mmag #2 - glittering blackness

Post on 07-Mar-2016

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segunda edição da mmag, revista portfólio. por enquanto é minha-só-minha, mas espero que curtam e façam parte dela também. ;)

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marianna schmidt | mariannaschmidt@gmail.com | fl ickr.com/marimarianna

fotos e ediçãomarianna schmidt

projeto gráficomarianna schmidt

textosmarianna schmidt

contatomariannaschmidt@gmail.com+55 (27) 99553779

flickr.com/marimarianna

enho enrolado por semanas pra começar a escrever essas linhas. vez ou outra me pego pensando nas palavras que poderiam povoar as páginas da revista, palavras sobre a escuridão, a escrita com a sombra, não com a luz; a escuridão criativa; a desmotivação, enquanto falta de motivo, se transformando em mo-tivo, em tema de revista. sempre fui de palavras, muitas palavras, guardadas pra mim, emboladas na mente, uma nuvem de poeirafumaçapóanalgésico que nunca sempre deixo pra organizar outra hora. às vezes em outra lingua. as vezes nas palavras de outro. às vezes nos meus berros com quase-inocentes. às vezes em soluços embalados no mais puro silêncio - aquele que envolve o canto das cigarras misturado com o rrrrum dos carros na rua lá longe, tam-pas de panelas dos vizinhos e zunido da tv a três comodos de distância. eu procrastino a organização, meu entendimento, procrastino o colocar tudo em palavras, organizar os pensamentos. enquanto toda minha vida segue orga-nizada em listas de tarefas e marcadores coloridos, sketchbooks seguem em branco por falta de coragem - sempre disfarçada de falta de tempo - de tirar as ideias da cabeça e colocá-las em ordem, ou na desordem, o que couver, num pedaço de papel. ou nessa tela de computador. a frustração de um desenho que não sai como imaginado não acontece num texto que é vomitado. não há maneira de um desabafo ser frustrado quando o receptor e o interlocutor são um só. o entendimento é pleno, mesmo quando o caos permeia o diálogo - que nada mais é que um monólogo de gente que não decidiu se é esquizofre-nica ou bipolar, e no fim todo mundo sabe que essa indecisão é puro fruto da conexão de banda larga (informação demais funde o cérebro).

aonde é que eu estava? da última vez, no fundo do poço. agora, fazendo desse espaço um lugar seguro, a minha casa. não sei escrever com estrutura, agora entendo. não podia ter sido uma jornalista. não sei se posso ser designer, nem mesmo me chamar de artista: tudo que faço é pra mim e não pros outros. se escrevo em fluxo, não penso na estrutura ou no entendimento do outro. enfim, não há outro.

uma unidade em fotos que não foram inicialmente pensadas como um conjunto: como uma subversão da fotografia, eu ia cada vez mais atrás de espaços escuros, onde a luz era escassa e assim eu escrevia com a som-bra. inúmeras vezes a luz esteve ali apenas para que a escuridão pudesse se mostrar. embora haja momentos realmente som-brios, é também na escuridão que o brilho é mais intenso. seja o reflexo em um vidro, um sinal de trânsito, o paetê de um vesti-do. está tudo ali. e é no contra-ponto do brilho e da escuridão que moram as imagens dessa revista. e é nesse meio do cami-nho que eu me encontro. mas nem tudo é escuridão, por fim. algumas coisas brilham e bri-lham muito. é uma edição espe-cial. glittering blackness.

essa revista, no fim das contas, que eu quis tanto mostrar pra todo mundo, fez-se tão intima nesse segundo número que não sei como explicá-la pra nin-guém. dessa vez, é muito mais um diário, uma coletânea que uma revista. é a minha pequena exposição, de conteúdo muito mais pessoal que editorial. por isso adiei tanto seu fechamen-to. escolhia as fotos, mas nun-ca terminava a diagramação. não tinha coragem de escrever os textos. pensei e repensei se os auto-retratos deveriam apa-recer nessas páginas. mas, no fim, essa é a minha ego-mag. seu processo de criação deu-se durante todo o ano de 2010, acompanhado de uma grande crise: criativa, de consciência, de saúde, de relações. embora tenha até hoje no meu quadro de aviso todas as idéias iniciais para esta segunda edição, com o passar dos meses percebi

aoleitor

onBLACKQuando pouco se vê à frente, o menor feixe de luz faz toda dife-rença na paisagem. É no escuro que o poder da luz salta aos olhos e os detalhes se transformam no todo, emoldurados pelas som-bras. Nessas páginas, apresento um trabalho ainda em progresso, possivelmente apenas um começo. Minhas primeiras impressões da escuridão; tentativa de captar aqui e ali o que ela tem pra nos dizer. Situações limite fazem pensar e enxergar o que quase não se vê, mas está ali. Um canto escuro, o brilho da chuva, a penumbra de um corredor, as luzes da cidade, o calor de uma fogueira, o universo inteiro. Tudo é o preto e, aqui, sobre preto.

emvitória+serra+valadares+são paulo+curitiba+matilde

lonely train

memorial

from my house i can't realy see another buildings and houses like that. but i spent 4 days in são pau-lo, at my uncle's home and from his windows i could see a lot of other windows and balconies and people walking around. some with lights on, some off, some with people there talking, people alo-ne, some with plants, some just with untouched perfectly arranged chairs. i don't know. i really spent some time looking at these win-dows. there's so much people, so much life. every little box of light is a life that i'll probably never know anything about. in every city, there are more windows, more people, more life. its so so much. i feel weird. wish i could be there, staring a bit more in the darkness. wondering how many other people are doing the same somewhere in this city. or anywhere else.

from my house i can't realy see another buildings and houses like that. but i spent 4 days in são pau-lo, at my uncle's home and from his windows i could see a lot of other windows and balconies and people walking around. some with lights on, some off, some with people there talking, people alo-ne, some with plants, some just with untouched perfectly arranged chairs. i don't know. i really spent some time looking at these win-dows. there's so much people, so much life. every little box of light is a life that i'll probably never know anything about. in every city, there are more windows, more people, more life. its so so much. i feel weird. wish i could be there, staring a bit more in the darkness. wondering how many other people are doing the same somewhere in this city. or anywhere else.

com você, qualquer lugar é a minha casa.

blacknessglittering It's so dark in here, baby. Show me the lights!

(ou uma música do explosions in the sky)

fotos e ediçãomarianna schmidt

modelo waldemar teixeira

fotos e edição: marianna schmidt

modelo e assistente:ignez capovilla

palavras:fernando pessoa

ensaio para a disciplinade foto 2, ufes

31

um video demarianna schmidt e

waldemar teixeira

assista em:http://vimeo.com/18331823

is borna queen foto+makemarianna schmidt

modeloflávia marcarine

produçãomari + flávia

Um potinho de glitter, doses de delicadeza e boas energias: a partir dessa mistura nasce uma rainha. Ainda há luz.

versão analógica do ensaio em http://tiny.cc/analog fotos demarianna e waldemar

notethis issue – and some of the editorials and pictures too – were named after some of my favorite songs by the band explosions in the sky. when hearing glittering blackness the clic to put this #2 together came to my mind. i highly recomend listening to their full albuns (specially how strange, innocence), getting into a musical transe and falling in love with every

achord. thank you for going this far on reading mmag. hope you understood what this all meant to me.

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