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A Indústria Automóvel em Portugal 1/34
Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto
A INDÚSTRIA AUTOMÓVEL EM
PORTUGAL
Mestrado Integrado em Engenharia Mecânica
Coordenador Geral: Professor Armando Sousa
Coordenadora de Curso: Professora Teresa Duarte
Supervisor: Professor Lucas Silva Monitor: Rui Barbosa
Equipa 1M6_001:
- José Francisco Gomes
up201305016@fe.up.pt
- Maria Inês Barros
up201305415@fe.up.pt
- Maria Inês Almeida
up201304065@fe.up.pt
- Maria Leal Antão
up201302955@fe.up.pt
- Tiago José Calafate
up201306352@fe.up.pt
A Indústria Automóvel em Portugal 2/34
Resumo
Neste relatório são explorados certos aspetos relacionados com o
enquadramento da indústria automóvel no nosso país, tais como: principais
empresas e produtos fabricados, peso na economia nacional, dimensões de
mercado, perspetivas e projetos para o futuro, entre outros.
Com o objetivo de ficar a conhecer a dimensão e o impacto económico desta
indústria no nosso país, assim como, os projetos tecnologicamente inovadores que
têm sido desenvolvidos, foram consultados livros variados, foi feita uma extensa
pesquisa na internet e estabeleceram-se contactos, através do correio eletrónico,
com empresas deste setor.
O governo português e a indústria automóvel têm apostado no
desenvolvimento de vários projetos com o intuito de realçar a tecnologia
desenvolvida em Portugal e o potencial do nosso país, sendo promissoras as
perspetivas de futuro nesta indústria.
Palavras-Chave
Economia
Exportação
Indústria Automóvel
Mercado
Produção
A Indústria Automóvel em Portugal 3/34
Agradecimentos
Na elaboração deste relatório contamos com a ajuda de várias pessoas às quais
gostaríamos de deixar os nossos agradecimentos.
Antes de mais, queríamos agradecer ao nosso supervisor Lucas Silva e ao
monitor Rui Barbosa por todo o auxílio prestado ao longo do desenvolvimento do
Projeto FEUP, através do eficaz aconselhamento e acompanhamento prestado,
nomeadamente, em relação à estruturação do trabalho, à escolha de fontes de
informação, à dinâmica de trabalho pretendida e à gestão e organização de tempo.
A Indústria Automóvel em Portugal 4/34
Índice Lista de Figuras ................................................................................................................... 5
1. Introdução........................................................................................................................ 6
2. História da Indústria Automóvel em Portugal ................................................................ 7
3. Empresas ......................................................................................................................... 8
3.1. Unidades de Produção .............................................................................................. 9
3.1.1. Volkswagen Autoeuropa ..................................................................................... 9
3.1.2. PSA Peugeot Citroen ......................................................................................... 12
3.1.3. Mitsubishi Fuso Trucks .................................................................................... 14
3.1.4. Caetano Bus ...................................................................................................... 16
3.2. Indústria de Componentes ..................................................................................... 17
3.2.1. Principais Empresas .........................................................................................20
4. Peso na Economia ......................................................................................................... 21
5. Volume de negócios ....................................................................................................... 22
5.1. Produção automóvel ................................................................................................ 22
5.2. Venda de veículos automóveis ................................................................................ 23
5.2.1. Automóveis Ligeiros de passageiros ................................................................. 23
5.2.2. Veículos Comerciais Ligeiros ........................................................................... 23
5.2.3. Veículos Pesados .............................................................................................. 24
6. Projetos .......................................................................................................................... 25
6.1. Move Cybercar ........................................................................................................ 25
6.2. IBUS ........................................................................................................................ 26
6.3. Autoeuropa assina contrato de investimento de 38,2 milhões ............................. 27
6.4. Plascork-Automotive .............................................................................................. 27
7. Perspetivas para Indústria Automóvel em Portugal ..................................................... 29
8. Conclusão ......................................................................................................................30
9. Referências bibliográficas ............................................................................................. 31
Anexos ............................................................................................................................... 34
Mails enviados para a CPMG e para a Volkswagen Autoeuropa ................................... 34
A Indústria Automóvel em Portugal 5/34
Lista de Figuras
Fig. 1: Evolução do volume de vendas da VW Autoeuropa por ano (dados retirados da
VW Autoeuropa, 2013) .............................................................................................................. 9
Fig. 2: Volume de produção da VW Autoeuropa po ano (VW Autoeuropa, 2013) ........... 10
Fig. 3: Principais destinos de produção da VW Autoeuropa (VW Autoeuropa, 2013) ...... 11
Fig. 4: Produção diária anual (Estudo da Sustentabilidade da Indústria Automóvel em
Portugal, 2008) ........................................................................................................................ 12
Fig. 5: Destinos de exportação da Peugeot Citroen ........................................................... 13
Fig. 6: Mitsubishi Fuso Canter (Mitsubishi Fuso Trucks, 2013) ...................................... 14
Fig. 7: Destinos de exportação da Mitsubishi Fuso Truck Europe.................................... 15
Fig. 8: Destinos de exportação da Toyota Caetano ........................................................... 16
Fig. 9: Distribuição das empresas por origem do capital (Estudo da Sustentabilidade da
Indústria Automóvel em Portugal, 2013) ................................................................................ 18
Fig. 10: Evolução da Faturação na Indústria de componentes em milhões de euros por
ano (Estudo da Sustentabilidade da Indústria Automóvel em Portugal, 2013) ...................... 18
Fig. 11: Destinos de produção da Indústria de Componentes (Estudo da Sustentabilidade
da Indústria Automóvel em Portugal, 2013) ........................................................................... 19
Fig. 12: Principais clientes das empresas ligadas à indústria de componentes (Estudo da
Sustentabilidade da Indústria Automóvel em Portugal, 2013) ............................................... 19
Fig. 13: Produção Automóvel em Portugal (ACAP, 2013) ................................................. 22
Fig. 14: Venda de Veículos Automóveis em Portugal (ACAP, 2013) ................................. 23
Fig. 15: Move Cybercar ...................................................................................................... 25
Fig. 16: Bancos desenvolvidos ........................................................................................... 26
Fig. 17: Sistema de Bagageiras .......................................................................................... 27
Fig. 18: Plascork ................................................................................................................ 27
A Indústria Automóvel em Portugal 6/34
1. Introdução
O presente relatório foi realizado no âmbito da unidade curricular “Projeto
FEUP” (transversal ao plano de estudos do 1º ano de inúmeros cursos da
Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto) e tem como tema “A Indústria
Automóvel em Portugal”, pretendendo dar a conhecer aspetos como: as principais
empresas que trabalham neste sector; o volume e principais destinos da produção;
a relevância do sector automóvel no contexto nacional em termos sociais e
económicos; investigação e projetos desenvolvidos na área da indústria automóvel.
