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Pergunta: "Jesus é Deus? Alguma vez Jesus afirmou ser Deus?" Resposta: Na Bíblia não há registros de Jesus dizendo, palavra por palavra: “Eu sou Deus”. Entretanto, isto não significa que Ele não tenha afirmado ser Deus. Como exemplo, tome as palavras de Jesus em João 10:30: “Eu e o Pai somos um.” Em um primeiro olhar, isto pode não parecer uma afirmação de Jesus em ser Deus. Entretanto, perceba a reação dos judeus a Sua afirmação: “Os judeus responderam, dizendo-lhe: Não te apedrejamos por alguma obra boa, mas pela blasfêmia; porque, sendo tu homem, te fazes Deus a ti mesmo” (João 10:33). Os judeus compreenderam a afirmação de Jesus como uma declaração em ser Deus. Nos versículos seguintes Jesus não corrige os judeus dizendo: “Eu não afirmei ser Deus.” Isto indica que Jesus realmente estava dizendo que era Deus ao declarar: “Eu e o Pai somos um” (João 10:30). João 8:58 nos dá outro exemplo: “Disse-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que antes que Abraão existisse, eu sou.” Mais uma vez, em resposta, os judeus tomaram pedras em uma tentativa de apedrejar Jesus (João 8:59). Por que os judeus iriam querer apedrejar Jesus se Ele não tivesse dito algo que criam ser uma blasfêmia, ou seja, uma afirmação em ser Deus? João 1:1 diz que “o Verbo era Deus.” João 1:14 diz que “o Verbo se fez carne.” Isto claramente indica que Jesus é Deus em carne. Atos 20:28 nos diz: “...Olhai, pois, por vós, e por todo o rebanho sobre que o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que ele resgatou com seu próprio sangue.” Quem comprou a igreja com Seu próprio sangue? Jesus Cristo. Atos 20:28 declara que Deus comprou a igreja com Seu próprio sangue. Portanto, Jesus é Deus! Tomé, o discípulo, declarou a respeito de Jesus: “Senhor meu, e Deus meu!” (João 20:28). Jesus não o corrige. Tito 2:13 nos encoraja a esperar pela volta de nosso Deus e Salvador, Jesus Cristo (veja também II Pedro 1:1). Em Hebreus 1:8, o Pai declara a respeito de Jesus: “Mas, do Filho, diz: Ó Deus, o teu trono subsiste pelos séculos dos séculos; Cetro de eqüidade é o cetro do teu reino.” Em Apocalipse, um anjo instruiu o Apóstolo João para que adorasse a Deus (Apocalipse 19:10). Nas Escrituras, várias vezes Jesus recebe adoração (Mateus 2:11; 14:33; 28:9,17; Lucas 24:52; João 9:38). Ele nunca reprova as pessoas quando recebe adoração. Se Jesus não é Deus, Ele teria dito às pessoas para não ser adorado, assim como fez o anjo em Apocalipse. Há muitos outros versículos e passagens das Escrituras que atestam a favor da divindade de Jesus. A razão mais importante para Jesus ser Deus é que se Ele não o fosse, Sua morte não teria sido suficiente para pagar a pena pelos

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Page 1: allyne comini

Pergunta: "Jesus é Deus? Alguma vez Jesus afirmou ser Deus?"

Resposta: Na Bíblia não há registros de Jesus dizendo, palavra por palavra: “Eu sou Deus”. Entretanto, isto não significa que Ele não tenha afirmado ser Deus. Como exemplo, tome as palavras de Jesus em João 10:30: “Eu e o Pai somos um.” Em um primeiro olhar, isto pode não parecer uma afirmação de Jesus em ser Deus. Entretanto, perceba a reação dos judeus a Sua afirmação: “Os judeus responderam, dizendo-lhe: Não te apedrejamos por alguma obra boa, mas pela blasfêmia; porque, sendo tu homem, te fazes Deus a ti mesmo” (João 10:33). Os judeus compreenderam a afirmação de Jesus como uma declaração em ser Deus. Nos versículos seguintes Jesus não corrige os judeus dizendo: “Eu não afirmei ser Deus.” Isto indica que Jesus realmente estava dizendo que era Deus ao declarar: “Eu e o Pai somos um” (João 10:30). João 8:58 nos dá outro exemplo: “Disse-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que antes que Abraão existisse, eu sou.” Mais uma vez, em resposta, os judeus tomaram pedras em uma tentativa de apedrejar Jesus (João 8:59). Por que os judeus iriam querer apedrejar Jesus se Ele não tivesse dito algo que criam ser uma blasfêmia, ou seja, uma afirmação em ser Deus?

João 1:1 diz que “o Verbo era Deus.” João 1:14 diz que “o Verbo se fez carne.” Isto claramente indica que Jesus é Deus em carne. Atos 20:28 nos diz: “...Olhai, pois, por vós, e por todo o rebanho sobre que o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que ele resgatou com seu próprio sangue.” Quem comprou a igreja com Seu próprio sangue? Jesus Cristo. Atos 20:28 declara que Deus comprou a igreja com Seu próprio sangue. Portanto, Jesus é Deus!

Tomé, o discípulo, declarou a respeito de Jesus: “Senhor meu, e Deus meu!” (João 20:28). Jesus não o corrige. Tito 2:13 nos encoraja a esperar pela volta de nosso Deus e Salvador, Jesus Cristo (veja também II Pedro 1:1). Em Hebreus 1:8, o Pai declara a respeito de Jesus: “Mas, do Filho, diz: Ó Deus, o teu trono subsiste pelos séculos dos séculos; Cetro de eqüidade é o cetro do teu reino.”

Em Apocalipse, um anjo instruiu o Apóstolo João para que adorasse a Deus (Apocalipse 19:10). Nas Escrituras, várias vezes Jesus recebe adoração (Mateus 2:11; 14:33; 28:9,17; Lucas 24:52; João 9:38). Ele nunca reprova as pessoas quando recebe adoração. Se Jesus não é Deus, Ele teria dito às pessoas para não ser adorado, assim como fez o anjo em Apocalipse. Há muitos outros versículos e passagens das Escrituras que atestam a favor da divindade de Jesus.

A razão mais importante para Jesus ser Deus é que se Ele não o fosse, Sua morte não teria sido suficiente para pagar a pena pelos pecados do mundo inteiro (I João 2:2). Somente Deus poderia pagar preço tão infinito. Somente Deus poderia carregar os pecados do mundo (II Coríntios 5:21), morrer e ressuscitar, provando Sua vitória sobre o pecado e a morte.

JESUS: 100% HOMEM E 100% DEUS

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Ao lermos a Bíblia, vemos claramente o fato de que o homem Jesus Cristo é Deus. Muitas são as passagens bíblicas que ressaltam a humanidade e a divindade de Cristo. Apesar disso, não são poucas as confusões em torno das duas naturezas de Cristo, até mesmo entre cristãos sinceros.

