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DOR E LUZ EURíCLEDES FORMIGA
CARLOS A. BACCELLI
ÍNDICE
Dois Dedos de Prosa ........................................... 13 1 - Espiritismo ............................ 15
2 - Companheiro ......................... 17
3-Quando ........................................................... 19
4 - Arauto de Jesus .................. 21
5 - A Canção da Vida ................. 23
6 - Avisos do Caminho ............... 25
7 - À Mocidade Espírita ........... 29
8 - Roda de Amigos ................... 33
9 - Canção da Água Fluidificada 37
10-Evocação ....................................................... 39
11 - Súplica de Poeta ...................................... 41
12-A Sublime Canção ..................................... 42
13 - Por Um Minuto Apenas ..... 43
14 - Dor e Luz .............................. 45
15 - Ao Tarefeiro Espírita ........ 47
16 - Trovas da Mediunidade ..... 50
17 - Trovadores na Festa
18- Buscando a Luz ........................
19 - Mais Vigilância ....
20 - Mediunidade e Doutrina....
21 - Tesouro ................
22 - Um Passo Acima .
23 - Mediunidade e Fé
24 - Louvado Sejas ....
25 - O Espírita ............
26 - Trovas da Vida e da Morte
27 - Assunto de Mediunidade ..
28 - Dinheiro e Vida...
29 - Meus Irmãos .......
30 - Nossa Festa de Natal
31 - Se eu não tiver Caridade .
32 - Mensagens do Além
33 - Vigilância ............
34 - Servir a Jesus ..
35 - Lenha para a Fogueira
36 - Domingo de Sol .
37 - Página às Mães .
38 - Mediunidade e Paz
39 - Trovas aos Médiuns
40 - De Passos Firmes
41 - Apesar da Escuridão
42 - Irmão da Mediunidade
43 - Trovas da Primavera
44 - Olha o Relógio ...
45 - 9 de Outubro de 1861
46 - Ante o Além .....
47 -Trigode Luz .......
48 - Tem Razão ........
49 - O Grão de Areia
50 - Presente de Natal
DOIS DEDOS DE PROSA Amigo Leitor,
que Jesus nos abençoe.
Quando publicamos “Caminheiro”, o primeiro livro de nossa lavra de
além-túmulo, esforçamo-nos, junto ao irmão de que nos valemos mediunicamente,
para que o estilo literário pelo qual sempre nos identificamos não sofresse
distorções de vulto. De certa forma, cremos que o nosso objetivo foi alcançado,
em que pesem as naturais limitações de quem necessite valer-se do concurso de
alguém para transmitir um recado - limitações que se agigantam, quando o recado a
ser transmitido deve acontecer de uma Dimensão para outra.
Nesta obra que ora lhe entregamos às mãos, dando continuidade à nossa tarefa
de cooperar na divulgação da Doutrina Espirita, procuramos não nos prender tanto
às questões de estilo e linguagem, dando ênfase maior à Mensagem da qual temos a
alegria de ser um humilde estafeta, na condição de poeta e médium desencarnado.
Entretanto, comparando o livro anterior com este e ainda com as obras recebidas
por mim mediunicamente, ao lado das de “minha" própria inspiração e autoria no
mundo, os estudiosos poderão perceber que sou eu mesmo, Formiga, em todos os
versos que captei ou escrevi, buscando, à feição de um condor, alçar vôos sempre
mais altos na direção do Infinito, cuidando para que o sol abrasador do
personalismo, e da vaidade não derreta as minhas pobres asas de ícaro...
Sem outras considerações, rogando ao nosso Mestre e Senhor que nos
fortaleça e nos encoraje no trabalho que possegue por bênção maior da Vida, sou o
amigo reconhecido de sempre,
EURÍCLEDES FORMIGA
(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em 01-01-92)
ESPIRITISMO
O Espiritismo não deve Perder a simplicidade, Sob pena de perder O endereço da
Verdade.
COMPANHEIRO (Página a todos os Companheiros que se dedicam à divulgação da mensagem
espírita através do Livro)
Companheiro do Livro Espírita-Cristão, Emissário dos Céus nos caminhos da Terra,
Prossegue no ideal que a Vida te descerra No trabalho da fé, sob a luz da razão.
O livro que se entrega é semelhante ao pão Que, por amor, se doa ao faminto que
erra,
É fonte de água pura a descer pela serra, Socorrendo o sedento em grande
provação...
Deus te conserve as mãos no cultivo do Bem, Divulgando, sereno, as verdades do
Além,
No sublime labor ao campo que te espera...
Converte a própria vida em Evangelho vivo E junto com Jesus, o Mestre Redivivo,
Farás brilhar no mundo o sol da Nova Era!
QUANDO... (Recordando Romanelli)
Quando a tristeza surja de improviso, Multiplicando as pedras do caminho,
Recorda, meu irmão, onde estiveres,
Que ninguém, ante os Céus, está sozinho...
Quando a vida transforma em pesadelo Os teus sonhos de paz e de alegria,
Reflete que por mais escura a noite O Sol volta a brilhar em novo dia...
Quando se te agravarem os problemas E te sintas cansado de sofrer,
Pensa em Jesus que nunca desanima E prossegue cumprindo o teu dever...
Quando ferir-te a ingratidão daqueles Aos quais incentivaste na vitória,
Lembra, enxugando as lágrimas que choras, Que toda dor no mundo é transitória...
Quando não sabes de que forma agir Para vencer a prova e ser feliz,
Indeciso em teus passos, não te esqueças De procurar o bem por diretriz...
Quando, ao peso do lenho sobre os ombros, Percebes que tropeças, indo ao chão,
Medita que ao teu lado, sem que o vejas,
Há sempre Alguém a te estender a mão...
Quando houveres perdido as esperanças Na luta que parece não ter fim,
Escuta a Vos do Mestre que te fala:
- “Filho, meu fardo é leve... Vem a mim..."
ARAUTO DE JESUS Transforma, amigo, o próprio coração Em harpa abençoada E segue, sob a
inspiração do bem,
A cantar pela estrada.
Cantando, leva aos tristes companheiros Que se sentem a sós,
A mensagem do amor e da esperança Que vibra em todos nós.
Que este seja teu cântico de paz Qual a fonte a jorrar, Dessedentando a terra em toda a parte Sem nada reclamar.Imita o rouxinol
aprisionado E, embora o amargo pranto,
Que a gaiola da prova que te prende Não te emudeça o canto.
Que a tua voz se eleve de mansinho Balsamizando as dores,
E ao fulgor das estrelas se misture Com o perfume das flores.
Dedilha ao peito a harpa da bondade A cantar noite e dia,
Compondo com teus gestos de ternura Excelsa melodia.
Que servindo e cantando pela estrada Em solfejos de luz,
Cantarás, na verdade, qual se foras Arauto de Jesus!
A CANÇÃO DA VIDA Se a treva, ao se pôr o Sol, Sobre o mundo se arremessa, Repara que ao fim
da noite Novo dia recomeça.
Se enfrentas em toda a parte Dificuldades à beça,
Embora tenhas caído, Levanta-te e recomeça.
