amazônia azul

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Monitorar para defender A Estratégia Nacional de Defesa e a Marinha do Brasil Capacidade: Recuperar para evoluir p.8 p.26 p.41 Ano 04 • Número 10 • Junho • 2014 www.marinha.mil.br Edição Especial MARINHA em Revista Os Projetos Estratégicos da Marinha do Brasil

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Revista especial da marinha: Amazônia azul. Revista especial da marinha: Amazônia azul.

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  • Monitorar para defenderA Estratgia Nacional de Defesa e a Marinha do Brasil

    Capacidade: Recuperar para evoluir

    p.8 p.26 p.41

    Ano 04 Nmero 10 Junho 2014 www.marinha.mil.br Edio EspecialMARINHA emRevistaOs Projetos Estratgicosda Marinha do Brasil

  • Esta edio da Marinha em Revista especial. Abordaremos os Projetos Es-tratgicos da Marinha do Brasil que consistem em aes para transformar a For-a, de forma a capacit-la para o pleno cumprimento de sua misso.

    A matria de abertura traz uma entrevista com o primeiro Diretor de Gesto de Programas Estratgicos da Marinha, na qual so abordados os desafios e a importncia dessa nova organizao militar, criada especialmente para gerenciar os projetos de mais alto nvel da Fora.

    Em seguida, explicamos como a Marinha procurou adequar-se para cumprir as diretrizes estabelecidas na Estratgia Nacional de Defesa (END) que, ao for-mular um planejamento de longo prazo para a Defesa, representou uma quebra de paradigma na postura do Brasil nesse campo.

    A revista tambm apresenta os avanos do Programa Nuclear da Marinha e os tra-balhos desenvolvidos no Centro Tecnolgico da Marinha em So Paulo (CTMSP).

    A seo Gente de Bordo destaca a histria do Suboficial Valentim, um militar da reserva que, h mais de 25 anos, trabalha no CTMSP, como supervisor da equipe de caldeira industrial.

    As principais aes para a obteno, a revitalizao e a modernizao de nos-sos meios navais, aeronavais e de fuzileiros navais so abordadas nas reportagens sobre os Projetos Estratgicos Construo do Ncleo do Poder Naval e Re-cuperao da Capacidade Operacional.

    O esforo da Marinha do Brasil para tornar mais eficaz o monitoramento e o controle das guas jurisdicionais brasileiras est sintetizado no texto sobre o Sistema de Gerenciamento da Amaznia Azul.

    A criao de um complexo naval no norte/nordeste do Brasil, com o estabele-cimento de uma 2 Esquadra e uma 2 Fora de Fuzileiros da Esquadra, tambm mereceu uma reportagem especfica.

    Uma matria sobre segurana da navegao apresenta as mudanas na estru-tura do Sistema de Segurana do Trfego Aquavirio que se faro necessrias para ampliar a presena e a fiscalizao da Marinha nas guas jurisdicionais brasileiras.

    A reportagem sobre as medidas para a criao e a ampliao da estrutura das organizaes voltadas para o ensino, para o apoio sade e para a assistncia social, bem como para a obteno de novos Prprios Nacionais Residenciais, de-monstram que a Marinha tambm estabeleceu um Projeto Estratgico voltado para o Pessoal Nosso Maior Patrimnio.

    Dedicamos, ainda, uma matria para apresentar as medidas que a Marinha vem tomando para acompanhar os acelerados progressos no campo de Cincia, Tecnologia e Inovao, como o incentivo ao estabelecimento de parcerias com universidades, empresas, indstrias nacionais e internacionais.

    Por fim, em artigo de minha autoria, apresento as consideraes de ordem estra-tgica, conexas defesa, bem como de cunho econmico e social, a fim de ressaltar a importncia desses projetos para a Marinha, para o Brasil e, principalmente, para os brasileiros.

    , pois, com orgulho, que convido os leitores a conhecerem os Projetos Es-tratgicos da Marinha do Brasil.

    Edi

    tori

    al

    Almirante-de-Esquadra Julio Soares de Moura NetoComandante da Marinha

  • Ano 03 Nmero 10 Dezembro 2013 www.mar.mil.br Edio EspecialMARINHA emRevista

    Marinha em Revista um peridico da Marinha do Brasil, elaborado pelo Centro de Comunicao Social da Marinha.

    Comandante da MarinhaAlmirante-de-Esquadra Julio Soares de Moura Neto

    Diretor do Centro de Comunicao Social da MarinhaContra-Almirante Jos Roberto Bueno Junior

    Vice-Diretor do Centro de Comunicao Social da MarinhaCapito-de-Mar-e-Guerra Marcos Antonio de Souza Arajo

    Editor-ChefeCapito-de-Fragata Marcos Aurlio de Oliveira Simas

    Jornalista responsvelPrimeiro-Tenente (RM2-T) Fernanda Mendes Medeiros de Oliveira

    Organizao do material editorialPrimeiro-Tenente (RM2-T) Fernanda Mendes Medeiros de Oliveira

    RevisorCapito-de-Fragata Rafael Silva dos Santos

    ColaboradoresPrimeiro-Tenente (T) Rafael Dutra de MirandaPrimeiro-Tenente (RM2-T) Vanessa Rosana Soares da Silva OliveiraPrimeiro-Tenente (RM2-T) Mariana de Jesus FerreiraPrimeiro-Tenente (T) Fabrcio Srgio Costa

    Projeto editorialCentro de Comunicao Social da Marinha

    Direo de arte e diagramaoCapito-de-Corveta (T) Ana Cristina RequeijoPrimeiro-Tenente (T) Rodrigo do Carmo NevesCabo Daniel Teodolino Barbosa Torres

    FotografiasArquivos da Marinha do Brasil e colaboradores

    Foto da CapaDivulgao

    Tiragem30.000 exemplares

    Impresso e distribuioGrfica Qualyt

    Centro de Comunicao Socialda MarinhaEsplanada dos Ministrios, Bl. N, Anexo A, 3o andarBraslia DF CEP 70055-900Telefone (61) 3429-1831 [email protected]

  • Entrevista Uma Diretoria Estratgica 4

    Defesa

    A Estratgia Nacional de Defesae a Marinha do Brasil 8Nuclearrea Nuclear: desenvolvimento para o futuro 11

    Gente de BordoSuboficial (RM1-CA)Valentim Lopes Joaquim 16

    Poder NavalConstruir para evoluir 18

    MonitoramentoMonitorar para defender 26

    Complexo NavalAmpliar para defender 30

    NavegaoReestruturar para protegere preservar 33

    PessoalPessoal Nosso MaiorPatrimnio 38

    CapacidadeRecuperar para evoluir 41

    Cincia e TecnologiaSoberania pela cincia,tecnologia e inovao 46

    ArtigoDesenvolvimento e soberaniapor meio dos Projetos Estratgicos 52

    52

    DESENVOLVIMENTO E SOBERANIA POR MEIO DE PROJETOS ESTRATGICOS

  • Ent

    revi

    sta

    Responsvel pelo ncleo de im-plantao da Diretoria de Ges-to de Programas Estratgicos da Marinha (DGePEM), criada em maro de 2013, o Vice-Almirante An-tonio Carlos Frade Carneiro, em en-trevista exclusiva para a Marinha em Revista, falou sobre os objetivos dessa nova organizao militar, ressaltando a importncia dos Projetos Estratgi-cos da Marinha do Brasil (MB) para o Pas.

    A DGePEM, subordinada Dire-toria Geral de Material da Marinha (DGMM), possui unidades em Bras-lia (DF) e no Rio de Janeiro (RJ).

    Qual a importncia dos Projetos Estratgicos para as Foras Arma-das brasileiras?

    Os Projetos Estratgicos tm po-tencial para implementar uma verda-deira transformao das Foras Ar-madas, a fim de melhor defenderem o Brasil, por meio do reaparelhamento, da articulao, do adestramento e da capacitao de seus integrantes, de modo a disporem de meios militares aptos ao pronto emprego, de forma conjunta ou singular, nas situaes Diretor da DGePEM, Vice-Almirante Antonio Carlos Frade Carneiro

    Uma DiretoriaEstratgica Fotos: 2SG (RM1-FN-IF) Vicente Paulo de Carvalho

    4

  • de paz, crise e nos conflitos armados. Ao conceber seus projetos, as Foras focaram na obteno da capacidade plena para o cumprimento de suas misses e atividades subsidirias.

    E como ser o desenvolvimento desses Projetos Estratgicos?

    Isso s ser possvel com o fortaleci-mento e a criao de uma Indstria de Defesa genuinamente brasileira. Para que isso ocorra, o governo brasileiro est implementando diversas aes, como, por exemplo, uma nova lei de li-citao; um novo regime de tributao; e a criao de uma comisso no Minis-trio da Defesa, da qual a MB faz par-te, para definir quais so os produtos de defesa, os produtos estratgicos de defesa e, finalmente, as empresas estra-tgicas de defesa.

    Essas empresas, que atendero a requisitos legais estabelecidos pelo Congresso Nacional, tero incentivos especiais, para que o Brasil disponha de uma Indstria Nacional de Defesa competitiva, tanto em preos, quanto em tecnologia.

    Quando a Marinha percebeu a necessidade de criar uma Direto-ria para gerenciar seus Projetos Estratgicos?

    A necessidade de criar uma Direto-ria especfica para gerenciar os projetos que a Fora pretende executar decorre do fato de serem de grande enverga-dura, tanto em termos de investimen-to, quanto dos prazos envolvidos.

    Por entender que so projetos muito relevantes para o Pas e que demandaro grandes aportes finan-ceiros e um acompanhamento cont-nuo, a Marinha decidiu que era neces-sria uma gesto dedicada, por uma

    organizao que acumulasse, ao longo do tempo, no somente o histrico de cada projeto, mas tambm, a experi-ncia na negociao de contratos de grande magnitude.

    Como sero desenvolvidas as ativi-dades dessa Diretoria?

    A recm-criada DGePEM foi es-truturada para flexibilizar aes. Em sua criao, ficou definido que a sede seria em Braslia (DF), a fim de possi-bilitar um contato mais prximo com os rgos do Governo Federal, res-ponsveis pela conduo orament-ria brasileira.

    Juntamente com a Secretaria Geral da Marinha, estreitaremos o contato com o Ministrio da Fazenda, o Mi-nistrio do Planejamento, o Congres-so Nacional e com os rgos de fis-calizao, como o Tribunal de Contas da Unio (TCU), para que todos os projetos da MB sejam, desde o incio, legalmente orientados. Essa ape-nas uma, dentre as muitas tarefas que exerceremos em prol do nosso avano tecnolgico, buscando sempre a me-lhoria de nossa Indstria de Defesa.

    Uma segunda tarefa a negociao de contratos, que requer a dedicao de especialistas, em virtude da com-plexidade e das longas e minuciosas

    tratativas inerentes ao processo. Uma vez que esse grupo de especialistas no se dissolver a cada negociao, garan-tiremos que o conhecimento obtido ser mantido ao longo do tempo.

    O gerenciamento centralizado tra-r muito mais garantia da permann-cia do conhecimento em negociaes contratuais, financeiras, de compen-saes e de transferncia de tecno-logia, dentre outras, transformando a DGePEM num repositrio dessa expertise.

    Como funcionar o relacionamen-to com as empresas interessadas ou selecionadas para um determinado projeto?

    Com a criao da DGePEM, a Ma-rinha procurou colocar apenas um in-terlocutor com as empresas e com os rgos do governo. Acreditamos que a concentrao de todos os grandes contratos em uma mesma organizao trar facilidades de relacionamento com as empresas, sejam elas concor-rentes a um Projeto Estratgico, ou as j contratadas para a execuo.

    A DGePEM possui, dentro de sua estrutura, uma Superintendncia de Programas, localizada no Rio de Ja-neiro, na qual cada Projeto Estratgi-co ser acompanhado por uma Gern-cia. Atualmente, a Diretoria j possui a gerncia do Programa SisGAAz, com pessoal j respondendo por ele. A gerncia dos demais Projetos ser im-plementada medida que as equipes forem formadas.