É comum, por exemplo, vermos crentes que pensam que Jesus era 50% homem e 50% Deus. Tal assertiva, à primeira vista, para um crente não familiarizado com a doutrina bíblica, pode parecer normal. Mas não é. Afirmar isso é dizer que Jesus era meio homem e meio Deus, quando as Sagradas Escrituras afirmam que Cristo era, ao mesmo tempo, 100% homem e 100% Deus. Isto é, plenamente humano e absolutamente divino.

A plena humanidade de CristoJesus foi concebido por obra e graça do Espírito Santo no útero de Maria, mas seu nascimento foi normal e humano (Mt 1.25; Lc 2.7 e Gl 4.4). Ele desenvolveu-se no ventre de sua mãe como qualquer outro feto saudável, passando por um período de gestação e trabalho de parto normais. Após seu nascimento, desenvolveu-se fisicamente de forma também normal (Lc 2. 40-52 e Hb 5.8), vivendo sadiamente em um lar (Mc 6.1-6).

As Sagradas Escrituras afirmam que Jesus esteve sujeito a todas as limitações físicas próprias da humanidade: teve sede (Jo 19.28), fome (Mt 21.18) e cansaço (Jo 4.6); e sentiu alegria ( Lc 10.21), tristeza (Mt 26.37), amor (Jo 11.5), compaixão (Mt 9.36), surpresa (Lc 7.9) e ira (Mc 3.5)

O teólogo britânico Bruce Milne, em sua obra Conheça a Verdade (ABU Editora, 1987), destaca que a tradução literal das passagens de Lucas 19.41, Mateus 27.46 e João 2.17 aponta para um Jesus que viveu intensamente as emoções humanas. Em Lucas, lê-se no original grego que "tomado de tristeza incontrolável, chorou". Na passagem de Mateus, lê-se que Jesus teve "uma consternação que se assemelha ao desalento". Já no Evangelho de João, o

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apóstolo descreve o Mestre com uma "indignação violenta que o consome como fogo".

Mas, uma das provas contundentes da humanidade de Jesus é a sua vida religiosa. Mesmo sendo Deus, Jesus, como homem, precisava estudar. Ele precisou aprender sua língua, como qualquer outra criança (Lc 2.52). Jesus estudou as Escrituras e meditou nelas para poder explicá-las (Lc 2.46,52). Agora , quando explicou-as, o fez com uma percepção singular (Mt 22.29; 26.54,56; Lc 4.21; 24.27, 44). Como homem, Jesus, também precisava orar. Todos os milagres que operou não foram por seu poder como Segunda Pessoa da Trindade, mas pelo poder do Espírito Santo (Mt 12.28; Lc 4.18 e At 10.38). Para isso, Jesus orava constantemente, e algumas vezes a noite inteira (Lc 6.12).

As tentações que sofreu são outra prova eloquente de sua humanidade. Ele foi "tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado" (Hb 4.15). Mas alguém pode dizer: "Será que essas tentações foram mesmo tentações para Ele, uma vez que Jesus não nasceu com natureza pecaminosa?" O fato de que as tentações que Cristo sofreu não terem contado com apoio interno, com uma natureza pecaminosa lutando dentro Dele a favor da tentação, como ocorre conosco quando somos tentados, não significa que Jesus não sofreu pressões quando foi tentado. Lembremos de Adão antes da Queda. Ele é um caso de natureza humana sem pecado, mas sujeita a uma tentação real (Gn 3). Além disso, o "filtro" da proteção divina na hora da tentação não estava sobre Jesus. Como assim?

1 Coríntios 10.13 diz que Deus faz com que nunca sejamos tentados "além das nossas forças". Como parafraseia Bruce Milne, "a tentação que encontramos é filtrada através da mão protetora de Deus". Acredita-se, porém, que, no caso de Jesus, esse "filtro" foi removido. Não é à toa que Cristo chegou a suar sangue em meio à tensão para fazer a vontade do Pai ( Lc 22.44). Assim, "Jesus não participou do pecado original e permaneceu sem pecado durante toda a sua vida, mas como verdadeiro homem, Ele suportou o peso e o poder da tentação a um ponto que jamais iremos experimentar", conclui Milne.

A plena divindade de CristoHá um profusão de textos que ressaltam a divindade de Jesus (Rm 9.5; Hb 1.8; Jo 1.1-3; 1.18; 20.28; At 20.28; Tt 2.13 e 2 Pd 1.1). Essas referências que acabei de citar são apenas as mais diretas. Existem outras passagens que, mesmo não sendo tão diretas, afirmam a divindade de Cristo. Por exemplo, aquelas que comparam a glória de Jesus com a glória do próprio Deus (1 Co 2.8; 2 Co 4.4; Hb 1.3; Tg 2.1 e Jo 17.5). Em João 12.41, a glória de Deus em Isaías 6 é a manifestação da glória de Jesus.

Em outras passagens, a Jesus são dirigidas orações e Ele recebe adoração (Ap 5.13; 7.10; 22.20; At 7.59; 9.13 e 1 Co 16.22). No original grego, o mesmo vocábulo usado para se referir à adoração que é devida somente à Deus em Mateus 4.10 (proskyneia) é utilizado para descrever a reação das pessoas em relação a Jesus (Mt 2.2,8,11;14.33; Mc 5.6; Jo 9.38). os discípulos o adoraram (Mt 28.17 e Lc 24.52). Os anjos o adoram (Ap 5.11-12). E detalhe: em todas

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essas passagens, Jesus aceita a adoração. Porque Ele é Deus!

Poderíamos citar ainda Jesus como Criador (Jo 1.1-3), enviando testemunhas como o próprio Deus (compare  Isaías 43.10 com Atos 1.8), declarando-se Deus (Mc 2.7-12; Jo 8.56-58, 10.30) e julgando, no final dos tempos, "os segredos dos homens" (Rm 2.16), entre tantos outros textos. Mas esses já são suficientes para confirmar a divindade de Cristo. Detenhamo-nos agora na compreensão sobre a coexistência dessas duas naturezas distintas em Jesus - a natureza humana e divina.

Os dois lados da ponteCompreender a humanidade e a divindade de Cristo é importantíssimo para entendermos a quem adoramos bem como a nossa Salvação em Cristo.

Jesus afirmou que Ele é o único caminho para Deus (Jo 14.6). Logo, Cristo é, por assim dizer, a única ponte sobre o abismo que nos separa de Deus. As pontes, sabemos, unem duas extremidades. Portanto, a título ilustrativo e didático, para entendermos a importância da humanidade e da divindade de Cristo, digamos que cada lado da "Ponte Cristo" representa uma natureza Dele. Um lado da ponte, a natureza humana. O outro lado, a natureza divina. Se cortarmos um dos lados da ponte, não poderemos, claro, chegar ao outro lado. Assim, os dois lados da "Ponte Cristo" têm que estar inteiros, não apenas um, para que cheguemos a Deus.

Se Cristo fosse só homem ou só Deus, seu sacrifício não seria perfeito. Somente um verdadeiro ser humano, plenamente justo, poderia morrer por todos os demais para salvá-los (Rm 5.18-19). Porém, não havia um justo sequer (Rm 3.10,23). Somente Deus é plenamente justo. Portanto, Deus teve que se fazer homem, ser tentado e vencer, e morrer na cruz como propiciação pelos nossos pecados, para que a Salvação fosse possível ( Jo 1.1-5,9-14;3.16,17; Rm 5.12,15).

