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APOSTILA
Academia de Musica Voices
Prof. Estela Vargas
[APOSTILA AULA CANTO] Est apostila contem todo contedo que iremos usar em aula, tanto na terica quanto na
prtica.
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Sumrio
01 - Introduo do Canto..................................................03
02 - Relaxamento................................................................10
03 - Postura..........................................................................11
04 - Aquecimento...............................................................12
05 - Respirao e Apoio.....................................................14
06 - Articulao Vocal........................................................21
07 - Vocalizes.......................................................................32
08 - Classificao Vocal.....................................................37
09 - Dinmica.......................................................................38
10 - Como estudar em casa...............................................40
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01 - INTRODUO AO CANTO
APARELHO FONADOR
Como funciona o aparelho fonador?
Graas s cordas vocais, podemos falar, cantar, chorar e dar aqueles berros em
momentos de fria. Se tomarmos como base a dimenso pequena do nosso sistema
vocal, jamais poderamos mensurar a enorme potncia que tem. Ele formado apenas
pela laringe e seus componentes, entre eles as cordas (PREGAS) vocais, faringe e
cavidades oral e nasal. Se fosse colocado numa orquestra, ele certamente estaria
posicionado lado a lado com os instrumentos mecanicamente mais simples. Nosso
aparelho fonador, onde fica o sistema vocal, no possui rgos genunos e fez uma
espcie de permuta com os sistemas respiratrio e digestivo do corpo para conseguir se
formar. At pouco tempo, cientistas no sabiam explicar como a voz de um cantor
poderia ser to potente e verstil quanto o som de um instrumento milimetricamente
construdo pelo homem. Mas, usando fibra tica, os pesquisadores conseguiram "entrar"
na laringe e identificar elementos presentes no sistema vocal com funes semelhantes
aos de aparelhos de som.
NS E OS INSTRUMENTOS
Assim como a voz humana, a maioria dos instrumentos musicais contam com
trs elementos bsicos:
1. Uma fonte de som que vibra no ar e cria uma freqncia fundamental e
outras harmnicas relacionadas e que definem o timbre (a "cor" do som)
2. Um aparelho que refora ou amplifica a freqncia fundamental e suas
harmonias
3. Um irradiador de som que transfere o som para um espao livre de ar e
para os ouvidos
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A MECNICA DAS CORDAS VOCAIS
Diferentemente das cordas de um violino, as nossas tm uma estrutura formada por trs
partes, que permitem a diversidade de freqncias que um cantor capaz de
alcanar. Em cada corda h uma espcie de ligamento, onde esto os msculos
contrativos, cobertos por uma membrana mucosa. Msculos que cobrem a cartilagem
anexa s cordas alongam os ligamentos e ajudam a produzir freqncias mais altas.
Quando se contrai, esse msculo aumenta a tenso da corda, o que gera uma
variedade ainda maior de freqncia. Quando o ar dos pulmes passa pela membrana,
ela oscila e troca energia vibracional com essa corrente, criando ondas de som.
O som produzido na laringe seria inaudvel se no fosse amplificado. A estratgia que o
corpo usa para intensific-lo a seguinte: uma ao "empurra-puxa" do ar na laringe
aumenta o balano das cordas vocais. Quando as cordas comeam a se separar, o ar
dos pulmes sobe e faz presso contra o ar que est parado no vestbulo da laringe(1). A
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inrcia desse ar estacionrio aumenta a presso na abertura entre as cordas (a glote) e
as deixa mais separadas (2). Conforme o movimento das colunas de ar, as cordas voltam
a se fechar e cortam a corrente de ar que sobe dos pulmes (3). Essas aes do
organismo ocorrem rapidamente e criam um vcuo na glote, que age para que as
cordas vocais se batam com fora, criando ressonncia. Numa criana, o ciclo vibratrio
se repete mais de 250 vezes por segundo, fazendo com que a vibrao do ar seja grande
e gerando sons mais agudos. Nas mulheres, as cordas se movimentam at 220 vezes por
segundo, e nos homens, cerca de 110 vezes
Veja os rgos envolvidos na produo do som.
Dentro da laringe, uma cpsula formada por vrios ossos e cartilagens interligados, o som
produzido pela vibrao das pregas vocais que em repouso encontram-se separadas
em forma de "V", e quando falamos, passam a se aproximar, ficando apenas uma
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pequenssima fresta para que o ar passe e com o atrito faa as mesmas vibrarem
produzindo o som.
O comprimento e espessura das pregas (que nos homens aproximadamente de 17 a 24
mm e nas mulheres de 13 a 17 mm) JUNTO COM FATORES ANATOMICOS QUE ENVOLVEM
ACSTICA que vai determinar se o som produzido por uma pessoa mais agudo ou mais
grave. Pregas vocais mais longas e espessas produzem sons mais graves (grosso), pregas
vocais com espessura menor e mais curtas, produzem sons mais agudos (fino). Isso a
natureza das pessoas (gentica) que vai determinar. Desta forma a tipo de voz da pessoa
esta ligado entre outros fatores, principalmente a este do formato das pregas vocais.
(Falaremos mais, quando falarmos sobre diviso das vozes e ressonncia em outra
postagem).
Na figura acima vemos o movimento das pregas que se afastam, quando inspiramos ar e
se unem quando falamos, cantamos, ou deglutimos algo. No caso da fonao para o
canto as pregas podem alm de se unirem atravs dos msculos adutores da laringe,
tambm se alongarem ou contrarem, devido ao msculo vocal (TA) tireoaretenideo que
na verdade faz parte da prega vocal que composta de duas partes, o TA e a mucosa
que o recobre, essa que entra em vibrao. Ela est ligada a freqncia sonora, ou
seja, se o som mais agudo ou grave, pois vibra mais (sons agudos) ou menos (sons
graves) vezes, dependendo da fora da culuna de ar e tambm do posicionamento do
msculo TA, que mais alongado, junto com a coluna de ar, faz a mucosa vibrar mais
rapidamente e contrado, mais lentamente. Isso porque alm de alongar e contrair, ele
tambm faz a pregas se unirem mais ou menos. Quanto mais unidas as pregas, maior a
vibrao devido a presso que o ar far sobre elas.
