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Administrador José Rocha Diniz • Director Sérgio Terra • Nº 5052 • Segunda-feira, 01 de Agosto de 2016 10 PATACAS PUB 27 0 C/33 0 C • HOJE Fonte SMG Pin-to Música fechou portas com nota “feliz” para agradecer manifestações de apoio Centrais Pág. 6 Associações pedem “lista negra” de jogadores que agridam trabalhadores dos casinos A “Semana Dinâmica”, iniciativa promocional de pro- dutos de Macau apoiada pelo Governo, está envolta em polémica por alegado abuso de verbas públicas. Fonte do sector conhecedora do processo garantiu ao JORNAL TRIBUNA DE MACAU que o presidente da Comissão Executiva da Associação de Convenções e Exposições de Macau, que tem recebido subsídios para o evento, alugou “stands” a terceiros e alguns espaços nem chegaram a ser ocupados. Porém, Alan Ho nega a existência de empresas falsas e frisa que os partici- pantes são escolhidos por várias associações. Segundo dados oficiais, a associação que dirige recebeu cerca de 25 milhões de patacas para organizar três “Semanas Di- nâmicas” em 2015. FOTO JTM “Stands fantasma” na Semana Dinâmica SÉRGIO SPENCER EM ENTREVISTA AO JORNAL TRIBUNA DE MACAU “É preciso perceber a identidade desta cidade” Págs . 2 a 4 Pág. 7 Pág. 5 FOTO JTM Construtores voltam a defender execução de obras à noite Pág. 8 Wynn Palace pronto a arrancar com 100 mesas Sismo de 5,4 sentido em Macau Os Serviços Meteorológicos e Geofísicos de Macau recebe- ram nove pedidos de infor- mação de pessoas que senti- ram no território o impacto de um sismo de 5,4 na escala de Richter, registado ontem, pe- las 17:18, em Wuzhou, na Re- gião Autónoma de Guangxi, a cerca de 300km da RAEM. Re- sidentes de Hong Kong tam- bém sentiram o sismo, tendo o Observatório da RAEHK registado mais de 400 pedidos de informações. Não há regis- to de vítimas do abalo sísmico no Continente chinês, no en- tanto, alguns edifícios ficaram danificados. Planeadas 300 vagas em dois novos lares de reabilitação Pág. 9 Macau e o Português motivaram conferência em universidade alemã Centrais

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Administrador José Rocha Diniz • Director Sérgio Terra • Nº 5052 • Segunda-feira, 01 de Agosto de 2016 10 PATACAS

PUB

270C/330C• • • HOJE

Fonte SMG

Pin-to Música fechou portascom nota “feliz” para agradecermanifestações de apoio

CentraisPág. 6

Associações pedem “lista negra”de jogadores que agridam trabalhadores dos casinos

A “Semana Dinâmica”, iniciativa promocional de pro-dutos de Macau apoiada pelo Governo, está envolta em polémica por alegado abuso de verbas públicas. Fonte do sector conhecedora do processo garantiu ao JORNAL TRIBUNA DE MACAU que o presidente da Comissão Executiva da Associação de Convenções e Exposições de Macau, que tem recebido subsídios para

o evento, alugou “stands” a terceiros e alguns espaços nem chegaram a ser ocupados. Porém, Alan Ho nega a existência de empresas falsas e frisa que os partici-pantes são escolhidos por várias associações. Segundo dados oficiais, a associação que dirige recebeu cerca de 25 milhões de patacas para organizar três “Semanas Di-nâmicas” em 2015.

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JTM

“Stands fantasma”na Semana Dinâmica

SÉRGIO SPENCER EM ENTREVISTAAO JORNAL TRIBUNA DE MACAU

“É preciso perceber a identidade desta cidade”

Págs. 2 a 4

Pág. 7

Pág. 5

FOTO

JTMConstrutores voltam

a defender execuçãode obras à noite Pág. 8

Wynn Palace prontoa arrancar com 100 mesas

Sismo de 5,4sentido em MacauOs Serviços Meteorológicos e Geofísicos de Macau recebe-ram nove pedidos de infor-mação de pessoas que senti-ram no território o impacto de um sismo de 5,4 na escala de Richter, registado ontem, pe-las 17:18, em Wuzhou, na Re-gião Autónoma de Guangxi, a cerca de 300km da RAEM. Re-sidentes de Hong Kong tam-bém sentiram o sismo, tendo o Observatório da RAEHK registado mais de 400 pedidos de informações. Não há regis-to de vítimas do abalo sísmico no Continente chinês, no en-tanto, alguns edifícios ficaram danificados.

Planeadas 300 vagasem dois novos laresde reabilitação Pág. 9

Macau e o Portuguêsmotivaram conferência em universidade alemã Centrais

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02 JTM | LOCAL Segunda-feira, 01 de Agosto de 2016

JORNAL TRIBUNA DE MACAU

Propriedade: Tribuna de Macau, Empresa Jor na lística e Editorial, S.A.R.L. • Administrador: José Rocha Diniz • Director: Sérgio Terra • Redacção: Catarina Almeida, Inês Almeida, Liane Ferreira e Viviana Chan • Correspondentes: Helder Almeida (Portugal) e Rogério P. D. Luz (Brasil) Colaboradores: Fátima Almeida, Raquel Carvalho, Pedro André Santos e Vitor Rebelo • Colunistas: Albano Martins, Carlos Frota, Eva Cabral, Francisco José Leandro, João Figueira, Jorge Rangel, Luíz de Oliveira Dias, Marques da Silva e Regina Azevedo Pinto • Grafismo: Suzana Tôrres e Tiago Alcântara • Secretário da Redacção : Alexsandro Sampaio • Serviços Administrativos e Publicidade: Joana Chói ([email protected]) • Agências: Serviços Noticiosos da Lusa, Xinhua e Rádio ONU • Impressão: Tipografia Welfare, Ltd • Administração, Direcção e Redacção: Calçada do Tronco Velho, Edifício Dr. Caetano Soares, Nos4, 4A, 4B - Macau • Caixa Postal (P.O. Box): 3003 • Telefone: (853) 28378057 • Fax: (853) 28337305 • Email: [email protected] (serviço geral)

populacional. O que falta é este sentido criativo de perceber que tem de haver al-guém com ideias fortes que de alguma maneira lidere este processo, que não pode ser uma coisa cinzenta e meramen-te técnica. Depois, entram os técnicos, geógrafos, urbanísticas, engenheiros… Não tem de ser necessariamente feito pelo Governo mas por pessoas que te-nham este entendimento, e volto a in-sistir na componente criativa. O que não poderia ser, e posso estar enganado mas acho que é o que tem vindo a ser feito, são estes planos dos quais não se percebe muito bem por quem estão a ser feitos. Fico sem perceber se são técnicos do Go-verno. Depois, o debate público existe quando as coisas já estão praticamente feitas, são discussões mínimas e como as pessoas não sabem ficam a discutir se a estrada é mais larga, se a ponte aterra ali ou aqui, se os edifícios têm 30 ou 40 pi-sos, se é zona económica ou habitacional. Podem-se discutir essas coisas, mas, uma vez mais, qual é a ideia que está por de-trás desses planos? Vejamos o exemplo do plano da Praia Grande que criou os lagos e este efeito de que as pessoas vão para os novos aterros mas continuam a ver a cidade histórica. Isto foi pensado

por pessoas que viviam e conheciam Macau e, para além disso, tinham os co-nhecimentos técnicos para desenvolver esses planos. São ideias muito fortes, que marcam a cidade, mas com um grande respeito por aquilo que é a cidade.

-O problema é a falta de criatividade na concepção desses planos?

- A este nível, falta. -Mas, não faltam criativos em Ma-

cau…-Talvez [Macau] não tenha a massa

crítica suficiente para fazer coisas desta envergadura. Continua, com certeza, a ter de juntar técnicos que têm experiên-cias de sucesso em muitos pontos do mundo. É preciso as pessoas investiga-rem, entender quais são os problemas, identificá-los. É uma coisa séria.

-Esse défice de criatividade repercu-te-se na rede viária?

-Os transportes têm de se resolver, como é óbvio, de uma maneira integra-da. Não vou dizer que é preciso mais autocarros quando chego à conclusão que há zonas da cidade onde temos de tirar os autocarros. Essa forma integrada poderia passar, por exemplo, pelas zo-nas históricas e de malha mais apertada, que precisam de um tipo de serviços de

transportes completamente diferente da-queles que encontramos na baixa da Tai-pa, por exemplo. Depois, há coisas que estão um bocadinho descosidas.

-Tais como?-Os transportes dos casinos. Não sei

até que ponto o Governo tem uma coor-denação com o sistema de transportes públicos e este serviço que é uma coisa completamente à parte.

-Criaram-se medidas de conexão de rotas de alguns “shuttle-buses”.

-Mas isso não muda o sistema em si. Pode retirar o número de autocarros que estão a circular nas vias, mas os fins a que se destinam são exactamente os mesmos.

-A solução passa pela reorganiza-ção?

-Sim, e aos vários tipos de transpor-tes. Há um problema enorme com os tá-xis nesta cidade. A Uber aparentemente passou a ser legalizada na China, vamos ver como será em Macau. Mais vale dar--lhe cobertura legal e ser um sistema complementar desde que se encontre uma maneira que não seja injusta para os que têm licenças de táxis. Não pode-mos ser excessivamente proteccionistas desses negócios que existem à volta das licenças dos táxis porque é preciso servir

Catarina Almeida

Há cerca de um ano advertiu que os transportes e a rede viá-ria necessitavam de respostas

imediatas. Essas respostas surgiram entretanto?

-Um ano depois, vimos alguma me-dida que tenha transformado significati-vamente a cidade ou melhorado as con-dições de mobilidade dentro da cidade? Não vejo melhoria nenhuma.

-O que precisa de ser melhorado?-É um pensamento que tem de ser

integrado, e não sector a sector. É uma intervenção que tem de ser feita através de vários sectores relacionados com as próprias vias, a sua organização e com a cidade. A organização das acessibili-dades - a nível físico do próprio espaço construído - não é desligada daquilo que é a ideia de cidade. É preciso haver um conjunto de massa crítica e de pensado-res que sejam suficientemente criativos para que a cidade não seja vista como uma espécie de manta de colecção de várias áreas: há pessoas que vêem pelo lado económico, outras pelo lado cultu-ral, outras que se preocupam com ques-tões sociais. Isto é uma espécie de pe-quena cidade-estado e, portanto, todos estes assuntos contribuem para aquilo que define, caracteriza e estrutura a ci-dade. Mas, para isso, é preciso haver uma ideia de cidade. Primeiro entender o que é Macau, historicamente, presen-temente e qual o caminho a seguir. Se é uma cidade que está única e exclusiva-mente dominada pelos casinos, é preci-so perceber se há outras alternativas: é uma cidade que pode oferecer serviços de saúde para pessoas que estão fora da própria comunidade de Macau? É uma cidade que se vai desenvolver na sua vertente cultural, criativa? É a prestação de serviços? É preciso perceber qual é a identidade desta cidade e para onde pode caminhar. Depois é que vêm as ou-tras valências que contribuem para es-truturar essa ideia de cidade e que acho que tem faltado muito. Se calhar até vai havendo técnicos mas não há ninguém que seja um líder - e não é uma crítica ao Governo - e com uma ideia suficien-temente forte para passar isto aos restan-tes membros da sociedade e do Gover-no, para que isto entusiasme de alguma maneira as pessoas e possamos entender para o que estamos a trabalhar.

-Não há uma ideia clara do que é Macau?

-Há várias ideias, mas aquela que predomina é a de cidade do jogo. Há esta sombra enorme porque uma enor-míssima percentagem do rendimento de Macau vem do jogo. Esse rendimento é canalizado para melhorar o nível de vida das pessoas, em alguns níveis por-que noutros tem piorado, mas como a ci-dade vai crescendo e tendo mais pessoas era muito difícil que não piorasse em al-gumas situações por causa da pressão

SÉRGIO SPENCER EM ENTREVISTA AO JTM

“Sem Plano Director não há uma ideia de cidade”Sérgio Spencer não poupa críticas à rede de transportes de Macau, defendendo a sua reorganização e um conceito “integrado” com cunho criativo. Por outro lado, entende ser fundamental um Plano Director, até porque, face à ausência de planeamento urbano, não são muito claras “as regras para o próprio investimento na cidade”. Em entrevista ao JORNAL TRIBUNA DE MACAU, o arquitecto frisa que “é preciso perceber qual é a identidade” da cidade e lamenta a preferência pela adjudicação directa em detrimentos dos concursos de ideias

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Não sei se propositadamente ou por desconhecimento, os próprios cadernos de encargos dos concursos não são bem montados, são mal estruturados. Todo o trabalho de base para fazer o concurso não é feito de forma muito

competente

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Segunda-feira, 01 de Agosto de 2016 JTM | LOCAL 03

as pessoas. Passa também por outras questões, por exemplo, ter autocarros mais pequenos para determinadas zo-nas da cidade ou os autocarros verdes. Tem de ser o Governo a dar esse incenti-vo e não se pode ficar à espera que sejam os privados.

-Tem havido esse incentivo?-Houve renovações nas frotas dos

autocarros e porque não se introduziu os veículos eléctricos? Vamos à China e vemos muita gente a andar com veícu-los eléctricos.

-É uma questão de mentalidade po-lítica?

-É uma questão de criar a legislação, verificar algumas dificuldades que pode haver do ponto de vista técnico, até por-que não vejo outras.

-Macau necessita de um sistema de transporte como o Metro Ligeiro?

-Acredito que pode vir a ajudar, mas, mais uma vez, não é muito diferente do circuito dos autocarros dos casinos. Quando arrancar vai servir o circuito à volta dos casinos na baixa da Taipa. Po-deria haver, mais uma vez, as ideias cria-tivas. Outros sistemas para fazer esses circuitos. Não sei se seria tecnicamente viável, mas, em Veneza, há os “vaporet-tos” que fazem ligações à volta dos ca-nais, e em Hong Kong uma das coisas que gosto mais de usar é o “star ferry” para atravessar o canal. Se calhar até é mais rápido ir de táxi ou de Metro mas é um prazer ir no “star ferry”. Não era tão bonito haver uns barcos que fizessem a ligação e que podiam ir até à Taipa? Era criativo e trazia esta coisa mais lúdica de desfrutar a viagem de alguma maneira. É sempre uma barreira visual, mas nas zonas onde passa e da maneira como o circuito está estabelecido não me parece que vá causar impacto.

-Partindo desse cenário, há qualida- CONTINUA NA PÁGINA 4 >

de de vida em Macau?-Do ponto de vista da circulação de

transportes não há. Do ponto de vista geral, há grandes desequilíbrios. Ter um emprego, um ordenado que me permita sair de Macau, ir de férias, ter uma casa em condições, apesar das rendas esta-rem caríssimas, do meu ponto de vista egoísta tenho mais qualidade de vida que há uns anos. Mas, reconheço que a qualidade de vida é praticamente zero em enormes sectores da sociedade.

-Quais são esses sectores?-Todos estes trabalhadores de “blue-

-card” que vivem em Macau e em condi-ções muitas vezes sub-humanas e quase

de escravatura. Com ordenados que não dão para pagar uma renda têm de viver em situações de partilha de quartos e ca-mas.

-São pessoas importantes para o dia-a-dia da cidade. Por exemplo, a co-munidade filipina…

-Claro que a maior parte é filipina, mas há muitos filipinos em Macau de nível elevado e com situações melho-res. Grande parte dos meus colegas do escritório, arquitectos e designers, são filipinos. Portanto, pode haver portu-gueses que vivem em condições difíceis. Depende muito do acesso que tiveram, ou não, a posições mais privilegiadas e

que lhes dão desafogo económico para ultrapassar os problemas que a cidade em si não os ajuda a resolver. Essa é a questão. Não é preciso ter um ordenado muito elevado para viver bem numa ci-dade. Há outros países, por exemplo na Europa, em que se pode viver com um ordenado não muito elevado. Vivem com dificuldades, mas depois a cidade oferece todo um leque de actividades que permite melhorar o bem-estar. Ma-cau não oferece isso.

-Peca pela falta de actividades cul-turais e lazer?

-Evoluiu enormemente. Um dos de-partamentos que tem funcionado me-lhor é o Instituto Cultural. É dos nichos do Governo que tem tido uma activida-de muito meritória.

-No sentido da preservação?-E no sentido de apoiar e desenvol-

ver eventos culturais. Nada é perfeito, mas tem funcionado bem. Agora, há muita coisa por fazer.

-Incluindo no planeamento urbano? -Não há nenhum. Não há o chamado

Plano Director para a cidade e que inte-gra todas as valências de que falámos. Gosto de passear ao fim-de-semana pela zona do antigo Bazar chinês, Praia do Manduco e Cinco de Outubro. É uma zona que está descaracterizada. O tu-rismo direcciona-se todo para o Leal Senado, Ruínas de S. Paulo, onde nem se pode andar. Faço parte de algumas associações locais de arquitectos e sei de estudos feitos pela Docomomo, da qual pertenço, para a zona abaixo do Merca-do de S. Domingos, feito até com os pró-prios Kaifong. Fez-se um levantamento, tentou-se perceber como o trânsito po-dia ser redireccionado, mas ninguém pegou nisso.