Cristo é verdadeiro homem e verdadeiro Deus. Jesus não é mais ou menos humano e 100% divino. Ele também não é 100% humano e mais ou menos divino. Ele também não é 50% homem e 50% Deus. A Bíblia diz que somente um Messias 100% homem e 100% Deus poderia efetuar a Salvação (Is 7.14; Ml 4.2; Mt 1.21-23). Em outras palavras, se Jesus era o Messias, e Ele o é, então é plenamente homem sem deixar de ser plenamente Deus. Se dissermos o contrário, sua obra na cruz seria um farsa. Aquele homem que morreu na cruz era Deus. Jesus é Deus feito homem, feito carne por nós (Jo 1.14).

Para entendermos melhor a coexistência dessas suas naturezas distintas em Cristo, vejamos alguns conceitos teológicos e bíblicos indispensáveis sobre a relação entre as duas naturezas de Jesus.

Conceitos das duas naturezas em Cristo1) A união entre as duas naturezas é hipostática. O Concílio de Calcedônia, realizado em 451 d.C., foi o último que deu fim, uma vez por todas, ao debates sobre a pessoa única de Jesus provocados por pequenos grupos sectários do cristianismo. Foi a declaração de fé desse concílio que serviu de base para

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todas as formulações ortodoxas sobre a pessoa de Cristo até hoje. Basta lembrar que sua declaração de fé sobre Cristo foi aprovada plenamente pelos reformadores do século 16. Essa declaração afirma: "Devemos confessar que nosso Senhor Jesus Cristo é um único e o mesmo Filho (...) perfeito na divindade (...) perfeito na humanidade (...) de uma sé substância (em grego, homoousios) com o Pai na divindade; uma só substância (homoousios) conosco na humanidade (...), tornado conhecido em duas naturezas (physeis), sem confusão, sem mudança, sem divisão, sem separação (...), sendo a propriedade de cada natureza preservada e correndo em uma só pessoa (prosõpon) e uma subsistência (hypostasis)".

Note a ênfase dessa declaração ortodoxa de fé: as duas naturezas de Cristo coexistem "sem confusão, sem mudança, sem divisão, sem separação". Ela afirma ainda que Jesus é consubstancial conosco na humanidade e consubstancial com o Pai na divindade (homoousios), e a propriedade de cada uma das naturezas é preservada "concorrendo em uma subsistência". No original grego, o vocábulo que aparece aqui para "uma subsistência" é hypostasis. A ideia que esse termo  dá é a de uma união perfeita das duas naturezas (sem diminuição de nenhuma delas) em uma única pessoa. O seja, Jesus é plenamente homem e plenamente Deus.

O grego é uma língua rica. Ela conta com a riqueza de vocábulos diferentes para se referir a nuances de uma mesma situação. Exemplo: para se referir ao amor, o grego usa quatro vocábulos diferentes. Todos os quatro significam amor, porem cada um expressa um aspecto diferente do amor. Na língua portuguesa não temos isso. Se digo que amo meu amigo e amo minha esposa, claro que todos sabem que refiro-me ao amor em níveis e situações diferentes. Porém, se quiser ser mais preciso, é necessário acrescentar algum adjetivo ao termo amor para que isso seja evidenciado: o amor pelo meu amigo é o amor fraternal e o por minha esposa, amor conjugal.

O grego, por ser uma língua rica, não precisa disso. Há quatro termos que sozinhos significam amor, mas em níveis e situações absolutamente diferentes. Por exemplo, no caso que acabei de citar, seriam  fileo (amor fraternal) e eros (amor conjugal).

Pois bem, os cristãos do quinto século d.C., preocupados com a ortodoxia bíblica, ao procurarem minuciosamente na rica língua grega os termos que melhor expressariam a relação entre a humanidade e a divindade de Cristo, usaram justamente hypostasis. Foi uma escolha cuidadosa e importantíssima. Qualquer outro vocábulo não seria melhor para o caso. É por isso que os teólogos ortodoxos costumam dizer que a união das duas naturezas de Cristo trata-se de uma "fusão hipostática". Isto é, uma fusão perfeita de duas naturezas em uma única pessoa. Em outras palavras, a pessoa Cristo não era 50% homem e 50% Deus, não era meio homem e meio Deus, mas 100% homem e 100% Deus. O Deus Cristo é aquele homem. O homem Cristo é o verdadeiro Deus. Deus feito homem.

2) As duas naturezas coexistem em anipostasia e enipostasia. O que são "anipostasia" e "enipostasia"? Esses termos foram cunhados pela primeira vez

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por Leôncio de Bizâncio (475-543 d.C.), que na sua juventude aderiu à heresia nestoriana (vamos falar dela mais à frente), mas depois voltou à ortodoxia bíblica. Ele escreveu várias obras apologéticas, combatendo o nestorianismo, o eutiquianismo e o monofisismo, doutrinas heterodoxas sobre a pessoa de Cristo.

Os termos "anipostasia" e "enipostasia" foram usados por Leôncio quando estava em debate a autoconsciência de Cristo. Na época, alguns hereges ensinavam que, já que Jesus era homem e Deus ao mesmo tempo, ou Ele teria duas consciências - uma humana e uma divina, sendo uma á parte da outra - ou teria apenas uma única consciência, que seria ou apenas humana ou apenas divina. Que resolveram? Decidiram que o "eu" autoconsciente de Cristo era apenas divino, não existindo uma autoconsciência humana. em outras palavras, ensinavam o apolinarismo, doutrina que recebe esse nome por ter sido criada por Apolinário (310-390 d.C.), que afirmava que, na encarnação, o corpo de Jesus era humano, mas sua alma era divina. Isto é, Cristo não possuiria uma natureza completamente humana.

Leôncio combateu essa heresia afirmando que, uma vez que Jesus era verdadeiro homem, Ele tinha um corpo  humano e uma alma humana. Caso contrário, sua natureza humana seria incompleta, Ele seria meio homem. logo Jesus, por ter uma alma humana  tinha uma autoconsciência humana, mas esta, ressaltou Leôncio, não possuía existência própria. Ela existia apenas no âmbito da união hipostática, isto é, da união perfeita entre a natureza humana e a divina em uma única pessoa, o Cristo.

O termo usado por Leôncio para se referir à impossibilidade de a autoconsciência humana de Cristo viver à parte de sua divindade chama-se anipostasia. Já o termo usado para se referir ao fato de o "eu" humano autoconsciente de Cristo se achar presente e real apenas no "eu" divino é enipostasia. No grego, en significa "no" (enhypostasia). Já o prefixo grego an de anipostasia (anhypostasia) quer dizer "sem".

3) Há comunhão de propriedades entre as duas naturezas. Havia em Cristo uma comunhão genuína entre as duas naturezas. Portanto, é errado dizer que, quando Jesus efetuou certos atos (milagres), foi apenas como Deus; e, em outros casos, reagiu apenas como homem, não como Deus (quando se cansou, se irritou, sentiu fome e sede).