Para isso foi feita uma extensa e elaborada pesquisa que se baseou em diversas
fontes de informação como internet, teses, dissertações e jornais.
Neste relatório serão abordadas as empresas do setor automóvel com maior
relevância em termos económicos, sendo que serão divididas em unidades de
montagem (Volkswagem Autoeuropa, PSA Peugeot Citroen, Mitsubishi Fuso
Trucks e Caetano Bus) e indústria de componentes (Faurécia e Safebag). É feita
também a referência ao volume de produção dessas empresas assim como aos
destinos de produção das mesmas.
Será também aprofundado, neste mesmo relatório, o peso e o volume de
negócios do setor automóvel, para além de serem referenciados alguns projetos de
inovação relacionados com a indústria automóvel que se encontram em
desenvolvimento no nosso país: o Move Cybercar, o IBUS e a Plascork.
Como conclusão deste relatório serão avaliadas as perspetivas para o futuro
desta mesma indústria que, apesar da crise económica que atravessa, poderá ainda
contribuir significativamente para uma melhoria económica de Portugal.
A Indústria Automóvel em Portugal 7/34
2. História da Indústria Automóvel em Portugal
A primeira tentativa de introduzir em Portugal um sistema de produção
industrial de automóveis foi levada a cabo pela Empresa Industrial Portuguesa, no
ano de 1899. Contudo, tanto este projeto inicial como alguns que se lhe seguiram
não tiveram grande sucesso, sobretudo devido à ausência de um investimento
continuado, que permitisse ir para além de uma incipiente fase experimental (o
que efetivamente não se verificou). (Educação Rodoviária, 2013) De uma forma
generalista, podemos dizer que até 1960 a indústria automóvel nacional se baseava
sobretudo na livre importação de veículos, data a partir da qual podemos dividir a
sua evolução em três fases distintas:
● (1961-1974/76) - enfraquecimento de uma política sectorial essencialmente
assente na importação de veículos; aparecimento e difusão de unidades de
montagem, embora ainda com reduzida eficácia; ausência de uma verdadeira
indústria de componentes.
● (1977-1986/88) - fase de incentivo às exportações, o que conduz ao
encerramento de várias unidades de montagem e ao surgimento de unidades
de produção de peças para automóveis. É, porém, nas décadas de 70 e 80 que
se assiste a algumas iniciativas com um certo sucesso a nível nacional, como é
o caso do modelo português “Datsun Sado 550” e ainda dos veículos todo-o-
terreno fabricados pelas empresas UMM (União Metalo-Mecânica) e Portaro
(Educação Rodoviária, 2013).
● (1989-2002/04) - lançamento do projeto “Autoeuropa” e, consequentemente,
desenvolvimento significativo da indústria de componentes em Portugal,
ganhando esta uma verdadeira expressão em termos comerciais.
(Felizardo, J. R.; Selada, C.)
A Indústria Automóvel em Portugal 8/34
3. Empresas
Em Portugal existem cerca de 33 mil empresas relacionadas diretamente com
o setor automóvel (ACAP, 2013). Dessas empresas, o país hospeda cinco unidades de
produção: a Volkswagen Autoeuropa, a PSA Peugeot Citroen, a Mitsubishi Fuso
Trucks, a Caetano Bus e a VN Automóveis (da marca japonesa Isuzu).
Empresa Tipo de
Empresa
Localização Volume de
Negócios
Nº
Empregados
VW
Autoeuropa
Unidade de
Produção
Palmela 1.646.507.871 3028
PSA Peugeot
Citroen
Unidade de
Produção
Mangualde 351.194.035 870
Toyota
Caetano
Portugal
S.A.
Unidade de
Produção
Vila Nova de Gaia 328.425.815 650
Faurécia Indústria de
Componentes
S. João da
Madeira/Bragança
228.798.546 1743
Safebag Indústria de
Componentes
Ponte de Lima 155.479.337 224
Mitsubishi
Fuso Trucks
Europe
Unidade de
Produção
Abrantes 129.247.287 430
No presente trabalho serão abordadas as empresas que constam na tabela com
mais pormenor uma vez que são as que têm maior relevância económica em Portugal
(Diagnóstico da Indústria Automóvel em Portugal, 2005).
A Indústria Automóvel em Portugal 9/34
3.1. Unidades de Produção
3.1.1. Volkswagen Autoeuropa
A Volkswagen Autoeuropa é uma unidade de produção situada em Palmela,
distrito de Setúbal. Esta mesma empresa constitui o maior investimento estrangeiro
alguma vez feito em Portugal, investimento esse de 1970 milhões de euros realizado
numa parceria entre a Volkswagen (empresa alemã) e a Ford (empresa americana)
no ano de 1991 (VW Autoeuropa, 2013). Em 1995, o grupo alemão assume a
totalidade da Autoeuropa, iniciando a produção em Maio do mesmo ano. A
inauguração da unidade de produção portuguesa, já sobre a alçada da Volkswagen,
ocorreu a 26 de Abril de 1995.
