agravo regimental interno agravinho tj negativa seguimento recurso apelacao emprestimo consignado...

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EXMO

EXCELENTSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR FULANO DE TALTRIBUNAL DE JUSTIA DO RIO GRANDE DO SUL DD RELATOR DA APELAO CVEL N. 000000/RS13 CMARA CVEL

FRANCISCO DAS QUANTAS (Agravante), j devidamente qualificado nos autos desta Apelao Cvel, ora em destaque, vem, com o devido respeito presena de Vossa Excelncia, intermediado por seu patrono que abaixo firma, para, no qinqdio legal, interpor o presente AGRAVO INTERNO,

( CPC, art. 557, 1 )

contra a deciso monocrtica de fls. 77/85, a qual negou seguimento ao recurso de Apelao em tela, em face de manifesta coliso com o entendimento jurisprudencial deste Tribunal e do Superior Tribunal de Justia, onde fundamenta-os atravs das Razes ora acostadas, tudo consoante as linhas abaixo explicitadas.

Respeitosamente, pede deferimento.

Porto Alegre (RS), 00 de dezembro de 0000.

Beltrano de Tal Advogado OAB/RS 0000

RAZES DO AGRAVO INTERNOAGRAVANTE: FRANCISCO DAS QUANTAS AGRAVADO: BANCO ZETA S/A Ref.: Apelao Cvel n 0000/RSEGRGIO TRIBUNAL DE JUSTIA DO RIO GRANDE DO SULPRECLARO RELATOR 1 - DA DECISO RECORRIDA

A Apelada celebrou com o Apelante, na data de 00/11/2222, um emprstimo mediante Contrato de Abertura de Crdito (CDC) n. 11223344-55, com a particularidade de pagamento mediante desconto em folha de pagamento. Referido pacto tem como propsito a abertura de crdito no importe de R$ 00.000,00 ( .x.x.x ), a ser pago em 48(quarenta e oito) parcelas sucessivas e mensais. (fls. 14/21)

Para o emprstimo em lia foram empregadas taxas de juros remuneratrios de 0,00% ( x.x.x. ) e 00,00% ( x.x.x ), respectivamente ao ms e ano.

Delineou-se na pea vestibular, ademais, que o emprstimo era oneroso e ilegal, muito embora aparentemente demonstrasse o contrrio em razo da taxa mensal cobrada.

O d. Juiz de Direito da 00 Vara Cvel de Pelotas (RS) julgou totalmente improcedentes os pedidos formulados pelo ento Autor, aqui Agravante, condenando-o no nus de sucumbncia.

No despacho monocrtico recorrido, entendeu Vossa Excelncia, como Relator do recurso em lia, que a hiptese era de julgamento monocrtico (CPC, art. 557, 1-A), porquanto:

. . . a pretenso deste recurso contraria diretriz jurisprudencial pacfica e dominante do Superior Tribunal de Justia, assim como deste Tribunal.

Neste diapaso, fora negado seguimento ao recurso em mira enfocando-se no mago que: Quanto alegada cobrana dos juros capitalizados, tenho que o artigo 5 da Medida Provisria n 2.170-36/2001 (reedio da Medida Provisria n. 1.963-17/2000), autorizou a capitalizao mensal nos contratos bancrios em geral, da inexistir a ilegalidade combatida. O pagamento de dvida em atraso, consoante previso inserta no Cdigo Civil, acarreta a cobrana de encargos moratrios. ( . . . )

Por tais fundamentos, NEGO SEGUIMENTO ao recurso.

2 - EQUVOCO DA R. DECISO ORA GUERREADA

ERROR IN JUDICANDO

De fato, como lanado na deciso vergastada, h precedentes deste Tribunal e do Superior Tribunal de Justia no sentido dos fundamentos lanados na deciso combatida. Todavia, no este o entendimento majoritrio, muito menos o correto a ser aplicado ao caso em debate.

( 2.1. ) DA IMPERTINNCIA DA COBRANA DE JUROS CAPITALIZADOS

Conquanto na espcie relata-se uma relao de consumo, o Cdigo de Defesa do Consumidor permite seja revisto o contrato quando ocorrer fato superveniente que o desequilibre, tornando-o excessivamente oneroso a um dos participantes (art. 6 c/c art. 51, inc. IV, 1, inc. III, da Lei n. 8.078/90), ou excluir a(s) clusula(s) que estabelea(m) obrigaes inquas, abusivas ao consumidor, conduzindo-o a uma situao de desvantagem perante o prestados de servios.

