a diagnostico ortodontico em centrica dr interlandi

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  • 7/31/2019 a Diagnostico Ortodontico Em Centrica Dr Interlandi

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    ORTODONTIAS. INTERLANDI

    ODONTOLOGIA ORTODONTIA: BASES PARA A INICIAO S. INTERLANDI Pgina 1

    UFPA UNIVERSIDADE FEDERAL DOPAR.

    ORTODONTIABASES PARA A INICIAO

    S. INTERLANDI

    CAPTULO 16DIAGNSTICO ORTODNTICO EM

    RELAO CNTRICAJurandir A. Barbosa

    INTRODUO:

    Apesar de haver hoje, ntido interesse sobre aimportncia da ocluso, h ainda, um alto nvelde confuso sobre diagnstico e tratamento de

    problemas oclusais, especialmente no que dizrespeito relao com articulaestemporomandibulares.

    comum a ocorrncia de tratamentosoclusais - incluindo aspectos ortodnticos,protticos e cirrgicos - serem realizadosindependentemente de qualquer consideraopara com a funo fisiolgica das articulaesmandibulares. A tendncia em tratar os dentes,sem relacion-los fisiologia da ATM, ignorar ofato de que os cndilos e dentes tm umarelao ntima entre si. Os dentes e asarticulaes so parte de uma unidade funcional.Todas as partes do sistema mastigatrio sointer-relacionadas e devem trabalhar emharmonia anatmica e funcional.

    O equilbrio do sistema mastigatrio no podeser conseguido separadamente da dentadura,nem a estabilidade dos arcos dentrios pode seralcana da sem estar em harmonia com asarticulaes, msculos e estrutura ssea.

    A Ortodontia ortodoxa se resumia em colocaros dentes, esteticamente, bem alinhados.

    Deixava-se de lado, o aspecto funcional dosistema mastigatrio.

    H, portanto, imperiosa necessidade dereverem-se conceitos, e considerar-se o estudoda ocluso, sempre relacionado ATM naoportunidade de cada tratamento ortodntico.

    de fundamental importncia, emOrtodntia, o diagnstico cefalomtrico emRelao Cntrica, e o uso do Articulador,assim como o ajuste oclusal, para finalizaodo tratamento e controle ps conteno.

    HISTRICO

    Vale lembrar que a importncia da ocluso,na ortodontia, vem do sculo passado, quandoKingsley,11 (1880), afirmava que "a ocluso dosdentes o fator mais importante para a

    estabilidade da nova posio dentria".Karolyi10 (1901) preconizou que os dentesdeveriam ser desgastados de forma a permitirmaior liberdade durante os movimentosfuncionais.

    Arnold3 (1927) preconizou o equilbrio daocluso, aps o trmino do tratamentoortodntico.

    Cobin5 (1952) observou que o ajuste oclusal eoutras tcnicas de tratamento oclusal quereposicionam a mandbula para a relaocntrica, geralmente proporcionavam um alvio

    dos sintomas dolorosos, na regio da ATM.Andrews1 (1972) publicou o famoso artigo "As

    seis chaves da ocluso normal", no qual descreveas caractersticas comuns encontradas em 120casos de ocluso normal, que foram analisadas, eque nunca se haviam subdismetido a tratamentoortodntico. Seus achados comearam a serconsiderados como a meta "ideal" esttica aser obtida no final dos tratamentos ortodnticos,

    Roth22-23 (1976-1981), seguindo aquele"ideal" esttico, buscou uma ocluso funcional,

    de acordo com os princpios gnatolgicos.Sempre que as seis chaves so obtidas com amandbula em relao cntrica, obtem-se umaocluso funcionalmente "ideal".

    Dawson6 (1973) afirmou que o diagnsticodiferencial deve constar de:

    a) uma manipulao acurada da mandbulapara obteno da relao cntrica;

    b) palpao do msculo pterigideo lateral;c) construo de um dispositivo que elimine a

    intercuspidao dos dentes (front-plateau), que opaciente dever usar durante 24 horas.