    De que maneira a DGePEM atuar?A Diretoria seguir a orientao do

    TCU que estabelece que as negocia-es sejam conduzidas utilizando pr-ticas modernas de gesto de contratos

    Os projetos que a Marinha pretende executar so de grande envergadura, tanto em termos de investimento quanto em termos de prazo. Almirante Frade,Diretor da DGePEM

    MARINHA em Revista Ano 04 Nmero 10 Junho 2014 5

  • e de negcios. Nesse sentido, procu-raremos adotar prticas internacional-mente reconhecidas, a exemplo do que j ocorreu no Programa de Desenvol-vimento de Submarinos, um dos prin-cipais projetos em execuo na Fora.

    A Diretoria ter duas sedes. A pri-meira, localizada em Braslia (DF), atuar na negociao com as empresas e no relacionamento com os rgos do Governo Federal. Essa sede abri-gar, tambm, a nossa assessoria jur-dica. A segunda, mais tcnica, ser se-diada no Rio de Janeiro, e gerenciar a conduo dos contratos e a execuo das construes. A cidade do Rio de

    Janeiro foi escolhida por duas razes: para ficar mais prxima das Diretorias Especializadas da Marinha, que esto localizadas naquela cidade; e, pelo fato de que, alm de Rio de Janeiro e So Paulo se destacarem como po-los industriais, a primeira apresenta a vantagem de ser mais forte e tradicio-nal no setor da indstria naval.

    Haver uma ordem de prioridades para a execuo dos Projetos Es-tratgicos da Marinha?

    Pelo fato de no dispormos, atu-almente, de um oramento que aten-da a todos os Projetos, natural que

    sejam estabelecidas prioridades, para adequar a execuo de cada projeto ao oramento autorizado.

    A atribuo dessas prioridades de-pende de muitos aspectos. Precisamos saber se o oramento disponvel su-ficiente, analisar se o projeto, naquele momento, o mais importante para a situao estratgica que o Pas est vivendo e verificar se o projeto est pronto para ser iniciado.

    A Marinha tem a meta de estar pronta para iniciar quaisquer de seus Projetos Estratgicos, to logo ocorra o aporte financeiro necessrio.

    A ordem de prioridade desses

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  • projetos definida pelo Comandante da Marinha, assessorado pelo Almi-rantado, que o rgo de Assessora-mento Superior da Fora.

    Como fica a questo do Programa Nuclear da Marinha (PNM) e do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB)?

    Uma vez que o PNM e o PRO-SUB foram iniciados antes da criao da DGePEM e, portanto, j possuem estruturas de governana e de geren-ciamento montadas e bem sucedidas, a MB decidiu mant-los funcionando da maneira como estavam. Ou seja, a gesto desses programas no ser con-duzida pela nova Diretoria.

    Quando falamos em Projetos Es-tratgicos inevitvel falar em transferncia de tecnologia. Qual a importncia dessa troca de conhecimentos?

    A troca de conhecimentos mui-to importante, seja para o avano do Pas, seja na construo do saber.

    Para que nos tornemos indepen-dentes, precisamos desenvolver novas tecnologias, fomentando o setor de ci-ncia, tecnologia e inovao, em con-junto com universidades e empresas brasileiras.

    Nesse sentido, orientada pelas dire-trizes da Estratgia Nacional de Defe-sa, a Marinha do Brasil decidiu adotar um novo paradigma na concepo de seus Projetos Estratgicos: o de no comprar tecnologia no exterior, e sim, desenvolv-la no Brasil. Isso significa que, se no dispusermos da tecnolo-gia necessria para produzir algum material ou equipamento, traremos empresas estrangeiras para o Brasil, que devero se associar a empresas

    brasileiras, para produz-lo no Pas. Essa associao, de acordo com a

    legislao brasileira, ser sempre re-alizada de forma que a maioria das aes sejam das empresas nacionais e que os produtos sejam, obrigatoria-mente, desenvolvidos no Brasil. Para que uma empresa possa usufruir do Regime Especial Tributrio para In-dstria de Defesa (RETID), seus pro-dutos devero ser desenvolvidos no Brasil, por uma empresa brasileira, a fim de que seja garantida a continui-dade de produo no Pas.

    Acreditamos que esse mecanismo propiciar o desenvolvimento de uma tecnologia nacional e uma constante e profcua troca de conhecimentos.

    Quais outros benefcios os Pro-jetos Estratgicos traro para o Brasil?

    Sempre que a economia de um Pas e os seus interesses crescem, os inves-timentos em defesa acompanham esse crescimento.

    Pensando somente em Defesa, os Projetos Estratgicos da MB propor-cionaro ao Pas a obteno de um elevado nvel de cooperao no mbi-to regional, de dissuaso no contexto internacional e de credibilidade junto sociedade, uma vez que a Fora ser capaz de cumprir, com maior efetivi-dade, sua destinao constitucional e atribuies legais.

    A execuo desses Projetos con-tribuir para o desenvolvimento do Pas em diversos setores. Um exem-plo o Programa Nuclear da Marinha que, a partir do potencial j obtido no enriquecimento de urnio o Bra-sil um dos poucos pases no mun-do que possuem essa capacidade e na construo de reatores, fomentar

    segmentos nacionais, como o de pro-duo de reatores de energia eltrica e de frmacos.

    A Construo do Ncleo do Po-der Naval contribuir para o desen-volvimento da indstria naval e de segmentos correlatos. J o Sistema de Gerenciamento da Amaznia Azul (SisGAAz) ampliar a segurana da navegao comercial e das atividades dos navios pesqueiros, alm da salva-guarda da vida humana no mar, fo-mentando o comrcio martimo.

    Alm disso, a necessidade de for-mao e de qualificao especfica de profissionais permitir o desenvolvi-mento de tecnologias de domnio res-trito a um grupo seleto de pases.

    A indstria naval considerada uma indstria de base e seu incremen-to implica no crescimento de outros segmentos, como o eletroeletrnico, metalrgico, mecnica pesada, mo-tores de propulso martimos, arma-mentos e informtica, entre outros, em face da diversidade e da complexi-dade dos equipamentos existentes nos navios, aeronaves e meios de fuzileiros navais da MB.

    Na vertente social, destaca-se a relevante quantidade de empregos diretos e indiretos que sero gerados na construo naval e civil, principal-mente nas Regies Sudeste, Norte e Nordeste.

    Adicionalmente, o aumento do efetivo da Fora fomentar a gerao anual de expressivas oportunidades de trabalho direto, promovendo a inclu-so e o aprimoramento da formao de milhares de cidados, oriundos das mais diversas classes sociais, contri-buindo substancialmente para o cres-cimento do Pas e a incluso social

    MARINHA em Revista Ano 04 Nmero 10 Junho 2014 7

  • Def

    esa

    A Estratgia Nacional de Defesa e a Marinha do Brasil

    O Ministrio da Defesa (MD) o rgo do Governo Federal in-cumbido de exercer a direo superior das Foras Armadas (FA), constitudas pela Marinha do Brasil, pelo Exrcito Brasileiro e pela Fora Area Brasileira. Criado em 10 de ju-nho de 1999, pela Lei Complementar

    n 97, o MD o principal articulador

    de aes que envolvam mais de uma Fora Singular. Uma de suas princi-pais tarefas o estabelecimento de polticas ligadas Defesa e Segu-rana do Pas.

    A Constituio de 1946 foi a pri-meira a prever a unificao das For-as Armadas brasileiras sob um nico

    ministrio. No ano de 2007, o ento

    Presidente da Repblica, Luiz Incio Lula da Silva, deu incio a uma arti-culao para que as atividades das trs Foras se adaptassem sob uma ni-ca estratgia de defesa, com o intui-to de atender aos interesses do Pas. Naquela poca, foi criado um grupo interministerial, presidido pelo ento Ministro da Defesa, Nelson Jobim, que, aps um ano de trabalho, apre-sentou ao Presidente a Estratgia Na-cional de Defesa (END), elaborada em conjunto pelas trs Foras.

    O trecho a seguir, retirado da END, sintetiza a importncia de uma Defesa forte para o desenvolvimento

    do Pas: Estratgia Nacional de Defesa inseparvel da Estratgia Nacional de Desenvolvimento. Esta motiva aquela. Aquela fornece escudo para esta. Cada uma refora as razes da outra. Em ambas, se desperta para a nacionalidade e constri-se a Nao. Defendido, o Brasil ter como dizer no, quando tiver que dizer no. Ter capacidade para construir seu prprio modelo de desenvolvimento.

    Focada em aes estratgicas de mdio e longo prazos, a END tem por objetivo modernizar a estrutura nacional de defesa, atuando em trs eixos estruturantes:

    Reorganizao das Foras Armadas.

    Est relacionada organizao e orientao das Foras Armadas para melhor desempenharem suas desti-naes constitucionais e suas atribui-es na paz e na guerra.

    Marinha, Exrcito e Fora Area trabalham para a modernizao da capacidade operacional e de defesa do Pas

    Fotos: Acervo fotogrfico do CCSM

    8

  • Reorganizao da Indstria Na-cional de Material de Defesa.

    Para assegurar que o atendimento das necessidades de equipamento das Foras Armadas apoiem-se em tecno-logias sob domnio nacional.

    Composio dos efetivos das For-as Armadas.

    A fim de zelar para que as FA repro-duzam, em sua composio, a prpria Nao de maneira que no sejam apenas uma parte, paga para lutar por conta e em benefcio das outras partes.

    Com relao ao primeiro eixo, a reorganizao no consiste apenas no financiamento e na equipagem das FA, mas tambm de aes para trans-form-las, a fim de melhor defende-rem o Brasil. Essas aes envolvem o reaparelhamento, a articulao e a capacitao de seus integrantes.

    Para que essa transformao pu-desse ter incio, duas determinaes na END merecem destaque:

    a elaborao dos Programas de Articulao e Equipamento pelas Foras Singulares, que deveriam con-templar as suas concepes estrat-gicas no horizonte temporal de 2009

    a 2030, ou seja, um planejamento de

    curto, mdio e de longo prazo; e a elaborao, pelo MD, de uma

    proposta de Projeto de Lei de Articu-lao e Equipamento, a ser submetida ao Presidente da Repblica, que seria consolidada no Plano de Articulao e Equipamento de Defesa (PAED), harmonizando os Planos de Reapare-lhamento das trs Foras em um do-cumento nico.

    O Plano de Articulao e Equipamento da Marinha do Brasil (PAEMB)

    Em decorrncia da END, foram atribudas, ao Comando da Marinha,

    num primeiro momento, duas tarefas principais:

    elaborar o Plano de Articulao e Equipamento da Marinha do Brasil (PAEMB), o qual deveria contemplar uma proposta de distribuio espacial das instalaes militares e de quantifi-cao dos meios necessrios ao aten-dimento eficaz das Hipteses de Em-prego estabelecidas na END; e

    rever, a partir de uma poltica de otimizao do emprego de recursos humanos, a composio dos efetivos da Marinha do Brasil (MB), de modo a dimension-la para atender adequada-mente ao disposto naquela Estratgia.

    A partir da, a MB orientou a ela-borao do seu PAEMB, que estabe-leceu 209 Projetos Individualizados de

    reaparelhamento de seus meios, de ex-panso e redistribuio de suas organi-zaes militares, expressando, ainda, a necessidade de incremento e capacita-o de seu efetivo civil e militar.

    O efeito desejado desse Plano a obteno de capacidade plena para o cumprimento das tarefas bsicas do Poder Naval, a saber: negar o uso do mar ao inimigo, controlar reas ma-rtimas, projetar poder sobre terra e contribuir para a dissuaso. Alm disso, o PAEMB buscou capacitar a Fora para o cumprimento, com efic-cia, das atividades subsidirias afetas Autoridade Martima, bem como para a realizao de operaes de paz, sob a gide de organismos internacionais, operaes humanitrias e de resgate de no combatentes no exterior.

