a territorialidade das cooperativas ... destaque também foi a fundação das cooperativas de mate....

19
1 A TERRITORIALIDADE DAS COOPERATIVAS AGROPECUÁRIAS NO ESTADO DO PARANÁ Sergio Fajardo 1 Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná /UNICENTRO [email protected] Resumo O presente trabalho discute a territorialidade das cooperativas agropecuárias no Estado do Paraná. A participação das cooperativas agropecuárias paranaenses no processo de modernização agropecuária, historicamente, foi extremamente significativo, a partir dos anos 1960, resultando na organização espacial do território a partir dos direcionamentos econômicos tomados por essas empresas. A apropriação econômica do território a partir da ação das cooperativas foi aprofundada a partir da agroindustrialização das cooperativas. No Paraná, entre as décadas de 1970 e 2000 as estratégias das cooperativas basearam-se na verticalização, diversificação e na inserção nos mercados internacional e de varejo. Essa dinâmica hoje está materializada na participação de um conjunto de cooperativas que alcançou êxito nesse sentido. Palavras-chave: Cooperativas agropecuárias. Estado do Paraná. Territorialidade econômica. Introdução As cooperativas agropecuárias paranaenses são consideradas como sujeitos ativos no espaço a partir de sua ação territorial. As mesmas participaram de todo o processo de modernização da agricultura, conduzindo os direcionamentos tomados peloos produtores cooperados. Estes, aderiram rapidamente às inovações tecnológicas, especialmente ao pacote tecnológico da soja, atuando como centros propagadores da mesma modernização. Para tal sentido, foram estimuladas pelo poder público que concedeu “[...] crédito a longo prazo para a instalação de infra-estrutura (silos, escritórios, armazéns, etc.) e do tratamento preferencial na consecução de políticas agrícolas”. (HESPANHOL; COSTA, 1995, p.374). As cooperativas atuaram como agentes da modernização e diversificação no campo. Mas ao mesmo tempo em que algumas se “agigantaram” perderam a sua essência cooperativista, atuando com as mesmas estratégias empresariais vigentes. Para essas, o sentido de entidade continuou existindo apenas como discursivo.

Upload: duongkhue

Post on 19-Apr-2018

213 views

Category:

Documents


1 download

TRANSCRIPT

1

A TERRITORIALIDADE DAS COOPERATIVAS AGROPECUÁRIAS NO ESTADO DO PARANÁ

Sergio Fajardo1 Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná /UNICENTRO

[email protected]

Resumo O presente trabalho discute a territorialidade das cooperativas agropecuárias no Estado do Paraná. A participação das cooperativas agropecuárias paranaenses no processo de modernização agropecuária, historicamente, foi extremamente significativo, a partir dos anos 1960, resultando na organização espacial do território a partir dos direcionamentos econômicos tomados por essas empresas. A apropriação econômica do território a partir da ação das cooperativas foi aprofundada a partir da agroindustrialização das cooperativas. No Paraná, entre as décadas de 1970 e 2000 as estratégias das cooperativas basearam-se na verticalização, diversificação e na inserção nos mercados internacional e de varejo. Essa dinâmica hoje está materializada na participação de um conjunto de cooperativas que alcançou êxito nesse sentido. Palavras-chave: Cooperativas agropecuárias. Estado do Paraná. Territorialidade econômica.

Introdução As cooperativas agropecuárias paranaenses são consideradas como sujeitos ativos no

espaço a partir de sua ação territorial. As mesmas participaram de todo o processo de

modernização da agricultura, conduzindo os direcionamentos tomados peloos

produtores cooperados. Estes, aderiram rapidamente às inovações tecnológicas,

especialmente ao pacote tecnológico da soja, atuando como centros propagadores da

mesma modernização.

Para tal sentido, foram estimuladas pelo poder público que concedeu “[...] crédito a

longo prazo para a instalação de infra-estrutura (silos, escritórios, armazéns, etc.) e do

tratamento preferencial na consecução de políticas agrícolas”. (HESPANHOL;

COSTA, 1995, p.374). As cooperativas atuaram como agentes da modernização e

diversificação no campo. Mas ao mesmo tempo em que algumas se “agigantaram”

perderam a sua essência cooperativista, atuando com as mesmas estratégias

empresariais vigentes. Para essas, o sentido de entidade continuou existindo apenas

como discursivo.

2

O Cooperativismo Agropecuário no Paraná Em sua maioria, as primeiras iniciativas cooperativistas no território paranaense

partiram de imigrantes. Eram, sobretudo, agricultores que miravam na associação a

maneira ideal de consolidarem os propósitos das colônias.

Talvez um dos maiores destaques entre os pioneiros do cooperativismo no Paraná, seja

o caso do ucraniano Valentim Cuts, que liderou a fundação de diversas cooperativas no

Estado, principalmente compostas de imigrantes ucranianos. Alguns exemplos são

citados por OCEPAR (1997b, s.n.): “[...] a Sociedade Cooperativa Svitlo (luz) em

Carazinho, União da Vitória, em janeiro de 1920, e a Cooperativa Agrária de Consumo

de Responsabilidade Ltda, ‘Liberdade’, em Vera Guarani, município de Paulo Frontin,

surgida no ano de 1930, que foi a primeira cooperativa registrada conforme o Decreto-

Lei 581/38, tendo o registro sido feito no dia 19 de maio 1942, recebendo o nº1”.