Ora, a Bíblia diz que os milagres que Jesus fez não foram realizados pelo seu poder como Deus, mas pelo poder do Espírito Santo (At 10.38). Por isso Ele disse aos seus discípulos que eles fariam obras maiores do que as Dele (Jo14.12). Quando Jesus operou milagres, operou-os como homem dependente do Espírito Santo (Lc 4.18). Quem viver uma vida de santidade e de dependência do Espírito, poderá ver também milagres em seu ministério e vida.

E quando Jesus se cansou, não se cansou apenas como homem. Ele se cansou como Deus feito homem, e se irritou como homem e Deus. Aliás, a beleza da encarnação é que ela nos apresenta Deus pisando o nosso chão,

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suando o nosso suor, comendo o que comemos, dormindo onde dormimos.É o deus verdadeiro vivendo como verdadeiro homem. Era Deus ali, conosco em humanidade.

4) Quando encarnou, Jesus não renunciou as funções e os atributos divinos. Esse princípio da Cristologia foi bastante defendido pelos reformadores ainda no século 16 e consiste no fato de que, enquanto Jesus estava aqui na Terra, Ele continuava com suas funções de sustentador de todas as coisas (Cl 1.17 e Hb 1.3). Jesus também permaneceu superior aos anjos, porque, mesmo sendo homem, continuava sendo o que sempre foi e será - Deus (Mt 26.53 e Hb 1.4-13)

5) As duas naturezas passaram por dois estados - da concepção à morte e da exaltação até hoje. Princípio também frisado pelos reformadores, ele enfatiza o fato de que as duas naturezas de Cristo passaram por dois estados - um da sua concepção no ventre de Maria até a sua ressurreição, e o outro a partir da sua ressurreição e ascensão (At 2.22-36; 2Co 8.9 e Fp 2.5-11). Jesus ressuscitou corporalmente, mas seu corpo, neste novo estado, foi glorificado. O mesmo corpo, mas glorificado.

6) Na encarnação, Cristo não despiu-se de sua divindade, mas de sua glória. A teoria de Kenosis diz que Jesus, quando estava aqui na Terra, despiu-se de sua divindade. Essa teoria baseia-se em uma frágil interpretação da passagem de Filipenses 2.7, que diz que Jesus "esvaziou-se" ou "aniquilou-se a si mesmo". no original grego, o termo usado nessa passagem bíblica é ekenõsen, daí o nome da teoria.

Para tentar não ser taxada como uma teoria que diz que o Jesus encarnado era Deus que passou a ser apenas homem, a Teoria de Kenosis diz que os atributos divinos de Jesus durante seu ministério terreno eram só "latentes" e "exercidos apenas em intervalos". Porém, mesmo que, na fusão entre as duas naturezas, o poder de Jesus como Deus fosse administrado em alguns momentos, isso não significa que ele havia se despido de sua divindade. E a prova está no próprio versículo utilizado para tentar provar o contrário. Uma leitura atenta em Filipenses 2 mostra que o verso 7 não está dizendo que Jesus renunciou seus poderes divinos, mas sim sua glória, isto é, sua dignidade divina. Administrando seu próprio poder depois de encarnado, Jesus "tornou-se a si mesmo insignificante", como ressaltam os teólogos James Packer e Bruce Milne.

Conceitos errados sobre as naturezas de CristoCientes desses princípios, podemos perceber nitidamente agora os erros das heresias acerca da pessoa única de Jesus. Senão, vejamos (e usando a ilustração de Cristo como ponte, de que falamos já neste artigo)

a) Ebionismo - Advindo do cristianismo judaizante, dizia que Jesus era só homem, nada de Deus. Jesus seria apenas um Messias humano, nomeado por Deus para cumprir o seu desígnio e voltar no final dos tempos. Essa teoria quebra flagrantemente uma extremidade da Ponte Cristo, a divina, portanto é falsa.

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b) Docetismo - Movimento que data dos tampos apostólicos e que resolveu cortar a outra extremidade da ponte, eliminando totalmente a humanidade de Cristo. Para o docetismo, Jesus só parecia ser humano (o vocábulo grego doceo significa "parecer"). Baseava-se nos ensinamentos grego-orientais de que a matéria é essencialmente má e que Deus não pode estar sujeito a sentimentos ou outras experiências humanas.

c) Gnosticismo - Tinha uma forte tendência docética. Para os gnósticos, Cristo não era Deus, mas um ser espiritual superior que desceu da "estratosfera celestial" e se uniu, durante algum tempo, a uma pessoa história, Jesus. Portanto, os dois elementos estavam frouxamente ligados em Cristo. Cortavam a ponte nas duas extremidades.

d) Arianismo - Ensino de Ário (256-336 d.C.), presbítero de Alexandria muito influenciado por Orígenes. consistia na ideia de que Jesus era criatura e não Deus. Cortava a ponte na extremidade da divindade. Dizia Ário que mesmo sendo superior aos anjos, "o Filho é criado". Para Ário, houve um tempo em que Ele (Cristo) não existia". O debate começou no Concílio de Nicéia (325), com o arianismo condenado, e resolvido definitivamente no Concílio de Constantinopla (381). Ainda hoje vemos esse ensino em seitas como os cristadelfianos e as Testemunhas de Jeová.

e) Apolinarismo - Para Apolinário (310-390 d.C.), de quem já falamos, na encarnação, o Deus Filho tomou o lugar da alma humana. Assim, Jesus era Deus possuindo um corpo humano. Seu corpo era humano, mas sua alma não. logo, não era plenamente humano. Cortou o lado humano da Ponte Cristo.

f) Nestorianismo - Nestório, que dá nome a esse pensamento, foi arcebispo de Constantinopla em 428 d.C. Contam os historiadores que Nestório, preocupado em defender a humanidade de Cristo, acabou dividindo demais as duas naturezas, colocando em dúvida a unidade pessoal em Cristo. muitos eruditos sérios de hoje afirmam que, provavelmente, Nestório não era nenhum herege, não tendo defendido muitas das opiniões que lhe são atribuídas. Ele teria sido mal interpretado e suas palavras distorcidas. Por isso,  foi removido do seu cargo de arcebispo em 431 d.C., mas trabalhou até a morte como profícuo missionário.

g) Eutiquianismo - É o outro extremo. Se o nestorianismo ensinava a separação exagerada entre as duas naturezas, Eutíquio ensinou uma união radical, ao ponto de afirmar que, na encarnação, a natureza humana se fundiu com a divina ao ponto de ser surgido uma terceira espécie de natureza. Assim Jesus seria uma terceira espécie de ser, nem plenamente homem, nem plenamente Deus. O eutiquianismo foi condenado em 448d.C., no Sínodo de Constantinopla, como heresia. depois de abandonar sua heresia, Eutíqui voltou a ser empossado em suas atividades já no ano seguinte, em 449 d.C.

Após todos esses movimentos, o Concílio de Calcedônia (451 d.C.) fechou os debates sobre as duas naturezas de Cristo com a declaração de fé que já falamos. Jesus, como está claro na Bíblia, é 100% homem e 100% Deus.

