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A equipe interprofissional e a preparação psicossocial à adoção Dayse Cesar Franco Bernardi Psicóloga Judiciária da Coordenadoria da Infância e Juventude do TJSP; Mestre em Psicologia Social Especialista em Psicologia Jurídica Coordenadora do Projeto SIABRIGOS NECA Coordenadora do Curso de Especialização em Psicologia Jurídica do Instituto Sedes Sapientiae de São Paulo

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Page 1: A equipe interprofissional e a preparação psicossocial à adoção Dayse Cesar Franco Bernardi Psicóloga Judiciária da Coordenadoria da Infância e Juventude

A equipe interprofissional e a preparação psicossocial à adoção

Dayse Cesar Franco Bernardi

Psicóloga Judiciária da Coordenadoria da Infância e Juventude do TJSP;

Mestre em Psicologia Social

Especialista em Psicologia Jurídica

Coordenadora do Projeto SIABRIGOS NECA

Coordenadora do Curso de Especialização em Psicologia Jurídica do Instituto Sedes Sapientiae de São Paulo

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Equipe interprofissional da Justiça da Infância e Juventude

Prevista no Estatuto da Criança e do Adolescente como serviço auxiliar do juízo destinada a assessorar a Justiça da infância e Juventude - ECA 1990 (artigos 150 e 151);

Recomendada pelo CNJ n.º 2 e 5; Plano Nacional de Promoção, Proteção e Defesa do

Direito de Crianças e Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária;

Orientações técnicas para acolhimento institucional (Conanda e CNAS)

Lei Nacional de Adoção Provimentos do TJSP

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Competência da equipe interprofissional segundo o ECA

Fornecer subsídios por escrito, mediante laudos ou verbalmente em audiências,

Desenvolver trabalhos de: Aconselhamento; Orientação; Encaminhamento; Prevenção Outros

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Composição das equipes

No mínimo um assistente social e um psicólogo, podendo incluir pedagogos;

Proporcionalidade considerando critérios demográficos e grau de vulnerabilidade social do território;

Em se tratando de criança ou adolescente indígena ou proveniente de comunidade remanescente de quilombo, é ainda obrigatório a inclusão de antropólogo;

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Justiça da infância e juventude

Responsável pela decisão de acolhimento institucional ou familiar: baseado em estudo interdisciplinar;

A colocação da criança ou adolescente em família A colocação da criança ou adolescente em família substitutasubstituta será precedida de sua preparação gradativa e acompanhamento posterior, realizados pela equipe interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da Juventude, preferencialmente com o apoio dos técnicos responsáveis pela execução da política municipal de garantia do direito à convivência familiar. 

Gestantes ou mães: o poder público deve conceder assistência para as que queiram entregar seus filhos para adoção. A mãe deve ser encaminhada ao juizado da infância sob pena de multa aos médicos e enfermeiros.

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Natureza das ações judiciais

Processos verificatórios de ameaça ou violação de direitos;

Processos contenciosos de suspensão ou destituição do poder familiar; a partir da nova lei também para acolhimento institucional

Aplicação de Medidas de proteção à família Aplicação de Medidas de proteção da infância Modificações de guarda e colocação em família substituta

(guarda, tutela, adoção); Aplicação e acompanhamento de Medidas sócio-

educativas para crianças e adolescentes; Fiscalização e orientação de entidades e instituições

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Competência segundo a Lei Nacional de Adoção

Trabalho de avaliação, acompanhamento e de intervenção focal antes, durante e após a adoção;

Destinado aos familiares que oferecem consentimento do poder familiar;

Aos pretendentes à adoção, Às crianças e adolescentes em condições de

serem adotados

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Equipe Interprofissional da VIJ

Preparação prévia dos interessados em adotar; Preparação prévia das crianças e adolescentes a

serem adotados; Acompanhamento do estágio de convivência,

preferencialmente com apoio dos técnicos responsáveis pela execução da política de garantia do direito à convivência familiar, que apresentarão relatório minucioso acerca da conveniência do deferimento da medida. (NR)”

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Equipe Interdisciplinar do PODER JUDICIÁRIO

Oitiva da criança/adolescente nos casos de colocação em família substituta (art. 28, §1º)

Orientar pais que concordem com a colocação de filhos em família substituta (art. 166, §2º)

Intervir obrigatoriamente nos procedimentos de habilitação de pretendentes à adoção, promovendo rigorosarigorosa avaliação psicossocial (art. 197C)

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Pares do abrigoPares do abrigo

famíliafamília

extensaextensa

Pessoas Pessoas de referênciade referência

FamíliaFamília de origemde origem

Criança/adolesc.Criança/adolesc. acolhidoacolhido

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Oferecer fundamentos para a decisão

Elaborar relatório que possa fundamentar a decisão da autoridade judiciária competente pela possibilidade de reintegração familiar ou colocação em família substituta de crianças e adolescentes acolhidos em instituições ou famílias de apoio ;

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Possibilidades

Família substitutaFamília substituta

AbrigoAbrigoFamília AcolhedoraFamília Acolhedora

ReinserçãoReinserção familiarfamiliar

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Escuta e orientação da família de origemfamília de origem sobre a decisão de entregar filhos em adoção

