myers - bibliotecários na sci-fi e fantasia
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MARCIA J. MYERS
IMAGENS DE BIBLIOTECÁR IOS NA FICÇÃO CIENTÍFICA E FANTASIA: Incluindo uma lista comentada
EASTERN KENTUCKY UNIVERSITY RICHMOND, KENTUCKY
JUNHO 1998
i
RESUMO
A literatura sobre bibliotecas está repleta com artigos que as prevêem no ano 2000
e além, ainda assim o bibliotecário em si é raramente discutido. Serão os bibliotecários do
futuro vistos como heróis ou serão elas solteironas tímidas que arranjam seus cabelos em
coques, caminham em sapatos confortáveis e usam óculos? Há evidência recente que a
imagem do estereótipo tradicional do bibliotecário esteja mudando.
O propósito deste estudo é examinar a imagem de bibliotecários na ficção científica
e romances de fantasia e filmes de vídeo. Sessenta e sete autores foram analisados; 27 ou
40% dos trabalhos incluíam um personagem bibliotecário. Uma pesquisa anterior e a
própria curiosidade da autora levou à formação das perguntas de pesquisa sobre a
imagem do bibliotecário e seu relacionamento com a categoria do papel do personagem
(principal, menor mas memorável, ou mencionado em passagem), o gênero do
personagem, o gênero do autor, e o tempo de publicação/distribuição.
A imagem dos bibliotecários na ficção científica foi considerada positiva (44%). Uma
imagem positiva foi encontrada em trabalhos tanto principais quanto pequenos mas
memoráveis. Personagens masculinos são predominantes (44%). Não houve um padrão
claro sobre a imagem do bibliotecário relacionada ao gênero do autor. Aparentemente
não há nenhum padrão em trabalhos com imagens mais positivas medidas pelo tempo de
publicação/distribuição. Comparações foram feitas com achados em estudos similares
sobre a imagem dos bibliotecários em filmes, poesia, suspenses e romances de ficção. Os
resultados desta pesquisa serão de interesse para bibliotecários, professores de literatura,
orientadores, pesquisadores sobre estudos de gênero e educadores em geral.
ii
AGRADECIMENTOS Esse projeto não poderia ter sido realizado sem a ajuda de amigos e colegas. Eu
agradeço especialmente à cooperação de vários funcionários de bibliotecas que tão
prontamente me emprestaram livros de suas coleções de ficção científica e sem os quais
este estudo não seria possível. Um reconhecimento especial é expresso à Unidade de
Empréstimo entre Bibliotecas (Pat New, Linda Witt e Debra Iglesias) na Eastern Kentucky
University que providenciaram um excelente apoio e sempre emprestaram alegremente
apenas mais um livro!
Mark Evans, que conhece a boa ficção científica, forneceu incentivo contínuo. Carol
Jeanet Thomas, um excelente editor, teve várias sugestões úteis. Também reconheço a
assistência de Virginia Hansche e Sandy Doutaz no Escritório de Direção da Biblioteca em
Eastern. Comprometi-me com esse projeto por conta de um grande interesse em literatura
de ficção científica e fantasia compartilhado com a minha irmã, Madeline Dodd. Obrigada
pela inspiração!
SUMÁRIO RESUMO......................................................................................................................................................... i AGRADECIMENTOS.................................................................................................................................... ii Introdução ................................................................................................................................................... 1 Revisão de Literatura................................................................................................................................. 2 Metodologia................................................................................................................................................ 6 Descobertas................................................................................................................................................. 8
Imagem .................................................................................................................................................... 8 Gênero....................................................................................................................................................11 Período de Tempo...............................................................................................................................13
Síntese e Conclusões...............................................................................................................................13 Sugestões para Pesquisas Futuras .......................................................................................................14 REFERÊNCIAS.............................................................................................................................................16 Lista de Contribuidores ..........................................................................................................................18 Lista Comentada.......................................................................................................................................19 Nota da Autora..........................................................................................................................................34
1
Introdução A literatura sobre bibliotecas está repleta de artigos que as prevêem no ano 2000 e
além, ainda assim o bibliotecário por si só é raramente discutido. Existirão bibliotecários no
futuro? Se existirem, como eles serão? Serão bibliotecários vistos como heróis que
organizam, preservam, disseminam e promovem a informação para transmitir cultura e
civilização (1)? Ou as bibliotecárias serão solteironas tímidas, que arranjam seus cabelos
em coques, caminham em sapatos confortáveis e usam óculos? Tanto bibliotecários
quanto bibliotecárias, geralmente fazendo "shhh" para os usuários, são frequentemente
vistos como introvertidos, passivos, conservadores, e com falta de auto-confiança. Em seu
trabalho definitivo sobre status bibliotecário e estereótipo em 1932, Pauline Wilson
concluiu que eles tendem a aceitar o estereótipo negativo e perpetuá-lo ao escreverem
sobre ele (2). Ela esperou nos convencer que o estereótipo pode ser melhorado e que os
bibliotecários são quem devem promover esta melhoria. Mike Freeman nota que existe
mais evidência recente de que a imagem tradicional e o status da biblioteconomia está
mudando (3). Podemos prever como os bibliotecários do futuro serão?
