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ERENDAG('EM.\0 PU111M~ALDE CONTAS DOS MUNICÍPIOS DO ESTADO DA BAIllA

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Cu{~FI.Íf~C!ONÁRIO

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INSTRUÇÃO CAMERAL N° 002/2007 - 2a C

A SEGUNDA CÂMARA DO TRIBUNAL DE CONTAS DOSMUNiCíPIOS DO ESTADO DA BAHIA, no uso das atribuições insertas noinciso IV, artigo 35 e no § 2°, do artigo 41, da Resolução TCM nO627/02, econsiderando que:

o Sr. Rubem Paulo de Carvalho Patury Filho, Procurador Geral doMunicípio de Ilhéus, formalizou consulta a esta Corte, protocolada sob TCM nO05460-07, no sentido de requerer um pronunciamento por parte deste TCM noque diz respeito à possibilidade daquela administração, de ofício, efetuar opagamento de vencimentos atrasados de seus servidores.

Tal consulta questiona se a Administração poderá efetuar o pagamento,através de procedimento administrativo, de vencimentos atrasados e nãopagos a servidores públicos, bem como rescisões trabalhistas e se essesreferidos pagamentos não estariam ferindo os princípios inseridos no artigo 37da Constituição Federal. A referida consulta ainda indaga se tais quitações,mesmo sendo devidas, não estariam preterindo o pagamento das açõesjudiciais em trâmite ou já julgadas.

Anteriormente ao sorteio na 2a Câmara, o processo em tela foisubmetido ao exame da Unidade de Assistência Jurídica dos Municípios-UAJM, tendo se manifestado através do Parecer nO173/07, o qual adotamosna íntegra como razão de decidir, merecendo, dentre outras consideraçõespontuar o seguinte:

"Inicialmente, ressalte-se que não se trata, na consulta, deprecatórios, mas sim do reconhecimento pela Administração de seusdébitos. Reconhecida a regularidade da despesa e verificada ainscrição dela em processo ou não, é factível que a municipalidade (incasu), por procedimento administrativo, após todos os passos previstosna lei nO4.320/64, pague o que reconheceu. "(Grifo Nosso)

Como se observa no disposto do artigo 100, § 1° da CF li Os débitos denatureza alimentícia compreendem aqueles decorrentes de salários,vencimentos, proventos, pensões e suas complementações, benefíciosprevidenciários e indenização por morte ou invalidez, fundadas.. naresponsabilidade civil, em virtude de sentença judicial transitada em julgado."

~ TRIBUNALDE CONfAS DOS MUNICÍPIOSDO ESTADO DA BAIIIAIrtPt'J

(Grifo Nosso), torna-se clara a legalidade da Administração Pública, de ofício,efetuar o pagamentos de tais vencimentos, uma vez que os mesmos sãoconsiderados de natureza alimentar e possuindo, assim, esse nítido caráter,deve-se considerar, então, que os alimentos se constituem, como bemanalisados por Yussef Sahid Cahali," em uma modalidade de assistênciaimposta por lei, de ministrar recursos necessários à subsistência, àconservação da vida, tanto física quanto moral e social do indivíduo."(Yussef Sahid Cahali, Dos Alimentos, 1a ed. 2a tiragem, Editora RT, p.02.)"(Grifo Nosso).

Posto isso, a Administração Pública, no uso legal de seu poderdiscricionário, pode efetuar administrativamente o pagamento das despesasrelativas aos vencimentos atrasados de seus servidores dado seu caráteralimentar, todavia terá de ser reconhecer a regularidade da despesa.

Em se tratando da questão aventada no que diz respeito a preterição emrelação às ações judiciais em trâmite ou julgadas, o caput do art. 100 enuncia oseguinte: " À exceção dos créditos de natureza alimentícia, os pagamentosdevidos pela Fazenda Federal, Estadual ou Municipal, em virtude de sentençajudiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica de apresentação dosprecatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a designação de casosou de pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertospara esse fim." (Grifo Nosso).

o Parecer da UAJM, sabiamente, conclui à respeito desse tema:

"Nas condições apresentadas no questionamento, não se vê aocorrência de preterição às ações judiciais em trânsito ou já julgadas. Oreconhecimento administrativo dos créditos alimentares (vencimentos) nostermos do § 1°, arf. 100 da Constituição Federal, seriam quitados após averificação da existência de saldo suficiente para honrar as ações já julgadase tramitadas e que não permitam mais qualquer remédio jurídico. As ações emtrânsito na justiça têm apenas a expectativa de reconhecimento a um direitoe, dessa forma, não devem no momento ser consideradas para efeito deapuração de saldos." .

Diante do exposto, conclui-se que, ao efetuar a quitação dessesreferidos vencimentos, a Administração estará seguindo rigorosamente odisposto no caput desse artigo, vez que, ratificando, trata-se de crédito denatureza alimentar, sendo este impenhorável. Além do mais, tal quitação nãopretere a nenhuma ação judicial pois trata-se de débitos devidos ereconhecidos pela própria Administração, e a efetivação desse pagamento nãofere aos princípios norteadores da Administração Pública.

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A vista do quanto exposto, entende este relator que deve o Consulenteser comunicado do teor do pronunciamento que ora se acolhe, para o que se

INSTRUI:

Em resposta à consulta formalizada pelo Procurador Geral do Municípiode Ilhéus, Sr. Rubem Paulo de Carvalho Patury Filho, no exercício financeirode 2007, através do processo nO05460-07, concluímos no sentido de que aAdministração Pública poderá, mediante procedimento administrativo, efetuara quitação dos vencimentos atrasados de seus servidores, desde que sejareconhecida a regularidade da despesa, independentemente dos créditosoriginados das ações judiciais julgadas, ou em trâmite, que versem sobre amesma matéria.

Recorra-se desta decisão ao colendo Plenário deste Tribunal.

SALA DAS SESSÕES DA 2a CAMARA DO TRIBUNAL DE CONTAS

DOS MUNiCíPIOS, em 21 de Agosto de 2007.

. JLf (lL1- ~FREDO ROCHADIAJ - Presidente

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