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lhos Regionais de Medicina darão direito a
seu uso para divulgação e publicidade.
§ 5º A divulgação da referida certificação
não comprovada constitui falta ética grave.
Art. 2° Cria-se o Cadastro Nacional de
Atualização Médica nos Conselhos Regionais
de Medicina onde se farão os registros dos
Certificados de Atualização Profissional pre-
vistos nesta resolução.
Art. 3º Cria-se a Comissão Nacional de
Acreditação (CNA), composta por um mem-
bro da diretoria do Conselho Federal de Me-
dicina (CFM), um membro da diretoria da
Associação Médica Brasileira (AMB) e dois
delegados de cada um destes órgãos, a se-
rem indicados pelas respectivas diretorias,
com a competência de:
I - Elaborar as normas e regulamentos
para a certificação de atualização profissio-
nal dos títulos e outras questões referentes
ao tema;
II - Estabelecer o cronograma do proces-
so de certificação de atualização profissio-
nal;
III - Emitir a certificação de atualização
profissional de acordo com suas normas e
regulamentos.
Art. 4° As normas e regulamentos elabo-
rados pela Comissão Nacional de Acreditação
somente entrarão em vigor após serem ho-
mologadas pelo CFM.
Art. 5º Revoga-se a Resolução CFM n°
1.755/04.
Art. 6º Esta resolução entra em vigor na
data de sua publicação.
Brasília-DF, 12 de agosto de 2005
Edson de Oliveira AndradePresidente
Lívia Barros GarçãoSecretária-Geral
Fábio Sândoli de BritoDiretor SBC/DQAe-mail: fabiosbrito@uol.com.br
Uma das metas da diretoria da SBCem suas propostas de trabalho era
a realização de um grande estudo epide-miológico sobre a prevalência dos fatores derisco cardiovascular. Nosso Presidente, An-tonio Felipe Simão, e todos os diretores acre-ditaram na experiência do grupo que desen-volveu o Projeto “Corações do Brasil” cujamotivação para o estudo partiu da necessi-dade de ampliação do número de dadosdemográficos representativos de doenças queacometem a população brasileira, além darealidade de que a maioria dos artigos nacio-nais não descreve a realidade no país ou seutiliza de estatísticas de outros países.
No “Corações de Ouro Preto”, a estrutu-ração de questionários e de logística de cam-po foi aplicada e testada, e pudemos tam-bém aprender a captar recursos financeiros,pois o “Corações do Brasil” é um projeto fi-nanciado por várias instituições: AstraZeneca,
Biosintética, Biolab, Libbs, Novartis e
Sanofi-Aventis, Omron, Roche Diagnostics,
Ministério da Saúde, Conasems e Furnas.
O estudo utilizou uma metodologia de
baixo custo operacional e financeiro, obten-
do informações socioeconômicas, de servi-
ços e de infra-estrutura, caracterização fa-
miliar, estado nutricional, uso de medicamen-
tos, hábitos comportamentais, história de
fatores de risco cardiovascular e/ou doença
cardiovascular de aproximadamente 2.550
indivíduos, escolhidos aleatoriamente em 74
cidades brasileiras. O principal objetivo da
amostragem realizada pelo Vox Populi foi ga-
rantir a representatividade da população por
sexo, idade e classe socioeconômica. As ci-
dades foram escolhidas nas cinco regiões do
país e o número de indivíduos amostrados foi
proporcional à população residente no muni-
cípio em questão.
Talvez o maior impacto do projeto não
tenha sido obtido por meio das informações
diretas sobre a distribuição dos fatores de risco
cardiovascular (apresentada no Atlas Cora-
ções do Brasil), e sim como esses fatores
interagem, determinando o risco de doença
na população. O maior desafio a partir de
agora é a análise cuidadosa, baseada em hi-
póteses científicas, de todas as variáveis ob-
tidas no projeto. Vale ressaltar que o resulta-
do está disponível para quem se interessar
em desenvolver pesquisas paralelas.
Conclusões – As doenças cardíacas e o
diabetes tornaram-se um problema com o qual
as pessoas podem conviver, conseguindo
gerenciá-lo com eficácia durante décadas. A
inclusão da doença vascular periférica e dos
distúrbios mentais no “Corações do Brasil”
alargou os conceitos tradicionais das doen-
ças cardiovasculares. Existe uma grande preo-
cupação em relação às incapacidades cau-
sadas pelas doenças cardiovasculares. Esti-
ma-se que até o ano 2020 elas serão as prin-
cipais causas de óbito no Brasil. Os impac-
tos pessoais, sociais e econômicos causados
pela depressão serão significativos.
