criterios de validação imunodiagnóstico
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Critérios de avaliação e escolha de métodos de
diagnóstico
Critérios de avaliação e escolha de métodos de
diagnóstico
Universidade Federal da BahiaInstituto de Ciências da SaúdeDepartamento de Biointeração
Disciplina ICS 057 – Biotecnologia aplicada à saúde
Validade de um Teste Diagnóstico
A validade de um teste refere-se a quanto, em termos
quantitativos, um teste é útil para diagnosticar um evento ou
predizê-lo (validade preditiva).
Para tal, compara-se os resultados do teste com os de um
padrão: pode ser o estado do paciente, se a informação está
disponível, um conjunto de exames julgados mais adequados,
ou uma outra forma de diagnóstico que sirva de referência
(Padrão ouro).
Isolamento do agente, associado ou/não a
apresentação clínica de sintomas
Isolamento do agente, associado ou/não a
apresentação clínica de sintomas
Diagnóstico verdadeiroDiagnóstico verdadeiro
Padrão OURO – pode ser constituído pelo diagnóstico
verdadeiro, ou mesmo por um teste confiável e já utilizado
para o diagnóstico de determinada enfermidade
(geralmente definido pela OMS)
Padrão OURO – pode ser constituído pelo diagnóstico
verdadeiro, ou mesmo por um teste confiável e já utilizado
para o diagnóstico de determinada enfermidade
(geralmente definido pela OMS)
O teste diagnóstico ideal deveria fornecer, sempre, a resposta
correta, ou seja, um resultado positivo dos indivíduos infectados
e um resultado negativo nos indivíduos sem a infecção.
Características ideais: Rápido de ser executado, seguro, simples,
inócuo, confiável e de baixo custo.
4 interpretações possíveis.
Propriedades de Testes Diagnósticos
Padrão Ouro
Teste em Validação
Infectado Não Infectado TOTAL
Positivo Verdadeiro Positivo
(VP)
Falso Positivo
(FP)
Total de Exames
Positivos
Negativo Falso negativo
(FN)
Verdadeiro Negativo
(VN)
Total de Exames
Negativos
TOTAL Total de Infectados
Total de Não Infectados
Total de Exames
... uma combinação binária entre os resultados prováveis obtidos em um determinado teste e o diagnóstico verdadeiro da doença
Validade Intrínseca
Sensibilidade Especificidade Eficiência
É o desempenho do teste quando comparado a um teste de referência.
• Característicos do teste e não da população em estudo
• Fornecem resultados consistentes independente da
prevalência da doença
• Característicos do teste e não da população em estudo
• Fornecem resultados consistentes independente da
prevalência da doença
• É a porcentagem de pacientes com determinada
condição/infecção para os quais, se o teste é utilizado, se
obtém resultados positivos.
• Quanto maior a sensibilidade, maior o poder do teste de
detectar a condição estudada e menor a ocorrência de falso-
negativos.
Sensibilidade = VP VP + FN
Sensibilidade
• Existem casos em que os pacientes estão com a
determinada infecção, o teste é utilizado e apresenta
resultado negativo. Estes casos denominam-se falsos
negativos, o que significa uma deficiência na sensibilidade
do ensaio. A maioria dos testes apresentam alguma
margem/proporção de falsos negativos.
Especificidade
• É a porcentagem dos indivíduos que não tem a
condição/doença e ao utilizar-se o teste apresenta resultados
negativos.
• Quanto maior a especificidade, maior a segurança dos
resultados quando identificados como positivos no teste, e
menor a ocorrência de falso-positivos.
Especificidade = VN VN + FP
• Existem casos em que os pacientes estão sem a
determinada infecção, o teste é utilizado e apresenta
resultado positivo. Estes casos denominam-se falsos
positivos, o que significa uma deficiência na
especificidade do ensaio. A maioria dos testes apresentam
alguma margem/proporção de falsos positivos.
• Quanto mais alta a especificidade, menor será a taxa de falso positivos e
menor será a proporção das pessoas desnecessariamente preocupadas ou
expostas a tratamentos indevidos.
• A maioria dos testes mostra alguns "falso-negativos“: os pacientes estão
com a condição/infecção e nos quais o teste se apresenta negativo.
