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Impacto do uso de álcool na sociedade sob o ponto de vista

psiquiátricopsiquiátrico

Flavio PechanskyProfessor Associado, Depto. de Psiquiatria da

FAMED-UFRGSDiretor, Centro de Pesquisa em Álcool e Drogas da

UFRGS

Roteiro da apresentação

• Origens do álcool• Impacto do álcool

– No organismo humano– Na mente humana– Na mente humana

Quais as origens do álcool?

Da Pré-história ao Século XVII

• Sumérios 6000 AC– Agricultura

– Cerveja – fermentação

– 2000 AC: cerveja e vinho – 2000 AC: cerveja e vinho para fins medicinais

• Amoritas - Babilônia– Código de Hamurabi 1750

AC

Egito

• Cerveja – Adultos e crianças– Ricos e pobres (escravos)– Deuses– Túmulos– Túmulos– Atividade das mulheres

• Vinho– Muito caro– Utilizado como pagamento– Oferenda aos deuses

A boca de um homem perfeitamente contente

está cheia de cerveja

2200 AC

Cerveja

• Cerevisia: cera (grão) + vise (força)• Parte da alimentação regular dos povos antigos

– Desjejum tipíco holandês (séc. XVII):

Cerveja quente + noz moscada + açúcar

Idade Média (476-1453)

• 800 AD: destilação na Arábia (“alkuhl”)

• 1494 – Uisge Beatha (gaélico): água da vida

Fim da Idade média: conhecimento da destilação

espalhada pelo mundo e início espalhada pelo mundo e início do consumo

Renascença (1453-1789)

• Destilação evoluiu • Termômetro e outras inovações• Bebidas nacionais

– Rússia – vodka– Rússia – vodka– Escócia – uísque– México – tequila

• Navegação e rotas comerciais • 1750 – Revolução Industrial na Inglaterra

Revolução Industrial

• Produção em massa • Aumento dos problemas relacionados ao álcool• Força de trabalho• Explosão demográfica• Explosão demográfica• Problemas nas grandes cidades

– Pobreza– Doenças– Criminalidade

Benjamin Rush (1746-1813)

• Cirurgião-geral do Exército de George Washington

• Considerado o pai da psiquiatria americana• “Casas da Sobriedade”• Tratamentos propostos• Tratamentos propostos

1811: “An inquiry into the effects of ardent spirits upon the human body and mind”“Drinking starts as an act of freedom, walks toward

the habit, and finally sinks into the necessity”

Sociedade de Abstinência Total de Washington

• 2 abril de 1840 em Baltimore

• Primeiro movimento de auto-ajuda

• Recrutavam pessoas nas tavernas

• Acreditavam que a camaradagem social era suficiente para abstinência.

Impacto do álcool

No organismo

O que é uma dose de álcool?

Doses de etanol das bebidas mais comuns

Cerveja 5% 600ml 30ml Etoh

Vinho 12% 750ml 90ml Etoh

x 3

x 3Cachaça 45% 600ml 270ml Etoh

Uísque 45% 1000ml 450ml Etoh

x 3

x 1.6

Sinais e sintomas X alcoolemia

Efeitos clínicos da alcoolemia(em mg/100ml)

Prejuízo definitivo do equilíbrio e do movimento0,15

Fala pastosa, descontrole emocional, andar cambaleante.

0,20

Depressão respiratória, coma e morte.0,50

Inconsciência, pele fria e úmida.0,40

Diminuição dos sentidos (visão, audição), confusão e perda de consciência.

0,30

0,15

Afetada por:• massa e gordura corporal• sexo• idade• conteúdo estomacal• quantidade consumida• velocidade de ingestão• estado emocional e sensibilidade• estado emocional e sensibilidade• tolerância• estado de saúde• experiência anterior com o álcool• combinação do álcool com psicotrópicos (ansiolíticos,

anfetaminas, etc)

Principais sintomas• fala pastosa• déficit de atenção• ataxia de marcha• hálito etílico proeminente• dificuldade de coordenação motora• aparência ruborizada• falta de coordenação muscular• falta de coordenação muscular• perturbação mental• desordem visual (visão turva)• sonolência• tremores musculares • tonturas (vertigens)• náuseas e vômitos

Principais manifestações do uso crônico de álcool

• Hepatite/Esteatose/Cirrose• Polineuropatia alcoólica• Demência alcoólica• Encefalopatia de Wernicke-Korsakoff• Encefalopatia de Wernicke-Korsakoff• Miocardiopatia alcoólica• Deficiências nutricionais

– Avitaminoses– Alterações do sistema imunitário

Na mente humana

Impactos no indivíduo

• Abuso de álcool– Beber e dirigir– Crime / Violência

• Alcoolismo• Alcoolismo

Abuso de álcool20% da população adulta20% da população adulta

O que é um “porre”?