De outro importe, constata-se que inexiste de clusula expressa ajustando a cobrana de juros capitalizados, assim como sua periodicidade. Por este motivo, h de ser afastada a sua cobrana, segundo o assente entendimento dos Tribunais:APELAO CVEL. Ao revisional de contrato de abertura de crdito em conta corrente. Cheque especial e contrato de emprstimo. Recurso do banco. Prescrio da pretenso de restituio do indbito. Preliminar afastada. Ao pessoal. Prazo de dez anos, conforme o artigo 205 do Cdigo Civil. Inaplicabilidade do art. 206, 3, IV do estatuto civilista. Utilizao da regra da imputao do pagamento para a realizao do clculo dos valores a restituir, de modo a considerar capitalizados apenas os juros no amortizados. Impossibilidade de se aferir o valor do dbito. Momento processual inadequado para discusso da matria. Negar provimento ao reclamo no particular. Recurso da autora. Comisso de permanncia. Recurso da demandante que pugna pela ilegalidade da exigncia da comisso de permanncia. Observncia do atual entendimento do STJ. Decote dos excessos. Princpio da conservao dos negcios jurdicos (RESP n. 1.058.114/RS). Desprovimento. 4. Constatada abusividade dos encargos pactuados na clusula de comisso de permanncia, dever o juiz decot-los, preservando, tanto quanto possvel, a vontade das partes manifestada na celebrao do contrato, em homenagem ao princpio da conservao dos negcios jurdicos consagrado nos arts. 139 e 140 do Cdigo Civil alemo e reproduzido no art. 170 do Cdigo Civil brasileiro. 5. A decretao de nulidade de clusula contratual medida excepcional, somente adotada se impossvel o seu aproveitamento. 6. Recurso Especial conhecido e parcialmente provido (RESP n. 1058114/RS, Rel. Min. Nancy andrighi, Rel. P/ acrdo Min. Joo Otvio de noronha, dje 16.11.2010. Grifou-se). Mora. Contrato de abertura de conta corrente. Ao revisional que, por si s, no afasta a mora. Smula n. 380, do STJ. Reduo considervel dos encargos incidentes no perodo da normalidade e necessidade de liquidao para determinao do quantum debeatur. Desnecessidade do depsito do valor incontroverso. Descaracterizao da mora que se impe. Precedentes desta cmara. Sentena mantida. Recursos de ambas as partes. Juros remuneratrios. Contrato de abertura de crdito em conta corrente. Cheque especial. Manuteno da taxa pactuada, porquanto em consonncia com a mdia de mercado apurada pelo Banco Central do Brasil. Entendimento consolidado pelo STJ no julgamento do RESP n. 1.061.530/RS, em que se aplicou a Lei dos recursos repetitivos. "Nos contratos bancrios, com exceo das cdulas e notas de crdito rural, comercial e industrial, no abusiva a taxa de juros remuneratrios superior a 12 % (doze por cento) ao ano, desde que no ultrapassada a taxa mdia de mercado poca do pacto, divulgada pelo Banco Central do Brasil" (Enunciado N. I do grupo de cmaras de direito comercial). Parcial provimento do recurso do banco. Contrato de emprstimo. Manuteno da taxa pactuada, porquanto menor que a mdia de mercado apurada pelo Banco Central do Brasil. Entendimento consolidado pelo STJ no julgamento do RESP n. 1.061.530/RS, em que se aplicou a Lei dos recursos repetitivos. "Nos contratos bancrios, com exceo das cdulas e notas de crdito rural, comercial e industrial, no abusiva a taxa de juros remuneratrios superior a 12 % (doze por cento) ao ano, desde que no ultrapassada a taxa mdia de mercado poca do pacto, divulgada pelo Banco Central do Brasil" (Enunciado N. I do grupo de cmaras de direito comercial). Capitalizao mensal e anual de juros. Ajuste posterior a 31.3.2000, quando entrou em vigor a medida provisria n. 1.963-17/2000, reeditada pela MP n. 2.170-36/2001. Inexistncia de previso explcita da cobrana. Vedao de sua utilizao em qualquer periodicidade. Provimento do recurso da autora. "1. Nos termos da MP 2.170/01, admissvel a capitalizao mensal de juros quando expressamente pactuada, o que no ocorre nos autos. 2. No suficiente que a capitalizao mensal de juros tenha sido pactuada, sendo imprescindvel que tenha sido de forma expressa, clara, de modo a garantir que o contratante tenha a plena cincia dos encargos acordados; no caso, apenas as taxas de juros mensal simples e anual esto, em tese, expressas no contrato, mas no a capitalizada [... ]" (AGRG no RESP n. 895.424/RS, Rel. Min. Hlio quaglia barbosa, DJU de 20.8.2007). nus de sucumbncia. Readequao em virtude da alterao do julgado. Partes que so vencedoras e vencidas, devendo as custas processuais e honorrios advocatcios serem arcados por ambas, de forma recproca e proporcional. Exegese do art. 21, caput, do cdigo de processo civil. Admitida a compensao dos honorrios advocatcios, nos termos da Smula n. 306 do STJ. (TJSC - AC 2010.017718-2; Palhoa; Quinta Cmara de Direito Comercial; Rel. Des. Volnei Celso Tomazini; Julg. 01/03/2012; DJSC 21/03/2012; Pg. 313)

AO REVISIONAL DE CONTRATO. JUROS. REMUNERATRIOS. CAPITALIZAO. HIPTESE EM QUE A PRTICA VEDADA AT 30/03/2000, COM EXPRESSA AUTORIZAO LEGAL PARA A PRTICA A PARTIR DE ENTO. SMULA N 121 DO STF. MP 2.170-36. IMPOSSIBILIDADE DE COBRANA DE JUROS CAPITALIZADOS NO CASO CONCRETO, DIANTE DA FALTA DE PROVA DE EXPRESSA PACTUAO. NO INCIDNCIA, EM TESE, DE LIMITAO PREVISTA NO DECRETO N 22.626/33 E ART. 192, 3. DA CF/88.