Se aquele em quem confiaste Quebrou a própria promessa, Esquecendo
prejuízos,
Serve mais e recomeça.
Se deparas com alguém Que aos criticar não se meça, Sem que pedradas te
atinjam, O teu labor recomeça.
Se algum problema surgindo O teu caminho atravessa,
A jornada interrompida,
Passo a passo, recomeça.
Se o amigo que hoje te acusa Explicações não te peça, o cultivo da amizade.
Em silêncio, recomeça.
Se dos vícios não consegues Desvencilhar-te depressa,
O esforço por corrigir-te, Paciente, recomeça.
Se, porventura, o teu chefe Do serviço te despeça, Arrimando-te à esperança,
Segue à frente e recomeça.
Se a ingratidão contra ti De alguma forma se expressa, Perseverando no bem,
A fazê-lo recomeça.
Se de ser feliz de fato Houver algo que te impeça, Escuta a canção da vida: Recomeça, recomeça!...
AVISOS DO CAMINHO A caridade é a virtude Que, embora vivendo ao léu, Possui acesso a qualquer
Departamento do Céu.
Se desejas encontrar A paz que em verdade anseias, Procure não comentar As
desventuras alheias.Mesmo que chores ao chão Da aprova que te quebranta,
Recorda que, como estejas, A Mão de Deus te levanta.
Às vezes, para que o homem Çonsiga, enfim, ser feliz,
E bastante que na vida Não faça sempre o que quis.
*
Por maior a tua luta,
Nunca te sintas sozinho.
Há quem te acompanhe os passos No silêncio do caminho.
Em nossa casa mental,
Por mais se mantenha alerta, Obsessor só penetra Quando encontra a porta
aberta.
A obsessão que começa É qual a gripe manhosa Que se instala pouco a pouco E sai
muito vagarosa..
Se te perdeste na estrada Do prazer que te aborrece, Reconhecendo os teus
erros, Volta atrás e recomeça
Almas que chegam da Terra, Anoto todo os dias, Chorando ao trazer as mãos
Completamente vazias.
A vida não contraria Esta verdade inconteste:
A Lei de Deus não premia Quem não se aprova no teste.
Agradece, meu amigo,
A prova que te atordoa So pode viver em paz Quem as ofensas perdoa.
Se a caridade pudesse Ser por nós fotografada, Era a face de Jesus Sobre a
chapa revelada.
Meu amigo, a tua cruz E a tua bendita escora, Que te sustenta de pé Pelos
caminhos afora...
À MOCIDADE ESPIRITA Mocidade! O Espiritismo É luz de Deus no caminho,
E mensagem de esperança A quem se sente sozinho...
É o Evangelho de Jesus,
Qual Ele nô-lo entregou, Restaurado por Kardec,
Que o próprio Mestre inspirou...
É a bênção de nossas vidas, Nosso tesouro maior,
Que nos leva a trabalhar Por um futuro melhor...£ a nossa oportunidade De
alcançar a redenção, Erguendo o Reino Divino Por dentro do coração.
Ante o mundo que se agita, Neste milênio, ao final, Tremulemos a bandeira Do
nosso grande Ideal.
Nada nos faça fugir Ao dever de cada dia, Carregando o nosso fardo com otimismo
e alegria.
Estudemos a Doutrina Em nossos templos de fé, Assumindo uma tarefa Que nos
sustente de pé.
Sem traços de fanatismo Sobre as nossas atitudes, Procuremos fazer força Na
conquista de virtudes.
Mocidade! São chegados Os tempos que a vida espera... Precisamos marchar
juntos Ao encontro da Nova Era.
Vamos cantando na estrada A relembrar os cristãos,
Que pereciam nos circos, Abraçados, como irmãos.A nossa luta é bendita Fique a
tristeza de lado. Norteando os nossos passos, Segue à frente o Mestre Amado.
Mocidade! O Espiritismo,
Para os crentes e os ateus, lenindo fé e razão,
É uma dádiva de Deus!...
RODA DE AMIGOS Os trovadores no Além Seguem querendo cantar, Entretanto, é raro o médium
Disposto a colaborar.
Formiga Ainda depois da morte,
Quando ouço o som da viola, Sinto sobre a minha face Uma lágrima que rola...
Corrêa JúniorQuantas saudades carrego Em meu peito sofredor,
Do tempo em que fui na Terra Violeiro e cantador.
Cego Aderaldo A alegria que hoje sinto Somente será completa,
Se um dia puder, de novo, Renascer como poeta.
Rogaciano Leite Pena que fosse o meu canto Só de mulher e paixão...
Pouco exaltei nos meus versos O puro amor de um irmão.
Clóvis Amorim “Quem canta os males espanta" - Diz o povo a cada hora...
Quem ama sem ser amado, Quanto mais ama mais chora.
Dalmo FlorenceA vida, em si, não desmente Este estribilho, jamais:
Se quem canta, chora muito, Quem não canta, chora mais.
Zé da Luz Há trevos de quatro folhas E a trova tem quatro versos, Mas a flor da inspiração
Possui espinhos diversos.
Cipriano Jucá No sertão, nada é mais lindo Do que ouvir em longa estrada, A cantiga do berrante
E o mugido da boiada Catulo
Ao grande Luiz Gonzaga Rendemos nossa homenagem,
Trazendo para a Outra Vida A sanfona na bagagem.
Cleómenes Cámpos Quando Jesus veio ao mundo, Nascendo num berço ao léu, Proclamando a Boa Nova
Anjos cantaram no céu.
Formiga
CANÇÃO DA ÁGUA FLUIDIFICADA (Ao nosso caro irmão Sérgio, com amizade e carinho)
Ouvi, Senhor, a prece que nos guia E derramai nas águas sobre a mesa, Dos
cântaros de luz da Natureza Os fluidos salutares da alegria.
Como outrora, na paz de humilde lar,
Em vinho santo que combata o tédio,
Transformai estas águas no remédio Que, em Vosso Nome, o enfermo há de
curar.
Permiti com que a Fonte Cristalina Do Vosso Excelso e Sublimado Amor, Possa
dessedentar o viajor Que pela vida, exausto, peregrina.
Qual destes à mulher samaritana,
A taça de água pura da Fé Viva, Doai-nos a Verdade Rediviva Que flui dos Vossos
lábios, soberana.
Dos cântaros de luz da Natureza, Ouvi, Senhor, a prece que nos guia, Os fluidos
salutares da alegria Derramai nestas águas sobre a mesa.
EVOCAÇÃO Quem vê tanta beleza sobre a Terra, Como não pode crer que exista Deus?!, Como
negar, qual negam os ateus,
A Verdade Maior que a vida encerra?...
Quem fez a chuva a deslizar tranquila, Caindo das alturas na amplidão?...
E quem compôs a mística canção Que o mar entoa à praia, que cintila?...
Quem fez as flores das sibipirunas E as nuvens que passeiam no Infinito?... Quem
esculpiu os montes de granito E, no deserto, as solitárias dunas?...
Quem encheu este mundo de esperança,
No verde, em tons de múltiplos matizes?... Em quem aos lares, tristes ou felizes,
Concedeu o sorriso da criança?...
Quem acendeu no espaço o etéreo lume Do Sol, que se consome no que faz?...
