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Lineu Pacheco Segundo
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO
PROPOSTA PARA ANÁLISE DE CONCESSÃO DE CRÉDITO
(CAPITAL DE GIRO) PARA PESSOA JURÍDICA ME E EPP: UM
ESTUDO DE CASO NO BANCO BRADESCO - AGÊNCIA DE BARRA
VELHA
ITAJAÍ – SC
2008
UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS - GESTÃO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO
1
LINEU PACHECO SEGUNDO
PROPOSTA PARA ANÁLISE DE CONCESSÃO DE CRÉDITO
(CAPITAL DE GIRO) PARA PESSOA JURÍDICA ME E EPP: UM
ESTUDO DE CASO NO BANCO BRADESCO - AGÊNCIA DE BARRA
VELHA
Trabalho de Conclusão de Estágio – TCE -, desenvolvido para o Estágio Supervisionado do Curso de Administração do Centro de Ciências Aplicadas – Gestão - da Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI.
ITAJAÍ – SC
2008
2
Agradeço a Deus pela oportunidade de
aprimorar meus conhecimentos em um País
onde tão poucos têm oportunidade de
estudar, de buscar dignidade e sabedoria
através da pesquisa e do conhecimento.
3
Não sei como o mundo me vê; mas eu me sinto
somente como um garoto brincando na praia,
contente em achar aqui e ali uma pedrinha mais lisa
ou uma concha mais bonita do que o comum, tendo
sempre diante de mim, ainda por descobrir, o
grande oceano da verdade.
Isaac Newton
4
EQUIPE TÉCNICA
a) Nome do estagiário
Lineu Pacheco Segundo
b) Área de estágio
Administração financeira
c) Supervisor de campo
Marcos Cesar Huntemann
d) Orientador de estágio
Prof. André Graf de Almeida
e) Responsável pelos Estágios em Administração
Prof. Eduardo Krieger da Silva
5
DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA
a) Razão social
Banco Bradesco S.A
b) Endereço
Av. Paraná, nº 280 – Barra Velha – SC
c) Setor de desenvolvimento do estágio
Gerência de pessoa jurídica – Micro e Pequenas empresas
d) Duração do estágio
240 horas
e) Nome e cargo do supervisor de campo
Marcos Cesar Huntemann – Gerente Geral
f) Carimbo e visto da empresa
6
AUTORIZAÇÃO DA EMPRESA
ITAJAÍ, 27 de Outubro de 2008.
A empresa BANCO BRADESCO S.A, pelo presente instrumento, autoriza a
Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, a publicar, em sua biblioteca, o trabalho
de Conclusão de Estágio executado durante o Estágio Supervisionado, pelo
acadêmico LINEU PACHECO SEGUNDO.
_______________________________
Marcos Cesar Huntemann
7
RESUMO
A análise de crédito por parte das instituições bancárias é um assunto de grande relevância, pois é o crédito intermediado por estas instituições financeiras que movimenta a economia, atuando na sobrevivência, sobretudo, das micro e pequenas empresas brasileiras. O estudo teve como principal objetivo elaborar uma proposta para análise de concessão de crédito (capital de giro) para pessoa jurídica ME e EPP, para a agência de Barra Velha, Banco Bradesco S/A. como objetivos específicos o trabalho buscou realizar uma pesquisa bibliográfica sobre os itens que devem ser analisados quando da concessão de crédito; fazer um levantamento do processo de análise de crédito e elaborar uma proposta de análise de crédito visando reduzir o risco para o Banco no momento da concessão. Quanto á metodologia, para o levantamento de dados foram utilizados três instrumentos: a pesquisa bibliográfica sobre os itens que devem ser observados na concessão de crédito; a pesquisa no Banco sobre o processo de concessão de crédito às MEs e EPPs e a proposta de itens a serem analisados na concessão de crédito nas MEs e EPPs. Os resultados obtidos foram satisfatórios. A proposta elaborada aponta para uma nova técnica de realizar a análise de crédito nas MEs e EPPs, garantindo menor risco para o Banco e maior acesso ao crédito por parte destes pequenos empreendimentos. Como conclusão tem-se que, por meio das sugestões encontradas na literatura em combinação com os métodos já utilizados pelo Banco, a proposta elaborada permite ter uma visão maior sobre o ambiente e o histórico financeiro do cliente, com uma significativa redução do risco para a instituição e redução da burocratização no acesso ao crédito por parte dos clientes. PALAVRAS-CHAVE: análise de crédito; capital de giro; micro e pequenas empresas.
8
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 - Banco Bradesco agência Barra velha .......................................................22
Figura 2 - Esquema básico da intermediação financeira ...........................................37
Figura 3 - Cs do crédito .............................................................................................46
Figura 4 – Organograma do Bradesco S.A ...............................................................73
Quadro 1 - Composição do SFN – Brasil ..................................................................29
Quadro 2 - Operações de crédito de acordo com os tipos de instituições ................50
Quadro 3 - Enquadramento das pessoas jurídicas segundo a Legislação ................53
Quadro 4 - Classificação das empresas segundo o número de empregados ..........54
Quadro 5 - Classificação das empresas segundo o BNDES......................................54
Gráfico 1 - As pequenas e micro empresas na economia nacional ...........................52
9
SUMÁRIO
LISTA DE ILUSTRAÇÕES .......................................................................................08
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................14
1.1 Problema de Pesquisa ........................................................................................16
1.2 Objetivos do Trabalho .........................................................................................17
1.2.1 Objeto geral ......................................................................................................18
1.2.2 Objetivos Específicos ......................................................................................18
1.3 Aspectos Metodológicos ......................................................................................18
1.3.1 Caracterização do trabalho de estágio .............................................................19
1.3.2 Contexto e participantes da pesquisa ...............................................................21
1.3.3 Procedimentos e instrumentos de coleta de dados ..........................................22
1.3.4 Tratamento e análise dos dados ......................................................................23
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ..................................................................................24
2.1 Aspectos da Administração .................................................................................24
2.2 Áreas da Administração ......................................................................................25
2.2.1 Administração financeira ..................................................................................25
2.2.2 O Administrador financeiro ...............................................................................27
2.3 O Sistema Financeiro Nacional ...........................................................................28
2.3.1 Composição do sistema financeiro nacional ....................................................29
2.3.1.1 Conselho Monetário Nacional - CMN ...........................................................30
2.3.1.2 Banco Central do Brasil (BACEN) .................................................................30
2.3.1.3 Comissão de Valores Mobiliários – CVM .....................................................32
2.3.1.4 Banco do Brasil ............................................................................................33
2.3.1.5 Superintendência de Seguros Privados - SUSEP .........................................33
2.3.1.6 Secretaria de Previdência Complementar .....................................................34
2.3.1.7 Instituições financeiras ..................................................................................34
2.3.2 Bancos comerciais ...........................................................................................35
2.3.3 Bancos de investimento ...................................................................................36
2.4 O Mercado Bancário ...........................................................................................37
2.4.1 Transformações do Sistema Financeiro Nacional - SFN .................................38
2.4.2 A concorrência nos serviços bancários ............................................................40
10
2.5 Crédito: Conceitos e Aspectos Gerais .................................................................41
2.6 A Importância do Crédito nas Empresas .............................................................44
2.7 Os Cs do Crédito .................................................................................................45
2.7.1 Caráter .............................................................................................................47
2.7.2 Capacidade .....................................................................................................47
2.7.3 Colateral ..........................................................................................................48
2.7.4 Capital ..............................................................................................................48
2.7.5 Condições .......................................................................................................49
2.8 Crédito nas Instituições Financeiras ....................................................................49
2.8.1 Financiamento de capital de giro ......................................................................50
2.8.2 Desconto de duplicatas ....................................................................................51
2.9 Micro e Pequenas Empresas no Brasil ...............................................................52
2.10 Conceito de Micro e Pequena Empresa ............................................................53
2.11 Análise de Crédito da Pessoa Jurídica ..............................................................55
2.11.1 Avaliação qualitativa .......................................................................................55
2.11.2 Análise quantitativa ........................................................................................56
2.12 Objetivo da Análise de Crédito ..........................................................................63
2.13 Limite de Concessão de Crédito ......................................................................63
2.14 Tomada de Decisão ..........................................................................................64
3 DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA DE CAMPO .............................................65
3.1 Caracterização da Empresa ................................................................................65
3.1.1 Política da Qualidade Bradesco .......................................................................67
3.1.2 Perfil do Bradesco ............................................................................................67
3.1.3 Tecnologia .......................................................................................................68
3.1.4 Marketing do Bradesco .....................................................................................68
3.1.5 Serviços Oferecidos pelo Bradesco .................................................................69
3.1.6 Estrutura organizacional ...................................................................................72
3.1.7 Perguntas feitas aos clientes sobre a operação de crédito ..............................73
3.2 Posposta de Análise de Crédito para Pessoa Jurídica ........................................74
3.3 Resultado da Pesquisa ........................................................................................80
CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................81
REFERÊNCIAS .........................................................................................................83
ANEXO 1 ...................................................................................................................86
ANEXO 2 ...................................................................................................................87
11
DECLARAÇÃO
A empresa BANCO BRADESCO S.A declara, para os devidos fins, que
concorda com o projeto de estágio apresentado pelo estagiário LINEU PACHECO
SEGUNDO, aluno do curso de Administração do Centro de Educação Superior de
Ciências Sociais Aplicadas da Universidade do Vale do Itajaí, e se propõe a oferecer
as condições necessárias para o bom andamento do mesmo.
Barra Velha,13 de Novembro de 2008.
_______________________________________
Marcos Cesar Huntemann
12
DECLARAÇÃO DE DESEMPENHO DE ESTÁGIO
A organização cedente de estágio BANCO BRADESCO S.A, declara, para os
devidos fins, que o estagiário LINEU PACHECO SEGUNDO, aluno do Curso de
Administração do Centro de Ciências Sociais Aplicadas – CECIESA/Gestão da
Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, de ____________a_____________,
cumpriu a carga horária de estágio prevista para o período, seguiu o cronograma de
trabalho estipulado no Projeto de Estágio e respeitou nossas normas internas.
Barra Velha,13 de Novembro de 2008.
_______________________________________
Marcos Cesar Huntemann
13
ASSINATURA DOS RESPONSÁVEIS
____________________________________
LINEU PACHECO SEGUNDO
____________________________________
Supervisor de campo
____________________________________
Orientador de estágio
____________________________________
Prof. Responsável pelos Estágios em Administração
14
1 INTRODUÇÃO
Na atualidade, existem mudanças constantes nas necessidades, nas
organizações e no cliente ou consumidor. Todas essas mudanças exigem novas
posturas, novas formas de pensar e agir de pessoas e empresas. A administração
cabe equacionar estas novas problemáticas do mundo globalizado, oferecendo
soluções e garantindo a sobrevivência das organizações.
Dentro deste contexto de mudanças encontra-se o crédito como importante
fator de enfrentamento da concorrência, das novas exigências dos consumidores e
das diversas transformações advindas com o fenômeno da globalização. O
recebimento do crédito é um dos fatores que mais interferem na continuidade da
organização e, conseqüentemente, na continuidade da economia como um todo.
Segundo Gomes (2003, p.172), o “crédito vem a ser a concessão de receber
a posteriori algo que poderíamos estar recebendo hoje”. O giro dos negócios
depende da retenção de recursos que as empresas possuem para cumprir com seus
compromissos certos e incertos. A demanda de moeda pelas empresas influencia
em grande parte o nível de emprego, pois afeta a renda que é gasta em consumo e
investimento.
Na atualidade, as políticas de crédito complementam as variáveis estratégicas
da qualidade, custo x preço, e passam a integrar valor equivalente para os clientes
da instituição. Continua Gomes (2003, p.11) dizendo que “no momento em que o
produto, preço e utilidade se equivalem, as condições de crédito tornam-se fator de
diferenciação”.
Como intermediador desta concessão do crédito que movimenta a economia
e contribui com a sobrevivência das empresas estão as instituições financeiras. Mas
quem são estas instituições?
A existência da moeda permite que alguns indivíduos resolvam manter
(guardar) o poder de compra para que possam exercê-lo em um momento posterior.
Por outro lado, existem indivíduos que querem exercer um poder de compra maior
do que suas disponibilidades, no momento, permitem. Segundo Lopes e Rossetti
(2002, p.162),
15
Portanto, há indivíduos que desejam transferir poder de compra, do presente para o futuro (poupadores) e os que querem usar, hoje, o poder de compra a ser obtido no futuro (tomadores de recursos). Os poupadores desejam receber uma remuneração (juros) pela renúncia ao consumo e, portanto, os tomadores de recursos terão de pagar esta remuneração para poder receber estes recursos.
Pode-se então dizer que esses dois grupos de pessoas, com necessidades
diferentes, vão se encontrar para realizar a transferência do poder de compra de uns
(os que querem exercê-lo em momento posterior) para outros (os que querem
consumir, no presente, mais do que suas disponibilidades lhes permitem). Para
facilitar esta transferência de poder de compra surgem instituições cuja
especialidade é realizar a intermediação entre estes dois lados - poupadores e
tomadores de recursos – ,ou seja, instituições cuja especialidade é a intermediação
financeira.
Uma vez que muitas instituições financeiras oferecem algum tipo de crédito a
seus clientes, e esse é oferecido de diversas formas, cabe ao administrador estar
atento aos processos básicos, pois a concessão de crédito pode levar a duas
conseqüências graves: perda do cliente e negócio ou uma concessão equivocada
que pode gerar grande prejuízo.
O Banco Bradesco S.A. atua com operações financeiras no mercado nacional
e internacional desde 1943, possui inúmeras agências prestando a concessão de
crédito para empresas de todos os tamanhos.
O Bradesco criou soluções de crédito e financiamento destinadas a atender
as necessidades específicas de cada Empresa. Soluções em capital de giro, limite
de crédito para compra de matéria-prima, estoque ou mercadoria, antecipação de
valores de vendas a prazo, linhas de crédito para expansão, financiamento de
máquinas, veículos ou qualquer outra demanda que o seu negócio exija
(BRADESCO, 2008).
Uma das agências que concede crédito para as pessoas jurídicas, inclusive
micro e pequenas empresas, é da cidade de Barra Velha, a qual possui sete
funcionários; três caixas, um chefe de serviço, um gerente pessoa física, um gerente
pessoa jurídica e o gerente geral. Estes administradores seguem vários
procedimentos estabelecidos pela empresa na concessão de crédito, onde é
realizada uma análise do cliente; existência e origem da renda do tomador, caráter e
capacidade de pagamento; todos esses alimentados através de ferramentas do
16
sistema interno do banco, com programas que atribuem os pontos positivos e
negativos, dando o consentimento ou não da concessão, porém, essa também é
analisada pelo administrador responsável por tal concessão.
No que se refere à concessão de crédito para as Micro e Pequenas
empresas, este é um problema encontrado pelas instituições bancárias que
concedem crédito a estes empreendimentos. Primeiro porque geralmente estas
empresas, devido ao seu pequeno porte, não apresentam uma contabilidade
completa, mesmo porque a legislação não exige. Em segundo lugar vem o problema
das garantias oferecidas, pois, em geral, estas empresas começam sem
investimentos próprios e não possuem garantias suficientes para satisfazer o credor.
A análise de risco se torna difícil, pois sem documentos contábeis adequados
para análise e sem garantias adequadas, o Banco precisa se utilizar de análise
creditícia específica com cada cliente, o que torna a concessão de crédito bastante
complexa.
1.1 Problema de Pesquisa
Ser empreendedor no Brasil não é fácil. Além da alta carga tributária, tem-se
ainda a taxa de juros básico da economia mais alta do mundo; o crédito é difícil e
burocrático, os investimentos têm um alto preço e os encargos sobre salários
também dificultam a geração de emprego. Na verdade, é um conjunto de fatores que
impede o desenvolvimento dos negócios no país, principalmente, dos micro e
pequenos. Mesmo assim, o brasileiro ainda é um dos povos mais empreendedores
do mundo.