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Segunda-feira, 01 de Agosto de 201604 JTM | LOCAL

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-Que tipo de problemas derivam da ausência de um Plano Director?

-Sem um Plano Director não há uma ideia de cidade, não há uma direcção e, portanto, é tudo decidido caso a caso. O Plano Director estabelece as directri-zes de crescimento da própria cidade, há zonas vocacionadas para determi-nado tipo de actividade económica, outras para actividades culturais, ou-tras são misturadas. Além disso, esta-belece critérios da própria densidade de construção, integração dos sistemas rodoviários, mas para isso é preciso trazer todos os técnicos.

-O Plano Director seria a solução para todos esses “males”?

-Pelo menos dava uma luz. E quem tivesse que trabalhar sobre o território sabia sobre o que estava a trabalhar, não ia às escuras para um projecto, ba-ter à porta das Obras Públicas ou outro departamento para ver se seria aceite, porque as normas são diferentes em vários sítios. Não está muito claro quais são as regras para o próprio in-vestimento na cidade.

-Como vê o trabalho do Secretário para os Transportes e Obras Públicas?

-Este Secretário tinha já um conhe-cimento muito profundo não só da máquina administrativa das próprias Obras Públicas como da cidade e, nes-se sentido, acho que veio trazer bas-tante organização aos próprios servi-ços. Mesmo na maneira como agilizou os processos, julgo que também houve uma evolução bastante positiva nesse sentido.

-O Governo tem sido acusado de estar a acabar com o que resta do “pulmão verde”. Construir torres de 100 metros em Coloane abre um pre-cedente perigoso?

-Houve um plano para Coloane que nunca foi levado para a frente, encomendado pelo Governo, e quem liderava a equipa, na altura, era o ar-quitecto Manuel Vicente. Que vão bus-cá-lo à gaveta, retirem o que tem de qualidade e façam um plano, porque, mais uma vez, são medidas avulso e nesse caso vão-se abrindo precedentes. É pena. [A degradação] começou pelo plano das habitações públicas na pe-dreira que, por si só, já é uma agressão.

-O que está a ser feito em Coloane revela falhas nas políticas ambien-tais?

-A cidade é muito pensada sobre a vertente económica e dominada pelos casinos. Esta vontade de fazer dinhei-ro é também muito cultural. A cidade cresceu muito rápido, as pessoas enri-queceram muito rapidamente e talvez não haja uma sedimentação do ponto de vista do crescimento da cidade que faça com que as pessoas tenham esta cultura e gosto pelo preservar. Há uma pressão económica muito forte para construir e tirar rendimento de tudo aquilo que se faz e, às vezes, também se tira muito rendimento de investi-mentos culturais, dos tais espaços ver-des porque isso vem qualificar tudo o resto.

-O impasse em torno do antigo Hotel Estoril tem feito correr muita tinta. Demolição ou preservação, qual deverá ser o caminho?

-Pertenço a uma associação de ar-quitectos cujo princípio é a defesa e promoção do património moderno de Macau. Como princípio acho que qual-quer edifício do período moderno, do século XX, que tenha valor - não há muitos - deve ser promovido e expli-cado junto do público que é um con-

junto que a geração atrás de mim deixa como legado. O património não é só o que foi construído há 200 anos, hoje em dia construímos património para deixar às próximas gerações. Quan-do os edifícios modernos têm valor, devem ser preservados, mantidos, re-cuperados, qualificados como legado de uma determinada época para as futuras. Especificamente sobre o Ho-tel Estoril e pelo que entendo, porque não estive a investigar o assunto nas bibliotecas, o que as pessoas gostam são intervenções justapostas ao que era o edifício original. Interiormente, o caixote que construíram não tem in-teresse nenhum. O que foi adicionado, e julgo que é o que as pessoas acham mais interessante, é a fachada em arcos e o mosaico. Não acho que tenham tan-to valor. Há uma outra dimensão que tem haver com a sua história, aquilo que é o património intangível, e esse poderia ser o ponto mais interessante, até do que é a grande valia do ponto de vista arquitectónico. Depois, houve um momento em que o Governo, de uma forma brilhante, se lembrou de convidar o arquitecto Siza Vieira para fazer aquele projecto.

-Mas depois retirou a proposta…-No momento em que o Governo

fez o convite dissiparam-me todas as dúvidas. Ter uma obra de Siza Vieira, em Macau, e que é Prémio Pritzker… Ele seria talvez dos poucos arquitectos no mundo mais qualificados para in-tervir numa situação destas. Siza Viei-

ra talvez tenha falado cedo demais pe-rante uma posição em que não atribuiu qualidade à fachada, tal como eu acho, dando a entender o que poderia vir a ser a sua abordagem perante aquele projecto. O que vai acontecer agora? Não há muita história e muito conhe-cimento em Macau de fazer concursos. Tem havido pouquíssimos. Já partici-pei em alguns e como não há essa prá-tica algumas vezes, não sei se propo-sitadamente ou por desconhecimento, os próprios cadernos de encargos dos concursos não são bem montados, são mal estruturados. Todo o trabalho de base para fazer o concurso não é feito de forma muito competente...

-Existe uma tendência para a adju-dicação directa.

-Há mais adjudicação directa, con-cursos por convites e não há muita prática de fazer concursos de ideias. Não há conhecimento acumulado para organizar os concursos. Há muitos arquitectos, designers, engenheiros e pessoas ligadas à área, evolui-se mui-to, mas é pena que neste tipo de situa-ções não se abra a porta a pessoas ain-da mais qualificadas. Não há nenhum arquitecto em Macau ao nível de Siza. E, portanto, tenho a triste convicção de que vamos sair a perder. Se o concurso é local e só concorrem empresas locais vamos ter de contar com a chamada “prata da casa”.

-Não há qualidade local?-Não estou a dizer que não há qua-

lidade, evoluiu-se muito, mas Siza é

um fora-de-série. E é injusto comparar a qualidade de Macau com um fora--de-série. Depois de Siza, é muito di-fícil que alguém consiga fazer ao nível de excelência que ele seguramente ia fazer.

-O projecto de requalificação en-quadra-se na zona em causa?

-Fui assistir aos debates do Institu-to Cultural sobre o Hotel Estoril, e por isso digo que tem tido uma actividade bem estruturada, e vi alguma docu-mentação que denunciava algum tipo de preocupações bastante bem apro-priadas. A questão é esta: tenho visto boas intenções, até do próprio Gover-no, mas que depois são abastardadas pela maneira como as pessoas fazem o projecto. O programa pode ser in-teressante, o edifício tem de ser feito com uma determinada altura que de-pois é cumprida, mas a seguir fazem o chamado mamarracho: a altura está lá, tem uma porta para entrar e sair, mas no fim é uma anormalidade. Te-nho grande receio que possa acontecer uma coisa desse género.

-Quais são essas anormalidades?-Nem é preciso sair do Tap Seac.

Não quero apontar nada, mas à volta do Tap Seac há construções recentes que estão mal integradas naquele con-junto da praça. Não é preciso sair mui-to dali. A própria praça e alguns edifí-cios envolventes estão mal integrados.

-O legado da arquitectura portu-guesa tem sido preservado?

-Durante a administração portu-guesa ia-se mantendo o património, não queria chamar de raiz portuguesa porque é de influência ocidental misci-genada, mas quando se deu a transição uma das coisas que se fez muito bem foi começar a olhar para o património de características chinesas e até se re-cuperou a Casa do Mandarim, de Lou Kau, a Rua da Felicidade. Há muito património - e tenho colegas que já fa-laram nisto - completamente esqueci-do e que são os pátios das casas chine-sas. Tenho imenso receio que qualquer dia comecem a desaparecer. Esse tipo de património [influência ocidental] tem sido preservado, mas tem-se de olhar para o património da cidade não edifício a edifício, mas por zonas. As características urbanas são dadas por questões de volumetria, da cor, dos sistemas construtivos, a dimensão de preservar edifícios não é só a preser-vação das fachadas. O património tem vindo a ser preservado, mas é precisar dar este passo à frente de entendê-lo por conjunto e não isolado.

-Tem sido feito boa arquitectu-ra em Macau e que ajude a manter a identidade da cidade?

-Podia ser mais interessante. Há pouco debate, até entre colegas de pro-fissão, as pessoas são pouco abertas à crítica construtiva. Isto tem a ver com os poucos concursos, não entram em competição saudável e acaba por ser uma resposta de resolver os problemas colocados pelo cliente, pelo Governo. Essa resposta pode ser mais directa da-quilo que são os anseios económicos, de exploração do espaço que o cliente nos coloca, ou poder ser mais criativa na forma como a arquitectura é dese-nhada. Não reconheço muita gente em Macau com esse espírito mais aventu-reiro de propor algo mais inovador do ponto de vista dos problemas que são colocados. Existe uma pequena escola de arquitectura, e é importante haver o ensino universitário para dinamizar o pensar sobre a cidade, mas o curso está ainda numa fase embrionária, é muito pequenino e ainda não tem lastro su-ficiente de história, debate e conheci-mento.

O património tem vindo a ser preservado, mas é precisar dar este passo à frente de entendê-lo por

conjunto e não isolado

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Segunda-feira, 01 de Agosto de 2016 JTM | LOCAL 05

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ASSOCIAÇÃO RECEBEU CERCA DE 25 MILHÕES POR TRÊS EDIÇÕES EM 2015

Abuso nos subsídios para “Semana Dinâmica”A “Semana Dinâmica”, actividade promocional de produtos de Macau apoiada pelo Governo, está envolta em polémica por alegado abuso na utilização de verbas públicas. Fonte conhecedora do processo garantiu ao JORNAL TRIBUNA DE MACAU que o presidente da Comissão Executiva da Associação de Convenções e Exposições de Macau, que tem recebido subsídios para organizar o evento, alugou “stands” a terceiros, incluindo empresas falsas, sendo que alguns espaços nem chegaram a ser ocupados. Alan Ho nega a existência de empresas falsas e frisa que os participantes são escolhidos por várias associações. Dados oficiais mostram que a associação que dirige recebeu cerca de 25 milhões de patacas para organizar três “Semanas Dinâmicas” em 2015

A existência de “stands fantasma” em exposições subsidiadas pelo Governo, mais exactamente na

“Semana Dinâmica de Macau”, foi con-firmada, em declarações aos jornalistas, pelo presidente do Instituto para a Pro-moção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM), Jackson Chang. Em-bora o Executivo não tenha adiantado pormenores sobre o suposto uso inde-vido de subsídios, uma fonte do sector ligada ao evento assegurou ao JORNAL TRIBUNA DE MACAU que o presiden-te da Comissão Executiva da Associa-ção de Convenções e Exposições de Macau, Alan Ho Hoi Meng, estará en-volvido no caso.

Segundo garantiu a fonte, como no território não há muitos expositores com produtos feitos em Macau, Alan Ho terá recrutado companhias, algu-mas “falsificadas”, para participam em feiras da Semana Dinâmica “com pro-dutos comprados no Alibaba e no Tao-bao, de péssima qualidade”. “Vendem vassouras e óculos de sol que não têm nada a ver com Macau e são de pior qualidade do que os do ‘shopping’ da fronteira”, afirmou.

Contactado pelo JORNAL TRIBU-NA DE MACAU, Alan Ho rejeitou as acusações sobre o recurso a empresas falsas. “Nós não recrutamos compa-nhias falsas”, disse Alan Ho, afirmando que as empresas participantes são esco-lhidas por várias associações.

“Há uma empresa que vende produ-tos do Taobao, mas que na realidade foi introduzida na feira por iniciativa dos Serviços de Economia pelo programa de empreendedorismo jovem”, decla-rou, indicando que as empresas esco-lhidas têm de apresentar vários docu-mentos como registos fiscal, comercial e segurança social, experiência na área das feiras. Para além disso, são ponde-rados factores como ‘Made in Macau’, sendo este critério apontado como prio-ritário para a marca entrar na Feira.

No entanto, a fonte ouvida por este jornal garante que alguns “stands”

foram “vendidos” a outras pessoas. “Cada participação custa 5.000 pata-cas e dá direito a passagem de avião e hotel”, explicou, adiantando ter assisti-do a situações em que os participantes expõem no primeiro dia e no segundo “vão passear”.

“Este problema existe desde o iní-cio. Isto é como na Feira Internacional de Macau, onde temos os pavilhões de países de língua portuguesa va-zios”, lamentou.

A Associação de Convenções e Ex-posições de Macau tem sido subsidiada pelo Fundo de Desenvolvimento Indus-trial e de Comercialização (FDIC) para organizar as “Semanas Dinâmicas”. De acordo com o Boletim Oficial, em 2015 recebeu três subsídios para eventos promovidos em Nanchang (8,1 milhões de patacas), Changsha (8,13 milhões) e Taiyuan (8,13 milhões), num total de quase 25 milhões de patacas. Além dis-

so, é subsidiada pela Fundação Macau, tendo recebido em Fevereiro 750 mil patacas para despesas do plano de ac-tividades.

Segundo Alan Ho, a comissão or-ganizadora da “Semana Dinâmica”, da qual participa, já emitiu um conjunto de quatro orientações e determinou a criação de uma “lista negra” para quem abusar dos subsídios. Deste modo, te-rão já sido incluídos nessa lista dois “stands fantasmas” e estão previstas para esta semana “reuniões com os en-volvidos e o Governo”. Essas empresas deverão ficar permanentemente excluí-das dos subsídios do Governo.

A mesma associação é também apoiada para organizar a Feira Interna-cional de Automóveis (43,9 milhões), a Feira Internacional de Importação e Ex-portação de Iates (11,9 milhões) e a Fei-ra Exposição de Jactos Executivos (17,7 milhões).

“Stands fantasma”lesam nome de Macau

A notícia de que “stands fantasma” povoavam a “Semana Dinâmica” foi avançada pela publicação “All About Macau”, a propósito da edição realiza-da em Kunming, entre 4 a 6 de Junho. Nesse certame, havia expositores a vender produtos sem qualquer ligação com Macau.

Um expositor denunciou o caso ao “All About Macau” e afirmou mesmo que o evento é uma “excursão tu-rística” paga pelo Governo, mas que prejudica o nome do território. Além disso, também asseverou que muitos expositores recebem subsídios do Go-verno e posteriormente vendem os stands a terceiros.

O IPIM foi alvo de grandes críti-cas, com o mesmo responsável a in-dicar que o organismo apenas avalia os pedidos dos expositores e não se preocupa com o que realmente acon-tece nas exposições.

A lista de sugestões agora emitida pela organização da Semana Dinâmi-ca incluiu, além da lista negra, a proi-bição de participação de terceiros e obrigatoriedade de utilização de car-tão de identificação dos expositores com foto. Por outro lado, garantiu que vai destacar fiscais diariamente com o intuito de inspeccionar expositores e produtos “para evitar casos de stands fantasma”.

De acordo com um comunicado do Gabinete de Comunicação Social, o Se-cretário para a Economia e Finanças já exigiu ao IPIM a apresentação de um relatório sobre o assunto, por for-ma a avaliar “com maior exactidão a eventual necessidade de aprimorar o mecanismo de apoios financeiros em exposições e respectivas legislações e diplomas legais”.

Lionel Leong destacou que o essen-cial é elevar a imagem de qualidade e integridade de Macau. Para além dis-so, advertiu que “os apoios financeiros têm de ser ponderados na perspectiva do bom aproveitamento do erário pú-blico”, que deve ser usado de “forma cautelosa e razoável”.

Liane Ferreira e Viviana Chan

A Feira de Produtos de Marca da Província de Guangdong e Macau

(GMBPF), que encerrou on-tem, no Venetian, tem permi-tido às duas regiões estreitar laços, considerou o Secretário

para a Economia e Finanças”. Lionel Leong realçou o

facto do número de stands de exposição ter aumentado para 357, em comparação com os 259 contabilizados em 2009. As últimas sete edições da GM-

Exposição de Franquia com nota positivaEncerraram ontem a Exposição de Franquia e a Feira de Produtos de Marca da Província de Guangdong e Macau, com balanços positivos

BPF atraíram um total acumu-lado de mais 870 mil visitantes, destacou.

“O desenvolvimento da indústria das convenções e exposições é um elemento im-portante para a diversificação moderada da estrutura econó-mica de Macau, assim como uma área privilegiada na coo-peração”, acrescentou o res-ponsável.

Pela primeira vez, a exposi-

ção incluiu um corredor espe-cial com várias lojas de Guang-dong e Macau, para além de uma zona com produtos lusó-fonos, para reforçar o papel de plataforma do território.

O certame decorreu ao mes-mo tempo e no mesmo local da Exposição de Franquias de Macau (FME), para “criar si-nergias entre os dois eventos” e aumentar o número total de visitantes.

A FME contou com mais de 180 marcas e mais de 160 expo-sitores vindos da China, países lusófonos e do Sudeste Asiá-tico, abrangendo áreas como produtos alimentares, retalho, educação, lazer, finanças, imo-biliário, acessórios e consulto-ria entre outras. Foi a primeira vez que Moçambique e Timor--Leste participaram. Só no pri-meiro dia foram ainda assina-dos 18 acordos e contratos.

Denunciados “stands fantasma” em “Semanas Dinâmicas”

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Segunda-feira, 01 de Agosto de 201606 JTM | LOCAL

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A Associação de Empregados das Empresas de Jogo, da Federação das Associações dos Operá-rios de Macau (FAOM), voltou a chamar a atenção

para os casos de agressão contra os “croupiers”, lembran-do um caso recente de uma funcionária vítima desse tipo de comportamento.