    Cabe ressaltar que as aes previs-tas no PAEMB no foram condicio-nadas por questes de ordem ora-mentria ou de capacitao do parque industrial nacional ou estrangeiro. Durante os estudos, procurou-se ater apenas s necessidades estratgicas da MB, de modo a torn-la apta a asse-gurar os interesses do Pas, no que tange ao cumprimento de sua misso constitucional e de suas atribuies subsidirias. Pensou-se em construir uma Marinha crvel, que deixe claro, aos eventuais opositores, a capacidade do Poder Naval brasileiro de dissuadir e sobrepujar as foras antagnicas.

    O Plano de Articulao e Equipamento de Defesa (PAED)

    Em dezembro de 2011, foi cria-do, no mbito do MD, um Grupo de Trabalho para a confeco do PAED. Essa iniciativa histrica visava con-solidao dos Planos de Articulao e Equipamento das trs Foras.

    Em maio de 2012, em cumprimen-to ao disposto na END, o Ministrio da Defesa aprovou o PAED, em cuja elaborao, alm da articulao e do equipamento das Foras Armadas, fo-ram considerados diversos aspectos e requisitos, tais como: pesquisa, desen-volvimento e ensino; fora de traba-lho decorrente da evoluo do Plano; manuteno operativa; recuperao da capacidade operacional; harmonizao dos projetos apresentados pelas For-as; preferncia de aquisio de produ-tos de defesa no Brasil; e transferncia

    MARINHA em Revista Ano 04 Nmero 10 Junho 2014 9

  • desenvolvimento da indstria naval nacional e segmentos correlatos, fa-vorecendo o estabelecimento de um Cluster Naval (vide quadro abaixo).

    Complexo Naval da 2 Esquadra e da 2 FFE: composto por Subproje-tos de Articulao referentes cons-truo da Base Naval da 2 Esquadra, Organizaes Militares de Comando e Controle, dentre outras;

    Pessoal Nosso Maior Patrim-nio: inclui Subprojetos de Articula-o referentes ao aumento da fora de trabalho da MB e ampliao dos Sis-temas de Ensino Naval, de Sade e de Assistncia Social;

    Segurana da Navegao: con-templando Subprojetos de Articu-lao e Equipamento referentes criao e ampliao de organizaes militares do Sistema de Segurana do Trfego Aquavirio; e

    Sistema de Gerenciamento da Amaznia Azul: com Subprojetos de Articulao e de Equipamento para o sistema de monitoramento e contro-le das guas jurisdicionais brasilei-ras (AJB) e de interesse do Brasil no Atlntico Sul

    Estratgia Nacional de Defesa inseparvel de Estratgia Nacional de Desenvolvimento. Esta motiva aquela. Aquela fornece escudo para esta. Cada uma refora as razes da outra. Em ambas, se desperta para a nacionalidade e constri-se a NaoTrecho da Estratgia Nacional de Defesa

    de tecnologia, nos casos em que a aqui-sio fosse realizada no exterior.

    Em um discurso pblico, a Presi-denta da Repblica, Dilma Rousseff, destacou a importncia dos projetos estratgicos para o Brasil: O Pas com o qual sonhamos precisar cada vez mais de Foras Armadas equipa-das e qualificadas para cumprimento de suas funes.

    O PAED contemplou um perodo de vinte anos, a partir de 2012, consi-derando as seguintes projees tem-porais: curto prazo (2012 a 2015);

    mdio prazo (2016 a 2023); e longo

    prazo (2024 a 2030).

    Acompanhando a elaborao do PAED e analisando a metodologia observada, bem como as premissas

    estipuladas, a Marinha decidiu revisar a edio de 2009 do PAEMB, o que

    culminou com a publicao, em 2013,

    de uma verso atualizada, que agru-pou os 209 Projetos Individualizados

    em sete Projetos Estratgicos, cada qual com Subprojetos decorrentes.

    Os Projetos Estratgicos constan-tes do PAEMB-2013 so:

    Recuperao da Capacidade Operacional (RCO): englobando a Articulao e Equipamento, incluiu Subprojetos para a revitalizao e a modernizao das estruturas da MB, bem como de meios, recompletamento de munio e manuteno operativa;

    Programa Nuclear da Marinha (PNM): inclui Subprojetos de Articu-lao atinentes ao desenvolvimento do ciclo de combustvel nuclear e do Labo-ratrio de Gerao de Energia Nucleo-eltrica (LABGENE), dentre outros;

    Construo do Ncleo do Po-der Naval: contendo Subprojetos de Articulao e Equipamento para o atendimento s Hipteses de Empre-go e Diretrizes Estratgicas previstas na END. Esse projeto merece desta-que pelo potencial para alavancar o

    Def

    esa

    O Cluster NavalEm uma economia globalizada, as

    alianas ocupam lugar de destaque nas estratgias das empresas, como forma de se manterem competitivas e permanecerem crescendo de maneira sustentvel e rentvel.

    Uma vantagem competitiva rele-vante, que pode ser obtida por meio de fatores locais e que por isso ganha importncia, a concentrao geo-grfica de empresas. Nesse cenrio, surge a teoria do cluster, termo recente na literatura brasileira, que adquiriu notoriedade nos estudos de Michael

    Porter, um dos maiores especialis-tas mundiais sobre competitividade industrial.

    O Brasil detm parcela significativa dos insumos necessrios para o desen-volvimento de um Cluster Naval.

    H tambm que se avaliar a necessi-dade do estabelecimento de parcerias estratgicas com pases detentores de tecnologia prpria e independente, de forma a assegurar a necessria transfe-rncia de tecnologia para a construo de meios navais de porte considervel. A complexidade tecnolgica e a diver-sidade de sistemas que compem um

    navio de guerra do porte de uma Fra-gata, por exemplo, estimularo o de-senvolvimento da Base Industrial de Defesa (BID) e, futuramente, de uma tecnologia autctone que assegure a desejvel independncia nesse setor to estratgico.

    Com a implantao de um Clus-ter Naval no Pas, vislumbra-se, tam-bm, o desenvolvimento de uma rede nacional de fornecedores, capaz de atender demanda da indstria naval, hoje voltada, prioritariamente, para as necessidades do setor de explorao de petrleo (Offshore).

    10

  • Nu

    clea

    rrea nuclear: desenvolvimento para o futuroO Programa Nuclear da Marinha mobiliza e estimula a rea de cincia e tecnologia do Pas, para fins pacficos. A Marinha do Brasil investe em inovao e caminha a passos largos para fazer parte da seleta lista de pases com essa capacidadeFotos: Acervo fotogrfico do CCSM

  • Nu

    clea

    r

    A histria teve incio em 1979. Naquele ano, o Programa Nuclear da Marinha (PNM) comeou a ser executado com o propsito de dominar a tecnologia necessria ao projeto, construo, operao e manuteno de um submarino com propulso nuclear.

    Diferentemente dos submarinos convencionais, os nucleares dispem de elevada mobili-dade, fator importante para a defe-sa, devido profundidade das guas ocenicas. Por possurem fonte virtu-almente inesgotvel de energia e po-derem desenvolver altas velocidades por tempo ilimitado, cobrindo rapi-damente reas geogrficas conside-rveis, so empregados segundo uma estratgia de movimento. Em face dessas caractersticas, podem chegar a qualquer lugar em pouco tempo, o que, na equao do oponente, signifi-ca poder estar em todos os lugares ao mesmo tempo.

    O Programa Nuclear da Marinha visa capacitar o Pas a dominar o ciclo do combustvel nuclear e a desenvol-ver uma planta nuclear de gerao de energia eltrica, incluindo a constru-o de um reator nuclear.

    O lema do Centro Tecnolgico da Marinha em So Paulo (CTMSP), onde se desenvolve o Programa, : Brasil: tecnologia prpria indepe-dncia. O coordenador do Progra-ma de Propulso Nuclear, Capito-de-Mar-e-Guerra (EN) Andr Lus Ferreira Marques, fala com orgulho e

    Embalagem do Vaso do Reator

  • otimismo sobre o Programa Nuclear da Marinha: A pesquisa que fazemos na rea nuclear, seja para combus-tvel, seja para propulso. Estamos avanando, o Brasil ser o stimo Pas do mundo a possuir um submarino com propulso nuclear. Trabalhamos para fins pacficos e para o nosso de-senvolvimento tecnolgico. Estamos progredindo.

    O Programa Nuclear da Marinha, ligado ao Programa Nuclear Bra-sileiro (PNB), foi dividido em duas grandes etapas: o domnio do ciclo do combustvel nuclear; e o desenvolvi-mento e a construo de um Labora-trio de Gerao de Energia Ncleo-Eltrica (LABGENE), inclusive o seu reator nuclear.

    O ciclo do combustvel nuclear j est dominado. Ainda na dcada de 70, foram iniciados os estudos para

    desenvolver, no Pas, a tecnologia do enriquecimento do urnio, principal desafio tecnolgico para a fabricao de combustvel nuclear. A partir da, o avano foi progressivo e, atualmen-te, a Marinha do Brasil contribui para viabilizar a produo, pelas Indstrias Nucleares do Brasil S.A., do combus-tvel nuclear utilizado nas usinas An-gra I e II. Em fevereiro de 2012, foi

    inaugurado o primeiro mdulo da Unidade Piloto de Hexafluoreto de Urnio (USEXA), responsvel pela produo do combustvel em escala de demonstrao industrial. Em sn-tese, produz-se a matria prima para a etapa de enriquecimento de urnio, a qual permitir a produo, no Brasil, do combustvel nuclear em escala in-dustrial. A plena prontificao e ope-rao da USEXA est prevista para agosto de 2015.

    A tecnologia nuclear tratada

    entre os pases como um assunto sensvel e muito restrito e, portan-to, o conhecimento no compar-tilhado. O domnio dessa tecnologia permite ao Brasil dispor de uma al-ternativa energtica, profissional e tcnica, atender ao consumo interno ou para relacionamento internacio-nal, bem como expandir o relaciona-mento com as Naes que dominam essa tecnologia. Temos engenhei-ros e empresas capacitados. Apren-demos e fazemos. Pode demorar mais, custar mais, mas quem define o nosso futuro somos ns, explica o Comandante Ferreira Marques.

    Atualmente, o principal objeti-vo do Programa a construo do LABGENE, que consiste em esta-belecer a competncia tcnica para projetar, construir, operar e manter reatores do tipo Pressurized Water Reactor (PWR), que sero empre-gados na propulso do primeiro submarino com propulso nuclear brasileiro (SN-BR). Dominada essa tecnologia, ela tambm poder ser empregada na gerao de energia eltrica, como por exemplo para iluminar uma cidade, dentre outras aplicaes pacficas da energia nu-clear. As obras de construo civil e montagem do LABGENE esto em andamento. Ser um conjunto de onze prdios, com prontificao prevista para 2017.

    O Brasil ser o stimo Pas do mundo a possuir um submarino com propulso nuclear. Trabalhamos para fins pacficos e para o nosso desenvolvimento tecnolgicoCoordenador do Programa de Propulso Nuclear, CMG (EN) Andr Lus Ferreira Marques

    Arrasto tecnolgico - Cincia, Tecnologia e Inovao (CT&I)

    O Programa Nuclear da Marinha vem demonstrando, desde seu incio, uma grande capacidade de mobiliza-o e estmulo dos setores de cincia e tecnologia, juntamente com a produo tecnolgica. Para isso, foram estabe-lecidas parcerias com universidades e centros de pesquisa e desenvolvimento. Essas parcerias evidenciam a capaci-dade do programa de gerar efeitos de arrasto, tanto por meio do incentivo ampliao da base tecnolgica nacional, quanto pelo desenvolvimento de equi-pamentos e componentes de uso no restrito aos objetivos do programa. So diversos, os produtos e servios que re-presentam o arrasto tecnolgico. A coo-perao com as universidades e institui-es de pesquisas nesse processo produz um efeito multiplicador, complementa o Comandante Ferreira Marques.