À maior e mais avançada fábrica automóvel em Portugal estão associados
3028 empregos diretos e 6190 indiretos entre os vários fornecedores e serviços
encontrados nas proximidades da mesma (VW Autoeuropa, 2012).
A Volkswagen Autoeuropa demonstra uma grande preocupação com a
qualidade dos produtos comercializados, na inovação tecnológica (apostando na
formação dos seus colaboradores), no meio ambiente e no trabalho em equipa dos
seus trabalhadores.
Fig. 1: Evolução do volume de vendas da VW Autoeuropa por ano (dados retirados da VW Autoeuropa, 2013)
Por análise da figura acima representada (figura 1), podemos concluir que
desde a sua inauguração em 1995 até 2001, o volume de vendas da unidade de
produção situada em Palmela aumentou consideravelmente, passando dos 670
milhões de euros para os 2300 milhões, aproximadamente. Depois de uma quebra de
vendas (com uma redução das mesma em 900 milhões de euros), a VW Autoeuropa
voltou a aumentar a sua produção até ao ano de 2011. Contudo, de 2011 para 2012, a
mesma empresa do grupo Volkswagen sofreu uma nova redução do volume de
vendas, passando dos 2300 milhões para os 1950 milhões de euros, sensivelmente.
A Indústria Automóvel em Portugal 10/34
Produção
Os modelos produzidos nesta empresa são: VW Eos (com início de
produção em 2006), VW Scirocco (2008), o Novo VW Sharan (2010) e o Novo
Seat Alhambra (2010). Os dois últimos modelos referidos constituem novas
versões dos que surgiram em Portugal nos anos de 1995 e 1996, respetivamente. O
Ford Galaxy foi retirado da linha de montagem em Fevereiro de 2006 (Volkswagen
Autoeuropa - 2012).Todos os modelos referidos têm em comum a mesma linha,
única e flexível, formada por 270 robots que permitem a montagem de todos eles,
tornando o processo mais rentável.
Fig. 2: Volume de produção da VW Autoeuropa po ano (VW Autoeuropa, 2013)
Na Volkswagen Autoeuropa são produzidos, segundo dados referentes a
2012, 460 veículos por dia (Jornal Económico, 2013). Analisando a figura acima
representada (figura 2) reparamos que o volume de vendas cresceu drasticamente
de 1995 para 1996, com um aumento de, sensivelmente, 80 mil unidades
produzidas por ano. Estes valores continuaram a aumentar até 2001, ano em que
atingiu o seu máximo (aproximadamente 137 mil unidades). Contudo, no período
de 2001 a 2005 o volume de produção reduziu consideravelmente, passando do
valor atrás referido (correspondente ao ano de 2001) para as 80 mil unidades
(decréscimo de cerca de 57 mil unidades). A partir deste ano (2005) o volume de
vendas volta a crescer até 2011, ano em que voltou a atingir uma centena de
milhar. No entanto, em 2012, o volume de produção sofreu uma nova queda,
passando das 133 mil unidades registadas no ano de 2011 para as 112 mil,
aproximadamente. Comparando a figura com a figura anterior (figura referente à
evolução do volume de vendas na VW Autoeuropa) reparamos nas suas
semelhanças óbvias uma vez que a quantidade de vendas será tanto maior quanto
maior for a produção desta unidade de montagem.
0
15
30
45
60
75
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1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
A Indústria Automóvel em Portugal 11/34
Destinos da Produção
De todos os veículos construídos nesta unidade de produção, apenas 0,6%
destinam-se ao mercado nacional. Os restantes 99,4% são exportados para os
mercados internacionais, sendo que os principais mercados estrangeiros se situam
no continente europeu.
Fig. 3: Principais destinos de produção da VW Autoeuropa (VW Autoeuropa, 2013)
Pela análise da figura 3 facilmente conseguimos identificar a Alemanha
como principal destino de exportação dos veículos montados na VW Autoeuropa.
Do total da produção, 27,90% da mesma destina-se à Alemanha enquanto que a
China importa 18,80% dos veículos fabricados, ocupando assim o 2º lugar na lista
dos principais mercados da Autoeuropa.
Para além da Alemanha, outros países europeus como o Reino Unido, a
Áustria, França, Suiça, Espanha e Bélgica são parte integrante nos 10 principais
países que importam os modelos fabricados nesta unidade de produção. A NAR
(North American Region) e o Japão também estão incluídos na mesma listagem,
importando 4,30% e 3,10% da produção anual, respetivamente.
A Indústria Automóvel em Portugal 12/34
3.1.2. PSA Peugeot Citroen
A PSA Peugeot Citroen teve inicio de construção em 1963 e em Fevereiro de
1964 começou a produção com os modelos AZL e AZU (PSA Peugeot Citroen,
2013) . A partir daí, mais 15 modelos distintos foram produzidos pelo CPMG
(Centro de Produção de Mangualde). Esta unidade de montagem constitui uma
extensão da fábrica do mesmo grupo existente em Vigo, de onde provêm os
componentes usados na PSA Peugeot Citroen em Mangualde. ). Segundo dados de
2012, a PSA Peugeot Citroen ocupa o 10º lugar entre as maiores exportadoras de
Portugal.
Com 870 trabalhadores efetivos, saem diariamente desta fábrica 190
veículos dos modelos Citroen Berlingo e Peugeot Partner dos quais 95% se
destinam à exportação (PSA Peugeot Citroen, 2013).
Produção
Fig. 4: Produção diária anual (Estudo da Sustentabilidade da Indústria Automóvel em Portugal, 2008)
Pela análise da figura 5 reparamos que, em geral, a produção diária anual
tem aumentado de 1994 até 2008, passando dos 63 veículos por dia para os 285.
No entanto, e devido á falta de encomendas de veículos justificada pela crise
internacional (TSF, 2008), a produção diária sofreu uma diminuição drástica
passando para os 162 veículos produzidos diariamente.