Para cantarmos ou falarmos, alm do som que sai da nossa laringe, devemos DAR
FORMA ao mesmo, para que possamos atravs disso formarmos os diversos fonemas que
nos proporcionam nos comunicar uns com os outros seja por meio da voz falada ou
cantada. Essa necessidade de darmos forma a boca quando cantamos fundamental,
pois precisamos emitir o som que projetado dos ressonadores orofarngeo e faciais
principalmente nos sons agudos, em vez do som que sai simplesmente da garganta, para
que ele (som) se torne mais belo, tanto no aspecto da dico, quanto com relao s
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sua propriedades (timbre, altura, intensidade, que a potncia, etc). Para tanto, deve-se
ovalar a boca, conforme a forma de cada pronncia. Isso nos auxilia pelo fato, de que
nesse processo de ovalar a boca, o ar sofre uma certa presso para sair, com isso, aliado
presso que sofre tambm pelo diafragma, que o empurra, o ar levado para a
CAIXA DE RESSONNCIA ALTA atravs do palato mole, de onde ser ento, projetado.
Isso fundamental para que o som seja emitido com toda a beleza que desejamos.
Existem alguns rgos que esto direta ou indiretamente ligados ao processo da
articulao do som e os chamamos de "ARTICULADORES FACIAIS".
Os articuladores, que so vrios msculos da face e rgos da boca, so os responsveis
por produzirem uma barreira sobre o ar que vem da laringe para que possamos produzir
sons consonantais, ou simplesmente dar forma s vogais, dando assim, origem aos diversos
fonemas que conhecemos.
SONS VOCLICOS (VOGAIS)
So os fonemas gerados a partir da corrente de ar que passa livremente pela cavidade
bucal. Dependem do posicionamento da lngua, dos lbios e do palato mole
(Articuladores Faciais). Podem ser Orais e Nasais.
- Vogais Orais:
Nessas, a corrente de ar passa somente pela cavidade bucal sem encontrar barreira. So
elas: a, , , i, , , u.
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Sua forma depende do posicionamento da lingua principalmente, que atua como
msculo tracionados da laringe, juntamente com os msculos ligados diretamente a
laringe.
- Vogais Nasais:
Nessas, a corrente de ar passa ao mesmo temo pelas cavidades bucal e nasal e conta
com o trabalho do palato mole, que fecha parcialmente a passagem do ar pela boca,
mandando parte desse para as fossas nasais. So elas no total de cinco: nha, nhe, nhi,
nho, nhu.
FORMA DA BOCA EM RELAO S VOGAIS.
- , , : Sons abertos e verticais: - Ovalamento da boca, projeo do som na ressonncia
alta.
- , : Sons fechados e verticais.
Ovalamento da boca e projeo dos lbios para frente. Nos agudos extremos, o queixo
desce para a ampliao do som.
- , : Sons fechados e horizontais no grave e verticais no agudo.
- Um leve sorriso necessrio para que o som projete-se melhor no grave. Ao atingirmos
notas mais agudas a boca vai se ovalando, (posio vertical) e o som passa para a
ressonncia alta, para que possa continuar limpo. Na medida do possvel o sorriso
continua.
SONS CONSONANTAIS
J nos fonemas consonantais, o ar encontra uma barreira na cavidade bucal, como j
vimos, dependendo da posio dos lbios e lngua. D-se o nome de Zona de
Articulao, ao ponto onde ocorre a barreira do ar na cavidade bucal. Por exemplo,
quando pensamos em falar "dedo", a lngua sobe at os dentes incisivos superiores,
impedindo a passagem de ar e som. Esse ponto a zona de articulao linguodental.
Quando ela desce o ar sai e da-se a forma de "D", ao som que foi solto.
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Veja o quadro abaixo:
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2 - RELAXAMENTO
Antes de cantar, muitas pessoas se lembram de checar a postura, respirao, fazem o
aquecimento da voz, mas se esquecem do elemento mais importante para se cantar
bem: o RELAXAMENTO.
Em nossa rotina diria e em muitos momentos, somos incapazes de expressarmos nossas
emoes e isso se transforma em energia acumulada, ou seja, ns ficamos tensos. Essas
tenses vo se acumulando no nosso corpo e em muitas pessoas nos ombros e pescoo.
Temos ento, duas opes: liberar essas tenses atravs de exerccios de relaxamento ou
deix-las se acumularem nos msculos.
importante lembrar que no cantamos apenas com a voz; cantamos tambm com
nosso corpo. A melhor maneira para relaxar a voz, relaxar o corpo.
Exerccios de Relaxamento:
PESCOO:
Movimente sua cabea em crculos. Gire lentamente para um lado e depois para o outro.
Faa trs vezes para cada lado;
Agora, deite a cabea no ombro esquerdo e com a mo esquerda, segure a cabea
nessa posio durante quinze segundos. Faa o mesmo para o lado direito;
Abaixe a cabea, encostando o queixo no peito; cruze as mos e coloque na parte de
trs da cabea. Fique assim por quinze segundos;
Desta forma, voc estar alongando os msculos do pescoo e da nuca.
OMBROS:
Deixe os braos relaxados e comece a girar os ombros lentamente para trs (cinco vezes)
e depois para frente (cinco vezes).
Tente encostar os ombros nas pontas das orelhas; fique assim por quinze segundos e
depois relaxe. Repita trs vezes esse exerccio.
OBSERVAES:
Use o bom senso! Mova-se com cuidado e devagar em cada exerccio, v ao seu prprio
ritmo;
No force nem se machuque tentando relaxar. Se voc tem algum problema nas costas
ou qualquer outro problema de sade, consulte o mdico antes de praticar qualquer tipo
de exerccio fsico.
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3 - POSTURA
"Cerca de dois teros da comunicao humana no-verbal, transmitida por meio de
gestos de mo, expresses faciais ou outras formas de linguagem. A boa imagem corporal
comea com a postura - o modo como voc se posiciona. (Extrado do livro: Sucesso
profissional- Como fazer apresentaes - pg. 40 - Publifolha).
Geralmente quando falamos em postura, logo vem mente aquela imagem de um
soldado totalmente rgido. Ter uma boa postura na hora de cantar essencial para se ter
uma boa produo vocal. Mas isso no tem nada a ver com rigidez. Na verdade, a boa
postura vai nos auxiliar na hora da respirao. Portanto, devemos fazer com que a postura
no seja uma barreira na hora da respirao.