As perspectivas futuras do Projeto “Cora-
ções do Brasil” são incalculáveis em relação
a publicações. Em breve os resultados esta-
rão publicados nos Arquivos Brasileiros de
Cardiologia.
Em nome da diretoria, queremos agrade-
cer ao nosso Presidente, Antonio Felipe Si-
mão, por acreditar no grupo que desenvolveu
o projeto. Agradecemos também ao corpo
administrativo da SBC/Funcor, aos amigos
Marcos Cordeiro, Gislaine e equipe SBC/
Funcor, aos 74 pesquisadores municipais,
membros dos comitês de análise dos fatores
de risco, enfermeiras e acadêmicos, mate-
máticos e estatísticos, nossa assessoria de
imprensa e nossos padrinhos e patrocinado-
res. Uma dedicatória especial a todos que
sonham com um Brasil produtivo, partici-
pativo, com espírito voluntário e com um
coração pulsando de saúde e alegria.
Raimundo Marques doNascimento NetoDiretor-executivo SBC/Funcore-mail: rmnn@terra.com.br
JORNAL SBC - NOV/DEZ 2005 13
SBC/Funcor
JORNAL SBC 72.p65 9/12/2005, 12:1413
SBC/Funcor
As “Semanas do Coração” e osSimpósios SBC/Funcor passaram por
mais 11 cidades e tiveram grande participa-ção de público e especialistas. Os locais visi-tados foram: Presidente Prudente (SP); Po-ços de Caldas e Barbacena (MG); São Gon-çalo, Petrópolis e Volta Redonda (RJ); Maceió(AL); Aracaju (SE); Blumenau e Joinville (SC);e Uruaçu (GO).
O evento em Presidente Prudente, no in-terior de São Paulo, contou com a participa-ção de cerca de 500 pessoas, que recebe-ram informações sobre os fatores de riscopara o coração. No Simpósio SBC/Funcor paraos especialistas, o tema abordado foi a “Atua-lização em síndrome metabólica”. Na cida-de mineira de Poços de Caldas, o atendimen-to ao público foi no Terminal de Ônibus Ur-bano e na Praça Pedro Sanches. A caminha-da saiu do Parque Municipal Antônio Molinari.A Praça da Matriz Piedade da mineiraBarbacena foi palco da tenda montada paraorientar a população e prevenir as doenças
cardiovasculares com a distribuição de
folders. A prefeitura e os estudantes de Edu-
cação Física, Nutrição e Enfermagem da
Unipac auxiliaram no atendimento.
No Estado do Rio de Janeiro, São Gon-
çalo e Petrópolis organizaram as “Semanas
do Coração” na mesma época. Petrópolis re-
cebeu o apoio local da Fundação Municipal
de Saúde, da Unimed de Petrópolis e dos
voluntários da Faculdade Arthur Sa Earp Neto.
Já São Gonçalo teve o engajamento do Sesc
local, que cedeu o espaço para aferição de
pressão, dosagem de colesterol e orientações
nutricionais, e dos voluntários da Universida-
de Salgado Oliveira e da Escola de Enferma-
gem da Universidade Federal Fluminense. Em
Volta Redonda, mais de 400 pessoas passa-
ram pelo posto de atendimento na Praça do
Memorial Getúlio Vargas. O apoio local foi
do Sindicato dos Metalúrgicos, do Rotary Clu-
be e do Instituto BioSocial.
A Semana do Coração em Aracaju teve o
posto de saúde montado no calçadão da Praia
População recebe orientações em mais 11 cidades13 de Julho com o apoio da prefeitura e da
Uniccat. A população recebeu orientação
médica com a entrega de folhetos informati-
vos e medição de pressão, peso e altura. Na
capital alagoana, um recorde de participa-
ção de público com mais de cinco mil pes-
soas, que passaram pelo Posto 7 da Praia de
Jatiuca. A grande cobertura local da mídia
levou também dezenas de pessoas para a
Caminhada do Coração.
Blumenau e Joinvile organizaram as “Se-
manas do Coração” no início de outubro. Dois
shoppings – H e Muller – e o supermercado
Angeloni das cidades catarinenses promove-
ram oficinas de alimentação saudável, além
das tradicionais atividades com distribuição de
material informativo. Centenas de pessoas pas-
saram pelos postos e ainda participaram da
caminhada. Em Uruaçu, Goiás, o evento foi
na Avenida Tocantins, com aferição de pres-
são, distribuição de folhetos educativos e do-
sagem de colesterol e glicemia.
