a crônica

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jornalismo impresso Professor mestre Artur Araujo ([email protected]) A crônica Acesse o site: http://docentes.puc-campinas.edu.br/clc/arturaraujo/ Acesse o FTP: ftp://ftp-acd.puc-campinas.edu.br/pub/professores/clc/artur.arauj o/ Olavo Bilac Mário de Andrade Carlos Drumond de Andrade Rubem Braga

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Page 1: A crônica

jornalismo impresso Professor mestre Artur Araujo

([email protected])

A crônica

Acesse o site: http://docentes.puc-campinas.edu.br/clc/arturaraujo/

Acesse o FTP: ftp://ftp-acd.puc-campinas.edu.br/pub/professores/clc/artur.araujo/

Olavo Bilac

Mário de Andrade

Carlos Drumond de Andrade

RubemBraga

Page 2: A crônica
Page 3: A crônica

Seminários sobre reportagens• Serão nos dias 11 e 15 de maio. Estamos a

cinco dias do início dos seminários.

• A nota para a tarefa é até 3.

Page 4: A crônica

A prova• A prova será 22 de maio (sexta-feira).

Estamos a 16 dias da prova.

• Será uma prova com consulta.

• Cada um terá duas perguntas para dissertar.

• A nota máxima será 4.

Page 5: A crônica

Os temas da prova serão:1. A reportagem narrativa

2. A reportagem descritiva

3. A resenha e a crítica

4. A coluna jornalística

5. O jornal como modelo de negócio

6. O dilema web X papel.

7. Edição e viés ideológico

8. A crônica

9. Quality papers e jornais populares

10. Categorias do jornalismo

Page 6: A crônica

Palestra – 20 de maio

Page 7: A crônica

Uma primeira definição• Texto jornalístico desenvolvido de forma livre e

pessoal, a partir de fatos e acontecimentos da atualidade, com teor literário, político, esportivo, artístico etc.

• Segundo Muniz Sodré e Maria Helena Ferrari, a crônica é um meio-termo entre o jornalismo e a literatura; "do primeiro, aproveita o interesse pela atualidade informativa, da segunda imita o projeto de ultrapassar os simples fatos".

Page 8: A crônica

O fato tende a ser a base do texto• O ponto comum entre a crônica e a notícia ou

a reportagem é que o cronista, assim como o repórter, não prescinde do acontecimento. Mas, ao contrário deste, ele "paira" sobre os fatos, "fazendo com que se destaque no texto o enfoque pessoal (onde entram juízos implícitos e explícitos) do autor".

Page 9: A crônica

O juízo de valor destaca-se no texto• Na crônica, porém, o juízo de valor confunde-

se com os próprios fatos expostos, sem o dogmatismo do editorial, no qual a opinião do autor (representando a opinião da empresa jornalística) constitui o eixo do texto.

Page 10: A crônica

Algumas colaborações para o debate• A crônica é um texto

jornalístico com característicasliterárias.

• Pertence à categoria do jornalismo opinativo.

• Fundamenta-se nos fatos, nas circunstâncias do cotidiano.

• Uma crônica produzida como pura ficção representa uma violação do seu gênero.

Luiz Roberto Saviani Rey

Page 11: A crônica

Um pouco de etimologia• A palavra “crônica” advém de

Cronos: aquilo que ocorre.

• É o relato dos fatos dispostos em ordem cronológica.

• A crônica emerge como gênero literário histórico na Europa Medieval.

• No Brasil, surgiu no século XIX, influenciada pelo romantismo francês, mas com o tempo vai assumindo feições próprias.

Luiz Roberto Saviani Rey

Page 12: A crônica

Um texto para entreter• A crônica existe para entreter

o leitor.

• É um texto descompromissadocom o lado “grave” dos jornais,enfocando assuntos circunstanciais aos fatos com humor, sarcasmo, ou com lirismo ou análise crítica.

Luiz Roberto Saviani Rey

Page 13: A crônica

Crônica jornalística x crônica literária• Crônica jornalística: publicada

em jornal, delimitada pelo factual, caracterizada pelaatualidade, oportunidade e difusão coletiva.