Todavia, limitados os juros mdia de mercado divulgada pelo Banco Central, diante da ausncia do contrato de cheque especial. A percia concluiu pela inexistncia de cumulao de comisso de permanncia com correo monetria. Recurso provido em parte. (TJSP - APL 0027819-97.2009.8.26.0000; Ac. 5695154; So Jos do Rio Preto; Vigsima Cmara de Direito Privado; Rel. Des. Luis Carlos de Barros; Julg. 13/02/2012; DJESP 05/03/2012)

Para que no existam dvidas acerca da cobrana dos encargos capitalizados, tenha-se que a taxa de juros mensais foram entabuladas em 0,00% ( x.x.x. ) e, por outro lado, a taxa anual resultou de 00,00% ( x.x.x. ). Destarte, em uma simples conta aritmtica constata-se que os juros anuais ultrapassam o duodcuplo dos juros mensais. Obviamente existem a capitalizao dos juros. Neste sentido:

APELAO CVEL. NEGCIOS JURDICOS BANCRIOS. AO REVISIONAL DE CONTRATO. EMPRSTIMO PESSOAL. POSSIBILIDADE DE APLICAO DO CDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR.

O recurso do autor despropositado no ponto, pois a sentena reconheceu a aplicao do Cdigo de Defesa do Consumidor na espcie. Juros remuneratrios: No comprovada a abusividade dos juros remuneratrios, restam mantidos conforme pactuados. Capitalizao de juros: O Superior Tribunal de Justia vem decidindo que, nos contratos bancrios firmados aps a edio da medida provisria n 1.963-17/2000 (31.3.2000), permitida a cobrana de juros capitalizados em periodicidade mensal, desde que expressamente pactuada, o que ocorre quando a taxa anual de juros ultrapassa o duodcuplo da taxa mensal, como no caso em tela. Comisso de permanncia: Despropositado o recurso no ponto, porquanto a comisso de permanncia foi afastada expressamente na sentena. Tac: No comprovada a pactuao, tampouco a exigncia de qualquer valor a este ttulo, despropositada a alegao de cobrana abusiva iof: Impossibilidade de apreciao do tpico recursal, pois corresponde inovao recursal indevida. Recurso no conhecido no ponto. Repetio do indbito: No comprovada a cobrana de encargos abusivos, invivel determinar a repetio do indbito. Desconto em folha de pagamento: Inexiste bice para que ocorram os descontos em folha de pagamento do autor, pois assim autorizado expressamente. Depsito judicial dos valores incontroversos: Mantidos os descontos em folha de pagamento, fica prejudicado o pedido de depsito judicial dos valores tidos como incontroversos. Cadastramento negativo: Apurado saldo devedor, possvel a inscrio em rgos de restrio ao crdito. Apelao parcialmente conhecida e improvida. (TJRS - AC 467780-96.2011.8.21.7000; Porto Alegre; Dcima Primeira Cmara Cvel; Rel. Des. Luiz Roberto Imperatore de Assis Brasil; Julg. 15/02/2012; DJERS 27/02/2012)

No prosperam tambm os argumentos de que os juros capitalizados poderiam ser cobrados por fora das MPs 1.963-17(art. 5) e 2.170-36(art. 5) visto que a cdula posterior a vigncia das mesmas --, mantidas pela Emenda Constitucional n. 32/01, posto que, tambm para estas hipteses, o pacto expresso de capitalizao de juros se faz necessrio.

MTUO BANCRIO. CONTRATO DE ABERTURA DE CRDITO ROTATIVO EM CONTA CORRENTE. VERBAS LCITAS. TAXA DE JUROS REMUNERATRIA. AUSNCIA DE CONTRATAO EXPRESSA. EVOLUO DA DVIDA COM FINCAS NA TAXA MDIA DO BACEN SE INFERIOR S QUE INCIDIRAM NO PACTO. CAPITALIZAO MENSAL. ILCITA.

Critrio reputado lcito somente pela Medida Provisria n 1963, de 30 de maro de 2000, que legalizou a cobrana de juros capitalizados em contratos bancrios de toda e qualquer natureza, e desde que expressamente contratada com as taxas de juros respectivas; Comisso de permanncia. Licitude desde que aplicada a taxa de mercado informada pelo BACEN, se inferior quelas que incidiram no pacto, com incidncia de juros de mora. Smula n 294 do STJ, sendo vedada a sua cumulao com qualquer ndice adotado como reajuste monetrio ou com os juros remuneratrios. Recurso, em parte, provido. (TJSP - APL 9219678-59.2003.8.26.0000; Ac. 5810233; Sorocaba; Vigsima Cmara de Direito Privado; Rel. Des. Cunha Garcia; Julg. 24/10/2011; DJESP 13/04/2012)

CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. AO MONITRIA. CDULA DE CRDITO BANCRIO. GIROCAIXA. EMBARGOS EM PARTE PROCEDENTES. PRELIMINARES DE NULIDADE DA SENTENA. REJEIO. JUROS CAPITALIZADOS. AUSNCIA DE PREVISO CONTRATUAL. IMPOSSIBILIDADE.