14 JORNAL SBC - NOV/DEZ 2005
JORNAL SBC 72.p65 9/12/2005, 12:1414
JORNAL SBC - SET/OUT 2005 12
Quem entende bem os rótulos dos ali-mentos? Será que sabemos ao cer-
to qual a quantidade recomendada de sódio,de gorduras totais, a proporção de saturadase insaturadas, o teor de mono e poli, a taxade colesterol e o aceitável de gorduras transde cada alimento? O recomendável para umlaticínio, como iogurte, é o mesmo que paraas carnes? É melhor a manteiga ou a marga-rina? Todas as margarinas são iguais? Qual adiferença entre alvarina, creme vegetal, mar-garina e manterina?
Embora desde os tempos de Hipócratessaibamos que a alimentação é a base para asaúde, nós, médicos, estamos sempre depa-rando com questões nutricionais simples, masao mesmo tempo desafiadoras, nas quaisnosso conhecimento nem sempre é pleno.
Com esse pensamento, resolvi assumir odesafio de aceitar a coordenação do Selo SBC/Funcor, no início de 2002, que agora resultouno novo Selo de Aprovação SBC, reformuladonão só na imagem, mas também nos aspec-tos filosófico, científico, organizacional emercadológico.
Analisando o mercado, pode-se perceberque aquilo que a população precisa é de umindicador que aponte não simplesmente o queé diet, light ou qualquer desses rótulos que
de nada adiantam à saúde global e principal-
mente ao coração, mas de uma análise séria
e individual do que é recomendado ou não.
O que os médicos e nutricionistas neces-
sitam é de produtos avaliados com rigor ci-
entífico e não apenas mais um selo destina-
do a angariar fundos para uma entidade qual-
quer, muitas vezes até filantrópica, por mais
meritória que seja a causa. Uma marca que
indique se o produto está equilibrado e não
os obrigue a analisar cada miligrama de cada
novo produto.
O que a indústria de alimentos precisa
acreditar é que, mais que um Selo a agregar
valor ao seu produto, existe mercado para ali-
mentos criteriosamente elaborados e certifi-
cados, destinados a melhorar ou pelo menos a
não agravar a saúde de seus consumidores.
O que a SBC sempre buscou foi, mais que
uma fonte alternativa de receitas, mas uma
marca que demonstre e enalteça a seriedade
do trabalho da Sociedade dos cardiologistas
brasileiros e o seu compromisso social.
Ao final de quatro anos, considero a mis-
são cumprida em relação ao enfoques aci-
ma. Nosso Selo de Aprovação SBC, presente
na embalagem de algum produto, é a garan-
tia de que o produto está adequado ao con-
sumo daqueles que querem prevenir ou pos-
suem males cardiovasculares. Com a partici-
pação voluntária de cardiologistas, nutri-
cionistas e mais que simplesmente isso – ci-
entistas, doutores, mestres e especialistas
altamente qualificados – reunimos um comi-
tê de abnegados profissionais que, juntos,
reavaliamos os mais novos critérios científi-
cos internacionais de análise de alimentos e
assim refizemos todos os protocolos de
certificação de produtos. Ao lado desse mi-
nucioso trabalho científico, elaboramos, jun-
to ao setor administrativo da SBC, um proje-
to de divulgação da marca. Essa divulgação,
que é ainda tímida diante do grande potenci-
al existente, já começa a mostrar frutos com
o crescente aumento da procura pela
certificação de nosso Selo por parte da in-
dústria.
Não cabem mais desconfianças, como
aquelas existentes no passado sobre os crité-
rios de avaliação e aprovação de produtos,
pois esses podem ser confrontados com os
mais recentes indicadores internacionais. Meu
muito obrigado a todos que participaram dos
Comitês Científicos do Selo nesses últimos 4
anos, cuja missão agora se encerra, e que
agora vêem o fruto de seu trabalho florescer,
os quais faço questão de nominar neste mo-
mento: Luiz Bortolotto, Ana Paula Chacra,
Heno Lopes, Raimundo Nascimento, Celso
Amodeo, Alexandre Murad, Miyoko Nakasato,
Ana Maria Lottemberg, Anita Sacks, Caroli-
na Maciel, Andréia Loures Vale, Paulo
Bertini. Obrigado também aos profissionais
do setor administrativo, liderados por Mar-
cos Cordeiro e Marcio Paiva e ao excelen-
te trabalho de nossa assessoria de impren-
sa. A SBC tem hoje uma marca de quali-
dade. Além do orgulho de uma marca hoje
forte, o Selo rendeu à SBC, só em 2005,
mais de um milhão de reais.
As expectativas para um futuro próximo
são animadoras. A boa semente está planta-
da em solo fértil, só nos resta cultivá-la.
Marcus Vinícius Bolívar MalachiasCoordenador do Comitê do Selo deAprovação SBC
Mais que um Selo, uma Marca
JORNAL SBC 72-2.p65 9/12/2005, 12:161
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