Outro personagem pioneiro dos movimentos cooperativos no Estado foi o padre

Teodoro Drapienski que criou em três de maio de 1920, a Sociedade Cooperativa de

Comércio “União Lavoura” de cunho político-confessional (OCEPAR, 1997b, s.n.) e

inspirada no sistema de Raiffeisen. Cabe ainda registrar a fundação da Colônia Muricy

através da Sociedade Agrícola Polonesa de 1912, e, transformada em Cooperativa Mista

Agropecuária São José em 1945 (OCEPAR, 1997b, s.n.).

Há ainda muitos outros casos de cooperativas surgidas a partir de colônias de imigrantes

holandeses, alemães e outros. “Significativo impulso ao cooperativismo estadual, foi

trazido também pelas experiências bem sucedidas das cooperativas de colonização,

como Batavo e Castrolanda de Castro; e Capal de Arapoti, hoje verdadeiros exemplos

de comunidades rurais perfeitamente urbanizadas, economicamente prósperas e

socialmente integradas às condições de vida urbano-industrial vigentes no país”.

(OCEPAR, 1997a, p. 5).

É preciso lembrar que, além dos muitos exemplos de cooperativas surgidas a partir de

colônias de imigrantes, vários outros casos não envolveram diretamente essas colônias,

ainda que os exemplos dos imigrantes podem ter influenciado outros movimentos.

Dentre os casos que podem ser citados destacam-se a fundação da Associação

Beneficente 26 de Outubro, em Ponta Grossa no ano de 1906, que mais tarde foi

transformada em Cooperativa Mista 26 de Outubro, organizada por ferroviários. Outro

caso é a organização da Cooperativa Florestal Paranaense em 1909, que funcionava

como uma entidade representativa das indústrias madeireiras (OCEPAR, 1997b, s.n.).

3

Destaque também foi a fundação das cooperativas de mate. Inicialmente, houve a

organização em torno da Federação das Cooperativas de Mate Ltda – Agromate; em

seguida por iniciativa do Governo Federal, os mateiros seguem a orientação da

Comissão de Organização de Cooperativas de Mate – COCPM, a partir de 1943, num

período de crise em virtude da concorrência com o produto argentino, dos altos estoques

e baixos preços, são estruturadas as cooperativas.

Tratava-se da busca de uma solução para o período crítico que indicava o declínio da

atividade ervateira no Estado. Entretanto, após um curto período de ascensão, em meio a

conflitos de interesses entre industriais, comerciantes e produtores insatisfeitos com a

política da COCPM, uma crise ainda mais intensa, provocada pela consolidação da

posição da Argentina e de outros países no mercado mundial coloca os produtores

paranaenses em uma situação altamente desfavorável, pois contavam com um produto

de qualidade inferior sem condições de competir no mesmo nível dos concorrentes.

Surgidas inicialmente por iniciativas dos produtores, as cooperativas de cafeicultores

foram estimuladas pelo Instituto Brasileiro do Café – IBC, que impulsionou a

constituição e recuperação das cooperativas de cafeicultores no Paraná.

Do mesmo modo que ocorrera com as cooperativas de Mate, é num momento de crise

da lavoura em que os produtores unem-se em cooperativas. No entanto as primeiras

cooperativas de cafeicultores surgem motivadas pelas dificuldades de transporte das

safras diretamente para São Paulo, a falta de vagões teria que ser suprimida para que os

produtores obtivessem melhores ganhos, através do transporte ferroviário, do que se

comercializassem a produção com intermediários. Assim são fundadas a Cooperativa

Agrícola Três Barras no município de Assaí em 1939 (a primeira do Norte do Paraná); a

Cooperativa Mista de Cambé em 1943; a Cooperativa Agrária de Ibiporã, em 1947, e

várias outras. Entretanto essas não conseguiram manter-se e sobreviveram por poucos

anos, sem força para solucionar inclusive o problema de transporte da produção.

Mas na década de 1950, o cooperativismo volta a ser discutido entre os produtores de

café. Dessa vez a crise no mercado, em razão das supersafras do produto, foi a

motivação. No inicio da década de 1960, o número de cooperativas de cafeicultores

quase duplicou em relação às existentes na década de 1950 (ARAÚJO, 1982, p.24). A

associação em cooperativas trazia um novo alento aos produtores, significando talvez a

única alternativa para a continuidade da cultura cafeeira.

4

Sendo o café um produto de importância econômica e social, justificava uma

interferência direta do governo, por meio de mecanismos que protegessem a sua

produção e também a comercialização. E as cooperativas de cafeicultores foram

afetadas por esses mecanismos.Mesmo as cooperativas que não surgiram através do

IBC, dependiam da ação desse órgão estatal para superar as crises. Assim havia uma

relação muito forte entre as cooperativas e o IBC, que envolvia uma atuação conjunta

nas questões do café.

Porém quando se acentua a da crise na cafeicultura e há a retirada dos estímulos ao setor

cooperativista, tem inicio um processo de dissolução das cooperativas de cafeicultores a

partir de 1966 (HESPANHOL; COSTA, 1995, p. 375). Desse modo, das 33

cooperativas de cafeicultores existentes em 1964 (OCEPAR, 1997a, s.n.) restaram

apenas oito (HESPANHOL; COSTA, 1995, p.375).