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A Bíblia diz que Jesus foi 100% homem?

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Sim, a Bíblia é clara a esse respeito. O texto mais preciso sobre essa questão talvez seja João 1.14: “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai.” (Grifo meu). Observe que o texto fala de Jesus e mostra claramente que Ele veio em “carne”. Não em 30% carne, 50% carne, mas em carne, como uma totalidade. Também temos ainda outras provas irrefutáveis na Bíblia de que Jesus veio em carne: (1) Sentiu fome (Mt 4.2). (2) Fadiga (Jo 4.6). (3) Desconheceu fatos (Lc 8.45-47). (4) Sentiu tristeza (Jo 11.35,38). Etc. A única exceção que a Bíblia aplica a Jesus com relação a Sua natureza humana é o fato de não ter pecado: “…foi ele tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado.” (Hb 4.15)

A Bíblia diz que Jesus foi 100% Deus?

Sim, a Bíblia é clara a esse respeito. Jesus Cristo, em sua passagem pela terra, demonstrou prerrogativas que somente são aplicáveis a Deus. (1) Perdoou pecados (Mt 9. 6). (2) Aceitou ser adorado (Mc 5.6; Jo 9.38). (3) Tinha conhecimento do futuro (Lc 22.31-34). Foi identificado nas profecias como sendo Deus (Mt 1.23 – Cf. Is 7.14) e o Soberano e Senhor (Jd 1.4). Além dessas provas irrefutáveis, Jesus é claramente identificado na Bíblia como sendo Deus, de forma escancarada: “aguardando a bendita esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus” (Tito 2.13). Nesse mesmo pensamento, vários outros textos afirmam que Jesus Cristo é Deus: (Por exemplo: Ap 1.8; 2 Pe 1.1).

Assim, fica claro que a Bíblia afirma claramente que Jesus era tanto Deus como homem. Ele se encarnou com o propósito de ser o Salvador prometido por Deus, o “Deus conosco” e cumpriu Sua missão fielmente até o fim! Uma natureza não anulou a outra. Assim, o correto não é dizer se Ele era Deus ou era homem, mas dizer que Ele era 100% Deus e 100% homem. É isso que Jesus Cristo veio 100% em carne ou era apenas "parecido" com os humanos?

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Um assunto muito polêmico é quando tratamos sobre a natureza que Cristo teve na terra. Como todos sabem, eu adoto a posição de que o Nosso Senhor era plenamente humano igual a nós “em todos os aspectos” (Hb.2:17), ou seja, que ele foi realmente homem, que veio realmente em carne, que tinha factualmente a mesma natureza nossa, de carne e osso, plenamente, 100%. Se alguém pensa diferente de mim e acredita que Jesus não abriu mão dos atributos divinos e continuou sendo onipotente, onisciente e onipresente na terra, como uma espécie de “Super-Homem-Todo-Poderoso” que era alguém totalmente diferente de nós (pois detinha atributos que o distanciavam inteiramente de meros mortais como nós), eu discordo dessa pessoa, mas não a chamo de “herege” só por conta disso.

Mas ontem eu li algo que realmente me deixou chocado. Espantado. Apavorado. Tais proponentes chegaram a tal ponto que já estão (pasme) negando que Jesus veio em carne! É claro que eles não dizem isso claramente, abertamente, pois sabem que seriam taxados de hereges (como de fato são). Por isso, lhes é mais conveniente tentar usar uma outra linguagem com uma “carinha bíblica”, que vem com uma roupagem diferente, mas que de fato apenas se alinha com a teoria gnóstica que nega que Jesus veio em carne.

Então, a linguagem “cristã” que eles usam para dar uma miragem de “argumentação” às suas crenças gnósticas consiste no seguinte: Jesus não era homem como nós, ele era apenas “semelhante” (no sentido de “parecido”) com os humanos, mas não era humano de fato, só “semelhante aos homens”. Tá aí o Novo Gnosticismo, renascendo em pleno século XXI, tão herético e blasfemo quanto

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aquele que tanto incomodou os apóstolos, que por diversas vezes tiveram que reiterar que Jesus veio factualmente em carne:

“Aquele que é a Palavra tornou-se carne e viveu entre nós. Vimos a sua glória, glória como do Unigênito vindo do Pai, cheio de graça e de verdade”(João 1:14)

“Vocês podem reconhecer o Espírito de Deus deste modo: todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carneprocede de Deus; mas todo espírito que não confessa a Jesus não procede de Deus. Esse é o espírito do anticristo, acerca do qual vocês ouviram que está vindo, e agora já está no mundo”(1ª João 4:2-3)

“De fato, muitos enganadores têm saído pelo mundo, os quais não confessam que Jesus Cristo veio em corpo. Tal é o enganador e o anticristo”(2ª João 1:7)

“Não há dúvida de que é grande o mistério da piedade: Aquele que foi manifestado em corpo, justificado no Espírito, visto pelos anjos, pregado entre as nações, crido no mundo, recebido na glória” (1ª Timóteo 3:16)

Por que os apóstolos eram tão insistentes em dizer que Jesus veio em carne, se Cristo teoricamente não era humano como nós, mas apenas “parecido” com os humanos? A verdade é que eles realmente criam que Jesus não era apenas “semelhante” ou “parecido” com os homens, mas que erarealmente um homem! Se eles cressem que Cristo era apenas “parecido externamente” com os homens, então eles teriam corroborado com a doutrina gnóstica do docetismo que ensinava essa heresia, e não a refutado vigorosamente! Tais apóstatas do século XXI se igualam em tudo aos gnósticos da época do apóstolo João, que ensinavam deste jeito:

“Essa doutrina [gnóstica] era nada mais que um enxerto das filosofias pagãs nas doutrinas cristológicas. Negava o Cristianismo histórico (segundo ela, o Senhor Jesus não teve um corpo, isto é, não veio em carne, e seu corpo seria mera aparência, que chamavam de corpo docético). Seu período áureo foi entre 135-160 d.C., mas o gnosticismo já dava trabalho às igrejas na época dos apóstolos. O evangelista João enfatiza que "o Verbo se fez carne" (Jo 1.14); e "todo o espírito que não confessa que Jesus Cristo veio em carne não é de Deus..." (1 Jo 4.3). É bom lembrar que os escritos joaninos são do final do primeiro século, escritos na cidade de Éfeso, então capital da Ásia menor, de onde surgiu o gnosticismo” (Fonte: Sola Scriptura TT)

Como vemos, os gnósticos hereges ensinavam que Jesus era homem apenas em aparência externa, mas não interiormente e factualmente. Misteriosamente, o indivíduo com o qual eu debati pregou exatamente essa mesma história ao dizer:

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“Além do mais, existe a diferenciação entre morphe (expressão externa do ser interno) e schema (aparência externa, que pode ser vista). Jesus tornou Deus conhecido aos homens por suas ações, mas foi identificado como um ser humano perfeito (sem pecado) e completo (em todos os aspectos físicos). Logo, as ações de Jesus refletiam quem ele era internamente (morphe), porém, os homens o viam (schema) exatamente como sendo um de nós”

Perceberam o que o herege disse aqui? Tentando mascarar a clareza da sua negação à completa humanidade de Cristo na terra e a negação de que Jesus tenha vindo em carne, ele utiliza um linguajar mais sofisticado fingindo até conhecer o grego, quando na verdade ele apenas repete em um só coro a crença gnóstica de que Jesus parecia um homem em aparência externa, mas não era homem “internamente” (factualmente), apenas os homens o “viam” (externamente) como sendo um de nós. É patentemente óbvio como o indivíduo possui uma crença notavelmente gnóstica, que foi exaustivamente refutada pelos apóstolos e pelos Pais da Igreja. A crença de que Jesus parecia homem externamente, mas não o era realmente (100%), internamente, verdadeiramente.