A família será ouvida, esclarecida e orientada antes de dar seu consentimento do poder familiar, em especial, sobre a irrevogabilidade da medida da adoção

Assistência psicológica a gestantes ou mães que manifestem interesse em entregar seus filhos em adoção (art.8, parágrafo 5.º);

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Colocação em família substituta

Precedida da preparação gradativa dos pretendentes à adoção e da criança ou

adolescente a ser adotado; Acompanhamento do estágio de convivência Acompanhamento posterior à colocação

* Preferencialmente com o apoio dos técnicos responsáveis pela execução da política municipal de garantia do direito à convivência familiar

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Inscrição de postulantes à adoção

Será precedida de um período de preparação psicossocial e jurídica, orientado pela equipe técnica da Justiça da Infância e Juventude;

Orientação, supervisão e avaliação do contato dos pretendentes com crianças e adolescentes acolhidos, em condições se serem adotados;

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Preparação prévia ao cadastramento

Conhecer a realidade das crianças disponíveis para adoção;

Estímulo à adoção tardia;

inter-racial ; Grupo de irmãos; Com problemas de

saúde ou deficiências;

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Programas de orientação dos postulantes à adoção

Visa contribuir para a redução dos preconceitos, estereótipos e barreiras psicológicas à adoção daqueles que mais necessitam,

Redução dos problemas decorrentes dos seus encaminhamentos às pessoas que não estão preparadas para assumi-los.

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Avaliar e orientar os postulantes à adoção

Verificar motivações, expectativas, valores, mitos sobre a adoção;

Verificar o potencial de cuidado e de criação de vínculos para constituição familiar;

Qualidade do relacionamento intrafamiliar e comunitário;

Adequação às exigências legais; Tolerância à frustração

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Avaliar, comprovar, opinar

Comprovar a existência de vínculos de afinidade e afetividade

Comprovar a estabilidade familiar Avaliar a conveniência da constituição do

vínculo entre adotando e adotado; Apresentar relatório minucioso acerca da

conveniência do deferimento da medida de adoção

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Orientação da criança ou adolescente para a adoção

Medos e expectativas Medos e expectativas

Vínculos, lembrançasVínculos, lembranças

Auto-estima, identidadeAuto-estima, identidade

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Ouvir a criança e o adolescente

A tomada de decisão sobre o destino da criança deve ser feita com a escuta da criança pela equipe interprofissional, sempre que possível;

Oitiva obrigatória do adolescente (maiores de 12 anos de idade) pelo magistrado

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Escutar, considerar e compreender

Ouvir a criança e o adolescente, respeitado seu estágio de desenvolvimento e grau de compreensão, sobre as implicações da medida;

Considerar devidamente sua opinião sobre a medida (guarda, tutela, adoção nacional ou internacional);

Considerar sua opinião sobre mudança de prenome;

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Direito do adotado conhecer sua origem biológica

Após completar 18 anos:- direito de obter acesso irrestrito ao processo no qual a medida foi aplicada;

Ao adotado menor de 18 anos: tem direito, a seu pedido, desde que assegurada orientação e assistência jurídica e psicológica

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Consultar os adolescentes

Consultar adolescentes por meios adequados ao seu estágio de desenvolvimento sobre a possibilidade de adoção internacional e avaliar se o mesmo se encontra preparado para a medida

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Equipe técnica do juízo preferencialmente com o apoio dos técnicos responsáveis pela execução da política municipal de garantia do direito à convivência familiar

Preparação gradativa e acompanhamento posterior na colocação de criança e adolescente em família substituta (art. 28, §5º)

Orientação da família nos casos de concordância dos pais com a medida (art. 166, §7º.)

Preparação psicossocial e jurídica prévia ao pedido de inscrição no cadastro aos pretendentes à adoção (art. 50, §3º)

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Equipe técnica do juízo preferencialmente com o apoio dos técnicos responsáveis pela execução da política municipal de garantia do direito à convivência familiar

Supervisionar o contato, por pretendentes à adoção, com crianças em condições de serem adotadas que estejam em programas de acolhimento familiar e institucional (art. 50, §4º)

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  Nova figura criada com a LN Adoção e necessidade de ações integradas

Técnicos responsáveis pela execução da política municipal de garantia do direito à convivência familiar – redefinição das funções da equipe técnica do abrigo;

Necessidade de trabalhar articuladamente em rede (SGD e Assistência Social);

Trabalhar com o foco na reinserção familiar, integrando a família nas ações da entidade;

Trabalhado integrado entre a equipe da VIJ e as equipes dos abrigos, CRAS e CREAS;

Grupos de apoio à adoção;

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Prioridade: escutar

A escuta singular dos aspectos subjetivos dos pretendentes à adoção;

A escuta das crianças e adolescentes, disponíveis para a adoção, como sujeitos com direito de serem informados, participarem e opinarem sobre decisões que dizem respeito às suas vidas.

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Dayse Cesar Franco BernardiPsicóloga Jurídica TJ/SP

[email protected] [email protected] Fone: (11) 3081.52.53

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