Para Lopes de Sá (2008), apesar de serem os pequenos negócios no Brasil
os maiores empregadores, são também muitas as dificuldades naturais que
enfrentam essas empresas, resultando assim em expressiva taxa de mortalidade,
quase sempre de forma precoce.
Conforme o Sebrae (apud LOPES DE SÁ, 2008), no ano de 2006 constatou-
se que 49,4% das organizações de pequeno porte do Brasil não conseguem viver
mais que dois anos.
Percebe-se assim que quase metade dos pequenos empreendimentos
17
iniciados no Brasil desaparecem antes mesmo de completarem 24 meses. Esta é
uma estatística lamentável, uma vez que ao fecharem as portas, estas empresas
estarão contribuindo com o nível de desemprego e de subdesenvolvimento do país.
As micro e pequenas empresas são um dos principais pilares de sustentação
da economia brasileira, quer pela sua enorme capacidade geradora de empregos,
quer pelo infindável número de estabelecimentos desconcentrados geograficamente.
Conforme o Sebrae (2008, p.1), em termos estatísticos, esse segmento
empresarial representa 25% do Produto Interno Bruto (PIB)1, gera 14 milhões de
empregos, ou seja, 60% do emprego formal no país, e constitui 99% dos 6 milhões
de estabelecimentos formais existentes, respondendo ainda por 99,8% das
empresas que são criadas a cada ano, segundo dados do Serviço Brasileiro de
Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE, 2008).
O crédito oferecido pelo mercado financeiro é de extrema importância para a
sobrevivência das micro e pequenas empresas no Brasil (foco deste estudo).
Para liberação deste crédito, as instituições financeiras seguem as normas do
Banco Central; assim para os procedimentos de créditos a instituição solicita vários
documentos ao próprio tomador que solicita à contabilidade da empresa. Esses
documentos são observados e as informações analisadas no sistema interno do
banco para tal concessão.
Dentro deste contexto apresenta-se como problema de pesquisa: quais os
aspectos a serem analisados na concessão de crédito a uma pessoa jurídica
ME e EPP na agência de Barra Velha do Banco Bradesco?
1.2 Objetivos do Trabalho
A partir da exposição do tema e do problema expostos anteriormente, os
objetivos que se pretende alcançar com essa pesquisa estão determinados no
objetivo geral e as ações propostas para se chegar ao objetivo estão, detalhadas,
nos objetivos específicos.
1 O PIB representa o valor de mercado do produto final produzido dentro das fronteiras de um país.
18
1.2.1 Objetivo geral
Este trabalho tem por objetivo geral elaborar uma proposta para análise de
concessão de crédito (capital de giro) para pessoa jurídica ME e EPP, para a
agência de Barra Velha, Banco Bradesco S/A.
1.2.2 Objetivos específicos
• Pesquisa bibliográfica sobre os itens que devem ser analisados quando
da concessão de crédito;
• Identificar o atual processo de análise de crédito na agência;
• Estabelecer alguns aspectos de possível aplicação no processo de
concessão de crédito.
1.3 Aspectos Metodológicos
Na atualidade, se reconhece um trabalho científico por meio de um processo
de construção de conhecimento, no qual se utilizam canais formais de comunicação
para transferir informações à comunidade, tornando-se público o conhecimento
produzido.
Demo (1991) elucida que um trabalho científico deve ser avaliado pela sua
qualidade política e formalidade, onde o determinado autor deve utilizar formas e
meios de produção de trabalho, tais como: domínio de técnicas de coleta de dados e
interpretação de resultados, manipulação de fontes de informação, conhecimento
demonstrado na apresentação do referencial teórico e conformidade nos ritos
acadêmicos.
Segundo Marconi (2002) toda pesquisa deve basear-se em uma teoria, que
serve como ponto de partida para investigações bem sucedida de um problema,
19
para ser válida deve apoiar-se em fatos observados e provados, resultantes da
pesquisa.
Segundo Lakatos e Marconi (2002, p. 83), os métodos científicos são
considerados como um “conjunto de atividades sistemáticas e racionais que, com
maior segurança e economia, permite alcançar o objetivo (conhecimentos válidos e
verdadeiros), traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando as
decisões do cientista”.
A metodologia utilizada neste trabalho de pesquisa científica será,
primeiramente, de cunho estritamente bibliográfico, posteriormente será realizado
um estudo de caso, o qual inclui pesquisa documental (documentos internos do
Banco Bradesco).
1.3.1 Caracterização do trabalho de estágio
A presente pesquisa tem base em investigação bibliográfica e documental,
com análise qualitativa exploratória-descritiva, além de um estudo de caso (no qual
será proposto um plano para melhorar a análise de crédito na agência de Barra
velha).
A pesquisa bibliográfica, segundo Fachin (2003, p.125),
Diz respeito ao conjunto de conhecimentos humanos reunidos nas obras. Tem como finalidade fundamental conduzir o leitor a determinado assunto e proporcionar a produção, coleção, armazenamento, reprodução, utilização e comunicação das informações coletadas para o desempenho da pesquisa.
Através de pesquisa em livros de autores consagrados, revistas
especializadas e consultas à Internet, elaborar-se-á uma fundamentação teórica
sobre os assuntos ligados ao tema.
Num segundo momento, tem-se como método de pesquisa científica o estudo
de caso – realizado no Banco Bradesco – Agência Barra Velha, SC.
O estudo de caso também é uma forma de pesquisa bastante utilizada na
atualidade. Conforme afirma Godoy (1995) “o estudo de caso tem se tornado a
estratégia preferida quando os pesquisadores procuram responder às questões
20
‘como’ e ‘por quê’”. Assim, os fenômenos atuais só poderão ser analisados dentro de
um contexto da vida real: um estudo de caso.
Conforme Schramm (1971 apud YIN 2005, p.31), “a principal tendência no
estudo de caso é que ela tenta esclarecer uma decisão ou um conjunto de decisões:
o motivo pelo qual foram tomadas, como foram implementadas e com quais
resultados”.
Assim, ao desenvolver um estudo de caso, o pesquisador deve deixar claro
aos envolvidos qual o principal objetivo do trabalho, para que a investigação não
venha a parecer uma inspeção, avaliação ou supervisão de atividades.
A observação tem um papel fundamental no estudo de caso. É um
instrumento que possibilita olhar, descodificar, compreender o singular e particular
sem desconsiderar o geral; aproximar-se da realidade para compreender o aparente
e seus determinantes; é preciso quebrar com a neutralidade; a observação começa
com o “conhecer/captar o exterior para aprender o concreto”; passar do imediato
(aparente) para a essência refletida e pensada; descobrir os nexos que constituem
a realidade. É um instrumento que possibilita o “levantamento de dados qualitativos
e que possibilita a participação conjunta” (SARMENTO, 1994)).
Além disso, a metodologia adotada será de nível exploratória descritiva, pois
pretende-se explorar as bibliografias existentes sobre o assunto e os dados
levantados na empresa objeto de estudo, confrontando teoria e prática. Conforme
Triviños (1987) considera-se que a pesquisa de natureza exploratória concede ao
pesquisador a possibilidade de ampliar suas experiências em relação à um
determinado problema, proporcionando maior familiaridade, com vistas a torná-lo
mais explícito. Apresenta características descritivas, pois tem a finalidade de
descrever com clareza os fatos relativos ao tema em estudo, mas sempre levando
em conta as diferenças individuais como forma de evitar basear-se em fatos
infundados. Para Gil (1999, p.35),
As pesquisas exploratórias são pesquisas que desenvolvem, esclarecem e modificam conceitos e idéias, levando em conta, a formulação de problemas mais precisos ou proposições pesquisáveis para estudos posteriores. É um tipo de pesquisa que proporciona uma visão geral, de tipo aproximativo, do fenômeno ou do objeto em estudo e é bastante utilizado em temas pouco explorados e de significativa complexidade para a formulação de hipóteses precisas e operacionalizáveis.
21
Segundo o mesmo autor, as pesquisas descritivas são pesquisas que
desenvolvem a descrição das características do fenômeno ou do objeto em estudo,
proporcionando subsídios científicos para estabelecimento de relações entre as
variáveis envolvidas. Em muitos estudos, este tipo de pesquisa ultrapassa a
descrição das características e o estabelecimento das relações, determinando a
natureza das relações das variáveis estudadas (GIL, 1999).
Por fim, a pesquisa tem como forma de análise qualitativa.
A pesquisa qualitativa não enumera ou mede os eventos estudados, pois
seus resultados são intangíveis, e o instrumental estatístico da análise de dados não
existe (GODOY, 1995).
Na pesquisa qualitativa os resultados aparecem em forma descrita. Segundo
Godoy (1995, p.62) “todos os dados da realidade são importantes e devem ser
examinados. O ambiente e as pessoas inseridas devem ser olhados holisticamente:
não são reduzidos a variáveis, mas observados como um todo”.
A variável qualitativa, segundo Fachin (2003, p.81), “é caracterizada pelos
seus atributos e relaciona aspectos não somente mensuráveis, mas também
definidos descritivamente”. A pesquisa qualitativa não se baseia em números ou
comprovações tangíveis, mas sim, em dados descritivos, onde o pesquisador
interage, através de contato direto, com o objeto de estudo.
No que se refere às pesquisas exploratórias, são aquelas que desenvolvem,
modificam e esclarecem idéias e conceitos pré-estabelecidos, pois proporciona uma
visão geral, de forma aproximada, do fenômeno estudado (GIL, 1999).
1.3.2 Contexto e participantes da pesquisa
A realização da pesquisa se dará no Banco Bradesco, agência Barra velha,
SC.
22
Figura 1 – Banco Bradesco agência Barra velha Fonte: Maps Google (2008) A agência do Banco Bradesco na cidade de Barra velha, SC, está localizada
na Av. Paraná, nº 280.
Os participantes da pesquisa serão os clientes pessoa jurídica que se
enquadrem na categoria Micro e Pequenas empresas, clientes do Banco Bradesco
na citada agência.
1.3.3 Procedimentos e instrumentos de coleta de dados
O procedimento de pesquisa terá base na pesquisa bibliográfica (em livros e
artigos especializados no tema proposto), observação e investigação aos
documentos do banco Bradesco relativos à concessão de crédito às micro e
pequenas empresas.
Segundo Crewell (2007), por meio da coleta de dados o pesquisador análisa
um fenômeno por meio de instrumentos ou testes. Assim sendo, nesta pesquisa em
específico, os dados serão coletados por meio de registros dos documentos internos
do banco, confrontando-os com os registros coletados nas bibliográficas analisadas.
23
1.3.4 Tratamento e análise dos dados
Serão feitos através dos dados coletados nas entrevistas realizadas ás
pessoas vinculadas na área do interesse do estudo, sendo esses dados utilizados
para análise de conteúdo.
Segundo Roesch (2006), as questões são formuladas com a finalidade de
entender e captar a concepção dos pesquisados sobre uma determinada questão.
Assim sendo, as questões não apresentam uma caracterização prévia de
alternativas para resposta.
O tratamento e a análise dos dados abrangeu ainda:
- Pesquisa bibliográfica sobre os itens que devem ser observados na concessão de
crédito;
- Pesquisa no Banco sobre o processo de concessão de crédito às MEs e EPPs;
- Proposta de itens a serem analisados na concessão de crédito nas MEs e EPPs.
24
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Este capítulo aborda os temas abrangidos nessa pesquisa, desde o conceito
de administração até o foco principal que é a concessão de crédito às micro e
pequenas empresas, observando a opinião dos principais autores da área.
2.1 Aspectos da Administração
A administração, apesar de sofrer evolução constante, nunca se afasta de seu
objetivo principal, que é, segundo Sandroni (2003, p.14) representar “um conjunto de
princípios, normas e funções cuja finalidade é ordenar os fatores de produção de
modo a aumentar sua eficiência”. Assim, pode-se dizer que administrar é ‘fazer o
melhor para obter o melhor resultado’.
Desde o século XIX, a administração tem-se desenvolvido como resposta
aos problemas e desafios enfrentados pelos organismos empresariais devido ao
avanço da Revolução Industrial. Sobre a evolução no mundo empresarial descreve
Sandroni (2003, p.14):
A mecanização, a automação, a produção e o consumo em massa forçaram as empresas a crescer extraordinariamente, de forma tal que os padrões tradicionais de direção e controle se tornaram inadequadas. A posição do capitão de indústria, do empresário tradicional que tudo controlava pessoalmente, foi seriamente abalada e começaram a aparecer especialistas em administração.
No início do século XX essa preocupação em elaborar um conjunto de
conhecimentos sistematizados sobre as tarefas administrativas foi aumentando, de
acordo com a revolução tecnológica e com o surgimento dos grandes pensadores
clássicos da administração.
Apesar de as teorias administrativas e a prática dessas teorias terem se
desenvolvido nos países desenvolvidos hoje todos os países do mundo tem acesso
a elas. Atualmente empresas de todos os portes, em todos os lugares do mundo,
procuram implantar técnicas que melhorem os desempenhos e a eficiência das suas
25
atividades, a maximização dos seus fatores de produção e o seu lucro.
A Administração compreende a aplicação de diversas técnicas usadas,
baseando-se em conhecimento de diversas ciências.
De acordo com Newman (2004, p.72),
As técnicas de Administração visam orientar, dirigir e controlar os esforços de um grupo de pessoas na busca por um objetivo em comum. Henry Fayol foi o primeiro a definir as funções básicas do administrador, funções estas que envolvem as atividades de planejar (o que os indivíduos de um mesmo grupo devem fazer); organizar (reunião dos recursos materiais, financeiros e humanos necessários à execução do trabalho); direção (condução e coordenação das atividades e das pessoas que as desenvolvem); e, por fim, a função de controle (verificação constante das atividades, visando monitorar se a execução está de acordo com o que foi planejado.
Administrar é coordenar uma organização, utilizando técnicas de gestão para
que alcance seus objetivos de forma eficiente, com responsabilidade social.
Segundo Silva (2007), pode-se dizer que planejar é um processo
administrativo que determina de forma antecipada como um grupo de pessoas deve
agir e quais as metas devem ser alcançadas.
2.2 Áreas da Administração
As técnicas de Administração são utilizadas em várias áreas do conhecimento
humano, entre elas: Administração da produção; Adm. De Marketing; Adm. De
Pessoa, Adm. Pública e, o foco destes estudo, Administração Financeira.
2.2.1 Administração financeira
Os agentes econômicos, sejam as famílias, as empresas ou o governo
administram fundos para poder sobreviver, isso é ‘administração financeira’. Essa
pode ser mais simplificada, como as contas de receitas e despesas de uma casa, ou
mais elaborada, como os lançamentos contábeis de receitas e despesas de uma
26
empresa ou do próprio governo, mas esse processo de administrar o que entra e o
que sai (seja simples ou complexo) é que caracteriza a administração financeira.
Segundo conceitua Gitman (2004, p.04) “podemos definir finanças como a
arte e a ciência de administrar fundos. Praticamente todos os indivíduos e
organizações obtêm receitas ou levantam fundos, gastam ou investem”. Assim,
pode-se dizer que as finanças ocupam-se do processo, instituições, mercados e
instrumentos envolvidos na transferência de fundos entre as pessoas, empresas e
governo.
Dentro de uma organização, que é o agente econômico principal deste
estudo, a maioria das decisões são avaliadas em termos financeiros. Em todas as
áreas de responsabilidade – contabilidade, sistema de informações, administração,
marketing, operações, entre outras – as pessoas têm necessidade de
conhecimentos básicos da função de administração financeira.
Cabe salientar que o papel da administração financeira vem ganhando
relevância com o passar do tempo e com a evolução do mercado em termos de
transações e negociações. Hoje, grandes quantias são transferidas de um país para
outro com o clique de um mouse, ou com o apertar de uma tecla (GITMAN, 2004).