Muitas outras cooperativas agropecuáriarias, algumas surgidas já na década de 1970,

como a Coamo, e outras mais antigas como àquelas oriundas de imigrantes, como a

Castrolanda e Agrária, também participaram da modernização entre os anos 1970 e

1980.

A modernização e a industrialização da agricultura no Paraná A modernização agropecuária, iniciada no país na década de 1950, com estímulos do

Estado e seus esforços para a implantação do D1 agrícola, impulsionada nos anos 1960

com o advento de tecnologias (novos insumos, máquinas, técnicas de plantio e sementes

selecionadas) do chamado “pacote tecnológico norte-americano” da Revolução Verde,

o que implicou na introdução de novas culturas, como a soja e o trigo, denominadas

modernas, chegando ao Paraná, principalmente na década de 1970, simultaneamente ao

processo de desarticulação da estrutura cafeeira, atividade produtiva predominante no

Norte do Estado.

Esse processo de modernização foi muito eficiente na sua difusão, pois impôs condições

de produção sem as quais se torna inviável qualquer atividade agrária com fins

comerciais. Tendo como base principalmente a mecanização, o uso de novos elementos

e insumos químicos e biológicos, bem como a aplicação de novas formas de trabalho, as

transformações na produção agropecuária foram enormes.

De um lado houve um ganho de produção e produtividade com um conseqüente

aumento da renda agrícola; de outro estão os resultados trágicos, com a expulsão da

5

mão-de-obra rural para os centros urbanos ou outras áreas de fronteira agrícola, e ainda,

com a exclusão de produtores que não conseguiram incorporar-se à modernização.

Esse é um fato típico da modernização nos países chamados dependentes, onde a

utilização das terras é limitada, inicialmente, àquelas mais adaptadas. A modernização é

circunscrita a determinadas áreas que atribuem maiores rendimentos com menos

esforços (SANTOS, 1996, p.106). Enormes espaços são, assim, excluídos do processo,

constituindo-se fronteiras agrícolas.

Na década de 1970, o Paraná sofre o impacto da modernização agropecuária de forma

mais intensa. As alterações na base técnica da produção ocorrem com a adoção de

meios de origem industrial.

O caso da agricultura paranaense constitui um verdadeiro laboratório de pesquisa, pois

na década de 1970 suas diversas regiões apresentavam graus e ritmos diferentes de

integração à modernização tecnológica, fato que permite a verificação e

acompanhamento do processo, a parti de um ícone, a soja, como elemento

transformador do espaço rural, introdutor das inovações tecnológicas

(FLEISHFRESSER, 1988, p.17).

Delgado (1985, p.165) aponta que é a partir da modernização agropecuária na década de

1970 que o setor cooperativista também se moderniza, sendo nesse em que surge a

figura da multicooperativa; entidade que se assemelha com uma empresa controladora

de um grupo empresarial pela diversificação setorial e espacial de operação econômica.

A modernização tecnoeconômica que se refere, segundo Müller (1989b, p.63), a

alteração na composição orgânica do capital, se faz presente como resultado da

interação entre industrialização do campo, agroindustrialização das atividades agrárias e

mudanças sociais e políticas entre os grupos sociais. E a constituição do Complexo

Agroindustrial é produto dessa modernização tecnoeconômica.

O Paraná acompanhou o crescimento da agricultura no conjunto do país, colaborando

também para esse impulso. Pois como salienta Munhoz (1982, p.46): “A agricultura

brasileira registrou elevadas taxas de crescimento na década de 1970, com um aumento

no produto real até o ano de 1980, comportamento geral que também se verificou

isoladamente com as lavouras”. E, segundo o mesmo autor, isso se deve, sobretudo, à

abertura de novos mercados externos, ao crescimento da demanda internacional e às

maiores dimensões do mercado interno.

6

É justamente a cultura da soja o fator mais representativo da modernização na

agricultura paranaense, especialmente no Norte do Estado (que é o foco de interesse

deste estudo). O sucesso da soja em substituição ao café no Norte do Paraná, se deve à

condição de essa cultura possuir: inovações pré-adquiridas como sementes selecionadas;

um processo de produção totalmente mecanizado desde o plantio até a colheita; a

capacidade de aliar interesses, que impulsionaram o seu cultivo: o das indústrias

processadoras e exportadoras do produto e do Estado que teve incluído um produto de

grande aceitação na pauta de suas exportações (ROLIM, 1995, p.63).

E foi a ação estatal, um dos mais importantes meios que promoveram a modernização,

via mecanismos de crédito, incentivos fiscais e políticas direcionadas para produtos

como a soja. O incentivo à produção da soja significou uma política de preço mínimo

favorável, amplo crédito para investimentos nessa cultura com juros subsidiados.

Tais estímulos à modernização não atingiram as pequenas propriedades e outros

produtos como o feijão e outros gêneros alimentícios de primeira necessidade

(GRAZIANO DA SILVA, 1982).