    Funcionrio trabalhando no desenvolvimento do reator nuclear

    MARINHA em Revista Ano 04 Nmero 10 Junho 2014 13

  • Brasileiro, uma vez que todo o precioso e sensvel conhecimento obtido pode ser aproveitado, abreviando etapas e antecipando solues. Tamanha a afinidade entre os Programas, que as conquistas do PNM, como o desen-volvimento e o domnio da tecnologia do enriquecimento do urnio, principal desafio tecnolgico para a fabricao de combustvel nuclear, podem ser consi-deradas conquistas do prprio PNB. Um exemplo so as ultracentrfugas capazes de realizar o enriquecimento do urnio que, atualmente, auxiliam na produo do combustvel que consu-mido nas usinas Angra I e II.

    Colaborar para o desenvolvimento do Pas um dos principais objetivos de ambos Programas, que contribuem para o reconhecimento e a insero do Brasil na seleta lista de pases que dominam essa tecnologia

    Nu

    clea

    r

    Benefcios econmicos e sociaisAs vantagens para toda a sociedade brasileira so inmeras, por se tratar de um empreendimento com tecnologia dual

    (militar e civil), tais como: Gerao de energia eltrica limpa, a partir da tecnologia obtida; Nacionalizao de processos e equipamentos; Inovaes para a indstria, com a participao de universidades e institutos de pesquisa; Independncia em tecnologias sensveis; Desenvolvimento da Indstria Nacional de Defesa; Gerao de empregos diretos e indiretos; e Insero do Brasil na seleta lista de naes que dominam a tecnologia nuclear.

    CTMSP Aramar

    Passos importantesCom o incio desse ousado progra-

    ma, o Brasil caminha a passos largos para a evoluo. O esforo dedicado ao PNM gera frutos e estimula o de-senvolvimento de pesquisas.

    Em maio de 2013, a Marinha do Bra-sil testou com sucesso, na Noruega, o combustvel nuclear que vai abastecer o submarino com propulso nuclear bra-sileiro, que tem previso de prontifica-o para 2025. O Brasil, por no possuir

    um reator de pesquisa qualificado, pre-cisa realizar seus testes em outros pases. Mas o Governo Federal j investe na construo de um modelo nacional.

    O teste realizado na Noruega com-provou os avanos do Programa e co-loca o Brasil em um patamar de des-taque. A movimentao do urnio no Brasil precisa ser autorizada pelo Con-gresso. Mas, os esforos e a vontade

    para avanar so grandes. A negociao com a Noruega foi um passo impor-tante. Os resultados, positivos. Todas as nossas metas foram atingidas, diz o Comandante Ferreira Marques.

    O programa ambicioso por sua importncia e destinao e os benef-cios decorrentes do desenvolvimento desse Projeto Estratgico afetaro toda a populao brasileira.

    O PNM e o Programa Nuclear BrasileiroIniciado na dcada de 70, o Progra-

    ma Nuclear Brasileiro (PNB) nasceu com o objetivo pacfico de assegurar ao Pas um desenvolvimento econ-mico, direcionado na rea energtica, para garantir um suprimento de ener-gia seguro e constante.

    O Programa Nuclear da Marinha contribui, de forma relevante, com o desenvolvimento do Programa Nuclear

  • Passadio

    A Odebrecht Defesa e Tecnologia oferece solues que contribuem para a garantia da defesa do mar territorial brasileiro e proteo de suas riquezas. Tais solues envolvem estratgias, equipamentos, sistemas integrados de comando e controle, e servios de gesto em defesa e segurana de alta tecnologia e valor agregado para as Foras Armadas.

    www.odebrecht.com

    Contribuindopara a defesa das guasJurisdicionaisBrasileiras.

  • Gen

    te d

    e B

    ordo Gente

    de BordoSuboficial (RM1-CA)Valentim Lopes Joaquim

    Os bons trabalhadores tm sem-pre a ideia de que ainda poderiam trabalhar mais. O escritor e pen-sador, Andr Gide, no hesitou em enaltecer o bom operrio que, em suas atividades dirias, apresenta, alm de bons resultados oriundos de uma rotina de trabalho, competncia e fora de vontade para exercer suas funes com apreo.

    No Centro Tecnolgico da Mari-nha em So Paulo (CTMSP), labuta um homem que, mesmo sem unifor-me militar, continua dedicando seu tempo para servir ao Pas. Valentim Lopes Joaquim militar da reserva da Marinha do Brasil. Um Subofi-cial que dedicou 30 anos de sua vida

    Fora e que ainda no consegue se imaginar fora de sua casa naval.

    Sua especialidade, quando na ati-va, era caldeiras. Foi para a reser-va em 2000 e, ainda hoje, as opera.

    Outra coisa eu no sei fazer. E nem quero., afirma orgulhoso. Chegou ao CTMSP em 1988, como Segun-do-Sargento e, em julho deste ano, comemorou suas bodas de prata com o Centro, ao completar 25 anos de servios ininterruptos.

    O personagem do Gente de Bor-do dessa edio tem 61 anos, casa-do com Dona Luzia, tem trs filhos e boas histrias para contar. Valentim trabalha em um projeto nico den-tro da Marinha do Brasil e acumula

    crditos no desenvolvimento do Pro-grama Nuclear da Marinha, que ca-minha a passos largos. Essa histria de vida, com seus progressos e desa-fios, comea a ser contada agora, em nossa entrevista especial.

    Como ingressou na Marinha?Nasci em uma cidadezinha cha-

    mada Itapira, no interior de So Pau-lo. E, apesar de ser um rapaz do in-terior, eu tinha sonhos gigantescos. Por isso, depois que um militar foi em minha cidade divulgar a carrei-ra naval, no pensei duas vezes: fiz minha inscrio para a Escola de Aprendizes-Marinheiros, estudei e entrei. Deu tudo certo. Eu estava com 18 anos e tinha sido dispensa-do do Servio Militar Obrigatrio. Imagine a minha felicidade ao to-mar conhecimento de que tinha sido aprovado pela Marinha. Fui para a Escola de Aprendizes-Marinheiros de Santa Catarina e l comecei mi-nha carreira.

    E como foram os anos de servio antes de chegar ao CTMSP?

    Sempre fui um homem do mar. Servi por 17 anos na Esquadra. Sem-pre estive embarcado nos navios da Marinha e achei que permaneceria no mar a minha vida inteira. Em 1971, ao sair da Escola de Apren-dizes, fui designado para servir no Contratorpedeiro Paran. De-pois, como j havia trabalhado com

    caldeiras no navio, cursei aquela que seria minha especialidade durante toda a carreira: Caldeiras.

    Como foi a designao para o CTMSP?

    Eu solicitei a movimentao do Contratorpedeiro Maranho, onde servi por sete anos, para a Coordena-doria de Projetos Especiais, em So Paulo (SP) hoje Centro Tecnolgi-co da Marinha para ficar mais pr-ximo de minha me. De l, fui desig-nado para Aramar, onde permaneo desde 1988.

    Conseguiu estar onde voc queria?

    Sim, graas a Deus, tive a sorte de ir para onde eu queria. Trabalho nessa caldeira h 25 anos. Acompa-nhei a montagem de cada parte dela, as tubulaes, o sistema, tudo. Sin-to que isso aqui tambm parte de mim.

    Como sua rotina no CTMSP?Supervisiono uma equipe de seis

    pessoas que trabalham com uma cal-deira industrial instalada em uma estao de testes. O vapor que essa caldeira produz, tem as mesmas

    16

  • SO (RM1-CA) Valentim ao lado do painel de controle da caldeira, no Laboratrio de Testes de Equipamentos da Propulso (LATEP), localizado no Centro Experimental Aramar - CEA/CTMSP.

    caractersticas do vapor seco que ser produzido pelo reator nuclear. Aqui no CTMSP encontra-se o maior sistema de caldeiras da Marinha do Brasil, instalado em terra. No existe nada maior do que isso aqui. um dos melhores da Amrica La-tina. Especialistas estrangeiros vm aqui para testar seus equipamentos. Nossa rotina de trabalho intensa, mas, como sabemos da importncia, temos muito orgulho e satisfao em participar do Programa.

    Como surgiu o convite para per-manecer neste trabalho, aps o seu perodo na ativa?

    Fui para reserva em janeiro de 2000 e, antes mesmo de completar

    uma semana em casa, fui convidado a continuar trabalhando no Centro. Retornei, contratado para executar Tarefa por Tempo Certo, em regime diferenciado.

    Sua famlia apoiou sua deciso?

    Sempre tivemos o apoio uns dos outros. Minha famlia sempre me apoiou e respeitou o meu servio.

    Como trabalhar em um dos programas de defesa mais impor-tantes do Pas? Como administra essa responsabilidade?

    Na minha opinio, sou apenas mais um ajudante. Algum que trabalha para seu Pas, porm, tenho a consci-ncia de que fao parte de um projeto histrico e de suma importncia para o Brasil. Administro essa responsa-bilidade, procurando fazer o melhor que posso, dentro da minha capaci-dade e dos meus conhecimentos, para que tudo d certo a cada teste.

    Algum o influenciou a aceitar o convite para voltar da reserva e trabalhar no PNM?

    Sim. O exemplo de militares e civis com quem trabalhei ao longo desses anos. Por exemplo, a dedica-o com que o Comandante Ferreira

    Marques trabalha nesse programa e a motivao de um Diretor que tive-mos, que sempre nos dizia que a tec-nologia a prpria independncia e sempre valer a pena. Alm disso, in-cluo a satisfao de contribuir para o progresso do Pas, trabalhando nesse grandioso programa que o Progra-ma Nuclear da Marinha.

    J vivenciou alguma situao complicada?

    Sim, mas nenhuma que extrapo-lasse os limites de segurana existen-tes. Quando se trabalha com testes e pesquisas, a possibilidade de viven-ciar situaes de risco maior do que em outras reas. Da a necessidade da ateno permanente e redobrada e do fiel cumprimento s normas de segurana.

    E quando voltar para casa definitivamente?

    Sinceramente? Na Marinha do Brasil, sempre me sentirei em casa

    MARINHA em Revista Ano 04 Nmero 10 Junho 2014 17

  • Pode

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    Construir para evoluirFotos: Acervo fotogrfico do CCSM

    O Projeto Estratgico Construo do Ncleo do Poder Naval envolve, dentre outras iniciativas, um conjunto de seis programas que tm o propsito de expandir a Fora Naval para garantir a soberania brasileira no mar

    Para garantir a soberania brasi-leira no mar e nas guas inte-riores e proteger o patrimnio martimo nacional, ampliando a ca-pacidade de realizar as quatro tarefas bsicas do Poder Naval negar o uso do mar, controlar reas martimas,

    projetar poder sobre terra e contri-buir para a dissuaso a Marinha do Brasil (MB) tem concentrado esfor-os no Projeto Estratgico de Cons-truo do Ncleo do Poder Naval, que resultar na ampliao da capa-cidade operacional, no aumento da

    quantidade de meios navais, aerona-vais e de fuzileiros navais e o corres-pondente incremento do nmero de organizaes militares operativas, de apoio logstico e administrativas.

    A Construo do Ncleo do Po-der Naval fortalecer a indstria de

    18

  • construo naval e expandir a capa-cidade da MB de proteger e preservar os interesses brasileiros na Amaznia Azul uma extensa rea ocenica, de aproximadamente 4,5 milhes de km, adjacente ao continente brasileiro, que corresponde a, aproximadamen-te, 52% da nossa rea continental. Da Amaznia Azul, extramos cerca de 92% do petrleo e 72% do gs natu-ral produzidos no Brasil. Aproxima-damente, 95% do comrcio exterior

    brasileiro realizado por via martima,

    onde tambm so desenvolvidos im-portantes programas cientficos.