O cidadão realmente não aprendeu essa heresia lendo a Bíblia, mas a retirou direto dos livros gnósticos. De fato, o pensamento e o parecer gnóstico herético é fundamentalmente o mesmoque estes “novos gnósticos” empregam. É claro que estes não falam abertamente que “Jesus não veio em carne” ou que tinha um “corpo docético” (para parecer que não são antibíblicos), mas a essência do seu pensamento e da sua argumentação é a mesma e conduz aos mesmos pontos e a conclusões iguais. A base consiste em negar a perfeita humanidade de Cristo na terra. Ou seja, em termos claros e sem rodeios, consiste em negar que Jesus tenha vindo em carne.

Mas o leitor ainda pode questionar: e sobre a Bíblia dizer que Jesus veio a “semelhança dos homens”? Será que isso nega que Jesus realmente foi um homem? Clara e objetivamente: Não! Isso não nega que Jesus foi homem! Essa heresia do neo gnosticismo já se alastrou na Igreja a tal ponto que os apologistas evangélicos Norman Geisler e Thomas Howe tiveram que expor uma refutação a ela em seu “Manual de Dúvidas, Enigmas e Contradições da Bíblia”, refutando os hereges no que diz respeito a esse conceito. Vejamos o que eles escreveram em seu livro:

Pergunta – Jesus veio realmente num corpo humano de carne, ou apenas em sua semelhança?

Problema – Paulo afirma que Jesus veio "em semelhança de carne pecaminosa", mas não declara que ele é feito de carne humana, ainda que a Bíblia cite

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repetidamente o fato de Jesus ter sido encarnado em carne humana, ou seja, de ser verdadeiramente humano, não apenas semelhante a um humano.

Solução – Jesus não foi apenas semelhante aos homens - ele foi um homem. Ele não veio só em semelhança à carne humana, mas veio com um corpo de carne realmente humana. Nesse ponto as Escrituras são claras. João declarou: "E o Verbo [Cristo] se fez carne e habitou entre nós" (Jo 1:14). Posteriormente ele advertiu que todo aquele que não confessa "que Jesus Cristo veio em carne" não é de Deus (1 Jo 4:2-3; cí 2 Jo 7). De igual forma, Paulo insistiu que "Deus se manifestou em carne" (1 Tm 3:16, SBTB). Noutra parte, nesse mesmo livro, Paulo usa a expressão "semelhança" no sentido de "ser realmente como", não como apenas tendo a "aparência de ser como" (Rm 1:23; 5:14; 6:5). Assim, bem pode ser que Paulo não estivesse fazendo diferenciação entre "semelhança" e "tal como".

Como Geisler diz, Paulo usava o termo grego para “semelhança” no mesmo sentido de “ser realmente como”. E isso mutila com as pretensões dos novos gnósticos do século XXI, que insistem em dizer que por “semelhante” implica necessariamente em “parecido”, negando, assim, que Jesus Cristo foi realmente um homem. O que vemos é que Paulo muitas vezes aplicava no termo “semelhante” como algo que é “realmente como” outro. Por exemplo, ele diz:

“E trocaram a glória do Deus imortal por imagens feitas segundo a semelhança do homem mortal, bem como de pássaros, quadrúpedes e répteis” (Romanos 1:23)

As “imagens” aqui não eram feitas segundo algo apenas “parecido” com os homens, mas era realmente imagens de homens. Em Romanos 5:14, o apóstolo diz:

“No entanto, a morte reinou desde Adão até Moisés, até sobre aqueles que não tinham pecado à semelhança da transgressão de Adão, o qual é a figura daquele que havia de vir” (Romanos 5:14)

O versículo acima seria perfeitamente cabível e plausível se dissesse que a morte reinou até sobre aqueles que não tinham pecado igual Adão. Aqui Paulo empregou a palavra "semelhante" no mesmo sentido de "igual", isto é, com a mesma aplicação prática. Em Romanos 6:5, o mesmo apóstolo compara a ressurreição de Cristo com a nossa própria ressurreição como sendo “semelhante”:

“Se dessa forma fomos unidos a ele na semelhança da sua morte, certamente o seremos também na semelhança da sua ressurreição” (Romanos 6:5)

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Evidentemente, nós iremos ressuscitar igualmente como Cristo ressuscitou, isto é, ressuscitaremos assim como Cristo, da mesma forma que. A nossa ressurreição não será apenas “parecida” com a de Cristo, pois nós também seremos vivificados e ressurgiremos para a glória em um corpo glorioso e ressurreto. Em resumo, nestes três casos, assim como em outros textos da Escritura, vemos que a substituição do “semelhante” por um “igual”, “assim como” ou “da mesma forma que” (que passam o sentido de igualdade e não de algo parecido) é plenamente, perfeitamente e absolutamente plausível. Então, por que raios que o mesmo caso não possa ser verdadeiro com relação às declarações sobre Jesus ter vindo à “semelhança do homem”, significando que ele era realmente um homem, e não apenas parecido com um?

Essa questão os neo-gnósticos não respondem, pois preferem se acovardar diante das suas próprias heresias modalistas. Uma das alegações dos hereges para tentar sustentar e salvaguardar essa doutrina blasfema é dizer que, se Jesus era humano igual a nós, então ele poderia pecar (i.e, estaria inclinado ao pecado). Para eles, era impossível que Jesus pecasse, não tinha nem a mínima chance de acontecer, a carne de Cristo era diferente da nossa, pois a nossa tem a tendência ao pecado e a de Cristo não tinha. Primeiramente, é bom deixar logo claro uma coisa aqui: eu creio 100% e absolutamente que Jesus nunca pecou, como a Bíblia declara taxativamente (Hb.4:15).