Hoje, os tempos são outros e a administração financeira engloba outras
funções além daquelas exercidas pelo antigo tesoureiro, que era pagar e receber as
contas da empresa. Atualmente, a administração financeira é responsável por
informações preciosas a respeito dos investimentos que irão expandir as
organizações e da administração de seus fundos, que se não forem bem
administrados podem acabar perdidos, levando a empresa ao fracasso.
A administração financeira tem um papel crucial nas organizações,
representando o setor que mais fornece informações relevantes (juntamente com o
setor contábil, que também processa informações financeiras) para a tomada de
decisões nas organizações modernas.
Diante do exposto, pode-se dizer que o setor financeiro vem se destacando
como ferramenta crucial em meio a essas mudanças verificadas no mundo
empresarial (GITMAN, 2004).
27
2.2.2 O Administrador financeiro
Do administrador financeiro são exigidos novos posicionamentos dentro do
mercado globalizado, muito mais competitivo e carente de informações financeiras
para a tomada rápida de decisões. Segundo Gitman (2004, p.11) “além de seu
envolvimento permanente com atividades de análise e planejamento financeiros, o
administrador financeiro preocupa-se com a tomada de decisões de investimento e
financiamento”. E, essas decisões de investimento e financiamento, dentro de um
mercado altamente complexo e dinâmico, representam o desenvolvimento ou
fracasso da empresa.
Essa importância dada ao administrador financeiro vem do fato que as
decisões financeiras são vitais para a empresa e determinam tanto a composição
quanto os tipos de recursos financeiros usados pela organização. Conforme afirma
Gitman (2004, p.11):
Esses tipos de decisão podem ser convenientemente visualizados com a ajuda do balanço da empresa, entretanto, as decisões são realmente tomadas com base nos efeitos de seus fluxos de caixa sobre o valor da empresa.
Essa afirmação demonstra que as principais decisões a serem tomadas pela
direção da empresa, que é quanto aos investimentos (que contribuem no
crescimento da organização) e quanto aos financiamentos (que agregam valor ao
capital social e aos fatores de produção) são baseados nos relatórios e informações
geradas a partir da administração financeira da empresa. Sem essas informações
financeiras a empresa toma decisões baseada no ‘sexto sentido’ e na intuição dos
administradores e o risco de erro é muito maior.
Todas as empresas necessitam de um administrador financeiro, sejam essas
grandes ou pequenas, com ou sem fins lucrativos, públicas ou privadas, nacionais
ou internacionais. Conforme afirma Gitman (2004, p.04) “nos últimos anos, as
mudanças no ambiente econômico e regulatório elevaram a importância e a
complexidade das responsabilidades do administrador financeiro”.
Portanto, percebe-se que muitas mudanças e evoluções ocorreram no
mercado de trabalho, na economia e na sociedade. Devido a isto, as atribuições e o
28
foco do Gestor Financeiro mudaram também. Com a redução dos índices
inflacionários e ciranda financeira o foco de finanças passa de tesouraria para,
segundo Amâncio (2008, p.01):
-Controladoria: gerar informações gerenciais para tomada de decisões, -Planejamento: para se traçar estratégias de diferenciação e melhoria do desempenho empresarial. -Controle de Custos: com base nas informações gerenciar os custos para manter e maximizar os resultados financeiros
O profissional financeiro do século 21 ainda deve ter muito das
características tradicionais, porém acrescidas de novos conhecimentos e maneiras
de agir de modo a agregar valor às atividades da empresa e sociedade como um
todo.
Também no sistema financeiro a administração financeira é de extrema
importância, pois envolve a função da concessão e análise de crédito aos outros
agentes econômicos da economia.
2.3 O Sistema Financeiro Nacional - SFN
O SFN é composto pelo conjunto das instituições que realizam a
intermediação financeira, assim como, daqueles órgãos que normatizam e fiscalizam
este processo. Obviamente, a principal função do sistema financeiro é viabilizar e
facilitar o processo de intermediação financeira.
A intermediação financeira é fator de desenvolvimento de uma economia e
exige participação de capitais, que segundo Assaf Neto (2003, p.75) “são
identificados por meio da poupança disponível em poder dos agentes econômicos e
direcionados para os setores produtivos carentes de recursos mediante
intermediários e instrumentos financeiros”. Assim, pode-se dizer que o sistema
financeiro atua no processo de distribuição de recursos no mercado,
evidenciando a sua função social.
29
2.3.1 Composição do Sistema Financeiro Nacional – SFN
O SFN é composto por um conjunto de instituições, classificadas em
normativas, supervisoras e operacionais que realizam a intermediação financeira,
sendo sua principal função a de viabilizar e facilitar o processo de intermediação
financeira (LOPES E ROSSETTI, 2002).
No quadro 1, apresenta-se a forma da disposição de cada um desses órgãos
normativos, bem como quais as entidades supervisoras sob sua responsabilidade e,
conseqüentemente, as instituições financeiras.
Órgãos Normativos
� Conselho Monetário Nacional
� Conselho nacional de Seguros privados - CNSP
� Conselho de Gestão da Previdência Complementar - CGPC
Entidades supervisoras
� Banco Central do Brasil – Bacen
� Comissão de valores Mobiliários CVM
� Superintendência de Seguros Privados – Susep
� IRB – Brasil Resseguros
� Secretaria de previdência Complementar SPC
� Instituições financeiras captadoras de depósitos à vista
� Bolsas de Mercadorias e Futuros
� Sociedades Seguradoras
� Entidades fechadas de previdência complementar (fundos de pensão)
� Demais instituições financeiras
� Bolsa de Valores
� Sociedades de capitalização
Operadoras
� Outros intermediários financeiros e administradores de recursos.
� Entidades abertas de previdência complementar
Quadro 1 – Composição do SFN – Brasil Fonte: Banco Central do Brasil (2008, p.01)
No Brasil, as instituições do SFN são divididas em normativas, supervisoras e
30
operadoras, como visto no quadro 1 (ASSAF NETO, 2003). As instituições
normativas e supervisoras são as mesmas para o mercado financeiro e para o
mercado de capitais. Já no que se refere às entidades operadoras, apenas algumas
atuam simultaneamente tanto no mercado financeiro (aplicações), como no mercado
de capitais (investimentos a longo prazo).
As instituições do Sistema Financeiro Nacional estão descritas a seguir.
2.3.1.1 Conselho Monetário Nacional - CMN
Ensina Fleuri (1999, p. 482), que “o Conselho Monetário Nacional (CMN) e o
Banco central são chamados de autoridades monetárias do País”. O CMN é o órgão
responsável pela normatização do SFN. As decisões tomadas são geralmente,
executadas pelo Banco Central.
Assim, o CMN normatiza as decisões e o Banco Central executa as ações,
sempre voltado para a execução das políticas monetárias do país.
O Conselho Monetário Nacional é um órgão com característica estritamente
normativa, onde não desempenha nenhuma atividade executiva. Possui amplas
atribuições, que segundo Assaf Neto (2003, p.78) “podem ser identificadas na
finalidade principal de sua criação: formulação de toda a política de moeda e do
crédito, objetivando atender aos interesses econômicos e sociais do país”.
2.3.1.2 Banco Central do Brasil (BACEN)
“O Bacen foi criado em 1964 em substituição à Sumoc2, para atuar como
órgão executivo central do sistema financeiro do país,cabendo-lhe cumprir e fazer
cumprir as disposições que regulam o funcionamento desse sistema e as normas
expedidas pelo CMN” (LOPES E ROSSETTI, 2002, p. 443),
2 Em 1945, a Superintendência da Moeda e do Crédito (SUMOC) foi criada com a função de exercer um controle monetário mais amplo. Em 1964, o Banco Central do Brasil substitui a SUMOC.
31
Com a criação do BACEN, iniciou-se efetivamente uma nova fase na história
da intermediação financeira no país. Desde o início da década de 1930, vinham-se
desenvolvendo estudos nesse sentido. A criação da SUMOC, em 1945, preencheu
apenas parcialmente a lacuna da não-existência de um banco dos bancos no país,
tendo em vista que o elenco de suas atribuições não abrangia todas as operações
típicas de um banco central clássico. À época da Superintendência da Moeda e do
Crédito (Sumoc), funções executivas típicas de autoridades monetárias eram
atribuídas ao Banco do Brasil.
Conforme expõe Fleuri (1999, p. 482) “o Banco Central do Brasil tem como
atribuição principal executar as normas elaboradas pelo Conselho Monetário
Nacional (CMN)”. Destaca-se ainda, segundo Lira (1997, p.14) que “o Bacen pode
ser considerado como: Banco dos bancos: pois recolhe os depósitos compulsórios e
reservas voluntárias dos bancos”.
Além disso, o Bacen é considerado superintendente do SFN, pois adapta
sua sistemática às reais necessidades e transformações verificadas na economia do
País; elabora normas nos termos do CMN, fiscaliza e controla as atividades das
instituições financeiras, autoriza seu funcionamento e decreta intervenção ou
liquidação extrajudicial dessas instituições quando necessário.
O Bacen, segundo Lopes e Rossetti (2002, p.444), pode ser considerado:
Executor da política monetária: pois regula a expansão dos meios de pagamento, elabora o orçamento monetário e utiliza os instrumentos de política monetária (administra as taxas dos recolhimentos compulsórios, dos redescontos de liquidez e das operações de compra e venda de títulos públicos no mercado aberto). Banco emissor: pois detém o monopólio de emissão do papel-moeda e da moeda metálica e executa os serviços de saneamento do meio circulante. Banqueiro do governo: pois financia o Tesouro Nacional, mediante a colocação de títulos públicos, administra a dívida pública interna e externa, é depositário e administrador das reservas internacionais do país e executa as operações ligadas a organismos financeiros internacionais.
Com base em Fleuri (1999, p. 485), “o Banco Central é o instrumento pelo
qual o Governo Federal controla o sistema financeiro e, conseqüentemente, intervém
na economia”. Além disso, o BC faz a adequação dos meios de pagamento às
necessidades da economia, o que é fundamental para o crescimento econômico.
A partir dessa reflexão, pode-se dizer que enquanto realiza seu papel de
instrumento do Governo para controle da economia, o Banco Central zela pela
estabilidade da moeda através do controle dos meios de pagamento.
32
A manutenção da moeda consiste na manutenção do seu valor, tanto em
relação as moedas estrangeiras, através das taxas de câmbio, como em relação as
mercadorias produzidas no País. Esta última relação implica em estabilidade do
nível geral de preços, ou seja, inflação zero.
Conforme Gremaud et.al. (2002, p.586),
(...) a estabilidade da moeda é tão importante que alguns países preferem dar ao Banco Central autonomia total, isto é, a pessoa indicada para a presidência do Banco Central é aprovada pelo Congresso Nacional e tem um mandato fixo, não podendo ser retirado do cargo por ordem do Presidente da República. É assim nos EUA que possuem um Banco Central independente denominado Federal Reserve (FED).
No Brasil, o presidente do Bacen não é aprovado pela Senado, mas sim pelo
Presidente da República. As ações do Bacen estão sempre em busca da
estabilização da economia e do sucesso da política monetária do país.
2.3.1.3 Comissão de Valores Mobiliários – CVM
A Comissão de Valores Mobiliários é um das entidades supervisoras do SFN.
Lopes e Rossetti (2002, p.449) ensinam que:
A Comissão de Valores Mobiliários, CVM, criada pela Lei 6.385/76, é o mais recente órgão normativo do sistema de intermediação financeira do país, especificamente voltado para o desenvolvimento, a disciplina e a fiscalização do mercado de valores mobiliários não emitidos pelo sistema financeiro e pelo Tesouro Nacional – basicamente, o mercado de ações e debêntures, cupões desses títulos e bônus de subscrição.
Enquanto o Conselho Monetário Nacional (CMN) e o Bacen são denominados
de autoridades monetárias, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Banco do
Brasil, BNDES, Caixa Econômica Federal e o Conselho Federal e o Conselho
de Recursos Humanos do SFN são chamados de Autoridades de apoio.
O CVM tem atuação no mercado de ações, no mercado de futuros e
derivativos, além de supervisionar também na área de Fundos Mútuos, Clubes de
Investimento e Carteira de Investidores. Nestes mercados a CVM é responsável pela
regulamentação e fiscalização (LOPES E ROSSETTI,2002).
33
2.3.1.4 Banco do Brasil
Conforme Berchielli (2000, p.38), “o Banco do Brasil é um dos principais
instrumentos de execução da política creditícia e financeira do governo federal.
Além disto, está encarregado de executar o serviço de compensação de cheques e
outros papéis”.
Até 1986, ano em que foi encerrada a conta movimento junto ao Banco
Central, o Banco do Brasil operava como autoridade monetária. A partir de então,
passou a operar como um típico banco comercial, podendo explorar todas as
atividades relacionadas. Hoje o Banco do Brasil é um Banco Múltiplo (FLEURI,
1999).
Atualmente, com as redefinições dos papéis do Bacen e do Banco do Brasil,
após as reformas dos anos 80 e 90, este último passou a operar sob padrões bem
próximos dos de um banco comercial como outro qualquer (LOPES E ROSSETTI,
2002).
2.3.1.5 Superintendência de Seguros Privados - SUSEP
A Superintendência de Seguros Privados – SUSEP é o órgão responsável,
segundo Fleuri (1999, p.486), “pelo controle e fiscalização do mercado de seguros,
previdência aberta, capitalização e planos privados de assistência à saúde”.
A SUSEP é órgão integrante do Ministério da Fazenda. A fiscalização e o
controle do mercado de seguros é uma atividade de grande importância, uma vez
que é através dessa aplicação financeira que as pessoas investem no seu futuro e
no de sua família (BERCHIELLI, 2000).
34
2.3.1.6 Secretaria de Previdência Complementar – SPC
É o órgão vinculado ao Ministério da Previdência e Assistência Social.
Segundo Fleuri (1999, p.487), a secretaria de Previdência Complementar é
“responsável pelo controle e fiscalização dos planos e benefícios e das atividades
das entidades de previdência privada fechada”. Sendo que as atividades da
previdência privada fechada são os fundos de pensão.
2.3.1.7 Instituições financeiras
A Lei 4.595 de 1964 determinou as atribuições dos bancos comerciais
(LOPES E ROSSETTI, 2002), sendo a mesma que reformou o SFN. Como afirma
Fleuri (1999, p.494), segundo a lei:
Consideram-se instituições financeiras, para efeitos da legislação em vigor, as pessoas jurídicas ou privadas que tenham como atividade principal ou acessória a coleta, intermediação ou aplicação de recursos financeiros próprios ou de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira, e a custódia de valor de propriedade de terceiros.
Assim, sempre que uma instituição (jurídica ou privada) cuida dos recursos
financeiros de si mesmo ou de terceiros, é considerada uma instituição financeira.
Ainda segundo Fleuri (1999, p.494), as instituições financeiras podem ser
classificadas em:
Instituições financeiras captadoras de depósito à vista: são instituições de crédito a curto prazo que realizam todas as operações concernentes à uma instituição financeira, tendo como característica os depósitos à vista. Demais instituições financeiras: são instituições de crédito de médio e longo prazos que também realizam as mesmas operações, sem entretanto, efetuar depósitos à vista.
Portanto, as instituições financeiras podem ser aquelas que operam com
depósito a vista (aplicações de curto prazo), ou aquelas que operaram com
aplicações de médio e longo prazo. No primeiro caso, Instituições financeiras
35
captadoras de depósito à vista, podem ser classificadas, segundo Fleuri (1999,
p.495), “bancos múltiplos, bancos múltiplos com carteira comercial, bancos
comerciais, caixas econômicas e cooperativas de credito”.
Já no segundo caso, demais instituições financeiras, estas podem ser
classificadas, ainda segundo Fleuri (1999, p. 496), como:
Bancos múltiplos sem carteira comercial, banco de investimento, banco de desenvolvimento, sociedade de crédito, financiamento e investimento (financeira), sociedade de crédito imobiliário, companhias hipotecárias, associações de poupança e empréstimos.
Como visto anteriormente, essas instituições atuam mais em aplicações de
médio e longo prazo.