1. Deixando de requerer a autora a citao por edital de um dos requeridos, de ser mantida a sentena que, em relao ao ru no citado, extinguiu o processo, sem resoluo de mrito, nos termos do art. 267, iv e 3, do cpc. 2. Havendo, nos embargos monitrios, expressa impugnao cobrana da comisso de permanncia com a incluso da taxa de rentabilidade de at 10% ao ms, no merece acolhimento o pedido de anulao do decisum, sob alegao de que ele foi ultra petita. 3. No obstante seja admitida a cobrana de juros capitalizados em contratos diretos ao consumidor, firmados aps a edio da medida provisria n 1.963-17/2000, atual medida provisria n 2.170-36/2001, faz-se necessrio que a referida prtica esteja expressamente prevista no respectivo instrumento contratual. Precedentes. 4 - legal a incidncia da comisso de permanncia prevista em clusula contratual, desde que sua cobrana no seja cumulada com a taxa de rentabilidade, juros de mora e multa, bem como a capitalizao dos juros. 5. Levando-se em conta que a comisso de permanncia, alm de realizar a correo monetria, tambm serve para remunerar o capital (pois em sua composio existe parcela de juros), de ser mantida a sentena que, verificando a cada perodo inadimplido a incidncia da comisso de permanncia sobre o saldo atualizado da dvida, determinou que fossem excludos da cobrana do dbito os valores decorrentes da capitalizao mensal dos juros embutida na comisso de permanncia incidente, a cada ms, sobre o saldo devedor. 6. Apelao a que se nega provimento. (TRF 5 R. - AC 0004328-74.2010.4.05.8300; PE; Quarta Turma; Rel. Des. Fed. Lzaro Guimares; Julg. 27/03/2012; DEJF 03/04/2012; Pg. 461)

APELAO CVEL. Ao revisional de contrato de abertura de crdito em conta corrente. Cheque especial e contrato de emprstimo. Recurso do banco. Prescrio da pretenso de restituio do indbito. Preliminar afastada. Ao pessoal. Prazo de dez anos, conforme o artigo 205 do Cdigo Civil. Inaplicabilidade do art. 206, 3, IV do estatuto civilista. Utilizao da regra da imputao do pagamento para a realizao do clculo dos valores a restituir, de modo a considerar capitalizados apenas os juros no amortizados. Impossibilidade de se aferir o valor do dbito. Momento processual inadequado para discusso da matria. Negar provimento ao reclamo no particular. Recurso da autora. Comisso de permanncia. Recurso da demandante que pugna pela ilegalidade da exigncia da comisso de permanncia. Observncia do atual entendimento do STJ. Decote dos excessos. Princpio da conservao dos negcios jurdicos (RESP n. 1.058.114/RS). Desprovimento. 4. Constatada abusividade dos encargos pactuados na clusula de comisso de permanncia, dever o juiz decot-los, preservando, tanto quanto possvel, a vontade das partes manifestada na celebrao do contrato, em homenagem ao princpio da conservao dos negcios jurdicos consagrado nos arts. 139 e 140 do Cdigo Civil alemo e reproduzido no art. 170 do Cdigo Civil brasileiro. 5. A decretao de nulidade de clusula contratual medida excepcional, somente adotada se impossvel o seu aproveitamento. 6. Recurso Especial conhecido e parcialmente provido (RESP n. 1058114/RS, Rel. Min. Nancy andrighi, Rel. P/ acrdo Min. Joo Otvio de noronha, dje 16.11.2010. Grifou-se). Mora. Contrato de abertura de conta corrente. Ao revisional que, por si s, no afasta a mora. Smula n. 380, do STJ. Reduo considervel dos encargos incidentes no perodo da normalidade e necessidade de liquidao para determinao do quantum debeatur. Desnecessidade do depsito do valor incontroverso. Descaracterizao da mora que se impe. Precedentes desta cmara. Sentena mantida. Recursos de ambas as partes. Juros remuneratrios. Contrato de abertura de crdito em conta corrente. Cheque especial. Manuteno da taxa pactuada, porquanto em consonncia com a mdia de mercado apurada pelo Banco Central do Brasil. Entendimento consolidado pelo STJ no julgamento do RESP n. 1.061.530/RS, em que se aplicou a Lei dos recursos repetitivos. "Nos contratos bancrios, com exceo das cdulas e notas de crdito rural, comercial e industrial, no abusiva a taxa de juros remuneratrios superior a 12 % (doze por cento) ao ano, desde que no ultrapassada a taxa mdia de mercado poca do pacto, divulgada pelo Banco Central do Brasil" (Enunciado N. I do grupo de cmaras de direito comercial). Parcial provimento do recurso do banco. Contrato de emprstimo. Manuteno da taxa pactuada, porquanto menor que a mdia de mercado apurada pelo Banco Central do Brasil. Entendimento consolidado pelo STJ no julgamento do RESP n. 1.061.530/RS, em que se aplicou a Lei dos recursos repetitivos. "Nos contratos bancrios, com exceo das cdulas e notas de crdito rural, comercial e industrial, no abusiva a taxa de juros remuneratrios superior a 12 % (doze por cento) ao ano, desde que no ultrapassada a taxa mdia de mercado poca do pacto, divulgada pelo Banco Central do Brasil" (Enunciado N. I do grupo de cmaras de direito comercial). Capitalizao mensal e anual de juros. Ajuste posterior a 31.3.2000, quando entrou em vigor a medida provisria n. 1.963-17/2000, reeditada pela MP n. 2.170-36/2001. Inexistncia de previso explcita da cobrana. Vedao de sua utilizao em qualquer periodicidade. Provimento do recurso da autora. "1. Nos termos da MP 2.170/01, admissvel a capitalizao mensal de juros quando expressamente pactuada, o que no ocorre nos autos. 2. No suficiente que a capitalizao mensal de juros tenha sido pactuada, sendo imprescindvel que tenha sido de forma expressa, clara, de modo a garantir que o contratante tenha a plena cincia dos encargos acordados; no caso, apenas as taxas de juros mensal simples e anual esto, em tese, expressas no contrato, mas no a capitalizada [... ]" (AGRG no RESP n. 895.424/RS, Rel. Min. Hlio quaglia barbosa, DJU de 20.8.2007). nus de sucumbncia. Readequao em virtude da alterao do julgado. Partes que so vencedoras e vencidas, devendo as custas processuais e honorrios advocatcios serem arcados por ambas, de forma recproca e proporcional. Exegese do art. 21, caput, do cdigo de processo civil. Admitida a compensao dos honorrios advocatcios, nos termos da Smula n. 306 do STJ. (TJSC - AC 2010.017718-2; Palhoa; Quinta Cmara de Direito Comercial; Rel. Des. Volnei Celso Tomazini; Julg. 01/03/2012; DJSC 21/03/2012; Pg. 313)