E quem soprou a brisa que nos traz Do roseiral as vagas de perfume?...
Em quem terá entretecido os ninhos Nas árvores mais altas das florestas?...
E quem será que rege essas orquestras Que formam, nos quintais, os
passarinhos?...
Quem prateou as noites de luar?...
Quem pintou este azul no firmamento E quem asas nos deu ao pensamento Para que
, aos céus, pudéssemos voar?...
Quem nos plasmou o coraçáo materno Que nos repleta de felicidade?...
E quem ergueu a ponte da saudade,
Unindo as almas no caminho eterno?...
Quem terá sido o Autor de tudo isto Que, em êxtase, contemplo a cada dia?...
Quem inspirou a Excelsa Melodia Nas rimas do Evangelho a Jesus Cristo?...
A Verdade Maior que a vida encerra,
Como negar, qual negam os ateus?...
Como não pode crer que exista Deus,
Quem vê tanta beleza sobre a Terra?!...
SUPLICA DE POETA
Senhor Jesus, eu não desejo nada Quando voltar à Terra em nova lida, Nas provas
que mintValma desvalida Necessite sofrer na humana estrada.
Eu não Te peço que me dês à vida,
Um berço de ouro, uma família amada, Nem qualquer privilégio na jornada, Que
possas conceder-me por guarida.
Na prece que Te elevo, reverente, Entre todas as bênçãos, eis somente O que
suplico ao Teu imenso Amor...
Do que a Tua bondade me ofereça, Deixa comigo, embora eu não mereça, O dom de
ser poeta e cantador!
A SUBLIME CANÇÃO Recordo-Te, Senhor, a Divina Presença Quando alteias a voz ao topo da
montanha... Falas à multidão que Te escuta e acompanha Os Teus gestos de paz,
porTeusIábiossuspensa..
O Teu verbo de luz pela planície imensa, Conclama a Humanidade à sublime
façanha De porfiar no bem, ante o mal que se assanha E Te espreita, de longe,
em rude indiferença...
Depois, partes o páo alimentando a fome Do povo que sorri e Te bendiz o
Nome, Trazendo o coração repleto de esperanças...
Porque, naquela tarde, entre todas bendita,
42
Aos acordes do amor e uma paz infinita, Entoaste a Canção das
Bem-Aventuranças!...
POR UM MINUTO APENAS Por um minuto apenas, Distribui alegria Com quem sofre sozinho A dor de cada dia.
Por um minuto apenas, Abre o teu coração, Estendendo ao faminto Pedaços do teu
pão.
Dispõe de tuas vestes Agasalhando os nús,
Por um minuto apenas, Em nome de Jesus.
Por um minuto apenas,
Fala a palavra boa,
Que esclarece e ilumina, Encoraja e abençoa.
Por um minuto apenas,
Sem pensar em revide,
Ante qualquer ofensa,
Perdoa quem te agride.
Se te sentes cansado Nesta estrada distante,
Por um minuto apenas,
Leva esta cruz adiante.
E, então, perceberás, Vencendo as próprias penas, Quanto foste feliz,
Em minuto apenas.
DOR E LUZ Cai a noite sobre a Terra, Rolando da imensidão... Entretanto, Deus acende
Estrelas na escuridão.
A roseira sofre a poda Lamentando a provação,
Mas a mostrar-se mais bela, Surge em nova floração.
Geme a semente esquecida Num simples trato de chão,
Mas vem a chuva e a transforma Em trigo que faz o pão.
O barro triste e disforme,
Do fogo sentindo a ação,
É a mais rica porcelana De luxuosa mansão.
No leito dos oceanos,
Em difícil gestação,
É que a ostra produz a pérola, Prodígio de perfeição.
Assim, também, é com o homem Na estrada da redenção:
A dor que o aflige e atordoa,
É luz em seu coração!...
AO TAREFEIRO ESPÍRITA Companheiro de ideal,
Ante a luz do Espiritismo, Perseveremos na fé Sem laivos de fanatismo.
Prossigamos na tarefa De divulgar a Verdade Com a palavra do exemplo, Na lição
da Caridade.
Não critiquemos a crença De ninguém, seja qual for, Trabalhando com afinco
Na reforma interior.Evitemos a polêmica Tão a gosto dos ateus...
Não há maior contra-senso Que a briga em nome de Deus.
O tempo passa depressa... Não adiemos a hora O dever que nos compete,
Busquemos cumprir agora.
Reflitamos neste aviso Que o Mestre Amado nos dá: De quem muito recebeu,
Muito mais se pedirá.
Dizendo seguir o Cristo,
A mostrar-se irritadiço,
Hà médiuns que quer ser visto, Mas não deseja serviço. Mediunidade é sentido Que no homem desabrocha, E se faz desenvolvido Quanto
mais nele se arrocha.
Médium que pensa no Céu,
Mas não estuda e trabalha,
É nuvem vagando ao léu Que ao dar o vento se espalha.Ser médium no Espiritismo
E ser um homem comum, Evitando o fanatismo Que arrasa com qualquer um.
O médium na sua lida,
Na tarefa a que se exorte, É combatente da vida Na vitória contra a morte.
TROVAS DA MEDIUNIDADE Mediunidade parece Uma semente no chão Que, germinando, floresce Sob o sol da
provação.
Quem busca a mediunidade No campo a que se destina, Se não tem idoneidade
Encontra a própria ruína.
Porque das bênçãos do Além Ele se faça o emissário,
Muito médium também tem, Sobre a Terra, o seu Calvário.
Médium disposto a servir No apostolado da fé, Mesmo podendo cair, Quando cai,
fica de pé.
Quem, em nome de Jesus,
Um simples pão doa aos pobres, Está, da Divina Luz,
Sendo um médium dos mais nobres.
TROVADORES NA FESTA Dão licença, meus irmãos,
Dão licença em confiança, Porque também nós queremos Participar da festança.
Formiga * Neste arraiá de Jesus Tristeza não tem lugar.
Quem tenha pranto nos olhos Faça o favor de enxugar.
CtóvisAmorim No salão embandeirado,. Comandando o arrasta-pé,
Segue à frente, braços dados,
A Caridade com a Fé.
Dàlmo Florence Entre os pares da “quadrilha"
Eu me ajeito de carona, Que não posso ficar quieto Ouvindo o som da sanfona
CegoAderaldo Não consegue ficar quieto?! Então sou eu e você,
Que só de ver a sanfona Vou gritando balancê... Zé da Luz -Si-
Alto lá que é a minha vez... Quero um gole de quentão, Para matar a saudade Que
vive em meu coração...
Catulo
Que o quentão seja servido Numa caneca furada,
Pois muita gente já é De natureza esquentada... Cipríano Jucá -*•
“Óia o caminho da roça...
Óia a cobra.. Invém a chuva..." Para que seja o meu par Eu procuro uma viúva
Corrêa Júnior *
Joga lenha na fogueira Não deixe que ela se apague... Preciso de uma morena
Que me beije e que me afague.
Lúcio Mendonça E que viva Santo Antônio,
O santo casamenteiro,
São Pedro, São João Batista E mais algum futriqueiro...