• Intoxicação alcoólica aguda

– Conjunto de sinais clínicos e alterações de comportamento decorrentes da ingestão de quantidade elevada de álcool

• DSM-IV:

– Ingestão recente de álcool

– Mudanças comportamentais/psicológicas causadas durante ou logo após o consumo de álcool

– Um ou mais de: fala arrastada, incoordenação, desequilíbrio, nistagmo, dano atencional ou de memória, estupor, coma

Beber e dirigir

O caminho do etanol

Acidentes de trânsito - OMS

• 1.2 milhões / ano– Mortalidade: 19/100.000 habitantes– Em países de baixa renda

• 38 milhões de DALYs

92%

• 38 milhões de DALYs• 33 – 69% de alcoolemias positivas em

acidentes fatais• 8 – 29% em acidentes não fatais

OMS, 2004

BAC - Blood Alcohol Content

• Quantidade de bebida consumida• % ETOH• Peso corporal• Tempo necessário para consumir• Motilidade gastrointestinal• Motilidade gastrointestinal• Estômago vazio ou não• Vascularização dos tecidos• Taxa de eliminação individual (0.018%/hora)• Cronicidade do consumo em usuários

experientes

45 54 63 72 81 90 99 108Peso corporal em kg

Homens depois de uma hora de consumo

Núm

ero

tota

l de

drin

ques

Umdrinque

336ml

cerveja112ml

vinho28ml

destilado

4,5% 12% 45%

Núm

ero

tota

l de

drin

ques

Risco relativo para acidentes x BAC

Borkenstein, R.F., Crowther, F.R., Shumate, R.P., Ziel, W.B. & Zylman, R. (1964). The role of the drinking driver in traffic accidents.

Department of Police Administration, Indiana Univesity, Bloomington

A intoxicação por álcool

• Altera o desempenho psicomotor • Altera a expectativa de conseqüências

negativas do uso de álcoolnegativas do uso de álcool• Altera a percepção do risco

Fromme et al , 1997/ Farquhar et al, 2002 ; Cherpitel et al , 1993

Álcool como fator de risco

• Cada aumento de 0,02 no BAC aumenta 2 vezes o risco de acidentes, por:• Diminuição da visão periférica• Baixa recuperação da visão prejudicada pela • Baixa recuperação da visão prejudicada pela

luz• Baixa performance em traçados visuais

complexos• Diminuição da performance para atenção

dividida

Zador, 1991

Preditores para dirigir sob efeito de álcool

– Impulsividade (Ryb et al, 2006)

– Binge Drinking (Hingson, 2003)

– Sexo masculino (Hingson, 2003; Morrison et al ,2002)

– Ser pasageiro de motorista DUI (Kypri, Tephenson, 2005)

– Uso de maconha (Blows et al, 2005)– Uso de maconha (Blows et al, 2005)

– Baixa idade (Hingson, 1999)

– Sonolência (Connor et al, 2004)

– Baixa percepção de punição (Aberg, 1993)

– Baixa percepção do risco de sofrer acidentes (Albery & Guppy, 1996,Greenfield & Rogers,1999; Cherpitel et al, 1993, 1999)

Características presentes em jovens brasileiros(Pinsky et al, 2001)

Psicologia do trânsitoA cada 3km um motorista: • Realiza 400 observações• Toma 40 decisões

– Comete um erro– Comete um erro

A cada 800 km Quase colisão

A cada 10.000 km Acidente

Gladwell, 2001

Acidentes com baixa alcoolemia

Massa de evidência científica:Quanto mais alto o BAC, maior a

probabilidade de um acidente fatal

Por inferência:A probabilidade de um acidente (fatal ou

não) decresce proporcionalmente ao declínio do BAC, mesmo não sendo em

uma relação linear

Helander, 2001

Proporção de acidentes de trânsito não fatais associados a BAC baixo é

subestimada, em função de que o BAC é usualmente obtido em acidentes fatais

Donelson (1988):

50% acidentes fatais

25-30% colisões com dano

5-10% danos materiais

Se os acidentes com baixa alcoolemia estivessem associadosa apenas 1% dos acidentes nos EUA, isso significaria 60.000 colisões/ano

BAC e acidentes (pool)

Hurst, 1985

Estratégias comprovadas para reduzir o beber e dirigir

• Idade minima para beber = 21 anos � combinação entre educação pública e “enforcement” (aplicação da lei)

• Dirigir com alcoolemia ilegal = crime per se

• Apreensão imediata da carteira de habilitação• Apreensão imediata da carteira de habilitação• Cinto de segurança• Diminuir o BAC permitido para motoristas considerados

culpados• Aferição e tratamento de “offenders” por DUI• Ignition interlocks

Hingson & Winter, 2003

Ignition interlock

“Swift and certain”

Álcool e Violência

Impacto do Fechamento dos

Bares em DIADEMA

SÉRGIO DUAILIBIILANA PINSKY

RONALDO LARANJEIRA

Am J Public Health. 2007 Dec;97(12):2276-80

Justificativas da “Lei Seca”

�Diadema : 1999 = 105 homicídios / 100.000 habitantes.