Wong Chi Hong, director dos Serviços para os Assun-tos Laborais (DSAL), sublinhou que, quando ocorrem agressões a trabalhadores do sector do jogo, as operado-ras de casinos têm a responsabilidade de alertar a polícia, ao invés de tratarem os casos meramente a nível interno.

O mesmo responsável revelou que a DSAL está a acompanhar um caso de agressão a um trabalhador de ca-sino, mas não explicou se estava em causa uma denúncia.

A Associação de Empregados das Empresas de Jogo realizou uma conferência de imprensa que contou com a presença da vítima. Na ocasião, o secretário-geral da associação, Choi Kam Fu, reiterou que recentemente a associação tem recebido mais queixas relacionadas com episódios de violência contra trabalhadores de casinos.

“Pelo menos seis casos foram apresentados à associa-

ção nos últimos três meses”, disse o responsável. Nesse sentido, Choi Kam Fu sugere ao Governo a cria-

ção de uma lista negra para que jogadores com registo de agressão contra os trabalhadores de casino sejam proibi-dos de entrar nesses estabelecimentos.

Já a presidente da Associação dos Croupiers de Jogo de Macau, Ip Sai, criticou as concessionárias de jogo, apontando que também são culpadas. “Normalmente, as empresas de jogo tratam estes casos em segredo, não asse-gurando em pleno o direito dos trabalhadores”, afirmou.

Segundo a publicação “All ABout Macau”, a depu-tada Ella Lei afirmou que assegurar o direito básico dos trabalhadores é uma responsabilidade dos empregado-res. Salientando que as empresas de jogo queixam-se da falta de mão-de-obra, criticou as operadoras por não conseguirem assegurar um ambiente de trabalho agra-dável às pessoas.

O caso que está no centro da polémica ocorreu num casino situado no NAPE, onde uma “croupier” foi esbo-feteada durante o trabalho por um jogador que perdeu dinheiro numa mesa. Neste caso, o casino tratou o inci-dente como um acidente laboral e enviou a funcionária ao hospital sem acompanhamento, segundo indicou a Asso-ciação de Empregados das Empresas de Jogo.

A Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais lembrou as operadoras de jogo que devem alertar a polícia para casos de agressão contra funcionários do sector, não devendo esconder essas situações. A FAOM advertiu que já recebeu seis denúncias de trabalhadores em três meses e pretende que os agressores sejam proibidos de voltar a entrar em casinos

ASSOCIAÇÕES SUGEREM PROIBIÇÃO DE ENTRADA DE ATACANTES NOS CASINOS

DSAL não quer agressões a croupiers resolvidas às escondidas

Faleceu pai de polícias esfaqueado por vizinhoUm residente, de 51 anos, foi detido por sus-peitas de ter esfaqueado um vizinho de 59 anos, que viria a falecer, e o filho deste, de 23, que teve de ser submetido a uma cirur-gia. O ataque só terminou com a interven-ção do filho mais velho da vítima mortal, um agente do Corpo de Polícia de Seguran-ça Pública (CPSP) - tal como o irmão mais novo. De acordo com o CPSP, na origem do conflito esteve um quezília entre os dois vi-zinhos, num edifício no Fai Chi Kei.

Detido jovem suspeitode atentado ao pudorUm trabalhador não-residente, com cerca de 20 anos, foi detido após ter alegadamen-te apalpado uma mulher durante a madru-gada, antes de exibir os órgãos sexuais e fugido. O caso terá ocorrido no Fai Chi Kei, sendo que uma testemunha perseguiu o suspeito e ajudou a polícia na detenção. O suspeito, que foi interceptado na Ilha Verde, negou ter praticado o acto e garantiu que apenas estava a correr.

Terminal Marítimo vai ternovas rampas de embarque No primeiro trimestre de 2017, a DSSOPT lançou um concurso para substituir as seis rampas de embarque de passageiros do Ter-minal Marítimo do Porto Exterior, tendo em conta a deterioração das actuais devido ao uso contínuo. O prazo máximo de execução é de 360 dias úteis, sendo a obra feita gra-dualmente para não condicionar o movi-mento no terminal.

GAES organiza seminários de planeamento de carreiraO Gabinete de Apoio ao Ensino Superior vai organizar seis seminários de planeamento de carreira para ajudar os estudantes do en-sino superior a prepararem-se para entrar no mercado de trabalho. Serão abordados temas como empreendedorismo, activida-des culturais e criativas e operações comer-ciais. O primeiro seminário será no dia 19 de Agosto pelas 18:00 no Centro dos Estudan-tes do Ensino Superior.

Transacções suspeitassubiram 23% até JunhoAs autoridades de Macau registaram no pri-meiro semestre do ano 1.118 participações de transacções suspeitas de branqueamento de capitais e/ou financiamento de terroris-mo, uma subida de 22,85% face ao período homólogo de 2015, indicam dados avança-dos à Rádio Macau pelo Gabinete de Infor-mação Financeira (GIF). O sector do jogo continua a ser responsável pela maioria das transacções suspeitas: 708, ou 69,8% do to-tal. Segundo o GIF, até Junho foram encami-nhados 135 casos para o Ministério Público.

Registadas seis fugas de sulfureto de hidrogénioEntre Janeiro e Junho, o Corpo de Bombei-ros recebeu seis pedidos de assistência re-lativos a fugas de gás de sulfeto de hidro-génio, afectando 13 pessoas, das quais sete tiveram de ser hospitalizadas. A maioria dos casos derivou da utilização inadequada de líquidos para desentupir a canalização, indicaram os Bombeiros, apelando aos re-sidentes para despejarem periodicamente água nas bocas de esgotos, uma vez que a inalação de alta concentração de sulfureto de hidrogénio pode causar risco de vida.

• • • BREVES

Viviana Chan

Aeroporto realizou simulacro de bombaNa sexta-feira, foi realizado um simulacro de ameaça de bomba no Aeroporto Internacional de Macau, contando com 150 participantes. O exercício teve por base um telefonema anónimo para uma companhia aérea por parte de um gru-po que alegava ter implantado bombas no aeroporto. O exercício incluiu a detonação de uma mala suspeita e correu bem, segundo a Autoridade de Aviação Civil, que anunciou ainda a realização de um simulacro geral e no heliporto, na segunda metade do ano.

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Segunda-feira, 01 de Agosto de 2016 JTM | LOCAL 07

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Lionel Leong não arrisca previsões para o segundo semestre

Considerando que “vários factores internos e externos” influenciam as receitas do jogo, o Secretário para a Eco-nomia e Finanças assumiu ser “difícil estimar os valores totais para o segundo semestre”. No entanto, Lionel Leong salientou que “o número actual de turistas e a situação do mercado estão a desenvolver-se de uma forma positiva” e a economia local continua assente numa “base sólida”.

Sérgio Terra

AUTOMÓVEIS E TELEMÓVEIS RECUARAM PARA METADE

Importações caíram um quintoFortes quebras nos telemóveis, relógios de pulso, automóveis e motociclos contribuíram para uma descida superior a um quinto no valor das mercadorias importadas por Macau no primeiro semestre. Já as exportações diminuíram 6,5%

Entre Janeiro e Junho, o comér-cio externo da RAEM desceu 19,4% em termos anuais, com

as exportações a recuarem 6,5% para 5,11 mil milhões de patacas e as im-portações a caírem 21,1% para 33,61 mil milhões. A reexportação (4,27 mil milhões) e a exportação doméstica (836 milhões) desceram 5,7% e 10,4%, respectivamente, indicam dados da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), que colocam o défice da balança comercial em 28,50 mil mi-

lhões de patacas.No período em análise, de uma

forma geral, as importações de bens de consumo caíram 16,9% para 20,85 mil milhões de patacas, com os ali-mentos e bebidas a representarem 5,57 mil milhões (menos 7,1%). As quebras mais expressivas envolveram os automóveis de passageiros e moto-ciclos (menos 56,7%), telemóveis (me-nos 47,6%), relógios de pulso (menos 41,6%), materiais de construção (me-nos 32,3%) e joalharia em ouro (me-

nos 23,8%).Segundo as estatísticas oficiais,

as mercadorias importadas da Chi-na Continental (12,38 mil milhões) e União Europeia (7,99 mil milhões) di-minuíram 21,6% e 17,8% no primeiro semestre, respectivamente.

Por outro lado, o valor exportado para a China Continental subiu 4,1% para 890 milhões de patacas, mas di-minuiu 11,1% para três mil milhões no que respeita às mercadorias com destino a Hong Kong. As exportações

para a União Europeia (92 milhões) e Estados Unidos (75 milhões) também desceram 29,4% e 22,7%, respectiva-mente.

No cômputo geral, as exportações de produtos não têxteis (4,75 mil mi-lhões) e têxteis e vestuário (354 mi-lhões) decresceram 6,5% e 6,4%, em termos anuais.

Só no mês de Junho de 2016, as ex-portações atingiram 821 milhões de patacas (menos 11,5%) e as importa-ções 5,71 mil milhões (menos 14,6%).

GOVERNO NÃO ABDICA DO AUMENTO ANUAL DE 3% PARA A OFERTA

Wynn só espera 100 mesas para o COTAIEmbora reitere que vai cumprir rigorosamente o “tecto” de 3% para o aumento médio anual do número de mesas, o Governo garante que ainda está a avaliar os pedidos apresentados para o Wynn Palace e Parisian. A Wynn Macau já admitiu, no entanto, que espera “luz verde” para cerca de 100 novas mesas, um número inferior ao concedido para o Studio City e a segunda fase do Galaxy. Ainda assim, Steve Wynn parece satisfeito e encantado com o projecto que está prestes a abrir portas no COTAI

O grupo Wynn Resorts acredita que vai receber “uma dotação de cerca de 100 mesas de jogo” para o casino que irá inaugurar no próximo

dia 22 de Agosto no COTAI, a que se somará uma atri-buição adicional após a abertura. “Embora ainda não tenhamos recebido a notificação formal da nossa aloca-ção de mesas de jogo, se tivermos uma dotação de 100 novas mesas esperamos movimentar cerca de 250 do Wynn Macau para o Wynn Palace”, adiantou a opera-dora, num comunicado em que anunciou os resultados financeiros do segundo trimestre deste ano.

Caso essas estimativas se confirmem, a empresa passará a contar com cerca de 350 mesas no casino do COTAI e 270 na península.

Os números apontados pela Wynn ficam aquém das mesas atribuídas ao Studio City e para a segunda fase do Galaxy Macau. A Melco Crown pediu 400 para a abertura do Studio City, a 27 de Outubro de 2015, mas o Executivo só autorizou 200, embora dando a possi-bilidade da operadora acrescentar 50 em Janeiro deste ano. Similar foi o processo da Galaxy, que após ter soli-citado 400 mesas, apenas pôde lançar a fase de expan-são com 150, antes de acrescentar 100 em duas etapas de distribuição, no final de 2015 e início de 2016.

Na sexta-feira, o Secretário para a Economia e Finan-ças assegurou que continua a ser avaliado o número de mesas para os novos projectos no COTAI (Wynn Pala-ce e Wynn Palace) e, sem avançar números, sublinhou que “será cumprida rigorosamente” a política vigente desde o início de 2013, ou seja o aumento da oferta dos casinos não poderá exceder uma média anual de 3% até 2023. “Os serviços competentes encontram-se ainda a ponderar e analisar integralmente os pedidos, e essa informação será divulgada em tempo oportuno”, refe-re uma nota oficial, citando Lionel Leong.

Apesar da questão das mesas ser particularmente sensível, tendo chegado mesmo a motivar duras críti-cas de Steve Wynn ao Governo, o magnata assegurou agora que o Wynn Palace está pronto a funcionar de forma “eficiente e rentável” com apenas 100 novas me-

sas. “Estabelecemos há muito tempo vários cenários para operar entre 100 e 280 mesas”, disse o presiden-te da Wynn Resorts, na habitual conferência telefóni-ca com analistas, confirmando ainda que o casino terá salas VIP.

De resto, Wynn preferiu dedicar grande parte da conferência telefónica à diversidade e qualidade da oferta do novo resort, cujo investimento total ascende a cerca de 4,2 mil milhões de dólares americanos, dos quais 3,87 mil milhões já tinham sido aplicados até ao final de Junho. “É a atracção mais diversificada que já construímos e digo-o inequivocamente, porque demo-rou seis anos a projectar e construir”, afirmou a pro-pósito de um empreendimento que inclui um lago de grandes dimensões e um pequeno sistema de teleférico.

Receitas voltama crescerapós sete trimestres em baixa

No segundo trimestre deste ano, as receitas líqui-das da Wynn Macau ascenderam a 639,3 milhões de dólares americanos, traduzindo um acréscimo de 3,6%

face ao mesmo período de 2015 e quebrando um ciclo de sete trimestres em declínio. Os resultados em Ma-cau também compensaram a descida de 1,1% para 419 milhões nas receitas geradas pelo grupo em Las Vegas.

Só as receitas derivadas do jogo subiram 5,2% para 609,8 milhões de dólares, em grande parte devido ao factor sorte no segmento VIP, uma vez que a operado-ra arrecadou 3,98% do volume apostado, superando largamente o intervalo esperado (entre 2,7 e 3,0%) e a percentagem registada no período homólogo do ano transacto (2,92%). No entanto, a média de mesas VIP no casino Wynn Macau desceu de 247 para 183 no in-tervalo de um ano.

De acordo com os dados divulgados pelo grupo Wynn Resorts, o EBITDA ajustado (resultados antes de impostos, juros, depreciações e amortizações) das operações em Macau cifrou-se em 190,4 milhões de dó-lares, mais 9,8% do que no segundo trimestre do ano transacto.

“Estamos satisfeitos com [o mercado de] Macau”, assegurou Steve Wynn no diálogo com os analistas.

Por outro lado, as receitas dos quartos do hotel caí-ram 5,8% para 29,3 milhões de dólares, na linha da taxa de ocupação que baixou 96,4% no segundo trimestre de 2015 para 91,5% no período homólogo deste ano.

Em termos globais, incluindo as operações em Las Vegas, a Wynn Resorts obteve lucros líquidos de 70,4 milhões de dólares entre Abril e Junho, contra os 56,5 milhões apurados um ano antes. Já as receitas líquidas atingiram 1,06 mil milhões e o EBITDA ajustado 312,7 milhões.

Construção do Wynn Palace entrou na fase de acabamentos

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Segunda-feira, 01 de Agosto de 201608 JTM | LOCAL

Conselho Executivo “aprova” proposta de Lei EleitoralUm dia após a apresentação dos resulta-dos da consulta sobre a revisão do Regime Eleitoral da Assembleia Legislativa (AL), o Conselho Executivo (CE) deu “luz verde” ao documento. Segundo a Rádio Macau, o porta-voz do órgão, Leong Heng Teng, não indicou uma data para a entrega do diploma à AL. O CE apreciou também o “Regulamen-to Técnico dos Postos de Redução a Instalar nos Gasodutos de Transporte e nas Redes de Distribuição de Gases Combustíveis”.

Custo de armazém da DSFvaria entre 2,7 e 5,3 milhõesA DSSOPT recebeu 18 propostas, três das quais foram excluídas e duas condicional-mente admitidas, para a construção de um armazém para a Direcção dos Serviços de Finanças na Ilha Verde. Os preços propostos variam entre 2,68 e 5,33 milhões de patacas para uma obra que deve ser executada em cerca de 180 dias úteis. A DSSOPT prevê que a empreitada comece este ano e crie 30 pos-tos de trabalho. O novo armazém será cons-truído num terreno entre a Estrada Marginal da Ilha Verde e a Rua das Camélias.

Previdência não obrigatóriagera mais questões na ALOs deputados da Assembleia Legislativa (AL) manifestaram dúvidas sobre o levan-tamento dos descontos feitos no regime de previdência central não obrigatório, no-meadamente sobre as excepções previstas. “De um modo geral, o que se verifica, neste momento, é que a maioria dos trabalhado-res aposenta-se aos 60 anos. Não podemos proibir as pessoas de voltar a trabalhar, de-pois de levantar as verbas ou depois de ter o direito de obter a pensão”, referiu Kwan Tsui Hang, presidente da 1ª Comissão da AL, citada pela Rádio Macau. O Governo propôs a inclusão de um novo requisito que prevê que apenas após “deixar de exercer actividade profissional não remunerada durante seis meses, um beneficiário possa pedir o levantamento da verba”.

• • • BREVES

O Governo deveria permitir obras depois das 20:00 des-de que não produzam ruído

elevado, como acontece com a pavi-mentação de estradas com asfalto, defendeu o director do conselho fiscal da Associação de Engenharia Geotéc-nica de Macau. Para Lee Hay Ip, esta seria uma forma de acelerar as obras nas vias públicas, podendo encurtar o período das intervenções em 20 ou 30%, minimizando, por consequência, o impacto sentido no trânsito.

De acordo com o jornal “Ou Mun”, o mesmo responsável recordou que actualmente há 99 obras em curso nas vias da RAEM e que não devem ter-minar antes do início do ano lectivo. Assim, apontou três medidas que po-

deriam ajudar a resolver o problema: seria executar menos obras ao mesmo tempo, reduzir o número de veículos em circulação e acelerar os trabalhos de construção. “Visto que as duas primeiras medidas não são possíveis, acho que a solução é mesmo acelerar as obras”, destacou.