a hiptese de incidncia, portanto, ante inexistncia de clusula expressa, do que reza a Smula 121 do Supremo Tribunal Federal, bem como Smula 93 do Superior Tribunal de Justia:STF - Smula n 121 - vedada a capitalizao de juros, ainda que expressamente convencionada.

STJ - Smula n 93 - A legislao sobre cdulas de crdito rural, comercial e industrial admite o pacto de capitalizao de juros.

Imprprios, tambm, os argumentos lanados na deciso combatida, quando sustenta-se que no haveria ilegalidade alguma porque a operao passou a ser permitida pelo art. 5, da Medida Provisria n 1. 963/17, de 30/3/2000, ainda em vigor reedies posteriores e, segundo o voto do eminente relator, por fora do art. 2, da Ementa Constitucional n 32, de 11/9/2001.

O exame de tais diplomas legais, entretanto, revela que o invocado dispositivo deve ter recusada a aplicao porque sem validade.

O prembulo das Medidas Provisrias ns 1. 963 e 2.170 esta ltima como reedio daquela indica que suas normas dispem sobre a administrao dos recursos de caixa do Tesouro Nacional, consolidam e atualizam a legislao pertinente ao assunto e do outras providencias. Apreciando-se com acuidade o texto das normas, at o art. 4, ao menos, indica que o executivo legislador teve em mente tratar dos recursos do caixa do Tesouro Nacional exclusivamente. O art. 5, entretanto enveredou por assunto diverso, passando a tratar, em completo descompasso com o restante da Medida, da possibilidade de capitalizao de juros pelas instituies integrantes do Sistema Financeiro Nacional.

No entanto, temos que a Lei Complementar n 95, de 26/2/1998 em cumprimento ao art. 59, pargrafo nico, da Constituio Federal, aplicvel, tambm, s Medidas Provisrias (art. 1 pargrafo nico), estabelece, no art. 7 que o primeiro artigo do texto indicar o objeto da lei e o respectivo mbito de aplicao e probe, no inciso II, o tratamento de matria estranha a seu objeto: a lei no conter matria estranha a seu objeto ou a este no vinculada por afinidade, pertinncia ou conexo.

bvio que a matria relativa capitalizao de juros em favor de instituies financeiras nada tem com os mecanismos de administrao dos recursos do Tesouro Nacional, destoando flagrantemente do objeto principal das invocadas Medidas Provisrias, com o qual no tem afinidade, pertinncia ou conexo.

Convm realar, nesse ponto, que o enfoque na colidncia de normas pode-se dar pelo prisma constitucional ou pelo prisma infraconstitucional, como decidiu o C. Superior Tribunal de Justia nos Embargos de Divergncia n 357.415/PR (Rela. Min. Eliana Calmon- DJ 14/6/2004).

Neste ltimo aspecto, assentado que a lei complementar trate do assunto que lhe foi confiado pelo texto constitucional, assume inegvel superioridade hierrquica em relao lei ordinria (GERALDO ATALIBA, Lei Complementar na Constituio Federal, So Paulo, RT, 1971, p. 57), qual se equipara a Medida Provisria.