    Esse Projeto Estratgico pressu-pe a execuo dos seguintes Progra-mas: Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB); Obteno de Navios-Pa-trulha de 500 toneladas; Construo das

    Corvetas Classe Barroso; e Obteno de Meios de Superfcie (PROSUPER), de Navios-Aerdromos (PRONAE) e de Navios-Anfbios (PRONANF). A conduo do Projeto permitir a ge-rao de milhares de empregos diretos

    e indiretos; a capacitao e o aprimo-ramento de mo de obra nacional; e a transferncia de tecnologia, fomentan-do a Base Industrial de Defesa, num esforo sem precedentes na histria do Brasil. Tais iniciativas contribuiro para o aumento do poder de dissuaso e para a proteo e preservao dos interesses nacionais nas guas Jurisdicionais Bra-sileiras (AJB).

    Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB)

    O acordo estratgico firmado en-tre o Brasil e a Frana, em 2008, de-sencadeou a criao de empresas para viabilizar a conduo do Programa de Desenvolvimento de Submarinos.

    Como resultado da parceria es-tabelecida entre a francesa Direction des Constructions Navales et Services (DCNS) e a brasileira Odebrecht, surgiram duas grandes empresas, com propsitos distintos, porm correlatos:

    o Consrcio Baa de Sepetiba (CBS), criado para gerenciar o PROSUB, pro-jetar e construir um estaleiro e uma base naval dedicados construo, manuteno e apoio logstico de sub-marinos, em Itagua, no Rio de Janei-ro; e

    a Itagua Construes Navais (ICN), constituda para possibilitar a construo de quatro submarinos convencionais (S-BR) diesel-eltricos, do tipo Scorpne, modificados para atender aos requisitos da Marinha do Brasil, e executar o projeto e a cons-truo de um submarino com propul-so nuclear (SN-BR), com exceo de seu reator, que est inserido no escopo do Programa Nuclear da Marinha.

    As obras de construo da Base Na-val e do Estaleiro de submarinos em

    MARINHA em Revista Ano 04 Nmero 10 Junho 2014 19

  • Pode

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    Itagua avanam de acordo com o pla-nejado, e tm previso de prontificao para 2018 e 2021, respectivamente.

    Em 1 de maro de 2013, a Presi-denta da Repblica, Dilma Rousseff, inaugurou a Unidade de Fabricao de

    rea sul do projeto do Estaleiro e Base Naval, em Itagua (RJ)

    Estruturas Metlicas (UFEM), elo da infraestrutura industrial de construo e manuteno de submarinos. Alm disso, quatro submarinos convencio-nais tm previso de entrega para 2017,

    2018, 2020 e 2021, respectivamente. J

    o submarino com propulso nuclear ter sua construo iniciada em 2016,

    no estaleiro de Itagua, e sua entrega est prevista para 2025.

    O PROSUB dar grandes contri-buies ao progresso do Pas, porm cabe ressaltar que um dos aspectos mais notveis inerentes ao progra-ma de construo do submarino com propulso nuclear diz respeito ao sal-to tecnolgico a ser desfrutado pelo Pas, em funo da transferncia de tecnologia, que fortalecer a inds-tria nacional, e a qualificao tcnica de profissionais brasileiros, garantin-do ao Brasil a capacidade de projetar e construir, de forma independente, seus prprios submarinos.

    Projeto do submarino com propulso nuclear (SN-BR)

    20

  • Corveta Barroso, contruda pelo Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro

    Programa de Construo de Corvetas Classe Barroso

    Esse programa contempla a cons-truo de mais quatro Corvetas Classe Barroso, agregando novas funcionalidades ao projeto original desses navios.

    As Corvetas Classe Barroso versteis, sofisticadas, de elevado po-der combatente e capazes de se con-trapor a mltiplas ameaas foram projetadas para emprego em reas costeiras e ocenicas e, por essa razo, possuem autonomia de 30 dias no mar

    e raio de ao de at 8.000 km.

    As alteraes no projeto original visam atualizar o armamento e o sistema de combate para a compa-tibilizao com tecnologias atuais; modernizar as acomodaes da tri-pulao; e elevar a capacidade de co-mando e controle.

    Contando com a participao de universidades brasileiras, empresas e outras instituies nacionais de pes-quisa e de cincia e tecnologia, o Pro-grama visa, tambm, contribuir com o desenvolvimento da Base Industrial de Defesa, estimulando a construo naval brasileira e incrementando o potencial cientfico, tecnolgico e in-telectual do Pas.

    Alm dos benefcios econmicos, o Programa de Construo de Corve-tas Classe Barroso, possui potencial para gerar mais de 250 empregos di-retos e 1.000 empregos indiretos.

    As Corvetas Classe Barroso sero empregadas na defesa e na segurana martima da Amaznia Azul, em reas costeiras e ocenicas.

    Desde o tempo de paz, fiscalizaro e protegero as atividades econmi-cas, principalmente a petrolfera, na

    regio do Pr-Sal, e a pesqueira, por exemplo. Participaro ativamente, ainda, das atividades relacionadas segurana da navegao aquaviria, salvaguarda da vida humana no mar e preveno e represso aos delitos transfronteirios e ambientais.

    Essas Corvetas sero totalmen-te projetadas e construdas por en-genheiros brasileiros, em estaleiros nacionais, incorporando melhorias e desenvolvimentos tecnolgicos ao projeto original.

    Na execuo desse Programa, a MB ter como meta a busca pela na-cionalizao, principalmente de com-ponentes com elevado grau de com-plexidade tcnica. O ndice mdio de nacionalizao dos sistemas de bordo ser superior a 60%, dentre os quais

    destacam-se: o Sistema de Contro-le Ttico (SICONTA); o Sistema de

    MARINHA em Revista Ano 04 Nmero 10 Junho 2014 21

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    Medidas de Apoio Guerra Eletrni-ca; e o Sistema de Controle da Pro-pulso e do Sistema de Armas.

    Programa de Obteno de Navios-Patrulha de 500 toneladas

    Consiste na construo, no Pas, de 46 Navios-Patrulha (NPa) de 500

    toneladas, para realizar, prioritaria-mente, fiscalizao das guas Juris-dicionais Brasileiras, atividades de patrulha, inspeo naval e salvaguarda da vida humana no mar, contribuindo para a segurana do trfego martimo nacional e para a defesa dos interesses estratgicos brasileiros.

    O Programa j rendeu os primei-ros frutos, uma vez que, em 2012 e

    2013, respectivamente, os NPa Ma-ca e Macau construdos pelo estaleiro INACE, no Cear foram entregues ao setor operativo da MB. Atualmente, mais cinco Navios-Pa-trulha de 500 toneladas encontram-se

    em construo no estaleiro EISA, no

    Rio de Janeiro. Componentes desse lote, os Navios-Patrulha Maracan e Mangaratiba tm previso de prontificao para 2015, o Miramar

    e o Mag para 2016, e o Maragogi-pe para 2017.

    Programa de Obteno de Meios de Superfcie (PROSUPER)

    A Estratgia Nacional de Defesa (END) estabelece que, ao garantir seu poder para negar o uso do mar ao inimigo, o Brasil precisa manter a ca-pacidade de projeo de poder e criar condies para controlar, no grau ne-cessrio, a defesa das reas martimas de importncia poltico-estratgica, econmica e militar.

    Para atingir tal propsito, a Fora Naval deve contar tanto com Navios de grande porte, capazes de operar e de permanecer por longo tempo em alto mar, quanto com navios de porte menor, dedicados a patrulhar o litoral.

    Visando ao atendimento da

    Navio-Patrulha Maca, construdo pelo estaleiro INACE, em Fortaleza (CE)

    necessidade inicial de Navios-Escol-ta e Navios-Patrulha com maior au-tonomia, bem como necessidade de apoio logstico mvel, a Marinha de-senvolve o PROSUPER.

    Com durao aproximada de 12 anos, a partir da assinatura dos con-tratos comerciais, esse Programa prev a obteno de cinco Navios-Patrulha Ocenicos de 1.800 tonela-das, cinco Navios-Escolta de cerca de 6.000 toneladas e um Navio de Apoio

    Logstico, com cerca de 23.000 tone-ladas de deslocamento.

    Foi estabelecido como premissa, que a construo desses navios seja feita a partir de um projeto j exis-tente e testado, adaptado para atender aos requisitos da Marinha. O Progra-ma requer, tambm, que a construo seja feita no Brasil, por meio de uma associao entre o estaleiro projetista estrangeiro e um ou mais estaleiros privados brasileiros, em contratos comerciais amparados por Acordos

    22

  • Governamentais. Pretende-se, com isso, garantir que a qualidade final dos navios seja a mesma que seria obtida, caso os navios fossem construdos nas instalaes do estaleiro projetista no exterior; assegurar a transferncia de tecnologia; e promover o desenvol-vimento de equipamentos nacionais para instalao a bordo.

    Em termos de benefcios econmicos e sociais decorrentes do PROSUPER, estima-se a gerao de aproximadamen-te 13.000 empregos diretos e indiretos,

    alm da contribuio para o desenvolvi-mento da Base Industrial de Defesa.

    Programa de Obteno de Navios-Aerdromos (PRONAe)

    A obteno de superioridade area

    Navio Patrulha Ocenico Apa

    fundamental para o sucesso das ope-raes anfbias e das operaes navais em rea martima restrita, mvel ou fixa. Quando essa necessidade surge em teatros de operaes distantes, fora do raio de ao das aeronaves de asa fixa da Fora Area, o papel do Navio-Aerdromo (NAe) torna-se evidente.

    Devido a sua capacidade de trans-portar, lanar e recolher suas prprias aeronaves de asa fixa e rotativa, o NAe constitui-se no principal meio naval para a execuo das tarefas de contro-le de rea martima e de projeo de poder; de operaes de ataque e anf-bias; e de aes de defesa aeroespacial de uma Fora Naval.

    Esses navios podem, ainda, partici-par de misses de paz e em aes de ajuda humanitria; atuar em apoio s aes de Defesa Civil, na reduo ou minimizao dos efeitos de desastres naturais ou daqueles causados pelo ho-mem; e contribuir, em tempo de paz, em proveito da necessidade da poltica externa brasileira, como importante e eficaz instrumento de dissuaso.

    A Estratgia Nacional de Defesa

    definiu duas reas estratgicas como prioritrias em termos de necessida-de de se controlar o acesso ao Bra-sil: a foz do Rio Amazonas e a faixa martima que vai de Santos a Vitria, onde se localizam os principais cam-pos produtores de petrleo nacionais. Em decorrncia do posicionamento geogrfico dessas duas reas, o Poder Poltico brasileiro identificou a neces-sidade de duas Esquadras, cada uma com a responsabilidade de controlar o acesso a uma dessas reas vitais. A Ma-rinha considera imperioso que cada Esquadra seja nucleada em um NAe.

    Por esses motivos e pela necessida-de de obter um substituto para o NAe So Paulo, at 2028, a Marinha do

    Brasil elaborou o Programa de Obten-o de Navios-Aerdromo (PRONAe), que contempla o projeto e a construo de duas unidades de uma nova classe de NAe, com deslocamento aproximado de 50.000 toneladas.

    Devido complexidade do Pro-grama, o modelo estratgico conce-bido define que, num primeiro es-tgio, ser selecionado um parceiro

    Saiba mais sobre o PROSUPER:A Marinha j recebeu propostas

    comerciais de sete estaleiros projetis-tas estrangeiros: ThyssenKrupp (Ale-manha); DSME (Coria do Sul); Na-vantia (Espanha); DCNS (Frana); Damen (Holanda); Ficantieri (Itlia) e BAE Systems (Reino Unido).

    MARINHA em Revista Ano 04 Nmero 10 Junho 2014 23

  • Pode

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    para assessorar no desenvolvimento dos estudos de exequibilidade. Es-ses estudos sero desenvolvidos por um estaleiro ou escritrio de pro-jetos estrangeiro, com experincia comprovada nessa rea particular da engenharia naval, com o acompanha-mento de pessoal da Marinha do Bra-sil. A construo do novo NAe ser objeto de tratativas posteriores.