Lee Hay Ip teceu algumas críticas à Lei de Prevenção e Controlo do Ruí-do Ambiental, afirmando que não há local no mundo em que não seja pos-sível colocar asfalto nas estradas du-rante a noite e defendendo que a le-gislação prejudica o interesse público.

Já o vice-presidente da associação Choi In Tong Sam, que faz parte da Federação das Associações de Ope-rários de Macau, criticou a atitude do

sector da construção, frisando que de-vem ser aproveitadas as 12 horas por dia para acelerar as obras. Ao mesmo tempo, salientou Lam U Tou, Macau sempre teve uma lei que proibia obras durante a noite pelo que os constru-tores estão “a desorientar as pessoas” e devem arranjar formas alternativas de acelerar as obras.

De recordar que na semana pas-sada, a Associação de Construtores Civis e Empresas de Fomento Predial de Macau, Tommy Lau, queixou-se de diversos diplomas que, no seu en-tender, estão a provocar um impacto negativo no sector, incluindo a Lei de Prevenção e Controlo do Ruído Am-biental.

I.A./V.C.

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ASSOCIAÇÃO DA FAOM CRITICA INSISTÊNCIA DO SECTOR

Construtores voltam a defender obras à noiteO director do conselho fiscal de uma associação ligada ao sector da construção exortou o Governo a permitir obras que emitam pouco ruído, durante a noite. A intenção foi contestada pela Choi In Tong Sam, associada à FAOM, que acusou os construtores de “desorientar” a população

1ª Vez “JTM” - 1 de Agosto de 2016

Execução Ordinária nº CV2-16-0130-CEO 2° Juízo Cível

TRIBUNAL JUDICIAL DE BASE JUÍZO CÍVEL

ANÚNCIO

O Juiz,Jerónimo Santos

A Escrivã Judicial Adjunta,Lai Wai Sun

1ª Vez “JTM” - 1 de Agosto de 2016

Proc. Execução Ordinária nº CV3-15-0075-CEO 3° Juízo Cível

TRIBUNAL JUDICIAL DE BASE JUÍZO CÍVEL

ANÚNCIO

O Juiz,Chan Chi Weng

O Escrivão Judicial Principal,Aníbal Gonçalves

1ª Vez “JTM” - 1 de Agosto de 2016

Interdição nº CV3-16-0080-CPE 3° Juízo Cível

Requerente: O MINISTÉRIO PÚBLICO. Requerido: MAK KIM FONG, do sexo masculino, residente na Rua do Almirante Costa Cabral, Edf. Iao Fai, 3º andar I, Macau.

FAZ SABER, que no Juízo Cível e Tribunal acima referidos, foi distribuida uma acção contra MAK KIM FONG, do sexo masculino, residente na Rua do Almirante Costa Cabral, Edf. Iao Fai, 3º andar I, Macau, supra identificado, para o efeito de ser decretada a sua interdição por anomalia psíquica.

Aos 22 de Julho de 2016.

O Juiz de Direito,Carlos Armando Carvalho

A Escrivã Judicial Especialista,Lam U

TRIBUNAL JUDICIAL DE BASE JUÍZO CÍVEL

ANÚNCIO

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Segunda-feira, 01 de Agosto de 2016 JTM | LOCAL 09

Actualmente Macau tem 10 lares e cerca de 700 vagas para pessoas com deficiência, no entanto, Celeste Vong, presidente do Instituto de Acção

Social (IAS), revelou que serão disponibilizadas mais 300 vagas com a abertura de dois novos lares de reabilitação.

Um deles irá abrir este ano no Fai Chi Kei e o segun-do no próximo ano em Seac Pai Van, aumentando para mais de 900 as vagas em instituições de cuidados para deficientes.

Segundo declarações da responsável ao jornal “Ou Mun”, o IAS financia 31 centros de reabilitação e tem in-vestido activamente na melhoria das condições de am-biente e qualidade de serviço dessas instituições.

A responsável falava à margem da inauguração da “Casa Luz da Estrela”, em Seac Pai Van, depois de dois anos em fase experimental. Este centro é fruto da coope-ração entre a Associação dos Familiares Encarregados dos Deficientes Mentais de Macau e o IAS, facto que Celeste Vong considerou como um marco importante na relação de ambas as instituições.

A nova unidade disponibiliza serviços a 15 pessoas com diferentes níveis de deficiência, mas tem capacida-de para 45, mantendo um ambiente mais íntimo e de alta qualidade para mais facilmente se integrarem na socieda-de. Pessoas com mais de 16 podem entrar na unidade de reabilitação.

Com fracções que se assemelham a casas com quarto e sala para que os seus habitantes tenham mais espaço para se desenvolverem e serem independentes, a casa tem

Até 2017, serão concluídos mais dois lares de reabilitação que irão disponibilizar mais de 300 vagas para pessoas com deficiência. Entre os 10 lares existentes conta-se a “Casa Luz da Estrela” em Seac Pai Van que disponibiliza 45 lugares num ambiente independente de modo a facilitar a integração na comunidade

INAUGURADO CENTRO EM SEAC PAI VAN

Previstas 300 vagas para reabilitação USJ e CPLP exploramáreas de cooperaçãoNa perspectiva de estreitar o relacionamento entre ambas as instituições, uma delegação da Universidade de São José (USJ), chefiada pelo reitor Peter Stilwell, visitou na quarta--feira a sede da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), onde foi recebi-da pela directora-geral, Georgina Benrós de Mello. Segundo o secretariado executivo da organização anfitriã, entre outras potenciais áreas de cooperação, foram identificadas fu-turas sinergias relacionadas com a Biblioteca e Centro de Documentação e no âmbito do portal do Ensino Superior, Ciência e Tecno-logia da CPLP.

Zona do COTAI vai ter novos arruamentosA DSSOPT lançou um concurso público para a construção de arruamentos e redes de drenagem junto da Estrada Flor de Ló-tus, no COTAI, prevendo-se que a emprei-tada arranque no primeiro trimestre de 2017 e fique pronta no prazo máximo de 780 dias úteis. A área do projecto abarca 58 mil m2, destinando-se cerca de 4.300m2 a zonas verdes, 20.000m2 a passeios e 33.700m2 a fai-xas de rodagem.

Lançada carreira rápida para as Portas do CercoEntra hoje em operação a carreira rápida de autocarros AP1X, que complementará a AP1. Segundo a Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT), a nova carreira apenas faz escala nalgumas paragens principais e terminal de corres-pondência, por forma a assegurar a deslo-cação rápida de passageiros entre as ilhas e as Portas do Cerco e, simultaneamente, libertar espaço na AP1.

Hospital Kiang Wu testou resposta a incêndioCerca de 90 pessoas participaram sexta-feira num simulacro de incêndio com evacuação nas instalações do Hospital Kiang Wu, com o intuito de reforçar a capacidade de resposta de emergência e a coordenação e comunica-ção entre os Bombeiros e a unidade hospi-talar. “Os objectivos e resultados previstos foram alcançados”, indicaram os Bombeiros, que mobilizaram seis viaturas de emergên-cia e 26 elementos para o simulacro.

Avaria reduz iluminação debaixo da Ponte da AmizadeO funcionamento da iluminação decora-tiva sob o tabuleiro da Ponte da Amizade vai ser provisória e parcialmente suspenso em breve, por forma a proceder à remoção e substituição do respectivo transformador. Na semana passada, foram detectadas ava-rias no transformador, afectando cerca de 20 iluminações sob o tabuleiro junto do acesso à Taipa. Segundo a DSSOPT, os trabalhos de reparação não influenciará o normal funcio-namento da iluminação principal sobre o ta-buleiro da ponte, nem o trânsito rodoviário ou marítimo.

Pingos de ar condicionadooriginam mais 102 multasO IACM revelou que fez até Julho 692 noti-ficações relativas à queda de pingos e fugas em equipamentos de ar condicionado. Como os proprietários não concertaram os equipa-mentos, foram emitidas 102 multas, menos seis do que no período homólogo de 2015. O valor unitário das multas atinge 600 patacas.

• • • BREVES

Entre 18 e 31 de Julho, represen-tantes dos países lusófonos es-tiveram na RAEM, em Zhuhai,

Hengqin e Cantão para debater o desenvolvimento e a cooperação no âmbito da Medicina Tradicional Chi-nesa. O colóquio sobre cooperação no domínio da Medicina Tradicional do Centro de Formação do Fórum Ma-cau reuniu 25 técnicos e autoridades de países como o Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e Timor-Leste.

O evento tinha como objectivo “dis-

ponibilizar uma plataforma aos par-ticipantes dos diferentes países para aprendizagem e intercâmbio”. Duran-te a estadia no território os participan-tes integraram palestras temáticas.

A realização do colóquio visou também “melhorar o conhecimento dos países de língua portuguesa sobre o desenvolvimento da cooperação no âmbito da medicina tradicional”, além de reforçar o papel da RAEM como plataforma entre a China e os países lusófonos, com o intuito de “explorar oportunidades de cooperação” nesta

vertente. Um fórum sobre os caminhos do

desenvolvimento da medicina tradi-cional chinesa na nova “conjuntura política” e da expansão de negócios internacionais atraiu mais de 100 par-ticipantes.

Por outro lado, duas delegações da Administração Estatal de Medicina Tradicional Chinesa e da Administra-ção Estatal de Alimentos e Medica-mentos visitaram os Serviços de Saúde de Macau para debater o reforço da cooperação em ambas as áreas.

Terminou ontem um evento subordinado à medicina tradicional chinesa com a participação de representantes dos países de língua portuguesa. Vinte e cinco técnicos e autoridades dos países lusófonos assistiram a várias palestras temáticas e visitaram Zhuhai, Hengqin e Cantão

EVENTO CONTOU COM 25 TÉCNICOS DE PAÍSES LUSÓFONOS

Lusofonia debateu medicina chinesa

ainda serviços de desenvolvimento de capacidades de in-teracção social, artes criativas e planeamento de carreira para que desenvolvam o seu potencial escondido.

De acordo com Celeste Vong, este é o 13º espaço de serviços comunitários a abrir em Seac Pai Van, onde diz estar a ser oferecida uma vasta gama de serviços. Para além disso, o sistema de transportes no local sofreu gran-des melhorias para ajudar os residentes do bairro e tam-bém da Casa Luz da Estrela.

DSAT aperta controlo de velocidade na Ponte de Sai Van e Jardins do OceanoA Direcção dos Serviço para os Assuntos de Tráfego (DSAT) vai colocar hoje em funcionamento 16 conjuntos de sistema de detec-ção de excesso de velocidade na Ponte de Sai Van e na Avenida dos Jardins do Oceano na Taipa, para combater as infracções e garantir a segurança dos utentes da via pública. Com este novo sistema, passará a haver seis pontos de detecção na Ponte de Sai Van com 108 lentes de câmara no total. No caso da Avenida dos Jardins do Oceano, o sistema foi instalado junto da entrada da Ponte Nobre de Carvalho. Segundo a DSAT, o sistema detecta o excesso de velocidade principalmente com radares, grava as ir-regularidades com câmaras panorâmicas equipadas com flash e luz de enchimento e transfere os dados das infracções para o servidor. A polícia usará as imagens obtidas para emitir acusações de infracção aos proprietários dos veículos. Os veículos em circulação na Ponte de Sai Van devem respeitar velocidades máximas de 80 Km/h no tabuleiro supe-rior e 40 Km/h no inferior e nos viadutos de acesso. As infracções são punidas com multas de 2.000 a 10.000 patacas, podendo a reincidência levar ao dobro da multa ou suspensão da licença.

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Segunda-feira, 01 de Agosto de 201610 JTM | LOCAL

Ontem foi o último dia da Pin-to Música, um recan-to onde ainda eram ven-

didos CD’s e organizados concer-tos. O fim foi marcado por uma nota feliz. Anson Ng mostrou-se surpreendido com as reacções de várias pessoas, desde que o en-cerramento do espaço foi anun-ciado nas redes sociais.

“Não tinha ideia que o fecho ia ser algo assim tão especial, porque, por norma, não recebe-mos tantas reacções como agora que o anunciámos”, frisou Anson Ng em declarações ao JORNAL TRIBUNA DE MACAU.

Cibernautas ou até amigos do proprietário partilharam a notícia e, desde então, imensas pessoas comentaram o fecho do espaço, e não apenas residentes. “Até al-guns turistas que, se calhar, só cá vieram uma vez quando visita-ram Macau, disseram ter pena”, explicou o proprietário.

Por isso, perante o encerra-mento do lugar procurado sobre-tudo pelos fãs de CD’s, em vez de se sentir triste, Anson Ng diz-se “grato”, já que a ideia de abrir um espaço deste género partiu apenas de um gosto. “Não deli-neei logo uma grande estratégia para o espaço, por isso, os visi-tantes também contribuíram para a forma como o explorei”, disse.

Para agradecer o apoio dos clientes, o proprietário decidiu organizar um festival de despe-dida. “Isso foi também uma sur-presa porque, além de algumas bandas que se voluntariaram para tocar, houve cantores que escolheram este festival para apresentar os seus trabalhos pela

Viviana Chan

ESPAÇO FECHOU ONTEM MAS LIVRARIA VAI CONTINUAR NOUTRO LOCAL

Pin-to Música com um “final feliz”A Pin-to Música fechou ontem as suas portas e a Livraria seguir-lhe-á os passos em Outubro, no entanto, Anson Ng, dono das duas lojas, garante que este não será o final da marca, já que a livraria vai mudar-se para outro local na cidade. Em declarações ao JORNAL TRIBUNA DE MACAU, o responsável não se mostrou desiludido com o encerramento do espaço onde trabalha há 10 anos, mas antes agradecido pela receptividade do público

“Má distribuição de recursos” nas indústrias Criativas

Apesar de reconhecer que o Governo tem apoiado a área das indústrias criativas, Anson Ng acredita que têm exis-tido alguns maus investimentos, pelo facto do Executivo não ter definido “prioridades”. A Pin-to não entra na dis-cussão já que, como explicou o proprietário, não recebe quaisquer subsídios do Executivo. Para Anson Ng, deve ser dada prioridade à vertente do ensino pois os artistas são “essenciais para o sector”. Nesse sentido, acredita que há muitas áreas em que o Governo pode melhorar as suas políticas.

primeira vez”, explicou. “Muitas pessoas chegaram

a perguntar-me para onde vou transferir a loja, mas não tenho planos para isso”, disse o res-

ponsável, referindo que há 10 anos que a Pin-to Música ocu-pava aquele lugar no Largo do Senado. “É tempo de fazer uma pausa”, afirmou, dizendo já ter

concretizado o seu “sonho” e re-cordando que as gerações mais novas já não têm o hábito de comprar CD’s, consumindo mú-sica apenas através da internet.

“Apenas pessoas com idade superiores aos 30 anos têm há-bito de comprar CD’s como na altura em que eles eram mais populares”, disse.

O mesmo responsável recor-dou que, embora as vendas te-nham melhorado nos últimos três anos, a loja enfrentou sempre dificuldades. “Já contribui como posso para sustentar o seu desen-

volvimento”, frisou Anson Ng.

À procura de novo espaço para a Livraria

Não só a Pin-to Música está de saída do Largo do Senado. Até Novembro, a livraria vai seguir-lhe os passos. A Pin-to Livros abriu naquele espaço, em 2003, três anos antes da loja de CD’s. Os dois espaços pertencem ao mesmo proprietário. Como os contratos de arrendamento não foram prolongados, as lojas te-rão de fechar portas.

No entanto, Anson Ng ga-

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Segunda-feira, 01 de Agosto de 2016 JTM | LOCAL 11

ESPAÇO FECHOU ONTEM MAS LIVRARIA VAI CONTINUAR NOUTRO LOCAL

Pin-to Música com um “final feliz”

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Macau e a Língua Portugue-sa na China serviram de tema a uma conferência

na Universidade de Heidelberg, na Alemanha, inserida no colóquio anual “Aspectos da Lusofonia”, lan-çado em 2011 pelo Departamento de Português, no Instituto de Tradução e Interpretação daquela instituição de ensino superior, em parceria com o Instituto Camões.

Segundo o Instituto Camões, o evento junta anualmente especialistas de diferentes países lusófonos com o propósito de focar e discutir vários aspectos da lusofonia, incluindo os cenários em que a língua portuguesa desempenha um papel de relevo.

Este ano estiveram presentes do-centes que ensinam e investigam o português na China e em Macau, como Maria José Grosso, da Univer-sidade de Macau, que proferiu uma comunicação sobre o português na paisagem linguística de Macau, e Maria Poço Lopes do Instituto Po-litécnico de Macau (IPM) que falou sobre os factos e desafios do ensino da língua de Camões na China.

O colóquio, que atraiu mais de 50 participantes, “evidenciou claramen-te a situação dinâmica da língua por-tuguesa na China, o país onde mais se aprende português hoje em dia”.

De acordo com uma nota do Ca-mões Portugal e da Universidade de Heidelberg, o número de universida-des chinesas a ensinar português tem vindo a aumentar significativamente “devido a uma procura crescente da parte de jovens chineses e à impor-tância das relações comerciais que a China tem vindo a desenvolver com o Brasil e Angola”.