�Violência contra mulher: 73% �Violência contra mulher: 73% queixas relacionadas ao álcool. Altos índices especialmente após 23 h.

�Média de 49,5% homicídios ocorrendo entre 21h - 6h e tendo relação com bares.

LEI SECA : FISCALIZAÇÃO

• FISCALIZAÇÃO : GUARDA CIVIL MUNICIPAL + Fiscais

• Multas• Multas• Fechamento administrativo do

estabelecimento• DISQUE DENÚNCIA

HOMICIDES PER 1,000 RESIDENTS

Figure 2: Homicides per 1,000 Residents

0.1

0.12

0.14

After closing-time regulationBefore closing-time regulation

0

0.02

0.04

0.06

0.08

Jan-

95

Jul-9

5

Jan-

96

Jul-9

6

Jan-

97

Jul-9

7

Jan-

98

Jul-9

8

Jan-

99

Jul-9

9

Jan-

00

Jul-0

0

Jan-

01

Jul-0

1

Jan-

02

Jul-0

2

Jan-

03

Jul-0

3

Jan-

04

Jul-0

4

Jan-

05

Jul-0

5

Note: Homicide rate for July 2005 is based on half-month of data.

Queda de Homicídios

• Número de vidas salvas (em 4 anos) : 528

• Média antes da lei 22 mortes por mês,

logo depois caiu para 12.

• Diminuição de 133 mortes por ano numa

cidade de 360 mil habitantes

ASSAULTS ON WOMEN PER 1,000 RESIDENTS

Figure 1: Assaults against Women per 1,000 Residents

0.2

0.25

After closing-time regulationBefore closing-time regulation

0

0.05

0.1

0.15

Jul-00

Oct-00

Jan-01

Apr-01

Jul-01

Oct-01

Jan-02

Apr-02

Jul-02

Oct-02

Jan-03

Apr-03

Jul-03

Oct-03

Jan-04

Apr-04

Jul-04

Oct-04

Jan-05

Apr-05

Jul-05

Note: Assault rates for July 2000 and July 2005 are based on half-months of data.

Violência Contra as Mulheres

• N de Agressões Prevenidas : 423(4 anos)

• % Redução de agressões : 25,8%

Conclusão

• Política de redução dos Horários de venda de Bebidas Alcoólicas mostra substancial impacto sobre mostra substancial impacto sobre os problemas relacionados ao álcool .

Alcoolismo9% da população adulta9% da população adulta

Movimento de Temperança

• Grupos de temperança– 1874 - União de

temperança das mulheres cristãs mulheres cristãs

– 1895 - Liga anti-saloon– Partido da Proibição

União de Temperança das Mulheres Cristãs

Movimento de Temperança

Lei Seca

1919 - 1933

Lei Seca

• Antes de 1920: – Vários estados com legislação proibindo a

bebida

• Outubro de 1919 – Aprovada a Proibição• Outubro de 1919 – Aprovada a Proibição• Janeiro de 1920 – Lei Seca entra em vigor• Proibida a manufatura, venda, importação

ou exportação de bebidas• Vinho• Whisky: disponível para uso médico

Alcoólicos anônimos

• Bob W (William Griffith Wilson ) nasceu em 26 de novembro de 1895 e East Dorset, Vermont. Depois de uma East Dorset, Vermont. Depois de uma infância difícil, tornou-se alcoólico aos 22. Foi um dos primeiros analistas da bolsa e enriqueceu até o crash de 1929, quando então voltou a ser pobre e seu alcoolismo piorou.