Rogaciano Leite
Perdoem nossa alegria... Tudo é paz, amor e luz. Tristeza não tem lugar Neste
arraià de Jesus.
Formiga
BUSCANDO A LUZ Não te iludas, meu amigo,
A vida é eterno volver...
A roseira decepada,
Voltará a florescer...
Olha a semente de trigo Encarcerada no chão...
Ei-la que, em breve, ressurge Para o milagre do pão...
Contempla o incêndio que lavra Sobre a floresta, voraz...
Cai a chuva de mansinho E a floresta se refaz.
A lagarta no casulo, Aparentemente morta, Transforma-se em bailarina No vôo em
que se transporta...
No horizonte, o Sol se oculta E apaga a luz que irradia, Entretanto, após a noite,
Brilhará num novo dia
Em verdade, ninguém chega Ao termo da caminhada...
Onde uma estrada termina Começa uma nova estrada...
Vida e morte, morte e vida São estágios naturais Nas vidas que se sucedem Sem
que se extingam, jamais...
Nascer, morrer, renascer... - Eis a que a Lei nos concita Buscando alcançar a luz Da
Perfeição Infinita!
MAIS VIGILÂNCIA — “O dia será propício...
Vamos agir sem detença Afinal — disse o primeiro —,
O que é que essa gente pensa?!...”
— “Sim, vamos mostrar de vez - Sorriu, faiando o segundo -,
Que o mal, apesar do bem,
Ainda manda no mundo...”
E a Falange do Invisível,
Atuando, sorrateira Faz nascer a confusão De uma simples brincadeira...
O ambiente se carrega De pesadas vibrações,
Mas quem vigia procura Controlar as emoções.
O problema é contornado Com o auxílio do Mais Alto, Que, intervindo,
prontamente, Faz frustrar mais esse assalto...
Os dois comparsas das trevas, Quando se sentem suspeitos, Prometendo um novo
ataque Vão-se embora contrafeitos...
Para o grupo de trabalho,
Fica, no entanto, a lição:
Em cada qual, é preciso Mais vigilância e oração.
Se Pedro cortou a orelha De quem prendia Jesus,
O que não faremos nós Distantes da Excelsa Luz?!...
MEDIUNIDADE E DOUTRINA A quem deseja ser médium, Fica aqui este recado: Mediunidade é serviço No bem
desinteressado.
Médium que muito duvida, Não raro, busca pretexto, Para, da ação que lhe cabe,
Fugir ao próprio contexto.
Mediunidade é uma Lei Que se revela eficaz... Ninguém nunca está sozinho,
Naquilo que pensa ou faz.E sendo Lei, tal qual é,
Está na base de tudo,
De quem queira compreendê-la, Reclamando mais estudo.
O médium não deve ter Receio de lero-lero, Se, ante o dever a cumprir,
Sempre se mostra sincero.
Que, portanto, siga à frente,
No bem desinteressado.
Mediunidade é serviço,
O resto é "papo-furado”.
Médiuns existem diversos,
Mediunidades também...
Mediunidade e doutrina È raro o médium que tem.
Para o médium que, no mundo,
Sem rumo se movimenta,
Mediunidade é um caminho Que a Doutrina pavimenta.
“Mediunidade e Doutrina" - Eis o binômio de luz,
A quem deseja ser médium Com Ailan Kardec e Jesus.
(Trovas recebidas pelo médium Carlos A. Baccelli, na reunião pública do “Lar
Espírita Pedro e Paulo", na manhã do dia26-8-90, em Uberaba - MG, alusivas ao
livro “Mediunidade e Doutrina”, de autoria espiritual de Odilon Fernandes, edição
IDE)
TESOURO Aventurados que somos!... Não temos prata nem ouro. A bênção do Espiritismo É o
nosso maior tesouro!
UM PASSO ACIMA Avante, companheiro!... Um passo além Na estrada que aos teus olhos se descerra. Não receies, no mundo, a estranha guerra Na força com que o mal se opõe ao bem... Prossegue intimorato, sem desdém
Das lutas que faceias sobre a Terra, Como quem leva o fardo a que se aferra Com o acendrado amor que à vida tem... Contempla, ao longe, o monte redentor E esquece, à retaguarda, sombra e dor, Arrimando-te à fé, pura e sincera... Avante, meu irmão!... Um passo acima Na jornada de luz que te sublima, Ao encontro do Cristo que te espera!...
MEDIUNIDADE E FÉ O espírito se aproxima Necessitando falar,
Entretanto, há pouco médium Disposto a colaborar.
Com receio de animismo,
Ou de mistificação,
O médium vacila na hora De haver a “incorporação".
Quer total inconsciência Para crer que não se engana; Se, depois, nada se
lembra, Diz que tem a mente insana.É difícil contentar,
O médium que anseia mais Satisfazer a si mesmo Que socorrer aos demais...
De todos os obstáculos Que ao médium buscam se opor, O obstáculo da dúvida
É o pior de se transpor.
— “Será que devo, ou não devo?... Será que é, ou não é?l..."
Ele reflete, esperando O instante de dar no pé...
E o espírito que precisa Dizer como está por dentro, Afastando-se do médium,
Vai procurar outro Centro...
Médiuns, irmãos, escutai!...
Se há quem duvide de nós,
Em nome de Jesus Cristo Não duvidamos de vós!
LOUVADO SEJAS Louvado sejas, Senhor,
Pela crença que nos deste, No Espiritismo cristão,
Nosso tesouro celeste.
Pela bênção do trabalho,
Em que a todos nos renovas E, aos poucos, nos auxilias A vencer as nossas provas.
Pela luz que vislumbramos Entre as trevas do caminho, Em que ainda nos movemos
Seguindo devagarinho...
Pela paz que já sentimos No fragor da própria luta Que, em verdade, Mestre
Amado, Ninguém no mundo desfruta.
Por tantos amigos bons Que vêm se juntar a nós E, lado a lado, conosco,
Fazem coro à nossa voz.
Por este instante sublime De intercâmbio e de oração,
Em que a vida nos ensina A comer do mesmo pão.
Por este ideal maior De servir sem recompensa E de seguir sempre adiante
Perdoando toda ofensa.
Pelas pedras de tropeço Que nos mostram tanta vez, Quando caímos ao chão,
Nossa própria pequenez.
Pelas flores no jardim,
Pelo Sol sobre o telheiro E a orquestra dos passarinhos Cantando no abacateiro...
Por tudo quanto nos dás,
Em nome do Excelso Amor,
Eis que aqui Te repetimos: Louvado sejas, Senhor!...
Se, realmente, desejas Ser espírita-cristão, Companheiro, não te esqueças Da
própria transformação.
Não exije o Espiritismo Que o homem se santifique, Mas espera que se esforce
Para que se modifique.
Mostraria incoerência E estranho modo de ser, Quem, na crença que professa, Não procurasse viver.
De todo, mergulharia Neste equívoco profundo, Quem jamais se preocupasse Em
reformar-se no mundo.
Mas o espírita fiel À mensagem do Evangelho, Faz nascer o homem-novo Das
sombras do homem-velho.
Combatendo imperfeições Que consigo ainda carrega, Consciente da vitória,
À derrota não se entrega.