Neste contexto, “Macau desem-penha um papel especial e funciona como centro ou plataforma para o ensino do português na China e na Ásia em geral”. Foi precisamente este cenário que o Departamento de Português da Universidade de Hei-delberg pretendeu transmitir através do último colóquio.

Na sessão estiveram ainda pre-sentes Maria Gaspar, antropóloga e investigadora integrada no Instituto do Oriente da Universidade de Lis-boa que apresentou a comunidade macaense e a sua “reinvenção cultu-ral” depois da transferência de sobe-rania para a China, e Roderich Ptak, investigador da história da cultura de Macau na Universidade de Mu-nique. O colóquio contou também com Jannika Otte, cuja tese de mes-trado teve como tema a Identidade de Macau, e Dorothea Slevogt que dedicou a sua intervenção à didáti-

ca do ensino do chinês.A ideia de focar Macau foi lan-

çada em 2014 por Rosa Rodrigues, docente do Instituto Camões em Heidelberg, que diz ter sido “difícil convencer os decisores do Instituto da pertinência do tema apresenta-do”. Inicialmente, explicou a profes-sora, “acharam-no exótico demais e pouco relevante para os Estudos de Tradução e Interpretação”. Porém, a hesitação inicial acabou por se dis-solver e, no fim, “todos perceberam que Macau e a China são, de facto, um espaço significativo para a lín-gua portuguesa”.

A conferência, financiada pela Universidade de Heidelberg e pelo Instituto Camões, teve também apoio do IPM, da Fundação Orien-te de Lisboa e da Fundação Robert E. Schmidt, que tem como missão promover actividades relacionadas com as línguas românicas.

O evento ainda foi apoiado pelo Instituto Confúcio, que deu aos participantes a possibilidade de in-tegrar um curso de língua chinesa, oportunidade que muitos aprovei-taram, experienciando, assim, as di-ficuldades de aprender um idioma “completamente diferente”, senti-das pelas pessoas de origem chinesa que optam por aprender português.

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Macau e Lusofonia debatidos em universidade alemãA Universidade de Heidelberg, na Alemanha, organizou uma conferência sobre Macau e a língua portuguesa na China. No evento estiveram professoras que ensinam e investigam o português, como é o caso de Maria José Grosso, da Universidade de Macau e Maria Poço Lopes do Instituto Politécnico de Macau

“Tabus” em exposição na “Art For All”A “Art For All” (AFA) inaugura hoje, pelas 18:30, a primeira exposição individual de Kay Zhang, jovem artista que actual-mente está a frequentar um programa de mestrado na Academia Central de Belas Artes, em Pequim. De acordo com a AFA, em “Innocencepedia”, Kay Zhang vai exibir 35 obras. “O sexo é sempre associado a algo obsceno, que não deve ser falado. É um tabu. Ironicamente, o ser humano tem sempre curiosidade neste âmbito desde que é muito pequeno, por isso, há muitas obras de arte que têm o nu como tema principal”, referiu a artista, frisando que, embora muitos artistas o neguem, este tipo de obras de arte representa um certo “desejo sexual”. Todos os trabalhos em exibição são como artigos de uma en-ciclopédia, tendo as fantasias como tema principal. A exposição estará patente até ao dia 21. Nascida em 1991, Kay Zhang estudou pintura a óleo no Instituto de Belas Artes de Sichuan, desde 2009. Durante o percurso académico, esteve também na Universidade de Braunschweig, na Alemanha. Em 2014, para o seu mestrado, concentrou-se na Investigação e Criação de Arte Contemporânea. Deste modo, aprendeu a utilizar diferentes meios para criar os seus trabalhos e perceber os tó-picos que mais lhe interessavam. Nos últimos anos, a pintora participou em várias exposições na China, Macau e Suécia.

Thomas Sträter (director do Departamento de Português) com Isabel Poço Lopes (Instituto Politécnico de Macau),Maria José Grosso (Universidade de Macau), Marisa Gaspar (Instituto do Oriente) e M.A. Rosa Rodrigues (Camões IP)

volvimento”, frisou Anson Ng.

À procura de novo espaço para a Livraria

Não só a Pin-to Música está de saída do Largo do Senado. Até Novembro, a livraria vai seguir-lhe os passos. A Pin-to Livros abriu naquele espaço, em 2003, três anos antes da loja de CD’s. Os dois espaços pertencem ao mesmo proprietário. Como os contratos de arrendamento não foram prolongados, as lojas te-rão de fechar portas.

No entanto, Anson Ng ga-

rantiu que isso não será o fim da Pin-to, pois, embora não queira continuar com a loja de música, a livraria vai mudar-se para outro lugar. O responsável rejeitou, no entanto, revelar mais pormenores sobre o futuro da Pin-to livros, limitando-se a dizer que já está à procura de um espaço.

O responsável justificou a de-cisão de não avançar pormeno-res sobre a mudança da livraria porque, no seu entender, a loja de música e o outro espaço “são duas coisas separadas” e com “funções diferentes”.

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Segunda-feira, 01 de Agosto de 201612 JTM | DESPORTO

FUTEBOL DE MACAU

Ka I e Sub-23 abrem segunda jornada da “Bolinha”As duas equipas ganharam na estreia, por isso, perspectiva-se um bom jogo no D. Bosco entre Ka I e Sub-23. No mesmo dia, amanhã, o Benfica encontra pela frente o Cheng Fung

Ka I e Sub-23 conseguiram vitórias na estreia deste ano e ambos de forma tangencial, ainda que os

comandados de Josecler tivessem pela frente um adversário igualmente com ob-jectivos de ir longe na prova e claramente com aposta de luta pelo título, como é o caso do Night Walker.

Ganhar desde logo a um rival é extre-mamente importante e os três pontos do Ka I podem começar desde já a lançar a equipa para patamares (de resultados...) já obtidos na época passada e que leva-ram à conquista do primeiro lugar.

Agora, vem aí o “sete” muito jovem dos Sub-23 (média de 17/18 anos de ida-de), que também abriram o campeonato com vitória no confronto com o Lai Chi, curiosamente numa partida só com joga-dores locais, o que começa a ser raro.

O Ka I é favorito e, caso obtenha uma segunda vitória, a equipa de Josecler pode embalar para a qualificação, prin-cipalmente depois de ter “deixado para trás” um dos principais candidatos, Ni-ght Walker, isto apesar do campeonato só agora ter começado.

“Não podemos fugir a essa responsa-bilidade de sermos favoritos para o jogo com os Sub-23, responsabilidade que assumimos em virtude de sermos os ac-tuais campeões”, começou por dizer ao JORNAL TRIBUNA DE MACAU Adil-son Silva, brasileiro, mas com estatuto de jogador local e que regressa assim ao clube.

Tal como acontece com a maioria das equipas que participam neste campeo-nato, o tempo de preparação foi curto e o entrosamento vai demorar a estabilizar.

“Já estamos a melhorar, mas a realida-de é que só treinámos cinco dias antes do primeiro desafio. Estamos no início e por isso precisamos de tempo para ficar bem. Neste encontro com os Sub-23 vamos en-trar com a força toda, sabendo no entanto que a Bolinha provoca surpresas. As equi-pas preparam-se bem e qualquer erro dos adversários pode ser fatal. Temos de ter cuidado e aproveitar as oportunidades. A Bolinha é assim”, refere Adilson, que alinhou durante os 50 minutos do desafio face ao Night Walker.

Face à ausência de William Gomes (recupera de lesão no joelho), o Ka I uti-lizou de início outro dianteiro, também brasileiro, Ronieli Nascimento, um dos reforços deste ano, que curiosamente fez o primeiro golo da partida, bem cedo, aos quatro minutos.

O Night Walker partiu então para cima do seu adversário e empatou, aos 19, pela principal estrela, o sul-africano Samuel Ramosoeu, que andou pela II Di-visão no último campeonato de futebol de onze.

O adversário do Ka I teve ocasiões para virar o resultado, enviando duas bo-las ao poste, mas seriam os pupilos de Jo-secler a chegar ao intervalo em vantagem, com tento de Bruno Figueiredo, aos 22.

Adilson Silva reconhece que o pouco tempo de preparação acabou por con-dicionar a actuação da equipa: “Isso fez bastante diferença, até porque o Night Walker, pelo que sei, está já a treinar há cerca de dois meses, praticamente os seus jogadores não pararam depois do Bolão”.

Benfica moralizado

O Ka I-Sub 23 será seguido pelo Ben-fica-Cheng Fung, da Série B, onde, tal como na partida anterior, há um favori-to, a equipa de Tiago Simões, adjunto de Henrique Nunes no futebol de onze e que na “Bolinha” assume a orientação dos “encarnados”.

O Benfica não poderia ter tido melhor estreia, atendendo até ao pouco tempo de treino, ao golear o Chong Wa por 4-0 (Chan Man, Filipe Duarte, Alison Brito e Leonel Fernandes).

Por aquilo que se viu no jogo, o Benfi-ca mantém a vivacidade e a intensidade já manifestadas no “Bolão”.

“Contra o Chong Wa, fizemos um bom jogo, de sentido único, com o adver-sário a tentar uma ou outra saída rápida em contra-ataque. O Benfica controlou durante os 50 minutos e acabámos por marcar três golos na primeira parte, o que ajudou a resolver praticamente o desafio até ao intervalo”, sublinha Tiago Simões, elemento da equipa técnica do Benfica desde o primeiro momento de Henrique Nunes no Benfica de Macau.

Quanto ao próximo jogo com o Cheng Fung, acredita que poderá ter “um grau de dificuldade mais elevado, mas o Ben-fica, em todos os jogos que entra, pensa em conseguir atingir os seus objectivos”. “Este encontro não foge à regra e tudo fa-remos para chegar à vitória, sabendo que do outro lado estará uma equipa que nos pode criar algumas dificuldades, as quais vamos procurar contornar durante os 50 minutos”.

Uma “bomba” de Edgar

Nas restantes partidas agendadas

Vítor Rebelo

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BES

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A para esta semana, destaque para a se-gunda aparição do Sporting, a contar para o Grupo A, o mesmo do Ka I e do Night Walker, podendo mesmo consi-derar-se que estes três emblemas são os principais favoritos ao apuramento para as meias-finais.

Os “leões” dominaram a Polícia, mas a finalização esteve aquém das ex-pectativas, valendo um livre directo de Edgar Silva, uma autêntica “bomba” do regressado brasileiro, para que a forma-ção de João Pegado pudesse terminar com três pontos, numa época em que os sportinguistas assumem querer ir longe na prova.

É sempre bom entrar a ganhar, como refere Henrique Ferreira: “Começámos a ganhar, o que é sempre importante. As equipas estão preparadas para de-fender e quem marca tem fortes possi-bilidades de vir a ganhar o jogo. Tive-mos algumas fragilidades defensivas, porque a preparação não foi a melhor, mas a equipa está unida, temos um gru-po coeso. Vamos encarar cada jogo com o devido cuidado, tendo como objecti-vo fazer melhor do que na época pas-sada, embora saibamos que não é fácil, porque as equipas estão bem reforçadas nesta temporada. Temos de melhorar os nossos processos de jogo, mas esta-mos confiantes de que vamos fazer um bom torneio”.

A maior expectativa no primeiro embate do Sporting na “Bolinha” era ver como se integravam na equipa os reforços Edgar Silva e Roque Santos, que chegaram na noite anterior à par-tida e por isso praticamente fizeram o seu primeiro treino já em jogo.

Edgar cumpriu, mostrando-se o “patrão” da defesa, mesmo sem estar rotinado, integrando-se várias vezes no ataque, em especial na segunda parte, e fez aquele magnífico golo, de livre di-recto.

Já Roque Santos mostrou pormeno-res, mas está ainda em processo inicial de entrosamento, de conhecimento de tudo o que se relaciona com Macau.

Henrique Ferreira faz a avaliação dos reforços: “O Edgar é um regresso a casa e é sempre bom um dos nossos voltar. O golo dele é fantástico, foi um grande pontapé. Foi muito bom para ele. Quanto ao Roque, penso que cor-responde às necessidades de querermos um avançado. Não marcou, mas a equi-pa ganhou. Fez um jogo de adaptação, num clima novo e as suas qualidades técnicas e humanas, estão em perfeita sintonia com o projecto da Bolinha do Sporting”.

Benfica goleou o Chong Wa na primeira jornada da Bolinha

CALENDÁRIO DA BOLINHA

AmanhãKa I-Sub 23 (19:30)Cheng Fung-Benfica (20:30)

Quarta-feiraChiba-Sporting (19:30)Fu Si/Kei Lun (20:30)

Quinta-feiraPolícia-Night Walker (19:30)Chong Wa-Monte Carlo (20:30)

Sexta-feiraLai Chi-Lam Pak (19:30)

Todos os jogos estão agendadospara o Campo D. Bosco.

Venetian será “ringue” para campeonato de artes marciaisEm parceria com a Heliconia Capital Management, a “ONE Championship” vai realizar pela primeira vez na Cotai Arena do Venetian no dia 13 de Agosto, pelas 19:00, um torneio de artes marciais mistas (MMA, na sigla inglesa). No campeonato “ONE: Heroes of the World” destaca-se o combate entre Adria-no Moraes e Andrew Leone. O brasileiro, conhecido por “Mikinho”, já conquistou o título de campeão na categoria de peso-mosca (até 57kg). Por sua vez, o nova-iorquino Andrew Leone alcançou, desde 2013, duas sólidas vitórias frente a dois grandes oponentes. “O ONE continua em ascensão com mais uma emocionante luta de artes-marciais do mundo planeada em Macau no próximo mês”, afirmou Victor Cui, presidente da “One Championship”. O cartaz conta ainda com a presença de outras “estrelas” internacio-nais, Adrian Pang, Eduard Folayang, Honorio Banario, Eddie Ng, Alain Ngalani, Christian Lee e Martin Bguyen. Segundo o Venetian, os bilhetes para assistir à noite de MMA variam entre 180 e 1.980 patacas.

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Segunda-feira, 01 de Agosto de 2016 JTM | DESPORTO 13

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Brasil vence Mundialito de futebol de praiaO Brasil venceu ontem o Mundiali-to de futebol de praia, após derrotar Portugal, por 6-4, no decisivo jogo da última jornada da competição, disputada em Carcavelos, Cascais. O Brasil concluiu o Mundialito com três vitórias e nove pontos, contra seis de Portugal, enquanto os EUA ficaram em terceiro, com três, após terem vencido a China, que termi-nou sem qualquer ponto.

Hamilton ganha na Alemanha e reforça liderança na F1O britânico Lewis Hamilton (Merce-des) venceu ontem o Grande Prémio da Alemanha de Fórmula 1, em Ho-ckenheim, e consolidou a liderança do campeonato do mundo, após 12 pro-vas disputadas. O campeão do mun-do, que largou da segunda posição da grelha, terminou à frente dos Red Bull do australiano Daniel Ricciardo e do holandês Max Verstappen. Hamilton, que somou a 49ª vitória da sua carrei-ra, passou a somar 217 pontos, mais 19 do que Rosberg.

Volta a Portugal chegouà Senhora da GraçaÀ hora do fecho desta edição, a W52--FC Porto defendia a liderança de Rui Vinhas na quarta etapa da 78.ª Volta a Portugal em bicicleta, a única com chegada em montanha, no alto da Se-nhora da Graça, depois de 191,9 quiló-metros desde Bragança. Os “dragões” conquistaram a camisola amarela em Macedo de Cavaleiros, graças à fuga de Rui Vinhas, habitual trabalhador para o espanhol e bicampeão Gusta-vo Veloso, detendo uma vantagem de 3.19 minutos sobre Daniel Mestre (Efapel), o anterior líder, e de 3.21 so-bre José Gonçalves (Caja Rural), se-gundo e terceiro classificados, respec-tivamente.

• • • POLIDESPORTIVO

Já com os campeões europeus integrados no plantel, Jorge Jesus levou o Sporting à primeira vitória “caseira” desta temporada, frente ao Wolfsburg. Em disputa estava um tro-

féu que é, simultaneamente, uma homenagem aos “cinco violi-nos”, a melhor linha dianteira de sempre do clube de Alvalade.

E o jogo também foi uma agradável surpresa, porque os “leões” já apresentaram um fio de jogo de boa qualidade, sin-cronismo quase perfeito entre os sectores - a diferença de ter já Rui Patrício, João Mário, Adrien e William Carvalho no onze - e um Slimani mais motivado para aquilo que tão bem sabe fazer: marcar golos.

Na primeira parte, os leões conseguiram uma vantagem de dois golos (Slimani e Adrien, este de grande penalidade) mas, sobretudo, a desenharem lances ofensivos de bom re-corte técnico e a demonstrar uma solidez defensiva, que, até agora, ainda não se tinha visto.

No segundo tempo, e por via das muitas substituições

operadas, o Wolfsburg surgiu mais ameaçador, logrando mes-mo a obtenção de um golo, a dez minutos do fim. Pensou-se no empate mas foram os leões que mais perto estiveram de marcar o terceiro, num lance onde o “miúdo” Podence deixou marca de classe, como de classe foi a intervenção do guarda--redes Casteels.

Arouca e Rio Ave destacam-se na Liga EuropaA estreia do Arouca na Liga Europa, com uma viagem à

Holanda, foi de “campeão” - precioso empate a um golo dian-te do Heracles -, resultado que permite correcção no encontro da segunda mão a disputar no Estádio Municipal de Arouca.