Tipologia de Jellinek

5 tipos de alcoolismo– Alfa:

• Beber em excesso por razões psicológicas• Sem dependência física

– Beta:• Beber em excesso • Beber em excesso • Alguma doença grave relacionada ao álcool

(cirrose, gastrite, polineuropatia)

– Gama: sinais progressivos de dependência física e psicológica, padrão flutuante de consumo

– Delta:• Dependência física (tolerância, abstinência e

fissura) • Psicológica• Consumo estável de álcool

– Epsilon ou alcoolismo periódico

Síndrome de Dependência do ÁlcoolEdwards & Gross, 1976

� Empobrecimento do repertório

� Relevância da bebida

� Aumento da tolerância ao álcool

� Sintomas de abstinência repetidos� Sintomas de abstinência repetidos

� Alívio/evitação dos sintomas de abstinência

� Percepção subjetiva da compulsão para

beber

� Reinstalação após abstinência

Núcleo de Estudo e Pesquisa em Trânsito e Álcool da UFRGS

CPADFlavio Pechansky, Raquel De Boni, Sibele Faller, Petúlia

Lopes, Lísia Von Diemen, Bárbara P. Holmer, Deise Schroeter, Caroline machado Mello, Paola Furquim Conte,

Daniela Benzano Bumaguin, Gabriela Baldisserotto, Tiotrefis Gomes, Micheline Moraes, Myriam Coitinho Pereira, Cleide

Bittencourt

HPSMauro Soibelman

PRODAHLuis Augusto Rohde, Renata Rocha F.

SENADPaulina Vieira Duarte, Márcia M. M. Lopes,

Marcelo Lima, Renata Viana

HCRVitor Brondani

SEST- SENAT

CONENs

DPTRANGilberto A. Montenegro

COMENs

DMLHelena Hubert Silva

PPGE - EconomiaSabino Porto Júnior, Marianne Zwilling

Stampe, Tanara Rosângela Vieira Sousa, Daniela Goya Tocchetto

Núcleo Interinstitucional de BioéticaJosé Roberto Goldim, Márcia Santana Fernandes, Carolina

Fernandez Fernandes, Júlia Schneider Protas

Luis Augusto Rohde, Renata Rocha F. Gonçalves, Breno Matte, Cláudia Szobot, Roberta P.Schell Coelho

Viva VozHelena Tanhauser Barros,

Maristela Ferigolo, Denise Dantas, Cláudia Mazoni

HCPA

EPTC

SMIC

BM

SIMERS

PUC GeografiaRégis Lahn

Lab. Pesquisa HCPAÚrsula Matte

Fac. Farmácia / CITRenata Pereira Limberger, Viviane Seben,

Débora Schoenfeld Prusch, Eloisa Comiran, Paula Otero Boehl

Estagiários coletadoresAlexandra Borba, Amanda Külzer Cunha, Ana Cristina da Silva Rodrigues,Ana Paula Schimidt Metzger, Bruna Graziela Nunes,Camila Valer Pereira,

Carina Bauer Luiz, Caroline Machado Mello, Celso Afonso Tschá, Cibele Bonapace de Azevedo, Cristiane Almeida de Ávila, Cristina Zinelli, Daiana

Boanova Vieira, Daniela Denardin, Daniel Fernando Paludo Fuchs, Débora Scaranari Simões Pires, Deise Schroeter, Ellen Gleyce Souza Sodré

Ramos, Fabiane Leusin, Fabio Bondar, Felipe Brum Drews, Fernanda da Rocha Luz, Fernando Feijó, Francine Rossignolo Londero, Francine Voigt, Gabriela Soviero Moraes, Gabrielle Amaral Nunes, Graciela Gema Pasa,

Rocha Luz, Fernando Feijó, Francine Rossignolo Londero, Francine Voigt, Gabriela Soviero Moraes, Gabrielle Amaral Nunes, Graciela Gema Pasa,

Graziela Pinto, Guilherme Luís Menegon, Heloisa Tezzoni Rodrigues, Heloísa Villas-Bôas Lara Teixeira Leite, Janini Vicenzi da Silveira, Jaqueline Lessa Pinheiro, Julia Scheneider Hermel, Karine Paiva Muller, Kelly Silveira

da Silva Bueno, Lílian Klein Schontag, Lysa Silveira Remy, Márcia Izabel Rodzinski, Márcia Tomasi, Marcos Muller Ávila, Mariana de Quadros Brolo, Marise dos Santos Aguiar, Muriel Martinez, Nolar Lopes Bobadilla, Ricardo

Filipe Romani, Rodrigo Freitas Feiden,Rodrigo Gonçalves Dias,Rosana Gomes Monteggia, Suelen Bicca de Fraga, Tahiris Martinez Castro,

Tatiana Diehl Zen, Tiago Cataldo Breitenbach

Estudo do impacto de bebidas alcoólicas e outras substâncias psicoativas no trânsito outras substâncias psicoativas no trânsito

brasileiro

Projeto de desenvolvimento GPPG 07-069

Produzir dados nacionais e locais sobre

as diversas associações entre álcool, drogas,

transtornos psiquiátricos e acidentes de trânsito

Estimar os custos envolvidos nestas associações

Identificar elementos éticose juridicos associados às questões acima

Objetivo geral

nestas associações e juridicos associados às questões acima

Desenvolver e adaptar metodologia apropriada

para pesquisa nesta área no Brasil,

disponibilizando-a para outros centros de pesquisa por meio da

Rede de Pesquisa sobre Drogas da SENAD

Formação pós-graduada

Intercâmbio inter-institucional

Justificativa

• Acidentes X álcool:– Qual a REAL prevalência?– Qual o papel das outras SPA?– Pontos possíveis de prevenção?