Ferido em tantas batalhas Travadas no dia-a-dia,
Embora esteja chorando,
Ele demonstra alegria
Não recrimina ninguém, Fugindo ao personalismo Que obscurece a razão,
Em nome do fanatismo.
Se cai, levanta e caminha... Não fica no chão a esmo,
Nem lamenta a dura sorte, Tendo pena de si mesmo.
Pois, ser espírita, amigo,
É caminhar sob a cruz,
Um passo adiante de si,
Um passo atrás de Jesusi...
TROVAS DA VIDA E DA MORTE Não acredites que a morte Seja o termo da jornada,
Pois, nos caminhos da vida, Ninguém chega ao fim da estrada.
¥
Morri, no entanto, estou vivo... Eis-me aqui para provar Que sou eu mesmo,
Formiga, Que continuo a cantar...
Louvo a Deus a inspiração Que me asserena e faz forte... De tanto cantar na
vida,
Voltei cantando da morte.
-&
De que sou eu quem escreve, Como dar-lhes maior prova?!
O médium que aqui me serve Nunca compôs uma trova!...
Na falta de um bom “cavalo”, Marchador, como eu queria, Esporo este “burro
bravo” Para escrever poesia.
No Além, a vida prossegue Sem grandes alterações...
Na morte, o que morre mesmo São as nossas ilusões...
Queres saber como é A vida em que estou agora?! Neste mundo, meu amigo,
É que na rampa se chora... A morte não dá moleza A quem foi mole na vida Quem cantou descendo a serra
Cante agora na subida...
Se não fosse o Espiritismo Combater a obsessão, Muita gente que conheço Estaria
na prisão.
Não posso conter o pranto, Quando recordo Jesus, Sozinho, braços abertos,
Vencendo a morte na cruz!
ASSUNTO DE MEDIUNIDADE São inúmeros os médiuns Com os quais eu me deparo... Médium que quer
trabalhar, Entretanto, é muito raro.
O médium que tem receio De ser desacreditado,
Não consegue caminhar Nem mesmo quando empurrado.Vendo o serviço crescer,
O médium Tonico Brás Saiu correndo do Centro,
Sem nem olhar para trás...
Quem diz que anseia ser médium, Demonstra, quando descamba, Que deseja ser
passista Mas é de escola de samba
$
Médium que não leva a sério O próprio dom que “esculacha”, Bem mais cedo do que
pensa Acaba levando “graxa"...
Um aviso aos navegantes: No mar da mediunidade, Só navega em segurança O
médium sem vaidade.
Médium que teima em ficar Sentado “em cima do muro”, Quando resolve descer
Arrisca um salto no escuro...
Muita gente náo se avexa No mal a que se disponha, Entretanto, de ser médium Muita
gente tem vergonha...
Médium que muito “corneta” Sobre o que vê ou náo vê, Acaba falando tanto Que
de si próprio descrê.
Ensinando a Boa Nova Para os crentes e os ateus, Refletindo a Luz Divina Jesus
foi Médium de Deus.
DINHEIRO E VIDA Dinheiro guardado em cofre, Qual se o fosse em cova escura, Mostra que toda
ambição Vai parar na sepultura.
O dinheiro é feito sangue No organismo social...
Se deixa de circular,
É um descontrole geral.
Caridade é investimento Que ainda mais se valoriza, Quando, quem busca fazê-lo,
Quase nada economiza.
A aplicação que efetuas No bem que fazes em torno, Provoca, sem que percebas,
Imediato retorno.
Entre os valores da vida Esta verdade cintila:
Não há riqueza maior Que a consciência tranquila.
Quem reparte o próprio pão Para que a fome se acabe, Nos Bancos da Eternidade
É milionário e não sabe.
Grande latifundiário,
O finado Mané Serra Descobriu que possuía Só sete palmos de terra...
Em quem é rico e mantém À mão fechada os seus medos, A fortuna que acumula
Escapa por entre os dedos...
Nada te empobrece tanto O que por ti testificas:
Dinheiro jogado fora Nos excessos que praticas.
*
Numa humilde estrebaria,
De um pobre berço oriundo,
Foi que escolheu vir à Terra O próprio Senhor do mundo!
MEUS IRMÃOS Meus irmãos, mediunidade É um terreno abençoado Em que cada médium colhe O
que nele houver plantado.
Trabalhemos com afinco Nesta seara de luz,
Cultivando a sementeira Do serviço com Jesus.
Não deixemos a charrua Em qualquer canto esquecida, Qual enxada que a
ferrugem Em pouco tempo invalida.
Nem sejamos a figueira,
Que frutos devia ter Quando o Mestre a procurou, Para dela se valer...
Quem for médium sempre esteja Em condições de servir...
Mesmo que esteja chorando, Deve aprender a sorrir.
Que se esqueça dos problemas Que afirma ter de montão, Pois para viver em paz,
Esta é a melhor solução.
Que médium que se dá ao luxo De não ter problema algum,
Se existe, devo dizer-lhes Que não conheço nenhum!...NOSSA FESTA DE
NATAL Há muita gente conosco Neste banquete de luz,
Em que, juntos, partilhamos O pão da fé em Jesus.
Entre tantos companheiros Em condições de escrever, Sou eu, o menor de todos,
Que lhes venho agradecer...
Doutor Bezerra me diz: 80
- “Formiga, fale por nós... Por você, nossos irmãos Hão de ouvir a nossa voz.”
Falar de tudo o que sinto, Sei que é muita pretensão, E, por isto, simplesmente,
Quero pedir permissão...
Permissão para beijar,
No afeto que nos comanda, Ao lado de Augusto Cezar, As mãos de Dona Yolanda...
E, sem ferir-lhe a modéstia De irmã devotada ao bem, Ao seu grupo de trabalho
Desejo abraçar também...
Que esta equipe continue, Na paz do “Lar-Oficina", Percorrendo este caminho Que
a Caridade ilumina..
Conosco estão Tiaminho,
Wady a Jair Presente,
Laurinho, Walter Perrone,
Com o Augusto sempre à frente...
Vejo ainda a Volquimar,
O Wilson ao lado do Tato... A turma do “Somos Seis" Prossegue firme de fato...
Nossa Claudinha Galasse, Alexandre e Moacyr,
Dona Fifina, Mercedes, Maria Eunice a sorrir...
O nosso Weaker Batista, De todo agora refeito, Abraçando a Dona Zilda Se diz
muito satisfeito...
Dona Carmen e Luíza, Conversam com o Gonçalves... O Jô envia lembranças Para a
Nena e para o Galves...
Repartindo miosótis Num bouquet de amor sem-fim, Permanecem no recinto Os
nossos Tonho e Joaquim...
São tantos... Não posso mais, Citá-los como eu queria... Esta Casa está em festa
Desde que nasceu o dia...
Entretanto, mais um nome Preciso citar ainda:
Çu estou me referindo A nossa querida Erminda...
Agora, é o ponto final. Desculpem amigos meus, Mas os nomes que esqueci, Serão
lembrados por Deus.
Antes, porém, que eu me vá, Rogo aos Céus em pranto mudo Pela saúde do Chico,
Razão de ser disto tudo...