Devemos procurar manter o equilbrio do corpo. Para isso:
os ps devem estar ligeiramente afastados, dividindo assim o peso do seu corpo;
os braos relaxados e soltos;
as costas eretas;
os ombros relaxados, eretos e para trs (sem exagero);
o pescoo deve estar relaxado. Cuidado para no coloc-lo para frente nem para trs,
pois isso ir interferir diretamente na emisso da voz;
a cabea tambm deve estar ereta. Uma boa dica fazer com que seu olhar esteja
paralelo ao cho (no olhar para cima nem para baixo); imagine um ponto na parede na
altura de seus olhos; essa a postura correta.
Todas essas orientaes foram dadas partindo do princpio de que estar cantando em
p, que a melhor forma. Mas cantores altamente treinados conseguem cantar
praticamente em qualquer posio.
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4 AQUECIMENTO
Como o nome j diz, o aquecimento prvio da voz a preparao da voz para o seu uso
por um tempo prolongado e intenso. Podemos aquecer a voz atravs de sons que iro
"massagear" nossas pregas vocais, que como todo msculo, precisa ser preparado e
aquecido antes de ser utilizado na sua plenitude. importante lembrar que o pr-
aquecimento pode e deve ser feito no s pelos cantores, mas por todas as pessoas que
trabalham falando.
EXERCCIO 1:
1) Inspire (armazenando o ar na regio abdominal) at que a barriga esteja repleta de ar.
2) Agora solte o ar aos pouco utilizando o som: Prrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr......
Observe que neste exerccio a lngua deve vibrar bastante!!!! Caso a sua lngua no vibre
e voc esteja forando para emitir este som, PARE! Pois estar fazendo da forma errada.
Mas se voc conseguiu emitir o som com a vibrao constante da lngua, repita este
exerccio todos os dias pelo menos durante 10 minutos. Se for cantar em uma
apresentao ou videok ou ensaiar com sua banda por muito tempo, pr-aquea sua
voz durante 20 minutos (no mnimo) antes de comear a cantar.
Pode-se tambm utilizar outras consoantes que possibilitaro o mesmo efeito como, por
exemplo, o som: Trrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr... Como se voc fosse imitar o som do
telefone('TRRRRRIM!!!), mas lembrando de prolongar bastante os erres (RRRR...) at acabar
o ar.
EXERCCIO 2:
Repita o exerccio anterior com uma diferena. No final de cada som acrescentar as
vogais A,E,I,O,U.
Exemplo1:
Prrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr!!!!
Prrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr!!!!
Prrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr!!!!
Prrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr!!!!
Prrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr!!!!
Exemplo2:
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Trrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr!!!!
Trrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr!!!!
Trrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr!!!!
Trrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr!!!!
Trrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr!!!!
IMPORTANTE!!!
Assim como nos exemplos acima, o som que voc estiver produzindo para pr-aquecer,
dever estar no mesmo volume, intensidade e tom.
***NO BRINQUE COM ESTE EXERCCIO FAZENDO SONS MUITO AGUDOS, MUITO GRAVES OU
MISTURANDO OS DOIS TONS.***
Repita os exerccios SEMPRE no seu tom natural, ou seja, sem forar a garganta.
Se no conseguiu fazer estes exerccios at acabar o ar armazenado, ou seja, voc
comeou bem, mas no meio do exerccio o som falhou, Pare! Respire fundo por 3 vezes,
relaxe um pouco e s ento recomece.
muito comum, no incio, no conseguirmos emitir estes sons at o final, pois trata-se de
sons que ns no estamos habituados a produzir, mas com o treino dirio, fica cada vez
mais fcil.
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5 RESPIRAO
A respirao est extremamente ligada ao ato de cantar, pois a voz produzida quando
o ar passa pelas cordas vocais, fazendo-as vibrar e produzir som. No basta encher os
pulmes de ar para cantar. Temos que saber controlar a sada do ar, aprender a respirar
corretamente. Saber respirar um grande passo para cantar bem.
Algumas vezes, encontramos uma certa dificuldade para respirar enquanto cantamos
(uma msica muito rpida por exemplo) pois temos pouco tempo para respirar. Portanto,
temos que desenvolver a capacidade de respirar em um curto espao de tempo. Apesar
de a inspirao nasal ser melhor, pois o ar filtrado, aquecido e umedecido antes de
chegar aos pulmes, a respirao deve ser nasobucal (pelo nariz e pela boca
combinados). Ento, no se preocupe em respirar s pelo nariz ou s pela boca. Use os
dois. O importante deixar o maior espao possvel para que a passagem de ar seja feita
em menos tempo.
A voz e a respirao esto extremamente ligadas. Quando falamos em respirao, no
podemos nos esquecer do diafragma. Esse "famoso" msculo que separa a cavidade
torcica da abdominal, muito nos auxilia na inspirao (entrada de ar nos pulmes) e na
expirao (sada de ar dos pulmes).
Durante a inspirao, o diafragma se contrai para baixo, dando mais espao para a
entrada de ar nos pulmes. Na expirao ele volta para sua posio normal.
Ao cantar uma msica, o objetivo deve ser o de manter o diafragma em baixo, pois isso
auxiliar no controle da sada de ar. importante usar corretamente o diafragma durante
a respirao para no sobrecarregar as cordas vocais.
Antes de apresentarmos alguns exerccios, lembre-se de fazer os exerccios de
relaxamento.
Exerccios de Respirao
Antes de comear os exerccios, lembre-se:
Inspire sem levantar os ombros; imagine que apenas a base do pulmo est sendo
inflada.
Durante os exerccios, no vamos trabalhar apenas com o diafragma, mas tambm com
os msculos abdominais e intercostais. Quando trabalhamos com esses msculos, temos
condies de armazenar uma maior quantidade de ar pois, as costelas se afastam, o
diafragma desce , aumentando a cavidade torcica para os lados e para baixo.
Mantenha a postura adequada
Faa no mnimo 3 vezes cada exerccio.
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Exerccios 1:
Em p, coloque as mos no ventre, abaixo do umbigo, e inspire lentamente. Se voc
estiver trabalhando com o diafragma, voc notar uma pequena salincia no abdmen
(a barriga "enche" de ar). Expire lentamente controlando a sada do ar.
Inspire novamente e expire em forma de S... (o som deve ser o mesmo de um pneu
vazando ar). Procure manter o som reto. Para isso, lembre-se de usar o apoio do
diafragma e no deixe que o ar saia de uma vez. Calcule o tempo que voc permanece
soltando o ar sem inspirar. Comece com 5 segundos e v aumentando gradativamente.