2.3.2 Bancos comerciais
Pode ser uma instituição financeira privada ou pública; é uma prestadora de
serviços com fins lucrativos, tendo como o principal objetivo proporcionar
suprimentos aportuno e adequado dos recursos necessários para financiar a curto e
médio prazo os comércios, a indústria, as empresas prestadoras de serviços e as
pessoas físicas. A captação de depósitos à vista, livremente movimentáveis, é
atividade típica do banco comercial. Deve ser instituído sob a forma de sociedade
anônima e de sua denominação social deve constar a expressão “Banco”.
Visando sempre atrair o maior número de clientes, oferecendo inúmeros
produtos beneficiando os clientes e a si próprio.
De acordo com Fortuna (2007), os bancos comerciais são intermediários
financeiros que recebem recursos de quem tem e os distribuem através do crédito
seletivo a quem necessita de recursos, naturalmente criando moeda através do
efeito multiplicador do crédito.
Os Bancos Comerciais podem:
- Descontar títulos;
- Realizar operações de abertura de crédito simples ou em conta corrente;
- Realizar operações especiais, inclusive de crédito rural, de câmbio e comércio
36
internacional;
- Captar depósitos à vista e a prazo fixo; obter recursos junto às instituições oficiais
para repasse aos clientes;
- Obter recursos externos para repasse;
- Efetuar a prestação de serviços, inclusive mediante convênio com outras
instituições.
2.3.3 Bancos de investimento
Banco de investimento, segundo Sandroni (2003, p.44), é a designação dada
a “instituições financeiras voltadas para captações e financiamentos de médio e
longo prazos, normalmente voltados ao investimento das empresas, bem como a
operações diversas na área das sociedades anônimas como a colocação de ações”.
Segundo o Banco Central do Brasil (2008, p.1), os bancos de investimentos
são instituições financeiras privadas especializadas em operações de participação
societária de caráter temporário, de financiamento da atividade produtiva para
suprimento de capital fixo e de giro e de administração de recursos de terceiros.
Devem ser constituídos sob a forma de sociedade anônima e adotar,
obrigatoriamente, em sua denominação social, a expressão "Banco de
Investimento". Não possuem contas correntes e captam recursos via depósitos a
prazo, repasses de recursos externos, internos e venda de cotas de fundos de
investimento por eles administrados. As principais operações ativas são
financiamento de capital de giro e capital fixo, subscrição ou aquisição de títulos e
valores mobiliários, depósitos interfinanceiros e repasses de empréstimos externos
(Resolução CMN 2.624, de 1999).
Porém, alguns bancos, na atualidade, estão se aperfeiçoando tanto como
banco de atacado como banco de investimento (caso do Banco Bradesco). Estes
são reconhecidos como administradores de fundos e participam, ativamente, em
lançamento de títulos no mercado de capitais.
Está em processo hoje um movimento de migração, onde bancos que atuavam
em determinado segmento, passam a abranger também segmentos ocupados por
outros bancos.
37
2.4 O Mercado Bancário
A existência da moeda permite que alguns indivíduos resolvam manter
(guardar) o poder de compra para que possam exercê-lo em um momento posterior.
Por outro lado, existem indivíduos que querem exercer um poder de compra maior
do que suas disponibilidades, no momento, permitem. Segundo Lopes e Rossetti
(2002, p.162),
Há indivíduos que desejam transferir poder de compra, do presente para o futuro (poupadores) e os que querem usar, hoje, o poder de compra a ser obtido no futuro (tomadores de recursos). Os poupadores desejam receber uma remuneração (juros) pela renúncia ao consumo e, portanto, os tomadores de recursos terão de pagar esta remuneração para poder receber estes recursos.
Pode-se então dizer que esses dois grupos de pessoas, com necessidades
diferentes, vão se encontrar para realizar a transferência do poder de compra de
uns (os que querem exercê-lo em momento posterior) para outros (os que querem
consumir, no presente, mais do que suas disponibilidades lhes permitem). Para
facilitar esta transferência de poder de compra surgem instituições cuja
especialidade é realizar a intermediação entre estes dois lados - poupadores e
tomadores de recursos – , ou seja, instituições cuja especialidade hoje é a
intermediação financeira.
Figura 2 - Esquema básico da intermediação financeira Fonte: Gremaud et. al (2002, p.325)
Tanto do lado dos poupadores, quanto dos tomadores de empréstimos pode-
se ter pessoas e empresas. O mais conhecido intermediário financeiro é o banco,
que desenvolve atividade de captação de recursos dos poupadores e empréstimos
para os tomadores.
Poupadores
Intermediários
Financeiros
Tomadores de
Recursos
38
A Lei nº 4.595/19643 considera instituições financeiras como pessoas
jurídicas públicas ou privadas que fazem coleta, intermediação ou aplicação de
recursos financeiros próprios ou de terceiros ou a custódia de valor de propriedade
de terceiros, sendo supervisionado pelo Banco Central do Brasil (BACEN).
2.4.1 Transformações do Sistema Financeiro Nacional - SFN
O sistema financeiro brasileiro teve um crescimento significativo com as
reformas de 1964, mas principalmente a partir do final dos anos 80, em razão do
contexto de inflação elevada.
Conforme Gremaud et. al (2002, p.599),
Os ganhos do sistema financeiro não decorriam das operações de crédito, mas basicamente do floating de recursos – apropriação do imposto inflacionário. A questão que se colocava, no momento do Plano Real, era quais seriam os impactos sobre o sistema financeiro e como este se adequaria.
A resposta dos bancos à perda inflacionária foi a expansão das operações de
crédito após a implementação do plano e a elevação nas tarifas cobradas sobre os
serviços bancários.
Nesse período, os bancos voltaram a realizar sua função primordial, que é a
intermediação financeira. Segundo Vasconcellos (2000, p.325) “após liberarem a
demanda de crédito aos agentes econômicos, contribuíram para a rápida expansão
econômica após a estabilização”.
Muitos especialistas econômicos da época alegaram que os bancos estavam
despreparados para a concessão de crédito. Segundo Nassuno (1998, p.07) “a
concentração de suas operações na tesouraria, carregamento de títulos públicos, no
período de inflação elevada, fizeram com que estes perdessem o jeito na concessão
de crédito: seleção , análise de risco, etc”.
Foi só a partir de 1995 que os bancos passaram a sentir a perda das receitas
inflacionárias. Quando passou a “febre” da estabilização econômica e o consumo e
3 A Lei 4.595 foi responsável pela Reforma Bancária no ano 1964.
39
as atividades econômicas foram reduzindo progressivamente, foi que os bancos
sentiram a redução dos lucros. Com a contenção da atividade econômica, em
virtude do desequilíbrio externo e da crise mexicana em 1995, verificou-se uma
grande reversão no comportamento da atividade econômica, provocando uma
grande elevação na taxa de inadimplência. Foi nessa época que vários bancos, com
prejuízos se acumulando, mostraram-se insolventes (GREMAUD et. al, 2002).
A reestruturação do sistema financeiro nacional englobou as fusões e
incorporações bancárias, o aumento do poder do Banco Central para intervir nas
instituições bancárias, o estímulo à entrada dos bancos estrangeiros e a privatização
de bancos estaduais, além de outras medidas de caráter prudencial (LOPES;
ROSSETTI, 2002).
Foi a partir de então que os bancos, depois de mega fusões e aquisições, e
da abertura do mercado brasileiro à economia internacional, começaram a sentir a
influência da concorrência demasiada e da alta velocidade da tecnologia que
atingia o setor bancário. É nesta época também que a internet se torna uma rede
pública e a prestação de serviços via on-line se tornam uma constante no país.
Diante deste quadro, os bancos nacionais – públicos e privados – sentem a
necessidade de desenvolverem novas tecnologias, melhorar a qualidade dos
serviços e prestar mais atenção ao seu cliente.
2.4.2 A concorrência nos serviços bancários
A concorrência aumentou entre os bancos no Brasil. Cada um lança novos
serviços e os concorrentes rapidamente buscam desenvolver serviços melhores,
mais rápidos, mais ágeis e que proporcionem maior comodidade e conforto aos
clientes.
Nos últimos anos, os bancos começaram a ver o cliente além do número da
sua conta. Segundo Reis (apud CANTERO;WERNECK , 2008), “o cliente é uma
pessoa, e não uma conta corrente. Atualmente, a totalidade das propagandas
bancárias tem foco no cliente, demonstrando que as atitudes e compromissos estão
em transformação neste setor. O cliente é hoje o maior patrimônio da rede bancária,
e justamente por isso, é tão disputado entre as instituições do país (CANTERO;
40
WERNECK , 2008),
Na verdade, o setor viu-se obrigado a prestar atenção ao cliente, pois
percebeu que sem ele estaria fadado ao insucesso. Não foi uma opção, mas sim
uma necessidade. Atualmente, a cultura da fidelização do cliente e a construção de
um relacionamento duradouro com esse cliente já está intrínseco ao setor, e cada
banco busca conquistar o seu cliente através da sua equipe de relacionamento e
gerência. Os produtos oferecidos apresentam uma diversidade bastante grande e o
cliente precisa se identificar com esses produtos, aprender a lidar com essas
facilidades e tirar proveito disto.
Outro fato importante que motivou essa transformação na cultura de
atendimento ao cliente da rede bancária foi o aumento da concorrência. Segundo
Cantero e Werneck (2008, p.01), “o aumento da competitividade no segmento fez
com que os bancos acordassem e passassem a deixar de lado as ações de
massa para dar lugar à segmentação, prestando atenção aos ciclos de vida do
cliente na empresa e mantendo uma relação mais próxima com ele”.
Até mesmo os ambientes interiores das agências bancárias sofreram
modificações. Hoje, as agências são muito mais aconchegantes e se parecem com a
sala de estar dos clientes.
O cliente então passou a ter nome, sobrenome, endereço, um rosto e uma
vida. Deixou de ser uma conta corrente, uma aplicação, um conta poupança, e
passou a interagir com o banco e o banco com o cliente.
Conforme Bono (apud CANTERO; WERNECK, 2008, p.01),
Hoje é preciso se aproximar do cliente, oferecendo produtos com qualidade e, ao mesmo tempo, trazer resultados para o acionista. E os bancos estão cada vez mais se especializando em fazer isso, já que, na última década, têm conseguido falar de maneira customizada com cada público.
Outro fato que contribuiu para a especialização das instituições bancárias na
arte de tratar o cliente foi o Código de Defesa do Consumidor, sendo que este prevê
penalizações para as empresas que não cumprirem com o contrato de prestação de
serviços (exigindo qualidade e bom atendimento).
Hoje, as campanhas não ficam mais três meses no ar como antes, pois as
marcas estão em construção o tempo todo e os pontos de contato com o cliente
aumentaram. É isso que os clientes esperam de um banco: ser um nome, ou seja,
41
uma pessoa, antes de uma seqüência de números Bono (apud CANTERO;
WERNECK, 2008).
O banco deixou de falar para o cliente e passou a falar com ele. O banco vive
para ajudar o cliente a alcançar o seu objetivo, sempre com segurança, credibilidade
e conveniência.
2.5 Crédito: Conceitos e Aspectos Gerais
O crédito existe para que os agentes econômicos que não disponham de
recursos monetários imediatos, possam fazer suas compras. Nas empresas, o
crédito representa um ‘bem patrimonial’ pois é através dele que a organização se
movimenta, adquirindo insumos e fatores de produção para dinamizar a atividade.
Segundo Gomes (2003, p.172) “crédito vem a ser a concessão de receber a
posteriori algo que poderíamos estar recebendo hoje”.
Já Silva (1983, p.19) apresenta definição bastante completa para o termo
crédito, que é:
Em finanças, o vocábulo crédito define um instrumento de política monetária a ser utilizado por uma empresa comercial ou industrial na venda a prazo de seus produtos ou por um banco comercial, por exemplo, na concessão de um empréstimo, de um financiamento ou de uma fiança.
Portanto, o crédito de uma firma ou organização representa um investimento
em um cliente. O banco, ao conceder crédito, está ‘apostando’ que o cliente irá lhe
pagar em tempo certo, para que possa produzir emprestar o dinheiro novamente, em
um ciclo que nunca termina.
Pode-se dizer que o crédito representa a continuidade da empresa e do ciclo
produtivo, ou seja, o giro dos negócios depende da retenção de recursos que as
empresas possuem para cumprir com seus compromissos certos e incertos. A
demanda de moeda pelas empresas influencia em grande parte o nível de emprego,
pois afeta a renda que é gasta em consumo e investimento.
Para Paiva (1997, p.03) “a palavra crédito significa acreditar, ou seja,
acreditamos, confiamos nos compromissos de alguém para conosco”.
No entendimento de Santos (2006, p.15), “crédito, em fianças, é definido
42
como a modalidade destinada a possibilitar a realização de transações comerciais
entre empresas e seus clientes”.
O fundamento do crédito é a confiança, que se expressa na promessa de que
o pagamento será realizado no prazo acordado.
O crédito que alguém dispõe representa sua capacidade de obter dinheiro,
mercadorias ou serviços frente ao compromisso de pagamento futuro. No que se
refere às empresas, o crédito é a venda a prazo daquilo que a mesma produz, ou do
serviço que presta. É a venda ‘agora’ para receber ‘depois’. Sem esse recebimento,
em tempo certo, a empresa que vendeu não consegue sobreviver.
Na concepção de Tsuru e Centa (2007, p.17), “crédito é todo ato, vontade ou
disposição de alguém de destacar ou ceder, temporariamente, parte de seu
patrimônio, com expectativa de que esta parcela volte a sua posse integramente,
depois de decorrido o tempo estipulado”.
O crédito possui uma importante função na economia, uma vez que aumenta
o nível das atividades. Através do crédito, empresas expandem seus negócios e com
isso geram empregos e riqueza para o local onde estão instaladas e contribuem para
o desenvolvimento do país.
Sem atividade econômica, sem consumo e sem investimentos, não há
desenvolvimento. Conforme afirma Silva (1983, 22):
O crédito, além de permitir que as empresas aumentem suas produções, também permite que desenvolvam novas tecnologias, invistam em grandes projetos e com isso, possam gerar novos empregos e ajudar no desenvolvimento econômico.
Portanto, pode-se dizer que o crédito é um importante instrumento de
movimentação da economia, onde através dele se compra e se vende, se obtém
lucro, se aumenta a produção, se gera mais empregos, mais renda e mais
desenvolvimento econômico. É um ciclo que só termina quando as empresas deixam
de pagar seus compromissos umas com as outras.
Em uma instituição financeira bancária as operações de crédito se constituem
seu próprio negócio. Dessa forma, o banco empresta dinheiro ou financia bens aos
seus clientes, sendo assim, um intermediário financeiro, pois, os recursos que aplica
são captados no mercado através dos depósitos efetuados por milhares de clientes
depositantes.
43
A concessão de crédito num banco consiste em emprestar dinheiro, isto é,
colocar à disposição do cliente determinado valor monetário em determinado
momento, mediante promessa de pagamento futuro. A taxa de juros será a
retribuição por essa prestação de serviço, cujo recebimento poderá ser antecipado,
periódico ou mesmo ao final do período, juntamente com o principal emprestado.
Um banco pode emprestar dinheiro tanto as pessoas físicas como jurídicas.
Conforme Santos (2006, p.16), abrange vários tipos de atividades e atende a
múltiplas necessidades econômicas, assim como:
a) Financiamentos às pessoas físicas
• compra de bens (imóveis, veículos, equipamentos eletrônicos, entre outros; ra
• reforma de imóveis;
• gastos com saúde, educação, lazer e moradia
b) Financiamentos às empresas
• compra de matéria-prima;
• compra de máquinas e equipamentos;
• ampliação da fábrica;
• financiamentos do comércio exterior;
• financiamento ao cliente.