Até finais de 2012, saíram das fábricas da unidade de produção da Peugeot
Citroen de Mangualde 1.000.000 veículos sendo que destes, 43940 veículos foram
produzidos só em 2012, numa média de 190 veículos montados por dia (PSA
Peugeot Citroen, 2013).
Já em relação aos primeiros meses de 2013, foram produzidos 7051 veículos
nesta unidade de produção até finais de Julho (Económico, 2013). Com a notícia
de um acréscimo do número de trabalhadores (mais 300 postos de trabalho para
criar um terceiro turno na produção), estima-se que este ano o CPMG registe um
0
50
100
150
200
250
300
1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
A Indústria Automóvel em Portugal 13/34
acréscimo da produção, passando para os 46000 veículos fabricados até finais de
2013, numa média diária de 285 veículos (Público, 2013).
Destino de Produção
Em 2012, a Peugeot Citroen exportou cerca de 94,8% das unidades produzidas
em Portugal, sendo França, Alemanha e Espanha os principais destinos. Os
restantes 5,2% destinaram-se ao mercado interno (Autoinforma,2013).
Fig. 5: Destinos de exportação da Peugeot Citroen
A Indústria Automóvel em Portugal 14/34
3.1.3. Mitsubishi Fuso Trucks
Situada no Tramagal, a Mitsubishi Fuso Trucks constitui uma das principais
unidades de montagem de veículos em Portugal. A sua produção, ativa desde 1991,
centra-se na montagem dos camiões Canter, veículos esses que depois são
exportados para mais de 30 países da Europa (Estudo da Sustentabilidade da
Indústria Automóvel em Portugal, 2009).
Produção
Os veículos montados na Mitsubishi Fuso Trucks no Tramagal, as Canter
(figura 7), são disponibilizados em 3 categorias de peso diferentes (3,5 t, 6t ou 7,5
t), 3 motores Euro 5/EEV (de 130 cv, 150 cv e 175 cv), cabinas simples (de 1,7 m e
2m) ou duplas, volante à esquerda ou direita, diferente distância entre eixos…
Todas estas características permitem-nos aferir a versatilidade e diversidade
destes veículos que se adaptam aos requisitos dos diferentes trabalhos exercidos
pelos profissionais de diversas áreas. São produzidas cerca 140 mil unidades
Canter em todo o Mundo, sendo que metade dos fornecedores são europeus
(Mitsubishi Fuso Trucks, 2013).
Fig. 6: Mitsubishi Fuso Canter (Mitsubishi Fuso Trucks, 2013)
Em média, na Mitsubishi Fuso Trucks são produzidas 10000 unidades por
ano (Despacho nº1926/2013). No entanto, esta mesma produção anual tem
sofrido alguns decréscimos, mais concretamente nos anos 2009 e 2011, anos esses
em que a fábrica foi obrigada a parar pela diminuição do número de vendas
(Expresso, 2009) e pela falta de componentes disponíveis para a montagem das
Canter – devido ao sismo ocorrido no Japão que atrasou as entregas das peças da
marca japonesa (Diário de Notícias, 2011).
A Indústria Automóvel em Portugal 15/34
Nos primeiros quatro meses de 2013 foi registada a produção de 1269
veículos, num decréscimo de 40,1% da produção no período homólogo de 2012
(Económico, 2013).
Destino de Produção
No ano 2012, a Mitsubishi Fuso Truck Europe exportou cerca de 95,1% das
unidades produzidas. A Mitsubishi apresenta uma maior taxa de exportação para a
Europa, tendo também uma participação pequena no mercado asiático. França,
Alemanha e Reino Unido ocupam as posições de maior importância na exportação
para a Europa. Os restantes 4,9% destinaram-se ao mercado interno
(Autoinforma, 2013)
Fig. 7: Destinos de exportação da Mitsubishi Fuso Truck Europe
A Indústria Automóvel em Portugal 16/34
3.1.4. Caetano Bus
A Caetano Bus (figura 9), do grupo Salvador Caetano, surgiu em 2002 como
resultado de uma parceria com a Daimler-Chrysler (Caetano Bus, 2013). Localizada
em Ovar e já sem a contribuição alemã nesta empresa, a Caetano Bus fabrica
carroçarias e autocarros inovadores, com diferentes destinos tanto no mercado
nacional como no mercado internacional.
Esta empresa já recebeu vários prémios por projetos desenvolvidos. Em 2009
foi distinguida pelo Centro Português de Design pelo COBUS 3001.
A Caetano Bus pretende afirmar-se como uma empresa de referência em
qualidade-preço, de forma a satisfazer totalmente os clientes e os utilizadores dos
seus produtos. (Caetano Bus, 2010)
Produção
Dados registados até Julho de 2013 revelam que, neste ano, foram produzidos
176 veículos que mostram um aumento de 45,8% da produção em relação ao mesmo
período de 2012. Notícias disponibilizadas neste mesmo ano revelam que o “lay-off”
(por quebra do volume de encomendas) aplicado de Março a Setembro vai ser
levantado uma vez que foram reestabelecidos os negócios com Inglaterra e França e
um novo projeto de mini autocarros para a Europa. Com estas boas notícias, o Grupo
Salvador Caetano decidiu contratar mais 120 trabalhadores, prevendo uma produção
de 480 veículos até ao final do ano (Jornal de Negócios, 2013).
Destino de Produção
No ano de 2012, a Toyota Caetano exportou 64,7% da produção de veículos
comerciais ligeiros e pesados. Os restantes 35,3% destinaram-se ao mercado interno.
A França e o Reino Unido ocupam as posições de maior importância na exportação
para a Europa (Autoinforma, 2013).
Fig. 8: Destinos de exportação da Toyota Caetano
A Indústria Automóvel em Portugal 17/34
3.2. Indústria de Componentes
Segundo dados de 2008, cerca de 37,2 % das empresas ligadas à indústria
automóvel em Portugal estão relacionadas com a indústria de componentes (Estudo
da Sustentabilidade da Indústria Portuguesa em Portugal, 2008).