Wiseman apontou que escritores de ficção científica têm alguma exatidão com
previsões, incluindo Robert Heinlein que teve uma taxa de sucesso de 73% (4). Ela acredita
que escritores de ficção científica podem nos ajudar na tarefa de decidir como nos
planejarmos, o que esperar, e como evitar futuros que não desejamos. O estudo descrito
aqui deve ajudar a preparar a profissão para o futuro e prover orientação para educadores,
recrutadores e bibliotecários, explorando como a ficção científica e escritores de fantasia
enxergam a imagem dos bibliotecários.
2
Revisão de Literatura Em 1975 Katherine M. Heylman identificou vinte e cinco bibliotecários em vinte e
dois livros juvenis (5). Livros de ficção e de imagens foram inclusos; de fácil leitura e não-
ficção foram excluídos. Ela analisou os livros usando um checklist de características e
descobriu que os bibliotecários retratados apresentam uma imagem muito positiva (83%),
geralmente são mulheres, casadas ou suscetíveis de se casar, atraentes, e tem atitudes
positivas com os freqüentadores da biblioteca. Ela observou que o grande número de
imagens positivas pode resultar do fato de que os escritores desses livros tenham tido
experiências muito boas com bibliotecárias enquanto cresciam. Na verdade, uma série de
autores de livros infantis foram bibliotecários.
Em 1987, Griffen identificou quatro tipos de imagens de biblioteca na ficção
científica (6). Enquanto a autora se concentrava nas bibliotecas, ela também observou algo
sobre bibliotecários no futuro. As quatro áreas identificadas foram: 1) a biblioteca
computadorizada onde os bibliotecários são notáveis por sua ausência; 2) a biblioteca re-
humanizada onde os bibliotecários estão libertos da papelada por conta dos
computadores para ter um papel mais ativo na vida da comunidade; 3) a biblioteca pós-
cataclísmica onde a civilização teve que se reinventar e a melhor biblioteconomia pode
não ser possível; e 4) A biblioteca pós-computador onde os bibliotecários devem pensar
mais criativamente sobre formatos futuros de informação. Griffen nos impele a pesquisar e
pensar sobre livros, usuários, bibliotecas, e bibliotecários para desenvolvermos uma
melhor compreensão da biblioteconomia e para nos ajudar a decidirmo-nos sobre o futuro
que prevemos.
O Bibliographic Instruction Group examinou a imagem de bibliotecários em filmes
em 1993 (7). A lista comentada de filmes analisados foi dividida em três categorias – papéis
principais, papéis menores mas memoráveis e imagens veiculadas em uma passagem.
3
Os 126 filmes examinados pelo Bibliographic Instruction Group foram avaliados por
esta autora como a imagem do profissional. Foi descoberto que 72 ou 57% retrataram
imagens de bibliotecários ao invés de apenas bibliotecas. A tabela 1 sublinha a distribuição
das imagens de biblioteca pelas categorias de papéis – principais, menores mas
memoráveis, e mencionadas em passagens.
Tabela 1 Imagem dos Bibliotecários nos Filmes
Imagem Papéis Principal Menor Passagem Totais Positiva 71% 29% 45% 44% Negativa 29 71 31 39 Neutra 0 0 24 17 Totais 100% 100% 100% 100% (N=7) (N=14) (N=51) (N=72)
As cenas de passagem foram os tipos mais comuns de papéis onde apareciam
bibliotecários. Filmes onde o bibliotecário teve papel principal também pareciam mais
propensos a transmitir uma imagem positiva. Cenas pequenas mas memoráveis do eram
mais propensas a mostrar uma imagem negativa de bibliotecários do que papéis principais
ou visões de passagens. A classificação deste pesquisador de uma imagem negativa nos
filmes foi primariamente devido a estereótipos ultrapassados. No total 44% dos filmes
tiveram uma imagem positiva, 39% uma imagem negativa e 17% uma imagem neutra.
