a visa transformada do educador eja
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ANA PAULA BORGES DE OLIVEIRA
DANBIA MARIA SILVA NASCIMENTO
A VISO TRANSFORMADORA DO EDUCADORDE JOVENS E ADULTOS EM DIAS ATUAIS
Belm
2002
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1ANA PAULA BORGES DE OLIVEIRA
DANBIA MARIA SILVA NASCIMENTO
A VISO TRANSFORMADORA DO EDUCADORDE JOVENS E ADULTOS EM DIAS ATUAIS
Trabalho de Concluso de Cursoapresentado ao Curso de Pedagogia Cinciada Educao da UNAMA, como requisitopara obteno do grau de licenciatura emPedagogia Cincia da Educao, orientadopelo Professor Dr. Jos Guilherme deOliveira Castro.
Belm
2002
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2ANA PAULA BORGES DE OLIVEIRA
DANBIA MARIA SILVA NASCIMENTO
A VISO TRANSFORMADORA DO EDUCADORDE JOVENS E ADULTOS EM DIAS ATUAIS
AVALIADO POR:
DDATA: ___ / ___ / ___
Belm
2002
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3Dedicamos este trabalho aos nossos pais,
que neste, e em todos os momentos
importantes, nos deram apoio para vencer
sempre mais uma batalha.
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4A Deus, que pelo seu infinito amor e bonda-
de, concedeu-nos a realizao de tornar
nosso sonho em realidade.
Aos nossos familiares que sempre incenti-
varam e souberam entender a nossa au-
sncia, enquanto estudvamos.
A todos os professores que ao longo de
toda a nossa vida acadmica contriburam
para o nosso crescimento pessoal e profis-
sional.
Aos nossos amigos. com os quais comparti-
lhamos nossos momentos de tristezas e de
alegrias, por terem demonstrado sempre o
valor da verdadeira amizade.
E a todos aqueles que possam vir a utilizar
este trabalho como fonte de pesquisa.
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5A educao tem sentido porque o mundo
no necessariamente isto ou aquilo, porque
os seres humanos so projetos quando
podem ter projetos para o mundo. A
educao tem sentido porque mulheres e
homens aprenderam que aprendendo que
se fazem e se refazem, porque mulheres e
homens se puderem assumir como seres
capazes de saber, de saber que sabem, de
saber que no sabem. De saber melhor o
que j sabem, de saber o que ainda no
sabem. A educao tem sentido porque, para
serem, mulheres e homens precisam de
estar sendo. Se mulheres e homens
simplesmente fossem no haveria porque
falar em educao.
(Freire, 2000, p. 40)
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6RESUMO
A elaborao deste trabalho de pesquisa tem como importncia conhecer melhor oprocesso de alfabetizao de jovens e adultos, levando em considerao as causasque levam o indivduo a retornar escola em busca do alcance do nvel deescolarizao exigido na sociedade moderna. Sendo assim, o objetivo real destedocumento proporcionar uma reflexo acerca da viso transformadora doeducador de jovens e adultos no Brasil; visto que, a deficincia de aprendizagem,por parte destes alunos, est na questo no somente no cansao fsico, aps umajornada exaustiva de trabalho, mas tambm nos mtodos utilizados pelosprofessores para transmitir o contedo programtico, os quais so passados deforma cansativa, desmotivando os interesse dos alunos pela aprendizagem. Aeducao de jovens e adultos tem que partir da incorporao da cultura e darealidade vivencial dos educandos como ponto de partida para prticas educativas,levando em conta o saber desses alunos que os valorizem e incorporam aaprendizagem, ao invs de ignor-los. Este documento tem tambm o intuito deajudar a desenvolver uma concepo segura para trabalhos de maneira apropriadapara com o desenvolvimento da aprendizagem de jovens e adultos a respeito doanalfabetismo fazendo da alfabetizao um resgate da diviso social e demonstrar aimportncia desse processo como contribuio para que os jovens e adultos tenhamuma leitura crtica da realidade, fazendo com isso a sua imerso digna como cidadoda sociedade.
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7SUMRIO
PARTE I INTRODUO ............................................................................... 9
PARTE II REFERENCIAL TERICO ........................................................... 162.1 BREVE HISTRICO ................................................................................. 16
2.2 ALFABETIZAO DE JOVENS E ADULTOS NA PAUTA DAS POLTI-
CAS EDUCACIONAIS ............................................................................... 18
2.2.1 Alfabetizao e Conscientizao ........................................................ 212.3 A EDUCAO DE JOVENS E ADULTOS SEGUNDO A LEI DE DIRE-
TRIZES E BASES DA EDUCAO BRASILEIRA 23
2.4 A EDUCAO DE JOVENS E ADULTOS NO BRASIL: ESPECIFICIDA-
DES ............................................................................................................. 27
2.5 NECESSIDADE DA PREPARAO PROFISSIONAL VOLTADA PARA
A EDUCAO DE JOVENS E ADULTOS ................................................. 30
2.5.1 O Educador de Jovens e Adultos nos dias atuais ............................. 36
PARTE III CONCLUINDO O TEMA .............................................................. 41
REFERNCIAS ................................................................................................ 44
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ..................................................................... 45
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8s vezes, no acreditamos no que vemos e
precisamos acreditar no que vemos e preci-
samos acreditar no que sentimos. E, se qui-
sermos que os outros confiem em ns, preci-
samos sentir que confiamos neles. Mesmo
que estejamos no escuro, mesmo quando
estamos caindo.
Mitch Albom
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9PARTE I INTRODUO
A Educao no Brasil marcada por situaes conflituosas, em que
apesar de ser um direito de todos, grande parte da populao brasileira se v
impedida de ter acesso a tal direito; pessoas que desprovidas dessa oportunidade,
passam a viver uma vida marginal, ausente de oportunidades de acesso ao
processo produtivo altamente valorizado pelo conhecimento.
Os dados estatsticos apontam para o elevado ndice de analfabetismo
existente em nosso pas; sobre tudo nas regies Norte e Nordeste; esse quadro
elevado de pessoas que no tem ou no tiveram acesso educao sistematizada
apontando como uma das causas principais do subdesenvolvimento do nosso pas.
Diante do contexto apresentado, torna-se necessrio a tomada de
algumas aes no sentido de promover a melhoria qualitativa nos processos de
alfabetizao, em especial aquele destinado a jovens e adultos, visto que a
educao diferenciada segundo a sua realidade de vida, sua viso de homem e
mundo, deve ser oportunizada no sentido de oferecer subsdios que promovam a
melhoria da qualidade do ensino.
Assim, o estudo da problemtica da prtica educativa na educao de
jovens e adultos relevante no sentido de apresentar novas perspectivas de acesso
ao processo de melhorias e alternativas de ensino a esta modalidade de ensino,
uma vez que o processo de incluso de todas desejado para que desta forma
possamos reverter a realidade de opresso e dominao de vrios segmentos
populares.
Segundo as finalidades e objetivos propostos pela Lei de Diretrizes e
Bases da Educao Brasileira (LDB 9394/96), a educao constitui-se como direito
de todos devendo, desta forma, ser garantido todos os cidados brasileiros para
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que possam usufruir de sua cidadania. Porm, o que vemos que o contexto social
apresenta-se recortado por situaes desiguais, deixando assim, uma acentuada
parcela da populao fora da escola, instituio social considerada responsvel pela
transmisso do conhecimento sistematizado; em especial, os jovens e adultos, que
por apresentarem situaes diferenciadas de vida necessitam ser olhados com mais
ateno, de maneira que possam ser includos no processo educativo.