    Atualmente, a Marinha do Brasil est em contato com estaleiros projetistas de cinco pases: Navantia (Espanha); GIBBS & COX INC (EUA); DCNS (Frana); Fincantieri (Itlia); e BAE Systems (Reino Unido).

    hangar; e porta ou rampa para lanamento

    de Carro Lagarta Anfbio (CLAnf), Em-

    barcao de Desembarque de Viatura e

    Material (EDVM) e Embarcao de De-

    sembarque de Carga Geral (EDCG).

    Dever ser realizada uma concor-

    rncia internacional para a obteno

    desse projeto, que prev um prazo de

    construo de aproximadamente trs

    anos para cada navio. Entretanto, no

    est descartada a compra de oportu-

    nidade, caso haja alguma unidade dis-

    ponvel, que atenda aos requisitos da

    Marinha do Brasil.

    Programa de Obteno de Navios-Anfbios (PRONAnf)

    O PRONAnf visa construo de duas

    unidades de Navios-Anfbios no Brasil,

    para substituir os dois Navios de Desem-

    barque-Doca (NDD) da Classe Cear,

    um dos quais j foi desativado. Por esse

    motivo, tem sido realizada uma pesquisa

    para a obteno, no mercado internacio-

    nal, de projetos prontos e aprovados de

    NDD operados por outras Marinhas, que

    tenham deslocamento carregado de at

    12.500 toneladas; capacidade de transpor-

    te de tropa de at 490 militares; convoo;

    Navio de Desembarque de Carros de Combate Garcia Dvila

    24

  • Outros Projetos PrioritriosAlm dos Projetos Estratgicos

    constantes do Programa de Articu- lao e Equipamento da Marinha do Brasil, os seguintes tambm so consi- derados prioritrios, em funo de sua importncia estratgica:

    Programa de Consolidao da Brigada Anfbia no Rio de Janeiro (PROBANF) - desenvolvido no mbito do Corpo de Fuzileiros Navais (CFN), visa assegurar a capacidade de projeo de poder da Marinha do Brasil e a con-solidao do CFN como uma fora de carter expedicionrio por excelncia,

    com permanente capacidade de pronto emprego, por meio dos Grupamentos Operativos de Fuzileiros Navais.

    A Brigada Anfbia (BAnf) o gru-pamento operativo que possui poder de combate suficiente para enfrentar a maior parte dos desafios visualizados para o emprego do CFN, podendo cumprir desde misses humanitrias at as de combate, em diferentes am-bientes operacionais, tais como o ri-beirinho e o urbano.

    As aquisies de meios e equipa-mentos, necessrios consolidao de uma BAnf sediada no Rio Janeiro,

    sero realizadas ao longo de diversas fases, no perodo de 2016 a 2023, e pri-vilegiaro produtos desenvolvidos com tecnologia nacional, a fim de fortalecer a Indstria Nacional de Defesa.

    Projeto H-XBR - surgiu de um acordo para cooperao na rea da aeronutica militar, firmado entre Brasil e Frana, tendo como objetivo a produo, industrializao, desen-volvimento e fornecimento de 50 he-licpteros de mdio porte e emprego geral, modelo EC-725, para as For-as Armadas brasileiras, das quais 16 sero destinadas Marinha do Brasil. Quatro aeronaves j foram recebidas e o recebimento das demais est pre-visto at 2017.

    O projeto possibilitar a transfe-rncia de tecnologias crticas, no dis-ponveis no Brasil, e o envolvimento da indstria brasileira na cadeia pro-dutiva da Airbus Helicopters; a aqui-sio, pelo Pas, de autonomia na ope-rao, manuteno e modernizao dos helicpteros EC-725; a aquisio

    da capacidade de exportao pelo polo industrial aeronutico brasileiro; o desenvolvimento de novas atividades de servios (engenharia, manuteno, treinamento); e a preparao da inds-tria brasileira para a concepo e pro-jeto de um novo helicptero nacional.

    Veculo Areo No Tripulado Embarcado (VANT-E) - o proje-to prev a aquisio de dez sistemas VANT-E, entre 2015 e 2030. O vecu-lo tem emprego dual (civil e militar), podendo ser utilizado para o combate a ilcitos em geral (pesca predatria, extrao mineral ilegal, contrabando, pirataria e crimes ambientais) e tare-fas relacionadas busca e salvamen-to na rea martima de jurisdio do Brasil

    MARINHA em Revista Ano 04 Nmero 10 Junho 2014 25

  • Monitorar para defenderSegurana, conscincia situacional martima e criao de empregos so alguns dos benefcios decorrentes do Sistema de Gerenciamento da Amaznia Azul (SisGAAz)Fotos: Acervo fotogrfico do CCSM

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  • Dentre as diretrizes da Estrat-gia Nacional de Defesa (END), duas enfatizam os aspectos de monitoramento e controle, a saber:

    organizar as Foras Armadas sob a gide das aes de monitoramento/controle, mobilidade e presena; e

    desenvolver as capacidades de monitorar e controlar o espao areo, o territrio e as guas Jurisdicionais Brasileiras (AJB), a partir da utilizao de tecnologias de monitoramento ter-restre, martimo, areo e espacial, que estejam sob inteiro e incondicional domnio nacional.

    Visando contribuir para o atendi-mento dessas diretrizes, a Marinha do Brasil concebeu o Sistema de Gerenciamento da Amaznia Azul (SisGAAz), que consiste em um conjunto de subsistemas integrados, incluindo mecanismos de apoio deciso, que coletam, armazenam e processam dados; e compartilham informaes de interesse com os diversos setores relacionados e seus tomadores de deciso, seja no mbi-to civil ou militar.

    O desenvolvimento do SisGAAz proporcionar MB a possibilida-de de modernizar sua estrutura de

    Para proteger e controlar a nossa ltima fronteira

    a leste, a Marinha est desenvolvendo um

    Sistema que contribuir significativamente para

    a modernizao da estrutura de Comando

    e Controle e de Inteligncia Operacional

    da Fora.

    Comando e Controle e de Intelign-cia Operacional e, por conseguinte, o efetivo conhecimento do que ocorre nas guas de interesse estratgico para o Pas, no Atlntico Sul, assim como contribuir para o aprimora-mento da capacidade de reagir aos eventos que representem ameaa vida humana, segurana, econo-mia e ao meio ambiente.

    O Sistema possibilitar, ainda, que a Marinha amplie a sua capaci-dade de monitorar a rea de Busca e Salvamento (SAR, sigla do ingls Search and Rescue) sob a responsabi-lidade do Brasil.

    O primeiro passo para o desenvol-vimento do SisGAAz foi dado em ju-lho de 2011, quando a Marinha esta-beleceu uma parceria com a Fundao EZUTE (ex-ATECH), para o desen-volvimento da arquitetura do sistema.

    SubsistemasO SisGAAz pertence classe de

    Sistema de Sistemas, sendo com-posto por um conjunto de subsistemas integrados para coletar, compartilhar, analisar, apresentar informaes ope-racionais e disponibilizar um con-junto de recursos de apoio deciso. Sendo assim, subsistemas novos e j existentes sero arranjados em um esquema de interoperabilidade, de modo a prover a melhor combinao de informaes, recursos de auxlio deciso e tomada de providncias para cada situao prevista.

    Ele ser composto por meios ope-racionais da MB e por diversos sen-sores, que iro integrar redes de in-formaes e mecanismos de apoio deciso. Esse sistema ter uma srie de subsistemas e equipamentos, en-tre eles, navios, aeronaves, redes de

    dados, satlites e veculos submarinos e areos no tripulados.

    O SisGAAz poder, no futuro, ser integrado a outros sensores e siste-mas, tais como o Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (SISFRON), do Exrcito Brasileiro, e o Sistema de Controle do Espao Areo Brasileiro (SISCEAB), da For-a Area Brasileira.

    BenefciosIdealizado para ser o maior siste-

    ma de monitoramento das AJB e rea SAR, o SisGAAz permitir a coleta, o armazenamento e o processamen-to de dados. Tambm possibilitar o compartilhamento de informaes de interesse com os diversos setores, seja no mbito civil ou militar.

    A concretizao desse Projeto Es-tratgico tambm contribuir para o efetivo cumprimento das atribuies subsidirias da Fora, particularmen-te, na execuo de tarefas relacionadas vigilncia e segurana martima segurana da navegao aquaviria, preveno e combate poluio am-biental e salvaguarda da vida humana no mar. Ter papel decisivo, ainda, na preveno e na represso aos delitos transfronteirios e ambientais, dentre eles: pirataria, roubo armado de na-vios, contrabando, descaminho e tr-fico de drogas, pessoas e armas.

    O conjunto dessas potencialida-des permitir a vigilncia contnua do imenso patrimnio brasileiro no mar, destacando-se as bacias petrolferas, como as reservas do Pr-Sal.

    Com o SisGAAz, a MB ir obter uma efetiva conscincia situacional nas guas de interesse nacional, com importantes reflexos para a segu-rana martima no Atlntico Sul. As

    MARINHA em Revista Ano 04 Nmero 10 Junho 2014 27

  • informaes sero processadas de for-ma instantnea, resultando em uma rpida reao s eventuais ameaas de-tectadas e identificadas. Isso permitir que aes e decises sejam tomadas de forma mais gil evitando possveis si-tuaes de risco, como mudanas cli-mticas repentinas. Nesses casos, por exemplo, navios mercantes podero ser informados sobre Avisos de Mau Tempo em uma determinada rea.

    O SisGAAz no s permitir que a Marinha faa a defesa, mas tam-bm propiciar uma srie de benef-cios, como por exemplo, o resgate de

    O governo, ao investir num projeto como este, proporciona a multiplicao de seus efeitos na economia brasileira.Diretor da DGePEM, Vice-Almirante Frade

    pescadores em apuros, a busca de pes-soas desaparecidas no mar, o monitora-mento de desastres ambientais, a coleta de dados para universidades brasileiras e o conhecimento dos mares, expli-cou o primeiro Diretor de Gesto de Programas Estratgicos da Marinha, Vice-Almirante Antnio Carlos Frade Carneiro.

    Outras vantagens inerentes a esse Projeto Estratgico so a possibilidade de emprego dual (civil e militar), a capa-citao e o aprimoramento de mo de obra, o fomento da Indstria Nacional de Defesa, alm da gerao de empregos diretos e indiretos. Nesse aspecto, o Almi-rante Frade enfatizou que: sero criados empregos em toda a cadeia econmica, beneficiando desde o cientista que de-senvolver um sistema, at o tcnico em eletrnica que realizar a manuteno em

    algum equipamento de monitorao. O governo, ao investir num projeto como este, proporciona a multiplicao de seus efeitos na economia brasileira

    guas Jurisdicionais BrasileirasAs guas Jurisdicionais Bra-

    sileiras (AJB) compreendem as guas interiores e os espaos ma-rtimos (Amaznia Azul), nos quais o Brasil exerce jurisdio, em algum grau, sobre atividades, pessoas, instalaes, embarcaes e recursos naturais vivos e no vi-vos, encontrados na massa lquida, no leito ou no subsolo marinho, para fins de controle e fiscaliza-o, dentro dos limites da legisla-o nacional e internacional.

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  • Amaznia AzulA Conveno das Naes Unidas para o Direito no Mar

    estabelece que um direito exclusivo do pas costeiro a ex-plorao dos recursos naturais, vivos ou no vivos, existentes no leito do mar, em suas guas sobrejacentes e no seu subso-lo, numa faixa martima de 370 km (200 milhas nuticas) de

    largura, chamada Zona Econmica Exclusiva (ZEE).Em alguns casos, como no do Brasil, os direitos do pas

    costeiro sobre a coluna dgua, o leito e o subsolo marinhos podem ser estendidos at o limite de sua Plataforma Conti-nental, que pode alcanar at 648 km (350 milhas nuticas).

    Trata-se de uma extensa rea ocenica, de aproximada-mente 4,5 milhes de km, adjacente ao continente brasilei-ro, que corresponde a, aproximadamente, 52% da nossa rea continental.

