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A educação é um processo que, se bem-conduzido, produz pessoas íntegras, felizes, equilibradas, com senso de cidadania e de comportamento social aguçados e que determina o sucesso de uma família, de uma comunidade, de uma cidade, de um país
e da própria civilização.
Porém, quando inadequada, distorcida, inepta e manipulada, tende a se transformar em fonte
inesgotável de neuroses, de psicoses, de desajustes de todas as naturezas
e espécies, verdadeira
“fábrica de monstros”.
Não se deve, no entanto, confundir o ato de “educar”
com o de meramente “instruir”.
Somos, sem exceção, simultaneamente, em momentos
diversos das nossas vidas, educandos e educadores.
Trata-se de um processo permanente, contínuo,
ininterrupto, que vai do berço à tumba.
Ou seja, do nascimento até a morte.
É tarefa de todos os agentes sociais: família, escola, igreja
etc.etc.etc.
Estamos, o tempo todo, aprendendo e ensinando, mesmo
que não venhamos a nos dar conta disso.
E o que aprendemos e o que ensinamos pode ser tanto positivo – ou seja, aqueles conhecimentos que de alguma forma nos formem a personalidade e o caráter, nos corrijam, nos engrandeçam e nos valorizem – quanto negativo – os que nos corrompam, nos
degradem e nos tornem nocivos a nós mesmos e a todos os que nos
rodeiem.
Sei que não estou afirmando nada de novo e, apenas, me
limitando a repetir o lugar-comum, o que é do
conhecimento geral (até do mais imbecil dos
imbecis), o óbvio.
Afinal, não sou especialista na matéria (como, ademais, não
tenho absolutamente nenhuma especialização, em nada).
Infelizmente, todavia, a maioria das pessoas tropeça exatamente
nas obviedades.
Escorrega naquilo que não se esperava que escorregasse,
de tão batido, surrado e divulgado que é.
É através da educação que aprendemos tudo, rigorosa e
absolutamente tudo, o que o ser humano aprendeu, desde os
tempos do nosso mais remoto ancestral das cavernas ao homem contemporâneo (dito moderno),
conhecimento este adquirido empiricamente, através de erros
e de acertos, e transmitido geração após geração.
Este acervo abrange desde a forma de comunicação do grupo em que estamos inseridos (o idioma que falamos) até a história da espécie; desde noções as mais comezinhas de higiene e saúde aos direitos e deveres que
temos no convívio com os semelhantes;
desde os princípios das artes, à física, química, matemática, biologia, astronomia etc.
A não ser os instintos de sobrevivência e de perpetuação
da espécie, não nascemos sabendo nada,
absolutamente nada.
Tudo alguém terá que nos ensinar no momento adequado
de nossas vidas.
Até mesmo o instintivo, para ser eficaz, terá que ser sistematizado
e racionalizado.
Ou seja, temos que aprender o que é saudável e o que é nocivo; quais comportamentos expõem nossas vidas a risco e quais são
as medidas de segurança que devemos adotar (e em quais circunstâncias)
para preservarmos a nossa integridade física.
E, quanto à perpetuação da espécie, precisamos de uma
correta e eficaz educação sexual, para um relacionamento
harmonioso e saudável com a parceira de reprodução.
Em contrapartida, tudo o que aprendermos, temos a obrigação
de passar adiante, ou seja, de ensinar para alguém, geralmente
os filhos que geramos ou que viermos a gerar.
A evolução de cada geração depende da competência com
que esses conhecimentos forem transmitidos.
Se o fizermos com razoável eficácia, estaremos contribuindo para um mundo mais justo, mais
humano e mais solidário.
Se nos omitirmos, ou não ensinarmos a quem deveríamos
ensinar os princípios corretos de conduta que nos foram
ensinados, seremos co-responsáveis pela
miséria, pelas neuroses, pelas distorções de comportamento (pessoais e/ou sociais),
pela violência, criminalidade, guerra etc. que
vierem a ocorrer.
Uma das principais distorções da atualidade (que sempre existiu, mas que agora se torna mais
aguda, dada a exorbitante quantidade de gente no mundo), é o fato de pessoas que não foram
convenientemente educadas, terem que educar filhos.
Na maioria das vezes, estes são frutos de relacionamentos
fortuitos, casuais ou distorcidos e irresponsáveis.
São meros “acidentes” (portanto indesejáveis).
E os que os geraram e têm a incumbência de os educar, não
têm a mínima estrutura, a menor capacidade, a mais remota
competência, para isso.
Provêem de famílias desestruturadas, ignorantes,
violentas.
O que se requer, com crescente ênfase é menos instrução
e mais educação.
É menos conhecimentos teóricos e enciclopédicos
– a maioria dos quais jamais utilizaremos quando deixarmos a escola com o
diploma nas mãos, e de fácil acesso quando
houver necessidade – e mais
princípios de civilidade, de respeito ao próximo, de
responsabilidade pessoal e social, de solidariedade
e de justiça.
Instruir um indivíduo para formar mão-de-obra
especializada para o mercado é importante, mas não essencial.
O que promove, de fato, o progresso de um país é a
educação para a vida de cada um dos seus habitantes.
Imagens Google Texto: Pedro J Bondaczuk Música: Enya - Relaxation Formatação: [email protected]
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