Tabela 1: Distribuição das empresas de componentes em Portugal (Estudo da Sustentabilidade da Indústria Automóvel, 2008)
CAE Designação
Empresas
%
29320
Fabricação de outros componentes e acessórios para veículos automóveis
33,3
22292
Fabricação de outros artigos plásticos n.e.
12,8
25734 Fabricação de moldes metálicos 6,4
13962 Fabricação de têxteis para uso técnico e industrial, n.e.
3,8
22192 Fabricação de outros produtos de borracha, n.e.
3,8
25501
Fabricação de produtos forjados, estampados e laminados
2,6
26400 Fabricação de receptores de rádio e de televisão e bens de consumo similares
2,6
29310 Fabricação de equipamento eléctrico e electrónico para veículos automóveis
2,6
Outras CAE 32,1
Fonte: AFIA (2008a)
Segundo a tabela acima referida (tabela 1), as principais empresas desta
indústria estão relacionadas com a fabricação de componentes e acessórios para
veículos automóveis (cerca de 33,3% das empresas) e 12,8% das mesmas estão
ligadas à fabricação de artigos plásticos. Cerca de 6,4% das empresas dedicam-se à
produção de moldes metálicos. (AFIA, 2008)
Em Portugal existem entre 180 a 200 empresas dedicadas à produção de
componentes automóveis. A maior parte destas empresas situa-se em Aveiro,
Porto, Braga, Leiria e Setúbal.
A Indústria Automóvel em Portugal 18/34
Fig. 9: Distribuição das empresas por origem do capital (Estudo da Sustentabilidade da Indústria Automóvel em Portugal, 2013)
Das empresas existentes em Portugal que estão ligadas à fabricação de
componentes da indústria automóvel, apenas 38,50% são financiadas por capital
Nacional enquanto que 51,30% por capital estrangeiro, sendo que a Alemanha é o
principal investidor estrangeiro (figura 11).
Produção e destinos de produção
Fig. 10: Evolução da Faturação na Indústria de componentes em milhões de euros por ano (Estudo da Sustentabilidade da Indústria Automóvel em Portugal, 2013)
51,30% 38,50%
10,30%
Capital Estrangeiro
Capital Nacional
Capital Misto
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
4500
5000
1987 1989 1991 1993 1995 1997 1999 2001 2003 2005 2007
A Indústria Automóvel em Portugal 19/34
Pela análise da figura 12 conseguimos concluir que a faturação na indústria de
componentes automóvel tem aumentado progressivamente desde 1987 (quando
atingiu o valor mínimo de cerca de 499 milhões de euros) até 2007 (ano em que foi
registada a faturação de 4800 milhões de euros).
Fig. 11: Destinos de produção da Indústria de Componentes (Estudo da Sustentabilidade da Indústria Automóvel em Portugal, 2013)
Pela análise da figura 13 facilmente concluímos que grande parte da produção
nas empresas ligadas à indústria de componentes está destinada à exportação.
Fig. 12: Principais clientes das empresas ligadas à indústria de componentes (Estudo da Sustentabilidade da Indústria Automóvel em Portugal, 2013)
84,50%
15,50%
Exportação
Mercado Interno
0,00%
5,00%
10,00%
15,00%
20,00%
25,00%
30,00%
35,00%
40,00%
A Indústria Automóvel em Portugal 20/34
Como pudemos ver anteriormente, a maior parte da produção das indústrias
de componentes está destinada à exportação e, sendo a maior parte destas
financiada por capital estrangeiro, seria de prever que os principais clientes desta
indústria seriam empresas estrangeiras. Por análise da figura 14 conseguimos
concluir que a Volkswagen é a principal compradora de componentes, seguida da
Faurécia, da General Motors e da Renault.
3.2.1. Principais Empresas
As principais empresas, em termos económicos, associadas à indústria de
componentes automóvel são: a Faurécia e a Safebag.
Faurécia: Empresa que, em Portugal, fabrica assentos automóveis e trabalha
no desenvolvimento de tecnologias de controlo de emissões poluentes. Esta
investigação centra-se na redução do peso do veículo, da recuperação de
energia… A Faurécia, que faz parte do parque industrial da Volkswagen
Autoeuropa, contratou este ano mais 140 trabalhadores já que conseguiram
uma nova parceria com a Land Rover (Renascença, 2013)
Safebag: Empresa subsidiária da TRW Automotive Holdings Corp, líder global
da segurança automóvel. Com 65000 trabalhadores conseguiram em 2012
lucros de 16,4 mil milhões de dólares.
A Indústria Automóvel em Portugal 21/34
4. Peso na Economia
O sector automóvel tem um papel extremamente importante na economia
nacional, nomeadamente: ao nível do emprego, representando 2,7% da totalidade
do emprego em Portugal (o que equivale a 138 mil postos de trabalho diretos); ao
nível das exportações, sendo as empresas produtoras de veículos automóveis e
seus componentes responsáveis por 14,4% dos produtos exportados; ao nível das
receitas fiscais do Estado, registando uma contribuição de cerca de 6,5 mil milhões
de euros, a qual constitui aproximadamente 4% do PIB e 20% do total das receitas
fiscais. Para além de todos estes aspetos, a relevância da indústria automóvel em
Portugal traduz-se ainda na área da investigação científica e tecnológica, dado que
o desenvolvimento de projetos com vista à inovação e otimização no âmbito da
construção de veículos contribui para uma maior competitividade em termos de
mercado externo, fomentando igualmente a criação de novos empregos e o
desenvolvimento humano da sociedade. (ACAP, 2013)
Um claro exemplo do peso que a indústria automóvel assume na dinâmica
económica do país é o contrato assinado recentemente entre o Estado português e
a Volkswagen Autoeuropa, no qual este se compromete a um investimento da
ordem dos 38,2 milhões de euros para financiar novos projetos destinados à
atualização tecnológica desta empresa (AFIA, 2013).
Contudo, algumas das medidas de austeridade adotadas ao longo dos últimos
anos têm vindo a afetar de forma significativa o mercado automóvel nacional, que
teme ressentir-se ainda mais com a aprovação do Orçamento de Estado de 2014.