• Em algumas situações ou condições em que há riscos de omitir ou
retardar tratamentos necessários, a proporção de falso negativos pode ser
inaceitável.
Combinação binária entre os resultados prováveis obtidos em um determinado teste e o diagnóstico verdadeiro da doença
TESTE
DOENÇA – Diagnóstico verdadeiro
PRESENTE AUSENTE
POSITIVOVerdadeiros positivos (VP)
Falsos positivos (FP)
NEGATIVOFalsos negativos (FN)
Verdadeiros negativos (VN)
TOTAL VP + FN FP + VN
SENSIBILIDADE ESPECIFICIDADE+
Eficiência
• É a porcentagem correta de resultados do testes,
verdadeiros positivos e negativos.
• Em economia da saúde, ao comparar produtos, eficiência
inclui a variável custo, indicando o mesmo ou maior efeito
pelo menor custo.
Eficiência = VP + VN VP + VN + FP + FN
Validade Extrínseca
É a capacidade do teste em detectar a real situação da
população em relação à doença que está sendo estudada.
Também avalia o desempenho do teste em uma dada
população.
Repetitividade Acurácia ou exatidão
Reprodutibilidade
Repetitividade
• É um parâmetro que determina existir concordância dos
resultados obtidos quando um mesmo teste é feito várias vezes.
• Mede o erro acidental do método, que corresponde ao erro
experimental acumulado (erro aleatório).
• É a reprodutibilidade dos resultados ao repetir o teste várias
vezes, no mesmo ou em vários laboratórios, em circunstâncias
similares. A precisão não implica acurácia!
Reprodutibilidade
• É a obtenção de resultados iguais em testes realizados com a
mesma amostra de material biológico, quando feitos por
pessoas diferentes em LOCAIS e MOMENTOS variados e se
garante quando a precisão e a exatidão são sempre avaliadas.
• Desvio padrão
• Coeficiente de variação
• Coeficientes de correlação
(Pearson, Spearman)
• Variância entre medidas
• Desvio padrão
• Coeficiente de variação
• Coeficientes de correlação
(Pearson, Spearman)
• Variância entre medidas
Acurácia ou exatidão
• É um parâmetro que determina a capacidade do teste
em fornecer resultados muito próximos ao verdadeiro
valor do que se está medindo.
• Mede o erro sistemático ou a tendência dos resultados
de se desviarem em uma dada direção e proporção
em relação ao valor real.
• É a habilidade o teste de obter resultados similares
ao teste padrão (Padrão OURO). Mais aplicado a testes
quantitativos.
COMO COMPARAR DOIS
TESTES NA PRÁTICA?
Coeficiente Kappa (k) – medida de concordância que ajusta a concordância observada, descontando do total, aquela ocorrida devido ao acaso.
Coeficiente Kappa (k) – medida de concordância que ajusta a concordância observada, descontando do total, aquela ocorrida devido ao acaso.
Valor do coeficiente Kappa Interpretação
<0 Sem concordância
0-0.19 Concordância pobre
0.20-0.39 Concordância fraca
0.40-0.59 Concordância moderada
0.60-0.79 Concordância substanciual
0.80-1.00 Concordância quase perfeita
Fonte: Landis JR, Koch GG. The measurement of observer agreement for categorical data. Biometrics 1977; 33: 159-174
COEFICIENTE KAPPA DE CONCORDÂNCIACOEFICIENTE KAPPA DE CONCORDÂNCIA
TABELA 2: Comparação de ensaios diagnósticos para linfadenite caseosa em ovinos
ID Animal Cultivo PCR Elisa IFN-gamma174 c Neg Pos Pos 1095,2912128 Pos Pos Pos 1069,04
107 Pos Neg Pos 1005,7112194 Pos Pos Pos 926,1312212 Neg Neg Pos 930,2912260 Pos Pos Pos 670,7112146 Pos Pos Pos 584,041749 Neg Neg Neg 191,131264 Neg Neg Pos 47,792460 Neg Pos Pos 315,711727 Neg Neg Pos 1102,38
12264 Neg Pos Pos 442,791375 Pos Pos Pos 996,96
11066 Neg Pos Pos 895,711753 Pos Pos Neg 1137,791581 Pos Pos Pos 1044,88435 Neg Neg Pos 373,21
11028 Neg Pos Pos 964,04551 Neg Pos Pos 950,29
105 b as Neg Neg Pos 614,4644 Pos Pos Pos 931,96
1419 Neg Pos Pos 998,2111478 Pos Pos Pos 596,135096 Neg Pos Pos 390,29
12278 Pos Pos Pos 736,961148 Pos Pos Pos 150,711068 Neg Pos Pos 284,881697 Pos Pos Pos 1208,638162 Neg Pos Pos 2458,67991 Neg Pos Pos 2717,56
12238 Neg Pos Pos 2340,891547 Neg Pos Pos 413,11
TABELA 2: Comparação de ensaios diagnósticos para linfadenite caseosa em ovinos. Em vermelho são os animais positivos par a cada técnica em questão e em azul os negativos.