    Na imensa faixa litornea brasileira, situam-se 17 esta-dos, 16 capitais e cerca de 37 portos pblicos e 99 terminais

    privados.Nessa rea, por exemplo, concentram-se 80% da

    populao e 95% do parque industrial, so produzidos algo

    em torno de 90% do PIB e consumidos 85% da energia

    eltrica gerada no Pas. Sob o ponto de vista econmico, constata-se que cerca de 95% do nosso comrcio exterior

    realizado por via martima e que mais de 92% do nosso pe-trleo e 72% do gs natural so extrados do mar. Cabe res-saltar que as promissoras reservas do Pr-Sal esto no mar.

    Do mar, extramos, tambm, mais de 45% do pescado produzido no Pas.

    So 8.500 Km de costa, onde esto localizados os princi-pais destinos tursticos nacionais.

    Alm disso, o oceano abriga uma enorme biodiversidade, ainda inexplorada, que pode servir de base para relevantes e promissoras pesquisas cientficas e que precisa ser preservada.

    Buscando alertar a sociedade sobre a sua importncia estratgica, as riquezas e biodiversidade nela existentes e a imperiosa necessidade de garantir sua proteo, a Marinha do Brasil passou a denomin-la Amaznia Azul, em tudo comparvel Amaznia Verde.

    MARINHA em Revista Ano 04 Nmero 10 Junho 2014 29

  • Com

    plex

    o N

    aval Ampliar para defender

    Marinha planeja criao de Complexo Naval no norte/nordeste do PasFotos: Acervo fotogrfico do CCSM

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  • Ampliar para defender

    A criao do Complexo Naval da 2 Esquadra no norte/nordeste do Pas o retrato de uma mudana necessria na estrutura de defesa do Brasil.Vice-Almirante Sergio Roberto Fernandes dos Santos

    Militares formados - Fora de Fuzileiros da Esquadra

    Duas diretrizes da Estratgia Nacional de Defesa (END) fundamentaram a concepo do Projeto Estratgico de criao do Complexo Naval da 2 Esquadra e da 2 Fora de Fuzileiros da Esquadra (FFE) no norte/nordeste do Pas. A primeira estabelece que as Foras Ar-madas devem ser reorganizadas sob a gide do trinmio monitoramento/controle, mobilidade e presena. A segunda, ao determinar o reposicio-namento dos efetivos das trs Foras, estipula que a Marinha dever estar mais presente na regio da foz do Rio Amazonas, a fim de que possa exercer o efetivo controle desta, que uma das duas reas estratgicas de acesso martimo ao Brasil.

    A criao do Complexo Naval da 2 Esquadra no norte/nordeste do Pas o retrato de uma mudana necessria na estrutura de defesa do Brasil. O Complexo permitir que os meios navais e o pessoal militar l ins-talados sejam preparados, adestrados e apoiados logisticamente para o cum-primento das tarefas bsicas do Po-der Naval, contribuindo, assim, para a defesa dos interesses nacionais nas

    guas Jurisdicionais Brasileiras, ex-plica o ento Comandante-em-Chefe da Esquadra, Vice-Almirante Sergio Roberto Fernandes dos Santos.

    Para o Comandante da Fora de Fuzileiros da Esquadra, Vice-Almi-rante (FN) Washington Gomes da Luz Filho, a 2 FFE ser uma fora de carter eminentemente expedicio-nrio: A estrutura criada permitir uma rpida transio da organizao administrativa para a de combate, mantendo sua permanente capacidade de pronto emprego, por meio de Gru-pamentos Operativos de Fuzileiros

    Base Naval do Rio de Janeiro

    Navais, os quais podem ser emprega-dos em diversos cenrios, que vo des-de aqueles relacionados a operaes

    MARINHA em Revista Ano 04 Nmero 10 Junho 2014 31

  • Com

    plex

    o N

    aval

    Entenda o projeto O projeto de construo do Complexo Naval da 2 Esquadra e da 2 Fora

    de Fuzileiros da Esquadra (FFE) prev a construo de uma Base Naval, uma Base Area Naval, uma Base de Fuzileiros Navais e uma Base de Abastecimen-to, dentre outras organizaes militares (OM). Esse Complexo dever ser capaz de abrigar o Comando-em-Chefe da 2 Esquadra e o Comando da 2 FFE.

    Base NavalPrincipal OM de apoio logstico fixo e futura sede da 2 Esquadra, a Base

    Naval possuir a infraestrutura necessria para o funcionamento das demais OM operativas e logsticas. Tambm dever reunir condies para a atraca-o e a manuteno de meios navais e aeronavais.

    Segunda Fora de Fuzileiros da Esquadra (2a FFE)A 2 FFE ficar situada na Base de Fuzileiros Navais e permitir a for-

    mao de Grupamentos Operativos de Fuzileiros Navais que, juntamente, com meios navais e aeronavais da 2 Esquadra, realizaro operaes e aes navais no norte/nordeste do Pas.

    Base de Abastecimento A Base de Abastecimento apoiar as OM do Complexo Naval da 2 Es-

    quadra e da 2a FFE com suprimentos, servios administrativos e financei-ros, como fardamento, combustveis, sobressalentes, material de sade e munio.

    Comandos e Centros de Formao e InstruoO projeto incluir, ainda, a criao de novos comandos, dentre os quais,

    destacam-se: o Comando-em-Chefe da 2 Esquadra; o Comando da 2 FFE; o Comando da 2 Fora de Superfcie; o Comando da 2a Diviso Anfbia; e os Centros de Apoio aos Sistemas Operativos, de Adestramento e de Con-trole de Avarias, dentre outros. Sero construdos, tambm, um Centro de Formao de Oficiais e um Centro de Instruo de Praas, necessrios ao preparo do efetivo militar, conforme estabelecido pela END.

    A estrutura criada permitir uma rpida transio da organizao administrativa para a de combate, mantendo sua permanente capacidade de pronto emprego, por meio de Grupamentos Operativos de Fuzileiros Navais.Vice-Almirante (FN) Washington Gomes da Luz FilhoComandante da Fora de Fuzileiros da Esquadra

    de paz e assistncia humanitria, em situaes de calamidade, aos de ope-raes de projeo de poder, em am-bientes operacionais diversos, como o ribeirinho ou o urbano.

    BenefciosA criao do novo Complexo Na-

    val impulsionar a gerao de oportu-nidades de trabalho direto e indireto na construo civil, no comrcio e no setor de servios, promovendo a in-cluso social e o aprimoramento na formao de milhares de cidados.

    Estima-se que, somente na fase de construo, sero criados cerca de 6.500

    postos de trabalho. Aps esse perodo, com a transferncia de pessoal e dos meios navais, o Complexo dever rece-ber cerca de 18 mil famlias de militares.

    importante ressaltar que, para a consecuo desse grande desafio, tor-na-se imprescindvel um aporte ora-mentrio planejado e contnuo, capaz de assegurar a construo de uma estrutura de defesa proporcional ao compromisso de exercer a soberania e proteger o patrimnio brasileiro no mar, mais especificamente, na regio prxima foz do Rio Amazonas

    32

  • Nav

    ega

    oReestruturar para proteger e preservarCom a criao e a elevao de categoria de diversas organizaes militares do Sistema de Segurana do Trfego Aquavirio, a Marinha est ampliando sua presena nas guas Jurisdicionais Brasileiras

    Fotos: Acervo fotogrfico do CCSM

  • E m funo desse aumento de de-manda, a Marinha do Brasil (MB) elaborou o Projeto Estratgico denominado Segurana da Navega-o, o qual ser executado, no perodo compreendido entre 2013 e 2031. Esse

    projeto prev a criao ou a elevao de categoria de 68 organizaes mili-tares (OM) do Sistema de Segurana do Trfego Aquavirio (SSTA), com o objetivo de aumentar a atuao nas reas de responsabilidade dos Distritos

    Nav

    ega

    o

    O desenvolvimento do Poder Martimo nacional nos ltimos anos, decorrente da ampliao do comrcio exterior, das atividades de pesquisa e de explorao de petrleo e gs, do turismo nutico e da pesca, tem resultado no aumento do volume de servios prestados pelas organizaes militares do Sistema de Segurana do Trfego Aquavirio, tais como fiscalizao de embarcaes e suas documentaes, habilitao de tripulantes, patrulhamento e controle do trfego martimo.

    Navais, contribuindo, dessa forma, para o aumento da segurana nas guas Jurisdicionais Brasileiras (AJB).

    O Projeto integra o Plano de Ar-ticulao e Equipamento da Marinha do Brasil (PAEMB) e consiste na rees-truturao das OM do SSTA, capita-neada pela Diretoria Geral de Nave-gao (DGN).

    Para o Diretor de Portos e Costas, Vice-Almirante Claudio Portugal de Viveiros, esse estudo dinmico e

    decorre de novas necessidades relacio-nadas ao aumento das atividades aqua-virias nas diversas regies do Pas. Essa reestruturao contribui para o balan-ceamento dos esforos da Autoridade Martima nas aes que visam segu-rana da navegao, salvaguarda da vida humana no mar, ao ordenamento do espao aquavirio e preveno da poluio hdrica, explica.

    Em virtude desse crescimento das atividades aquavirias, a Marinha

    34

  • identificou a necessidade de criar ou elevar a categoria de Capitanias, De-legacias e Agncias.

    Como resultado prtico, a MB am-pliar sua presena, principalmente, nas regies amaznica e centro-oeste, aumentando a vigilncia nas fronteiras e nas bacias fluviais dos Rios Paraguai-Paran e do Rio Amazonas, inclusive com o emprego de Navios-Patrulha.

    Estrutura do SSTAConforme previsto na Lei Com-

    plementar n 97 de 1999, duas das

    atribuies subsidirias de respon-sabilidade da MB esto relacionadas segurana do trfego aquavirio: prover a segurana da navegao aquaviria; e implementar e fiscalizar o cumprimento de leis e regulamen-tos, no mar e nas guas interiores, em coordenao com outros rgos do Militares inspecionam itens de segurana das embarcaes

    MARINHA em Revista Ano 04 Nmero 10 Junho 2014 35

  • Essa reestruturao contribui para o balanceamento dos esforos da Autoridade Martima nas aes que visam segurana da navegao, salvaguarda da vida humana no mar, ao ordenamento do espao aquavirio e preveno contra poluio hdricaVice-Almirante Claudio Portugal de Viveiros,Diretor de Portos e Costas

    Poder Executivo, federal ou estadual, quando se fizer necessria, em razo de competncias especficas.

    Para tanto, e em funo das com-petncias tcnicas de cada rgo, a Autoridade Martima, que no Brasil exercida pelo Comandante da Ma-rinha, delega competncia aos seus Representantes para atuarem como responsveis pela segurana da nave-gao, salvaguarda da vida humana no mar aberto e hidrovias interiores e pela preveno da poluio ambiental por parte de embarcaes, platafor-mas ou suas instalaes de apoio.

    Representante da Autorida-de Martima para a Segurana da

    Navegao e o Meio Ambiente, o Co-mandante de Operaes Navais / Di-retor-Geral de Navegao. Os Repre-sentates para a Segurana do Trfego Aquavirio so: o Diretor de Portos e Costas, o Diretor de Hidrografia e Navegao e os Comandantes dos Distritos Navais.

    Por sua vez, os Agentes da Autori-dade Martima recebem dos Repre-sentantes da Autoridade Martima as subdelegaes para a execuo de tarefas relacionadas segurana da navegao e do trfego aquavirio,

    ESTRUTURA DA AUTORIDADE MARTIMA PARA A SEGURANA DO TRFEGO AQUAVIRIO

    Autoridade Martima

    Representante da Autoridade Martima para a Segurana da Navegao(Comandante de Operaes Navais / Diretor Geral de Navegao)

    Agentes da Autoridade Martima

    Representantes da Autoridade Martima para a Segurana do Trfego Aquavirio(Diretor de Portos e Costas; Diretor de Hidrografia e Navegao

    e Comandantes dos Distritos Navais)

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    Nav

    ega

    o

  • Segurana e desenvolvimento para o PasAps 2018, outras 38 OM, entre

    Capitanias, Delegacias e Agncias, sero criadas.