Isto porque nele estão previstas subidas em certos impostos afetos a esta indústria,
como o IUC (Imposto Único de Circulação) e o aumento da tributação dos carros
de serviço das empresas. Muitas outras medidas poderão igualmente prejudicar
esta indústria, embora de forma indireta. Por exemplo, a perda de poder de
compra por parte dos trabalhadores e cidadãos influencia o número de vendas, o
qual sofreu um decréscimo de cerca de 50% nos últimos três anos, essencialmente,
devido à frágil situação económico-financeira vivida atualmente em Portugal.
(Jornal de Negócios, 2013)
Apesar das dificuldades inerentes ao contexto de crise, a indústria automóvel
(sobretudo a relacionada com a produção de componentes) continua a representar
uma importante parcela do mercado nacional, sendo exportadas diariamente e
para todo o mundo milhões de peças com destino aos mais conceituados
fabricantes a nível internacional (Barros, 2013).
A Indústria Automóvel em Portugal 22/34
5. Volume de negócios
O mercado automóvel regista um volume de negócios da ordem dos 24 mil
milhões de euros (15% do PIB), facto este que o coloca entre os mais relevantes da
indústria portuguesa (ACAP, 2013). Contudo, este sector, à semelhança de tantos
outros, tem sofrido as consequências do contexto de crise económico-financeira
vivido atualmente em vários países da Europa e inclusive do mundo. Assim sendo,
torna-se bastante previsível o decréscimo dos valores associados ao fabrico de
automóveis e peças dos mesmos no decorrer dos últimos anos. Analisemos mais
detalhadamente os números relativos à produção e venda automóveis nos primeiros
oito meses deste ano e no mês de Agosto, em particular.
5.1. Produção automóvel
No período compreendido entre Janeiro e Agosto de 2013, a produção
automóvel em Portugal registou uma quebra de 9,5% relativamente ao período
homólogo do ano anterior. Se analisarmos os dados relativos unicamente ao mês de
Agosto, verificamos que foram produzidos 3.115 automóveis, valor que se traduz num
decréscimo de 7,9% em comparação com o registado em Agosto de 2012. Este
decréscimo ocorreu exclusivamente devido à diminuição da produção de automóveis
ligeiros de passageiros (-39,4%), já que nas restantes categorias esta apresentou uma
variação positiva (veículos comerciais ligeiros - subida de 83,2%; veículos comerciais
pesados - subida de 1033,3%). (ACAP, 2013)
Fig. 13: Produção Automóvel em Portugal (ACAP, 2013)
De todos os veículos produzidos em Agosto deste ano, 96,9% destinou-se à
exportação (3.018 veículos), o que corresponde a uma redução das exportações de
9,8% face ao período homólogo do ano transato. (ACAP, 2013)
A Indústria Automóvel em Portugal 23/34
5.2. Venda de veículos automóveis
No ano de 2012, o mercado automóvel atingiu um número de vendas
extraordinariamente baixo, tendo mesmo sido considerado o pior dos últimos 27
anos.
Nos primeiros oito meses de 2013, as vendas de automóveis aumentaram
4,9% em relação ao período homólogo do ano anterior, perfazendo um total de
82.952 veículos vendidos em Portugal. No que diz respeito a Agosto deste ano,
verificou-se igualmente uma subida (cerca de 12,4%), com a comercialização de 7.139
automóveis ligeiros e pesados. Apesar das variações percentuais positivas registadas
no presente ano, o volume de vendas continua bastante reduzido quando comparado
ao de anos precedentes, facto explicado pela frágil situação económica nacional.
(ACAP, 2013)
Fig. 14: Venda de Veículos Automóveis em Portugal (ACAP, 2013)
A evolução da comercialização de veículos em Portugal pode ainda ser
analisada individualmente para cada uma das categorias automóveis (os dados
estatísticos são comparativos ao período homólogo do ano de 2012, encontrando-se
publicados no site da ACAP com data de 2 de Setembro de 2013) :
5.2.1. Automóveis Ligeiros de passageiros
Agosto de 2013
Nº de automóveis vendidos: 6.152
Variação do volume de vendas: +13,0%
Janeiro-Agosto de 2013
Nº de automóveis vendidos: 72.027
Variação do volume de vendas: +5,8%
5.2.2. Veículos Comerciais Ligeiros
Agosto de 2013
Nº de automóveis vendidos: 844
Variação do volume de vendas: +7,4%
A Indústria Automóvel em Portugal 24/34
Janeiro-Agosto de 2013
Nº de automóveis vendidos: 9.666
Variação do volume de vendas: -0,7
5.2.3. Veículos Pesados
Agosto de 2013
Nº de automóveis vendidos: 143
Variação do volume de vendas: +16,3
Janeiro-Agosto de 2013
Nº de automóveis vendidos: 1.259
Variação do volume de vendas: -3,4%
Apesar da comprovada descida de lucros em determinadas áreas da
produção automóvel, as empresas que operam neste sector continuam a destacar-
se em termos de dimensão de ganhos e fluxos monetários. O exemplo mais
flagrante é, sem dúvida, o da empresa Autoeuropa, que registou um volume de
vendas da ordem dos 1.940 milhões de euros no ano de 2012 (sendo que 94,4% do
total de veículos produzidos se destinou à exportação) (Jornal Económico online,
20 de Março de 2013) . Uma prova inegável do bem-estar financeiro da empresa
são os dois aumentos salariais previstos para os trabalhadores durante o ano de
2013, um deles efectivado a 1 de Março do presente ano e outro com efeito a 1 de
Outubro de 2013. Está ainda prevista a concessão de bónus e prémios de apoio
social que se destinam ao combate do baixo poder de compra que assola o país. A
Autoeuropa enviou um comunicado, dia 6 de Março de 2013, quarta-feira, no qual
dá a conhecer superficialmente o acordo laboral preparado para 2013/2014:
“O acordo prevê dois aumentos salariais sucessivos de 1,6%, com efeitos a 1
de Março de 2013 e 1 de Outubro de 2013. Também foi acordado o pagamento, até
ao final do próximo mês de Junho, de um prémio único de apoio social aos
colaboradores, a título compensatório da perda de poder de compra determinada
pela conjuntura económica e financeira do país em 2013”. No entanto, “caso se
verifiquem alterações significativas na situação da empresa ou do contexto
envolvente, a Administração e a Comissão de Trabalhadores acordaram em
analisar a situação com o objectivo de encontrar a melhor solução para o futuro”.