Apresentação do projeto• Estruturação do centro para execução do projeto• Seminário condutas éticas e jurídicas• Prevalência nacional em 27 capitais• Estudo telefônico nacional com motoristas infratores• Prevalência em acidentes de trânsito de POA:

• Fatais• Fatais• Não fatais

• Prevalência em bares, postos, restaurantes e estacionamentos de POA

• ECR com MPH em motoboys com TDAH/SPA• Custos dos acidentes de trânsito em POA• Conferência nacional e produtos dos projetos

1

Estruturação do centro para execução do projeto

Pesquisador responsável: F. Pechansky

NEPTA• Núcleo de pesquisa � Grupo no CNPq• Infraestrutura de pesquisa � CPAD• Infraestrutura administrativa � FAURGS/CPAD• Colaboradores:

– Carl Leukefeld, Matthew Webster – U of K – Mauro Soibelman, HPS – Ursula Matte, Lab. HCPA– Ursula Matte, Lab. HCPA– Renata Limberger, F. Farmácia UFRGS– Helena Hubert Silva, DML– Viviane Fassina, Lab. toxicologia do IGP– Helena Barros, VivaVoz– Christine Moore, Michael Vincent – Immunalysis Inc.– Cleide Bittencourt da Silva, Daniela Benzano, Myriam Coitinho Pereira -

CPAD

• Reuniões regulares há 18 meses

Seminário:Condutas éticas e jurídicas a serem

2

Condutas éticas e jurídicas a serem consideradas durante a execução das

diferentes etapas do projeto

Pesquisador responsável: J.R. Goldim

Focos do seminário

• Percepção de coerção em pesquisa• Capacidade de tomada de decisão • Forma de lidar com risco• Cenários:• Cenários:

– Um motorista alcoolizado pode ser liberado após responder a um questionário e ter seu BAC ilegal identificado?

• Participantes:– desembargadores, juízes, representantes do

ministério público e juristas

Prevalência do uso de bebidas alcoólicas, maconha,

benzodiazepínicos e anfetaminas em

3

benzodiazepínicos e anfetaminas em motoristas profissionais e privados do

Brasil

Pesquisador responsável: F.Pechansky

Objetivo geral

• Estimar:– prevalência de alcoolemia acima do limite legal – presença de substâncias psicoativas

• Avaliar:• Avaliar:– fatores de risco /percepção de risco para dirigir sob

influência de álcool/SPA

em uma amostra de condutores privados e profissionais de veículos que trafegam em rodovias federais que cruzam regiões metropolitanas das capitais brasileiras

• Delineamento: Estudo transversal• Amostra aleatoria:

– sorteio proporcional ao número de motoristas profissionais e privados, em cada um dos Estados da federação e Distrito Federal, com bloqueio de “n”

Amostragem

federação e Distrito Federal, com bloqueio de “n” mínimo

• o tamanho da amostra estimado foi de 2600motoristas.

• Após bloqueio por “n” mínimo (Leukefeld), expansão para n= 3.388 motoristas profissionais e privados

• motoristas privados (veículos ou motocicletas)

• motoristas profissionais que dirigem ônibus, vans e/ou caminhões

Sujeitos

ônibus, vans e/ou caminhões– idade igual ou superior a 18 anos, ambos os

sexos– trafegando por rodovias federais (BRs) que

cruzam as 27 capitais

Equipe de coleta

• Equipe volante– quatro coletadores, viajando alternadamente

pelos 26 estados da federação + DF– entrevistas nas rodovias auxiliados por – entrevistas nas rodovias auxiliados por

policiais rodoviários e SEST/SENAT

• Até sete dias em cada estado para a realização da coleta de dados

Instrumentos

• Questionário estruturado em palmtops• Demografia• Uso recente de SPA• Comportamentos de trânsito

• Alcoolímetro• Alcoolímetro• Teste de saliva para SPAs• Consentimento tácito• 14 meses de coleta

Determinação do uso de drogasAmostra

(quantisal+bafômetro)

Quantisal - Triagem(Elisa)

Resultado indicativoResultado Negativo

Online

CPAD

Análise confirmatória

Algodão(maconha)