Percebe-se que, deixando de lado muitos produtos e produtores, a modernização agrária

revela-se parcial, no entanto seu impacto é geral. Tal fato se justifica pelo estilo de

incorporação à modernização implantada. A aliança entre os interesses dos capitais

nacionais, internacionais e do Estado, põe em prática um processo modernizante, que

escolhe as áreas onde a demanda agroindustrial das exportações e dos centros urbanos é

mais forte e, portanto, mais interessantes. E ao mesmo tempo em que se modernizava, o

setor agrícola consolidava sua condição de dependência, como consumidor, dos

insumos industriais.

No Paraná as condições eram muito favoráveis à modernização. A economia estava

integrada ao mercado nacional, havia disponibilidade de terras excelentes e existia um

nível razoável de acumulação entre os produtores de café (FLEISHFRESSER, 1988,

p.17-18). É na década de 1970 que tem início a instalação de grandes unidades

industriais com o setor agroalimentar ocupando a liderança no conjunto da economia

paranaense.

O volume de crédito destinado à atividade agrícola no Paraná representou cerca de 20%

do total destinado para o Brasil (PEREIRA, 1992, p.120). Nesse Estado, como em

outros, a política de crédito rural foi decisiva para a modernização significando a maior

parte no volume de vendas de tratores e do consumo de fertilizantes. Sendo o Paraná,

7

sobretudo nos anos 1970, o Estado onde houve a maior expansão das áreas de soja e

trigo, o consumo de insumos modernos para essas lavouras foi enorme graças aos

créditos oferecidos e destinados especialmente às mesmas culturas.

Do mesmo modo, foi indispensável o financiamento público para a

agroindustrialização. No caso das cooperativas esse amparo estatal permitiu um notável

crescimento das mesmas no setor agroindustrial (MEDEIROS, 1997, p.5). Porém, um

bom número de agricultores ficou à margem do processo de modernização e

industrialização da agricultura, sendo esse lado trágico da modernização e das inovações

tecnológicas. A conseqüência social foi então a criação dos excluídos do campo.

Por outro lado, na incorporação de produtores, como ressalta Müller (1994, p.15),

através da industrialização do campo e da agroindustrialização da produção agrária, foi

alterado o critério de participação dos produtores agrários em relação ao período

“latifúndio-minifúndio”, sendo que a essa ocorreu em condições de radicais mudanças

microeconômicas e sociais. Houve uma nítida seletividade no processo, entre aqueles

que poderiam ser incorporados, e os que foram incorporados o foram através de

cooperativas, contratos com agroindústrias, supermercados, possibilidades de acesso

direto ao mercado etc. (MÜLLER, 1994, p.15).

Nesse contexto, as cooperativas agropecuárias surgem como uma das formas

alternativas à inserção na modernização tecnológica do campo. Ao mesmo tempo, elas

acabaram também por incorporar os produtores à lógica e dinâmica do Complexo

Agroindustrial em vigoroso processo de expansão na década de 1970.

Ao ingressar em atividades agroindustriais as cooperativas vão buscar fortalecimento

agregando valor aos produtos primários, e ampliando sua participação nas cadeias

produtivas. E atingindo seus objetivos primários as cooperativas também atendem aos

interesses do Estado, de um lado como instrumento da penetração do capitalismo no

campo e de outro desencadeando um desenvolvimento econômico regional, segundo o

modelo agroindustrial-exportador (MEDEIROS, 1997, p.5), implantado justamente nos

anos de 1970.

A territorialidade das cooperativas e sua participação no processo de modernização da agricultura Compreendendo o a territorialidade como resultado das relações de poder, a partir de

uma dimensão produtivista podemos identificar sujeitos corporativos soba ótica

8

territorial. O processo de apropriação do território na lógica econômica das empresas

realiza-se via produção de matéria prima, mercado de trabalho, mercados consumidores,

etc. As cooperativas, enquanto empresas, representam essa ação territorial. No Paraná, a

atuação das cooperativas traduz-se em estratégias de controle econômico do território.

Conforme conduz e direciona o conjunto dos milhares de cooperados para as atividades

que se propõem, as cooperativas desempenham um forte papel territorial. Na medida em

que, por exemplo, um cooperado inicia uma produção baseada na modernização

tecnológica e cujo produto destina-se à exportação, o mesmo corresponde os interesses

da cooperativa enquanto empresa.

O tipo de modernização praticado no Brasil - concentrada no Centro-Sul do país e no

Paraná, articulou a atividade agropecuária a um conjunto de mercados fortemente

oligopolizados, o que caracteriza o setor agroindustrial. Essa dinâmica, materializada no

Complexo Agroindustrial2, impôs novas formas de agroindústrias, organização

comercial interna e internacional, padrões produtivos que redundam no submetimento

das atividades agrícolas ao comando industrial, sobretudo.

Essa nova realidade, denominada de “Padrão Agrário Moderno” por Müller (1989a,

p.41), sintetiza os elementos presentes no Complexo Agroindustrial com a agricultura

totalmente integrada à indústria por meio das relações intersetoriais no conjunto

econômico. A agricultura assume assim um estilo empresarial de gerir-se.

Nesse quadro, as empresas cooperativas surgem como alternativa à inserção na

modernização tecnológica do campo, funcionando ao mesmo tempo como propagadoras

da mesma. Por outro lado, vêem-se forçadas a ingressar na atividade agroindustrial com

intuito de agregar valor à produção agropecuária como meio de sobreviverem à

concorrência com empresas que passam a operar com os mesmos produtos.