Também o Rio Ave, na deslocação à República Checa - para defrontar o Slávia de Praga - se portou à altura dos seus pergaminhos, impondo um nulo que deixa Nuno Capucho com naturais esperanças de entrar com o pé direito na sua primeira eliminatória de uma competição europeia.

O prestígio da selecção a reflectir-se nos clubes...

* Jornalista profissional especializado em desporto

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FUTEBOL PORTUGUÊS

Troféu “Cinco Violinos” ficou em casaNo segundo jogo em Alvalade, o Sporting derrotou os alemães do Wolfsburg e arrecadou o troféu “Cinco Violinos”

Costa Santos Sr*

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Segunda-feira, 01 de Agosto de 201614 JTM | ACTUAL

São sobretudo homens adultos, com mais de 25 anos, muitos desistiram

de tirar a carta de condução de-pois de chumbarem no código mais do que uma vez, outros nem sequer a tentaram tirar. Este é o perfil possível de um fenómeno muito português: o condutor que arrisca andar na estrada sem ter habilitação le-gal para o fazer. No último ano e meio, a GNR e a PSP detive-ram 12 978 automobilistas que não tinham título de condução. Entre esses estão os 104 me-nores, com idade inferior a 16 anos, que a Guarda Nacional Republicana detectou a condu-zir nestas circunstâncias.

A maior parte dos condu-tores que foram parar à prisão por este crime já tinham sido apanhados mais do que uma vez pelas autoridades. O crime de condução sem habilitação legal é punido com pena de pri-são até dois anos ou com pena de multa até 240 dias.

As escolas de condução e a Prevenção Rodoviária Por-tuguesa atribuem parte da responsabilidade aos exames teóricos do Código da Estrada, alegando que há anos que é fei-ta pressão junto do Parlamento e do Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT) para se mudar o modelo de teste.

Num dado não compará-vel com a PSP porque apenas a GNR o enviou, foram regis-tados 7649 crimes de condução

Em ano e meio, as polícias apanharam 12 978 condutores sem carta. Escolas pressionam governantes para mudar exame

PORTUGAL

Detidos 13 mil sem carta em ano e meioRute Coelho

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UIVOsem habilitação legal em ano

e meio. O grande universo de identificados e detidos é o dos adultos com mais de 25 anos (5796 casos).

A luta por umnovo modelo de teste

O modelo de exame de có-digo é um dos culpados, ga-rante o sector. “Temos uma média de 40% de chumbos nos exames teóricos. A maioria até são pessoas que entendem bem o português, eu diria 80%, mas depois temos a restante per-centagem de candidatos com dificuldades de literacia. Mui-tos desses tentam várias vezes fazer o exame de código sem nunca conseguirem”, sublinha Alcino Cruz, director do cen-tro de exames da Associação Portuguesa de Escolas de Con-dução (APEC). O responsável considera que a percentagem de chumbos é “natural”. “As perguntas dos testes do IMT são feitas num português defi-citário e confundem as pessoas. Diria que são mesmo mal for-muladas”, acrescenta.

A APEC há muito tempo que insiste junto do poder polí-tico para que se altere o modelo de exame de código em Portu-gal. A Prevenção Rodoviária Portuguesa também concorda com essa alteração e o seu pre-sidente participou em reuniões com várias entidades, incluin-do o IMT, em que a questão foi debatida.

Alcino Cruz sublinha que o problema é que os candida-tos que reprovam várias vezes

recorrem a uma de duas solu-ções: ou tentam obter a carta por corrupção, ou vão conduzir sem a ter. “Nos últimos dois anos, fomos várias vezes à As-sembleia da República entregar a proposta para mudar o teste aos vários grupos parlamenta-res. Quando chega ao ponto de se fazer algo, ouvem o Instituto da Mobilidade e dos Transpor-tes e depois esbarra sempre aí”, afirma. O responsável defende o modelo holandês como exem-plo. “Na Holanda, são coloca-das questões em que os candi-datos só têm de responder sim ou não”.

IMT invocaregras comunitárias

Em resposta ao contacto feito pelo DN com o presiden-te do Instituto da Mobilidade e dos Transportes, Eduardo Feio, o IMT não garantiu qual-

quer mudança do modelo do teste teórico. “Os conteúdos programáticos quer da prova teórica quer da prova prática são definidos por diretivas co-munitárias, conforme disposto no Regulamento da Habilitação Legal para Conduzir”, referiu. O IMT alegou não perceber a sugestão do modelo holandês da APEC. “A avaliação teórica naquele país tem semelhanças com o sistema nacional, sendo efectuada também em sistema multimédia, distinguindo-se apenas pelo facto de ser realiza-do em duas partes. Uma sobre “percepção do risco e a outra sobre os restantes conteúdos programáticos, como previsto na directiva comunitária”. Ago-ra, “as escolas de condução por-tuguesas também já estão obri-gadas a ministrar um módulo de percepção do risco, pelo que muito em breve serão introdu-

zidas nas provas teóricas ques-tões sobre esta matéria”.

O Instituto da Mobilidade e dos Transportes lembra que “os testes são realizados em sala de exame equipadas com um monitor por candidato, que transmite simultaneamente imagens, figuras e respectivas questões”.

Num teste composto por 30 questões, o candidato aprova respondendo correctamente a 27 perguntas. “As questões que constam no teste respeitam aos conteúdos programáticos que são transmitidos durante a formação. Os candidatos estão obrigados a frequentar um nú-mero mínimo de aulas teóricas, não existindo número máximo, podendo prolongar a formação até se sentirem aptos para a realização da prova.” Um novo modelo está fora do horizonte.

JTM/DN

“JTM” - 1 de Agosto de 2016

Cumprimento de Obrigações Pecuniárias nº PC1-16-0262-COP Juízo de Pequenas Causas Cíveis

TRIBUNAL JUDICIAL DE BASE JUÍZO DE PEQUENAS CAUSAS CÍVEIS

ANÚNCIO

A Juiz,Lap Hong Lou Silva

A Escrivã Judicial Auxiliar,Lei Veng Si

Faz-se público que, por deliberação de 24 de Junho de 2016 da Assembleia Geral da “Porto de Contentores Shanghai (Macau), Sociedade Unipessoal Limitada” (anteriormente designada por “Porto de Contentores Shanghai (Macau) Companhia Limitada”), registada na Conservatória dos Registos Comercial e de Bens Móveis sob o número 16939 (SO), foi aprovada a redução do seu capital social.

Informa-se os credores da aludida sociedade que, no prazo de 30 dias a contar da presente publicação, podem exercer o direito previsto no Artigo 268.º, n.º 1, do Código Comercial de Macau.

Macau, a 1 de Agosto de 2016.

Porto de Contentores Shanghai (Macau), Sociedade Unipessoal Limitada

By resolution of 24 June 2016 of the General Assembly of “Shanghai Port Container (Macau) Company Limited”, registered before the Commercial and Movable Properties Registry under number 16939 (SO), the reduction of suchcompany’s capital was approved.

The creditors of the said company may, within 30 days from the present publication, exercise the right prescribed under Section 268.1 of the Macau Commercial Code.

Macau, 1st of August 2016.

Shanghai Port Container (Macau) Company Limited

Job DescriptionPosition: General Manager

Purpose of the job: The General Manager has the overall responsibilities to plan, direct and co-ordinate the operations of the entire organization to ensure operation efficiency and manage staff to perform optimum performance. Job Responsibilities:➢ Understand the corporate plan and to develop overall strategies to increase profitability,

quality and productivity for the entire organization.➢ Responsible for the achievement of department/division/individual productivity and

quality goals and provides direction and guidance to employees to achieve their assigned goals.

➢ Monitor and track the performance and achievements of the employees as well as the entire organization through performance evaluation and financial reports and initiates corrective action.

➢ Maintain product quality standards by conducting ongoing evaluations and investigating complaint and initiates corrective action.

➢ Responsible for the P&L of the operation and analyze the financial reports for management that clearly explain operational effectiveness, trends and variances.

➢ Evaluate the effectiveness of marketing programs and recommends improvement.➢ Establish and maintain management’s effectiveness by recruiting, training, coaching,

mentoring and developing the employees.➢ Coordinate efforts by establishing a professional team including procurement, production,

marketing, technical support to provide effective solutions to solve problems ➢ Work with management in planning, budgeting, organizing resources, executing work

plans, monitors production and quality, co-ordinates priorities, resolves issues and participates in special projects and work schedules.

➢ Review established production schedules for all manufacturing departments to insure established inventory levels are met while operating at the highest efficiency possible.

➢ Ensure that all staff subordinates are suitably trained / qualified / licensed for the various tasks and jobs they must complete.

➢ Evaluate current business processes and systems, plans and implements procedures and systems to maximize operating efficiency and establishes controls.

Skills and Qualifications Requirement:➢ Higher diploma or above in sciences and engineering or other discipline with at least 10

years management experience➢ Knowledge of business and management principles and practices; strategic planning,

basic economics, accounting and human resources principles and practices ➢ Significant knowledge in understanding how Crestron’s systems are programmed,

designed and networked on large scale of projects.➢ MUST have experience and be able to design Crestron Digital Media systems➢ Excellent decision making and problem analysis skills.➢ Excellent presentation and negotiation skills.➢ Fluent in English both written and oral.➢ Competent in budgeting, financial and staff management ➢ Ability to develop excellent working relationships both internal and external➢ Resourceful

Contact: Bruno Nunes – [email protected]

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Segunda-feira, 01 de Agosto de 2016 JTM | ACTUAL 15

ÁFRICA

Luanda é “campeã” do crédito chinêsAngola foi o país africano que mais beneficiou de empréstimos concedidos pela China, ultrapassando os 12 mil milhões de dólares, desde 2000, revela um estudo da “ChinaAid”

CHINAO grupo Fosun, dono da Tranquilidade e da Luz Saúde, assinou um acordo para comprar a empresa brasileira gestora de investimentos Rio Bravo. Na sexta-feira, a Fosun anunciara a aquisição de uma participação maioritária na Gland Pharma Ltd, primeira fabricante in-diana de medicamentos injectáveis a obter aprovação da Administração de Alimentos e Medicamentos dos EUA.

CHINA/HONG KONGOito envolvidos no sequestro e extorsão de Queenie Rosita Law, herdeira do fundador da Bossini, cadeia de roupa de Hong Kong, foram condenados a penas de prisão até 15 anos por um tribunal de Shenzhen. Em Abril de 2015, a vítima foi mantida em cativeiro na cave de uma casa na montanha por quatro dias, até que familiares seus pagaram um res-gate de 28 milhões de dólares de Hong Kong.

CHINA/PORTUGALA Fosun propôs ao Banco Comercial Portu-guês comprar 16,7% do capital do banco, de acordo com a informação transmitida pelo BCP à Comissão do Mercado de Valores Mo-biliários. A aquisição será consolidada através de um aumento de capital, que a Fosun ad-mite reforçar posteriormente “para entre 20% a 30%”.

FILIPINASO Presidente das Filipinas anunciou o fim do cessar-fogo unilateral oferecido à guerrilha comunista, um conflito armado que causou cerca de 30.000 mortos em 48 anos. A reti-rada da proposta surgiu depois dos rebeldes terem morto, numa emboscada, um militar e feriram outros quatro na ilha de Mindanao.

INDONÉSIAAs autoridades indonésias executaram qua-tro condenados por tráfico de droga, um in-donésio e três nigerianos, apesar da oposição de organizações internacionais e activistas. Outras 10 execuções, de indonésios, indianos e paquistaneses, entre outros, foram adiadas para os próximos dias.

ÍNDIACerca de quatro milhões de pessoas foram afectadas pelas fortes chuvas e inundações que há dias assolam o norte da Índia, e já causaram mais de 200 mortos desde o início da monção. O Estado de Bihar é um dos mais atingidos com cerca de 2,2 milhões de pes-soas afectadas em 1.800 localidades.

BRASILO ex-Presidente brasileiro Lula da Silva con-fessou-se cansado de denúncias, após ter sido constituído arguido, pela primeira vez, por alegadas tentativas de obstrução à justiça na Operação Lava Jato. Lula da Silva referiu ainda que se sente provocado a voltar a candidatar--se à Presidência da República em 2018.

ESTADOS UNIDOSA candidata do Partido Democrata, Hillary Clinton, tem uma vantagem de seis pontos percentuais sobre o rival republicano, Donald Trump, nas intenções de voto para as presi-denciais americanas, indica uma sondagem Reuters/Ipsos. Quase 41% dos prováveis vo-tantes apoiam Hillary, contra 35% que prefe-rem Trump, segundo a pesquisa.

BÉLGICAA justiça belga acusou um homem de 33 anos por tentativa de homicídio voluntário no âm-bito de uma investigação sobre um possível atentado terrorista no país, anunciou o Minis-tério Público. O irmão do suspeito, também detido na sexta-feira, foi libertado sem acu-sações.

VOLTA AOMUND

A nova normativa, a primeira aprovada por um país para re-gular este modelo de negócio,

acaba com anos de incerteza sobre a le-galidade da Uber e Didi Chuxing, face aos protestos dos táxis tradicionais na China. O Ministério dos Transportes chinês dispensou ainda estes serviços de terem a sua própria frota de veículos, ao contrário das companhias de táxi.

Os condutores que utilizam aque-les aplicativos poderão solicitar uma licença para operar e as empresas serão responsáveis por garantir que estes têm qualificação suficiente e os veículos têm as melhores condições, aponta o docu-mento.

Veículos com uma quilometragem superior a 600.000 km e mais de oito anos estão proibidos de ser usados na-queles aplicativos, acrescenta.

Já aos condutores que tenham sido punidos por actos violentos, consumo de álcool, drogas ou infracções no trân-sito, não lhes será atribuída a licença.

As empresas do sector devem pagar impostos e estão proibidas de praticar políticas agressivas de preços, susceptí-veis de causar perturbações no merca-do.

O comunicado dirige-se também às companhias tradicionais de táxi, apelando a que reduzam as altas taxas cobradas aos seus próprios condutores e que, face à concorrência imposta por

Em Angola, o principal receptor das linhas de crédito abertas por Pequim foi o sector do transporte e arma-zenagem, que absorveu 20% do montante global, deta-

lha uma pesquisa da “ChinaAid”, unidade de investigação sedeada nos EUA. Logo a seguir, surge a produção e abaste-cimento de energia, que recebeu 18% do crédito chinês.

Governo e sociedade civil, comunicações e abastecimento de água e saneamento, que, no conjunto, acederam a 667 mi-lhões de dólares, surgem no fim da lista.

Depois de a guerra civil em Angola ter acabado, em 2002, a China tornou-se um dos principais actores da reconstrução do país, nomeadamente das suas estradas, caminhos de fer-ro e outras infraestruturas. Em troca, o país asiático “obteve condições favoráveis para a exploração de minérios” no país africano, lê-se na pesquisa conduzida pela jornalista de inves-tigação espanhola Eva Constantaras.

A China é hoje o maior importador do petróleo angolano, mas, devido à queda do preço daquela matéria-prima, o valor das exportações angolanas para o mercado chinês diminuiu cerca de 50%, em 2015, para 15,98 mil milhões de dólares.

Entre as nações africanas mais beneficiadas pelos emprés-timos chineses surgem ainda o Sudão, Gana e Etiópia.

“A maioria dos principais receptores são países ricos em recursos naturais - incluindo petróleo, diamantes e ouro - e muita da ajuda chinesa serve para tornar essa riqueza acessí-vel para exportar”, aponta o estudo.

País mais populoso do mundo, com cerca de 1.375 mi-lhões de habitantes, a China registou nas últimas três déca-das um ritmo médio de crescimento económico de 10% ao ano, transformando-se no maior consumidor de quase todo o tipo de matérias-primas. Desde 2009, o “gigante” asiático tor-nou-se o principal parceiro comercial do continente africano.

Moçambique surge em 11º na lista da “ChinaAid”, que calcula que o país recebeu, desde o início do milénio, quase

CHINA

Pequim legaliza UberO Governo da China legalizou de forma definitiva as actividades da empresa norte-americana Uber, do seu rival chinês Didi Chuxing e outros aplicativos de transporte

empresas como a Uber, dificultaram em muito o negócio de milhões de taxis-tas. O fenómeno levou condutores de táxi de diversas cidades chinesas a or-ganizar numerosas greves, nos últimos anos, interrompendo por vezes o trân-sito nas suas localidades, durante horas ou até dias.

A regulação foi bem recebida pelos aplicativos de transportes, com a Didi a afirmar, em comunicado, que se trata de “um passo histórico na promoção de um desenvolvimento estável e saudá-

vel da indústria”.Já a Uber apontou que “demonstra

o reconhecimento e apoio do Governo” aos seus serviços.

Em 2015, cerca de 100 milhões de chineses solicitaram, pelo menos uma vez, um veículo através de aplicativos.

Em Maio, o gigante tecnológico norte-americano Apple investiu 1.000 milhões de dólares no Didi Chuxing, o líder do mercado na China, com uma quota de 87% do mercado.

JTM/Lusa

FOTO

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UIVO

5.800 milhões de dólares de Pequim. Neste caso, o sector do transporte e armazenagem foi o grande beneficiário, tendo absorvido 45% do montante total concedido pela China. A banca e os serviços financeiros ficaram com 36%. Entre as áreas menos beneficiadas surgem a saúde, comunicações e produção e abastecimento de energia.