Despedindo-me, feliz,
Nesta assembleia de luz, Cantamos juntos em prece: - “Viva o Natal de Jesus!..."
SE EU NÃO TIVER CARIDADE De que me vale, Senhor,
Ser amigo da Verdade,
Se com os meus companheiros Eu não tiver caridade?!...
De que me vaie almejar A conquista da humildade,
Se com quem me põe à prova Eu não tiver caridade?!...
De que me vale o ideal De servir à Humanidade,
Se com um só de meus irmãos Eu não tiver caridade?!...
De que me vale guardar,
No coração, piedade,
Se no afã de minhas mãos Eu não tiver caridade?!...
De que me vale aos Teus passos Demonstrar fidelidade,
Se com quem segue comigo Eu não tiver caridade?!...
De que me vale lá fora Repartir felicidade,
Se dentro da própria casa Eu não tiver caridade?!...
De que me vale saber O idioma da bondade,
Se falando sobre alguém Eu não tiver caridade?!...
De que me vale lutar Contra a humana vaidade,
Se com os defeitos alheios Eu não tiver caridade?!...
De que me vale sonhar Com a paz que não se degrade, Se ante as pedras do caminho
Eu não tiver caridade?!...
De que me vale, Senhor, Conhecer T ua vontade,
Se, enfim, só faço o que quero E não tenho caridade?!...
MENSAGENS DO ALÉM Muita gente quer mensagem Dos amigos que partiram, Entretanto, não é fácil
Atender aos que pediram...
Alguns voltaram à Terra Numa nova encarnação; Muitos se encontram lutando Em
outros campos de ação...
Há quem receie escrever Aos corações tutelares,
Pelo nível de exigência Dos próprios familiares...
Por estranho que pareça - Digo isto meio sem jeito De adentrar um Centro
Espírita, Tem “morto" com preconceito...
Espíritos arraigados Ao que fizeram no mundo,
Face a face com a Verdade, Sofrem desgosto profundo...
O médium, por sua vez,
Jeme igualmente se expor As pedradas que lhe atira Quem critica sem amor...
Entre nós, fica esse impasse Difícil de resolver...
A gente faz o que pode E deixa o tempo correr...
Quem sabe daqui a cem anos, Sozinho, às vezes, reflito,
Não tenhamos tanto entrave Neste intercâmbio bendito...
Mais espiritualizado,
Quem sabe, futuramente,
O homem mantenha contato Com os “mortos” naturalmente...
Até lá, vamos cavando Este túnel dos dois lados...
Nós daqui, vocês daí,
E ficamos conversados...
Quanto à descrença, deixemos Quem a ela se reduz,
Mantendo sempre mais viva A nossa fé em Jesus!
VIGILÂNCIA Vigilância, meus irmãos,
Nos tempos que atravessamos, Se faz tanto necessária Quanto o ar que
respiramos...
Vigilância a cada instante,
No coração e na mente,
Que a ideia que nos perturbe Pode surgir de repente...
Vigilância nas palavras E também nas atitudes, Evitando decisões Precipitadas ou
rudes...Vigilância no trabalho E no aconchego do lar, Buscando não ter mais tarde
Motivos para chorar...
Vigilância que se aplique Contra a alheia tentação,
Mas vigilância dobrada Contra a própria imperfeição...
Vigilância sempre ativa No que lhe cabe fazer,
Sem nunca cruzar os braços À execução do dever...
Vigilância que nos seja Incansável sentinela, Resguardando a nossa paz De quem
trama contra ela..
Vigilância quando as coisas Não estão como convém, Vigilância quando tudo Parece
estar indo bem...
Vigilância sobre o tempo,
Que o tempo passa depressa E quem não valorizá-lo Acaba sofrendo à beça...
A proteção do Senhor,
Com todos nós se reparte,
Mas espera que igualmente Façamos de nossa parte!
SERVIR A JESUS Meu amigo, o Espiritismo Nada exige de ninguém...
Cada qual faz de si mesmo O que a si próprio convém.
Não pede a transformação Instantânea de quem seja, Porque todo homem é livre
Para ser o que deseja.
Não proíbe coisa alguma A nenhum de seus fieis,
Que, certamente, é que_ sabem Como gastar os seus “reis"...
Não impõe quaisquer preceitos, Antigos ou atuais,
A quem procura uma crença Sem normas e rituais.
Não condena quem errou,
Ou a quem ainda erra, Consciente de que “santos"
Não existem sobre a Terra-
Entretanto, o Espiritismo No afã a que se propõe, Necessita do concurso De quem
ao bem se dispõe.
Não afirmes seja pouco O que tenhas para dar...
Se possuis boa vontade,
O resto vem devagar...
Nem digas que te envergonhas Do que fazes ou fizeste...
Deus te ama tal qual és,
No amor com que te reveste.
Da paz do seu Reino Excelso,
O Senhor te segue os passos, Mas, para trazê-lo ao mundo, Necessita dos teus
braços...
Guarda contigo a certeza,
Que nada te compromete E servir a Jesus Cristo É a honra que te compete!
LENHA PARA A FOGUEIRA Meus irmãos, vendo crescer O nosso humilde trabalho, Fico a cismar em um canto
Com o meu raciocínio falho...
Que será que vai virar Esta nossa reunião?! - Eu me questiono e me aflijo,
Contemplando a multidão.
Que será que o povo espera De nós, uns pobres coitados, Que muito mal
conseguimos Redigir estes recados?!Mais não temos para dar...
Isto é tudo o que podemos,
E servir a Jesus Cristo É somente o que queremos.
Às vezes, tenho vontade De, na estrada, dar no pé;
O que, por certo, faria Se não fosse Irmão José...
Pois é ele quem me diz
— Tanto a mim quanto aos demais O que preciso escutar
Em favor da própria paz:
- “Formiga, não se preocupe... Façamos de nossa parte.
A Bondade do Senhor Com todos nós se reparte...
Nossos irmãos sabem disto...
O Espiritismo é uma luz,
Que no mundo se acendeu Com a proteção de Jesus...
Dessa luz que resplandece E clareia a Terra inteira,
Formiga, nós não passamos De lenha para a fogueira..."
Mas dessa excelsa “fogueira", Com meu jeito de ranzinza,
Se Irmão José é um graveto,
Eu não sou mais do que cinza!...
Não serei eu, meu amigo,
A deixá-lo contrafeito...
De fazer o que deseja,
Você tem todo o direito.
Longe de mim vir aqui Com lenga-lenga e sermão.
Sei o quanto ainda estou Distante da perfeição.
Entretanto, pense um pouco No tempo que já perdemos, Com tantas futilidades
Nas vidas que já vivemos...
Quantas vezes permutamos O dever pelo prazer,
Plantando desilusões Tão difíceis de colher?!
Dois mil anos se passaram E o Evangelho permanece Como a grande novidade Que
quase ninguém conhece...
Feliz de quem já consegue Renunciar a si mesmo E, nos caminhos do mundo,
Deixar de vagar a esmo...
No mais, você me perdoe Pois não sou alma de escol... Você faça o que quiser
Com o seu domingo de sol!