Porém, o fato de ele nunca ter pecado não foi porque era impossível pecar ou por ter uma carne diferente da nossa, mas porque ele foi suficientemente capaz para resistir e vencer as tentações da carne. Aqui está o ponto-chave de toda essa discussão: dizer que Jesus não tinha uma carne igual a nossa e que a carne dele (diferentemente da nossa) não estava suscetível a um desejo pecaminoso significa o mesmo que dizer que Jesus jamais foi tentado. E a Bíblia afirma categoricamente que Cristo foi tentado várias vezes:

“Então Jesus foi levado pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo” (Mateus 4:1)

Mesmo quando a tentação do deserto chegou ao fim, não é nos dito que o diabo deixou de tentar Jesus, mas que ele esperou até outra ocasião oportuna, deixando legível que Cristo seria tentado mais vezes:

“Tendo terminado todas essas tentações, o diabo o deixou até ocasião oportuna” (Lucas 4:13)

Convenhamos: se fosse impossível que Jesus fosse caísse em tentação, então por que o diabo iria querer tentar Jesus, se não haveria a mínima chance para ele? Se ele sabia que Jesus era naquele momento onipresente, onisciente e onipotente, que

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não tinha aberto mão de coisa nenhuma da divindade, que era todo-poderoso e inteiramente incapaz de ser suscetível a qualquer tentação, então ele jamais teria tentado Jesus, seria inútil, ilógico e sem qualquer razão de ser. O diabo só tentou Jesus porque sabia que ele tinha chance.

Logicamente Jesus venceu a tentação e o diabo perdeu feio: em todas as vezes. Mas, como disse acima, isso não ocorreu por ser impossível de ocorrer em decorrência do fato de ele ter uma carne humana “diferente” da nossa, mas sim porque foi o mais competente, se consagrou mais, se preparou, foi batizado, foi ao deserto, jejuou quarenta dias e resistiu firmemente a todas as tentações. Dizer que era impossível Jesus ter pecado significa tirar os méritos de Cristo em ter vencido as tentações.

Pense em qualquer conquista que você já teve. O que foi que tornou essa grande conquista algo realmente grande e de enorme relevância a você? Certamente o fato de que existia uma possibilidade de essa grande coisa jamais ter acontecido e você ter perdido, mas por causa da sua luta e perseverança você alcançou, e por isso se satisfaz com isso. Mas se o que você ganhou tivesse sido de “mão beijada”, se fosse algo que seria impossível de não acontecer, se fosse algo que já estivesse fadado a ser assim e ponto final, então não haveria méritos, não haveria “vitória” nisso. A vitória só existe quando há a possibilidade de derrota.

Quando a possibilidade de derrota não existe, não existe vitória, existe apenas uma neutralidade, algo que (sendo bom ou mal) iria acontecer de qualquer jeito mesmo. Resumindo, tudo aquilo que aconteceu na tentação de Jesus no deserto nos revela um homem comprometido com Deus – o Filho de Deus – que, mesmo sendo tão humano quanto qualquer um de nós naquela situação, mostrou que é capaz e possível resistir e vencer a todas as tentações do maligno, como humano, como alguém igual a nós.

Eu posso hoje resistir às tentações da minha carne olhando para o exemplo daquele homem que um dia venceu por mim no deserto e na cruz do Calvário, e me passou o exemplo de que é possível rejeitar os prazeres da carne como o Jesus homem resistiu e venceu. Mas se ele tinha uma carne diferente da minha – como defendem os neo-gnósticos – e era impossível de cair em tentação, então todo este quadro se reverte. Além de não haver nenhum mérito em vencer algo que não tem mínima possibilidade de fracasso e que era impossível não ter sucesso, nós estaríamos até hoje esperando alguém que finalmente se fizesse humano igual a nós, e nos mostrasse que é possível vencermos o pecado mesmo nessa nossa natureza carnal.

Pois se Jesus teve uma carne diferente da nossa e não tinha possibilidade de queda e nem inclinação nenhuma no aspecto da carne humana, então ele era totalmente diferente de mim, a tal ponto que eu não posso buscar inspiração em alguém se este alguém tinha alguma coisa que o diferenciava em termos absolutos de qualquer um de nós, que seria uma carne diferente. Pense da seguinte forma:

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imagine que você está em um estádio de futebol, tendo como objetivo marcar um gol no meio de campo e acertando a bola no ângulo direito do goleiro.

Milhões de pessoas teriam tentado acertar milhões de vezes, mas nunca conseguíram. Por isso, acharam impossível acertar a bola no ângulo do meio de campo, e começaram a reclamar com o organizador do projeto, dizendo: “Isso é impossível! Você nos colocou desafios que é impossível de se superar”! Então o dono, sabendo que isso não era verdade e que não tinha metido aqueles humanos em um joguinho sem saída, mas querendo provar que era possível vencer, decide provar que isso é possível enviando o seu próprio filho para acertar aquela cobrança e marcar o gol. As pessoas esperaram entusiasmadas para ver se este filho do dono iria conseguir mesmo cumprir todo aquele desafio como sendo humano igual a eles. Então, o filho vai lá, bate na bola, e... gol! No ângulo!

As pessoas comemoram entusiasmadas! Sim, é possível vencer o desafio! Mas pera aí. Pouco depois, descobriram que havia algo de errado nisso tudo. Depois de investigarem cuidadosamente, descobriram que este tal filho do dono apenas parecia um humano, mas não era de fato um humano – era como se fosse um robô pré-programado para acertar a bola no ângulo de tal forma que era impossível não obter êxito naquele desafio. Os humanos, então, se desanimaram e continuaram crendo que era impossível vencer aquele desafio, uma vez sendo que, na única vez que alguém teria conseguido, não era realmente um humano, mas alguém ilimitado, com uma natureza diferente na qual seria realmente impossível não realizar o feito. E todos voltaram para a estaca zero novamente.

Gostaram dessa historinha? Pois é, eu inventei agora mesmo (poderia ter pensado mais para escrever algo mais profundo, mas por hora está bom). Qualquer ser pensante poderá analisar a história acima com o quadro que estamos expondo no momento. Todos nós temos sim um desafio nessa vida, que se chama vencer o pecado. E todos nós temos uma carne pecaminosa (i.e, uma carne voltada ou inclinada para o pecado). Isso não significa que todos nós vamos pecar sempre ou que é impossível não pecar e conseguir vencer as tentações (se fosse assim, não seríamos culpados de pecar em algo que seria impossível não pecar!). Sendo assim, é possível humanamente falando conseguir resistir às tentações do diabo.

Mas falta alguém provar isso. Então Deus, vendo que o mundo todo não estava conseguindo, decidiu enviar o Seu único Filho, chamado Jesus Cristo, como homem, nascido de mulher, nascido debaixo da lei, um filho de carpinteiro, nascido em Belém da Judeia, circuncidado ao oitavo dia de vida, alguém feito tão humano como qualquer um de nós. E ele preparou, moldou e aperfeiçoou o Filho, até diante dos sofrimentos desta vida como nos diz o escritor de Hebreus (Hb.5:8), para poder fazê-lo forte a fim de resistir e vencer a todas as tentações e entrar sem pecado na glória celestial.

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Então Jesus se preparou. Se batizou. Quando sabia que seria tentado, não ficou jogando vídeo game por pensar que seria impossível não cair, mas foi sozinho a um deserto árido e distante, e ainda por cima de jejum, e por quarenta dias e quarenta noites inteiras! Aí Jesus foi tentado, mas venceu, não por ter uma natureza humana supostamente diferente da nossa, mas porque se preparou mais, jejuou mais, se consagrou mais, orou mais, se santificou mais!