A análise do crédito é imprescindível para que o reembolso destes créditos
seja realizado sem problemas. Cabe ao banco analisar a compatibilidade das fontes
primárias de receita do cliente, seja este pessoa física ou jurídica, com o plano de
amortização proposto (SANTOS, 2006).
Ao oferecer ao cliente um crédito, o banco estará comprando um risco e, por
isso, deverá analisar a transação da melhor forma possível para que este risco seja
reduzido ao menor índice existente. Por isso, na atualidade, desenvolver recursos
que reduzam o risco de inadimplência tem se mostrado uma das principais funções
do gestor financeiro das instituições bancárias.
O objetivo principal da análise de crédito não é o de podar as vendas e nem
desestimular o crescimento de qualquer empresa. Diz Gomes (2003, p.169) que “a
44
ação mais importante do crédito consiste simplesmente em mensurar o grau de risco
que uma empresa deseja praticar no mercado”.
Esse cenário mais complexo aumenta o volume de informações
necessárias sobre o cliente para a concessão de crédito. As informações
transcendem as informações simplistas de tempos atrás e partem para análise de
riscos muito mais elaboradas e de acordo com o contexto globalizado que o mundo
vive hoje.
Vender é preciso, mas receber é questão de sobrevivência
2.6 A Importância do Crédito nas Empresas
As mudanças no cenário brasileiro, principalmente durante a década de 1990,
serviram como fator de transformações no cenário creditício brasileiro. Segundo
Gomes (2003, p.12) “a maior abertura da economia brasileira para a competitividade
e seu impacto nas empresas nacionais, representam um dos maiores motivos da
mudança ocorrida no crédito”. Outro fator importante é um número crescente de
empresas com dificuldades financeiras e o aumento do número de organizações
que efetivamente foram à falência.
Sobre isso diz Gomes (2003, p.221):
Algumas questões são levantadas todos os dias nas empresas. Sua compreensão passa por uma análise geral, tanto do ponto de vista econômico – na figura do lucro – como do ponto de vista financeiro – na figura do caixa. É nessa análise não se pode deixar de lado o principal, a inter-relação entre essas duas variáveis.
Isso significa que a empresa não pode supervalorizar apenas o lado
econômico e nem somente o lado financeiro. Precisa haver uma relação entre as
duas variáveis para que a empresa obtenha sucesso. Por exemplo, a margem de
lucro pode ser fenomenal, mas sem o recebimento da mercadoria vendida o fator
financeiro causa problemas contábeis à empresa (muitas vezes esses problemas
vão acumulando-se e levam a organização à falência).
Portanto, torna-se cada vez mais necessário fazer análise de crédito antes de
vender ou conceder crédito a prazo no mercado. Apesar desse mercado estar cada
45
dia mais competitivo, é preciso haver qualidade nas vendas, pois mais importante do
que uma boa venda é receber depois.
Assim, a análise de crédito não pode ser vista como um entrave às vendas e
muito menos como desestímulo ao crescimento da empresa, mas sim, deve ser visto
como um instrumento de mensuração do grau de risco que uma empresa deseja
praticar no mercado.
O crédito não pode mais ser concedido por intuição ou feeling do analista de
crédito, segundo afirma Gomes (2003, p.170):
Os fatores externos à empresa devem ser apreciados e muito bem compreendidos em qualquer análise. A verdade é que os fatores externos são importantes demais para que não sejam mensurados, servindo, apenas, de desculpas infalíveis para a incompetência interna das empresas. As mais preparadas podem transformá-los em verdadeiros aliados, utilizando-os para vislumbrar oportunidades, enquanto as demais apenas lamentam os fatos.
Mas, algumas empresas insistem em agir impulsivamente, sem considerar os
critérios responsáveis por uma boa análise de crédito. Diz inda Silva (1983, p.20)
que “na grande maioria das empresas o crédito é visto como empecilho para o
processo de vendas. Sem receber a devida atenção, o crédito passa a ser definido
apenas pela intuição de quem vende”.
Sobre as características das pessoas físicas ou jurídicas que requerem o
crédito, a empresa ou instituição financeira precisa analisar, segundo Gitman (1997,
696) “os analistas de crédito freqüentemente utilizam-se dos 5 C’s para orientar suas
análises sobre as dimensões –chave da capacidade creditícia de um cliente: caráter;
capacidade; colateral; capital; condições”.
A identificação destas cinco características do cliente requerente do crédito
contribuem para que o analista de crédito faça sua análise de maneira coerente,
diminuindo o máximo possível o risco do crédito.
2.7 Os Cs do Crédito
Os Cs do crédito contribuem com a análise subjetiva da concessão de crédito,
ou seja, exigem uma percepção astuta do analista, que deverá observar além das
46
informações contábeis e gerenciais do cliente.
Segundo Gitman (1997 apud SANTOS, 2006, p.43),
Um dos insumos básicos à decisão final de crédito é o julgamento subjetivo que o analista financeiro faz para determinar se é válido ou não assumir riscos. Segundo o autor, a experiência adquirida do analista e a disponibilidade de informações (internas e externas) sobre o caráter do cliente são requisitos fundamentais para a análise subjetiva do risco de crédito.
Assim, as informações sobre o caráter do cliente são obtidas tanto por meio
de informações internas (relatórios financeiros e contábeis) como através de
informações externas (como esta empresa é vista no mercado onde atua).
A figura 3 demonstra os 5 Cs do crédito utilizados nas análises de risco de
crédito.
Figura 3 – Cs do crédito Fonte: Santos (2006, p.44)
Os Cs do crédito tem representado instrumento importante na análise de
crédito das empresas e instituições financeiras.
Os Cs do
crédito
Caráter
Capacidade
Capital
Colateral
Condições
Idoneidade no mercado de crédito
Habilidade em converter investimentos em receita
Situação financeira
Situação patrimonial
Impacto de fatores externos sobre a fonte geradora de receita
47
2.7.1 Caráter
Caráter é referente à intenção, a determinação, a vontade que o tomador tem
em honrar uma operação. Identificar se um tomador que não honrou suas dívidas
teve ou não a intenção de pagar não é uma tarefa fácil de se realizar. As
informações que a instituição/empresa possui de seus clientes, as informações
obtidas com bancos e outros fornecedores e as informações disponibilizadas pelas
empresas e órgãos de informação são a melhor maneira de conhecer os hábitos de
pagamento do tomador.
Para Santos (2006, p.44), o C de caráter:
Está associado a idoneidade do cliente no mercado de crédito. Para a análise desse crédito, é indispensável que os credores disponham de informações históricas de seus clientes (internas e externas) que evidenciem intencionalidade e pontualidade na amortização de dívidas. As informações históricas internas são extraídas de relatórios gerenciais do credor, onde constam registros de pontualidade, atrasos, renegociações e perdas financeiras resultantes da inadimplência do cliente. Já as informações históricas externas são extraídas de arquivos de dados de empresas especializadas em coleta, armazenamento e comercialização de informações relacionadas à idoneidade do cliente no mercado de crédito.
O caráter do cliente é mensurado segundo a sua idoneidade no mercado em
que atua. Através de informações internas e externas do cliente, o banco reduz o
risco da operação e aumenta a certeza da adimplência do crédito.
2.7.2 Capacidade
Entre os profissionais de crédito, essa característica pode ser definida como a
capacidade de pagamento de uma empresa de honrar suas dívidas e obrigações.
Conforme Santos (2006, p.45), o C de capacidade “refere-se ao julgamento
subjetivo do analista quanto à habilidade dos clientes no gerenciamento e conversão
de seus negócios em receita”.
A Capacidade das empresas, em análise de crédito, é medida através dos
48
responsáveis pela área administrativa e comercial das instituições quanto à sua
habilidade e competência de gestão e, também pela própria capacidade física das
empresas.
A capacidade física é de mais fácil avaliação que a administrativa, pois
através de uma visita é possível de conhecer-se as suas instalações, seus métodos
de trabalho e o grau de tecnologia utilizado.
Já a administrativa, nem sempre é de fácil constatação, porém a melhor
maneira de verificar-se a habilidade administrativa e técnica do pessoal a disposição
de uma empresa é através da análise do currículo de seus sócios e administradores.
2.7.3 Colateral
Chama-se de Colateral uma espécie de segurança adicional a uma operação
de crédito. É uma ou mais garantias dadas pelo tomador para aumentar o grau de
segurança da operação e muitas vezes para fortalecer algum dos outros fatores da
análise. Contudo não se deve nunca utilizar garantias para fortalecer uma proposta
de um tomador que apresente restrições em relação a seu caráter.
Para Santos (2006, p.45), o C de colateral refere-se “à riqueza patrimonial dos
clientes composta por bens (móveis e imóveis) e aplicações financeiras. No mercado
de crédito, esse C recebe a denominação de garantia assessória”. Assim, o C de
colateral representa uma garantia secundária vinculada aos contratos de crédito,
que atuam no sentido de proteger os credores de possíveis situações inesperadas
que possam vir a ocorrer, gerando perda da capacidade de pagamento das
obrigações financeiras.
2.7.4 Capital
O C de capital é um fator importantíssimo em uma análise de crédito, pois não
é entendido simplesmente como a conta de capital que é usado na contabilidade.
Quando se fala de Capital em uma análise está-se referindo a sua situação
49
econômica, financeira e patrimonial. Está se falando dos seus recursos e bens que
podem ser utilizados para honrar suas dívidas.
Segundo Santos (2006, p.45), “o capital é medido pela situação do cliente,
levando-se em consideração a composição (quantitativa e qualitativa) dos recursos,
onde são aplicados e como são financiados”.
Os Demonstrativos Contábeis e a Declaração de Imposto de Renda do cliente
solicitante de crédito são as principais fontes de informação do C de capital na
análise de crédito.
2.7.5 Condições
As ‘condições’ na análise de crédito são os fatores externos e
macroeconômicos.
O C de condições engloba fatores externos que não estão sob o controle da
empresa. Certas decisões de política econômica, por exemplo, o desaquecimento de
determinado setor da economia, bem como o comportamento do mercado de forma
geral, podem afetar o nível de atividade de determinados tipos de empresas.
Na concepção de Santos (2006, p.45), a atenção nessa informação é de
“extrema importância para a determinação do risco total de crédito, uma vez que,
dependendo da importância do fator sistemático, o credor poderá enfrentar sérias
dificuldades para receber o crédito”.
São muitos os fatores macroeconômicos envolvidos neste contexto, como as
conjunturas nacionais e internacionais, o governo, o meio ambiente e a concorrência
no mercado regional e global.
2.8 Crédito nas Instituições Financeiras
As instituições financeiras têm como principal insumo o crédito. O quadro a
seguir demonstra o perfil das operações de crédito de acordo com o cada tipo de
instituição.
50
TIPO DE INSTITUIÇÃO
PRODUTOS
Bancos comerciais
Em geral, crédito de curto prazo: capital de
giro, desconto de duplicatas
Bancos de investimento
Em geral, crédito médio e longo prazo para
financiamento de processo produtivo ou de
readequação de capital.
Financeiras
Em geral, crédito de curto prazo e médio
prazo para financiamento de bens duráveis.
O C.D.C (Crédito Direito do Consumidor)
tem sido a forma mais comum de atuação
das financeiras.
Quadro 2 – Operações de crédito de acordo com os tipos de instituições Fonte: Securato (2002, p. 23).
O quadro 2 demonstra que nos bancos comerciais (foco deste estudo) as
principais operações de crédito são os créditos de curto prazo – capital de giro e
desconto de duplicatas.
2.8.1 Financiamento de capital de giro
O capital de giro é um fator de movimentação da economia. Segundo Assaf
Neto (2003, p. 124) “é realizado por bancos comerciais e múltiplos de investimento e
visa suprir as necessidades de recursos do ativo circulante (capital de giro) das
empresas”. Esse tipo de financiamento é de estrema importância, uma vez que atua
51
na manutenção da saúde financeira das empresas brasileiras.
Conforme Fortuna (2007, p.18) as operações de capital de giro são
“realizadas geralmente dentro de um prazo de resgate de 6 a 24 meses, e os
pagamentos podem ser realizados de uma única vez (ao final do prazo) ou em
prestações periódicas (mensais, trimestrais, etc)”. Esse tipo de operação exige
garantias, em forma de avais, duplicatas ou hipotecas.
São as instituições financeiras quem fornecem este tipo de crédito e utilizam-
se de capitais próprios ou de terceiros captados no mercado.
2.8.2 Desconto de duplicatas
O desconto de duplicatas é uma operação típica dos bancos comerciais e
representam uma importante fonte de recursos principalmente para as pequenas
empresas.
Segundo Securato (2002, p.25), o desconto de duplicata é:
Operação em que uma instituição financeira adianta recursos ao cliente, referentes a valores de duplicatas geradas de vendas mercantis, recebendo como garantia tais duplicatas. É uma operação que permite ao cliente uma antecipação de seu fluxo de caixa, uma vez que pode receber adiantado o resultado de suas vendas a prazo. Na data do vencimento, caso a duplicata não seja paga, o cedente assume a responsabilidade pelo pagamento, incluindo multa e/ou juros.
Muitas empresas descontam antecipadamente suas duplicatas, com a
intenção de fazer caixa e adiantar um pagamento que normalmente seria realizado
em um tempo futuro.
Cabe salientar, como já citado, que as micro e pequenas empresas são as
principais empresas que utilizam as operações de capital de giro e desconto de
duplicatas.
52
2.9 Micro e Pequenas Empresas no Brasil
São as pequenas empresas que movimentam a economia no Brasil. Elas
representam hoje, segundo o Sebrae (2008), 99% do total de empresas existentes
no país e geram 67% dos empregos (isto considerando-se apenas as empresas
formais).
Isto implica dizer que, apesar de todas as dificuldades por que passam os
pequenos negócios no Brasil, estes ainda representam os maiores geradores de
emprego do país. O gráfico 01 demonstra a presença das pequenas e micro
empresas na economia brasileira.
Gráfico 01 - As pequenas e micro empresas na economia nacional Fonte: Sebrae (2008) Através do gráfico 1 percebe-se que 99% das empresas nacionais são
de pequenas e micro empresas. 67% das ocupações no país são gerados por estes
pequenos negócios e 20% de todo Produto Interno Bruto (PIB) gerado no país é
advindo das pequeno e micro empresas. Estes números revelam a real importância
20% 80%
67% 33%
99%1%
0% 20% 40% 60% 80% 100%
PIB
Ocupações
Número de
empresas
Micro e Pequenas Médias e Grandes
53
das empresas de pequeno porte para a economia brasileira.
2.10 Conceito de Micro e Pequena Empresa
O enquadramento do porte das empresas pode ter várias óticas. Uma é
definida pela legislação que normatiza as pequenos e micro empresas no Brasil, a
Lei Complementar 123, de 14 de dezembro de 2006 (que revoga a Lei 9.841, de
1999, que anteriormente normatizava a matéria).
O art.3º da LC 123, assim prevê:
Art. 3º Para os efeitos desta Lei Complementar, consideram-se microempresas ou
empresas de pequeno porte a sociedade empresária, a sociedade simples e o
empresário a que se refere o art. 966 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002,
devidamente registrados no Registro de Empresas Mercantis ou no Registro Civil de
Pessoas Jurídicas, conforme o caso, desde que:
Microempresa
Empresa de pequeno porte
I – no caso das microempresas, o empresário, a pessoa jurídica, ou a ela equiparada, aufirá, em cada ano-calendário, receita bruta igual ou inferior a R$ 240.000,00 (duzentos e quarenta mil reais);
II – no caso das empresas de pequeno porte, o empresário, a pessoa jurídica, ou a ela equiparada, aufirá, em cada ano-calendário, receita bruta superior a R$ 240.000,00 (duzentos e quarenta mil reais) e igual ou inferior a R$ 2.400.000,00 (dois milhões e quatrocentos mil reais).
Quadro 03 – Enquadramento das pessoas jurídicas segundo a Legislação Fonte: Lei Complementar 123/2006
Além disso, a classificação das empresas pode considerar como critério
(critério este adotado pelo Sebrae) o número de funcionários. O quadro 4 a seguir
demonstrar esta questão.