    Janson, W.A. et al12, (1973) dizem que,modernamente, a ocluso perdeu aindividualidade, passando a ser consideradacomo parte de um todo, o sistemaestomatogntico (SE) que, por sua vez, umaunidade constituinte d organismo humano.Ponderam ainda que, no tratamento depacientes, a meta final estabelecer e manteruma relao bem equilibrada e harmnica do SE.O equilbrio da dentadura refere-se no s ao

    contato fsico dos dentes e seus efeitos sobre o

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    periodonto, como tambm a seus efeitos sobre afisiologia do sistema neuromuscular e da ATM.

    Passanez21 (1979), com o objetivo de avaliara eficincia: do diagnstico diferencial de

    Dawson, e da tcnica de ajuste recomendadapelo Departamento de. Prtese da Faculdade deOdontologia de Bauru, da USP, fez ajusteoclusal em 21 pacientes que apresentavamsintomatologia de dor e disfuno miofacial.Todos demonstravam dor palpao do msculopterigideo lateral, ocorrendo a eliminao dossintomas em 100% dos pacientes aps arealizao do ajuste, comprovando a sua eficcia.

    Janson, W.A. et al.13 (1984), em manualsobre ajuste oclusal, diz que os objetivos doajuste melhorar as relaes funcionais da

    dentadura, de sorte que os dentes e o periodontode sustentao recebam estmulo funcionaluniforme, propiciando assim as condiesnecessrias para a sade do sistemaneuromuscular e da ATM.

    Dawson8 (1988) analisando o contedo de umartigo escrito na Revista Forbes, sob o ttulo:"Distrbios da ATM, A nova doena psicolgica",combateu seu contedo dizendo que raramente oproblema puramente psicolgico. No entanto,como qualquer distrbio dos sistemas do corpo, o

    estresse emocional diminui a resistncia dopaciente e intensifica o dano. Assim, ele pode serum fator colateral, mas raramente a causa.

    Janson14 (1986) em trabalho de Mestrado, -avaliou 20 casos tratados ortodonticamente, peloDepartamento de Ortodontia da FOBUSP,terminados dentro de um perodo de 1 ano. Osresultados obtidos demonstraram que 85% doscasos no foram terminados, coincidindo amxima intercuspidao dentria com a relaocntrica. Encontrou 10% desses casos compresena de disfuno mandibular.

    Okeson19 (1989) fez um resumo da oclusofuncional ideal, como segue:

    1 - Quando a boca se fecha, os cndilos estona posio mais ntero-superior (estvelmsculo-esqueletalmente), apoiados nasvertentes posteriores das eminncias articulares,com os discos propriamente interpostos. Nestaposio, h contatos homogneos e simultneosde todos os dentes posteriores. Os dentesanteriores tambm se contatam, mas um poucomais suavemente do que os posteriores.

    2 - Todos os contatos dentrios promovemcarga axial das foras oclusais.

    3 - Quando a mandbula se move numaposio laterotrusiva, h guias dentrios decontato no lado laterotrusivo (de trabalho) paradesocluir imediatamente o lado mediotrusivo (de

    no trabalho). A guia mais desejvel fornecidapelos caninos (levantamento pelos caninos).4 - Quando a mandbula se move numa

    posio mais protrusiva, h adequados contatosdentrios dirigidos aos dentes anteriores, paradesocluir imediatamente todos os dentesposteriores.

    5 - Na posio habitual, durante amastigao, os contatos dos dentes posterioresso mais pesados do que os contatos dosanteriores.

    Fantini9 (1990) afirmou que, partindo-se do

    princpio de que os fatores oclusais possam serresponsveis pelo surgimento de dismetidotrbios da articulao temporomandibular, ficaevidente a responsabilidade das diversasespecialidades da Odontologia, na preveno eno tratamento daquela disfuno. Ainda no sedefiniu de forma clara o papel exercido pelaOrtodontia dentro deste contexto. Estaespecialidade tem sido responsabilizada, poralguns autores, pelo surgimento de disfunes daATM. Por outro lado, as correes ortodnticas

    tm sido consideradas o mtodo de eleio parao tratamento das disfunes mandibularesprovocadas por alteraes da ocluso.