Essas descobertas contrastam com a impressão que prevalece de que a mídia retrata
primariamente uma imagem negativa de bibliotecários.
O Bibliographic Instruction Group notou que os filmes de ficção científica/fantasia
ofereceram as imagens mais positivas de todos os filmes analisados. Eles sentiram que nos
filmes de ficção científica informação é poder e os papéis antiquados de guardião e
preservador são de grande importância. A visão da ficção científica sobre os futuros
4
bibliotecários observada indicou que bibliotecários nesse gênero podem tanto impedir o
acesso à informação ou mostrar o caminho ao verdadeiro conhecimento (8).
Em 1994, Wiseman publicou sua análise de vinte e três romances de ficção científica
escritas para jovens adultos (9). Os romances foram agrupados pelo contexto em um
futuro próximo, futuro distante e pós-holocausto. Quando os autores de ficção científica
descrevem uma biblioteca, é quase sempre feito do ponto de vista do usuário. Ela conclui
que as escritas de ficção científica são fontes de inspiração que podem expandir nosso
conhecimento do futuro.
Gunn, um escritor de ficção científica, examinou bibliotecas em vários trabalhos
clássicos de ficção científica em 1995 (10). Enquanto os livros e outros materiais
mencionados pertenciam primariamente à recuperação da informação computadorizada,
“metabibliotecários” são discutidos. Gunn indica que os bibliotecários do futuro devem ter
mais informações e melhores modos de lidar com elas. Ou, os bibliotecários podem ser
programas de computadores. Em qualquer caso, ele achou que escritores de ficção
científica podem nos ajudar a imaginar um futuro melhor.
Uma série de estudos foi feito usando checklists de traços de estereótipos para a
pós-graduação na Universidade do Estado de Kent, que foram publicados pelo Educational
Resources Information Center (ERIC) Document Reproduction Service. Estes pesquisadores
investigaram a imagem do bibliotecário em romances de suspense, poesia e em romances.
Em 1991, Barnhart analisou vinte e quatro suspenses retratando trinta e cinco
bibliotecários entre 1980 e 1990 (11). Ela descobriu que os bibliotecários nessas histórias
não mais tinham a imagem de estereótipo negativo – eles eram amigáveis, jovens,
atraentes, se vestiam bem, e não usavam óculos. Dos bibliotecários retratados, 46% eram
homens; entretanto, vários desses ainda possuíam traços de estereótipos afeminados.
Onze bibliotecários ou 34% tinham papel principal; vinte e um ou 65% tinham um papel
5
menor. Três bibliotecários também foram lembrados retrospectivamente. Foi notado que
bibliotecários com uma parte pequena geralmente tem traços negativos de estereótipo.
Em 1995, Pultorak examinou bibliotecários na poesia de 1958 a 1993 (12). Trinta e
dois poemas e trinta e seis bibliotecários foram analisados em imagens negativas ou
positivas. Os bibliotecários foram tanto homens quanto mulheres, e o estereótipo típico
não estava presente. Sessenta e um por cento teve uma imagem positiva. A maioria dos
poemas (86%) não forneceu uma boa descrição do bibliotecário.
Em 1996, Elliott estudou vinte e oito bibliotecários em vinte e cinco romances
publicados entre 1980 e 1955 (13). Noventa por cento dos bibliotecários teve papel
principal; 10% papéis menores. Comparando seus resultados com o estudo de Barnhart,
Elliott notou que bibliotecários de romances eram mais propensos a serem mulheres (96%)
do que bibliotecários de romances de suspense. Bibliotecários de ambos os gêneros eram
profissionais prestativos, amigáveis, atraentes e transcenderam o estereótipo.
Em 1994, Vésper escreveu sobre a imagem do bibliotecário em suspenses de
assassinato no século XX (14). Ela encontrou um movimento fora do estereótipo típico e
sentiu que houve uma transformação definitiva para especialista da informação.
O estereótipo do bibliotecário comum prevalece na escrita de ficção científica e de
fantasia? Enquanto as bibliotecas na ficção científica foram encontradas para dar à
profissão algumas orientações úteis, parece que os bibliotecários na ficção científica adulta
e de fantasia não têm sido estudados com profundidade.