Já a Guiné Equatorial, que em 2014 foi admitida na Co-munidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), foi o segundo maior beneficiário ‘per capita’ do apoio financeiro chinês a África. Nos últimos 15 anos, o terceiro maior pro-dutor de petróleo da África subsaariana recebeu de Pequim quase 2.000 dólares por cada um dos seus 740.000 habitantes. Este fluxo de investimento foi destinado, quase na totalida-de, a projectos do sector energético, indica a “ChinaAid”.

A pesquisa calcula que, desde 2000, os países africanos receberam de Pequim quase 100 mil milhões de dólares. Aquele valor coloca o país asiático lado a lado com os EUA, cuja assistência financeira ao continente africano, durante o mesmo período de tempo, ascendeu a quase 105 mil milhões de dólares.

A “China Aid” revela ainda que muito do dinheiro chinês é investido nas cidades de origem dos chefes de Estado dos respectivos países, ou em regiões habitadas pelo grupo étni-co do líder político. Ainda assim, rejeita que Pequim tenha uma estratégia focada em tirar partido do clientelismo políti-co no continente, atribuindo aquela tendência à competição por influência entre diferentes agentes do Governo chinês.

Em Dezembro passado, o Presidente chinês, Xi Jinping, anunciou em Joanesburgo que vai conceder 60 mil milhões de dólares em assistência e empréstimos aos países africa-nos, nos próximos anos.

Segundo estimativas ocidentais, vivem em África um mi-lhão de chineses, dos quais um quarto - 250.000 - em Angola.

JTM/Lusa

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Segunda-feira, 01 de Agosto de 201616 JTM | OPINIÃO

REGINADE AZEVEDO PINTO*

AOS MEUS OLHOS

Amores de Verão

Amores de verão cheiram a lus-co-fusco, a maresia, a areia no corpo. Sabem a gelado, a mar,

a amar e a salitre nos lábios. Os pés andam vagabundos, descalços, tocam na terra e não no sapato, andam de-sordeiros, telurismos nos dedos, ver-gam os nossos caprichos mecânicos, aproxima-nos da nossa essência símia. A areia roça mas não incomoda. Amo-res de verão usam havainas ou paez que também estão na moda, mas as meias ficam em casa. O corpo esprei-ta para fora das roupas no meio das transparências, há todo um carnaval a decorrer por detrás daquele pano pe-neirado pelos raios de sol. Tudo isto entra por código morse, podiam-lhe dizer que era Janeiro mas ele sorria e percebia que o calendário estava erra-do… Estamos mais próximos de nós, encarquilhamos do avesso para o nos-so âmago, resplandecendo em espas-mos de cumprimentos do sol. Amores de Verão é ter borboletas coloridas, joaninhas voadoras, flores com péta-las despenteadas numa dança hippie na barriga. É ter os girassóis de Van Gogh nos olhos que rodam e rodam a acompanhar a luz, inebriados pela sua intensidade, ter as bailarinas de

Degas a balouçar nos fios de cabelo fazendo cabriolas, é espraiarmo-nos no páreo como as haitianas de Gau-gin, cheirarmos as flores de Renoir de pulmões abertos…onde até a chu-va de verão é para deixar os campos mais verdejantes. Amores de verão é meninice, são unhas pintadas com cores parolas, cabelos encrespados de sal mas não faz mal, é ter o olhar emoldurado por um escaldão que de-nuncia o romance tórrido de um dia de praia. É puerilidade em trincar o primeiro gelado a contemplar o mar que sabemos que não acaba naquele patamar. São amores que demoram um tempo infindável numerus clausus. É a imberbe adolescência regada por um sol contemplada por um céu sem nuvens. São demorados, aconchega-dos... Têm a lua como testemunha, essa cuscovilheira… sempre empo-leirada nas estrelas com o seu olhar plácido…Sorte ter feito juramento de sigilo mas ri-se de nós descaradamen-te em gargalhadas cadentes… Amo-res de verão é viver em harmonia com pouca roupa, despedirmo-nos do sol às 21h porque se entendeu com o equinócio. São os relógios moles de Dali que se arrastam em cada qua-drante a brincar ao toca e foge com os segundos. Amores de Verão erram a pé, não têm hora de chegada, trocam o almoço pelo lanche onde se procu-ram na mudez da sombra de um sol ubíquo... Amores de verão tocam às campainhas e fogem, são peles tem-peradas e bronzeadas, é um coração

com expressão de emoção. Amores de verão é quando a brisa fecha os olhos e esboça um suspiro…Tchekhov dizia que quando as pessoas são felizes não

reparam se é Inverno ou Verão…e eu dei por mim agora a reparar em tanta coisa!

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Segunda-feira, 01 de Agosto de 2016 JTM | OPINIÃO 18

• • • HÁ 20 ANOSIn “Jornal de Macau” e “Tribuna de Macau”

01/08/1996

OUTRO GRANDE CÓDIGOPRONTO PARA VIGORARO Conselho Consultivo apreciou o projecto de decreto-lei que aprova o Código de Processo Penal (CPP), mar-co considerado fundamental na loca-lização das leis em vigor no Território após 20 de Dezembro de 1999. Nesta última reunião antes das férias de Ve-rão, o órgão consultivo do Governa-dor apreciou ainda outro projecto de decreto-lei que introduz ajustamentos pontuais na Organização Judiciária de Macau e que são já o reflexo da recente revisão do Estatuto Orgânico aprova-da por unanimidade pela Assembleia da República (AR). Inscrito pelo Exe-cutivo nas Linhas de Acção Governa-tiva dos últimos anos, o novo CPP é considerado uma iniciativa legislativa essencial para o processo de locali-zação das leis desencadeando com a assinatura da Declaração Conjunta, em 1987. O projecto final do CPP le-vado pelo Governador ao Conselho Consultivo é produto de um amplo consenso obtido a partir de um con-junto de consultas desencadeado pelo governo junto dos magistrados, de-putados da AL e, ainda, do Grupo de Ligação Conjunto Luso-Chinês, que o enriqueceram com inúmeras suges-tões. “A conclusão de mais esta gran-de etapa na localização das leis, que mereceu o consenso de todos os inter-venientes, é para todos os que nela es-tiveram envolvidos um enorme satis-fação, até porque garantirá um direito de matriz portuguesa em Macau após 1999”, comentou à Lusa uma fonte envolvida na elaboração do Código. “Aquilo que parecia impossível há al-gum tempo em matéria de aprovação de legislação fundamental está a ser conseguido de uma forma tranquila, discreta, mas objectiva e com resul-tados efectivos”, acrescentou. Neste quadro, que visa garantir os direitos fundamentais do residentes no Terri-tório, e por iniciativa do Governador de Macau, a AR aprovou em 1992 uma resolução que estendeu a Macau os Pactos Internacionais sobre Direi-tos Económicos, Sociais e Culturais. Depois de um longo trabalho diplo-mático em Lisboa e em Macau, a parte chinesa aceitou as sugestões da parte portuguesa, acabando por incluir na Lei Básica os dois Pactos Internacio-nais cuja extensão a Macau havia sido votada na AR. Na sequência do calen-dário de localização das leis definido em 1991, foram aprovados em 1994 o Código de Procedimento Adminis-trativo e Regime Penitenciário e, em Novembro de 1995, depois de amplas consultas junto da parte chinesa, o CPP, no qual se consigna a expressa proibição da pena de morte e da pri-são perpétua em Macau.

Ocasiões para reflexão sobreo papel dos filhos da terra

JORGE A.H.RANGEL*

FALAR DE NÓS

“Constituindo ocasiões únicas para reflexãosobre o papel que os filhos da terra devem ter

na divulgação e no engrandecimentoe prosperidade de Macau,

os Encontros das Comunidades Macaenses,iniciados em 1993, e que de três em três anos

a RAEM tem continuado a acolher,são prova viva desta vontade.”

Vasco Rocha Vieira

A edição comemorativa do cinquentenário da Casa de Macau em Portugal contém 20 testemunhos e sauda-ções de personalidades que tiveram ou ainda mantêm

uma relação directa com as associações macaenses da diás-pora e, de forma especial, com aquela agremiação cultural, recreativa e social da comunidade macaense com sede em Lisboa, a qual promoveu no mês passado um encontro festi-vo para assinalar o seu 50.º aniversário.

Pela oportunidade e tendo em conta o seu conteúdo in-centivador de continuada e útil reflexão sobre o presente e o futuro das Casas de Macau, do papel das comunidades da diáspora macaense e do contributo, sempre considera-do indispensável, dos filhos da terra residentes na RAEM para o seu correcto funcionamento e crescimento, decidimos transcrever os testemunhos de dois antigos Governadores de Macau que permanecem activamente empenhados no acompanhamento destas matérias: o do General José Eduar-do Garcia Leandro, que reproduzimos no artigo anterior, e o do General Vasco Rocha Vieira, que incluímos nesta edição do Jornal Tribuna de Macau, merecendo ambos uma ampla divulgação junto das associações macaenses.

Testemunhode Vasco Rocha Vieira

“Fundada em 1966 por um grupo de ilustres macaenses – de que destaco, pelo meu conhecimento e convivência pessoais, o ex-cepcional empenho, dedicação à causa e perseverança de Arman-do Hagatong e Mariano Tamagnini Barbosa – com o objectivo de reforçar os laços de amizade e solidariedade entre os membros da comunidade macaense de matriz cultural portuguesa, aprofundar a sua ligação com as comunidades macaenses residentes em Macau e noutras partes do mundo e fomentar a divulgação da cultura macaense em Portugal, a Casa de Macau em Portugal tem sabido desempenhar o importante papel que esteve na sua génese.

As Casas de Macau espalhadas pelos quatro cantos do mundo, onde se inclui a Casa de Macau de Portugal, constituem legíti-mas representantes da herança viva da vocação dos portugueses se adaptarem a novas realidades e situações sem perda da sua personalidade própria, e assumem um papel insubstituível para a preservação da identidade macaense e para a manutenção intacta e viva dos sentimentos de ligação à terra mãe, papel que, face à contínua renovação das gerações, exige um constante, crescente e empenhado esforço. Igualmente importante neste desiderato é o pa-pel das instituições de Macau de matriz essencialmente macaense, como a APIM – Associação Promotora da Instrução dos Macaen-ses e a ADM – Associação dos Macaenses, unidas num esforço de preservação das tradições, usos e costumes, como o do seu dialecto, o patois.

A administração portuguesa de Macau, que dirigi nos seus úl-timos anos, no respeito e espírito das relações de amizade e coope-ração entre Portugal e a China, fez todos os esforços para procurar garantir condições de continuidade da especificidade própria e sin-gularidade de Macau e da sua população, de onde sobressaem as comunidades macaenses do exterior e, como tal, as suas legítimas representantes institucionais no mundo, as Casas de Macau. Sa-liento neste contexto o apoio dado à Casa de Macau em Portugal quer directamente quer através da criação da Fundação Casa de

Macau, na consolidação da qual devo igualmente fazer sobressair, sem diminuir o mérito da actuação de todos os outros, o nome de um dos seus fundadores e seu primeiro Presidente, Luís de Gui-marães Lobato.

Tendo passado a assumir um papel ainda mais importante após a transferência da administração em Dezembro de 1999, congratulo-me pelo facto da diáspora macaense, através das Ca-sas de Macau, poder contar com a actual Região Administrativa Especial de Macau da República Popular da China, a qual tem dado importantes sinais no apoio a esta comunidades que tem as suas mais profundas raízes no seu território. Constituindo ocasiões únicas para reflexão sobre o papel que os filhos da terra devem ter na divulgação e no engrandecimento e prosperidade de Macau, os Encontros das Comunidades Macaenses, iniciados em 1993, e que de três em três anos a RAEM tem continuado a acolher, são prova viva desta vontade.

O empenhamento na preservação da identidade macaense encontra-se por outro lado hoje em dia alargado muito para além da ligação do sangue, devendo encarar-se um conceito alargado de comunidade macaense, onde se inserem, com relevante papel, as comunidades ligadas a Macau pela vivência e pelo afecto, de-signadamente as pessoas que viveram e trabalharam em Macau durante a administração portuguesa e aquelas que ainda lá vivem ou trabalham relativamente às quais é de ressaltar a instituição da Casa de Portugal em Macau.

Termino desejando a continuação dos maiores sucessos a to-das as Casas de Macau do mundo, em particular, nesta ocasião, à Casa de Macau de Portugal, no cumprimento do seu objectivo principal de apoiar e manter viva a identidade e singularidade das comunidades macaenses em Portugal, na RAEM e no mundo.”

Estas palavras, sentidas e lúcidas, não só expressam um reconhecimento genuíno da obra realizada pelas Casas e outras associações macaenses, como também registam ex-pectativas sobre o seu papel no seio da RAEM e no contexto da diáspora. Quanto aos Encontros das Comunidades Ma-caenses, para além dos intensos e agradáveis convívios que proporcionam e dos reencontros com a terra-mãe, familia-res e amigos, eles devem ser, efectivamente, aproveitados como ocasiões para renovada reflexão sobre o presente e o futuro. Sob a liderança de José Luís de Sales Marques, presidente da comissão organizadora do próximo grande Encontro, que se realizará de 26 de Novembro a 2 de De-zembro, e também presidente do órgão executivo do Con-selho das Comunidades Macaenses, cremos que, com a co-laboração que se deseja de todos, este propósito poderá ser alcançado.

Importa também, uma vez mais, fazer saber às autorida-des da RAEM os serviços inestimáveis que as Casas de Ma-cau podem prestar, na promoção e divulgação da RAEM e até no apoio a uma presença digna e eficaz da RAEM em actividades culturais, sociais e económicas levadas a efeito nos países e cidades onde elas funcionam. A sua disponi-bilidade e capacidade são mesmo enormes. Falta, porém, envolvê-las mais e proporcionar-lhes os meios necessários.

Fundadoresda Casa de Macau em Portugal

É justo, neste ano de comemoração dos 50 anos da Casa de Macau em Portugal, recordar os nomes dos seus 19 fun-dadores: Alberto Maria Alemão, António Maria da Silva, Armando Florêncio de Oliveira Hagatong, Augusto José Sousa Nolasco da Silva, Bernardo José da Silva Vidigal, Carlos Augusto Gonçalves Estorninho, Carlos José Cabral Duhau Laborde Basto, Edmundo Tércio da Silva, Eduardo de Almeida e Vasconcellos, Flávio José Álvares dos San-tos, Gerardo Majella Rangel de Almeida, Henrique Ayala de Serpa Pimentel, Horácio José Garcia, João Pires Antas, José Maria Pinto Lello, Leopoldo Danilo Barreiros, Maria do Céu Saraiva Jorge Jacob, Mariano Alberto Tamagnini Barbosa e Raúl Vasco Garcia Cabral. Para todos eles vão as nossas homenagens.

* Presidente do Instituto Internacional de Macau.Escreve neste espaço às 2.ªs feiras.

Dito“Chui Sai On, por vontade própria ou imitando a iniciativa de Hong Kong, deve também ir limpar as praias de Macau, sentindo o nível da poluição e dando o exemplo de forma pioneira, para educar outros governantes e cidadãos a reforçar a consciência e a necessidade de diminuir o volume de lixo, bem como de manter o ambiente limpo” Fa Seong, in “Hoje Macau”

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Segunda-feira, 01 de Agosto de 201618 JTM | LAZER

• • • VIDA NOCTURNA

Catarina Almeida

Bartenders locais “dominaram” em SingapuraUm cocktail preparado por Jonathan Villarma, em representação da União de Bartenders e Cocktails de Macau (UBCM), permitiu-lhe sair vitorioso da 25ª edição da “Asia-Pacific Cocktail Championship”, disputada em Singapura. Além disso, a UBCM conquistou o quarto lugar na categoria de malabarismo com garrafas

A União de Bartenders e Cocktails de Macau (UBCM) participou re-

centemente em Singapura no 25º campeonato “Asia-Pacific Cocktail”, do qual saiu vence-dora na categoria “classic” gra-ças à técnica, aparência e sabor do “cocktail” confeccionado por Jonathan Villarma, “barten-der” no “Pacha Macau” e mem-bro da UBCM.

A associação levou também para a Cidade-Estado Eduar-do Zamora, “bartender” no “Bellini Lounge” que alcançou o quarto lugar na categoria “flair”, que envolve malabaris-mo e combinação com a músi-ca.

“Ficámos em quarto entre seis finalistas, por pontos téc-nicos. É uma questão de tra-balharmos mais isto no futuro, mas não foi mau de todo. Fiquei bastante contente com a nossa apresentação no ‘classic’”, des-tacou Bruno Santos, presidente da UBCM, ao JORNAL TRIBU-NA DE MACAU.

Bruno Santos confessou que não esperava regressar à cidade com o troféu. “Tive a ambição de trazer dois prémios mas ficá-mos com o primeiro lugar, que não estava à espera e foi uma agradável surpresa”, reconhe-ceu.

A UBCM foi criada em 2012, um ano depois de Bruno Santos se ter estreado no “Asia-Paci-fic Cocktail Championship”. “Desde então temos enviado concorrentes todos os anos para a competição. Começámos por

participar no ‘classic’ e em 2013 competimos nas duas catego-rias”, recordou o presidente da UBCM. No currículo de con-quistas da associação constam um terceiro lugar em 2014 e a quarta posição no ano passado.