Saliva(anfetaminas, cocaína,

bzdp)

Análise

(CG/EM)

Preparação da amostraSupervisão

Treinamento

Controle de Qualidade

Immunalysis

Arquivado

Associação entre infrações e acidentes de trânsito e transtornos psiquiátricos

4

de trânsito e transtornos psiquiátricos em motoristas brasileiros sob processo por beber e dirigir no território nacional

Pesquisador responsável: F. PechanskyExecutor: S.Faller

Objetivo geral

• Estimar a associação entre comportamentos de risco e infrações de trânsito relacionados a– consumo de álcool – consumo de álcool – comorbidades psiquiátricas

• em uma amostra de motoristas infratores com processos judiciais por dirigir com alcoolemia ilegal.

Método

• Delineamento:– Transversal

• N estimado: 2000 casos – (192 CFCs no RS) • Desfechos e Fatores em Estudo• Desfechos e Fatores em Estudo

– Desfecho: • gravidade do comportamento de risco no trânsito

– Fatores em estudo: • gravidade do uso de álcool e drogas • presença de comorbidades psiquiátricas

Método Instrumentos

• Mini International Neuropsychiatric Interview (MINI)– Abuso / dependência de álcool e drogas, Transtornos do Humor,

TEPT, TDAH e TPAS

• Adult Self-Report Scale (ASRS)– Diagnóstico possível de TDAH– Diagnóstico possível de TDAH

• Escala de Violações e Erros de Motoristas (EVEM)– Erro– Violação

• agressiva • agressiva interpessoal

Logística

• Registros de Motoristas Infratores– Obtidos a partir da base de dados do DENATRAN.

• Local e Equipe de Coleta– Entrevistas telefônicas: realizadas no VivaVoz após capacitação

e treinamento.

• Contato e Entrevista• Contato e Entrevista– Entrevistas aleatoriamente monitoradas pela coordenadora do

estudo em tempo real � controle de qualidade– Software para inserção e armazenamento das informações

obtidas diretamente através da entrevista telefônica

• Aspectos Éticos– Consentimento em etapas – “Rolling consent”

Format this 'timeshape' box as desired

Alcoolemia e uso de substâncias psicoativas em vítimas de

acidentes de trânsito atendidos em

5

acidentes de trânsito atendidos em centros de emergência ou trauma

da cidade de Porto Alegre

Pesquisador responsável: F. PechanskyExecutor: G. Baldisserotto

Objetivos

• Estimar a força da associação entre:– uso de álcool e outras SPA– dependência /abuso de álcool e outras SPA – déficit de atenção e impulsividade– déficit de atenção e impulsividade

e – acidentes de trânsito com vítimas não fatais

na cidade de Porto Alegre

Método

• Estudo transversal• Desfechos:

– Alcoolemia– Uso e/ou dependência de álcool e outras SPA– Uso e/ou dependência de álcool e outras SPA– Déficit de atenção / impulsividade– Presença de metabólitos de maconha e

cocaína na saliva

Método

• Sujeitos– Indivíduos com 18 anos ou mais, que tenham

sofrido AT como condutores, passageiros ou pedestres*pedestres*

• Amostra– N= 385 sujeitos

*incluídos para outro estudo

MétodoAtendimento Emergência

BafômetroSaliva/Urina para SPA

TCLE

EntrevistaMINIASRS

Amostra desprezada

NÃO ACEITAACEITA

Método

• Coleta– Tempo previsto: 3 meses– 16 trios de coletadores

• Plantão de 24h no HPS e HCR, 7 dias por semana• Plantão de 24h no HPS e HCR, 7 dias por semana• Treinamento e supervisão continuados

• Pilotos realizados:– HPS (26 e 27/10)– HCR (08 e 09/12)

Presença de substâncias psicoativas em vítimas fatais de

6

psicoativas em vítimas fatais de acidentes de trânsito em Porto

Alegre

Pesquisador responsável: F. PechanskyExecutores: P. Lopes e Lysa Remy

Objetivo

• Estimar prevalência de – alcoolemia positiva – presença de SPA

em vítimas fatais de acidente de trânsito em vítimas fatais de acidente de trânsito obtidos no DML e no DPTRAN.

Método

• Estudo transversal• Desfecho:

– presença de álcool e SPA através dos registros de amostras e laudos do DML e do registros de amostras e laudos do DML e do DPTRAN

• Fatores em estudo: – dados sociodemográficos– características do acidente ( atropelamento,

colisão, capotagem etc)

Sujeitos:– indivíduos com idade superior a 18

anos– que tenham sofrido óbito em

decorrência de AT– motorista, motociclista ou pedestre.– motorista, motociclista ou pedestre.