PÁGINA ÀS MÃES Diz a lenda que Maria,
A Excelsa Mãe de Jesus,
Ao Calvário regressou Após o Dia da cruz...
Abandonada à poeira,
De tão ásperos caminhos, Indatoda ensanguentada Estava a coroa de espinhos...
Por certo, fora esquecida Quando desceram da altura O corpo do Filho amado,
Conduzido à sepultura...Ao peso da dor imensa,
Ela ajoelha-se ao chão, Guardando a triste relíquia De encontro ao seu coração...
Alça a fronte ao firmamento, Com o pranto a rolar dos olhos Caindo, sem que
perceba, Sobre a coroa de abrolhos...
De repente, ó maravilha Que a palavra não resume:
Os espinhos ressequidos Exalam doce perfume...
Um a um vão florescendo Num prodígio de beleza.
Qual se operasse um milagre O reino da Natureza..
E ao coração de Maria, Balsamizando-lhe as dores,
A coroa se transforma Num diadema de flores!...
Mães da Terra, recordai O grande exemplo de fé, Que vos foi e será sempre Maria
de Nazaré!
Ante os filhos que partiram, Contei o pranto afinal...
Além das sombras da morte Triunfa a Vida Imortal!...
MEDIUNIDADE E PAZ Se buscas aprimorar A própria mediunidade,
Meu amigo, não te esqueças De exercitar a humildade.
Não disputes com ninguém Os lugares de evidência, Calando reclamações Que não
tenham procedência.
Faze tudo quanto possas,
Nos deveres que acumulas, Para manter a harmonia Do grupo a que te vinculas.
Compreende o companheiro Que, por vezes, se exaspera, Pensando na intolerância
Que em ti mesmo ainda impera
Posiciona-te entre os últimos Se queres ser o primeiro, Sempre disposto a
escutar, Falando por derradeiro...
Se, realmente, desejas Que o mal jamais te aborreça Às ideias infelizes Não
alugues a cabeça...
Pois o médium que não busca Servir em clima de paz,
Na estrada que percorremos, Fica sempre para trás!...
TROVAS AOS MÉDIUNS O médium que não procura Fugir à badalação, Crendo ser o que não é, Termina na obsessão.
Médium que joga confete Para cima, entrando embaixo, Transforma o dom que
possui Em motivo de esculacho.
Médium que imita Narciso, Adorando a própria imagem, Um dia, se surpreende
Contemplando uma miragem...
*
Muito médium promissor Na estrada em que se desloca, Não raro, tropeça e cai Ao
se envolver com fofoca. #
Não conheço nenhum médium, Desculpe o tom informal,
Que se pode dar ao luxo De pensar que seja o tal...
Depois que se convenceu De sua fraqueza humana,
O médium Mané da Serra Só quer dar passe em Joana...
* Médium que busca elogios Como quem não quer ouvi-los, Tenta enganar a si mesmo
E a quem se atreve a pedi-los...
Ao médium que dá de si, O melhor, seja onde for, A própria vida confere O status
de servidor.
Ao médium que se redime No trabalho meritório,
Não fosse a mediunidade, Restaria o Sanatório...
Mediunidade é uma bênção Que se reveste de luz,
Para quem busca exercê-la Com Kardec e com Jesus!
DE PASSOS FIRMES É possível que não contes,
Dentro da própria Doutrina,
Com a compreensão dos confrades Que criticam-te em surdina
No entanto, não te entristeças,
Nem te deixes abater,
Continuando, em silêncio,
A cumprir com o teu dever.
Busca fazer o melhor No que te sintas capaz, Resguardando a consciência Sob a
tutela da paz.
Na história da Humanidade, Todo o tempo foi assim:
Quem busca seguir o Cristo, Suporta dores sem-fim...
Ele mesmo não furtou-se À cruz que o mundo bendiz, Traído por um amigo
Invigilante e infeliz...
Não te detenhas, portanto, Escutando a gritaria De quem quer embaraçar-te Na
estrada do dia-a-dia
Sem humilhar a ninguém,
Ou desprezar a quem seja, Prossegue de passos firmes, Conforme o Mestre
deseja.
Quem te malha perde tempo Sobre os caminhos do bem; Procurando defender-te,
Não percas tempo também...
Deixa falar quem quiser O que quiser sobre ti;
Perante as lutas que enfrenta, Cada qual sabe de si.
Reflete nesta sentença Que excelsa verdade encerra: “Quanto mais perto do Céu,
Mais sofre o homem na Terra..
APESAR DA ESCURIDÃO Na hora do testemunho,
É que se vâ, meu irmão,
O que temos aprendido Em matéria de perdão...
É neste exato momento De amarga e dura lição,
Que avaliamos nós mesmos Por dentro do coração...
Pois, é no instante da prova, Quando reina a incompreensão, Que se revela difícil
Ser espírita-cristão...
Que, em verdade, é bem mais fácil Ao faminto dar um pão,
Que a um companheiro de luta Estender fraterna mão...
Mas precisamos seguir,
Tropeção em tropeção, Procurando a luz do amor,
Apesar da escuridão...
Separar trigo de joio E cultivar união,
Colhendo os frutos da paz Em bendita floração!...
IRMÃO DA MEDIUNIDADE Irmão da mediunidade,
Prossegue com tua cruz Caminhando, passo a passo,
Na senda que te conduz.
Se nas lutas que faceias Há tanto escárnio e desdém,
Sobre os espinhos que pisas Há muitas flores também...
Se te sentes vacilar Nos conflitos que suportas,
Reflete nos corações Que encorajas e confortas...
Pensa naqueles amigos Aos quais estendeste a mão E devolveste a esperança Ao
levantá-los do chão..,
Medita nos companheiros, Perdidos na humana lida,
Que auxiliaste, em silêncio,
A se encontrarem na vida...
Na linha de raciocínio Dos pensamentos a esmo,
Não fosse a própria tarefa Que seria de ti mesmo?!...
Ante as inúmeras bênçãos Que surgem na tua estrada,
Vê que não tens o direito De te queixares de nada...
E, embora as dificuldades Que procuras contornar,
Possuis maiores motivos De sorrir do que chorar...
Sustenta a excelsa charrua Na gleba da fé sincera,
Preparando sobre o mundo A Terra da Nova Era!
Irmão da mediunidade,
Companheiro de Jesus,
Persevera no caminho Do amor, da paz e da luzl
TROVAS DA PRIMAVERA A primavera sorri...
De novo, a estação das flores! Há um perfume de esperança Consolando as nossas
dores!..
Cai a semente na terra E fica esquecida ao léu, Esperando confiante Que a chuva
caia do céu.
* O homem é qual a semente Largada ao solo fecundo Que, sem o amparo dos Céus,
Nada produz sobre o mundo.
Reflitamos na lição Que reparto entre nós dois: As flores nascem primeiro, Os
frutos surgem depois.
Quem vã a árvore frondosa E as suas flores bendiz, Quase nunca se recorda De
bendizer a raiz.
Não te queixes de alegria Que se faça desengano... Muita árvore floresce
Somente uma vez por ano!
A rosa sobre a roseira É um prodígio de beleza, Jóia engastada no espinho, No
escrínio da Natureza...
