a mulher brasileira na segunda guerra mundial

2
A mulher brasileira na segunda guerra mundial Em virtude de séculos de exclusão e resignação a uma percepção secular de procriar e perpetuar a espécie, a mulher na história brasileira sempre enfrentou desafios de procurar se impor na sociedade, desde a colonização em que a liberdade de ir e vir e até mesmo trabalhar só ocorreu com mais frequência nas camadas mais populares, devido á necessidade do sustento da casa, onde em alguns casos era a grande chefe. No que tange o século XX, este significou uma grande mudança para a mulher, em relação sobre o seu papel na sociedade, pois cada vez mais ganhou espaço. As Duas Guerras Mundiais, foram decisivas para contribuir, pois, com o homem na frente de batalha restava à mulher para ocupar o seu espaço nas fábricas, espaço esse que ela não quis mais sair com o fim desses conflitos. Em relação ao Brasil que fora mantido neutro durante a 1ª Guerra Mundial (1914-1928), na Segunda Guerra (1939-1945) a história foi oposta devido ao bombardeamento de navios brasileiros por submarinos alemães no litoral brasileiro, fazendo o então ditador Getúlio Vargas ser obrigado a declarar guerra ás forças do Eixo (Alemanha-Itália, Japão) enviando tropas para combater juntos com os aliados (EUA-URSS, França, Reino Unido). Embora os chamados “pracinhas” nome dado aos oficiais brasileiros que lutaram na guerra tivessem uma participação relativamente discreta com apenas 5.000 oficiais inicialmente que passou para 25.000 até o fim do conflito 1 , mas decisiva na invasão e tomada da Itália, junto com as tropas americanas. Para a conservadora sociedade dos anos 40, dois paradigmas ao mesmo tempo estavam sendo quebrados: A entrada do Brasil na Guerra e a possibilidade de mulheres nas forças armadas algo que despertou estranheza e divergências entre as famílias e muitas jovens mulheres que engajaram nas fileiras brasileiras foram a contragosto familiar e até mesmo escondidas como conta Omena (2008). Apesar de que a presença de mulheres militares não era novidade como aponta D´Araújo (2004) temos algumas participações de 1 www.veja.com.br/vejanahistória/Participação do Brasil na Guerra

Upload: wagohellss

Post on 25-Jan-2016

6 views

Category:

Documents


5 download

DESCRIPTION

A mulher brasileira na segunda guerra mundia

TRANSCRIPT

Page 1: A Mulher Brasileira Na Segunda Guerra Mundial

A mulher brasileira na segunda guerra mundial

Em virtude de séculos de exclusão e resignação a uma percepção secular de procriar e perpetuar a espécie, a mulher na história brasileira sempre enfrentou desafios de procurar se impor na sociedade, desde a colonização em que a liberdade de ir e vir e até mesmo trabalhar só ocorreu com mais frequência nas camadas mais populares, devido á necessidade do sustento da casa, onde em alguns casos era a grande chefe.

No que tange o século XX, este significou uma grande mudança para a mulher, em relação sobre o seu papel na sociedade, pois cada vez mais ganhou espaço. As Duas Guerras Mundiais, foram decisivas para contribuir, pois, com o homem na frente de batalha restava à mulher para ocupar o seu espaço nas fábricas, espaço esse que ela não quis mais sair com o fim desses conflitos.

Em relação ao Brasil que fora mantido neutro durante a 1ª Guerra Mundial (1914-1928), na Segunda Guerra (1939-1945) a história foi oposta devido ao bombardeamento de navios brasileiros por submarinos alemães no litoral brasileiro, fazendo o então ditador Getúlio Vargas ser obrigado a declarar guerra ás forças do Eixo (Alemanha-Itália, Japão) enviando tropas para combater juntos com os aliados (EUA-URSS, França, Reino Unido).

Embora os chamados “pracinhas” nome dado aos oficiais brasileiros que lutaram na guerra tivessem uma participação relativamente discreta com apenas 5.000 oficiais inicialmente que passou para 25.000 até o fim do conflito1, mas decisiva na invasão e tomada da Itália, junto com as tropas americanas.

Para a conservadora sociedade dos anos 40, dois paradigmas ao mesmo tempo estavam sendo quebrados: A entrada do Brasil na Guerra e a possibilidade de mulheres nas forças armadas algo que despertou estranheza e divergências entre as famílias e muitas jovens mulheres que engajaram nas fileiras brasileiras foram a contragosto familiar e até mesmo escondidas como conta Omena (2008).

Apesar de que a presença de mulheres militares não era novidade como aponta D´Araújo (2004) temos algumas participações de mulheres brasileiras com o militarismo que antecederam 1980, sendo a mais famosa Maria Quitéria de Jesus Medeiros. Nasceu na Bahia em 1792, participou nas lutas pela independência do Brasil, sob o nome de soldado Medeiros. Em 1823, integrou o batalhão dos Voluntários de D. Pedro I, tornando-se assim, oficialmente, a primeira mulher do Brasil a assentar praça em uma unidade militar. Por sua atuação, o imperador concedeu-lhe um soldo de “alferes de linha” e a insígnia de Cavaleiro da Ordem Imperial do Cruzeiro. Também temos Jovita Alves Feitosa, que se tornou uma das mais célebres figuras da Guerra do Paraguai (1865-1870). Outro nome é o de Ana Vieira da Silva, que lutou, clandestinamente, entre tropas legalistas na Revolução de 1932.

Com o recrutamento de um contingente considerável de soldados e paraquedistas, era indispensável que viessem junto profissionais de saúde para socorrê-los quando necessário e esta função cabia a mulheres.

1 www.veja.com.br/vejanahistória/Participação do Brasil na Guerra

Page 2: A Mulher Brasileira Na Segunda Guerra Mundial

Referências

D’ARAÚJO, M. C. Mulheres homossexuais e forças armadas no Brasil: In CASTRO

www.veja.com.br/VejanaHistória