Bem por isso, sujeitando-se esta aos contornos estabelecidos por aquela, no prevalecem contra ela, sendo invlidas as normas que a contradisserem (MANOEL GONGALVES FERREIRA FILHO, Do Progresso Legislativo, So Paulo Saraiva, 2002, p. 247).

Tem-se, assim, que o art. 5 de referidos diplomas est em aberto confronto com o art. 7, II, da Lei Complementar n 95/98.

No fosse este o entendimento, o que se diz apenas por argumentar, o Poder Executivo no tem o condo de legislar, por Medida Provisria(CF, art. 62), no tocante matria de juros cobrados por instituies financeiras. Ademais, a mesma, resta saber, sequer fora apreciada pelo Poder Legislativo.

H, neste tocante, h uma gritante ilegalidade.

Ademais, a clusula de capitalizao, por ser de importncia crucial ao desenvolvimento do contrato, ainda que eventualmente existisse neste pacto, deve ser redigida de maneira a demonstrar exatamente ao contratante do que se trata e quais os reflexos geraro ao plano do direito material.

Desse modo, como a instituio financeira no se preocupou de contratar expressamente, muito menos -- mesmo que absurdamente tenha por falar em alguma clusula implcita --, em respeitar o que dispe o Cdigo de Defesa do Consumidor, notadamente os artigos 46, 51, inciso IV, 52, 54, pargrafo 3 e 4, pode-se afirmar que a cdula de crdito bancrio, ora em debate, no conteria o pacto, visto sob a tica consumerista.

Isto se deve ao desrespeito de um dos deveres anexos defluentes do princpio da boa-f: o dever de informao que impe a obrigao de transparncia das condies pactuadas. Por conseguinte, deve a clusula, que eventual venha prev a capitalizao mensal de juros, ser declarada invlida, desprezando, in casu, a Smula n. 93 do STJ, em face de sua patente inaplicabilidade ao caso em tela.

O pacto, luz do princpio consumerista da transparncia, que significa informao clara, correta e precisa sobre o contrato a ser firmado, mesmo na fase pr-contratual, teria que necessariamente conter:

1) redao clara e de fcil compreenso(art. 46);

2) Informaes completas acerca das condies pactuadas e seus reflexos no plano do direito material;

3) Redao com informaes corretas, claras, precisas e ostensivas, sobre as condies de pagamento, juros, encargos, garantia(art. 54, pargrafo 3, c/c art. 17, I, do Dec. 2.181/87);

4) Em destaque, a fim de permitir sua imediata e fcil compreenso, as clusulas que implicarem limitao de direito(art. 54, pargrafo 4)

( 2.3. ) - DA AUSNCIA DE MORA

Destaque-se que no h que se falar em mora do Agravante, como equivocadamente ficou fundamentado na deciso monocrtica recorrida.

A mora reflete uma inexecuo de obrigao diferenciada, porquanto representa o injusto retardamento ou o descumprimento culposo da obrigao, conceituao esta que se encontra estabelecida no artigo 394 do Cdigo Civil, aplicvel espcie, com a complementao disposta no artigo 396 desse mesmo Diploma Legal.

CDIGO CIVIL

Art. Art. 394 - Considera-se em mora o devedor que no efetuar o pagamento e o credor que no quiser receb-lo no tempo, lugar e forma que a lei ou a conveno estabelecer.

Art. 396 - No havendo fato ou omisso imputvel ao devedor, no incorre este em mora

Do mesmo teor a posio do Superior Tribunal de Justia:AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO ESPECIAL. CONTRATO DE ARRENDAMENTO MERCANTIL. VARIAO CAMBIAL. PROVA DA CAPTAO DOS RECURSOS. AUSNCIA. CAPITALIZAO MENSAL DOS JUROS. AUSNCIA DE PACTUAO. REEXAME DE PROVAS. INTERPRETAO DE CLUSULAS CONTRATUAIS. SMULAS NS 5 E 7 DESTA CORTE. COMISSO DE PERMANNCIA. MORA DESCARACTERIZADA. INSCRIO EM CADASTROS DE INADIMPLENTES. VEDADA. DISSDIO JURISPRUDENCIAL. NO COMPROVADO.

1.- imprescindvel que a arrendadora prove a captao especfica de recursos provenientes de emprstimo em moeda estrangeira, quando for impugnada a validade da clusula de correo pela variao cambial.

2.- Tendo o acrdo afirmado inexistir expressa pactuao a respeito da capitalizao mensal de juros, no h como acolher a pretenso do banco recorrente, ante o bice das Smulas 05 e 07 do Superior Tribunal de Justia.

3.- Admite-se a cobrana da comisso de permanncia em caso de inadimplemento, taxa de mercado, desde que (I) pactuada, (II) cobrada de forma exclusiva - ou seja, no cumulada com outros encargos moratrios, remuneratrios ou correo monetria - e (III) que no supere a soma dos seguintes encargos: taxa de juros remuneratrios pactuada para a vigncia do contrato; juros de mora; e multa contratual (RESP n 834.968/RS, Rel. Ministro ARI Pargendler, DJ de 7.5.07).