A morte é feito um machado Que os teus sonhos dilapida, Mas a árvore podada
Ressurge sempre florida
Ó lindas sibipirunas,
Ante o amor que não se acaba, Sois mensageiras da Vida Florindo aos céus de
Uberaba!
Três árvores, três irmãs Nos caminhos de Jesus...
Três destinos diferentes:
Um berço, um barco, uma cruz!...
OLHA O RELÓGIO... Meu amigo, olha o relógio...
O tempo passa depressa.
Uma semana termina,
Outra semana começa.
De novo, já é domingo,
Na data que se consuma,
E o nosso papo prossegue Quase que sem pausa alguma
O ponteiro dos segundos Parece brincar com a gente, Repetindo em tic-tac:
- “Para a frente, para a frente..."
Não deixes para depois Os teus projetos no bem, Procurando, desde agora,
Fazer o que te convém.
Sobretudo, não adies A própria renovação, Aceitando Jesus Cristo Por dentro
do coração.
Nem esperes que apareça Melhor oportunidade,
Do que aquela que desfrutas Servindo na Caridade.
O amanhã é uma esperança Que talvez se concretize, Mas o hoje ê uma certeza
No que o homem realize.
Deixa tanta hesitação,
Põe a dúvida de lado.
Quem decide dar de si, Decide sempre acertado.
Desapega-te dos bens Que pesam no itinerário, Guardando apenas contigo O que
te for necessário.
Um dia, breve, quem sabe?, Eis, enfim, teu necrológio... Por isto, enquanto na
Terra, Meu amigo, olha o relógio!...
9 DE OUTUBRO DE 1861 Em Barcelona, a praça tumultua...
O povo se aglomera ante a fogueira Que a Inquisição acende, sorrateira,
No mal que o fanatismo perpetua...
A multidão protesta e não recua,
Vaiando em altos brados, sobranceira,
A atitude arbitrária e derradeira
De quem queima a Verdade em plena rua..
Passado mais de um século, no entanto,
O povo agora assiste, canto a canto,
A vitória da Fé em áureas flamas...Revivendo o Evangelho de Jesus, Propaga-se no
mundo a excelsa luz Das obras de Kardec dentre as chamas!...
(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em reunião da Casa Espírita
'Bittencourt Sampaio”, na noite de 9 de outubro de 1991, em Uberaba-MG)
ANTE O ALÉM A morte, em si, se compara Às sombras do anoitecer, Que o sol da vida dissipa Ao
clarão do alvorecer.
Ante as surpresas do Além, Nesta lição me concentro:
A morte sempre revela O que trazemos por dentro.
No imenso palco do mundo,
Cada ator busca esmerar-se,
Ao fim do drama, no entanto,
Deve tirar o disfarce...
Quem “morre”, o que mais lamenta, No momento da partida,
É o tempo que consumiu Fazendo nada na vida
Na morte, triste ficou No caminho que era dele... De tanto “passar o tempo”, O
tempo “passou” por ele...
Renascer numa família Com uma herança pequena, Alegria a fé em Deus,
E como acertar na “sena”...
A Terra é campo bendito De lavra constante e dura, Onde o homem realiza
Colheita e semeadura.
Para o espírito liberto Que adeja na imensidão, “Morrer” é voltar ao corpo Numa
nova encarnação...
Sob o peso do remorso,
Sem paz em que se conforte, Há quem chegue na outra vida Pedindo segunda morte... Saiba quem queira saber, Na crença a que se devota, Que Jesus impôs a morte
Definitiva derrota!...
TRIGO DE LUZ Meu irmão, pega a charrua Do Espiritismo cristão, Trabalhando sem cessar A
gleba do coração.
Cultiva dentro de ti As sementes da bondade, Regadas com tua fé No suor da
caridade.
Que o egoísmo — erva daninha Não comprometa a lavoura, Que Jesus, o Mestre
Amado, Junto contigo entesoura.No labor cotidiano,
Ara e semeia com calma, Fazendo ao solo do mundo Florescer a própria alma.
Sejas como a terra fértil Que o pão da vida produz, Transformando-te em celeiro
Do excelso trigo da luz!
TEM RAZAO O nosso irmão tem razão... Quem busque a paz por escudo, Necessita, muitas
vezes, Fazer-se de surdo e mudo...
Entretanto, ainda não basta. Além de surdos, sem voz, Precisamos vigiar A ideia
que surge em nós.
Parecendo vir do nada,
O pensamento infeliz Toma corpo e ganha vida No que se faz ou se diz.Postar-se
de sentinela À porta dos pensamentos, Eis a sábia providência Para todos os
momentos.
Quanto ao mais, é trabalhar No bem que resume tudo, Sendo, às ofensas sofridas,
Cego, bobo, surdo e mudo.
O GRÃO DE AREIA Pequenino grão de areia Que, uma vez, pôs-se a falar, Clamava perante o céu,
Como se o céu fosse o mar:
— “Por que, meu Deus, me criaste E me puseste no chão,
Pequenino grão de areia,
Um igual a um milhão?!
Que destino me reservas Sobre esta praia escaldante,
Em que me vejo na vida Em sofrimento constante?!...
Dia e noite, noite e dia,
Vivo ao sabor da maré Que me leva às profundezas, Aniquilando-me a fé...
Sou infeliz... Nada valho... Aspiraria não ser,
Nem mesmo aquilo que sou Em meu triste padecer...”
Neste instante, o grão de areia, Nessas ideias imerso, Arrastado pelas ondas
Novamente é submerso...
Inutilmente, reage Contra a concha nacarada, Que imagina ser a morte Com a
boca escancarada...
Entretanto, ó maravilha!,
O grão de areia descrente, Adormece e se transforma Numa pérola luzente!...
Homem, és sobre este mundo, Em que a sombra te reduz, Pequenino grão de
areia,
Por Deus, destinado à luz...
Caminha ao peso do lenho, Mesmo seguindo de rastros... Ao fim da luta
terrestre,
Hás de brilhar como os astrosl...
PRESENTE DE NATAL Senhor Jesus, eu queria,
Por presente de Natal,
Um celeiro de alegria No fundo do meu quintal!
Que esse bendito armazém,
Aberto seja a quem for,
Nunca negasse a ninguém Os frutos do Teu amor...
Que a esperança aos meus irmãos, No bem a que nos exortas,
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Fosse pão em minhas mãos A quem me batesse às portas...
Eu queria, Mestre Amado, Ser a fonte da ventura Ao peregrino cansado De tanta luta e
amargura...
A palavra de coragem Feito escora no caminho,
A quem prossegue viagem Seguindo devagarinho...
Eu queria de verdade Uma vara de condão,
Que tornasse realidade Os sonhos do coração...
Unir num fraterno abraço Os crentes quanto os ateus, Na certeza a que me
enlaço Que todos somos de Deus...
E que a paz dentro de mim Não fosse simples quimera, Brotando qual brota,
enfim, Uma flor na primavera...
Servindo sempre Contigo, Ante a luz que me reveste, Queria ser mais amigo Dos
amigos que me deste...
Ah, Senhor, como eu queria, No fundo do meu quintal,
Um celeiro de alegria Por presente de Natal!...
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