• Crônica literária: publicado em livros, enfocando elementos e experiências da vida pessoal e do cotidiano de quem escreve. Muitas vezes é pura ficção.

Luiz Roberto Saviani Rey

Page 14: A crônica

Características da crônica jornalística• Fidelidade ao cotidiano• Faz a captação dos dados

emergentes da psicologiasocial

• É uma crítica social• A força narrativa se dá por meio de

elementos circunstanciais• Explora o inusitado• Está na fronteira entre a narração da realidade e a

criação literária• Adota a linguagem coloquial

Luiz Roberto Saviani Rey

Page 15: A crônica

Taxonomia das crônicas jornalísticas• Crônica analítica

• Crônica sentimental

• Crônica satírico-humanistaLuiz Roberto Saviani Rey

Page 16: A crônica

Crônica analítica• Texto em que os fatos são

expostos com brevidade e logodissecados objetivamente.

• Nesse caso, o cronista procuradespertar consciências, apelando mais à inteligência que ao sentimento.

Luiz Roberto Saviani Rey

Page 17: A crônica

Crônica sentimental• Apela à sensibilidade e ao

coração do leitor.

• O fato, os acontecimentos, sãorelatados tomando-se seusaspectos pitorescos, líricos, épicos.

• A ação dos personagens comove e atinge o inconsciente, aguçando o lado sensível.

Luiz Roberto Saviani Rey

Page 18: A crônica

Crônica satírico-humanista• Tem similitude com o artigo,

pois emprega, como elementobásico, a crítica, o juízo de valor, ridicularizando ouproduzindo ironia sobre os fatos.

Luiz Roberto Saviani Rey

Page 19: A crônica

Dicas para produzir uma boa crônica• Muita leitura (que proporciona

desenvoltura para produzir otexto)

• Capacidade de aguçada depercepção dos fatos.

• Talento (minha visão dos fatos)(minha visão dos fatos)

Luiz Roberto Saviani Rey

Page 20: A crônica

Alguns posicionamentos de Antonio Candido

• A crônica não é um "gênero maior". Não se imagina uma literatura feita de grandes cronistas, que lhe dessem o brilho universal dos grandes romancistas, dramaturgos e poetas.

Antonio Candido

Page 21: A crônica

Coisas soltas• Por meio dos assuntos, da

composição aparentemente solta, do ar de coisa sem necessidade que costuma assumir, ela se ajusta à sensibilidade de todo o dia.

Antonio Candido

Page 22: A crônica

Uma ‘filha’ do jornal• A crônica fica tão perto do

dia-a-dia age como quebra do monumental e da ênfase.

• Isto acontece porque não tem pretensões a durar, uma vez que é filha do jornal e da era da máquina, onde tudo acaba tão depressa.

Antonio Candido

Page 23: A crônica

De folhetim a crônica• Antes de ser crônica

propriamente dita foi "folhetim", ou seja, um artigo de rodapé sobre as questões do dia - políticas, sociais, artísticas, literárias. Assim eram os da secção "Ao correr da pena", título significativo a cuja sombra José de Alencar escrevia semanalmente para o Correio Mercantil, de 1854 a 1855.

Antonio Candido

Page 24: A crônica

Uma linguagem leve• A linguagem se tornou mais

leve, mais descompromissada e (fato decisivo) se afastou da lógica argumentativa ou da crítica política, para penetrar poesia adentro.

Antonio Candido

Page 25: A crônica

A verdade por meio da diversão• É importante insistir no papel da

simplicidade, brevidade e graça próprias da crônica. Os professores tendem muitas vezes a incutir nos alunos uma idéia falsa de seriedade; uma noção duvidosa de que as coisas sérias são graves, pesadas, e que conseqüentemente a leveza é superficial. Na verdade, aprende-se muito quando se diverte, e aqueles traços constitutivos da crônica são um veículo privilegiado para mostrar de modo persuasivo muita coisa que, divertindo, atrai, inspira e faz amadurecer a nossa visão das coisas.

Antonio Candido