54
Porte Número de empregados
Microempresa No comércio e serviços até 09 empregados
Na indústria até 19 empregados
Empresa de pequeno porte No comércio e serviços de 10 a 49 empregados
Na indústria de 20 a 99 empregados
Quadro 04 – Classificação das empresas segundo o número de empregados Fonte: SEBRAE (2008, p.01)
Também o BNDES utiliza normatização própria para enquadramento das
empresas em relação ao seu porte. A classificação de porte de empresa adotada
pelo BNDES e aplicável à indústria, comércio e serviços, conforme a Carta Circular
nº 64/02, de 14 de outubro de 2002, é a seguinte:
Microempresa Empresa de pequeno porte
Microempresas: receita operacional bruta anual ou anualizada até R$ 1.200 mil (um milhão e duzentos mil reais).
Pequenas Empresas: receita operacional bruta anual ou anualizada superior a R$ 1.200 mil (um milhão e duzentos mil reais) e inferior ou igual a R$ 10.500 mil (dez milhões e quinhentos mil reais).
Quadro 05 – Classificação das empresas segundo o BNDES Fonte: BNDES (2008)
Percebe-se que a classificação do porte da empresa se modifica de acordo
com o órgão consultado. De forma geral, o enquadramento tradicional é aquele
determinado pela LC 123/2006, porém, quando se tratar dos serviços oferecidos
pelo Sebrae ou pelo BNDES a classificação pode ser diferente, como visto
anteriormente.
Cabe destacar que os bancos comerciais (inclusive o banco Bradesco)
utilizam a classificação da LC 123/2006, ou seja, micro empresa até R$ 240.000,00
(duzentos e quarentas mil) e pequena empresa de R$ 240.000,00 (duzentos e
55
quarenta mil) até R$ 2.400.00,00 (dois milhões e quatrocentos mil).
2.11 Análise de Crédito da Pessoa Jurídica
Para conceder crédito para as empresas, as instituições financeiras devem
realizar uma apurada análise de crédito, visando avaliar o risco da operação.
Entre os principais instrumentos da análise de crédito estão:
2.11.1 Avaliação qualitativa
Segundo Securato (2002), a análise qualitativa inicia-se na ficha cadastral,
onde nessa, encontram-se um grande número de informações, que deverão informar
sobre os seguintes itens:
- Qualificação: deve-se verificar se o ramos da atividade pertence ao mercado alvo,
confirmar endereço, solicitar restrições de crédito junto as empresas especializadas
e juntos aos fornecedores.
- Breve Histórico: verifica a tradição da empresa no setor. Deve-se verificar a
consistência das decisões estratégicas tomadas pela empresa.
- Controle do Capital: com essas informações deve-se identificar os principais sócios
e buscar informações sobre eles.
- Gerência: deve-se analisar a qualidade do gerenciamento da empresa através de
informações cadastrais dos principais executivos, observando sua formação e tempo
na empresa.
- Capacidade Instalada: estas informações são importantes para que se comparem
os valores obtidos com aqueles constantes na demonstração de resultados; para
que se verifique se a evolução ou involução do faturamento foi decorrente de
variações nas quantidades vendidas ou nas variações dos preços, para que se
conheça a produção e as vendas, se a empresa esta operando com lucro ou
prejuízo, para que se possa analisar a qualidade dos ativos, visando a constituição
de garantias; hipoteca, alienação fiduciária. Também é importante observar o estado
56
dos equipamentos, riscos ecológicos em função a localização da empresa; riscos
tecnológicos decorrentes de falta de informatização ou obsolescência de máquinas,
existências de seguros.
- Fornecedores: pode-se analisar a dependência de insumos, eventuais restrições a
importância de insumos fundamentais para a empresa, disponibilidade, proximidade,
pericibilidade das matérias primas e oscilações nos preços, qualidade e tipo do
estoque para constituição das garantias e oscilações dos preços e compara prazos
médios calculados com os declarados pela empresa.
- Mercado: sintetizar vantagens e desvantagens comparativas da empresa em
relação aos concorrentes, que podem ser marcas, pontos de comércio, qualidade,
escala de produção, canais de distribuição, meios de transportes utilizados para
escoamento da produção.
- Relatório de Recebíveis: com essa informação, pode-se analisar a concentração
das carteiras de clientes, analisar a posição da empresa em relação a concorrência,
avaliar eventuais problemas de liquidez da empresa, decorrentes de inadimplência
de clientes, analisar riscos mercadológicos, esse, para a constituição de garantias
(caução de duplicatas).
- Relacionamento Bancário: analisar a qualidade das instituições com as quais a
empresa opera também é importante, tratando-se de empréstimos, se a empresa
esta operando com boas instituições, significa que seu risco é bem aceito no
mercado financeiro.
2.11.2 Análise quantitativa
No crédito, o que se pretende com a elaboração da análise econômico-
financeira das empresas é avaliar a capacidade de pagamento, para que se tomem
decisões com relação à concessão de empréstimos, financiamentos, entre outros
créditos.
Para avaliação de crédito de curto prazo e longo prazo, utilizam-se técnicas
de análises através de datas específicas de fechamento de balanços e períodos
específicos de apuração de resultados, a partir de balanços patrimoniais,
demonstração de resultados de períodos, demonstrações de mutações no
57
patrimônio líquido, fluxo de caixa e demonstração de origens e aplicações de
recursos, essas análises são realizadas através dos demonstrativos entregues pela
empresa; após elaboradas, são interpretadas.
A análise quantitativa pode ser realizada através das seguintes análises:
• Análise Vertical: Nessa análise, todas as contas de um demonstrativo são
padronizadas como percentuais de uma mesma base; aplicada ao balanço,
essa análise propicia uma visão imediata dos itens que demandam maior
volume de recursos, a cada período e a adequação ou inadequação entre
fontes e aplicações de recursos na medida em que estabelece as relações de
cada conta de ativo e de passivo, com os recursos totais aplicados; cada um
dos componentes do balanço é expresso como percentual de sua
participação em termos de valor, na composição do ativo total, conforme
fórmula:
Participação da Conta: Valor do item contábil no balanço
Valor do Ativo Total
Nessa análise, calculam-se os percentuais das contas de custos, despesas,
receitas, lucro parcial e final apurados representam em relação à receita operacional;
a soma algébrica desses percentuais deve totalizar 100 % da receita. Mostra a
importância de cada conta em relação à demonstração financeira a que pertence e,
através da comparação com padrões do ramo ou com percentuais da própria
empresa em anos anteriores, permitir inferir se há itens fora das proporções normais.
De acordo com Matarazzo (2008, p.243), “o percentual de cada conta mostra
sua real importância no conjunto”.
• Análise Horizontal: A partir dessa análise, é possível identificar mudanças
anormais no balanço de uma empresa ao longo do tempo, através da
observação do comportamento histórico de cada item analisado. Essa análise
mostra a evolução de cada conta das demonstrações financeiras e, pela
comparação entre si, permitir tirar conclusões sobre a evolução da empresa
(SECURATO, 2002).
58
Para a construção dos percentuais se usa a técnica dos números-índices em
que no primeiro ano todos os valores são considerados iguais a 100; através da
regra de três obtêm-se os valores dos anos seguintes; a variação é o que exceder a
100 ou o que faltar para 100.
De acordo com Securato (2002, p.76) “(...) é importante observar que a
análise horizontal apenas faz sentido quando os valores estiverem expressos na
mesma moeda (...)”.
• Análise de Índices – Desempenho Empresarial: Compreende o cálculo de
quocientes a partir de uma variada gama de contas dos demonstrativos
financeiros. Índice é a relação entre contas ou grupos de contas das
Demonstrações financeiras, que visa evidenciar determinado aspecto da
situação econômica ou financeira de uma empresa (SECURATO, 2002).
A característica fundamental dos índices é fornecer visão ampla da situação
econômica e financeira da empresa; ficando assim divididos:
Situação Financeira
Situação Econômica RENTABILIDADE
SITUAÇÃO FINANCEIRA
Estrutura de Capital: os índices desse grupo mostram as grandes linhas de
decisões financeiras, em termos de obtenção e aplicação de recursos.
- PARTICIPAÇÃO DE CAPITAIS DE TERCEIROS: indica quanto a empresa tomou
de capitais de terceiros para cada $ 100 de capital próprio investido; quanto menor,
melhor.
ESTRUTURA
LIQUIDEZ
59
Fórmula: Capitais de Terceiros
Patrimônio Líquido
- COMPOSIÇÃO DO ENDIVIDAMENTO: indica qual o percentual de obrigação de
curto prazo em relação às obrigações totais; quanto menor, melhor.
Fórmula: Passivo Circulante
Capitais de Terceiros
- IMOBILIZAÇÃO DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO: indica quanto à empresa aplicou no
ativo permanente para cada $ 100 de patrimônio líquido; quanto menor, melhor.
Fórmula: Ativo Permanente
Patrimônio Líquido
- IMOBILIZAÇÃO DOS RECURSOS NÃO CORRENTES: indica o percentual de
recursos não correntes a empresa aplicou no ativo permanente; quanto menor,
melhor.
Fórmula: Ativo Permanente
Patrimônio Líquido + Exigível a Longo Prazo
Liquidez: os índices desse grupo mostram a base da situação financeira da
empresa; procuram medir quão sólida é a base financeira da empresa, uma empresa
com índices adequados de liquidez tem condições de ter boa capacidade de pagar
suas dívidas, mas não estará, obrigatoriamente, pagando suas dívidas em dia em
função de outras variáveis como prazo, renovação de dívidas etc.
- LIQUIDEZ GERAL: indica quanto a empresa possui no ativo circulante e realizável
a longo prazo para cada $ 1,00 de dívida total; quanto maior, melhor.
Fórmula: Ativo circulante + Realizável a Longo Prazo
Passivo Circulante + Exigível a Longo Prazo
- LIQUIDEZ CORRENTE: indica quanto a empresa possui no ativo circulante para
cada $ 1,00 de passivo circulante; quanto maior, melhor.
x 100
x 100
x 100
x 100
60
Fórmula: Ativo circulante
Passivo Circulante
- LIQUIDEZ SECA: indica quanto a empresa possui de ativo líquido para cada $
1,00 de passivo circulante; quanto maior, melhor.
Fórmula: Disponível + Aplicações Financeiras
+ Clientes de Rápida Conversibilidade em Dinheiro
Passivo Circulante
SITUAÇÃO ECONÔMICA
Rentabilidade: os índices deste grupo mostram qual a rentabilidade dos capitais
investidos, quanto renderam os investimentos e, portanto, qual o grau de êxito
econômico da empresa.
- GIRO DO ATIVO: indica quanto a empresa vendeu para cada $ 1,00 de
investimento total; quanto maior, melhor.
Fórmula: Vendas Líquidas
Ativo
- MARGEM LÍQUIDA: indica quanto a empresa obtém de lucro para cada $ 100,00
vendidos; quanto maior, melhor.
Fórmula: Lucro Líquido
Vendas líquidas
- RENTABILIDADE DO ATIVO: indica quanto a empresa obtém de lucro para cada $
100 de investimento total; quanto maior, melhor.
Fórmula: Lucro Líquido
Ativo
x 100
x 100
61
- RENTABILIDADE DO PATRIMONIO LÍQUIDO: indica quanto a empresa obteve de
lucro para cada $ 100 de capital próprio investido; quanto maior, melhor.
Fórmula: Lucro Líquido
Patrimônio Líquido Médio *
* Patrimônio Líquido Médio = Patrimônio Líquido Inicial + Patrimônio Líquido Final
2
• Análise de Índice – Gestão de Caixa: Analisa o fluxo de caixa da empresa,
o equilíbrio da entradas e saídas de caixa, tem grande contribuição na
interpretação da liquidez e da rentabilidade da empresa, à medida que
servem de indicadores dos prazos médios de rotação de estoques,
recebimento das vendas e pagamento das compras, estes, constituem o
alicerce básico para a determinação do ciclo financeiro.
• Fluxo de Caixa: Através de sua elaboração é possível prognosticar eventuais
excedentes ou escassez de caixa, determinando-se medidas saneadoras a
serem tomadas. Para se manterem em operação, as empresas devem
liquidar corretamente seus vários compromissos, devendo como condição
básica apresentar o respectivo saldo em seu caixa nos momentos dos
vencimentos.
A manutenção de saldos de caixa propicia folga financeira imediata à
empresa, revelando melhor capacidade de pagamento de suas obrigações. Neste
posicionamento, a administração não deve manter suas reservas de caixa em níveis
elevados como forma de maximizar a liquidez. Ao contrário, deve buscar um volume
mais adequado de caixa sob pena de incorrer em custos de oportunidades
crescentes. É indispensável que a empresa avalie criteriosamente o seu ciclo
operacional de maneira a sincronizar as características de sua atividade com o
desempenho do caixa.
De acordo com Assaf Neto (2003), o fluxo de caixa é de fundamental
importância para as empresas, constituindo-se numa indispensável sinalização dos
rumos financeiros dos negócios. Para se manterem em operação, as empresas
devem liquidar corretamente seus vários compromissos, devendo como condição
básica apresentar o respectivo saldo em seus caixa nos momentos dos
x 100
62
vencimentos. A insuficiência da caixa pode determinar cortes nos créditos,
suspensão de entregas de materiais e mercadorias, e ser causa de uma série
descontinuidade em suas operações.
• Índices de Prazos Médios: Existem três índices de prazos médios:
- Prazo médio de recebimento de vendas (PMRV): este, indica quantos dias, em
média, a empresa leva para receber suas vendas. O volume de duplicatas a receber
é decorrência de dois fatores básico: montante de vendas a prazo e prazo
concedido aos clientes para pagamento.
Fórmula:
DR= PMRV x Vd DR: Duplicatas a receber
Vd: Vendas diárias
- Prazo médio de pagamento de compras (PMCP): este, indica quantos dias, em
média, a empresa demora para pagar seus fornecedores
Fórmula:
PMCP= 360 F ------- F: Saldo de fornecedores de balanço C C: Compras
- Prazo médio de renovação de estoques (PMRE): este, indica quantos dias, em
média, os produtos ficam armazenados na empresa antes de serem vendidos. O
volume de estoque mantido por uma empresa decorre fundamentalmente de seu
nível de vendas e de sua política de estocagem. Há duas formas principais de
interpretarmos os estoques: primeiro, analisando-se o montante de estoques da
empresa como algo que representa certa potencialidade de os mesmos serem
transformados em dinheiro, que é a imagem que as empresas tentam passar aos
gerentes de bancos quando querem obter empréstimos; segundo, entendendo os
estoques como aplicação de recursos no ativo circulante. Quanto maiores os
estoques, mais recursos a empresa está comprometendo com os mesmos. Além dos
custos de aquisição ou fabricação dos estoques, há uma série de outros gastos,
como transportes, armazenagens e seguros. O mundo moderno caminha em direção
63
a uma administração em que os estoques tenham seu giro rápido.
Fórmula:
E _______ CMV
PMRE= 360 E: Estoques
CMV: Custo de mercadorias vendidas
2.12 Objetivo da Análise de Crédito
O principal objetivo da análise de crédito numa instituição financeira é o de
identificar os riscos nas situações de empréstimo, evidenciar conclusões quanto à
capacidade de pagamento do tomador, e fazer recomendações relativas ao melhor
tipo de empréstimo a fazer.
Os instrumentos específicos de análise variam com a situação de cada
tomador; sem dúvida, não é uma tarefa fácil ou simples. Há que se tomar uma
decisão, dentro de um contexto incerto, em constante mutação, e tendo em mãos
um volume de informações nem sempre suficiente em nível de seu detalhamento
(BRADESCO, 2008).
2.13 Limite de Concessão de Crédito
O limite de crédito é o valor total do risco que a instituição deseja assumir no
relacionamento com determinado cliente; é uma ferramenta operacional da
instituição que pode propiciar maior flexibilidade de atuação para os órgãos de linha;
dentro da análise de crédito o chamado limite de crédito ou limite de risco é um fator
importante, já que se trata de um valor indicativo tomado como referencial para o
deferimento do crédito.