Apoiadas em tal situao, pretendemos no presente trabalho abordar
questes relativas ao processo de educao de jovens e adultos no Brasil;
analisando aspectos referentes atuao do educador frente a realidade desta
modalidade de ensino, dando nfase ao grande despreparo destes profissionais em
lidarem com a triste e real questo do analfabetismo em nosso pas; situao que se
constitui em grande obstculo dignidade e ao exerccio da cidadania de grande
parte da populao brasileira; desejamos tambm analisar aspectos referentes s
propostas pedaggicas e ao direcionamento das instituies de ensino destinadas a
jovens e adultos.
Objetivamos, sobretudo, contribuir para um repensar da prtica educativa
por parte dos educadores, levando-os a uma viso transformadora de sua prtica em
relao Educao de Jovens e Adultos como oportunidade de transformao
social.
Sabemos que o contexto social apresentado, em nosso pas, coloca o
analfabetismo como objetivo de amplas oportunidades de estudos, uma vez que
jovens e adultos alfabetizados e conhecedores de sua realidade de vida podem
contribuir significativamente para o processo de melhoria de sua qualidade de vida
e do desenvolvimento do pas.
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Porm, a ausncia de escolarizao dos jovens e adultos geralmente
justificada pela inadequao dos mtodos e tcnicas de ensino utilizadas pela
escola na formao do processo de alfabetizao, portanto esta problemtica
oferece amplas possibilidades de estudos, visando conhecer alguns aspectos
relativos prtica educativa que merecem ser desenvolvidas a fim de contextualizar
o ensino segundo a realidade dos sujeitos nela envolvidos.
Segundo o olhar de Freire (1982, p. 22): Ningum educa ningum [...] os
homens educam-se em comunho. Pensamos que o processo de ensino
aprendizagem destinado a jovens e adultos deve ser considerado objeto de amplas
reflexes no sentido de apresentar alternativas que favoream sua participao
plena no processo de ensino aprendizagem, levando esse sujeitos, a tornarem-se
sujeitos ativos e construtores do seu conhecimento.
A partir da situao apresentada no mbito da educao de jovens e
adultos, de grande importncia a anlise da prtica dos educadores atuantes
nesta modalidade de ensino; j que notamos um grande despreparo destes
educadores em trabalharem com sujeitos que no tiveram acesso ao ensino
sistematizado enquanto criana e que o buscam, j na idade adulta com intuito de
melhorar suas vidas e diminuir as grandes limitaes que encontram em sua vida,
decorrentes do analfabetismo.
Pensamos que a reflexo acerca de tal problemtica poder nos levar a
uma melhor anlise da realidade brasileira no que se refere educao de jovens e
adultos e a uma viso mais ampla da grande necessidade de se repensar a pratica
dos educadores de tal modalidade de ensino de maneira a contribuir com a
construo de um ensino voltado para atender as necessidades dos sujeitos quanto
a sua educao.
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Ao desenvolver a pesquisa sobre o tema proposto para estudo,
observamos que a educao de jovens e adultos apresenta algumas fragilidades
que impedem o prosseguimento das aes propostas para minimizar os elevados
ndices de analfabetismo registrados em nosso pas.
O quadro scio-econmico dos sujeitos envolvidos na Educao de
Jovens e Adultos no dos melhores, o que implica na ausncia da escola na vida
desses sujeitos, na maioria das vezes composta por jovens desempregados e
adultos desprovidos de conhecimento que favoream o acesso ao mundo do
conhecimento e concomitantemente ao mundo do trabalho.
A escola convive com essa realidade, e na maioria das vezes no
consegue desenvolver aes educativas que favoream a presena de jovens e
adultos na sala de aula; percebemos tambm que a educao de jovens e adultos
no olhada pela nossa sociedade como algo de grande importncia, como um
fator que impede o exerccio da cidadania dos homens e o desenvolvimento da
sociedade.
O educador de jovens e adultos, apesar de conhecer a necessidade do
acesso ao conhecimento sistematizado, no tem contribudo de maneira significativa
para a formao destes indivduos, podemos perceber claramente a grande
inadequao destes profissionais que se mostram despreparados para lidarem com
a realidade do analfabetismo em nosso pas.
Partindo destas questes, levantamos os seguintes questionamentos:
Que fatores interferem na prtica educativa do educador de jovens e adultos?
Como possvel construir uma viso transformadora do educador de jovens e
adultos de maneira a contribuir para a melhoria da qualidade do ensino em nosso
pas?
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Nossa pesquisa tem como objetivo principal fazer uma reflexo acerca da
Educao de Jovens e Adultos no Brasil e sobre a necessidade de transformao da
prtica educativa destes sujeitos nos dias atuais, e tambm refletir sobre alguns
objetivos especficos como:
Identificar os principais aspectos presentes na formao do educador de jovens
e adultos que possibilitem suas aes transformadoras.
Identificar os procedimentos metodolgicos usados atualmente no processo
ensino-aprendizagem de jovens e adultos.
Propor possibilidades para a educao de jovens e adultos com bases
qualitativas.
Propor alternativas de melhorias no processo educativo de jovens e adultos que
levem a uma maior integrao entre esses sujeitos e a escola.
Os procedimentos metodolgicos usados para a construo do conhecimento
em exposio, so caracterizados pela abordagem qualitativa de pesquisa de cunho
bibliogrfico e atravs dela, possvel compreender as relaes que o objeto de
estudo apresenta. A escolha da abordagem qualitativa deve-se ao fato dela
proporcionar a reflexo a respeito da necessidade da preparao do educador de
jovens e adultos de acordo com a realidade que ela se efetua socialmente,
oferecendo-se condies de entender o mundo da construo do conhecimento.
Os instrumentos utilizados para a realizao desta pesquisa esto
representados por fontes escritas e documentais que uma vez consideradas so
importantes fatores na elaborao do conhecimento proposto.
Pensa-se que o uso desta estratgia, pode ser relevante no processo de
construo do conhecimento ora pesquisado, j que os valores contidos nas fontes
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pesquisadas so importantes para conhecer a realidade que se busca conhecer e
assim espera-se que a aproximao do real seja levado em considerao na elabo-
rao do pensar construdo.
A partir da pesquisa realizada as fontes sero analisadas, visando produzir
conhecimentos que atendam as perspectivas esperadas pelos objetivos propostos
na pesquisa em proposio.
Os procedimentos metodolgicos definidos para a pesquisa so importantes
para o entendimento pleno do tema aqui exposto, levando-nos a crer que
metodologia utilizada influencia consideravelmente na elaborao da produo do
conhecimento a respeito da necessidade de uma viso transformadora do educador
de jovens e adultos nos dias atuais.
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O professor se liga eternidade; ele n
sobe onde cessa a sua influncia.
Henry Adunca
ams
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PARTE II REFERENCIAL TERICO
2.1 BREVE HISTRICO
A Educao de Jovens e Adultos nasceu no Brasil juntamente com a
educao elementar comum. Com a chegada de jesutas em nosso pas, tanto as
crianas quanto os jovens e adultos passaram a ser alfabetizados. Aps a fase
jesutica, a educao de jovens e adultos foi considerada sem importncia. Por volta
do ano de 1870, quando o progresso comeou a chegar no Imprio, que comeam
a surgir em diversas provncias escolas destinadas ao atendimento de adultos.
Durante o governo Vargas, criada uma campanha nacional de jovens e
adultos analfabetos que s vai ser de fato considerada no governo Dutra. Esta
campanha surgiu aps a portaria n 57 do Ministrio da Educao de 30/01/1947,
que criava, no Departamento Nacional de Educao, o servio de educao de
adulto, sobre isso, PAIVA (1987, Cap. 14) coloca que:
O Ministrio da Educao, em 1947, promoveu a campanha de jovens eadultos, com ao predominantemente rural. O Governo Dutra empenha-separa democratizar o ensino alimentando-o por motivao polticas populis-tas, resultando numa grande mobilizao no campo da Educao de adul-tos.