4.- A cobrana de encargos ilegais no perodo da normalidade descaracteriza a mora do devedor.

5.- vedada a inscrio do nome do devedor nos cadastros de proteo ao crdito na hiptese em que descaracterizada a mora pelo reconhecimento da cobrana de encargos ilegais.

6.- O dissenso pretoriano deve ser demonstrado por meio do cotejo analtico, com transcrio de trechos dos acrdos recorrido e paradigma que exponham a similitude ftica e a diferente interpretao da Lei Federal.

7.- Agravo Regimental improvido. (STJ - AgRg-Ag 1.428.036; Proc. 2011/0243472-0; SC; Terceira Turma; Rel. Min. Sidnei Beneti; Julg. 27/03/2012; DJE 10/04/2012)

AGRAVO REGIMENTAL. CONTRATO BANCRIO. CAPITALIZAO MENSAL DOS JUROS. AUSNCIA DE PACTUAO. REEXAME DE PROVAS. INTERPRETAO DE CLUSULAS CONTRATUAIS. MORA DESCARACTERIZADA. COBRANA DE ENCARGOS ILEGAIS. INSCRIO DO NOME DO DEVEDOR EM CADASTROS DE INADIMPLENTES. VEDAO.

1.- invivel em sede de Recurso Especial a interpretao de clusulas contratuais e o reexame do acervo ftico-probatrio dos autos.

2.- A cobrana de encargos ilegais no perodo da normalidade descaracteriza a mora do devedor.

3.- O julgamento de mrito que declara a existncia de encargos abusivos afasta a caracterizao da mora, assim como a possibilidade de inscrio do nome do contratante nos cadastros de proteo ao crdito

4.- Agravo Regimental improvido. (STJ - AgRg-AREsp 81.209; Proc. 2011/0198922-9; RS; Terceira Turma; Rel. Min. Sidnei Beneti; Julg. 16/02/2012; DJE 13/03/2012)

AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. CONTRATO BANCRIO. CAPITALIZAO MENSAL DOS JUROS. AUSNCIA DE PACTUAO. REEXAME DE PROVAS. INTERPRETAO DE CLUSULAS CONTRATUAIS. INADMISSIBILIDADE. COMISSO DE PERMANNCIA. SMULA N 83/STJ. MORA DESCARACTERIZADA. MANUTENO DO BEM NA POSSE DO DEVEDOR. DECISO AGRAVADA MANTIDA.

1.- Tendo o acrdo reconhecido que as partes nada pactuaram a respeito da capitalizao mensal de juros, no h como acolher a pretenso do banco recorrente, ante o bice das Smulas 05 e 07 do Superior Tribunal de Justia.

2.- No que se refere comisso de permanncia, j admitiu esta Corte a legalidade de sua cobrana em caso de inadimplemento, taxa de mercado, desde que (I) pactuada, (II) cobrada de forma exclusiva - ou seja, no cumulada com outros encargos moratrios, remuneratrios ou correo monetria - e (III) que no supere a soma dos seguintes encargos: taxa de juros remuneratrios pactuada para a vigncia do contrato; juros de mora; e multa contratual (RESP n 834.968/RS, Rel. Ministro ARI Pargendler, DJ de 7.5.07). Incidncia da Smula n 83/STJ.

3.- O Tribunal de origem decidiu pela vedao da inscrio do nome do recorrido nos cadastros de inadimplentes e pela manuteno do bem na posse do devedor tendo em vista a descaracterizao da mora, tanto pelo reconhecimento da abusividade dos encargos cobrados como pela consignao judicial dos valores devidos. Assim, no dissentiu do entendimento desta Corte sobre o tema.

4.- Descaracterizada a mora do devedor no caso de cobrana de encargos ilegais no perodo da normalidade, o que se verifica, no presente processo, em que foi reconhecida a abusividade dos juros capitalizados mensalmente.

5.- O agravo no trouxe nenhum argumento capaz de modificar a concluso do julgado, a qual se mantm por seus prprios fundamentos.

6.- Agravo Regimental improvido. (STJ - AgRg-AG-REsp 77.265; Proc. 2011/0193624-1; RS; Terceira Turma; Rel. Min. Sidnei Beneti; Julg. 13/12/2011; DJE 03/02/2012)

Nesse sentido a doutrina de Washington de Barros Monteiro:

A mora do primeiro apresenta, assim, um lado objetivo e um lado subjetivo. O lado objetivo decorre da no realizao do pagamento no tempo, lugar e forma convencionados; o lado subjetivo descansa na culpa do devedor. Este o elemento essencial ou conceitual da mora solvendi. Inexistindo fato ou omisso imputvel ao devedor, no incide este em mora. Assim se expressa o art. 396 do Cdigo Civil de 2002. (MONTEIRO, Washington de Barros. Curso de Direito Civil. 35 Ed. So Paulo: Saraiva, 2010, vol. 4. Pg. 368)