64
O limite que o cliente pode ter de crédito é uma variável que pode assumir
diversas grandezas, dependendo da qualidade do risco apresentado e do porte do
cliente. Uma boa política de crédito pode definir o limite máximo que se deve
conceder como crédito a um cliente, devendo tal limite sobrepor-se, inclusive, à
capacidade de crédito do cliente, a concessão de crédito ao cliente, decorre da
política de crédito adotada, com vistas na diversificação e pulverização da carteira
de crédito. Pode-se analisar um cliente e concluir que o mesmo merece determinado
limite, oferecendo aquele montante sem ultrapassar a fronteira estabelecida para
atendimento a um cliente. Por outro lado, fatores como ramo de atuação da
empresa, ou mesmo a pouca experiência com ela, podem determinar que se tenha
uma atitude cautelosa na fixação do limite de crédito (BRADESCO, 2008).
2.14 Tomada de Decisão
A análise de crédito é um processo decisório complexo, envolvendo
experiência anterior, conhecimento sobre o que está sendo decidido, método para
tomar a decisão e utilização de instrumentos e técnicas específicas. Assim, no
parecer final, a tomada de decisão pode ser entendida como a escolha entre
alternativas disponíveis e conhecidas.
Em cada instituição há os níveis decisórios, que no caso de uma instituição
financeira bancária, dá poderes aos gerentes de agências para conceder crédito até
certo limite; acima deste limite, a decisão cabe a um superintendente regional. Desta
forma, as tomadas de decisão chegam até o comitê de crédito, que normalmente é o
órgão máximo de decisão de crédito (BRADESCO, 2008).
65
3 DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA DE CAMPO
Este capítulo descreve os resultados do trabalho desenvolvido, tendo como
início a caracterização da empresa, e, logo após os resultados e conclusões obtidas
através da presente pesquisa.
3.1 Caracterização da Empresa (Site do banco Bradesco, 2008)
O Banco Bradesco S.A, maior Banco privado no Brasil, sempre manteve-se à
frente no mercado de varejo. Criado em 10 de março de 1943, na cidade de Marília –
S.P, com um capital de Dez Contos de Réis, com uma proposta diferente e inédita
para aquela época. O novo banco, em sua pioneira agência de Marília interior de
São Paulo, abriu as portas para todos que quisessem fazer depósitos, poupar e
solicitar empréstimos. De pequenos agricultores a comerciantes, todos podiam ser
clientes.
Pequeno banco, ainda na década de 40, sentiu a necessidade de
modificação no sistema bancário da época, projetando e realizando serviços e
métodos novos, especialmente dedicados a facilitar e melhorar o atendimento ao
público. Sua tática bancária inicial foi na prestação de serviços, para garantir o
abastecimento de cidades do interior, durante os difíceis anos da segunda Guerra
Mundial, o banco comprava de prefeituras municipais e de comerciantes, toda
espécie de alimentos; esse foi o embrião do desdobramento de futuras prestações
de serviços de interesse público.
A carteira cresceu rapidamente, com outras modalidades de assistência direta
ao publico, realizando pagamentos e recebimentos de: contas, aluguéis, reservas de
hotéis, colégios, hospitais, compra de passagens etc., suprindo inclusive, a falta
quase total de meios de comunicação e de locomoção. O crescimento dos serviços
veio, como era esperado, justificar o acerto dessas decisões. As pessoas atendidas
tornaram-se desde logo, clientes do banco; além disso, essa prestação de serviços
trouxe evidentes vantagens para o país e para o público.
A expansão e a evolução do Bradesco ocorreram através de várias
66
incorporações. A partir da década dos anos 70, o desenvolvimento foi direcionado a
regiões desassistidas; foram implantadas agências pioneiras mesmo nas localidades
distantes de todo o território nacional. Esse fato serviu de apoio à expansão de
novas fronteiras agropecuárias e ao desenvolvimento socioeconômico das regiões
onde estão instaladas. A integração da rede de agências e a cobertura territorial
foram alcançadas, há muito tempo, graças ao pioneirismo do banco Bradesco: a
primeira empresa privada, no Brasil, a utilizar computadores, em 1962, bem como, a
primeira instituição bancaria a se conglomerar a partir de 1966. Assim, fixou a
imagem de uma instituição única, oferecendo opções de atendimento, seguindo uma
linha de conduta e desenvolvimento unificados.
Sua missão é consolidar a posição como a principal instituição financeira
privada no mercado brasileiro, que presta uma gama completa de serviços,
aumentando sua rentabilidade, maximizando valor para seus acionistas e gerando
um retorno acima da média em comparação com outras instituições do setor
financeiro brasileiro.
Tendo como principal objetivo manter o foco no mercado doméstico e
aproveitar a posição como maior banco privado no Brasil, expandir a rentabilidade,
maximizando valor para nossos acionistas e gerando retornos mais altos em
comparação com outras instituições do setor financeiro brasileiro.
Pretendendo atingir suas metas com a estratégia de expandir continuamente
a sua base de clientes, e também de consolidar o papel como o “primeiro banco” de
cada um de seus clientes, no sentido de sempre ser a primeira opção de todos os
clientes para todas as suas necessidades de serviços financeiros. Sua meta é ser o
“Banco Completo” para o mercado brasileiro; neste sentido, espera-se manter
presença destacada em cada linha de serviços financeiros.
No segmento bancário, tem-se objetivo prestar a mais ampla gama de
serviços de Banco de varejo, apoiado em um quadro de funcionários com mais de 80
mil colaboradores, uma vasta Rede de Atendimento, que inclui Agências, Postos
Bancários, Banco Postal e Correspondentes Bancários, além do próprio Auto-
Atendimento, sempre com os olhos voltados à expansão do volume dos negócios.
Pretendendo atuar também como Banco de atacado em todos os seus aspectos
(banco de investimento e de negócio de corporate) e expandir seus negócios até de
private banking.
Entende-se que a essência do êxito empresarial no setor financeiro consiste
67
em combinar a atração do cliente com um quadro de funcionários altamente
capacitado e dedicado à prestação de serviços, permanentemente treinado e com
rígidos padrões de disciplina no trabalho.
3.1.1 Política da Qualidade Bradesco
A Organização Bradesco entende que a qualidade no atendimento, nos
diferentes segmentos da sua atuação, é essencial e prioritária. Isso é verificado, ao
longo da sua trajetória, quando procurou estruturar uma sólida base organizacional e
tecnológica, com o objetivo de conquistar, manter e ampliar permanentemente o
número de clientes.
O compromisso com a melhoria contínua se caracteriza pelo pioneirismo na
inovação tecnológica e pelo aprimoramento dos produtos e serviços, cujas etapas
de trabalho e crescimento são respaldadas por investimentos constantes em
tecnologia da informação e em automação bancária. O treinamento específico tem
sido uma constante no desenvolvimento do potencial dos seus funcionários, para
melhorar a qualidade, criar um ambiente favorável ao trabalho em equipe, ao
crescimento pessoal e eficácia organizacional.
Nesse contexto, o foco principal da Organização Bradesco é a satisfação dos
clientes e o desempenho dos seus produtos e serviços, cujos resultados são
verificados por meio de indicadores específicos.
3.1.2 Perfil do Bradesco
O Bradesco é o líder do setor financeiro privado e apresenta o melhor índice
de eficiência entre os bancos de varejo. Seu modelo administrativo vem
apresentando retorno atraente aos seus 1,4 milhões de acionistas.
68
3.1.3 Tecnologia
Bradesco é líder em tecnologia: Considerada uma das empresas mais
modernas do mundo, sempre apontando tendências e antecipando serviços e
produtos para seus clientes, o Bradesco mantém investimentos anuais da ordem de
R$ 698,7 milhões na área de tecnologia.
Primeiro Banco brasileiro a usar um computador já há quase 40 anos, foi
também a empresa que inaugurou a Internet no País. Pioneiro nas operações de
Internet Banking, o endereço www.bradesco.com.br tornou-se uma referência na
prestação de serviços financeiros ela Rede Mundial. O Bradesco dispõe ainda do
Internet Banking para Deficientes Visuais, solução pela qual chegou a finalista no
SmithSonian Awards, a mais importante premiação americana que aponta as
empresas que melhor aplicam a Tecnologia da Informação em benefício da
sociedade.
O Bradesco foi também o primeiro Banco a destinar um canal exclusivo pelo
telefone para atender seu cliente. Hoje, um sofisticado sistema de atendimento
personalizado faz do Fone Fácil um dos mais eficientes canais de atendimento ao
Cliente. Outro exemplo é o Bradesco Mobile Banking, pelo qual os Clientes realizam
suas operações bancárias por Celular.
3.1.4 Marketing do Bradesco
O Bradesco procura através da valorização da imagem institucional da
Organização promover a conquista e a fidelização do cliente, dando ênfase a fatores
competitivos a qualidade dos seus produtos, a eficiência na prestação de serviços e
a excelência no atendimento.
Em 1948 para incentivar a população a poupar, lançou a conta corrente
popular e juvenil, a primeira do mercado distribuindo cofrinhos.
Foram, também distribuídos folhetos ilustrativos com os dizeres: “Devagar se
vai ao longe”...
69
Esta ênfase ao marketing vem realçando o objetivo de assegurar, em todas
as suas iniciativas, a crescente facilidade e comodidade que o Bradesco visa
oferecer à seus clientes.
Em mais uma iniciativa pioneira na internet brasileira, o Bradesco lança o
crédito pessoal on-line, produto que permite o cliente contratar empréstimo pessoal
sem ter de ir a uma agência, acessando diretamente a home page do Banco ou o
Shop Credit, site relacionado a empréstimos e financiamentos.
3.1.5 Serviços Oferecidos pelo Bradesco
O Shop Credit e as agências oferecem as seguintes linhas de crédito para
Pessoa Física:
a) Crédito Imobiliário
b) Crédito Pessoal
c) Cheque Especial
d) Cheque Especial Bradesco – Conta VP ( Vantagens Personalizadas)
e) CDC – Financiamento de Bens
f) Auto Crédito Bradesco
g) Leasing
h) Crédito Rural
i) Finame
Linhas de Crédito para Pessoa Jurídica:
a) CDC – Financiamento de Bens
b) Capital de Giro
c) Desconto
d) Saque Fácil
e) BNDES
f) Vendor
g) Compror
h) Crédito Rural
i) Financiamento Imobiliário Bradesco
70
j) Resolução 2770 (63) – O Bradesco capta recursos no exterior e repassa a
empresa.
A parceria com o desenvolvimento é uma de suas prioridades, o Bradesco é o
líder do ranking de repasse de recursos do BNDES, com volume de R$ 375 milhões,
segundo dados de abril de 2.003. O Banco é também o primeiro entre as instituições
privadas na liberação de repasse de recursos do BNDES especialmente
direcionados a micro e pequenos empresários.
Ainda explorando o campo da internet possui também o ShopInvest, neste
site seus clientes tem a comodidade de realizar seus investimentos sem sair de
casa. O ShopInvest detalha cada tipo de investimento oferecido, buscando trazer a
segurança que todo investidor espera do seu banco.
Os investimentos oferecidos neste site são:
a)Ações de empresas negociadas no viva voz e no mega bolsa de valores;
b)Capitalização;
c)CDB;
d)Fundos;
e)Imóveis;
f)Mercados Futuros;
g)Poupança;
h)Vida e Previdência;
i) Seguros.
O SAC-Sistema de Atendimento ao consumidor do Bradesco, vem confirmar
que o banco está realmente preocupado em corrigir suas falhas, abrindo espaço
para ouvir o outro lado da “parceria”, não esquecendo de preparar os funcionários
que irão desempenhar esta função, pois ela tem por objetivo sanar a insatisfação e
não aumentá-la.
É importante salientar que todo este planejamento estratégico está
estruturado para promoção da intermediação financeira da sociedade, é sua
atividade núcleo, onde se visam algumas das estratégias aplicadas para garantir o
futuro, ampliar as fontes de receita da Organização e para agregar novos valores e
negócios, mantendo rígido controle das despesas administrativas. E sem jamais
esquecer sua responsabilidade de ser um dos fatores dinâmicos do crescimento
71
econômico brasileiro.
O Bradesco procura se adequar ao perfil do seu usuário (cliente), como
podemos acompanhar:
I Bradesco Private - Posicionado na administração dos recursos de pessoas com
patrimônio sólido e alta possibilidade de excedente líquido. O serviço é prestado por
uma equipe de profissionais altamente qualificados. Além da capacidade de montar
fundos exclusivos direcionados a interesses específicos dos clientes, o Bradesco
Private oferece um planejamento personalizado para aposentadoria, gestão
patrimonial, planejamento sucessório e criação de empresas, entre outros. Em razão
do nível de excelência desse segmento, em 2001 o Bradesco tornou-se o primeiro
banco brasileiro a ter a área de Private certificada pelas normas da série ISO
9001/2000.
II Bradesco Prime – É um atendimento de base à clientes do banco com renda
superior a R$ 4mil ou com investimentos acima de R$ 50 mil. Uma equipe de
profissionais foi treinada com o objetivo de estreitar ainda mais o relacionamento
com os clientes.
O Bradesco Prime, dessa forma, contribui para a melhoria na qualidade do
atendimento e para a evolução dos negócios do Banco.
III Bradesco Corporate – É um Banco de soluções globais com atendimento
direcionados as empresas de grande porte, já é a maior Corporate do país, está em
fase de segmentação para melhor atender seus clientes criando estruturas como o
Asian Desk e o Euro Desk para prospectar negócios em toda a Europa e atender as
empresas instaladas no Brasil.
O Bradesco Corporate conta com o apoio dos Departamentos de Mercado de
Capitais e de Operações Estruturadas, as duas áreas disponibilizam algumas
soluções financeiras sofisticadas quando necessário, como o hedge cambial e
derivativos em geral.
O grande diferencial do Bradesco Corporate é ter um Banco de soluções
globais. A equipe tem mais de 110 profissionais, incluindo 50 gerentes
especializados baseados em São Paulo. Há também plataformas distribuídas pelo
Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Goiânia, Salvador, Recife, São José do Rio Preto,
72
Joinville e Porto Alegre.
IV Bradesco Empresas – Voltado para o atendimento das empresas de médio
porte. Essa clientela possui um espaço exclusivo para seu atendimento. As
empresas de médio porte, que formam o chamado midlle market, preferem se
relacionar com o banco por meio de canais remotos de atendimento, como telefone,
caixa automático e internet.
V Agências Convencionais – continuam a dar atendimento a todos os correntistas
que não se enquadrem nas segmentações acima, dando prioridade ao grande varejo
e direcionando os clientes (pessoa física e pessoa jurídica) ao segmento
compatíveis ao seu perfil.
VI Banco Postal - Em 2001 o Bradesco tornou-se parceiro dos Correios para a
criação do Banco postal oferecendo serviços básicos em todos os municípios
brasileiros. Hoje o Bradesco disponibiliza de 2.500 agências de Banco Postal.
VII Finasa – criado a partir da aquisição do Banco Mercantil de São Paulo, a Finasa
é responsável pelos financiamentos efetuados a não correntistas.
É aí que toda a tecnologia do Bradesco faz a diferença. Outros fatores de
atração são as taxas e as tarifas competitivas, solução rápida dos problemas,
atendimento de qualidade e diversidade de produtos.
Com o objetivo de expandir-se a cada dia o Bradesco oferece uma série de
serviços à seus clientes, tais como consórcio, cartões de crédito, seguros, contas a
receber, serviço de apoio, contas a pagar, soluções RH/apoio administrativo dentre
outros.