A campanha de educao de adultos concebida por Loureno Filho tinha
por objetivo recuperar a grande maioria de pessoas que viviam praticamente
margem da vida nacional. Era preciso educar o adulto, antes de tudo, para que este
ser marginalizado desaparecesse e o pas pudesse ser mais homogneo, mais
coeso e mais solidrio e para que cada homem ou mulher melhor pudesse ajustar-se
vida social s preocupaes do bem-estar e do progresso social.
No ano de 1949, aconteceu o Seminrio Internacional de Educao de
Adultos incentivando a criao da Misso Rural de Educao de Adultos o que deu
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origem campanha de Educao Rural, com o objetivo de combater a doena do
analfabetismo que assolava o pas. Contudo, em 1957, criada a campanha pela
Erradicao do analfabetismo, mediante um plano piloto instalado em um municpio
de cada uma das regies, Norte, Nordeste, Leste, Centro-oeste e Sul do Pas.
Em 1958, no II congresso de Educao de Adultos, surgiu o
questionamento das campanhas de alfabetizao at ento desenvolvidas que, no
entendimento dos participantes do congresso, se limitavam apenas ao ensino de
assinar o nome. Porm, era necessrio, para eles, uma reflexo sobre o aspecto de
sua participao poltica nos acontecimentos nacionais.
Na dcada de 60, a educao de jovens e adultos tomou novos rumos
atravs de vrios movimentos polticos, sociais e culturais de mobilizao e
conscientizao das massas populares. Dentre esse movimentos destacaram-se o
Movimento de Educao de Base (MEB), Movimento de Educao da Cultura
Popular (CPC), a campanha De p no cho tambm se aprende a ler; todos os
movimentos contavam com o apoio do governo e foram extintos pelo Golpe Militar
de 1964, articuladas com as reformas de base definida pelo governo populista de
Joo Goulart.
Na dcada de 70, surgiu o MOBRAL (Movimento Brasileiro de
Alfabetizao) com o objetivo de desenvolver um trabalho de alfabetizao de
jovens e adultos da zona rural, com ele renasceu a esperana de milhes de
analfabetos
O Movimento Brasileiro de Alfabetizao, por no conseguir instituir uma
rede fsica e prpria e com caractersticas adequadas aos educandos jovens e
Adultos, improvisou locais para se realizarem os estudos; esta improvisao de
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locais de estudo se repetiu na falta de mtodos pedaggicos, que se limitavam a
uma reproduo do que existia de mais tradicional na educao infantil.
Com a democratizao em 1985, a Nova Republica extingui o MOBRAL
sem consultar os sujeitos desse processo educacional e cria a Fundao Educar.
2.2 ALFABETIZAO DE ADULTOS NA PAUTA DAS POLTICAS EDUCACIONAIS
Segundo Ribeiro (1997), a educao bsica de adultos comeou a
delimitar seu lugar na histria da educao do Brasil a partir da dcada de 30,
quando finalmente comeou a se consolidar um sistema pblico de educao
elementar no pas; neste perodo, a sociedade brasileira passa por vrias
transformaes; associado ao processo de industrializao e concentrao
populacional nos centros urbanos, a oferta do ensino bsico gratuito estendia-se
consideravelmente, acolhendo setores sociais cada vez mais diversos, a ampliao
da educao elementar foi impulsionada pelo Governo Federal, que fixava diretriz
educacional para todo o pas, determinando a responsabilidade do estado e do
municpio.
No processo de redemocratizao do Estado Brasileiro, aps 1945, a
educao de adultos ganhou destaque dentro da preocupao geral com a
universalizao da educao elementar comum; a necessidade de aumentar as
bases eleitoras para a sustentao do governo central, integrar as massas
populacionais de emigrao recente e tambm incrementar a populao.
Nesse perodo, a educao de adultos define sua identidade tomando a
forma de uma campanha nacional de massa, a campanha de Educao de Adultos
lanada em 1947 pretendia numa primeira etapa, uma ao extensiva que previa a
estabilizao em trs meses, e mais a condensao do curso primrio em dois
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perodos de sete meses. Depois, de acordo Ribeiro (1997), seguiria uma etapa de
ao em profissional voltada capacitao profissional e ao desenvolvimento
comunitrio. Nos primeiros anos, sob a direo do professor Loureno Filho, a
campanha conseguiu resultados significativos, articulando e ampliando os servios
j existentes e estendendo-as s diversas regies do pas. Num certo perodo de
tempo, foram criadas vrias escolas supletivas mobilizando esforos das diversas
esferas administrativas, de profissionais e voluntrias. O clima de entusiasmo
comeou a diminuir na dcada de 50; iniciativas voltadas ao comunitria em
zonas rurais no tiveram o mesmo sucesso e a campanha se extinguiu antes do final
da dcada. Ainda assim, sobreviveu a rede de ensino supletivo por meio dela
implantada, assumida pelos estados e municpios.
A campanha de Educao de Adultos lanada em 1947 alimentou a
reflexo e o debate em torno do analfabetismo e a educao de adultos no Brasil;
nesse momento, o analfabetismo era concebido em causa e no efeito da situao
econmica, social e cultural do pas; essa concepo legitimava a viso do adulto
analfabeto como incapaz e marginal, identificado psicolgica e socialmente com a
criana. Uma professora encarregada de formar os educadores da campanha, em
um trabalho intitulado Fundamentos e Metodologia do Ensino Supletivo, descrevia o
Jovem e o Adulto como pessoas que onde quer que se encontrem, sero um
problema de definio social quanto aos valores; aquilo que vale para ele sem
valia para os outros e se torne pueril para os que dominam o mundo das letras.
Inadequadamente preparado para as atividades convenientes vida adulta, ele tem
que ser posta margem como elemento sem significao nos empreendimentos
comuns; adultos-crianas, como as crianas ele tem que viver num mundo de
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egocentrismo que no lhe permite ocupar os planos em que as decises comuns
tm que ser tomadas.
De acordo com Ribeiro (1997), durante a campanha, idias
preconceituosas sobre adultos analfabetos foram criticadas; seus saberes e
capacidades foram reconhecidos. Para tanto, contriburam tambm teorias mais
modernas da psicologia, que desmentiam postulados anteriores de que a
capacidade de aprendizagem dos adultos seria menor do que a das crianas. J
num artigo de 1945, Loureno Filho, argumenta neste sentido, lanando mo de
estudos de psicologia experimental realizados nos Estados Unidos nas dcadas de
20 e 30.
A confiana na capacidade da aprendizagem dos adultos e a difuso de
um mtodo de ensino de leitura para adultos, conhecido como Laubach inspiraram a
iniciativa do Ministrio da Educao em produzir pela primeira vez, por ocasio da
campanha de 47, materiais didticos especficos para o ensino de leitura e da escrita
para adultos.
O primeiro guia de leitura, distribudo pelo Ministrio da Educao em
larga escala para as escolas supletivas do pas, orientava o ensino pelo mtodo
silbico; as lies partiam de palavras-chave selecionadas e organizadas segundo
suas caractersticas fonticas. A funo dessas palavras era remeter aos padres
silbicos, estes sem o foco de estudo. As slabas deveriam ser memorizadas e
remontadas para formar outras palavras as primeiras lies, tambm continham
pequenas frases montadas com as mesmas slabas. Nas lies finais, as frases
compunham pequenos textos contendo orientaes sobre preservao da sade,
tcnicas simples de trabalho e mensagem de moral e civismo.
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2.2.1 Alfabetizao e Conscientizao
No final da dcada de 50, as crticas campanha de Educao de
Adultos dirigiram-se tanto s suas deficincias administrativas e financeiras quanto
sua orientao pedaggica, denunciava-se o carter superficial do aprendizado que
se efetuava no curto perodo da alfabetizao; a inadequao do mtodo para a
populao adulta e para as diferentes regies do pas, todas essas crticas
convergiram para uma nova viso sobre o problema do analfabetismo e para a
consolidao de um novo paradigma pedaggico para a educao de adultos, cuja
referncia principal foi o educador pernambucano Paulo Freire.