    OBJETIVOS

    Para selecionar a mecnica de tratamentomais adequada, fundamental estar ciente doobjetivo que se quer alcanar no final dotratamento. Para isso, so necessrios umdiagnstico integral, e um efetivo plano detratamento, que incluem: posies dentrias,

    ocluso funcional, posio mandibular compatvelcom a posio muscular e articular, e estticafacial. Nosso objetivo, quanto s posiesdentrias, deve estar coincidente com o descritopor Andrews em seu artigo sobre "As 6 chavespara uma ocluso normal". Baseado nestemesmo tema, Roth23-26 (1981-1989) introduz aOcluso Funcional juntamente com asconsideraes de Andrews, segundo as quais, oscndilos esto centrados transversalmente eassentados contra os discos articulares na

    vertente postero-superior das eminnciasarticulares, quando os dentes alcanam a

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    mxima intercuspidao. Isto caracteriza aRelao Cntrica coincidente com OclusoCntrica, sem deixar de serem considerados osresultados do tratamento, sobre os tecidos

    moles.Tudo isto essencial para a seleo de umplano de tratamento, mas para isso, necessrioe muito importante, um estudo a partir demodelos precisamente montados emarticulador. Tambm necessrio, em casosem que a diferena entre RC. e O.C. exceda 2mm, que a cefalometria seja reajustada(teoricamente seria feito um ajuste oclusal), paramodificar o traado de O.C. para RC., podendoassim, fazer-se o Diagnstico Cefalomtricoem RC. Quando so enviados pacientes para

    tomada de telerradiografias, na maioria dasvezes, elas so obtidas em O.C. e, aps amanipulao do paciente, encontrada a RC.,no coincidente com a O.C., com conseqentemudana dos dados cefalomtricos e tambm doplano de tratamento. Nesses casos, defundamental importncia serem os modelos eos traados cefalomtricos obtidos em RC.

    Barbosa4 (1992) diz que montando modelosem RC., podem ser detectadas situaes noobservadas nos modelos tradicionais, ou pela

    manipulao da mandbula durante o exameclnico. Nos pacientes adultos, estas diferenas,entre RC. e O.C. so mais evidentes, mas no sedeve cometer o erro de montar apenas essescasos ou aqueles com disfuno da ATM. Existemtantas variaes nos pacientes adolescentes esaudveis, que importante t-los numacondio ideal para o diagnstico. O objetivodurante o tratamento melhorar a ocluso,fazendo com que RC. Esteja coincidente ouprxima da O.C. Os modelos assim montadosantes do tratamento, geralmente mostram queexiste um problema ntero-posterior muito maiordo que aquele detectado nos modelostradicionais. Antes da remoo do aparelho importante tambm montar os modelos emarticulador, o que poder mostrar a necessidadede algum ajuste.

    O exame dos modelos montados noArticulador Panadent, para se fazer o diagnsticoe planejamento, avaliao pr-remoo eavaliao durante e ps-conteno, permite aoortodontista ver claramente como est a ocluso.

    Um excelente instrumento associado - M.P.I.(indicador da posio mandibular) como

    descreve Slavicek27-28 (1988), gera um grficocom registro da diferena de posio damandbula, em RC. e O.C. Isto vai informar aposio dos cndilos, com maior nitidez.

    A IMPORTNCIA DO DIAGNSTICO EMRELAO CNTRICA

    Relao Cntrica representa uma meta idealde tratamento.

    Segundo Peter Dawson7 (1993), relaocntrica pode ser definida como as diversassituaes da mandbula com a maxila, quando oconjunto cndilo-disco (propriamente alinhado)est na posio mais superior e anterior contra aeminncia, independente da posio dos dentes

    ou da dimenso vertical.A hiptese de uma ocluso no exibir relaocntrica, prxima de O.C, no significa havernecessidade de tratamento, principalmentequando esta ocorrncia for assintomtica.Portanto, o fato da ocluso desviar-se doconceito clssico, no suficiente para a decisode submeter o paciente a tratamento. Mas, seexistem sintomas que justifiquem o tratamento,a meta dever ser uma ocluso relacionadacentricamente, na qual a intercuspidao dosdentes ocorra com a mandbula em R.C

    Segundo Torres30 (1994), a meta final dotratamento ortodntico deve ser a obteno deum relacionamento oclusal funcional, bem comoa restaurao e preservao da relao centradados cndilos possibilitando uma atividademuscular mnima durante a funo. Isto obtidoa partir de dados fornecidos pelo diagnsticocuidadoso, em relaocntrica.