Faa o mesmo exerccio nas formas: F... e CH...
Exerccio 2:
Inspire;
Pausa (retenha o ar por 2 ou 3 segundos);
Expire suavemente, os lbios em posio de assobio, fazendo com que a sada de ar seja
o mais constante possvel.
Exerccio 3:
Inspire;
Pausa;
Expire com um sopro longo e forte (como se fosse apagar uma vela). No deixe o ar sair
todo de uma s vez, controle a sada do ar.
Exerccio 4:
Inspire;
Pausa;
Expire soltando o ar em sopros curtos. Cuidado para no inspirar entre um sopro e outro,
use apenas o ar que voc inspirou inicialmente.
Exerccios de Respirao II
Exerccio 5:
Inspire;
Pausa;
Expire em "S". A sada do ar deve ser constante, sem oscilaes. No deixe o ar sair todo
de uma vez (imagine o som de um pneu esvaziando). Faa tambm em: "F" e "CH"
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Exerccio 6:
Inspire;
Pausa;
Expire em sopros curtos, mas com o som de "ts", como se fosse uma bombinha de encher
pneu de bicicleta. ( ts, ts, ts, ts, ...) Controle o movimento do diafragma .
Exerccio 7:
Inspire;
Pausa;
Comece expirando com um sopro e transforme em "s". Tente fazer com que a metade do
ar que voc inspirou, saia atravs do sopro e a outra metade saia em "s".
Apoio Diafragmtico
O apoio diafragmtico responsvel pela sustentao do som, bem como a
durabilidade e potncia do mesmo. Ouvimos muito acerca dele, mas s vezes ficamos
confusos na hora de aplicar a tcnica. Quero com esta matria elucidar um pouco mais o
assunto.
O que apoio diafragmtico? uma tenso aplicada musculatura abdominal que faz
com que o ar permanea por mais tempo nos pulmes, no sendo emitido todo de uma
vez, isso porque o diafragma (membrana que separa os rgos inferiores dos superiores)
provoca uma presso dentro do corpo, formando a coluna de ar que permitir a sada
controlada do ar.
Como aplico o apoio diafragmtico?Existem vrias formas de compreendermos e
aplicarmos a tcnica. Vrias escolas ensinam de forma diferente, no que uma seja
melhor que a outra, mas alguns adaptam-se melhor a uma determinada forma mais que
outros. Vou colocar as trs formas que compreendo serem possveis de exercitar:
Forma 1
1 - Inspire lentamente, sem erguer o peito e deixando o ar alocar-se nos pulmes e infl-
los, a ponto de sentir a ampliao da regio abdominal e intercostal.
2 - Encolha a barriga (como se estivesse escondendo-a)
3 - Solte o ar em "zzz" - note que fica difcil at pra falar quando encolhe-se a barriga.
que forma-se uma coluna de ar que impede o ar de ser solto de uma vez.
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Forma 2
1 - Inspire lentamente, sem erguer o peito e deixando o ar alocar-se nos pulmes e infl-
los, a ponto de sentir a ampliao da regio abdominal e intercostal.
2 - Empurre a barriga (como se estivesse aumentando-a)
3 - Solte o ar em "zzz" - esta forma eu particularmente acho mais desconfortvel, porm
alguns preferem us-la.
Forma 3
1 - Inspire lentamente, sem erguer o peito e deixando o ar alocar-se nos pulmes e infl-
los, a ponto de sentir a ampliao da regio abdominal e intercostal.
2 - Tensione o abdmen (como se fosse pegar peso, ou como se estivesse protegendo o
estmago de um possvel golpe. Veja se est bem tenso dando pequenos golpes na
barriga, pra sentir que est bem endurecida a musculao - se no conseguir, faa o
seguinte teste: inspire e sopre com bastante fora. Enquanto estiver soprando, note como
a musculatura abdominal fica tensa. Agora tente tension-la sem soprar, ento segure a
tenso e apalpe o abdmen pra senti-lo firme. Quando estiver firme, o apoio est ativo)
3 - Solte o ar em "zzz" - esta forma, apesar de parecer um pouco mais complexa, acredito
que a que se aproxima mais de um bom apoio diafragmtico, pois a sua execuo no
interfere nos rgos internos de forma direta, ele acontece de fora pra dentro, no o
contrrio.
Escolha uma das trs formas (apenas uma das trs, ok?) e exercite bastante o movimento
abdominal. Quando notar que est controlando bem o apoio, exercite a emisso
aplicando o apoio da seguinte forma:
1) Inspire lentamente, sem erguer o peito e deixando o ar alocar-se nos pulmes e infl-
los, a ponto de sentir a ampliao da regio abdominal e intercostal.
Solte o ar lentamente em "sss"
Assim que comear a soltar, aplique o apoio e mantenha-o firme at o fim da emisso.
Inspire lentamente, sem erguer o peito e deixando o ar alocar-se nos pulmes e infl-los,
a ponto de sentir a ampliao da regio abdominal e intercostal.
Solte o ar em "sss" aos "soquinhos", cortando a emisso (S - S - S - S - S - S)
Note que a cada "S" emitido, o abdmen faz um pequeno movimento ou contrao. Isto
sinal de que ele est comandando a emisso do ar. Valorize bem este movimento e, se
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possvel, procure de fato for-lo. Quanto mais controle se tem sobre esta musculatura,
maior o controle sobre a emisso.
Faa os exerccios acima em "SSS", "XXX", "FFF", "ZZZ", "VVV", "GGG". Cronometre a
evoluo.
A CINTA ABDOMINAL (Apoio Diafragmtico)
VOC PODE LOCALIZAR OS MSCULOS NAS FIGURAS ABAIXO
8 - A cinta abdominal composta de vrios msculos, dos quais os principais so: o
transverso do abdmen 1 (figura A) , e na (figura B) o grande oblquo 6, o pequeno
oblquo 5 e o grande reto 4 e 9 na (figura C), que garantem a esttica e participam,
tambm, na sua totalidade da dinmica respiratria e da sustentao da voz.
preciso lembrar do grande dorsal 10, na regio lombar, (Figura D) que utilizado na
inspirao, mas principalmente na expirao.