3.1.6 Estrutura organizacional
No ambiente de estudo da unidade-caso, a pesquisa terá seu foco na agência
Bradesco da cidade de Barra Velha, que atualmente possui uma equipe de sete
funcionários; gerente geral, gerente administrativo, gerente pessoa física, gerente
73
DIRETORIA EXECUTIVA
Diretoria Departamental Diretoria Regional Diretoria de empresas Ligadas
Departamentos Agências Empresas ligadas
Gerente
Gerente administrativo Gerente pessoa física Gerente pessoa jurídica
Caixa
Escriturário
pessoa jurídica e três caixas.
Figura 4 – Organograma do Bradesco S.A Fonte: Bradesco S.A
A figura 4 demonstra um organograma da hierarquia geral do banco Bradesco
S.A na cidade de Barra Velha, SC.
3.1.7 Perguntas feitas aos clientes sobre a operação de crédito
Perguntas a serem feitas sobre a operação:
1- Qual é a finalidade do empréstimo?
2- Quais as condições do empréstimo (prazo, forma de pagamento)?
3- Como será efetuado o pagamento?
4- De onde virão os recursos?
74
5- Qual a fonte secundária se a primeira falhar?
6- Qual a garantia e onde está localizada?
7- Qual a liquidez de garantia?
8- Existem garantidores? Se existem, qual a sua relação com o cliente?
9- Qual a força financeira dos garantidores?
10- Outros bancos foram abordados com relação ao empréstimo?
11- Por que procurou este banco?
3.2 Posposta de Análise de Crédito para Pessoa Jurídica
Atualmente no Banco Bradesco S.A, agência Barra Velha, a análise de crédito
é realizada através de conhecimento do gerente e gerentes de contas com seus
clientes; quando se trata de um cliente sem experiência creditícia, então a análise é
feita através de documentos solicitados, desses, retirados informações, efetuado o
cadastro e enviado para o credit scoring.
Assim, essa proposta, tem como objetivo guiar o processo de análise do
gerente, funcionando como um “guia” para a concessão de crédito às pequenas e
microempresas. Esta proposta servirá como referencial de análise, que, associado à
sensibilidade do gerente, poderá trazer mais segurança à decisão de crédito.
A proposta de crédito reúne informações cadastrais e dados obtidos em visita.
A escala demonstrada na proposta é um modelo adaptado, baseado em
Likert, onde nela contém perguntas e três opções como resposta; a cada resposta
terá seu valor agregado totalizando um valor x, tendo esse como resultante. Os
ponto encontrados nos três itens de cada questão, e o montante da pontuação
resultante foram definidos através do conhecimento creditício dos gerente geral,
gerente pessoa física, gerente pessoa jurídica e gente administrativo.
Segundo Martins (2008), a escala tipo Likert trata-se de um enfoque muito
utilizado nas investigações sociais. Consiste em um conjunto de itens apresentados
em forma de afirmações, ante os quais se pede ao sujeito que externe sua reação,
escolhendo um dos cinco ou sete pontos de uma escala. A cada ponto associa-se
um valor numérico. Assim, o sujeito obtêm uma pontuação para cada item, e o
somatório desses valores indicará sua atitude favorável, ou desfavorável, em relação
75
ao objeto ou representação simbólica que esta sendo medida.
A proposta considera basicamente informações não-financeiras, em virtude
do alto grau de informalidade apresentado pelas empresas desse segmento.
Envolve informações que definem o perfil da empresa com relação aos Cs do
crédito:
Tradição:
1 Fundação: indicar a quanto tempo a empresa foi constituída.
De acordo com Securato (2006): Mudanças no ramo de atividade,
compras/fusões/alterações no controle social, etc. Nesse caso, devemos verificar a
tradição da empresa no setor, uma vez que empresas de constituição recente
normalmente apresentam Risco de Decolagem. Devemos também verificar a
consistência / adequação das decisões estratégicas tomadas pela mesma.
De acordo com a apostila do curso de análise de crédito da organização
Bradesco (2007): Segundo os estudos do SEBRAE 39% das microempresas e
Cs do Crédito
Dados do Cliente
Caráter
Capacidade
Capital
Colateral
Condições
Tradição
Habilidade em converter
Investimentos em receitas
Estrutura
Potencial Creditício
Idoneidade no mercado de crédito
Atuação da empresa
Situação Financeira
Situação Patrimonial
Impacto de fatores externos sobre a fonte geradora de
receitas
76
empresas de pequeno porte morrem no primeiro ano de existência. No estado de
São Paulo 31% quebram no primeiro ano de atividade e 60% até cinco anos. Isso
significa que apenas 40% das empresas abertas sobrevivem mais de cinco anos.
Esse estudo mostra que devemos avaliar com muito cuidado as empresas que
tenham menos de cinco anos de existência para verificar as reais possibilidades de
êxito, uma vez que o risco de quebra dessas empresas é elevadíssimo.
2 Relacionamento com o banco: identificar a relação/experiência da empresa
junto ao banco.
3 Relacionamento com o gerente: classificar o grau de conhecimento anterior do
gerente em relação ao cliente.
De acordo com a política de crédito Bradesco (2008); Quanto maior o tempo,
maior relacionamento com o cliente e análise sobre os itens: caráter, capacidade,
capital, colateral e condições.
4 Conhecimento dos sócios na atividade: indicar o período em que os sócios
atuam nessa atividade.
De acordo com Tsuru e Centa (2007): talvez seja um dos itens mais
importantes a serem observados na visita, deve-se “sentir” o grau de conhecimento
do ramo e a experiência dos gestores naquele ramo de atividade, bem como se são
mesmo do ramo ou estão no ramo por contingência. Por exemplo, normalmente a
possibilidade de acerto tende a ser maior quando o dirigente de uma construtora é
um engenheiro, o dirigente de um hospital é um médico e assim por diante. Deve-se
também levar em considerações uma estrutura organizacional bem definida, com os
colaboradores em suas áreas de conhecimento, como o contador na contabilidade, o
administrador na gestão da empresa etc.
Estrutura
5 - Sede da empresa: indicar o tipo de sede onde se encontra a empresa.
De acordo com Santos (2006): Refere-se à riqueza patrimonial dos clientes
composta por bens (móveis e imóveis) e aplicações financeiras. No mercado de
crédito denomina-se como “garantia acessória”, ou seja, garantia secundária
vinculada aos contratos de crédito para proteger os credores de situações adversas
decorrentes da perda de capacidade financeira dos clientes (parcial ou total).
77
6 - Fontes auxiliares de recursos/dependência financeira dos sócios na
atividade: Indicar eventual existência de outras atividades exercidas pelos sócios da
empresa, que podem ou não serem geradoras de outras fontes de renda.
De acordo com a apostila do curso de análise de crédito da organização Bradesco
(2007): através desta informação podemos analisar que na falta de recursos do
sócio em honrar seu compromisso com o banco, ele poderá pagar o banco através
da sua outra fonte de renda.
7 – Quanto a tecnologia utilizada na empresa:
De acordo com Securato (2006): Há riscos tecnológicos decorrentes de
obsolescência de máquinas (indústrias) ou falta de informatização (indústria,
comércio e serviços).
De acordo com Tsuru e Centa (2007): Observar como estão os
equipamentos, se possuem soldas, remendos, gambiarras, se estão funcionando
normalmente, sem interrupção. Uma empresa não precisa necessariamente possuir
equipamentos de ultima geração, desde que os antigos estejam atendendo
safisfatoriamente às necessidades da empresa. Equipamentos antigos representam
normalmente baixa produtividade, enquanto máquinas modernas são capazes de
produzir mais e com melhor qualidade. Avaliar o estado de conservação dos
equipamentos, se são adequados à administração e em quantidade suficiente etc.
Na atualidade, torna-se inaceitável admitir uma área administrativa sem
equipamentos de informática, assim como uma área de logística sem apoio de
equipamentos computadorizados em sua linha de controle, se não em sua
totalidade, ao menos em parte.
Atuação da Empresa
8 - Quanto a períodos de flutuação da empresa:
De acordo com Silva (2006): Existem empresas cujos mercados em que
atuam dependem de épocas específicas, com é o caso daqueles que produzem
sorvetes (e apenas sorvetes), que devem orientar sua produção para atender às
épocas de maior demanda.
9 – Perfil das vendas: indicar o maior percentual referente à concentração de
receitas frente aos clientes.
De acordo com Tsuru e Centa (2007): Avalia-se o grau de dependência da
78
empresa em torno de poucos clientes. Diz um ditado: “Quem tem apenas um cliente
não tem nenhum”. A dependência da empresa em relação a poucos clientes torna-
se refém da política destes e, portanto, com poucas opções comerciais. Assim o
ideal é que ela tenha uma carteira de clientes diversificada.
10 – Gerência/Administração: - identificar a forma de gerência/administração
De acordo com Securato (2006): Devemos analisar a qualidade do gerenciamento
da empresa através de informações cadastrais dos principais executivos,
observando sua formação e tempo na empresa. Deve-se associar a atuação dos
executivos com o desempenho da empresa sob sua orientação e verificamos Riscos
Sucessórios, bastante comuns principalmente em empresas por cotas de
responsabilidade limitada, quando não profissionalizadas.
11 – Concorrência: indicar o tipo de concorrência existente.
De acordo com a apostila do curso de análise de crédito da organização
Bradesco (2007): Você poderá buscar informações em concorrentes diretos do seu
cliente para comparar formas de atuação, que normalmente são muitos parecidas.
Assim poderá descobrir pontos de vantagens ou desvantagens de seu cliente em
relação à concorrência.
12 – Forma de recebimentos: indicar a concentração média que a empresa leva
para receber de seus clientes.
De acordo com Tsuru e Centa (2007): O ideal é que os prazos de
recebimentos sejam maiores que os de pagamento. Assim, se um produto for
vendido com prazo médio de 30 dias, deve-se procurar comprá-lo com prazo médio
de 45 dias, mantendo-se a diferença de prazo como folga de caixa, cobertura de
tempo consumido na logística e giro nos estoques por flutuações nas vendas.
13 – Localização: indicar o local de instalação da empresa em relação ao seu
mercado.
De acordo com Tsuru e Centa (2007): A localização da empresa é de extrema
importância no sentido estratégico de uma avaliação de crédito, uma vez que, se
uma empresa que opera com exportação estiver localizada a 1.000 km do porto mais
próximo, isso pode representar um risco. Da mesma forma, se a empresa estiver
distante de seus fornecedores, seu custo de aquisição é mais elevado que o da
concorrência, ou seja, sua margem de contribuição certamente será menor.
De acordo com Securato (2006): Há risco ecológicos existentes em função de
localização. Como exemplo, podemos citar o caso de um curtume que, instalado
79
numa cidade, foi forçada a, por pressões da população local, que reclamava do
cheiro, empreender um projeto de relocalização. Ainda, convém lembrar se que
muitas instituições não financiam empresas que causam danos ambientais, visto que
esses danos podem exigir valores expressivos de indenizações, com reflexos sobre
a situação econômico-financeira do devedor.
Potencial Creditício
14 - Limite de crédito com outros bancos: este campo tem por finalidade
apresentar a existência de linhas de crédito vigentes em outras instituições.
De acordo com Securato (2006): Essa informação nos permite analisar se, na
ausência de geração de recursos podemos ainda contar com a garantia ou com a
realização de ativos, e, adicionalmente, com a disponibilidade de crédito junto a
outras instituições. Por esse motivo é que se procura conhecer as facilidades
creditícias da empresa.
A qualidade das instituições financeiras com as quais a empresa opera
também é importante tratando-se de empréstimos, se a empresa está operando com
boas instituições, significa que seu risco é bem aceito no mercado financeiro e que
os spreads pagos devem ser mais baixos. Tratando-se de aplicações financeiras,
devemos avaliar se a empresa está ponderando adequadamente a relação risco x
retorno de seu investimento.
15 – Prazo médio dos fornecedores: – indicar a média em dias que a empresa
leva para honrar seus compromissos junto aos fornecedores
De acordo com Securato (2006): A partir desses dados, podemos analisar a
dependência de insumos/fornecedores, analisar eventuais restrições à importação
de insumos fundamentais para a empresa, verificar
disponibilidade/proximidade/pericibilidade das matérias-primas e oscilações nos
preços, comparar prazos médios calculados com os declarados pela empresa e
analisar tipo/qualidade dos estoques para constituição das garantias (penhor).
80
3.3 Resultado da Pesquisa
Após a análise dos dados, como resultado tem-se a elaboração de uma
proposta de análise de crédito para Micro e Pequenas Empresas, na Agência do
Banco Bradesco de Barra Velha.
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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante do exposto, tem-se agora ainda mais certeza da importância do crédito
para o bom funcionamento da economia. O crédito existe para que os agentes
econômicos que não disponham de recursos monetários imediatos, possam fazer
suas compras e honrar seus compromissos. Nas empresas, o crédito representa um
‘bem patrimonial’ pois é através dele que a organização se movimenta, adquirindo
insumos e fatores de produção para dinamizar a atividade.
O crédito possui uma importante função na economia, uma vez que aumenta
o nível das atividades. Através do crédito, empresas expandem seus negócios e com
isso geram empregos e riqueza para o local onde estão instaladas e contribuem para
o desenvolvimento do país. Sem atividade econômica, sem consumo e sem
investimentos, não há desenvolvimento.
Para Paiva (1997, p.03) “a palavra crédito significa acreditar, ou seja,
acreditamos, confiamos nos compromissos de alguém para conosco”. Assim, pode-
se dizer que o crédito, ao ser concedido de maneira certa, representa a continuidade
das empresas e do ciclo produtivo. O giro dos negócios depende da retenção de
recursos que as empresas possuem para cumprir com seus compromissos certos e
incertos. A demanda de moeda pelas empresas influencia em grande parte o nível
de emprego, pois afeta a renda que é gasta em consumo e investimento.
Por isso, pode-se dizer que a concessão de crédito pelas instituições
financeiras representa, na maioria das vezes, a própria sobrevivência das empresas,
neste caso específico ao qual o estudo se restringiu, os micro e pequenos
empreendimentos.
O crédito, além de permitir que as micro e pequenas empresas aumentem
suas produções, também permite que desenvolvam novas tecnologias, invistam em
novos projetos e com isso, possam gerar novos empregos e ajudar no
desenvolvimento econômico.
As instituições financeiras, ao conceder crédito para as MEs e PPEs, estão
contribuindo de forma significativa para a sobrevivência e a manutenção destas
empresas.
Dentro deste contexto, o estudo buscou, como objetivo geral, demonstrar
como se pode elaborar uma proposta de análise de crédito mais adequada a real às
82
necessidade das micro e pequenas empresas.
A proposta elaborada no estudo atua no sentido de contribuir com a redução
dos riscos na concessão de crédito pelas instituições bancárias e na facilitação do
acesso ao crédito, mesmo pelas micro e pequenas empresas, que geralmente não
possuem documentos contábeis geralmente requisitados neste processo.
A questão de pesquisa foi respondida e o objetivo geral foi alcançado uma
vez que se consegui elaborar uma proposta que complementa de forma satisfatória
o processo de análise para concessão de crédito para ME e EPP na agência de
Barra Velha do Banco Bradesco S/A.
Assim, essa proposta tem suma importância para a empresa, pois a
concessão de crédito é realizada com maior segurança e redução de inadimplência,
com esse, ampliei meus conhecimentos com relação ao crédito e colocarei em
prática essa proposta aqui estudada, agradecendo a instituição por proporcionar
essa oportunidade de aprendizagem, preparando-nos para o mercado de trabalho.
Como sugestão de futuras pesquisas, pode-se elaborar novas ópticas de
análise de crédito para pessoas jurídicas de grande porte, pois, muitas vezes as
análises de risco realizadas por sistemas computadorizados não demonstram o
ambiente e as realidades das empresas, sendo necessário a utilização de pesquisas
empíricas, realizadas com maior proximidade ao cliente.
O problema de pesquisa foi totalmente resolvido, pois no decorrer do trabalho
demonstraram-se todos os procedimentos a serem analisados pelo Bradesco na
concessão de crédito para micro e pequenas empresas.
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ANEXO 1
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ANEXO 2
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