(Jornal Público online, 7 de Março de 2013)
Para além dos benefícios monetários, a empresa compromete-se ainda a
não realizar qualquer processo de despedimento colectivo até 31 de Dezembro de
2014, a fomentar actividades de carácter desportivo e cultural e a dar apoio a
trabalhadores ausentes, trabalhadores estudantes e colaboradoras grávidas (Jornal
Público Online, 7 de Março de 2013).
A Indústria Automóvel em Portugal 25/34
6. Projetos
Um grande salto evolutivo impeliu no Homem a necessidade de inovar e criar
constantemente novos produtos que se adequem ao dia a dia e às necessidades de
cada um.
Associado à criação de novos produtos está o conceito de projeto. Um projeto
tem como objetivo transformar ideias e aspirações em ações concretas que possam
aproveitar oportunidades, solucionar problemas, atender a necessidades ou
satisfazer desejos. (Votorantim, 2012)
6.1. Move Cybercar
Nas últimas décadas, o aumento do
número de veículos consumidores de
combustíveis fósseis, criou problemas de
circulação rodoviária, levou ao aumento
dos níveis de poluição atmosférica e
sonora, conduzindo à degradação da
qualidade de vida sobretudo nas grandes
cidades. (Neves, Sérgio,2008)
Sentiu-se então a necessidade de
descobrir novas alternativas que
satisfizessem a sociedade nunca
esquecendo as gerações vindouras.
A Almadesign é uma empresa
portuguesa existente desde 1997 situada
em Oeiras que desenhou e desenvolveu o
Move cybercar em parceria com a
Mobipeople, a Critical Move, o Instituo
Pedro Nunes e a Siemens, apostando numa
visão futurista.
Este novo conceito de mobilidade
oferece vantagens sustentáveis e responde
às novas tendências no âmbito dos
transportes públicos.
O Move cybercar é um sistema de
transporte inteligente, silencioso,
autónomo e com “zero emissões”. Este
veículo eléctrico está ainda preparado para
a integração de painéis solares no tejadilho
e equipado com grandes superfícies
vidradas e uma porta dupla com
plataforma de acesso para cadeiras de rodas.
Fig. 15: Move Cybercar
A Indústria Automóvel em Portugal 26/34
Por outro lado, o interior é equipado com bancos rebatíveis para uma melhor
adaptação ao fluxo de passageiros. (Almadesign, 2013)
Equipado com uma tecnologia avançada o Move cybercar possui sistemas de
controle e sensores que lhe permitem conduzir de forma autónoma, ou seja, sem
condutor (totalmente controlado por computador) e não necessitando de infra-
estruturas físicas, e sendo ainda capaz de reagir perante obstáculos inesperados ou
condições meteorológicas adversas.
As características enumeradas anteriormente conferem-lhe uma enorme
vantagem sobre as tecnologias concorrentes. Estes veículos são ideais para ambientes
como aeroportos, parques temáticos, resorts turísticos, complexos universitários,
centros comerciais e hospitais. (Movemile, 2013)
Em 2010 a Almadesign foi internacionalmente reconhecida pelo design do
Move Cybercar premiado com o GREEN GOOD DESIGN, organizado pelo “The
Chicago Athenaeum – Museum of Architecture and Design”, juntamente com
projetos de empresas como a BMW, BOSCH e Mercedes-Benz.
Este prémio destaca a importância do design sustentável, visa desenvolver
uma consciência ecológica e destacar as empresas que estão a fazer o melhor
trabalho nesta área. (Associação Portuguesa de Designers, 2013)
Este veículo surgiu de um projeto europeu denominado CyberMove, com a
duração de três anos, que começou em 2001.
No final do projeto o IPN (Instituto Pedro Nunes) desenvolveu um sistema de
transporte inteligente onde as pessoas tiveram a oportunidade de experimentar um
cybercar em ambientes reais.
Até então, o Grupo Critical detentor do Move Cybercar tem vindo a
financiar a produção e venda de sistemas de transportes inteligentes, lançando
com sucesso os seus novos produtos no mundo. (Movemile, 2013)
6.2. IBUS
O projeto IBUS conta com a parceria de
várias empresas como a Caetano Components,
Couro Azul, Amorin Cork Composites,
Almadesign e ainda o INEGI um instituto de
suma importância neste projeto.
Este projeto visa o desenvolvimento de
componentes para interiores e exteriores de
carroçarias de autocarros de turismo e teve início
em 2009. O seu objectivo principal é o
desenvolvimento integrado de sistemas mais
leves, mais eco-eficientes e mais confortáveis.
(INEGI, 2011)
Fig. 16: Bancos desenvolvidos
A Indústria Automóvel em Portugal 27/34
Neste projeto foram desenvolvidos dois
bancos de passageiros: o banco raia, confortável e
fino, sugerindo o futuro dos bancos rodoviários, e
o banco Shark, um banco topo de gama revestido
do melhor equipamento. Para além dos bancos
foi ainda desenvolvido um painel divisória que
permite maior conforto, um sistema de
bagageiras, inspirado na indústria aeronáutica, e
ainda um conjunto de tampas e compartimentos
individuais visando assim uma maior segurança
dos passageiros. Revestiu-se ainda o teto, as
laterais e o chão. (Almadesign, 2013)
Este projeto envolve várias áreas
desde a engenharia, o design industrial e a
indústria de curtumes). (INEGI, 2011)
6.3. Autoeuropa assina contrato de investimento de 38,2 milhões
Ao longo do nosso trabalho já fizemos várias referências à Autoeuropa e à sua
importância a nível económico.