O trabalho desta musculatura poderosa indispensvel a firmeza das costelas durante o
canto. A atividade deste conjunto de msculos permite modular, regular a presso
expiratria, segundo as exigncias da msica, por um controle consciente e permanente.
A capacidade pulmonar varia de indivduo para indivduo, segundo a idade e o sexo. Ela
difere tambm conforme a posio: menos importante na posio deitada, mais
profunda quando se est de p e um pouco menos quando sentado.
Seguem os nmeros recolhidos por vrios autores e aps numerosos exames
espiromtricos.
Aps uma inspirao profunda, a capacidade mxima (JAMAIS UTILIZADO NO CANTO)
varia de uma pessoa para outra. Para os homens, entre 3,50 e 5,30 litros (Caruso tinha 4,50
litros). Para as mulheres, entre 1,80 e 3,70 litros. Normalmente, na voz cantada, a
capacidade oscila entre 1 e 1,50 litros, dependendo do comprimento da frase.
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9 - Grande Reto 10 - Grande Dorsal _11 - Coluna Vertebra
10 -
Ela varia tambm conforme o tipo de respirao. Na respirao costal superior ela
mnima, porque a parte mais estreita da caixa torcica, permitindo pouco
desenvolvimento e provocando contraes intempestivas da regio do pescoo e dos
msculos larngeos. Ainda, a subida do diafragma fica limitada devido ausncia de
movimentos abdominais. J a respirao costo-abdominal facilita o alargamento no
sentido antero-posterior, aumentando assim a capacidade respiratria, sem esforo, e
possibilitando a subida do diafragma. A capacidade no a principal razo da eficcia
respiratria. O mais importante e o controle do sopro, do modo como ele economizado,
disciplinado e utilizado conscientemente, a fim de fornecer a presso que corresponde s
necessidades da msica.
Quaisquer que sejam as dificuldades de adaptao da respirao a fonao,
importante que os movimentos abdominais e torcicos estejam sempre relacionados a
quantidade de ar inspirado. Muitas vezes, o cantor no percebe que ele toma ar demais
ou, ao contrrio, pouco ar.
Se usarmos o espirmetro durante o treinamento respiratrio, poderemos obter
informaes interessantes com dois testes: um que mede a capacidade pulmonar e outro
que demonstra a eficcia do trabalho muscular.
Quando o sopro no e disciplinado, existe uma diminuio no tempo de expirao
mesmo quando h uma capacidade pulmonar maior e j foi comprovado em testes
realizados que, a capacidade no e o elemento mais importante, e sim o domnio da
tonicidade e a agilidade dos msculos que so os fatores que realmente importam.
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1 - Msculo transverso
do abdome
2 - Pbis
3 - Osso Ilaco
4.Grande Reto
_ _ 5 - Pequeno Oblquo
_ _ 6 - Grande Oblquo
_ _ 7 - Cpula diafragmtica esquerda
_ _ 8 - Cpula diafragmtica direita
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6 ARTICULAO VOCAL
Articulao e Clareza do Som
Cantar um elemento da articulao. As palavras da msica devem ser muito claras e
objetivas, para causar um processo de ao e reao imediata. Para que isto acontea,
deve-se levar em conta dois processos:
Articulao: processo pelo qual os rgos da fala moldam o som vocal em sons
reconhecveis da fala.
Interpretao: processo pelo qual se carrega o esprito ou significado da msica atravs
do modo como se executa.
O primeiro passo para uma boa interpretao o domnio de uma boa articulao. Tanto
no canto, quanto na fala (a muitas pessoas), os movimentos articulares devem ser mais
acentuados do que na conversao usual.
Os elementos na figura acima esto intimamente envolvidos no que se refere
articulao e clareza do som. Qualquer alterao no funcionamento deles ir interferir no
som emitido.
Lbios
H pessoas que possuem um problema de excessiva tenso labial, o que impede a boa
mobilidade e flexibilidade. Por outro lado, existem pessoas que possuem um tnus labial
baixo, ou seja, flcido.
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A posio ideal para os lbios, aquela que ajuda o rosto a Ter uma expresso
agradvel, feliz. Deve-se evitar pux-los exageradamente para os cantos ou para frente
quando se estiver cantando ou falando, pois isto pode modificar a qualidade sonora.
Para aqueles com problema de tenso ou flacidez labial, existe um procedimento muito
simples e bastante eficaz, sugerido pelo fisioterapeuta e fonoaudilogo Nolio Duarte.
Primeiramente, deve-se visualizar a boca e seus pontos-chave:
Quem tem excessiva tenso, deve relaxar os lbios, apertando com o indicador e o
polegar nos pontos indicados acima, seguindo a ordem numrica referida. Deve apertar
cada ponto com firmeza, no entanto, sem exageros, durante 5 a 10 segundos. Pode ser
incmodo, mas, ao final, os resultados vo valer pena.
J quem tem lbios flcidos, precisa de tonificao. O procedimento o mesmo, s que
ao invs de apertar demoradamente, d-se ligeiros apertes (apertando e soltando
imediatamente) no mesmo sentido numrico do esquema. Estas pessoas tambm podem
fazer exerccios do "i" ou do "u", torcendo a boca para um lado e para o outro.
De um modo em geral, neste exerccio das vogais, pode-se utilizar o "p" e o "b" para treino
labial, pois estas consoantes so totalmente dependentes dos lbios.
Lngua
A lngua o principal rgo da articulao, pois interfere na formao das vogais e
consoantes. Em mdia, a lngua trabalha numa velocidade de 370 movimentos por
minuto.
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Cerca de 90% dos problemas que envolvem a lngua so de tenso. Isso causa o
ressecamento da boca pela retrao constante da lngua. Este posicionamento no
estimula muito a produo de saliva em termos fisiolgicos, e tambm interfere
consideravelmente na emisso do som, por razes explicadas mais adiante quando
falarmos da faringe.
Existem, tambm, aqueles que precisam tonificar a lngua, sendo caracterizados pelo
acmulo excessivo de saliva.
A lngua deve permanecer numa determinada posio, chamada de "posio de
repouso", ao longo do "assoalho" da boca tocando os dentes inferiores. Veja os seguintes
exerccios de relaxamento.
- colocar a lngua um pouco para fora da boca e morder levemente a pontinha da lngua
- pressionar a lngua fortemente contra os dentes fechados por 5 segundos;
Em seguida, deve-se associar os dois exerccios lentamente. Alguns problemas da
pronncia do "S" podem ser resolvidos com a colocao da lngua na posio de
repouso.