6
Metodologia O propósito desse estudo é examinar o retrato dos bibliotecários em ficção
científica adulta e obras de fantasia. Como resultados das descobertas de pesquisas
anteriores e pela própria curiosidade da autora, as seguintes perguntas de pesquisas foram
formuladas para este estudo:
1) Existe uma imagem positiva dos bibliotecários na fantasia e ficção científica?
2) A imagem é relacionada à categoria do papel (principal, menor mas memorável, ou
mencionada numa passagem) do personagem?
3) A imagem é relacionada com o gênero do personagem bibliotecário?
4) A imagem do personagem é relacionada ao gênero do autor?
5) A imagem é relacionada com o tempo da publicação/distribuição da história?
Obras de fantasia e ficção científica que podem conter informações sobre
bibliotecários foram identificadas consultando artigos de pesquisa sobre ficção
científica/fantasia e biblioteconomia; analisando as respostas de um questionamento
enviado a um Listserv de Ficção Científica e Fantasia com mais de 500 inscritos (15);
coletando recomendações de amigos (16); e através de conhecimento pessoal. Romances
e vídeos de sessenta e sete autores que podem conter informações sobre bibliotecários na
ficção científica ou fantasia foram identificados; vinte e sete, ou 40% destacaram
bibliotecários. Os outros autores estudados geralmente escreveram informação de
interesse à biblioteconomia mas não mencionaram bibliotecas como tais. Quando um
autor escreveu mais de um livro que caracterizava bibliotecários, apenas um título foi
selecionado para a lista para que então uma variedade mais ampla de pontos de vista
pudessem ser inclusos.
7
É difícil dizer se um personagem tem uma graduação em biblioteconomia. Por esse
motivo, a interpretação original do escritor da palavra “bibliotecário” foi considerada quer
tenha sido aplicada a um bibliotecário, a um atendente ou a uma página de biblioteca uma
vez que essa teria sido a impressão do leitor/espectador. Esse requerimento teve o efeito
de eliminar vários trabalhos interessantes. Na obra de Ursula Le Guin, Always Coming
Home (New York: Harper & Row, 1985) é fornecida uma maravilhosa descrição da
biblioteca de cultura do futuro de Kesh; entretanto, as bibliotecas contam com um quadro
de funcionários de arquivistas. Em Earth Abides de George Stewart (New York: Random
House, 1949) livros e bibliotecas são muito importantes para o herói, mas nenhum
bibliotecário aparece talvez porque não tenham sobrevivido à praga que destruiu muito
da população da Terra. No livro Islands in the Net (New York: Arbor, 1988) de Bruce Sterline
toda informação parece estar disponível através de uma rede que combina televisão,
telefone, telex, etc. em um sistema global. Piratas de dados são ativos, mas bibliotecários
não são mencionados.
Como parte desta investigação uma lista comentada foi desenvolvida que inclui
livros de ficção científica e fantasia ou vídeos que provém visões de bibliotecários no
futuro. Pequenas histórias e ensaios per se foram excluídos desta lista de vinte e sete
trabalhos. Quando mais de um bibliotecário é destacado em um trabalho, o personagem
mais importante é o selecionado para a análise. Uma vez que a lista não é exaustiva,
deveria ser considerada representativa. Para cada entrada é fornecido o gênero do
bibliotecário, o gênero do autor, a data de publicação/distribuição da história, comentário
sobre o papel do personagem (principal, menor, ou mencionado em passagem), e uma
opinião na imagem geral transmitida (positiva, negativa ou neutra).
Para ganhar uma avaliação positiva o leitor/espectador deve receber uma boa
impressão em termos gerais. Uma vez que o bibliotecário não era suscetível de ser descrito
em detalhes, um checklist de características não foi usado. Além disso, seria muito difícil
8
avaliar o status de relacionamento, aparência, etc. de uma máquina ou algumas das
espécies alienígenas que podem aparecer na ficção científica. Os seguintes critérios
serviram como guias para uma atribuição de imagem positiva:
1) O bibliotecário deve ter um status relativamente alto comparado a outros
personagens.
2) O bibliotecário deve exibir uma aparência positiva ao invés dos gerais estereótipos
negativos tais como cabelo com coque, sapatos ortopédicos, etc.
3) O bibliotecário não deveria demonstrar um comportamento extremamente antissocial
tais como cometer um assassinato.
4) O bibliotecário não deveria demonstrar uma atitude profissional negativa em relação
aos seus usuários.
Uma imagem positiva é atribuída se o personagem bibliotecário geralmente vai ao
encontro dos critérios. Se o personagem fracassa de ir ao encontro dos critérios 2, 3 e 4 a
imagem será considerada negativa. Neutro é a imagem comum para menções muito
pequenas ou um breve desenvolvimento de personagem.