Sendo uma empresa de suma importância para a economia nacional o Estado
português tem investido no sentido de criar mais postos de trabalho e tornar o país
mais atractivo para futuros investidores.
Assim no dia oito de Outubro de 2013 o Grupo Volkswagen e o Estado
português assinaram um contrato de investimento no valor de 38,2 milhões de
euros destinados a novos projetos nas áreas de produção e não produção- pintura,
cunhos e cortantes e tecnologias de informação-, que se insere no programa de
atualização tecnológica da fábrica. (Ministério da Economia, 2013)
6.4. Plascork-Automotive
Um consórcio formado pela Simoldes
Plásticos, a Amorim Cork Composites e o
PIEP, desenvolve o projecto PlasCork-
-Automotive. (Compete, 2011)
O projeto Plascork-Automotive consiste
no desenvolvimento de produtos inovadores
para componentes automóveis, adicionando
Fig. 17: Sistema de Bagageiras
Fig. 18: Plascork
A Indústria Automóvel em Portugal 28/34
propriedades específicas da cortiça aos componentes plásticos para automóveis.
Este projeto pretende criar três aplicações de elementos de cortiça em
componentes anteriormente de plásticos:
Elemento em cortiça de absorção da energia do impacto (Padding):
Elemento de cortiça insonorizante;
Elemento decorativo em cortiça como mais-valia para novas valorizações do
design de interiores de automóveis.
Com este projeto pretende-se a abertura de novos horizontes e novos
mercados, e consequentemente mais oportunidades de negócio no setor
automóvel. Não de somenos importância, o projeto Plascork-Automotive irá
desenvolver produtos eco sustentáveis. (Plascork-Automotive, 2010)
A Indústria Automóvel em Portugal 29/34
7. Perspetivas para Indústria Automóvel em Portugal
Segundo estudos realizados tem-se verificado o desempenho de funções de
produção de veículos de gama média e alta para mercados de destino como a
Europa e os EUA, pois este segmento é menos sensível a uma eventual quebra de
procura. Assim sendo, a Localização portuguesa trará vantagens para os
fabricantes com estratégias comerciais “inter-atlânticas” neste segmento.
Atualmente, têm-se verificado uma crescente tentativa de
internacionalização por parte de um número restrito de fornecedores de
componentes, objetivando enfrentar os riscos da indústria automóvel nacional.
Tais tentativas são adotadas de forma sustentada e por empresas com capacidade
para tal. Assim, estas empresas fornecedoras optam por seguir os seus clientes,
com o objetivo de reforçarem a sua presença na cadeia de fornecimento global,
nomeadamente no fornecimento das fábricas presentes na Península Ibérica.
Consequentemente, os fornecedores de componentes nacionais tentam
explorar um espaço de proximidade localizado no triângulo Vigo, Valladolid,
Palmela, onde estão localizadas grandes grupos como a PSA, o grupo Renault e o
grupo Volkswagen.
A consolidação das estratégias referidas, explorando oportunidades e
atenuando estrangulamentos deverá ser acompanhada pela identificação de focos
que permitam unificar esforços de diversos intervenientes. Assim, a consolidação
da indústria automóvel em Portugal, passa pela existência de pilares, tais como o
reforço do pólo industrial de Palmela, a intervenção de infra-estruturas na área
ambiental, dos transportes e dos centros de competência de atração de
investimento direto estrangeiro na área de adaptação automóvel e do fabrico de
novos componentes e módulos.
Em suma, verifica-se um grande potencial no ramo da indústria automóvel
portuguesa, como foi referido anteriormente. Assim sendo, tem-se verificado uma
grande aposta de internacionalização da indústria no nosso país bem como uma
aposta em novas estratégias de mercado. A exploração do triângulo Vigo,
Valladolid, Palmela pode ser um excelente ponto de partida para um crescimento
das exportações neste setor da nossa economia.
A Indústria Automóvel em Portugal 30/34
8. Conclusão
A elaboração do presente relatório revelou-se bastante proveitosa em diversos
aspetos.
Em primeiro lugar, proporcionou um conhecimento aprofundado acerca da
importância assumida pelo sector automóvel em Portugal, nomeadamente, em
termos económicos. Torna-se evidente o peso desta indústria no mercado nacional,
não só pelos avultados volumes monetários que movimenta, mas também do ponto
de vista social, empregando (direta e indiretamente) um elevado número de
trabalhadores.
Igualmente de extrema relevância são as informações relativas às linhas de
montagem de automóveis e detalhes de construção de alguns modelos, as quais
possibilitaram uma melhor compreensão de certos conceitos intimamente
relacionados com o curso superior no âmbito do qual foi desenvolvido o projeto
(abordagem de noções associadas a processos de fabrico, componentes de
automóveis e fontes de energia alternativas intimamente relacionadas com os
conteúdos e competências que se pretendem adquirir em Engenharia Mecânica).
É ainda forçoso referir que a pesquisa e análise de alguns dos projetos
realizados nesta área foi extremamente vantajosa, tendo contribuído para um
interesse acrescido no tema em questão, para uma melhor compreensão da
importância da criatividade e da inovação no desenvolvimento de novos projetos e
ainda para a perceção do enorme potencial da indústria automóvel portuguesa.
Para além do inquestionável contributo ao nível da aquisição de
conhecimentos, este trabalho permitiu ainda o aperfeiçoamento de competências
relacionadas com o trabalho em equipa, elaboração de relatórios científicos, posters e
apresentações orais, competências estas que se revelam imprescindíveis no atual
mercado de trabalho.
A Indústria Automóvel em Portugal 31/34
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A Indústria Automóvel em Portugal 34/34
Anexos
Mails enviados para a CPMG e para a Volkswagen Autoeuropa
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