    Vrios sinais e sintomas devem serconsiderados:

    1 - Desgaste oclusal.

    2 - Mobilidade excessiva.3 - Sons na ATM.4 - Limite de abertura ou movimento.5 - Dor mofacial.6 - Espasmo da musculatura mandibular,

    tornando a manipulao difcil ou impossvel.

    Se um ou mais desses sintomas estopresentes, prudente o emprego de uma placamiorelaxante. Os sintomas podem, ento, sereliminados ou aliviados, possibilitando

    manipulao acurada da mandbula, antes de sepropor a colocao do aparelho.

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    DESPROGRAMADORES

    Na hiptese do paciente, mesmo jovem,apresentar espasmos musculares que dificultem

    a tomada do registro em R.C, pode-se recorrerao emprego de "desprogramadores", tais como:

    1 - JIG2 - Placa Mio Relaxante3 - Anteparo entre os dentes (algodo)4 - Aqualizer

    Logo na primeira consulta, deve serprovidenciada uma detalhada entrevista (anliseclnica funcional), atravs da qual se conhece oestado de sade mdico e dentrio do paciente.

    importante fazer-se um exame acurado dosmsculos, palpados segundo Slavicek28, com opaciente em posio ereta em cadeira regular(no odontolgica). O operador deve estar com opeso equilibrado sobre os dois ps, e braosparalelos ao piso. Na cabea do paciente (aonvel do cotovelo), aplica-se uma presso laterale uniforme em ambos os lados. Logo em seguida,manipula-se a mandbula para R.C. Nahiptese de alguma dificuldade, coloca-se umamecha de algodo entre os incisivos ou mesmoentre os posteriores, bilateralmente, fazendocom que estes dentes no se toquem, quebrandoassim, a memria proprioceptiva. Espera-se de10 a 15 minutos e, se necessrio, faz-se novatentativa. Se houver mudana da ocluso, esentirmos a musculatura relaxada, ento,assume-se esta posio como a "ideal". Quandoisto no acontece, faz-se um JIG que deve serusado de 3 a 4 horas antes da manipulao. Nosendo estas medidas suficientes, podem serainda, empregadas as "placas miorelaxantes".Elas permitem, geralmente, que a prpria

    musculatura relaxada leve a mandbula a umaposio adequada e, conseqentemente, reduzaou elimine a sintomatologia e sinais exibidos pelopaciente.

    Qualquer registro de Relao Cntrica, serdeficitrio, se obtido sem primeiro ser relaxada amusculatura. Portanto, com o uso dedesprogramadores, so possveis: descobrir-se, acntrica "verdadeira" (que estvel econfortvel); testar a resposta do paciente a umamudana na ocluso antes de iniciar uma terapia

    mais complexa; e ainda, observar se a posiomandibular de relao cntrica pode ser

    estabilizada. A placa deve ser utilizada sempreque o paciente esteja com sintomas "dor-disfuno", e/ou quando a mandbula no forfacilmente manipulada. Inicialmente, a terapia

    com a placa dirigida para o alvio dos sintomas"dor / disfuno" e para o diagnstico doverdadeiro relacionamento maxilomandibular.

    Como alguns pacientes apresentam outrossinais de desarmonia oclusal, ignorar adificuldade de se obter a relao cntrica poderesultar num diagnstico equivocado e numplanejamento inadequado ao tratamento,acarretando problemas ps-ortodnticos na ATM.Por isso, deve ser adotado como rotina, odiagnstico cefalomtrico em Relao Cntrica,com montagem em articulador. Com tudo isto,

    podemos testar a resposta do paciente quanto smudanas oclusais, se a posio mandibular podeser estabilizada, e tambm a quantidade exatade discrepncia que pode ser corrigida.Conseqentemente, ao contrrio do que ocorrecom muitas abordagens, o alvio de sintomas no o principal propsito da placa, pois suafinalidade colocar os cndilos na posio maisfisiolgica, pelo ajuste da superfcie oclusal daplaca, em cada visita, a fim de alcanar aintercuspidao mxima.