Segundo Ribeiro (1997), a pedagogia de Paulo Freire inspirou os
principais programas de alfabetizao e educao popular do incio dos anos 60.
Esses programas foram empreendidos por intelectuais, estudantes e catlicos
engajados numa ao poltica junto aos grupos populares. Esses diversos grupos de
educadores foram se articulando e passaram a pressionar o governo federal para
que os apoiassem e estabelecessem uma coordenao nacional das iniciativas. Em
janeiro de 1964, foi aprovado o Plano Nacional de Alfabetizao, que previa a
disseminao por todo Brasil de programas de alfabetizao orientados pela
proposta de Paulo Freire. A preparao do plano, com forte engajamento de
estudantes, sindicatos e diversos grupos estimulados pela efervescncia poltica da
poca, seria interrompida alguns meses depois pelo Golpe Militar.
O paradigma pedaggico que se construiu nessas prticas baseava-se
num novo atendimento da relao entre a problemtica educacional e a
problemtica social. Antes apontado como causa da pobreza e da marginalizao, o
analfabetismo passou a ser interpretado como efeito da situao da pobreza gerada
pela estrutura social.
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Paulo Freire elaborou uma proposta de alfabetizao de adultos
conscientizadora, cujo princpio bsico seria: A leitura do mundo precede a leitura
da palavra.(1987, p. 34).
Nesse perodo, foram produzidos diversos materiais de alfabetizao
orientados por esses princpios, normalmente elaborados regional ou localmente,
procurando expressar o universo vivencial dos alunos, esses materiais continham
palavras geradoras acompanhadas de imagens relacionadas a temas para debate,
os quadros de descoberta com as slabas derivadas das palavras, acrescidas de
pequenas frases para a leitura. O que caracterizava esses materiais era no apenas
a referncia realidade imediata dos adultos, mas, principalmente, a inveno de
problematizar essa realidade.
Segundo Haddad apud Leal (1997, p77), seu panorama atual agrava-se
com o esvaziamento enquanto ideal social e conseqentemente, alvo de polticas
pblicas afinal o estado vem optando por valorizar atualmente a educao infantil,
relegando a um plano secundrio a educao de Jovens e Adultos, transferindo de
um espao de ao poltica para o campo assistencial que vem sendo desenvolvidos
por empresas e tambm pelo projeto comunidade solidria.
Assim, sobre o relegar da Educao de Jovens e Adultos a um segundo
plano, o governo brasileiro, a partir da gesto de Collor, em especial no governo de
Fernando Henrique Cardoso, Haddad apud Leal (1997, p. 77) afirma que:
Abriram mo de uma relao de completariedade que fundamental para arealidade educacional brasileira,... a escolarizao um processo complexoque, ao se fixar na criana, deixa de lado um importante fator para a prpriaeducao infantil: a do pas.
O ideal, segundo Haddad apud Leal (1997, p. 77 e 70), seria que:
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A escola trabalhasse junto criana e pais, possibilitando que aescolarizao de um complementasse a de outro. E ainda outro fator quechega a influir sobre a ineficcia da educao de Jovens e Adultos est nam qualidade do ensino regular institudo pelas escolas pblicas, que almde lidar com indivduos que nunca ou pouco tiveram acesso educao,trabalha a questo dos contedos de modo abstrato fora da realidadedestes, dificultando ainda mais o processo de ensino-aprendizagem.
2.3 A EDUCAO DE JOVENS E ADULTOS SEGUNDO A LEI DE DIRETRIZES E
BASES DA EDUCAO BRASILEIRA
A educao de jovens e adultos uma temtica que vem sendo discutidA
ao longo dos tempos e tambm vem sendo foco de estudo, pesquisas, seminrios e
encontro de educadores e passou a ser regulamentada pela lei n 5692/71. Porm,
este tipo de educao era conhecida na vigncia desta lei, como ensino supletivo e
tinha em vista a escolarizao para aqueles que foram de uma forma ou de outra,
impedidos de integrar o sistema escolar.
Nos dias de hoje, com a vigncia da lei n 9394/96, a educao de jovens
e adultos passou a ganhar um novo olhar sobre suas definies.
A seo V, desta lei, decreta as definies, princpios e objetivos em dois
artigos:
Art. 37 A educao de jovens e adultos ser destinada queles que no
tiveram acesso ou continuidade de estudos no Ensino Fundamental e mdio e na
cidade prpria.
1o Os sistemas de ensino asseguraro gratuitamente aos jovens e
adultos, que no puderam efetuar os estudos na idade regular, oportunidades
educacionais apropriadas, consideradas as caractersticas do alunado, seus
interesses, condies de vida e de trabalho, mediante cursos e exames.
2o O poder pblico viabilizar e estimular o acesso e permanncia dos
trabalhadores na escola, mediante sees integradas e complementares entre si.
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Art. 38 Os sistemas de ensino mantero cursos e exames supletivos,
que compreendero a base nacional comum do currculo, habilitando ao prossegui-
mento de estudos em carter regular.
1o Os exames a que se refere este artigo realizar-se-o:
I no nvel de concluso do ensino fundamental, para os maiores de 15
anos;
II - no nvel de concluso do ensino mdio, para os maiores de 18 anos.
2o Os conhecimentos e habilidades adquiridos pelos educadores por meio
informais sero aferidos e reconhecidos mediante exames.
O que se pode comentar dos dois artigos que tratam da educao de
jovens e adultos, que aqui no Brasil, embora a oferta de vagas no ensino
fundamental tenha crescido substancialmente nos ltimos trinta anos, ainda restam
grandes contingentes de jovens e adultos sem escolaridade regular completa. um
problema alarmante, tendo em vista que o pas avana e a globalizao exige cada
vez mais do trabalhador. Essas prioridades polticas e econmicas no podem
desperdiar recursos humanos, visto que elas s so conquistadas nas sociedades
desenvolvidas educacionalmente.
H, pois, que ofertar a jovens e adultos desescolarizados, ou que mal se
alfabetizaram na idade prpria, oportunidades amplas e diversas para que venham a
retomar o tempo perdido e possam se integrar sociedades do conhecimento, que
se implanta em todo o mundo nesta passagem de sculo.
Quando se fala em idade prpria, do consenso geral que ela se situa
entre os sete e catorze anos de idade. Se bem no haja a constituio de 1998,
consagrado essa faixa etria, como a mais apropriada para a matrcula no ensino
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fundamental, na verdade, deve-se tornar a expresso idade prpria, como
correspondente quela que vai dos sete aos catorze anos.
importante enfatizar que o ensino a ser ofertado a esses jovens e
adultos que se encontram fora da escola j no ser necessariamente o regular,
mas obedecer nas chamadas oportunidades educacionais apropriadas, s
caractersticas do alunado, seus interesses, condies de vida e trabalho; trata-se
de um ensino de contedo, metodologias e avaliao diferenciadas, muito embora
devam ser objeto de cursos e de exames para a avaliao da aprendizagem.
Tocam-se com esses projetos especiais, os limites da experimentalidade, que nesta
lei bem mais estimulada do que nas anteriores.
Logo, no se pode omitir o fato de que, do assegurar gratuitamente a
jovens e adultos, essas variadas oportunidades educacionais apropriadas, o poder
pblico, em relao a elas, assume a mesma responsabilidade de que fala o artigo
4o, inciso I desta lei, e, por conseguinte, fica sujeito s mesmas aes de que cuida
o artigo 5o. Assim, a exigncia de atendimento escolar no se limita mais aos
candidatos vaga, que estejam entre sete e catorze anos, mas poder ocorrer em
qualquer idade, em que se encontre a pessoa analfabeta, porque o seu direito
educao permanece inalterado ao longo da vida.