Maxilar
A tenso um grande fator limitante da boa atuao dos maxilares. Pode-se perceber a
tenso existente ao se fechar os dentes e engolir a saliva. Quando se canta de boca
fechada ocorre isto. Por isso, aparecem dores aps o ensaio ou apresentao, ou mesmo
aps a fala.
O maxilar interfere nos msculos da face, modificando o poder de contrao. Portanto,
deve-se relaxar esses msculos, facilitando a abertura e a flexibilidade da boca e
liberando os msculos da garganta.
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Nunca se deve usar posies foradas, tais como empurrar o maxilar para frente, pux-lo
para trs ou tranc-lo numa posio. A sonoridade vai depender, em parte, da abertura
que for dada ao maxilar. Em relao tenso ao maxilar inferior, pode-se realizar alguns
exerccios, lembrando que devem ter maior cuidado ao realiz-los aqueles com
tendncia luxao do maxilar.
1. Lateralizao
Abrindo a boca e movimentando o maxilar para a direita e para a esquerda.
2. Abertura total
Abrindo bem a boca por alguns segundos.
3. Projeo anterior
Com a lngua na posio de repouso, projetando-se o maxilar para a
frente, permanecendo assim por alguns segundos.
4. Projeo posterior
Com a ajuda de um dedo, fazendo-se um recuo do maxilar por
alguns segundos.
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Faringe
A faringe tem a funo de ampliar o som, e embora no seja essencial para a
articulao, est intimamente ligada posio assumida pela lngua. Seu melhor
desempenho depender do comportamento da lngua.
A ampliao do som ser tanto melhor quanto melhor for o espao que o som puder
ocupar dentro da boca.
Como se pode ver neste esquema, a voz ter uma melhor ampliao na posio 1, a
qual tem o dobro do tamanho da posio 2. Deve-se notar como o hbito to comum da
posio 3 diminui consideravelmente o espao para a ampliao da voz.
Existem exerccios que facilitam a aquisio do hbito da posio 1:
- sabe-se que ao se fazer o movimento de engolir, a lngua inicialmente sobe e em
seguida, sua parte posterior desce. Ento, com o dedo indicador e o polegar em cada
extremo do maxilar inferior, faz-se o movimento de engolir. Quando a parte posterior da
lngua estiver descendo, mantm-se uma presso para baixo, forando os dedos, sem
esquecer que a ponta da lngua deve estar no padro de repouso.
- pode-se escolher um tom mdio, e com as vogais "a", "o", e "u" as pessoas podem cantar
variando o padro de lngua na posio 2 (representado pela vogal em minsculo) e
posio 1 (representada pela vogal em maisculo).
Palato
O palato se divide em 2 partes: o palato duro (cu da boca) e o palato mole (vula,
conhecida como campainha).
O palato duro est envolvido com a projeo da voz, e o palato mole com a formao
de sons orais e nasais.
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O som, na verdade, formado por ondas. As ondas s se propagam em linha reta, da a
importncia do palato duro aliado a uma boa postura da cabea:
Sabe-se que as narinas so responsveis pela ressonncia nasal. Porm, o som nasal s
ser emitido com a "permisso" do palato mole (a vula).
Sons nasais
Sons orais
Para emitir esses sons nasais, a vula desce. Caso suba, os sons emitidos sero orais.
O excesso ou a falta de nasalidade podem representar srios problemas de voz,
afastando-se da normalidade e modificando o som original que deveria ser produzido.
A origem dos problemas pode estar no hbito de colocao errada da voz, at
problemas mais srios, como tumores, sinusite, adenide e excesso de muco.
RESSONADORES VOCAIS E OS RGOS ARTICULADORES
O som produzido na laringe seria praticamente inaudvel se no fosse amplificado
e modificado pelas caixas de ressonncia prximas laringe. Para a tcnica vocal (o
canto), daremos especial ateno aos ressonadores da face. So eles: cavidade da
boca, cavidades do nariz e os seios paranasais, chamando-os de ressonadores faciais ou
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voz facial. esta voz facial que o cantor, seja qual for sua voz, deve e precisa desenvolver.
Uma voz que no explora essas ressonncias, mesmo sendo uma voz forte, ser uma voz
sem brilho e sem qualidade sonora. A voz bem colocada tem penetrao, beleza e
qualidade.
A voz no impostada, no trabalhada, geralmente apoiada na garganta, emitindo,
assim, sons imperfeitos, sem brilho, mesmo que o timbre seja muito bonito e agradvel.
Voc j deve ter ouvido falar em cantar na mscara, ou seja, utilizar os ressonadores
faciais. Observe os ressonadores faciais fazendo este simples teste: coloque uma das mos
encostadas no Pomo de Ado, que a salincia da laringe e a outra entre o lbio
superior e o nariz, apenas encoste a mo. No faa fora nem aperte. Com a boca
fechada produza um som qualquer, como um HUM. Se observar uma vibrao no
Pomo voc est apoiando a voz na garganta e no nos ressonadores faciais, caso a
vibrao maior seja abaixo do nariz voc estar no caminho certo, utilizando esses
ressonadores faciais. No se preocupe, faremos outros exerccios para tal
desenvolvimento.
Uma voz que no utiliza os ressonadores faciais tende a provocar um desgaste obrigando
o cantor a um esforo desnecessrio e, sem dvida, sua voz ser envelhecida
prematuramente.
Impor a voz na face no significa for-la nos ressonadores faciais com excessos de
emisso e sim emiti-la de forma fisiolgica sabendo explor-la de maneira natural.
Os rgos articuladores so: os lbios, os dentes, a lngua, o palato duro, o vu palatar e a
mandbula e so encarregados de transformar a voz em voz falada ou cantada. Qualquer
deficincia de articulao ir dificultar o entendimento do que se canta.
importantssimo saber pronunciar bem as palavras de acordo com o idioma e suas
regras, explorando os articuladores na forma correta dos vocbulos. A cavidade bucal
sofre diversas alteraes de tamanho e forma pelos movimentos da lngua, considerada
como o principal rgo da articulao, pois apresenta uma enorme variabilidade de
movimentos pela ao dos seus msculos.