    Segundo Roth e Rofs24

    (1981), durante o usoda placa, as mudanas da postura mandibularso decorrentes de trs situaes:

    1) relaxamento da musculatura queposicionava inadequadamente a mandbula,devido a contraes ou espasmos musculares;

    2) eliminao do fludo inflamatrio;3) remodelamento das articulaes.

    recomendvel que a terapia com placa,deve continuar at no existir qualquer mudanana posio mandibular em Relao Cntrica, pelomenos, por trs meses. Quando o conforto e aestabilidade no puderem ser alcanados, no hrazo para se acreditar que seriam obtidos,alterando a ocluso. Assim, melhor que no serecorra ao tratamento ortodntico, pois possvel que se esteja em presena de outrofator etiolgico. Desde que a disfuno da ATMseja um problema com vrias facetas a seremconsideradas, ser melhor submeter o paciente aoutro tipo de abordagem.

    Para procedimentos laboratoriais de

    construo da placa, recomendam-se asseguintes leituras; Manual da Universidade de

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    Michigan17 (1988); Paiva20 (1991) e Lawson &Blazucki15 (1992); Slavicek29 (1989); Missert18(1989).

    Nos ltimos tempos, tem havido um aumento

    significativo de pacientes adultos que procuramtratamento ortodntico como alternativa para acorreo da sua malocluso, principalmente, emfuno de problemas articulares. Nessespacientes, apesar de serem tomados todos oscuidados j descritos, durante o tratamentocorretivo, possvel a ocorrncia de crisesdolorosas, pois, a cada dia ocorre uma novasituao oclusal, em funo dos movimentosdentrios. , ento importante o uso de artifcios,principalmente durante a noite, para que osdentes no se toquem. Pode ser indicado o

    AQUALIZER, um dispositivo que se adapta facevestibular e oclusal dos molares e fundo dovestbulo superior. Na parte posterior, regio dosmolares, ele tem um colcho de gua nos ladosdireito e esquerdo, e que servir para o contatoindireto, dos dentes, propiciando assim,relaxamento muscular.

    EXAME DA OCLUSO

    Segundo Andrews2 (1989), sendo osortodontistas, peritos em ocluso, seusresultados de tratamento nem sempre satisfazemos padres oclusais de outros especialistas ouestudiosos. Cabe, portanto, a pergunta: "osobjetivos dos ortodontistas so diferentes dos deoutros especialistas, ou h limitaes clnicas aserem consideradas?"

    Antes, durante e, principalmente, ao finalde cada tratamento ortodntico, algumasobservaes se tornam importantes, para que seconsiga uma ocluso equilibrada econseqentemente, funcional.

    Os movimentos funcionais devem seranalisados rigorosamente em todas as visitas dopacientes, pois, durante a movimentao dosdentes, a ocluso experimentar constantesmudanas, implicando portanto em freqentesajustes.

    um detalhe importante da prticaortodntica, a obedincia aos princpios e stcnicas do equilbrio oclusal, e ningum melhordo que o prprio ortodontista para equilibrar aocluso dos pacientes ortodnticos.

    Antes da remoo do aparelho, essencialque certos movimentos mandibulares sejam

    feitos, para observar se a ocluso funcional ouadmite interferncias.

    1 - Testar os movimentos de lateralidade,tendo como guia o canino no lado de trabalho, e

    desocluso no lado oposto (fig. 16.1), ou funoem grupo, no lado de trabalho, e desocluso nolado oposto (o que ortodonticamente maisdifcil de se conseguir) (fig. 16.2).

    Fig. 16.1 - Movimento FuncionalLado de trabalhoGuia pelo canino

    Fig. 16.2 - Movimento FuncionalLado de trabalhoFuno em grupo

    2 - Testar o movimento protrusivo: Quando amandbula est nesta posio, os nicos dentesem contato devem ser os anteriores, podendoser, apenas os incisivos centrais superiores comincisivos inferiores (fig. 16.3), ou ainda, osincisivos superiores com os incisivos e caninos

    inferiores, ou ainda os incisivos e caninossuperiores com os incisivos, caninos e pr-molares inferiores (fig. 16.4).