Está aí o segredo e os méritos da vitória de Cristo, que desta forma mostrou a nós ser possível que, por meio da oração, louvor, jejum e consagração, possamos vencer as nossas tentações também, com a ajuda do nosso Conselheiro, daquele que já venceu. O diabo sabia que Jesus poderia cair, por isso o tentou. Jesus também sabia que poderia cair, por isso se preparou tanto (em jejum, consagração e oração) para aquele momento. E foi exatamente por Jesus ter vencido mesmo possuindo a mesma carne de nós humanos, que o autor de Hebreus pôde olhar para tudo isso e dizer o seguinte:

“Portanto, visto que temos um grande sumo sacerdote que adentrou os céus, Jesus, o Filho de Deus, apeguemo-nos com toda a firmeza à fé que professamos, pois não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas, mas sim alguém que, como nós, passou por todo tipo de tentação, porém, sem pecado. Assim sendo, aproximemo-nos do trono da graça com toda a confiança, a fim de recebermos misericórdia e encontrarmos graça que nos ajude no momento da necessidade” (Hebreus 4:14-16)

Ele pôde olhar para aquele tão sublime exemplo de Cristo Jesus e dizer: “Olha, Jesus também foi tão humano quanto eu e você, ele também passou pelos mesmos tipos de tentação, mesmo sem ter pecado. E é exatamente pelo fato de ele ter sofrido tentação que ele sabe como é ser tentado e como é difícil matar a carne. Por isso não fique deste jeito que você está. Se levante, aproxime-se do trono da graça com toda a confiança, e receba a misericórdia de Deus que ele derrama sobre nós pela Sua graça”. Aleluia!

Ele diz claramente que Jesus passou por “todo tipo de tentação” (Hb.4:15), ou seja, a carne dele não era diferente da nossa carne, não era uma carne isenta de ser tentada, não era “blindada” a prova de tentações, não era algo que não podia ser abalada de forma nenhuma. E ele diz também que Jesus se “compadece das nossas fraquezas”. Por que? Só porque ele é Deus? Não, mas porque ele foi humano igualzinho eu e você e sabecomo é ser tentado, sabe como não é fácil resistir as tentações, sabe como é ser um humano, como é estar dentro do mesmo tipo de carne que os humanos possuem, sujeito aos mesmos tipos de tentação! Em tudo isso vemos claramente que a única diferença entre Jesus e nós é que ele não pecou (teve uma vitória total) e nós pecamos muitas vezes, e não uma diferença de natureza entre um e o outro.

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Em outras palavras, há uma igualdade de natureza (ambos são humanos da mesma forma e possuem a mesma carne enquanto vivendo na terra), o que difere são os feitos de um em relação aos outros (um conseguiu vencer como humano, os outros humanos não conseguíram). Seria o mesmo que eu dissesse: “Pelé era humano como nós, mas foi o único jogador a marcar 1281 gols na história”. Pelé foi o maior jogador de futebol de todos os tempos, e foi o que mais marcou gols na história do futebol, mesmo sendo humano como nós. O que o difere dos demais não é ele não ter sido humano como nós, mas sim de ele ter sido mais eficiente do que os outros humanos.

Da mesma forma, podemos dizer com relação a Jesus: “Cristo era humano como nós e sofreu as mesmas tentações, mas foi o único que nunca pecou na vida”[1]. Isso não aconteceu por Jesus ter uma natureza diferente da nossa, mas porque foi o mais eficiente, preparado e capacitado para realizar a obra de Seu Pai sem qualquer mácula, mancha ou defeito, como o Cordeiro imaculado de Deus, como o Deus que se fez carne e habitou entre nós. E é exatamente o fato de ele ter vencido como humano igual a nós, que nos mostra que nós podemos vencer o pecado nos dias de hoje – mesmo sendo humanos. Isso só aconteceria caso ele tivesse a mesma natureza, ou senão não valeria de exemplo praticável para nós.

E ele só poderia se compadecer das nossas fraquezas se tivesse possuído um corpo humano igual ao nosso – se fosse diferente, ele jamais teria sofrido as tentações humanas que todos nós sofremos em nossa carne para saber como é, e não teria sofrido “todo tipo de tentação”(Hb.4:15), nem teria sido igual a nós “em todos os aspectos” (Hb.2:17), pois o mais importante e essencial, que se refere à própria natureza adquirida como homem, teria sido marcantemente diferente da nossa naquilo que mais importa nessa vida que é vencer as tentações e se santificar.

Portanto, Jesus não teria sido humano como nós. Ele não teria vindo em carne como nós. Ele no máximo teria vindo numa carne diferente, “blindada”, e interiormente com “super poderes” divinos que o diferenciaria de qualquer outra criatura humana que já pisou aqui nessa terra. Mas não. Ele quis ser igual eu. Igual você. Quis ser como nós. Com prontidão se ofereceu para sofrer tentações, para sofrer angústia, para passar frio, noites em jejum, sendo zombado, apedrejado, crucificado e morto pelos judeus. E isso como um homem. Verdadeiramente um homem. Verdadeiramente ele veio em carne. Verdadeiramente ele é o Filho de Deus!

Dizer que Jesus não abriu mão de nenhum atributo nem da sua própria natureza é o mesmo que dizer que o Jesus homem possuía tudo aquilo que possuía antes interiormente. Que dentro de si, num prisma imaterial ou espiritual, ele continuava detendo todos os aspectos da divindade que antes possuía. Significa, assim, limitar o tamanho da profunda sujeição e humilhação que Jesus sofreu ao deixar o Céu e se tornar um homem, como Paulo diz em Filipenses 2:5-8, dizendo que Cristo Jesus não se apegou ao ser igual a Deus, mas decidiu esvaziar-se, humilhar-se, e se tornar um ser humano. Possuir divindade, onipotência, onipresença e onisciência dentro de si

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não é uma “humilhação”. Quem dera eu fosse “humilhado” deste jeito, com onipotência, onisciência e onipresença tudo junto!

E a linguagem de “esvaziar-se” não se aplica a alguém que continua detendo dentro de si tudo aquilo que detinha antes. Esvaziar significa “retirar o conteúdo; tornar vazio”. Jesus se esvaziou, tornou-se vazio, de tudo aquilo que ele detinha antes como Deus em sua natureza celestial, o que obviamente deve incluir os atributos acima citados (não apenas a glória, que também é um atributo da divindade). E é isso que os neo-gnósticos jamais vão poder compreender: a dimensão do sacrifício de alguém que antes possuía tudo e que abriu mão de tudo isso por amor a mim e a você. Enquanto ainda tiverem essa visão falida e deturpada de que Cristo não era realmente humano como nós mas apenas “parecido”, e enquanto continuarem crendo que ele não abriu mão de nada além do Céu quando se fez homem, não vão jamais poder compreender a largura, o comprimento, a altura e a profundidade do amor de Cristo, que excede todo entendimento.

Paz a todos vocês que estão em Cristo.

Por Cristo e por Seu Reino,

Lucas Banzoli (apologiacrista.com)

a Bíblia afirma!