linguistica_1s_morfologia

Post on 07-Jun-2015

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MORFOLOGIA

A morfologia procura descrever a estrutura interna das palavras e as regras que determinam a sua formação.

Uma palavra comporta um significante e, pelo menos, um significado. Mas o conceito de palavra não coincide com o conceito de morfema / monema. O morfema é a unidade mínima significativa, isto é, uma unidade que não pode ser dividida sem que se lhe destrua ou altere o significado. Todas as palavras de todas as línguas são formadas por um ou mais morfemas.

As palavras monomorfemáticas são palavras constituídas por um único morfema, comportam apenas uma unidade mínima significativa (como pai, .feliz)

As palavras polimorfemáticas são palavras constituídas por mais do que um morfema, comportam duas ou mais unidades mínimas significativas dispostas sucessivamente (pais, infelizmente).

Analisar a estrutura interna das palavras equivale a descrever os morfemas que as constituem.

Segundo um critério semântico, isto é, ao nível do seu significado, podemos distinguir morfemas de significação lexical e morfemas de significação gramatical.

Os morfemas de significação lexical remetem para a realidade extralinguística, para uma significação externa ao discurso, enfim, para pessoas, seres, objectos, ideias, estados de coisas, qualidades, etc. Estes morfemas pertencem a inventários abertos.

Os morfemas de significação gramatical remetem para uma significação interna ao discurso, para as relações entre as unidades das frases e para as funções dessas unidades nas frases. Estes morfemas pertencem a inventários fechados.

Segundo um critério formal, podemos distinguir morfemas livres e morfemas presos. Morfemas livres são aqueles que podem ocorrer isoladamente (como mãe).

Morfemas presos são aqueles que só ocorrem agregados a outros morfemas (o morfema de plural presente em mães, por exemplo).

A palavra monomorfemática feliz pode ocorrer isoladamente; o morfema que a constitui é, então, um morfema livre. Mas o prefixo in-, que lhe podemos agregar, só pode ocorrer juntamente com outro(s) morfema(s); logo, trata-se de um morfema preso. Todos os prefixos e sufixos são, por definição, morfemas presos, uma vez que não podem ocorrer senão agregados a outro(s) morfema(s).

1. Palavra ortográfica: unidade da escrita, delimitada por espaços em branco. As palavras ortográficas são distintas umas das outras, porque escritas de modo diferente -pai, passo, paço;

2. Palavra fonológica: unidade fonológica, resultante de um determinado tipo de segmentação do contínuo sonoro. As palavras a este nível são distintas pelos processos fonológicos que as delimitam; constituem-se como sequências que formam constituintes prosódicos únicos, apresentando uma determinada propriedade unificadora, como um só acento principal, ou indivisibilidade de produção, ou outro critério fonológico. De modo muito simplista, diremos que são distintas umas das outras, porque pronunciadas de modo diferente -pai, pregar (pregos), pregar (um sermão);

• 3. Formas de palavra: palavras distintas umas das outras, porque representam variantes flexionais de uma mesma unidade lexical.

Trata-se de formas fonológicas ou gráficas, que podem ocorrer isoladamente -pai, pais; sou, fui;

4. Lexema: unidade lexical, abstracta, que reúne todas as flexões de uma mesma palavra. Em princípio, os lexemas são distintos uns dos outros, porque portadores de sentidos diferentes -PAI, MÃE.

5. Palavra morfossintáctica é então o termo que se deve utilizar, quando pretendemos designar a especificação ou a descrição de uma das formas de um lexema, tal como ela ocorre num dado enunciado.

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