Como bem advertem Cristiano Chaves de Farias e Nlson Rosenvald: Reconhecido o abuso do direito na cobrana do crdito, resta completamente descaracterizada a mora solvendi. Muito pelo contrrio, a mora ser do credor, pois a cobrana de valores indevidos gera no devedor razovel perplexidade, pois no sabe se postula a purga da mora ou se contesta a ao. (FARIAS, Cristiano Chaves de; ROSENVALD, Nelson. Direito das Obrigaes. 4 Ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2010. Pg. 471)

Na mesma linha de raciocnio, Silvio Rodrigues averba:

Da conjuno dos arts. 394 e 396 do Cdigo Civil se deduz que sem culpa do devedor no h mora. Se houve atraso, mas o mesmo no resultar de dolo, negligncia ou imprudncia do devedor, no se pode falar em mora. ( In, Direito civil: parte geral das obrigaes. 32 Ed. So Paulo: Saraiva, 2002. p. 245).

Por fim, colhe-se lio de Cludia Lima Marques: Superadas as dvidas interpretativas iniciais, a doutrina majoritria conclui que a nulidade dos arts. 51 e 53 uma nulidade cominada de absoluta (art. 145, V, do CC/1916 e art. 166, VI e VII, do CC/2002, como indica o art. 1 do CDC e refora o art. 7, caput, deste Cdigo. ( . . . )

Quanto eventual abusividade de clusulas de remunerao e das clusulas acessrias de remunerao, quatro categorias ou tipos de problemas foram identificados pela jurisprudncia brasileira nestes anos de vigncia do CDC: 1) as clusulas de remunerao varivel conforme a vontade do fornecedor, seja atravs da indicao de vrios ndices ou indexadores econmicos, seja atravs da imposio de regimes especiais no previamente informados; 2) as clusulas que permitem o somatrio ou a repetio de remuneraes, de juros sobre juros, de duplo pagamento pelo mesmo ato, clusulas que estabelecem um verdadeiro bis in idem remuneratrio; 3) clusulas de imposio de ndices unilaterais para o reajuste ou de correo monetria desequilibradora do sinalagma inicial; clusulas de juros irrazoveis. (MARQUES, Cludio Lima. Contratos no Cdigo de Defesa do Consumidor. 6 Ed. So Paulo: RT, 2011. Pgs. 942-1139)

Em face dessas consideraes, conclui-se que a mora cristaliza o retardamento por um fato, quando imputvel ao devedor, o que vale dizer que, se o credor exige o pagamento com encargos excessivos, o que dever ser apurado em momento oportuno, retira do devedor a possibilidade de arcar com a obrigao assumida, no lhe podendo ser imputados os efeitos da mora.

Entende-se, de outro bordo, se constatado que no perodo da normalidade contratual ou seja, aqueles exigidos e previstos em face do quanto contratado --, existiram cobranas abusivas, restando afastada a condio de mora do Apelante.

O Superior Tribunal de Justia, ao concluir o julgamento de recurso repetitivo sobre reviso de contrato bancrio (REsp n. 1.061.530/RS), quanto ao tema de configurao da mora destacou que:ORIENTAO 2 CONFIGURAO DA MORA

a) O reconhecimento da abusividade nos encargos exigidos no perodo da normalidade contratual(juros remuneratrios e capitalizao) descaracteriza a mora;

b) No descaracteriza a mora o ajuizamento isolado de ao revisional, nem mesmo quando o reconhecimento de abusividade incidir sobre os encargos inerentes ao perodo de inadimplncia contratual.

( os destaques so nossos )

E do precioso acrdo em lia, ainda podemos destacar que:

Os encargos abusivos que possuem potencial para descaracterizar a mora so, portanto, aqueles relativos ao chamado perodo da normalidade, ou seja, aqueles encargos que naturalmente incidem antes mesmo de configurada a mora.

( destacamos )

3 PEDIDOS E REQUERIMENTOS

Posto isto, o presente Agravo Regimental merece ser conhecido e provido, maiormente quando foram comprovados os pressupostos de sua admissibilidade, onde pede-se que:

a) Vossa Excelncia, na qualidade de Relator, d provimento ao presente recurso, ofertando juzo de retratao (CPC, art. 557, 1), e, em face dos fundamentos levantados neste Agravo Interno, acolhendo-o para conceder provimento ao apelo, JULGANDO PROCEDENTES OS PEDIDOS FORMULADOS PELO RECORRENTE, declarando abusiva a cobrana de juros capitalizados nesta modalidade contratual e afastando seus reflexos no acerto financeiro em vertente. Constatada a cobrana de encargos contratuais abusivos no perodo de normalidade, requer-se sejam afastados os efeitos da mora. Pleiteia-se, mais, a inverso do nus de sucumbncia e o reclculo da dvida, com os expurgos das ilegalidades apontadas nesta deciso.;

b) no sendo este o entendimento de Vossa Excelncia, ad argumentandum, pede-se a que o presente recurso seja submetido a julgamento pelo rgo Colegiado. Respeitosamente, pede deferimento.

Porto Alegre (RS), 00 de dezembro de 0000.

Beltra de Tal Advogado OAB/RS 0000

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