A transição das cooperativas agrícolas, e no caso do Norte paranaense, sobretudo, as

cooperativas de cafeicultores, de meras comercializadoras da produção para

participantes do setor agroindustrial aconteceu com a consolidação da modernização

agrária via lavouras mecanizadas de soja e trigo. A Agroindustrialização veio

inicialmente através do processamento da produção entregue pelos associados. A

diversificação da produção agrícola com o incentivo a novos cultivos trouxe a

diversificação da forma de atuação das cooperativas, com grandes investimentos na

verticalização (FAJARDO, 2005).

9

Exemplificando o caso da cafeicultura, onde o cooperativismo surge como defesa dos

produtores em um momento difícil em termos de mercado do produto representando

ganho de escala na comercialização. Observa-se que não foi a doutrina cooperativista

nem seus princípios filosóficos que atraíram os agricultores para aderirem a essa relação

associativista, mas a vantagens econômicas que isso significaria.

Mesmo com características peculiares que distinguem as cooperativas de outras

empresas, o fato de elas investirem na diversificação e agroindustrialização pode ser

entendido pela necessidade de crescimento que na verdade foi, até certo ponto,

imperativa. Isso é factível, na medida em que os ganhos com a comercialização, sem

nenhum processamento, eram muito reduzidos, seja para a remuneração do cooperado,

seja para a formação de um capital para que a cooperativa se sustentasse como entidade

autônoma. A existência de créditos subsidianos foi vital para a sobrevivência

competitiva das cooperativas (LEÃO, 1989, p. 44).

A importância da agroindústria atingiu tal nível que sem ela a agricultura torna-se quase

impraticável (basta citar a agroindústria de sementes, a montante). Em relação às

agroindústrias processadoras, estas assumem um papel de adicionadoras de valor aos

produtos, o que para as cooperativas foi decisivo nas suas pretensões dentro do

mercado.

Durante as primeiras décadas do século XXI, em geral, as cooperativas paranaenses

mantiveram desempenho econômico significativo. Entretanto, ocorre um processo de

concentração a partir do crescimento de algumas cooperativas que incorporam vastas

áreas do território paranaense, como foi o caso da Coamo (Fajardo, 2008).

Observando o quadro atual das cooperativas agropecuárias paranaenses (Quadro1),

nota-se que as mesmas adotam o “sobrenome” agroindustrial, justamente como símbole

de suas estratégias de verticalização no território via agroindústria.