    Os investimentos nesse Projeto vi-sam, portanto, ampliao da seguran-a do trfego aquavirio nas AJB; ao incremento na formao profissional de aquavirios; ao aumento da dispo-nibilidade de mo de obra especializa-da para as empresas de navegao; e contribuio para a salvaguarda da vida humana, a preveno da poluio am-biental e a segurana da navegao

    Militares da Marinha do Brasil inspecionam embarcaes

    dos tripulantes e das embarcaes, fiscalizando o cumprimento das leis e normas que regulam o transporte aquavirio, assim como, o respeito s convenes internacionais ratificadas pelo Brasil.

    ReestruturaoA Marinha tem investido na cria-

    o e na reestruturao das Capita-nias, Delegacias e Agncias. Nesse contexto, quatro novas OM foram criadas nos estados do Acre, Amazo-nas, Cear e Rio de Janeiro.

    Alm disso, diversas Delegacias e Agncias, distribudas pelos estados do Amap, Bahia, Mato Grosso e Par; e Dis-trito Federal, foram elevadas de categoria.

    At 2018O Projeto Estratgico Segurana da

    Navegao prev a criao, at 2018,

    de mais oito Agncias Fluviais, a serem distribudas pelos estados do Amazonas, Bahia, Esprito Santo, Mato Grosso, Pernambuco e Santa Catarina. Nesse perodo, outras nove Delegacias e Agn-cias tambm sero elevadas de categoria.

    MARINHA em Revista Ano 04 Nmero 10 Junho 2014 37

  • Entrega de Prprio Nacional Residencial (PNR) realizada pelo Comandante da Marinha, em Braslia (DF)

    Pessoal Nosso Maior PatrimnioA Marinha busca a ampliao dos Sistemas de Ensino, Sade e Assistncia Social e a aquisio de moradias funcionais, com vistas ao aumento de seu efetivo

    Fotos: Acervo fotogrfico do CCSM

    A Marinha do Brasil props, em 2009, o aumento do limite legal do seu efetivo em cerca de 37%, medida que foi aprovada no ano seguinte. A partir de ento, esto sendo adotados procedimentos para garantir que a meta seja alcanada at 2031, o que significa um acrscimo de 3.507 Oficiais e 19 mil Praas.

    38

    Pess

    oal

    Numa segunda etapa, depen-dendo da aprovao de nova lei, a Fora pretende aumen-tar em 6.400 o nmero de Oficiais e

    em 28.500 a quantidade de Praas,

    de modo a atingir o patamar esti-pulado no Plano de Articulao e Equipamento da Marinha do Brasil

    (PAEMB), com um efetivo aproxima-do de 115 mil militares, sendo 17 mil

    Oficiais e 98 mil Praas.

    Para se adequar a essa ampliao de efetivo, a Fora est implantando o Projeto Estratgico Pessoal Nos-so Maior Patrimnio, cujo objetivo ampliar a estrutura dos rgos de

    ensino, de apoio sade e de assistn-cia social, bem como obter Prprios Nacionais Residenciais (PNR).

    Ao se pensar em pessoas, no se pode esquecer que as mesmas possuem aspiraes e necessidades. Desse modo, todo investimento em ensino, sade e assistncia social est diretamente

  • Banda Marcial do Corpo de Fuzileiros Navais

    Formatura na Escola Naval

    MARINHA em Revista Ano 04 Nmero 10 Junho 2014 39

    Subprojetos e Perodos de execuo

    Ampliao e Modernizao de Centros e Escolas do Sistema de Ensino Naval - 2010 a 2023

    Ampliao dos Centros de Instruo do Corpo de Fuzileiros Navais - 2013 a 2023

    Ampliao do Servio de Seleo do Pessoal da Marinha - 2010 a 2015

    Ampliao da Escola de Guerra Naval - 2010 a 2023

    Ampliao do Hospital Naval Marclio Dias - 2010 a 2023

    Ampliao de Unidades de Sade - 2013 a 2023

    Construo de uma Policlnica Naval em Campo Grande (RJ) inaugurada em 2012

    Construo do Hospital Naval de Manaus - 2015 a 2031

    Construo da Policlnica Naval da Penha (RJ) - 2013 a 2015

    Construo de Ncleos de Assistncia Integrada ao Pessoal da Marinha do Brasil - 2012 a 2031

    Obteno de Prprios Nacionais Residenciais - 2011 a 2031

    associado busca de melhorias na qualidade de vida da Famlia Naval, observa o Diretor-Geral do Pessoal da Marinha, Almirante-de-Esquadra Elis Treidler berg.

    Novos Centros de Formao e InstruoNa rea de ensino, a Marinha pre-

    tende ampliar a quantidade de vagas para os cursos de formao, especia-lizao e aperfeioamento de Oficiais e Praas. Dentre as aes previstas, esto a criao de um Centro de For-mao de Oficiais e de um Centro de Instruo de Praas, para atender s organizaes militares (OM) que comporo o Complexo Naval da 2 Esquadra e da 2 Fora de Fuzileiros da Esquadra (FFE), bem como o au-mento da estrutura de apoio para a realizao de processos seletivos.

    Para o Almirante berg, as aes da MB demonstram a preocupao da Fora com o aumento e a capacitao do seu efetivo: Nossa Marinha tem se mostrado bastante consciente de que a simples aquisio de inovaes tecno-lgicas no significa supremacia ou de-senvolvimento. Em termos prticos, os investimentos na rea do ensino buscam

  • 40

    aprimorar a formao dos militares, ob-jetivando no s a ampliao do efetivo, como tambm o aperfeioamento da capacitao de nosso pessoal.

    Atendimento mdico-hospitalarNa rea de sade, tambm se ade-

    quando ao aumento previsto do efe-tivo, a MB tem se reestruturado para suprir a demanda por atendimento mdico-hospitalar. Por isso, esto sen-do construdas novas unidades, como a Policlnica Naval de Campo Grande (RJ), inaugurada em 10 de setembro

    de 2012. Essa unidade de sade presta

    apoio aos militares e seus dependen-tes na regio de Itagua (RJ), devido ampliao das atividades na regio, resultante do Programa de Desenvol-vimento de Submarinos (PROSUB).

    A Fora tambm est ampliando a capacidade de atendimento de di-versas OM, como o Hospital Naval Marclio Dias, alm de unidades em Belm (PA), Braslia (DF), Ladrio

    (MS), Natal (RN), Rio Grande (RS) e So Pedro da Aldeia (RJ). Sero realizadas, ainda, gestes junto ao Exrcito Brasileiro e Fora Area Brasileira, a fim de viabilizar o com-partilhamento de unidades de sade entre as Foras Armadas.

    Novos PNR e N-SAIPMEm relao assistncia social, o

    Projeto Estratgico Pessoal Nosso Maior Patrimnio contempla o au-mento do nmero de Prprios Nacio-nais Residenciais (PNR) e de Ncleos de Assistncia Integrada ao Pessoal da Marinha (N-SAIPM). Em funo da reestruturao da MB, prevista na Es-tratgia Nacional de Defesa, identifi-cou-se a necessidade de obteno de cerca de 32.000 imveis residenciais,

    para os militares que guarnecero os novos meios e organizaes daFora, como a 2 Esquadra e a 2 FFE.

    Alm disso, foi identificada a ne-cessidade de aumentar a capacidade

    de prestao de assistncia integrada aos militares e seus dependentes. Por isso, est prevista a implantao de nove N-SAIPM, nas reas de maior concentrao de efetivos. Os progra-mas atualmente desenvolvidos bus-cam, cada vez mais, abraar, no so-mente os militares, mas tambm suas famlias. O conceito de Famlia Naval vem se mostrando importante no dia a dia dos militares, refletindo direta-mente no desempenho profissional, conclui o Almirante berg

    Pess

    oal

    Centro Instruo Almirante Wandenkolk (CIAW), localizado na Baa de Guanabara (RJ)

    Em termos prticos, os investimentos na rea do ensino buscam aprimorar a formao dos militares, objetivando no s a ampliao do efetivo, como tambm o aperfeioamento da capacitao de nosso pessoal.Almirante-de-Esquadra Elis Treidler bergDiretor-Geral do Pessoal da Marinha

  • Cap

    acid

    adeRecuperar para

    evoluir indispensvel, para as Foras Armadas de um Pas, como o Brasil, manter, em meio paz, o impulso de se preparar para o combate e de cultivar, em prol desse preparo, o hbito da transformao.

    Fotos: Acervo fotogrfico do CCSM

  • Cap

    acid

    ade

    A frase acima destaca uma parte da Viso de Futuro da Marinha do Brasil, constante do seu Plano Estratgico. O mar sempre esteve rela-cionado com o progresso do nosso Pas, desde o seu descobrimento. A natural vocao martima brasileira respalda-da pelo seu extenso litoral e pela impor-tncia estratgica do Atlntico Sul.

    A Conveno das Naes Unidas sobre Direito do Mar abre a possibili-dade de o Brasil estender os limites da sua Plataforma Continental e, dessa forma, exercer o direito de jurisdio sobre os recursos vivos e no vivos lo-calizados em uma rea martima com

    cerca de 4,5 milhes de km2, de vital importncia para a Nao, em funo das suas vertentes econmica, am-biental, cientfica e de soberania. Nes-sa imensa rea, denominada Amaz-nia Azul, onde se insere, tambm, a camada do Pr-Sal, esto as maiores reservas brasileiras de petrleo e gs, que so fontes de energia impres-cindveis para o desenvolvimento nacional, alm de grande potencial pesqueiro, mineral, de transporte e de lazer, entre outros.

    Esses aspectos so apenas alguns, dentre muitos, que justificam a ne-cessidade premente de Recuperao

    da Capacidade Operacional da Fora, traduzida nesse Projeto Estratgico, de suma importncia para o desenvol-vimento da Fora Naval.

    Recuperao da ForaUma das propostas do Plano de Ar-

    ticulao e Equipamento da Marinha do Brasil (PAEMB) foi a criao do Projeto Recuperao da Capacidade Operacional (RCO), que consiste da revitalizao de meios, estruturas e sistemas j existentes no inventrio da Fora, mas que, com o passar dos anos e, em alguns casos, devido ao prolongamento da vida til, possuem

    Incorporao do Navio Hidroceanogrfico Fluvial Rio Tocantins

    A Marinha do Brasil ser uma Fora moderna, equilibrada e balanceada, e dever dispor de meios navais, aeronavais e de fuzileiros navais compatveis com a insero poltico-estratgica do Brasil no cenrio internacional

    42

  • Desembarque de Carros Lagarta Anfbios (CLAnf)

    Simulador de passadio em fase de teste no Centro de Instruo Almirante Graa Aranha

    Conjunto das medidas, que in-cluem instruo, adestramento e logstica, necessrias para prepa-rar uma organizao militar para ao imediata.

    equipamentos, subsistemas ou com-ponentes requerendo modernizao, substituio ou recompletamento.

    Os meios navais, aeronavais e de fuzileiros navais recuperados, bem como o recompletamento das dota-es de sobressalentes, munio e ar-mamentos, contribuiro para o cum-primento das misses da Esquadra, da Diretoria de Hidrografia e Navegao e dos Distritos Navais.

    A RCO, alm de propiciar o apres-tamento para a principal destinao constitucional da Marinha do Bra-sil a contribuio para a defesa da Ptria resultar na manuteno da

    Aprestamento

    MARINHA em Revista Ano 04 Nmero 10 Junho 2014 43

  • Cap

    acid

    ade

    capacidade da Fora em realizar mis-ses de paz, aes de ajuda humanit-ria e operaes de Garantia da Lei e da Ordem. Permitir, tambm, que a Marinha possa cumprir, com efetivi-dade, as suas atribuies subsidirias, com nfase na salvaguarda da vida humana no mar