SÍNTESE DOS RESULTADOSSÍNTESE DOS RESULTADOS
TIPOS E APLICAÇÃO DE
TESTES DIAGNÓSTICOS
TIPOS E APLICAÇÃO DE
TESTES DIAGNÓSTICOS
Teste Direto X Teste Indireto
Classificação dos testes quanto ao material Classificação dos testes quanto ao material detectadodetectado
Escherichia coli ao ME, ampliada 10.000x
QUALITATIVO – se os resultados informam apenas se houve ou não reação / detecção (positivo ou negativo)
Exemplo: testes cromatográficos para detecção de gestação (ß-HCG) ou sorologia para Brucella abortus
CromatografiaImunoaglutinação
Classificação dos testes quanto ao resultado Classificação dos testes quanto ao resultado fornecidofornecido
Quando as amostras testadas são diluidas (soro) seriadamente (1:2, 1:4, 1:8...) para obter-se uma idéia até qual diluição haverá reação / detecção
Exemplo: testes de imunofluorescência indireta para detecção de IgG anti T. gondii
SEMI-QUANTITATIVOS
Diferentes níveis de fluorescência
Quando o teste é capaz de informar a quantidade absoluta do material detectado
QUANTITATIVOS
Limiar de reatividade ou cut off é a região de corte do teste
sorológico.
Ou seja, é um valor acima do qual os resultados são
considerados + (POSITIVOS) e abaixo do qual os resultados
são considerados – (NEGATIVOS).
LIMIAR DE REATIVIDADE OU CUT OFF
Curva de distribuição da freqüência de títulos normalmente observada na população
Cut off ou limiar de reatividade
Falso-PositivosFalso-PositivosFalso-NegativosFalso-Negativos
LIMIAR DE REATIVIDADE OU CUT OFF
Imagine que você trabalha num banco de sangue e precisaselecionar um teste para detectar determinado antígeno...
Onde seria o limiar de reatividade ou cut off?
Ponto de máxima sensibilidadeAumentou o número
de resultados FALSO-POSITIVOS!!
Este teste deverá ter máxima....
SENSIBILIDADE!!! Portanto:
LIMIAR DE REATIVIDADE OU CUT OFF
Imagine que você trabalha num laboratório de análises clínicas e precisa selecionar um teste para detectar determinado antígeno...
Onde seria o limiar de reatividade ou cut off?
Ponto de máxima especificidade
Este teste deverá ter máxima....
Aumentou o número de resultados
FALSO-NEGATIVOS!!
ESPECIFICIDADE!!! Portanto:
Checklist para avaliação e escolha de um testeChecklist para avaliação e escolha de um teste
• Houve validação do teste com um “padrão ouro” como
referência? Qual sensibilidade /especificidade?
•Qual o grau de repetitividade / reprodutibilidade do teste?
• Houve validação do teste em uma população significante
ou representativa? Valores preditivos e acurácia...?
•Aplicabilidade à prática clínica, ao quadro clínico ou ao
patógeno a ser estudado? Triagem ou diagnóstico?
•Qual relação benefício /custo do teste? Uso em larga
escala?
• Houve validação do teste com um “padrão ouro” como
referência? Qual sensibilidade /especificidade?
•Qual o grau de repetitividade / reprodutibilidade do teste?
• Houve validação do teste em uma população significante
ou representativa? Valores preditivos e acurácia...?
•Aplicabilidade à prática clínica, ao quadro clínico ou ao
patógeno a ser estudado? Triagem ou diagnóstico?
•Qual relação benefício /custo do teste? Uso em larga
escala?
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