Tabela 1: Cooperativas do ramo agropecuário do Paraná

Nome Razão social Cidade

AGRARIA

COOPERATIVA AGRARIA AGROINDUSTRIAL

GUARAPUAVA

AGROPAR

AGROPAR - COOPERATIVA AGROINDUSTRIAL DO MEDIO OESTE

ASSIS CHATEAUBRIAND

10

DO PARANA

AURORA ALIMENTOS

COOPERATIVA CENTRAL OESTE CATARINENSE

SÃO JOSÉ DOS PINHAIS

BATAVO

BATAVO COOPERATIVA AGROINDUSTRIAL

CARAMBEÍ

BOM JESUS

COOPERATIVA AGROINDUSTRIAL BOM JESUS

LAPA

C.VALE

C. VALE COOPERATIVA AGROINDUSTRIAL

PALOTINA

CAMDUL

COOPERATIVA AGRICOLA MISTA DUOVIZINHENSE LTDA

DOIS VIZINHOS

CAMISC

COOPERATIVA AGRICOLA MISTA SAO CRISTOVAO LTDA

MARIÓPOLIS

CAMP

COOPERATIVA AGRÍCOLA MISTA PRUDENTOPOLIS LTDA

PRUDENTÓPOLIS

CAPAL

CAPAL COOPERATIVA AGROINDUSTRIAL

ARAPOTI

CAPEG

COOPERATIVA AGROPECUARIA GUARANY LTDA

PATO BRANCO

CASB

COOPERATIVA AGRICOLA SUL BRASIL DE LONDRINA LTDA

ASSAÍ

CASTROLANDA

COOPERATIVA AGROPECUÁRIA CASTROLANDA

CASTRO

CATIVA

COOPERATIVA AGROINDUSTRIAL DE LONDRINA

LONDRINA

CCLPL

COOPERATIVA CENTRAL DE LATICINIOS DO PARANA LTDA

CARAMBEÍ

CLAC COOPERATIVA DE LATICINIOS SÃO JOSÉ DOS

11

CURITIBA LTDA. PINHAIS

CM3 CM3 COOPERATIVA AGROINDUSTRIAL PARANAVAÍ

COABIL

COOPERATIVA AGROINDUSTRIAL DE BITURUNA

BITURUNA

COAC COOPERATIVA AGROPECUÁRIA CAETÊ CURIÚVA

COACAN

COOPERATIVA AGROPECUÁRIA CANDÓI

CANDÓI

COAFAG

COOPERATIVA AGROINDUSTRIAL DOS AGRICULTORES FAMILIARES DO CENTRO SUL

GUAMIRANGA

COAGEL

COAGEL COOPERATIVA AGROINDUSTRIAL

GOIOERE

COAGRO

COAGRO COOPERATIVA AGROINDUSTRIAL

CAPANEMA

COAGRU

COAGRU COOPERATIVA AGROINDUSTRIAL UNIÃO

UBIRATÃ

COAMIG

COOPERATIVA AGROPEC. MISTA DE GUARAPUAVA LTDA

GUARAPUAVA

COAMO

COAMO AGROINDUSTRIAL COOPERATIVA

CAMPO MOURÃO

COAPROCOR

COAPROCOR COOPERATIVA AGROINDUSTRIAL DE PRODUTORES DE CORUMBATAI DO SUL E REGIAO

CORUMBATAÍ DO SUL

COASUL

COASUL COOPERATIVA AGROINDUSTRIAL

SÃO JOÃO

COAVE

COAVE - COOPERATIVA AGROINDUSTRIAL AVICOLA UNIAO

NOVA AURORA

COCAFE COOPERATIVA AGRICOLA DE ASTORGA

12

ASTORGA LTDA

COCAMAR

COCAMAR COOPERATIVA AGROINDUSTRIAL

MARINGÁ

COCAMP

COOPERATIVA AGRICOLA DOS CAMPOS PALMENSES LTDA

PALMAS

COCARI

COCARI COOPERATIVA AGROPECUÁRIA E INDUSTRIAL

MANDAGUARI

COCEAL

COOPERATIVA CENTRAL DE ALGODAO LTDA

IBIPORÃ

CODAGRI

CODAGRI - COOPERATIVA DE DESENVOLVIMENTO AGROINDUSTRIAL

CHOPINZINHO

CODEPA

COOPERATIVA DE DESENVOLVIMENTO E PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA

