Download - A crônica
jornalismo impresso Professor mestre Artur Araujo
A crônica
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Olavo Bilac
Mário de Andrade
Carlos Drumond de Andrade
RubemBraga
Seminários sobre reportagens• Serão nos dias 11 e 15 de maio. Estamos a
cinco dias do início dos seminários.
• A nota para a tarefa é até 3.
A prova• A prova será 22 de maio (sexta-feira).
Estamos a 16 dias da prova.
• Será uma prova com consulta.
• Cada um terá duas perguntas para dissertar.
• A nota máxima será 4.
Os temas da prova serão:1. A reportagem narrativa
2. A reportagem descritiva
3. A resenha e a crítica
4. A coluna jornalística
5. O jornal como modelo de negócio
6. O dilema web X papel.
7. Edição e viés ideológico
8. A crônica
9. Quality papers e jornais populares
10. Categorias do jornalismo
Palestra – 20 de maio
Uma primeira definição• Texto jornalístico desenvolvido de forma livre e
pessoal, a partir de fatos e acontecimentos da atualidade, com teor literário, político, esportivo, artístico etc.
• Segundo Muniz Sodré e Maria Helena Ferrari, a crônica é um meio-termo entre o jornalismo e a literatura; "do primeiro, aproveita o interesse pela atualidade informativa, da segunda imita o projeto de ultrapassar os simples fatos".
O fato tende a ser a base do texto• O ponto comum entre a crônica e a notícia ou
a reportagem é que o cronista, assim como o repórter, não prescinde do acontecimento. Mas, ao contrário deste, ele "paira" sobre os fatos, "fazendo com que se destaque no texto o enfoque pessoal (onde entram juízos implícitos e explícitos) do autor".
O juízo de valor destaca-se no texto• Na crônica, porém, o juízo de valor confunde-
se com os próprios fatos expostos, sem o dogmatismo do editorial, no qual a opinião do autor (representando a opinião da empresa jornalística) constitui o eixo do texto.
Algumas colaborações para o debate• A crônica é um texto
jornalístico com característicasliterárias.
• Pertence à categoria do jornalismo opinativo.
• Fundamenta-se nos fatos, nas circunstâncias do cotidiano.
• Uma crônica produzida como pura ficção representa uma violação do seu gênero.
Luiz Roberto Saviani Rey
Um pouco de etimologia• A palavra “crônica” advém de
Cronos: aquilo que ocorre.
• É o relato dos fatos dispostos em ordem cronológica.
• A crônica emerge como gênero literário histórico na Europa Medieval.
• No Brasil, surgiu no século XIX, influenciada pelo romantismo francês, mas com o tempo vai assumindo feições próprias.
Luiz Roberto Saviani Rey
Um texto para entreter• A crônica existe para entreter
o leitor.
• É um texto descompromissadocom o lado “grave” dos jornais,enfocando assuntos circunstanciais aos fatos com humor, sarcasmo, ou com lirismo ou análise crítica.
Luiz Roberto Saviani Rey
Crônica jornalística x crônica literária• Crônica jornalística: publicada
em jornal, delimitada pelo factual, caracterizada pelaatualidade, oportunidade e difusão coletiva.
• Crônica literária: publicado em livros, enfocando elementos e experiências da vida pessoal e do cotidiano de quem escreve. Muitas vezes é pura ficção.
Luiz Roberto Saviani Rey
Características da crônica jornalística• Fidelidade ao cotidiano• Faz a captação dos dados
emergentes da psicologiasocial
• É uma crítica social• A força narrativa se dá por meio de
elementos circunstanciais• Explora o inusitado• Está na fronteira entre a narração da realidade e a
criação literária• Adota a linguagem coloquial
Luiz Roberto Saviani Rey
Taxonomia das crônicas jornalísticas• Crônica analítica
• Crônica sentimental
• Crônica satírico-humanistaLuiz Roberto Saviani Rey
Crônica analítica• Texto em que os fatos são
expostos com brevidade e logodissecados objetivamente.
• Nesse caso, o cronista procuradespertar consciências, apelando mais à inteligência que ao sentimento.
Luiz Roberto Saviani Rey
Crônica sentimental• Apela à sensibilidade e ao
coração do leitor.
• O fato, os acontecimentos, sãorelatados tomando-se seusaspectos pitorescos, líricos, épicos.
• A ação dos personagens comove e atinge o inconsciente, aguçando o lado sensível.
Luiz Roberto Saviani Rey
Crônica satírico-humanista• Tem similitude com o artigo,
pois emprega, como elementobásico, a crítica, o juízo de valor, ridicularizando ouproduzindo ironia sobre os fatos.
Luiz Roberto Saviani Rey
Dicas para produzir uma boa crônica• Muita leitura (que proporciona
desenvoltura para produzir otexto)
• Capacidade de aguçada depercepção dos fatos.
• Talento (minha visão dos fatos)(minha visão dos fatos)
Luiz Roberto Saviani Rey
Alguns posicionamentos de Antonio Candido
• A crônica não é um "gênero maior". Não se imagina uma literatura feita de grandes cronistas, que lhe dessem o brilho universal dos grandes romancistas, dramaturgos e poetas.
Antonio Candido
Coisas soltas• Por meio dos assuntos, da
composição aparentemente solta, do ar de coisa sem necessidade que costuma assumir, ela se ajusta à sensibilidade de todo o dia.
Antonio Candido
Uma ‘filha’ do jornal• A crônica fica tão perto do
dia-a-dia age como quebra do monumental e da ênfase.
• Isto acontece porque não tem pretensões a durar, uma vez que é filha do jornal e da era da máquina, onde tudo acaba tão depressa.
Antonio Candido
De folhetim a crônica• Antes de ser crônica
propriamente dita foi "folhetim", ou seja, um artigo de rodapé sobre as questões do dia - políticas, sociais, artísticas, literárias. Assim eram os da secção "Ao correr da pena", título significativo a cuja sombra José de Alencar escrevia semanalmente para o Correio Mercantil, de 1854 a 1855.
Antonio Candido
Uma linguagem leve• A linguagem se tornou mais
leve, mais descompromissada e (fato decisivo) se afastou da lógica argumentativa ou da crítica política, para penetrar poesia adentro.
Antonio Candido
A verdade por meio da diversão• É importante insistir no papel da
simplicidade, brevidade e graça próprias da crônica. Os professores tendem muitas vezes a incutir nos alunos uma idéia falsa de seriedade; uma noção duvidosa de que as coisas sérias são graves, pesadas, e que conseqüentemente a leveza é superficial. Na verdade, aprende-se muito quando se diverte, e aqueles traços constitutivos da crônica são um veículo privilegiado para mostrar de modo persuasivo muita coisa que, divertindo, atrai, inspira e faz amadurecer a nossa visão das coisas.
Antonio Candido