CAVIDADES DE RESSONNCIA
Elas esto situadas frente da coluna cervical, isto atrs da parte ssea e do maxilar e
segem laringe. Elas so compostas pelo baixo ou oro-faringe, limitada embaixo pelas
cordas vocais, frente pela epiglote e a base da lngua, e atrs pela parde anterior da
coluna vertebral que recoberta pelos msculos constritores. Ao lado esto os pilares,
prolongados acima pelo vu palatino. Acima e atrs das fossas nasais, o cavum, ou rino-
faringe (figura A).
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____Figura A - 1. Sinus; 2. Fossas nasais; 3. Cavum; 4. Vu
palatino;______ 5. Lngua; 6. Epiglote; 7. Cordas vocais.
Estas cavidades possuem paredes fixas (maxilar superior e palato duro) e paredes mveis
(mandbula, lngua, epiglote, lbios e vu palatino). Suas formas e dimenses so variveis
dependendo das pessoas. Alguns destes rgos tm um sentido muscular (lngua, lbios e
mandbula) e outros no tm (vu, palatino, laringe e cordas vocais).
No interior desta cavidade se encontra o vu palatino que se segue ao palato. Ele pode
ter um dimetro transversal e sagital mais ou menos desenvolvido e ser mais ou menos
longo e musculoso. Qualquer que seja sua forma, o mais importante sua mobilidade. Sua
posio depende das atitudes articulatrias e varia, segundo a ausncia ou a presena
de nasalizao (figura B). Neste caso, ele se abaixa e deixa passar um pouco de ar nas
cavidades nasais. Ele muda tambm, segundo os movimentos da mandbula, dos lbios,
da laringe e o alargamento, mais ou menos pronunciado da faringe. Ao nvel dos pilares,
do vu palatino e da parede farngea, este alargamento sentido como uma atividade
muscular importante e muito sensvel (figura C ).
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Figura B 1. Elevao do vu palatino; 2. Abaixamento do vu
palatino.
A Lngua
Ela um rgo muscular mvel, feita de numerosos msculos e ligada epiglote e
laringe. Ela pode e deve executar movimentos extremamente precisos, em diferentes
pontos da cavidade bucal. o principal rgo da articulao. Ela encontra pontos de
apoio sobre diferentes partes da abbada palatina e pode realizar, tanto movimentos da
ponta em direo s arcadas dentrias inferior ou superior, como elevar a base at a
parte posterior do palato.
Atravs dos msculos que a unem aos rgos circunvizinhos, ela intervm na abertura
bucal, nos movimentos do vu palatino e na tonicidade e firmeza da articulao.
Como todos os msculos desta regio esto relacionados entre si, diretamente, e se
continuam por suas fibras musculares com os msculos da hipo-faringe e da laringe, toda
contrao para baixo e para trs vai desencadear uma ao de outros msculos desta
regio, enquanto que toda posio normal da base da lngua atenua as contraes
deste conjunto de msculos.
Do mesmo modo, toda ao, que procura alargar transversalmente as cavidades de
ressonncia, ter tendncia a atenuar a ao dos msculos que fecham ou estreitam a
abertura da hipo-faringe e da parte posterior da boca.
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____
Figura C A cavidade bucal. 1. Vu palatino; 2. vula; 3. Pilar
anterior; 4. Pilar posterior; 5. Amgdala; 6. Lngua; 7. Parede farngea.
Ela o rgo mvel da articulao e, tambm, comanda a atitude da laringe, o volume
das cavidades supra-larngeas em sinergia com os movimentos da lngua. Quanto aos
lbios, eles regulam a atribuio do ressonador bucal anterior.
nesta grande cavidade farngea, que o som emitido pela laringe vai desenvolver o
timbre pessoal do cantor e onde se dar o acordo vocal realizado entre a laringe, rgo
vibrador, e as cavidades supra-larngeas, rgo ressonador. A tambm so realizados os
movimentos de articulao, dos quais a voz o suporte. A mandbula tem um papel
essencial no que diz respeito colorao dos timbres e compreenso do texto cantado.
, pois, o lugar de uma atividade muscular permanente j que h uma mobilidade
constante dos rgos contidos nas cavidades supra-larngeas. Suas possibilidades de
adaptao permitem ao cantor distribuir, a seu bel-prazer, as zonas de ressonncia (figura
15), ou seja, de modificar a composio acstica das sonoridades, j que no nvel
destas cavidades que os harmnicos so filtrados, onde alguns sero aumentados e
outros diminudos. por um automatismo acstico-fonatrio controlado pelo ouvido, pelas
modificaes muito sutis, muito finas, que se pode obter uma grande variedade de
sonoridades e adaptar o conjunto destes mecanismos s exigncias do texto, da msica e
da expresso.
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___Figura D 1. Ressonncias farngeas; 2. Ressonncias bucais; 3.
Ressonncias nasals.
Esta facilidade de adaptao voluntria ou involuntria explica a realizao de um
timbre ou de uma emisso particular, conforme o gosto do professor ou do aluno.
Mas ela no estar obrigatoriamente de acordo com as possibilidades do cantor, nem s
regras da fisiologia vocal, da fontica, da acstica e da fsica. Cedo ou tarde elas levaro
s dificuldades de outra natureza.
Devemos assinalar a importncia desta grande cavidade farngea para o cantor, pois
este o lugar privilegiado para as infeces e inflamaes. Efetivamente, a face posterior
da faringe pode estar congestionada pelo muco retro-nasal descendente, pelas
inflamaes dos sinus que atingem a laringe, por um cavum obstrudo por vegetaes,
pelas amgdalas infectadas ou pelo catarro tubrio. Todas estas inflamaes ou infeces
supra-larngeas se transmitem mucosa da faringe e da laringe e modificaro o tipo de
contrao dos msculos que os recobrem bem como a qualidade das mucosas. Elas,
tambm, atrapalharo a respirao do cantor, obrigando-o a pigarrear e a modificar as
sensaes indispensveis ao controle da voz cantada.
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7 - VOCALIZES
So exerccios vocais que trabalham com escalas e as vogais. Da o termo "vocalize". As
consoantes tambm so necessrias, pois quando so bem pronunciadas, ajudam a
melhorar a dico.
Os vocalizes tm vrias funes, como para aquecimento vocal. Entretanto, tambm
contribuem para afinao, dico, dinmica e acentuao.