MANGUEIRINHA

COFERCATU

COFERCATU COOPERATIVA AGROINDUSTRIAL

PORECATU

COLARI

COOPERATIVA DE LATICINIOS DE MANDAGUARI LTDA

MANDAGUARI

CONFEPAR

CONFEPAR AGRO-INDUSTRIAL COOPERATIVA CENTRAL

LONDRINA

COOAVISUL

COOPERATIVA DOS AVICULTORES DO SUDOESTE DO PARANÁ

DOIS VIZINHOS

COOCAROL

COOPERATIVA AGRO-INDUSTRIAL DE PRODUTORES DE CANA DE RONDON LTDA

RONDON

COODETEC

COOPERATIVA CENTRAL DE PESQUISA AGRÍCOLA

CASCAVEL

COONAGRO COOPERATIVA NACIONAL CURITIBA

13

AGROINDUSTRIAL

COOPAGRICOLA

COOPERATIVA AGRICOLA MISTA DE PONTA GROSSA

PONTA GROSSA

COOPAVEL

COOPAVEL COOPERATIVA AGROINDUSTRIAL

CASCAVEL

COOPCANA

COOPERATIVA AGRICOLA REGIONAL DE PRODUTORES DE CANA LTDA

PARAÍSO DO NORTE

COOPELER

COOPERATIVA DOS PRODUTORES DE LEITE DO TERRITORIO ENTRE RIOS

SÃO JORGE DO PATROCÍNIO

COOPERALIANÇA

COOPERATIVA AGROINDUSTRIAL ALIANÇA DE CARNES NOBRES VALE DO JORDÃO

GUARAPUAVA

COOPERANTE

COOPERATIVA AGRÍCOLA CAMPO DO TENENTE

CAMPO DO TENENTE

COOPERATIVA MARIA MACIA

MARIA MACIA COOPERATIVA MISTA AGROPECUÁRIA

CAMPO MOURÃO

COOPERINE

COOPERATIVA AGRÍCOLA MISTA DE RIO NEGRO

RIO NEGRO

COOPERLATE-VIDA

COOPERATIVA DE PRODUÇÃO DE LEITE DE CORONEL VIVIDA

CORONEL VIVIDA

COOPERMIBRA

COOPERATIVA MISTA AGROPECUÁRIA DO BRASIL

CAMPO MOURÃO

COOPERNOBRE

COOPERATIVA AGROINDUSTRIAL DE PRODUTORES DE CARNES

TOLEDO

COOPERPONTA

COOPERATIVA AGRICOLA PONTAGROSSENSE

PONTA GROSSA

COOPERSUI

COOPERATIVA AGROINDUSTRIAL DA LAPA

LAPA

14

COOPERTRADIÇÃO

COOPERATIVA AGROPECUÁRIA TRADIÇÃO LTDA

PATO BRANCO

COOPERVAL

COOPERATIVA AGROINDUSTRIAL VALE DO IVAI LTDA

JANDAIA DO SUL

COOPLEITE

COOPERATIVA CENTRAL DE CAPTAÇÃO DE LEITE

LONDRINA

COOPRAMIL

COOPERATIVA REGIONAL AGRICOLA MISTA DE CAMBARA LTDA

CAMBARÁ

COOVICAPAR

COOPERATIVA DOS PRODUTORES DE OVINOS E CAPRINOS DO OESTE DO PARANÁ

TOLEDO

COPACOL

COPACOL COOPERATIVA AGROINDUSTRIAL CONSOLATA

CAFELÂNDIA

COPAGRA

COOPERATIVA AGROINDUSTRIAL DO NOROESTE PARANAENSE

NOVA LONDRINA

COPAGRIL

COOPERATIVA AGROINDUSTRIAL COPAGRIL

MARECHAL CÂNDIDO RONDON

COPERCACHAÇA

COOPERATIVA DOS PRODUTORES DE CACHAÇA ARTESANAL DO OESTE DO PARANÁ

ASSIS CHATEAUBRIAND

COPERCANA

COOPERATIVA AGROINDUSTRIAL DE CANA DE AÇUCAR DE NOVA AURORA

NOVA AURORA

COPERFLORA

COPERFLORA COOPERATIVA FLORESTAL

UBIRATÃ

COPERGRÃO

COOPERATIVA DE PRODUTORES DE GRÃOS

LARANJEIRAS DO SUL

COPLAR

COOPERATIVA DOS PRODUTORES DE LEITE DO ALTO RIBEIRA

ADRIANÓPOLIS

15

COPROSSEL

COOPERATIVA DOS PRODUTORES DE SEMENTES

LARANJEIRAS DO SUL

COROL

COROL COOPERATIVA AGROINDUSTRIAL

ROLÂNDIA

COTRIGUAÇU COTRIGUAÇU COOPERATIVA CENTRAL CASCAVEL

CRPL

COOPERATIVA REGIONAL DE PRODUTORES DE LEITE

GUARAPUAVA

FRIMESA FRIMESA COOPERATIVA CENTRAL MEDIANEIRA

INTEGRADA

INTEGRADA COOPERATIVA AGROINDUSTRIAL

LONDRINA

LAR COOPERATIVA AGROINDUSTRIAL LAR MEDIANEIRA

NOVA PRODUTIVA

COOPERATIVA AGROINDUSTRIAL NOVA PRODUTIVA

ASTORGA

PRIMATO

PRIMATO COOPERATIVA AGROINDUSTRIAL

TOLEDO

UNICASTRO

COOPERATIVA AGRICOLA UNIAO CASTRENSE LTDA

CASTRO

UNITA UNITA COOPERATIVA CENTRAL UBIRATÃ

VALCOOP

COOPERATIVA AGROPECUARIA VALE DO TIBAGI LTDA

LONDRINA

WITMARSUM

COOPERATIVA MISTA AGROPECUARIA WITMARSUM LTDA

PALMEIRA

Fonte: Ocepar (2012). Disponível em: http://www.paranacooperativo.coop.br/ppc/index.php/sistema-ocepar/2012-03-08-14-53-53/2011-12-09-10-57-09/consulta-por-ramo

Por outro lado, o setor agroindustrial no Estado do Paraná expande-se com a atuação de

empresas multinacionais, como é o caso da Bunge, e ganha nova importância o setor de

carnes (sobretudo nas mesorregiões Oeste e Sudoeste), com a ainda forte participação

de cooperativas.

16

No que se refere ao processo de modernização em si, o mesmo prossegue atingindo

áreas ainda não ocupadas pelas lavouras “modernas”. Tem destaque, nesse sentido, as

mesorregiões geográficas Sudeste e Sudoeste paranaense.

Nesse contexto, as maiores cooperativas paranaenses adotaram estratégias

diferenciadas. Algumas, como a Cocamar, reforçaram a estratégia de verticalização

inserindo-se na produção de produtos derivados principalmente de soja, para o varejo

(FAJARDO, 2009). Outras, como o caso da Coamo se empenharam numa

territorialização horizontal expandindo-se por todas as mesorregiões paranaenses

(Fajardo, 2008).

Considerações finais A participação das cooperativas agropecuárias foi decisiva no processo de

modernização da agricultura paranaense. Estas serviram como agentes estratégicos do

Estado na ocupação das fronteiras agrícolas e na estruturação da economia regional.

O caso das cooperativas de cafeicultores é ilustrativo, além do claro papel de difusoras

das relações capitalistas no campo, as mesmas representaram um dos principais

sustentáculos da base econômica paranaense fundada da cultura cafeeira e, quando do

processo de crise da atividade, foram elementos importantes da modernização a partir

da diversificação com a introdução das culturas “modernas” (sobretudo soja).

Por outro lado, o caráter social das iniciativas cooperativistas enfraqueceu-se na medida

em que as estratégias empresariais das cooperativas passam a dominar suas ações e seu

desenvolvimento. Ao mesmo tempo em que o modelo produtivo concentrador exigia da

agricultura a racionalidade industrial típica do Complexo Agroindustrial dos anos de

1970 e do recente conceito de “Agronegócio”, também introduz uma lógica que prioriza

a grande produção.

Nesse sentido, a atividade cafeeira dos anos 1960 no Paraná deu lugar a um sistema

(adotado pelas cooperativas de cafeicultores que “sobreviveram”), totalmente distinto,

onde a o número de produtores beneficiados reduziu-se drasticamente, restringindo-se

àqueles que conseguiram acumular capital suficiente que permitisse articulação com a

grande produção. Quem não conseguiu adequar-se ou teve que se desfazer da

propriedade e deixar a atividade agrícola (indo aos centros urbanos) ou buscou outras

fronteiras agrícolas do Centro-Oeste ou do Norte do país.