Sem prejuzo das outras oportunidades educacionais apropriadas, que se
ofeream a jovens e adultos que se encontrem fora da escola, este artigo cuida
especificamente dos cursos e exames supletivos, que uma vez concludo com xito
habilitaro seus titulares ao prosseguimento de estudos em carter regular. A idade
mnima para concluso, mediante a prestao de exames, nessa modalidade de
ensino supletivo, passa a ser de quinze anos ou mais, no nvel fundamental, e de
dezoito anos ou mais no ensino mdio. O que significa no haver idade mnima para
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26
a matrcula no curso supletivo, s valendo os limites impostos no pargrafo 1o (I e II)
do art. 38, para a prestao de exames de concluso de curso.
Assim, analisando as duas leis que tratam da educao de jovens e
adultos, percebe-se que pouco, ou quase nada mudou, em relao a 5.692/71 para
a atual, 9.394/96, porque as alteraes so mais de forma, do que de fundo, ou seja,
muda a roupagem, mas a essncia continua. Dessa forma, as principais mudanas
so:
Na Lei 5.692/71, o ttulo do captulo IV, fala em Ensino Supletivo,
enquanto que a 9.394/96, na sua seo V, do captulo VI, prefere a expresso
Educao de Jovens e Adultos.
1. No que concerne ao tamanho do texto, a lei 5.692/71, utiliza-se de
cinco artigos, do 24 a 28, enquanto que a atual, utiliza apenas dois artigos, o 37 e o
38.
2. A Lei 5.692/71 prende toda a oferta de escolaridade a jovens e adultos
fora da escola, modalidade de ensino supletivo, ignorando outros processos, como
ensino distncia em suas numerosas possibilidades, e que empobrecia demais a
ao dos sistemas. J a Lei 9.394/96, mostra-se mais flexvel, ao colocar a
modalidade supletiva de cursos e exames, como uma entre vrias outras
oportunidades educacionais apropriadas.
3. A idade mnima para a realizao dos exames supletivos, que na lei
5.692/71 era de 18 a 21 anos respectivamente, para os ensino de 1o e 2o graus
(artigo 96, pargrafo 1o), na lei atual se reduziu para maiores de quinze e dezoito
anos, respectivamente, para os ensinos fundamental e mdio. Estes novos mnimos
so mais defensveis do que aqueles, porque atendem um maior realismo s
necessidades sociais no Brasil contemporneo.
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4. A lei 5.692/71 inclui os casos de aprendizagem e qualificao
profissionais no captulo do Ensino Supletivo (artigos 27 e 28). A nova lei suprime
qualquer referncia a ambos os cursos profissionalizantes, deixando-os para o
captulo seguinte, intitulado Da Educao Profissional.
Logo, grande parte do articulado da Lei 5.692/71 relativo ao Ensino
Supletivo, poderia ( exceo do limite de idade para a concluso de curso) servir de
regulamento ( exceo dos citados artigos 27 e 28) aplicao do artigo 38 da lei
atual. Isto porque ambas as leis dizem, uma com mais mincias, outra com menos, a
mesma coisa, nesse tema de cursos e exames supletivos; apenas que a lei 9394/96
traduz em seu texto uma maior modernidade de enfoque.
2.4 EDUCAO DE JOVENS E ADULTOS NO BRASIL: ESPECIFICIDADES
A educao de jovens e adultos tem o olhar voltado para as classes
populares, que no tiveram acesso a escola, na faixa etria considerada adequada
para a escolarizao (07 aos 14 anos de idade), ou foram evadidos ou expulsos da
escola, jovens e adultos que se encontraram marginalizados e excludos do sistema
econmico e social, pessoas vistas pela sociedade como incapazes.
So pessoas jovens e adultas com experincias de vida, na maioria das
vezes trabalhadores assalariados que lutam pela sobrevivncia na cidade ou no
interior, pessoas que apresentam uma desconfiana em relao escola ou por no
terem tido acesso a ela quando crianas ou por terem sido evadidos.
Dessa forma a educao de jovens e adultos apresentam-se como uma
especificidade etria e scio-cultural, na medida que est dirigida a determinados
grupos culturais de pessoas de uma determinada classe social, ou seja, grupos
sociais de uma classe economicamente baixa.
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Como nos coloca Oliveira:
O adulto, no mbito da educao de jovens e adultos, no o estudanteuniversitrio, o profissional qualificado que freqenta cursos de formaocontinuada ou de especializao [...]. Ele geralmente o migrante quechega s grandes metrpoles provenientes das reas rurais empobrecidas,filho de trabalhadores rurais no qualificados e com baixo nvel de instruoescolar (muito freqentemente analfabetos), ele prprio com uma passagemcurta e no sistemtica pela escola e trabalhando em ocupaes urbanasno qualificadas, aps experincia no trabalho rural na infncia e naadolescncia, que busca a escola tardiamente para alfabetizar-se ou cursaralgumas sries do ensino supletivo. (1999, p. 59).
A educao de jovens e adultos est no centro de relao de poder
existente entre os escolarizados e no escolarizados entre os alfabetizados e no
alfabetizados e por isso se caracteriza tambm por uma especificidade tico-poltica.
Tal relao de poder construda atravs de representaes e prticas
discriminatrias e excludentes e tambm porque as pessoas excludas do acesso ao
conhecimento sistematizado manifestam um sentimento de inferioridade e at
mesmo de incompetncia frente sociedade.
A respeito disso Sawaia diz que:
O sofrimento tico-poltico1 retrata a vivncia cotidiana das questes sociaisdominantes de cada poca histrica, especialmente a do que surge dasituao social de ser tratado como inferior, subalterno, sem valor, apndiceintil da sociedade. (1999, p. 104).
Compreender as especificidades da educao de jovens e adultos, deste
modo significa compreender a sua condio de pessoas humanas e sua condio
social de pessoas adultas, excludas e de classes populares.
Assim, para compreendermos as especificidades da educao de jovens
e adultos necessrio considerarmos os jovens e adultos em suas situaes con-
cretas, sociais, polticas e econmicas.
1 Conceito usado por Baden Sawaia (1999; 11) para incorporar a tica, a felicidade e o humanocomo critrios que se entrelaam como econmico e o poltico, na anlise do processo de inclusoperverso.
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Regida pelo Neoliberalismo, a sociedade em dias atuais tem seu olhar
voltado para a educao da criana e no para a educao do adulto, isso apoiada
na idia do tempo de trajetria escolar por idade, estabelecida a faixa etria dos 07
at os 14 anos; esse olhar apia-se na viso essencialista de mundo que considera
que a criana est em processo de desenvolvimento fsico, racional moral e social e
por isso tem capacidade de aprender enquanto que o adulto j esta totalmente des-
envolvido biologicamente, psicologicamente e socialmente. No tem condies de
aprender mais, e tambm em uma viso pragmtica do mundo, que considera que a
educao de jovens e adultos desnecessria j que eles j viveram a vida toda
sem serem alfabetizados.
Partindo destas vises, o tempo adequado para se aprender a infncia,
pois a criana tem uma perspectiva de futuro, e o adulto no tem mais essa
perspectiva, o seu tempo de preparao para o futuro j passou.
Para Campelo:
A inutilidade da Educao de adultos, tese tantas vezes apregoadasignifica, no concreto, dizer a muitos jovens que no sonhem em aprender,que no sonhem em melhorar de vida [...], que na medida em que noaprenderam enquanto eram crianas, no tem mais chances nemcapacidades para verem concretizado esse sonho ou esse direito?. (1990,p. 35).
Ultimamente, muito tem se falado sobre excluso social e sobre a
democratizao do ensino; e a educao de jovens e adultos est no cerne deste
debate; do direito de educao para todos, esse direito educao est
fundamentado em uma dimenso tico-existencial por que a educabilidade faz parte
do existir humano e em uma dimenso scio-poltica, como um direito ao exerccio
da cidadania.