N= 385

Logística

• Visitas mensais ao DML e ao DPTRAN • Instrumentos:

– prontuários específicos do DML, com detalhamento dos fatores determinantes, detalhamento dos fatores determinantes, óbitos e coleta de fluidos;

– registros de inquéritos policiais do DPTRAN.

Prevalência de alcoolemia superior à legalmente permitida em

motoristas que freqüentam postos

7

motoristas que freqüentam postos de gasolina, bares, restaurantes e estacionamentos de Porto Alegre

Pesquisadores responsáveis: F. Pechansky e R. De Boni

Justificativa

• Estudos vêm demonstrando que– quanto maior a densidade de postos de

venda de bebidas alcoólicas• maior a disponibilidade• maior a disponibilidade• maior o número de conseqüências associadas ao

consumo abusivo de álcool (violência e AT)

– Não há dados brasileiros

Questões de pesquisa

• Quais as regiões da cidade de Porto Alegre com maior / menor número de AT relacionados ao álcool (?)

• Correlação com locais de venda (?)• Correlação com locais de venda (?)

Estudo 1: Correlação entre densidade de postos de venda de bebidas

alcoólicas e ATMétodo

– Dados de AT da EPTC e Delegacia de – Dados de AT da EPTC e Delegacia de Trânsito

– Dados sobre os postos de venda de bebidas alcoólicas (SMIC)

– Plotados em programa de geo -referenciamento (ISDRIS/ Maptitude)

Estudo 2: Alcoolemia e percepção de risco em motoristas que freqüentam postos de

gasolina, bares, restaurantes e estacionamentos de Porto Alegre

Objetivo

• Estimar a prevalência de:– alcoolemia acima do limite legal– do uso de anfetaminas, THC e BZD

• Estimar a percepção de risco em motoristas de veículos e motocicletas que freqüentam:– lojas de conveniência de postos de gasolina– bares, restaurantes e estacionamentos pagos em regiões de

menores e maiores densidades de AT de Porto Alegre

Método

• Estudo transversal• Amostra selecionada

por sorteio representativo em representativo em regiões da cidade selecionadas pela diferença nas densidades de acidentes de trânsito

Método

• Coleta– finais de semana – noite

• Inclusão• Inclusão– idade superior a 18 anos– saindo de um dos locais de coleta– dirigindo ou de carona em um automóvel/ou

motocicleta– que aceitem participar do estudo

Método

• Instrumentos– bafômetro– teste de saliva para BZD, anfetaminas e THC– questionário auto-preenchido:dados – questionário auto-preenchido:dados

demográficos e percepção de risco

• N= 385• Tempo estimado= 3 meses• Anônimo

Logística

• Entrevistadores – treinados– uniformes do CPAD

• Turnos:• Turnos:– 18:00 às 24:00h– 24:00h às 06:00h

Custos sociais e econômicos dos acidentes de trânsito com vítimas,

8

acidentes de trânsito com vítimas, causados por abuso do álcool na

cidade de Porto Alegre

Pesquisador responsável: Sabino Porto Jr.

Justificativa• Aumento dos gastos públicos e privados em

saúde• Morte precoce • Perda de produtividade• Dano às propriedades pública e privada • Mudança no estado de saúde/qualidade de

vida, sofrimento ou dor associado ao AT ou a perda de um ente familiar

Objetivos

• Mensurar os custos sociais e econômicos da alcoolemia nos acidentes de trânsito com vítimas na cidade de Porto Alegre.

• Gerar estimativas da disponibilidade a pagar da população por políticas que visem reduzir o número de acidentes de trânsito.

Acidentes comVítimas?

SimNão

Primeiro AtendimentoEPTC – BM – SAMU

ComunicaAutoridades?

SimNão

Encaminhamento dasVítimas para Hospitais

Registro pelaFiscalização

Comunicação de

Registro nosCorreios?

SimNão

Acidente

Ocorrência de Acidentes de Trânsito

Notificação de ocorrência de acidentes de Trânsito em Porto

AlegreFonte: Cardoso (2002).

Registro do Acidentena DPTran

Comunicação de

Danos Materiais Acompanhamento dasVítimas para Hospitais

HPS e HCR

Vítimas FataisNão

Sim

AcidenteNão Cadastrado!