Este ano, 16 países e re-giões da Ásia-Pacífico estive-ram representados na catego-ria “classic” e sete na vertente “flair”. Mas, “os países e re-giões de topo, que ganhavam por norma, como Taiwan e Japão, estavam lá”, sublinhou

Bruno Santos. Para a UBCM, o primei-

ro lugar significa muito mais do que um prémio. “Tivemos sempre uma abordagem con-sistente do que eram os nossos objectivos, tais como organizar a competição interna em Ma-cau e mostrar aos locais que a profissão de bartender é mais do que se pensa. E acho que, como associação, temos ajuda-do a divulgar isso”, destacou o responsável, lamentando po-rém que a profissão ainda seja

“menosprezada” em Macau,. “Ser bartender em Macau é

quase um trabalho de terceira classe”, notou, acrescentando que a associação tem “ajudado a crescer talentos em Macau e que estão espalhados por diver-sas unidades hoteleiras”.

Por outro lado, o presidente da UBCM revelou que a asso-ciação vai ser oficialmente cre-denciada pela Associação In-ternacional de Bartenders (IBA, na sigla inglesa) em Outubro. “Durante três anos estivemos

a ser observados pela IBA para saber se éramos uma associação apta para ter o nome de Macau conectado. Este ano vai ser o nosso terceiro ano [de existên-cia] e vamos ser oficializados como a nova região membro da IBA”, contou.

Actualmente, a UBCM é constituída por 130 membros entre bartenders e profissionais da indústria (donos de restau-rante ou bar, pessoas que gos-tam de cocktail, companhias, entre outros).

Jonathan Villarma (à esq) e os restantes membros da UBCM que estiveram em Singapura

• • • ROTEIRO

CANAL MACAU13:00 TDM News (Repetição) 13:30 Telejornal RTPi (Diferido) 14:45 RTPi Directo 19:00 Em Família (La Som-bra de Helena) - Repetição 19:50 Água de Mar 20:30 Telejornal 21:00 Ideias & Companhias 21:20 ARQ.3 21:45 No Ar 22:10 Em Família (La Sombra de Helena) 23:00 TDM News 23:30 Viagem ao centro da minha terra 00:15 Telejornal (Repetição) 00:50 RTPi Directo

30 FOX SPORTS13:00 F1 2016: Main Race German Grand Prix 15:00 UFC on FOX Sports UFC 201 17:30 Countdown to Rio 20:00 (LIVE) FOX SPORTS Central 20:30 Icons Of Asia Joseph Schooling21:00 Chequered Flag Germany 21:30 HSBC World Rugby Seven Series 2015-16 22:30 FOX SPORTS Central 23:00 Icons Of Asia Joseph Schoo-ling 23:30 F1 2016: Highlights German Grand Prix

31 FOX SPORTS 212:00 Ricoh Women’s British Open 2016 Day 4 14:00 MLB Express St. Louis Cardinals vs Miami Marlins 14:30 PGA Championship 2016 Day 4 16:30 FIH Hockey Champions Trophy (Women’s) Australia vs New Zea-land 18:00 IAAF World U20 Championships 2016 Day

Número de Socorro 999Bombeiros 28 572 222PJ (Linha aberta) 993PJ (Piquete) 28 557 775PSP 28 573 333Serviços de Alfândega 28 559 944Hospital Conde S. Januário 28 313 731Hospital Kiang Wu 28 371 333CCAC 28 326 300IACM 28 387 333DST 28 882 184Aeroporto 88 982 873/74Táxi 28 283 283Táxi 28 939 939Água - Avarias 28 990 992Telecomunicações - Avarias 28 220 088Electricidade - Avarias 28 339 922Directel 28 517 520Rádio Macau 28 568 333Macau Cable 28 822 866Clube Militar de Macau 28 714 000ANIMA 28 715 732

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CINETEATROS2 Star Trek Beyond14:30 • 16:45 • 19:15 • 21:30

S3 Ghostbusters14:30 • 16:45 • 19:15 • 21:30

TORRE DE MACAUStar Trek Beyond (3D)14:30 • 16:45 • 19:30 • 21:30

GALAXYIce Age 5 : Collision Course (3D)16:40 • 18:45 • 20:55

Central Intelligence15:10

Me Before You21:25

Star Trek Beyond (3D)13:45 • 18:15 • 19:35 • 22:35

Jason Bourne14:30 • 16:50 • 17:15 • 18:30 • 21:30 • 23:50

Finding Dory (3D)13:00 • 15:00

21:00HBO

The Night Of

1 Highlights 19:00 Spirit of Yachting Giraglia Rolex Cup 19:30 Porsche Carrera Cup Asia 2016 Highlights 20:00 Dream TV Package Challenge Wanaka 20:30 MLB Express Seattle Mariners vs Chicago Cubs 21:00 World Series Of Darts 2016 22:30 World Rugby 23:00 FIBA 3x3 World Tour 2016 23:30 MLB Express Seattle Mariners vs Chicago Cubs 00:00 Sports Unlimited

40 FOX MOVIES12:25 Out Of The Dark 14:05 After Earth 15:50 Kung Fu Panda 2 17:25 Dark Places 19:25 Paul Blart: Mall Cop 21:00 Monday Night Premiere: Spooks 22:55 Wall Street: Money Never Sleeps

41 HBO12:55 The Curious Case Of Benjamin Button 15:35 Tarzan 17:05 The Constant Gardener 19:15 Ex Machina 21:00 The Night Of 22:00 Ballers 22:30 Vice Principals 23:00 The Equalizer

51 NATIONAL GEOGRAPHIC12:30 Sailing The Treasure Ship 13:25 Yukon River Run Into The Darkness 14:20 Ultimate Survival Alaska 15:15 Mygrations Lion’s Den 16:10 Hazen’s Wild Survival Guide Desert 17:05 Wicked Tuna 18:00 Yukon River Run Man Down 19:00 Asia’s Deadliest Snakes 20:00 Untamed Americas Mountains 21:00 Mygrations Animal House 22:00 I Wouldn’t Go In There 23:00 The Yard Havoc At High Tide 00:00 Untamed Americas Mountains

54 HISTORY13:00 The Hunt 14:00 Blood And Glory: The Civil War In Color 15:00 Special Forces 16:00 Museum Men 17:00 1941: Fall Of Penang 1 18:00 The Curse Of Oak Island 19:00 The Hunt 20:00 Lost In Transmission 21:00 Counting Cars 21:30 Ride N’ Seek Philippines With Jaime Dempsey 22:00 Pawn Stars 23:00 Barba-rians Rising 00:00 Counting Cars 00:30 Ride N’ Seek Philippines With Jaime Dempsey

62 AXN12:00 Safe House 14:10 Asia’S Got Talent 15:55 Blue Bloods 16:45 Wipeout 17:35 The Amazing Race 18:25 Cyril’S Family Vacation 18:55 Killjoys 19:50 The Pursuit Of Happyness 22:00 Ncis: Los Angeles 7 22:55 Killjoys 23:50 Ncis: Los Angeles 7 00:45 Caught On Camera

82 RTPI13:30 Há Volta 15:06 78a Volta a Portugal Bicicleta 17:00 Bom Dia Portugal Fim de Semana 17:30 Eu-carista Dominical 18:26 Hora dos Portugueses (Fim de Semana) 19:12 A Cidade na Ponta dos Dedos 19:20 As Novas Viagens Philosophicas 20:00 Jornal da Tarde 21:11 Fotobox 21:27 Ideias & Companhias 21:47 Janela Indescreta 22:15 Tech 3 22:27 Manual de Instruções 22:53 Sabia Que? 23:17 A Minha Tese 23:43 Números do Dinheiro

• • • TELEFONES ÚTEIS

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Segunda-feira, 01 de Agosto de 2016 JTM | LAZER 19

• • • E AINDA

• • • DIVULGAÇÃO

“Chan Chi Mei” – “Sabores de Verdade” da Cozinha Chinesa na Vila de Coloane

Na passada segunda-feira es-crevi sobre o histórico Café “Nga Tim” e para esta se-

mana escolhi o restaurante “Chan Chi Mei” que é também gerido pela mesma família de Vong Iu Tong, mais precisamente pelos seus filhos Wong Wai Hong e Wong Wai Si. Este res-taurante está situado precisamente do lado oposto ao “Nga Tim”, numa casinha com dois pisos.

Foi precisamente com o último, o irmão mais novo, que estive à con-versa e pude confirmar uma vez mais que esta família de origem chinesa tem realmente muito carinho e esti-ma pelos portugueses. É tão maravi-lhoso constatar quando encontramos alguém com raízes culturais tão dife-rentes das nossas com tanto amor por outro País, neste caso por Portugal. E esta ligação sentimental é tão profun-da que Wong Wai Si manifestou o so-nho de um dia expandir este negócio iniciado pelo pai não em Macau, não em Hong Kong, não na China, mas na terra de Camões! “Sim, porque não? Os portugueses do tempo do meu pai que regressaram a Portugal, com cer-teza que ficarão muito contentes se puderem comer outra vez esta nossa comidinha em Lisboa”, confidenciou enquanto eu ficava agradavelmente surpreendido.

O “Chan Chi Mei” foi inaugura-do no dia 4 de Abril de 1994 devido à afluência em crescendo de turistas chineses e para se precaverem do re-gresso da clientela ocidental às suas origens antes de 1999. “Os portugue-

ses estavam a regressar aos poucos a Portugal e foi para nós muito im-portante oferecermos também a cozi-nha chinesa desta região de Cantão”, completou orgulhoso da aposta que fizeram.

Os pratos com mais saída e ado-rados pela comunidade local são os fritos com alho e malagueta quase sempre acompanhados por uma cer-veja fresquinha para combater o pi-cante: as lulas, as costeletas de porco, o peixinho e o camarão. O “yok si chau min” (carne desfiada com mas-sa frita na chapa), as ameijoas com feijão preto chinês, o camarão com ovos mexidos e o “yong chao cháu fán” (arroz chau-chau à moda da re-gião de “Yong Chao”) são outros dos pratos muito populares do “Chan Chi Mei” cujo nome do restaurante, se fosse traduzido para português, seria mais ou menos “Sabores de Ver-dade”.

E se vir um senhor com uma viola pendurada ao pescoço aproximar-se da sua mesa, normalmente ao final da tarde, não se assuste: é o tio “Fee-ling” de Wong Wai Si que gosta de entreter a malta com música ao vivo.

Nota: Se não conseguir comunicar em chinês, peça para falar com a Senhora “Choi” que fala português e costuma ser ela quem atende os clientes por-tugueses há mais de 20 anos, quer no “Nga Tim” quer no “Chan Chi Mei”.

* Director da yummymacau.com

NOTA: Esta secção não tem propósitos publi-citários. Trata-se apenas de divulgar a variada gastronomia existente na RAEM

“Chan Chi Mei”Morada: Rua Caetano, nº 1, Vila de ColoaneTelefone: 2888 1029Horário: Aberto todos os dias das 11h30 até à meia-noite

Gilberto Camacho*

Lindsay Lohan estará grávidaMichael Lohan revelou que a filha, Lindsay Lohan, está grávida. O pai da actriz, de 27 anos, disse que recebeu a novidade através de uma mensagem de telemóvel. “Ela mandou-me uma mensagem que dizia: ‘pai, estou grávida’, mas não sei de quanto tempo ela realmente está. Diz-me que está grávida e eu não tenho razões para não acreditar nela”, adiantou. Segundo Michael Lohan, a actriz sempre desejou ter filhos, até porque tem um grande “instinto maternal”. Lindsay Lohan terminou o noivado com o milionário russo Egor Tarabasov, de 23 anos, após ter descoberto uma traição e sido supostamente agredida durante uma discussão.

Harrison Fordpoderia ter morrido nas filmagens de “Star Wars”O actor Harrison Ford poderia ter morrido num acidente sofrido durante as filmagens do recente filme “Star Wars: The Force Awakens”, afirmou o Ministério Público (MP) britânico em tribunal, enquanto a sociedade “Foodles Production” reconheceu falhas de segurança na produção do filme. O actor americano, de 74 anos, fracturou a perna esquerda ao ficar preso numa porta hidráulica que se fechou de repente durante as filmagens nos estúdios “Pinewood”, próximo de Londres, em Junho de 2014. “O acidente poderia ter causado a morte de qualquer pessoa”, considerou o MP. A “Foodles Production”, filial dos estúdios Disney sediada em Londres, deverá conhecer a sentença no dia 22 de Agosto.

Mary J. Blige separa-se após 12 anos de casamentoA cantora Mary J Blige vai divorciar-se de Kendy Isaacs depois de 12 anos de casamento. “Mary J Blige fica triste por confirmar que é verdade que vai divorciar-se porque as coisas às vezes não funcionam como esperamos. Mas existe um plano divino e uma razão para tudo. (...) Ela agradece e aprecia o apoio dos fãs e o amor que lhe transmitem neste momentos difíceis e repletos de emoção”, anunciaram os representantes da cantora.

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20 JTM | ÚLTIMA Segunda-feira, 01 de Agosto de 2016 • Fecho da Edição • 24:00 horas

Condenada líder de fundação em caso ligado ao de Ng Lap SengA presidente de uma fundação sediada em Nova Iorque foi condenada a 20 me-ses de prisão por ter participado num esquema com o objectivo de pagar cente-nas de milhares de dólares em subornos ao antigo presidente da Assembleia Ge-ral da Organização das Nações Unidas (ONU), no âmbito do caso que envolve Ng Lap Seng. De acordo com a Reuters, Sheri Yan, antiga presidente da Funda-ção para a Sustentabilidade Global, foi condenada após ter admitido subornos a John Ashe, em Janeiro. O juiz, que também aplicou uma multa de 12.500 dó-lares e o confisco de 300.000 dólares, disse que os crimes cometidos “causaram um dano substancial à ONU e à imagem da ONU”. Yan lamentou o sucedido e disse que ia “castigar-se para sempre”. John Ashe, antigo presidente da Assem-bleia Geral da ONU que morreu em Junho enquanto aguardava julgamento, terá alegadamente recebido 1,3 milhões de dólares em subornos de empresários chineses para promover os seus interesses. Esses subornos incluíram mais de 800.000 dólares canalizados através de Yan e o antigo director financeiro da sua fundação. Sherri Yan pagou ainda 20.000 dólares por mês para que Ashe fosse presidente honorário da fundação, suportando inclusive custos com vestuário. Em troca, segundo a acusação, Yan tinha direito a “consultas diplomáticas” de John Ashe, que eram usadas para promover a fundação.

Tufão Nida aproxima-se do Sul da ChinaAs autoridades chinesas emitiram um alerta face à previsível chega-da do tufão Nida à Província de Guangdong, tendo a tempesta-de obrigado já a içar o sinal 1 em Hong Kong. Ontem, ainda era difí-cil prever o impacto da tempestade em Macau, dada a distância a que o tufão se encontra actualmente, no entanto, Vera Varela, porta-voz dos Serviços Meteorológicos e Geofísi-cos disse ao JORNAL TRIBUNA DE MACAU que durante o dia de hoje são esperados “aguaceiros ocasionais”. Na China Continental foi içado ontem um alerta amarelo, o segundo mais baixo, numa escala de quatro, em termos de gravidade. O quarto tufão a chegar às costas chinesas este ano passou por Manila na tarde de sábado e deverá chegar a Cantão amanhã, de acordo com o Centro Nacional de Meteorologia chinês. O fenómeno meteorológico poderá atingir ventos superiores a 144 quilómetros por hora.

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Argelinos sem visto invadirampista do Aeroporto de LisboaUm grupo de quatro argelinos que ontem obrigou a encerrar durante mais de meia hora o aeropor-to Humberto Delgado, em Lisboa, tinha bilhetes com destino a Cabo Verde e nenhum possuía vis-to, quer para Cabo Verde, quer para permanecer em Portugal. Cinco argelinos que tinham chega-do num voo que aterrou na Portela às 19:34 (02:34 em Macau), oriundo de Argel, conseguiram es-capar ao controlo e aceder a zonas interditas do aeroporto - quatro conseguiram mesmo chegar à pista, onde acabariam por ser detidos após uma breve perseguição. Segundo o Diário de Notícias, as autoridades estão quase certas de que se trata de uma tentativa de imigração ilegal.

China vai intensificar protecção da Grande MuralhaA Administração Estatal do Património Cultural (AEPC) da China vai lançar uma campanha para combater danos criminosos causa-dos à Grande Muralha. Segundo a agência Xinhua, a campanha envolverá inspecções regulares e verificações aleatórias por parte de autoridades de 15 províncias, regiões autónomas e municípios. A AEPC vai ainda criar uma linha telefónica especial para receber denúncias sobre violações e danos feitos pelo público à Grande Muralha. Construída entre o século III a.C. até à Dinastia Ming (1368-1644), a Grande Muralha estende-se por mais de 21 mil qui-lómetros, da Província de Gansu (noroeste) à de Hebei (norte). De acordo com as estatísticas da AEPC, cerca de 30% de uma secção de 6.200 quilómetros da muralha construída na Dinastia Ming desapareceu, e menos de 10% está bem preservada. Terramotos, chuvas, ventos e outros elementos naturais destruíram muitos tijolos, mas a Grande Mura-lha também tem sido afectada pela actividade humanas, indicou a Xinhua, destacando casos de “desenvolvimento irresponsável de alguns governos” ou “roubos de tijolos por aldeões locais para uso em construção e agricultura”.

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