiência

formativa é um elemento relevante do Programa, uma vez que aos sujeitos são ampliadas

as ofertas de oportunidades de reflexão crítica de suas realidades. Com isso, a política

cultural desempenhada pelo Programa Mais Cultura nas Universidades instigaria os agentes

envolvidos a expandir a articulação entre educação e cultura para além dos centros de

ensino.

Nesse sentido, as condições propícias para uma educação produtiva e emancipatória

perpassariam pela reflexão crítica da realidade. Assim, seria viável evitar a educação sem o

envolvimento do aprendiz, a qual prioriza a formação pacífica e profissional em detrimento

do saber em termos puramente intelectuais. Ademais, a partir dos dados previamente

apresentados nesta pesquisa, percebe-se que, de um lado, o Estado age como incentivador

cultural, e, por outro lado, as instituições de ensino superior propiciam ações locais para

assegurar a produção, distribuição e apreciação de bens imateriais e intangíveis.

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Distante da presunção de liquidar toda a discussão sobre essa temática, este estudo

se pautou em buscar informações públicas relacionados ao Programa. Por isso, admite-se

que os dados seriam parciais, uma vez que os planos de cultura estariam em execução até

2017, limite temporal que propiciaria aprimoramentos no desempenho dessa política pública.

Além disso, a ausência de um espaço específico nos sites do Governo Federal com

informações detalhadas sobre o Programa e a escassez de dados sobre os projetos nas

páginas das universidades contempladas são aspectos que precisam ser melhorados para a

promoção de uma maior transparência na execução das propostas. Ressalta-se, portanto, a

relevância da necessidade de outros estudos para melhor compreender o desafio de

gerenciar uma política cultural dessa natureza.

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