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Assim, temos a escolarizao como um indicativo de uma relao social
de poder, a partir do momento em que o acesso ao saber sistematizado torna-se um
referencial de diferena social entre os alfabetizados e os analfabetos.
A respeito disso Lewin afirma que:
[...] Mesmo que se possa conceituar o analfabetismo como uma questo deescassez educacional, insuficincia ou inexistncia de escolaridade, esta,dentre vrias formas possveis de definir o analfabetismo, porm mais doque isso. , sobretudo, um fenmeno de excluso social e demarginalizao econmica, de compulsrio afastamento poltico e desubtrao do gozo dos benefcios sociais e dos direitos civis, deimpedimento ao acesso as vrias formas de expresso da cultura erudita e,paralelamente, de desvalorizao do popular e do seu patrimnio cultural.(1990, p. 25).
Assim, os sujeitos jovens e adultos que no tiveram oportunidades de
acesso escola ou no completaram todos os seus nveis passaram a ser
socialmente classificados de analfabetos, o que significa que so pessoas sem
instruo, e em conseqncia disso passam a ser excludos e marginalizados pela
sociedade e por isso tem seus direitos ticos negados, sendo impedidos de formar-
se como ser humano e de exercer seus direitos polticos e de participarem
efetivamente da vida social.
2.5 NECESSIDADE DA PREPARAO PROFISSIONAL VOLTADA PARA A
EDUCAO DE JOVENS E ADULTOS
Sabemos que o trabalho docente constitui o exerccio profissional do
educador e que este trabalho deve estar comprometido com a sociedade, cuja
responsabilidade preparar os alunos para tornarem-se cidados ativos, crticos e
participantes do mundo do trabalho da cultura e da poltica. Por esse motivo que
consideramos o trabalho docente importantssimo, j que contribui para a construo
da conscientizao humana.
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Quando falamos em ensinar, falamos da grande responsabilidade que
isso acarreta, sobretudo quando falamos em ensino destinado jovens e adultos; j
que neste caso devem ser levados em considerao uma srie de fatores. Por se
tratar de alunos que, em sua maioria, vm para escola aps uma dura jornada de
trabalho, pessoas que possuem uma srie de problemas sejam familiares,
profissionais ou sociais.
Desta forma, para que o educador de jovens e adultos possa contribuir de
fato com uma aprendizagem significativa, deve estar preparado para atender esses
alunos em todas as suas especificidades; ele deve conhecer cada um deles e
partindo da relacionar o contedo a ser ministrado com o cotidiano e a realidade
social de cada um considerando suas aspiraes por melhores condies de vida,
de trabalho e de satisfao pessoal.
O educador deve estar embasado teoricamente para apontar mtodos
que despertem no jovem e no adulto a conscientizao, a criatividade e o interesse
em querer saber sempre mais. Para isso, necessrio que o material didtico
utilizado pelo educador, seja construdo a partir de debates entre ele e os alunos
com o objetivo de fazer um levantamento dos conhecimentos dos alunos, at mesmo
do vocabulrio que faz parte do universo de comunicao destes alunos.
Como afirma Freire (1998, p. 72): A pratica docente, especificamente
humana profundamente formadora e por isso tica, ou seja, o educador tem em
mos uma grande responsabilidade, pois sua prtica eminentemente formadora e
por isso a maneira como age em seu trabalho docente, a sua lucidez quanto a sua
responsabilidade de grande importncia para a formao de jovens e adultos.
Em um mundo onde a globalizao exige cada vez mais dos profissionais,
o processo de desigualdade social tem se intensificado e cada vez mais as classes
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educacionais tem sido penalizadas pela ausncia do processo de alfabetizao, ge-
rando com isso grandes conseqncias, entre elas a alienao social e a submisso
ao sistema capitalista opressor.
O educador, para que seja um agente capaz de contribuir realmente com
a mudana educacional e social, precisa estar a par desta realidade, deve estar
atento a esses problemas para que seja capaz de atuar na realidade com intuito de
transform-la; sabemos, porm, que este educador capaz de provocar mudanas
no nasce de um dia para outro, como diz Freire (1992, p. 22) [...] Ele construdo
a partir de sua atuao como compromisso poltico visando mudanas e partindo de
experincias vivenciadas no cotidiano das relaes possvel chegar a conhecer a
realidade.
A realidade das classes populares encontra-se desconhecidas pelos
educadores, que no levam em considerao esta realidade no processo de ensinar
e aprender; contudo o professor deve conhecer a realidade que as classes
populares enfrentam e de acordo com o contexto lev-los liberdade, ou seja, a
autonomia, como fala Freire (1998, p. 121): Autonomia enquanto amadurecimento
do ser para si, processo, vir a ser, no ocorre em data marcada, neste sentido
que uma pedagogia da autonomia tem de estar centrado em experincias
respeitosas da liberdade.
Ao olhar o educando jovem e adulto como um ser humano, enquanto ser
histrico e cultural, o educador estar dando um passo importante para a melhoria
da educao, passando a v-la numa perspectiva de transformao social a partir de
uma tendncia progressista, que v o ser humano como sujeito de histria e de
cultura, ou seja, um ser que no apenas sofre determinaes, mas tambm, interfere
na sociedade. Como nos coloca Oliveira (2001, p. 37) sobre a educao de Freire:
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33
A Educao como prtica de liberdade no transferncia ou transmissodo saber nem da cultura; no a extenso de conhecimentos tcnicos; no o ato de depositar informes ou fatos nos educandos, no a perpetuaodos valores de uma cultura dada, no o esforo de adaptao doeducando ao seu meio (...) , sobretudo, uma situao verdadeiramentegnosiolgica2. Aquela em que o ato cognoscente no termina no objetocognoscvel, visto que comunica a outros sujeitos igualmente cognocentes.
Compreender o mundo do aluno fundamental na prtica pedaggica
do professor, pois preciso ter uma viso ampla desta realidade social concreta,
para se construir uma educao crtico-reflexiva de acordo com o contexto em que
vive o ser humano.
A Educao, como coloca Paulo Freire, leva o ser humano a ser mais, e
deste modo o contexto em que ele vive, suas relaes cotidianas, as situaes
regionais devem ser objeto de intensas reflexes no processo educativo;
principalmente por sabermos que vivemos numa sociedade opressora que busca
inibir todo tipo de ao de uma pedagogia libertadora, uma sociedade que impede
homens e mulheres de construrem sua liberdade no sentido de transformar sua
realidade e de tornarem-se mais crticos.
Partindo dessa realidade, vimos que a educao deve ser desenvolvida
de maneira mais dinmica, na qual os elementos participativos trabalhem em
conjunto no processo de ensino-aprendizagem o educador dever interagir de forma
construtiva e coletiva fazendo com que os educandos participem conjuntamente no
processo, devendo para isso ter respeitadas as suas individualidades e dificuldades
principalmente por se tratar de pessoas jovens e adultas.
Assim, ao lidar com jovens e adultos o educador dever ter humildade de
aceitar os conhecimentos j adquiridos por eles e tolerncia para saber articular tais
2 Processo de educao em que a liberdade de criar seja vivel, necessariamente tem de estimular asuperao do medo da aventura responsvel, tem de ir mais alm do gosto medocre da repetiopela repetio, tem de tornar evidente aos educandos que errar no pecado, mas um momentonormal que faz parte do processo. (FREIRE, 2000, p. 100).
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34
conhecimentos com os que pretende faz-los adquirir; assim os jovens e adultos
tero mais facilidade em aprender, se o que lhe estiver sendo ensinado estiver
articulado com sua realidade e com sua vivncia. A escola por sua vez, juntamente
com os educadores no poder desconsiderar esta bagagem trazida pelos
educados e dever ter em mente que no fcil para pessoas que j possuem
vivncias e conhecimentos, que so excludas e discriminadas por no terem tido
acesso aos saberes sistematizados, na maioria das vezes pessoas que vo a escola
aps uma dura jornada de trabalho, em busca de algo que se apresenta fora de sua
realidade ou que lhe passado como algo esttico e imutvel.
