d1 - fernanda rocha valim - introdução a pesquisa científica - senso comum e ciência rubem alves...
Post on 20-Feb-2017
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Senso comum e a ciência são expressões da mesma necessidade básica, a necessidade de compreender o
mundo, a fim de viver melhor e sobreviver.
Para aqueles que teriam a tendência de achar que o senso comum é inferior à ciência, há de se lembrar que por
dezenas de milhares de anos, os homens sobreviveram sem coisa alguma que se assemelhasse a nossa ciência.
Depois de certa de quatro séculos, desde que surgiu seus fundadores, curiosamente a ciência está apresentando
serias ameaças a nossa sobrevivência.
SENSO COMUM X CIÊNCIA
O “homem” médio e o Animal Naturalx
O Cientista e o Animal hipertrofiado
Harmonioso x CaosNatural x Refinamento
Autônomox
Mito (inibe o pensamento e induz o comportamento)
Tradicional X Filha do Senso Comum
Dona de Casa x ???
Senso Comum Ciência
O “homem” médio e o Animal O Cientista e o Animal (Hipertrofia)
Harmonioso Caos
Natural Refinamento
Tradicional Filha do Senso Comum
Natureza Hipertrofia
Autônomo Mito (inibe o pensamento e induz o comportamento)
Dona de Casa ???
ALVES, Rubem. Filosofia da ciência-Introdução ao jogo e às suas regras. Edições Loyola, 2006.
CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: ed. Ártica, 1999.
LAKATOS, Eva M. e MARCONI, Marina A. Fundamentos de metodologia científica. Convite à Filosofia. São Paulo: Atlas, 2001.
MODERNODuas noções fundamentais estão diretamente
relacionadas ao moderno:
Ideia de progresso:
Que faz com que o novo seja considerado melhor ou mais avançado do que o
antigo;
Valorização do indivíduo:
O indivíduo como lugar da certeza e da verdade, em oposição à tradição, ou seja,
ao saber adquirido, às instituições, à autoridade externa.
Principais fatores históricos atribuídos à origem do pensamento
moderno:
•Humanismo renascentista (séc. XV)
•Reforma Protestante (séc. XVI)
•Revolução científica (séc. XVII)
Humanismo Renascentista séc. XV
Nas artes plásticas, retoma-se as dimensõesideais da figura humana e a representação fielda realidade. “o „homem‟ é a medida detodas as coisas”.
A Reforma Protestante séc. XVI
A tradução da Bíblia do latim para o alemão viabiliza,
com mais vigor, a individualização da fé, e
consequentemente a autonomia dos sujeitos.
Revolução Científica séc. XVII
Rejeita-se muitas verdades teológicas como, porexemplo, o universo geocêntrico, pondo nolugar do Planeta Terra o Sol.
O Advento da Ciência: Da fé à razão.
René Descartes
1596 (França) a 1650 (Suécia)
“Eu sempre tive um imenso desejo de
aprender a distinguir o verdadeiro do falso,
para ver claro nas minhas ações e caminhar com
segurança nesta vida.”(DESCARTES,1996: 71)
“(...) aprendi a não crer demasiado firmementeem nada do que me fora inculcado só peloexemplo e pelo costume;
assim, pouco a pouco, livrei-me de muitoserros que podem ofuscar a nossa luz naturale nos tornar menos capazes de ouvir arazão”
Descartes pretende criar um
método filosófico
consistente, capaz de
esclarecer todas as
perguntas filosóficas
importantes.
LINHA MESTRA: A DÚVIDA
Conta-se que um determinado camponês “acreditava ter sonhado
que dormira na cama de um barão. E quando estava na cama do barão achava que sua vida como pobre
camponês não passava de um sonho.”
“Como podes estar certo de que sua vida inteira não passa de um
sonho?” René Descartes
“Descartes, chegou à conclusão de que a única coisa sobre a qual podia ter certeza era a de que duvidava de tudo. Mas se havia um fato de que ele podia ter certeza, este fato era o de que ele duvidava de tudo. Se ele duvidava, isto significava que ele pensava. E se ele pensava, isto significava que ele era um ser pensante. Ou, como ele mesmo dizia: „Cogito, ergo sum’” Gaarder.
“(...) jamais possa existir mais de uma [opinião] que seja verdadeira, reputava como falso tudo quanto era somente verossímil.”(DESCARTES, 1996:
65)
O Método CartesianoObjetivo :
“Bem Conduzir a Própria Razão* e
Procurar a Verdade** nas Ciências”(*natural, porém corrompida; **única e definitiva)
Base Metodológica1. Preceito da Evidência
“Jamais escolher alguma coisa como verdadeira que eu não
conheça evidentemente como tal”; isto é, evitar cuidadosamente a precipitação e o pré-conceito.
(Conhecimento adquirido, ciência clássica, crenças, opiniões...)
Base Metodológica2. Preceito da Análise
Dividir cada uma das dificuldades que se apresentam
em tantas parcelas quantas sejam necessárias para serem
resolvidas.
Base Metodológica3. Preceito da Síntese
Conduzir com ordem o pensamento, começando dos
objetos mais simples e mais fáceis para serem conhecidos, para
depois tentar gradativamente o conhecimento dos mais complexos.
Base Metodológica4. Preceito da
Enumeração
Realizar enumerações para constatar que nada do problema foi omitido.
No mundo jurídico, a forma moderna de pensar contribuiu para que a noção de racionalidade fosse
reduzida a uma perspectiva meramente instrumental, contentando-se tão-somente em verificar se os
procedimentos lógico-formais foram cumpridos, a fim de que a verdade possa ser considerada, em última
análise, racional.
Tudo aquilo que não está na forma da lei é automaticamente considerado não-jurídico em
nome da segurança que o direito deve propiciar.
A lei funciona, neste sentido, como o limite formal da determinação do mundo jurídico.
Tais exemplos nos mostra a insuficiência do método literal na interpretação jurídica. Por outro lado, ao buscar a literalidade, os exegetas de plantão buscavam enquadrar a teoria jurídica à necessidade de segurança que os tempos requeriam ao conhecimento. E, com isso, confirmar ao direito o status de ciência.
TAL FORMA DE PENSAR A RACIONALIDADE E A VERDADE NÃO MAIS SE COADUNA COM O ATUAL MOMENTO DE
ESTÁGIO DO CONHECIMENTO, DA CIÊNCIA, DA PLURALIDADE, DA HIPERCOMPLEXIDADE E DA
DIFERENÇA.
Assim, a partir de um determinado período já na pós
modernidade, surge um referencial de racionalidade
distinto, baseado na pluralidade e na controvérsia, e o
direito também se modifica, sobretudo em relação ao seu
papel enquanto ciência.
DESCARTES, René. O Discurso do Método. Em: Os Pensadores. São Paulo: Nova Cultural, 1991.
GAARDER, Jostein. “O Mundo de Sofia: Romance da História da Filosofia”. São Paulo: Cia. das Letras, 1998.
MAIA, Alexandre da. O embasamento epistemológico como legitimação do conhecimento e da formação da lei na modernidade: uma leitura a partir de Descartes. Disponível em: http://www.mundojuridico.adv.br/sis_artigos/artigos.asp?codigo=727. Acesso em 24 fev.2014.
MARCONDES, Danilo. Iniciação à História da Filosofia: dos Pré-Socráticos a Wittgenstein. Jorge Zahar Ed. Rio de Janeiro 2001.
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