17

Atualmente, as cooperativas tem uma postura herdada na estratégia de verticalização via

agroindústria. A sua diversificação está pautada no processo de agroindustrialização.

Cooperativas como Coamo, Cocamar, C.Vale, Integrada, Lar, Frimesa, Copacol,

Agrária, entre outras, entram nos mercados a partir de uma estratégia que combina o

aprofundamento do desenvolvimento tecnológico e eficiência na gestão, com o

fortalecimento nas bases do processamento industrial.

É possível compreender o resultado das ações das cooperativas no território como uma

apropriação estratégica que inclui cooperados/produção/processamento/mercados.

Torna-se necessário, no entanto, identificar as ações individuais de cada cooperativa

para assim compreender a dimensão territorial dessas atividades.

Notas ______________ 1 Professor Doutor do Departamento de Geografia e do Programa de Pós Graduação em Geografia da Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná /UNICENTRO. Doutor em Geografia – Universidade Estadual Paulista /UNESP. E-mail: [email protected]. Endereço postal: UNICENTRO - Departamento de Geografia. Campus Cedeteg- Rua Simeão Varela de Sá, 03.Guarapuava, Paraná.CEP: 85040-300 2 Não se quer aqui discutir os rumos conceituais do Complexo Agroindustrial tal como aborda Mazzali (2000) quando trata da superação do mesmo sobretudo a partir dos anos de 1990, mas sim expor aspectos do processo de estruturação do mesmo entre as décadas de 1960, 1970 e 1980. Referências CANCIAN, Nadir A. Cafeicultura paranaense – 1900/1970. Curitiba: Grafipar, 1981. DELGADO, Guilherme. Capital financeiro e agricultura no Brasil: 1965 – 1985. Campinas: Ícone/Editora da UNICAMP, 1985. FAJARDO, Sérgio. As cooperativas paranaenses e o novo padrão de desenvolvimento agroindustrial. Formação, Presidente Prudente, nº 12, v. 1, p. 165-192, 2005. ______. Estratégias da cooperativa Cocamar no setor agroindustrial. Campo-Território, Uberlândia, v. 4, p. 86-111, fev. 2009. ______. Territorialidades corporativas no rural paranaense. Guarapuava: Editora da UNICENTRO, 2008. FLEISHFRESSER, Valéria. Modernização tecnológica da agricultura: contrastes regionais e diferenciação social no Paraná na década de 70. Curitiba: CONCITEC/IPARDES, Livraria do Chain. 1988.

18

GRAZIANO DA SILVA, José. A modernização dolorosa: estrutura agrária, fronteira agrícola e trabalhadores rurais no Brasil. Rio de Janeiro: Zahar, 1982. ______. A nova dinâmica da agricultura brasileira. Campinas: Ed. da UNICAMP, 1996. HESPANHOL, Antonio N.; COSTA, V. M. H. M. A importância das cooperativas no processo de modernização da agricultura paranaense. Boletim de Geografia Teorética. Rio Claro, v.25, n.49-50, p. 373-384. 1995. LEÃO, Igor Z. C. C. O Paraná nos anos setenta. Curitiba: IPARDES/CONCITEC, 1989. MAZZALI, Leonel. O processo recente de reorganização agroindustrial: do complexo à organização “em rede”, São Paulo, Editora Unesp, 2000. MEDEIROS, Natalino H. A competição schumpteriana e a organização cooperativa: o caso da “COCAMAR”. São Paulo, 1995. Tese (doutorado) – Universidade de São Paulo, Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade; Departamento de Economia. ______. O mercado agroindustrial cooperativo norte-paranaense e o novo padrão competitivo da década. Texto para discussão nº 32. Maringá, Universidade estadual de Maringá, Departamento de Economia, out. 1997. MÜLLER, Geraldo. Competitividade e integração econômica e social: para uma gestão regional das questões agrárias e agroindustriais. Rascunho. Rio Claro, n.32, dez. 1994. ______. Complexo Agroindustrial e modernização agrária. São Paulo: HUCITEC, 1989. ______, Observação sobre a economia política da agricultura brasileira. Rascunho, Araraquara, n.14, p. 1-65. dez. 1990. MUNHOZ, Dercio G. Economia agrícola – agricultura: uma defesa dos subsídios. Petrópolis: Vozes, 1982. OCEPAR – Organização das Cooperativas do Estado do Paraná. O cooperativismo paranaense. Curitiba, 1997. (s.n.). ______. Projeto de investimento agroindustrial das cooperativas do Paraná. Curitiba. 1997. PADIS, Pedro Calil. Formação de uma Economia Periférica: o caso do Paraná. São Paulo, Hucitec, 1980. PEREIRA, Laércio B. O Estado e o desempenho da agricultura paranaense no período de 1975-85. Revista de Economia e Sociologia Rural. Brasília, v.30, n.2, p.115-133, abr./jun. 1992.

19

ROLIM, Cássio F. C. O Paraná urbano e o Paraná do agribusiness. Revista Paranaense de Desenvolvimento. Curitiba, n.86, p.49-99, set./dez. 1995. SANTOS, Miton. O trabalho do geógrafo no terceiro mundo. 4ª ed. São Paulo: HUCITEC, 1996. VALVERDE, Orlando. Estudos de geografia agrária brasileira. Petrópolis: Vozes, 1985.