Cadastro de Acidentes de Trânsito - EPTC

Sub-Estudo 1Hospitais de Pronto Socorro

Vítimas Não-Fatais de AT

Prevalência Álcool no AT,

Custos médico-hospitalares e de

reabilitação, dano a propriedade,

Perda de Produtividade

Sub-Estudo 3Departamento Médico

Legal

Vítimas Fatais de AT

Prevalência Álcool no AT,

Perda de Produtividade

Sub-Estudo 2Unidades de Resgate

e Danos Materiais

Vítimas Não-Fatais e Fatais

de AT

Custo de resgate, dano a

propriedade pública e privada

Cost of Illness

Sub-Estudo 4Valoração Contingente

População de Porto Alegre

Disposição a pagar por

Políticas Públicas de prevenção

a AT causados por abuso álcool

Custo do Abuso do Álcool

Organograma do EstudoNota: AT = Acidente de Trânsito

Produtos• Dados sobre o custo social da associação

álcool/trânsito

• Modelos com possíveis desfechos (mortalidade e morbidade) relativos à (mortalidade e morbidade) relativos à associação álcool/trânsito

• Valoração contingente de restrição do acesso ao álcool

• Consolidação da Área de Pesquisa

Associação entre acidentes de trânsito com motoboys,

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trânsito com motoboys, transtorno por uso de substâncias

psicoativas e TDAH

Pesquisador responsável: L.A. RohdeExecutor: R. Rocha Gonçalves

Justificativa

• RS: AT com carros diminuíram no estado, mas

os AT com moto aumentaram (Detran)• POA: Motociclistas são as maiores vítimas do

trânsito (EPTC)• Duas características do condutor parecem • Duas características do condutor parecem

responder pela maioria dos AT:

– uso de SPA: principal causa de AT mundialmente

– desatenção: responsável por ao menos 1 entre cada 4 AT

Objetivos

Estudar o grau de associação entre acidentes de trânsito com vítima em motoboys, TUSP e TDAH

– avaliar a associação entre AT com vítima em motoboys e padrão de consumo de diferentes tipos de SPA.

– avaliar a associação entre AT com vítima em motoboys e TDAH e o efeito da administração de metilfenidato sobre o desempenho no trânsito.

Método

• O estudo é composto por duas etapas:

– etapa 1: estudo transversal (n=176)• Avaliação dimensional da associação entre TUSP,

TDAH e outras variáveis em motoboys e perfil de TDAH e outras variáveis em motoboys e perfil de acidentes de trânsito.

– etapa 2: ECR (n=54)• Avaliação do efeito do tratamento com

metilfenidato no desempenho no trânsito, aferido por simulador e GPS, em motoboys com TDAH.

Método • Critérios de inclusão:

• Motoboy freelancer ou vinculado a empresa de motoboys

• Idade entre 20 e 34 anos• Mínimo de 1 ano de experiência como motoboy• QI estimado acima de 70

Método

• Instrumentos de avaliação– Questionário sobre AT e histórico de infrações de trânsito– Testagem neuropsicológica (WAIS-III, CPT-II)– KSADS-E: módulos de TDAH, TOD e TC– MINI – ASRS– ASRS– MRBQ (Motorcycle Riding Behavior Questionnaire)– ASSIST (Alcohol, Smoking and Substance Screening Test )– IDATE (T/E)– Inventário de Temperamento (TCI)– Escala de estresse no trabalho– Amostra de urina – Bafômetro– Driving simulator da Honda– GPS

Definição das condutas éticas e jurídicas a serem consideradas durante

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jurídicas a serem consideradas durante a execução do projeto

Pesquisador responsável: J. R. Goldim

Executor: J. Protas

Auxiliar os investigadores na definição dos aspectos éticos e legais importantes em cada proposta

Definir o melhor modo de aplicação do processo de consentimento e do modelo de TCLE a ser utilizado.

Objetivos

Três principais focos de atenção serão avaliados:

percepção de coerção em pesquisa

capacidade de tomada de decisão

forma de lidar com risco

Processo de Consentimento

Fornecimento de informação

Percepção de Coerção em Pesquisa

TCLE

Compreensão da informação

Decisão

CoerçãoVoluntariedade

Método

• Adaptadas e validadas• Manuais• Escalas

– Coerção:– Coerção:• Estudo bafômetro nacional (Pechansky)• Estudo telefônico infratores (Sibele)• Simulador motoboys (Renata)

– Tomada de decisão / Evitam. Incerteza:• Simulador motoboys (Renata)

Produtos esperados do projeto

• Conferência de devolução geral de dados em Brasília

• Livro• Mínimo:

– 8 mestrados– 4 doutorados– 10 bolsas I.C.

• Dados sobre 7.976 indivíduos

Artigos e dissertações

Integração entre centros e bases de

dados

Consolidação de linhas

Rua Ramiro Barcelos 2350/2201-f

90035-930, Porto Alegre, Brasil

Fone e fax (51) 3330-5813

www.cpad.org.br

Núcleo de Estudo e Pesquisa em Trânsito e Álcool da UFRGS

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