    Fig. 16.3 - Movimento FuncionalMovimento ProtrusivoGuia pelo incisivo

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    Fig. 16.4 - Movimento FuncionalMovimento ProtrusivoGuia pelos anteriores

    3 - Durante o movimento de lateralidade,

    pode ser detectada interferncia no lado de "notrabalho", ou oposto ao "de trabalho",principalmente na cspide palatina do 2 molarsuperior (fig. 16.5).

    Fig. 16.5 - Interferncia

    Lado de no trabalhoInterferncia no 2 molar

    4 - Outra interferncia poder ser encontradano contato de qualquer dente posterior, no ladode trabalho (fig. 16.6).

    Fig. 16.6 - InterfernciaLado de trabalhoInterferncia no 2 molar

    5 - Bastante comum tambm, ainterferncia em protrusiva, quando se tocam osdentes posteriores ao invs dos anteriores. comum no se incluir no tratamento, abandagem dos segundos molares. Eles so osmaiores responsveis por essas interferncias(fig. 16.7).

    Fig. 16.7 - InterfernciaMovimento ProtrusivoInterferncia de dentes posteriores

    ARTICULADOR

    Segundo Roth25 (1988), o articulador"PANADENT", o resultado de pesquisa feito peloDr. Robert Lee16 (1988), sobre a simulao dosmovimentos mandibulares. Foram usados blocosde plstico para registrar esses movimentos.

    Dr. Harry Lundeen fotografou esses blocos deplstico usando um grfico padro com umesquema de coordenadas X, Y, Z. Atravs docomputador, identificou os movimentos padresmdios, quantificou o movimento de Bennett e osngulos da eminncia articular, agrupandoestes a determinados grupos populacionais.

    Portanto, usando um grfico para registrar osmovimentos da mandbula, possvel selecionar-se tambm, o ngulo da eminncia. Istopermite a obteno da melhor mdia do padrode movimento bordejante mandibular, para umdeterminado indivduo. A partir da, montando-seos modelos em relao cntrica, no articulador(com a transferncia do eixo de movimentopara o eixo de dobradia) e posicionando-se osdentes em relao cntrica, com a guia anteriorideal e desocluso posterior, o ortodontista

    constatar que as posies dentrias obtidas voestar muito prximas daquelas que Andrewsencontrou nos casos normais no tratados.

    Como Manusear o Articulador e osRegistros de O.C. e R.C.

    O articulador (Fig. 16.8) tem os encaixes docndilo, removveis (Fig. 16.9).

    Ao remover os encaixes e adaptar-se umdispositivo prprio do articulador PANADENT,consegue-se o MPI (Indicador da Posio

    Mandibular), que gera um grfico, a partir daocluso dos modelos montados em O.C. (fig.

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    16.10). Neste grfico ser identificadaexatamente, a quantidade de deslocamentocondilar, da posio cntrica, com o auxlio deum carbono (fig. 16.11).

    Na folha de registros (Fig. 16.12), tem-se umgrfico onde gravado o deslocamento docndilo, para que se possa proceder correodo traado cefalomtrico (Fig. 16.13).

    No exemplo da paciente M.M. (n 29/91 -clnica do autor), vem-se dois grficos (M.P.I.) -lado direito (Fig. 16.14) e lado esquerdo (Fig.16.15). Neles, faz-se a somatria dos pontos nosentido vertical, dividindo-se o resultado pordois, e repete-se para o sentido horizontal (Fig.16.16). Este exemplo mostra uma mudana naposio do cndilo em O.C., sendo + 2 mm no

    sentido vertical e + 1 mm no horizontal. Istosignifica que estando em O.C., o cndidodesloca-se 2 mm para baixo e 1 mm para frente.Estes valores so transferidos para o grfico nafolha de registros (Fig. 16.13), onde ser feita acorreo da posio condilar.

    Ao final do tratamento corretivo, de notar-se o registro do MPI (Fig. 16.17 e 16.18)mostrando uma coincidncia entre O.C. e R.C;com pequeno desvio (1/2)mm no lado direito.Esta situao define uma posio condilar

    favorvel ao final do tratamento.