Tanto as instituies quanto os educadores devero atentar-se para a
necessidade de terem uma viso transformadora da educao para torn-la uma
educao libertadora, devendo para isso ter objetivos bem traados atividades bem
planejadas, contedos bem organizados, mtodos e recursos de ensino atrativos e
interessantes para que os alunos possam ter um melhor entendimento do que lhe
est sendo ensinado e desta forma mais facilidade em aprender.
A alfabetizao de jovens exige, pois um referencial terico. Toda prtica
j implica uma teoria adequadamente e no h prtica pedaggica neutra, ela
sempre poltica. Supe sempre uma viso de mundo, de sociedade, de homem;
supe ento um projeto histrico, uma teoria do conhecimento, a opo para uma
concepo de educao e uma concepo de metodologia.
Segundo Paulo Freire, este Projeto Histrico a conquista de uma nova
hegemonia, que supe direo cultural poltico e ideolgica do povo, numa
sociedade, de classe. A educao tem a funo poltica de contribuir para a criao
das condies necessria hegemonia popular, portanto o ato educativo cotidiano
no um ato isolado, mas integrado no projeto social global de luta popular.
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Desta forma, o ser humano que a escola pretende formar, o ser huma-
no capaz de construir sua prpria histria, a partir de uma participao efetiva da
sociedade, um homem inserido nas tarefas de seu tempo; voltado para realizao de
sua individualidade e dotado de conscincia social e por isso apto a colaborar na
luta popular global pelo direito a substantividade democrtico em que todos podem
participar, decidir dirigir a vida social.
A grande questo ao avaliarmos nossas aes que no se faz o que sequer, mais o que se pode. Uma das condies fundamentais tornarpossvel o que parece no ser possvel. A gente tem que lutar para tornarpossvel o que ainda no possvel (FREIRE, 1991).
Assim, o educador de jovens e adultos dever ter em mente que a
educao deve se desenvolver de maneira dinmica, em que os elementos
participativos trabalhem em conjunto no processo ensino-aprendizagem. O ato de
educar deve se d de forma construtiva e coletiva, em que no s os educadores
desempenhem um papel primordial no ensino, mas tambm os alunos participem
ativamente neste processo.
O educador de jovens e adultos deve estar ciente das mudanas
ocorridas nas matrizes econmicas, sociais e do trabalho e por isso dispostos a
romper com a prtica educacional ultrapassada j que como o mundo muda a cada
instante, com ele mudam tambm as pessoas, suas necessidades, seus sonhos e
expectativas.
Com o objetivo de mudar o triste quadro do analfabetismo no Brasil e de
formar pessoas mais criativas, crticas, conscientes e transformadoras que devemos
atentar para a necessidade de mudanas em nosso cenrio educacional, sobre tudo no
que se refere atuao do educador de jovens e adultos, para que assim, a educao
possa de fato cumprir seu papel de promover a formao de cidados integrados,
valorizados e capazes de ajudar na construo de uma sociedade mais digna e igual.
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2.5.1 O Educador de Jovens e Adultos em dias Atuais
O mundo globalizado alterou significativamente as relaes do homem no
contexto social e neste contexto de mudanas que se faz necessrio reflexo
sobre a formao do educador de jovens e adultos; j que est claro que a atuao
deste profissional em classes de pessoas jovens e adultas no pode acontecer da
mesma forma que em classes de crianas, e o que vemos que os educadores
apresentam grande dificuldade em trabalharem com alunos jovens e adultos e isso
se d sobretudo por que na maioria das vezes o educador s preparado para
trabalhar com crianas e adolescente e raramente encontram-se preparado para
trabalhar com os jovens e adultos que necessitam ser tratados de maneira
diferenciada para que possam ter mais facilidade em aprender.
Sobre a formao do educador de jovens e adultos, Bicudo (1999, p. 21)
descreve: O trabalho do professor simultaneamente individual e tcnico,
profissional e poltico. A atuao profissional visa o desenvolvimento dos alunos
como pessoas, nas suas mltiplas dimenses e possibilidades.
A articulao das dimenses assumidas no processo de formao do
educador de jovens e adultos deve contemplar as necessidades do momento
histrico vivenciado pelas mudanas na sociedade e na escola, em que a
valorizao de saberes e a prevalncia do tecnicismo acentuam o enfoque do perfil
de formao do educador. Neste caso compreende-se que a formao profissional
permanente deve ser entendida como necessria ao educador no exerccio de sua
atividade docente.
Diante do quadro exposto no mundo de hoje, a prtica pedaggica do
educador de classes de jovens e adultos deve ser objeto de intenso repensar, no
sentido de identificar pontos problemticos de fragilidade que devem ser reforados,
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os quais contribuem diretamente para a melhoria da qualidade desta modalidade de
ensino. Segundo Queluz (1999, p. 20):
A prtica como fonte geradora de conhecimento implica todo um problema dereflexo que vem sendo pesquisada por diversos estudiosos de diferentes pases[...] Est claro que os cursos de formao de professores [...] no so suficientespara que o profissional da educao desempenhe, efetivamente, uma prticapedaggica consciente que leve transformao [...].
Os cursos formadores devem direcionar suas atenes ao
desenvolvimento de profissionais voltados prtica reflexiva, em que os diversos
saberes esto articulados no sentido de aproximar o ensino de acordo com a
validade que apresentada visando formao do cidado exigido socialmente.
Ento, a vida hoje na escola, na sala de aula, repleta de situaes no-
vas que no se restringe a uma transmisso de contedos.
Quando a prtica pedaggica do professor problematizada, oferece
meios de promover-se acentuadas melhorias no ensino destinado a jovens e adultos
e contribui para o educador afastar-se do modelo que ele construiu em sua formao
inicial e assim sua prtica passa a aproximar-se da realidade da sala de aula, em
que situaes diversas so vivenciadas e a presena da reflexo na ao contribui
para a sua formao permanente.
Deve-se pensar que o processo de formao do professor nos dias atuais
exige a formao continuada e nesse caso Queluz apud Ribas (1999, p. 53) salienta
que esta continua por toda vida profissional do educador articulando a tomada de
conscincia da necessidade de apropriar-se de novos conhecimentos que uma vez
articulados na docncia oferecem subsdios para o alcance de metas qualitativas no
ensino, conforme expressam:
Ele deve apropriar-se do conhecimento nos diversos mbitos do saber, utili-zar-se da experincia e da reflexo como ferramentas de compreenso eanlise do prprio fazer pedaggico... Afim de que possa enxergar o mundosobre outra perspectiva, para ter conscincia do trabalho que desenvolvejunto sociedade.
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Pensamos que, nos dias atuais, a formao do educador de jovens e
adultos deve contemplar a articulao de saberes oriundos da experincia na prtica
pedaggica e o conhecimento acadmico elaborado nos meios cientficos os quais
auxiliam na sua qualificao em carter permanente. Contundo construir a formao
do educador requer a luta pela a valorizao profissional no sentido de oferecer
melhores condies de trabalho e remunerao; sobre isto Geraldi (1998, p. 92) fala
que: O estado oferece ao professor condies mnimas de trabalho e remunerao,
mais exige desta dedicao, desenvolvimento e motivao mximo dentro de um
projeto poltico nem sempre explcito.
Apesar do quadro educacional brasileiro nos dias atuais exigir cada vez
mais qualificao do educador de jovens e adultos, as polticas educacionais
desenvolvidas pelo estado, esto ausentes de valorizao em relao construo
de um plano de carreira do professorado, oferecendo-lhes condies de crescimento
e reconhecimento perante a sociedade; e assim em diversos programas lanados
pelo governo federal, relativo a educao; a questo salarial do educador relegada
a um segundo plano.