Importante: Preste ateno ao pronunciar as slabas, palavras e frases. muito importante
que o auditrio entenda exatamente o que a letra da msica diz, pois assim, que
conseguimos transmitir a mensagem que a msica traz. Muitas vezes Deus usa a msica
para preparar os coraes daqueles que nos ouvem para dar o "recado" que Ele tem
para elas naquele dia. Portanto, de agora em diante, preste muita ateno naquilo que
voc canta e como est cantando.
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Exerccio 04
Exerccio 05
Exerccio 06
Nesse exerccio, vamos utilizar uma tcnica chamada "boca chiusa". Voc dever realizar
esse exerccio com a boca fechada, mas os dentes no podem estar cerrados.
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Observaes:
Lembre-se que todos os exerccios devem ser feitos dentro de uma oitava, subindo de
meio e meio tom Associe aos vocalizes tudo o que foi visto sobre respirao.
Exerccio 10
O objetivo desse exerccio trabalhar a colocao de voz.
Segure por quatro tempos a mesma nota e d um intervalo tambm de quatro tempos.
Comece pela nota mais aguda e v at o mais grave (lembre-se que estamos
trabalhando apenas dentro de uma oitava).
Exerccio 11
Nesse exerccio voc vai perceber que estaremos cantando algumas notas que
normalmente no usamos em outros exerccios, que sero utilizados para aprimorar a
percepo musical. Esta uma escala cromtica, isto , uma escala formada por
semitons. Primeiro, cante "I A", e depois "OH".
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Durante a prtica desses exerccios tudo deve funcionar em conjunto: respirao, postura,
ritmo e tudo o que j vimos anteriormente. No vocalize 12, voc dever cantar a primeira
linha das vogais (uma em cada nota) e em seguida, repita o mesmo exerccio cantando
a segunda linha das vogais. No vocalize 13, voc dever cantar primeiro "d..." em todas
as notas de exerccio. S depois que voc deve passar para a prxima slaba.
Exerccio 14
Esse exerccio deve ser feito cantando as vogais, usando apenas uma nica respirao
para todo o exerccio, sem pausas. O objetivo trabalhar a extenso da sua respirao e
a sua capacidade de sustentar notas sem desafinar. Voc no deve se sentir cansado
aps esse exerccio. Se isso acontecer, preciso praticar mais os exerccios de respirao!
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Exerccio 15
Esse exerccio vai ajud-lo a desenvolver sua mobilidade vocal. Cante cada nota da
escala; sem atropelar nenhuma. Voc pode cantar alternando as vogais "A" e "O" cada
vez que subir o tom.
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8 - CLASSIFICAO VOCAL
Na msica clssica vemos uma diviso bem clara e rgida para cada tipo de voz. Isso
ocorre por que o cantor (a) deve seguir uma partitura que j trs definidos o ritmo, a
tonalidade e o andamento da msica que foram determinados pelo compositor.
Acredito que para o canto popular no h necessidade de uma classificao como no
canto lrico (clssico). Por exemplo: se uma pessoa que contralto quiser cantar uma
msica que foi composta originalmente para soprano, basta alterar a tonalidade da
msica para adequ-la sua tessitura.
Quando falamos em grupos vocais (corais, madrigais, etc) a sim essa classificao vocal
existe e tanto na msica popular como na msica clssica pode-se perceber claramente
a diviso das vozes.
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9 - DINAMICA
muito desagradvel quando paramos para ouvir uma msica e percebemos que ela
comea e termina sem dinmica alguma; ou seja, no se percebe nenhuma variao de
volume durante toda a msica. Para trabalhar com dinmica, primeiramente preciso
que o cantor(a) esteja integrado com os msicos que executaro o instrumental. No
adianta o cantor se esforar em demonstrar uma certa "emoo" enquanto canta e os
msicos no acompanharem a mesma idia. Para quem canta com play-back, deve-se
ouvir com muita ateno seu instrumental antes de cantar. Para entendermos como
funciona a dinmica numa msica, vamos observar duas coisas importantes:
1. O que diz a letra - Esse o ponto de partida. A partir do momento que decidimos passar
uma mensagem, devemos nos lembrar de usar todos os recursos disponveis para que isso
acontea (cada um a seu tempo). Portanto, leia a poesia antes e reflita naquilo que voc
ir cantar interpretando-a durante a execuo.
2.Volume - o recurso que pode ser usado para se trabalhar com a dinmica da msica.
Grande o Senhor
Grande o Senhor
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10 - COMO ESTUDAR EM CASA
RELAXAMENTO
POSTURA
RESPIRAO
VOCALIZES
REPERTRIO
O relaxamento e a postura esto extremamente ligados. Lembre-se que cantamos com
nosso corpo todo, no apenas com a voz!
Saber como trabalhar a respirao na tcnica vocal, como j vimos em aulas anteriores,
muito importante para desenvolver a capacidade de cantar bem. Para isso,
necessrio praticar os exerccios que foram dados com muita dedicao e aos poucos, ir
aumentando a intensidade deles.
Os vocalizes tem muitas finalidades. Uma delas o aquecimento vocal, que deve ser feito
sempre antes da aula ou apresentao. Tambm devemos praticar os vocalizes com a
inteno de se melhorar a afinao, ritmo, etc.
Esquema de estudo 1 hora/aula por dia:
Os dez minutos iniciais so para o relaxamento. Faa todos os exerccios que esto na
aula e outros que voc souber que sirvam para relaxar os ombros, pescoo e costas.
Aproveite tambm para verificar a postura.
Nos dez minutos seguintes, faa exerccios de respirao. V aumentando
gradativamente a repetio de cada exerccio at fazer cinco vezes cada um.
Nos prximos dez minutos, invista nos exerccios de vocalizes, que servem para afinao,
aquecimento, ritmo, etc.) No incio do estudo, prefervel trabalhar apenas em uma
escala, isto , faa apenas dentro de uma oitava. (Ex: comeando no d central do
piano/teclado siga as notas indo para a direita (agudo), fazendo os exerccios at o
prximo d).
O tempo restante poder ser aplicado no repertrio. Essa a hora de aplicar tudo que
voc tem feito nos exerccios. Procure escolher msicas com ritmos variados.
" A voz um cdigo de expresso da alma, pois revela nossas impresses mais profundas
atravs de seu timbre, seu volume, sua forma de emisso, enfim. Quando trabalhamos
com a voz de algum, colocamos em jogo o seu esquema de valores, toda a sua filosofia
de vida e toda a sua cosmoviso."
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VOICES
PROF. ESTELA VARGAS
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