    Fig. 16.8 - Articulador

    Fig. 16.9 - Encaixe do cndilo

    Fig. 16.10 - Dispositivo para tomada do M.P.I.

    Fig. 16.11 - Tomada do M.P.I. com o auxlio de papelarticular.

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    Fig. 16.12 - Folha de registros

    Fig. 16.13 - Grfico paraproceder a correo dotraado cefalomtrico.

    INDICADOR DA POSIO MANDIBULAR

    Fig. 16.14 - Lado direito

    Fig. 16.15 - Lado esquerdo

    MUDANA NTERO - POSTERIOR DO EIXO: +1 mm .MUDANA VERTICAL DO EIXO: +2 mm .

    Fig. 16.16 - Mdia do registro em A.V., no sentidovertical e horizontal.

    Fig. 16.17 - Lado direito

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    Fig. 16.18 - Lado esquerdo

    CONVERSO DO TRAADOCEFALOMTRICO DE OCLUSO C TRICAPARA RELAO CNTRICA

    PACIENTE M.M (29/91)

    1 - Traar a telerradiografia de O.c. (Fig.16.19), marcando o plano de Frankfurt (1).

    2 - Construa o plano axio-orbitrio, a 6,50 doplano de Frankfurt, a partir do ponto orbitrio.Este plano deve ultrapassar o desenho docndilo, e neste, dividido em teros. (b) (Fig.16.19).

    3 - Localize o eixo de bisagra arbitrrio, que o 1 ponto do 1 tero, a partir do orbitrio. (C)(Fig. 16.19)

    4 - Traar o plano oclusal funcional deRicketts e, paralelo a este, faa um trao de 5mm coincidindo com a borda incisal do incisivoinferior. A isto denomina-se "sobremordida". (D)(Fig. 16.19)

    5 - Sobreponha o traado de O.c. sobre ogrfico da folha de registros (Pig. 16.13),coincidindo o eixo de bisagra com o centro dogrfico (que representa R.C), e seu

    prolongamento (plano axio-orbitrio) sobre alinha do grfico (a direita), (E).Marque o registrodo MPI, (+2 Vert. e +lHoriz.) no traado de O.C.(indicado pela seta) (Fig.16.20),e determine oponto (F)na (Fig. 16.21).

    Fig. 16.19 - Traadocefalomtrico em O.c.,com registro do planode Frankfurt (A); Planoaxio-orbitrio (B); Eixode Bisagra (C); esobremordida (D).

    6 - Deixe de lado a folha de trabalho.

    7 - Sobreponha outro papel de traado sobre

    o 1 traado de O.C. e desenhe os detalhesanatmicos da mandbula, dentes inferiores,perfil inferior e a sobremordida. Use outra cor, oupontilhado e marque o eixo de bisagra (C)(indicado pela seta) neste segundo traado (Fig.16.22).

    8 - Deslize o 2 traado, sobrepondo o eixode bisagra deste, com o registro do MPI dogrfico do P traado, fazendo coincidir tambm asobremordida original (Fig. 16.23). Nestaposio, desenhe todos os detalhes anatmicos

    da maxila (Fig. 16.24).

    9 - Separe os traados e ter no 2, umtraado cefalomtrico em Relao Cntrica (Fig.16.25).

    10 - Diferena da sobressalincia entre ostraados em O.C. e RC; (Fig. 16.26).

    Fig. 16.20 - Marcao

    do M.P.I. no traadode O.C.

    Fig. 16.21 A - Vista

    total do traado emO.C. com registro deM.P.I. (F).

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    Fig. 16.22 - Registrodos detalhesanatmicos inferiores

    e eixo de bisagra no22 traado (indicadopela seta).

    Fig. 16.23 - Registrodo deslize da

    mandbula, de O.C.para R.C.

    Fig. 16.24 - A partirda fig.16.23, desenheos detalhesanatmicos da

    maxila.

    Fig. 16.25 - Traadocefalomtricoconvertido de O.Cpara R.C.

    Fig. 16.26 - Diferenano sentido A-P deO.C para R.C.

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