Assim, as condies de trabalho impostas ao educador no mundo atual;
fortemente marcado pela globalizao, em que os baixos salrios e conquistas
sociais so concebidos como irrelevantes, traduzem todo o olhar construdo pelo
capitalismo em relao a profisso docente. Deve se pensar que o mercado
altamente marcado pela explorao das classes trabalhadoras no isenta o
professor de ser concebido como ser altamente descartvel pelo sistema, e neste
contexto Pereira (200, p. 23) acrescenta:
O processo de desvalorizao e descaracterizao do magistrio,evidenciado pela progressiva perda salarial por parte dos professores e pelaprecria situao do seu trabalho na escola determinou [...] as primeirasgreves de professores [...] desencadeando um movimento de luta pormelhores salrios e condies de trabalho docente.
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O quadro de desvalorizao atingido pelo educador coloca o magistrio
como alternativa a ser favorvel a criao do subemprego, em que o profissional da
educao no consegue promover sua valorizao em meio ao descrdito que a
imagem do professor ganhou na sociedade capitalista.
A valorizao do professor, no contexto do mundo marcado pela
globalizao, requer o alcance de melhorias nas condies de vida pessoal e
profissional do educador de jovens e adultos, no momento em que ingressamos na
sociedade do conhecimento ele chamado a contribuir positivamente atravs da
construo de sua formao continuada.
Por outro lado, a formao do professor exige o rompimento com o mo-
delo pedaggico autoritrio que se instalou nas escolas e este deve dar lugar a uma
prtica reflexiva - dialgica que contribua para a melhoria da qualidade de ensino.
Assim, necessrio estabelecer medidas que contemplem a construo
da profisso docente, visando atender ao quadro ps-moderno que exige maiores e
melhores habilidades do profissional, e como trabalhador, o professor deve priorizar
sua formao continuada que auxiliar na construo de uma maior aprendizagem
para seus alunos jovens e adultos.
Construir a formao do professor oferecer-lhe a oportunidade de am-
pliar suas dimenses humanas, tcnicos e poltico-social, de acordo com o momento
histrico vivenciado pelas transformaes sociais que se processam de modo acen-
tuado, e assim o desafio a ser oferecido ao educador diante do mundo globalizado
construir permanentemente sua profisso.
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na inconcluso do ser, que se sabe como
tal, que se funda a educao como processo
permanente. Mulheres e homens se tornaram
educveis na medida em que se
reconheceram inacabados. No foi a
educao que fez mulheres e homens
educados, mas a conscincia de sua
inconcluso que gerou sua educabilidade.
Paulo Freire
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41
PARTE III CONCLUINDO O TEMA
Ao vermos educao de jovens e adultos, como uma especialidade etria
e social, em que a grande maioria desses jovens e adultos possui uma experincia
de vida e uma experincia profissional sofrida, pessoas que enfrentam duras
jornadas de trabalho durante o dia, a maioria assalariados que ganham pouco, que
j tiveram seus sonhos e expectativas esmagados pela falta de oportunidades,
pela discriminao por serem analfabetos e considerados incapazes de aprender e
que ainda assim buscam na educao atravs da escola um algo mais, alguma
coisa que possa ajud-los a mudar ou ao menos melhorar sua vida; que vemos a
grande necessidade de se ter um olhar mais crtico e articulado com esta realidade.
neste sentido que o educador de jovens e adultos, enquanto agente
condutor do processo ensino-aprendizagem deve olhar e compreender a condio
desses alunos como pessoas humanas , como pessoas excludas , que precisam
por isso ser olhadas em suas situaes sociais, econmicas, polticas e emocionais,
como pessoas que apesar de terem seus direitos negados pela sociedade; precisam
fazer uso de tais direitos e de fato participarem da vida social.
O trabalho docente constitui o exerccio profissional do educador,
representeando o seu primeiro compromisso com a sociedade. Sua
responsabilidade de preparar os alunos para se tornarem cidados ativos e
participativos na famlia, no trabalho, na vida cultural e poltica. portanto, uma
atividade fundamentalmente social, porque contribui para a formao do homem
capaz de promover mudanas. O que se constata, no entanto, que os educadores
no se posicionam, conscientes e explicitamente do lado dos interesses dos seus
alunos, pois no relacionam o contedo ministrado com o cotidiano e a realidade
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42
social do educando, com suas aspiraes por melhores condies de vida e de
trabalho.
Tais consideraes justificam a necessidade de uma slida preparao
profissional voltada para a educao de jovens e adultos.
O educador deve optar por mtodos de ensino que despertam nos jovens
e adultos a conscincia da necessidade de instruir-se. Tal fato somente pode ocorrer
se simultaneamente e mais amplamente, despertar nele a conscincia crtica de sua
realidade social, fazendo-o compreender o mundo em que vive, ter noo clara de
sua participao na sociedade pelo trabalho que executa, dos direitos que possui e
de seus deveres enquanto cidados.
A histria da educao de jovens e adultos no Brasil, chega aos dias atuais,
reclamando a condio de reformulaes pedaggicas. O grande desafio se impe:
como garantir aos jovens e adultos, camada social demandantes das esferas sociais,
econmicas e educacionais mais sofridas, o acesso uma educao que lhe possibilite
uma participao mais ativa no mundo do trabalho, da poltica e da cultura.
Nos dias atuais, o novo perfil exigido do trabalhador, requer uma
formao profissional que extrapole os conhecimentos especficos de uma
determinada ocupao.
Para atender as exigncias de uma formao profissional que atenda
esse novo perfil exigido pelo mundo nos dias atuais, as instituies que atendem
alunos jovens e adultos devem adotar uma postura de educao polivalente como a
que melhor se adequa capacitao de recursos humanos num contexto de trans-
formao da organizao de trabalho. Alm de levar em conta as competncias tc-
nico-operacionais, a formao polivalente privilegia o desenvolvimento das compe-
tncias cognitivas e scio-comunicativas.
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43
Esta postura de polivalncia, no entanto no visa preparar indivduos para
o desempenho de diversas atividades. O desejo que o aluno domine a tcnica em
nvel intelectual, mediante o conhecimento das bases tcnico-cientficas que
fundamentam a sua prtica.
A pedagogia inspirada nesta concepo de educao est interessada
em introduzir no trabalho docente, elementos de mudanas que assegurem a
qualidade pretendida para o ensino e coerente com este pressuposto busca garantir
ao aluno uma formao mais slida e abrangente, que d privilgio ao processo de
construo do conhecimento. Este processo compreendido como decorrncia das
trocas que o aluno estabelece na interao com o meio natural social e cultural. Ao
educador cabe exercer a mediao desse processo e articular essas trocas, tendo
em vista a assimilao crtica e ativa de contedos significativos, vivos e atualizados.
Para que consigamos de fato transformar a realidade educacional
Brasileira, sobretudo no que se refere educao de jovens e adultos, devemos
comear pela nossa viso, pela nossa maneira de olhar a educao; o educador
deve ter um olhar transformador, ou seja, deve olhar a educao como capaz de
transformar a realidade, sendo que para isso sua prtica ser ponto fundamental
desta transformao, pois apesar das dificuldades enfrentadas pelos educadores,
ainda ele, o educador, quem age diretamente com os alunos, portanto, ele o
mais capaz de provocar mudanas.
Desta forma, com o objetivo de mudar o atual quadro da educao em
nosso pas e de formar pessoas mais crticas, criativas e conscientes que acredi-
tamos ser de grande importncia que o educador tenha um olhar transformador, ou
seja, olhe sua prtica como capaz de transformar, de levar o homem busca e da
sua liberdade.
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REFERNCIAS
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A VISO TRANSFORMADORA DO EDUCADORBelm
A VISO TRANSFORMADORA DO EDUCADORBelm
A VISO TRANSFORMADORA DO EDUCADORRESUMOMitch Albom
Partindo destas questes, levantamos os seguinte