Descobertas Várias observações podem ser feitas que podem ajudar a bibliotecários, educadores
e gestores de bibliotecas em seu planejamento para o futuro. Estas incluem a imagem dos
bibliotecários, o gênero dos personagens bibliotecários, o gênero do autor e o tempo da
publicação/distribuição da obra. Cada uma das cinco perguntas de pesquisa serão
abordadas.
Imagem A primeira pergunta de pesquisa questionou se existia uma imagem positiva dos
bibliotecários na ficção científica e fantasia. A resposta é “sim”; entretanto, não é um “sim”
9
ressonante. Dos vinte e sete títulos analisados, doze, ou 44% foram avaliados como uma
imagem positiva; dez, ou 37%, foram avaliados como uma imagem negativa, e cinco ou
19% foram avaliados como imagem neutra. Enquanto cada trabalho continha tanto
imagens negativas como positivas, as avaliações atribuídas refletem a impressão geral que
o leitor/espectador receberia. As dez avaliações negativas foram primariamente devido a
bibliotecários cometerem assassinatos (Brin, Dick), exibirem comportamento estereótipo
tradicional (Asimov, McDevitt, Stephenson), oferecendo serviços ruins ao usuário (Gerrold,
Heinlein) ou sendo um covarde, anti-herói (Parsons e Keaveny).
Apesar desses esboços negativos, os bibliotecários eram geralmente de alto status
comparado a outros personagens como é evidenciado pelos bibliotecários de Brin, que
são os alienígenas mais importantes da Terra. Embora criando apenas uma cena de
passagem, McCaffrey coloca um general encarregado da biblioteca no planeta Pern.
McCullen, no qual o Highliber engaja-se em duelos, lidera um quadro de funcionários de
centenas com facilidade impressionante. Um esboço favorito aparece no filme Soylent
Green onde a bibliotecária é chamada de “vossa excelência”.
Os títulos revisados também indicam que bibliotecários na ficção científica são
muito voltados para serviços como é evidenciado pela caixa de metal do Sargento, que
recomenda livros com uma voz macia e quieta, ou o bibliotecário não-humano de Tiptree
que é tão prestativo na Biblioteca Universitária. Até mesmo os bibliotecários vilões de Brin
tentam fazer o melhor por seus usuários, bibliotecas e suas espécies. Pratchett cria uma
cena muito tocante após um acidente mágico tornar o bibliotecário em um orangotango.
Mesmo que ele seja incapaz de falar, o orangotango fornece um excelente serviço a um
usuário buscando um livro. O usuário agradecido recompensa o bibliotecário com uma
banana por sua ajuda.
No estudo feito por Pultorah em 1995 sobre bibliotecários na poesia, 61% tiveram
imagem positiva (17). Os livros de ficção científica neste estudo com apenas 44% de
10
avaliação positiva são consideravelmente mais baixos; entretanto, os dois estudos tiveram
diferentes metodologias.
A segunda pergunta de pesquisa questionou se a imagem era relacionada com a
categoria de papel do personagem. A tabela 2 nos fornece dados para resolver essa
questão:
Tabela 2 Imagem dos Bibliotecários na Ficção Científica/Fantasia
Imagem Papéis
Principal Menor Passagem Totais Positiva 60% 50% 14% 44% Negativa 40 40 29 37 Neutra 0 10 57 19 Totais 100% 100% 100% 100% (N=10) (N=10) (N=7) (N=27)
Em geral os papéis positivos e negativos nos romances revisados não parecem ser
relacionados à importância do papel do personagem exceto que personagens de
passagens tiveram tendência a serem avaliados como neutros. Tanto papéis principais
quanto papéis menores mas memoráveis tiveram tendência a ser positivos; papéis de
passagem tiveram tendência a serem avaliados como neutros principalmente por causa da
rápida aparição do bibliotecário. A Tabela 2 pode ser comparada com a Tabela 1, que
mostra os resultados de um estudo anterior de filmes (18). Os trabalhos analisados neste
estudo que tiveram cenas principais voltadas para bibliotecários parecem ser levemente
menos positivos (apenas 60% positivos) do que os filmes analisados (71% positivos). Ao
contrário disso, os romances com uma cena menor, porém memorável pareceram ser
consideravelmente mais positivos (50% positivos) do que os filmes analisados (29%
positivos). O único filme incluso neste estudo (Soylent Green) criou uma imagem positiva
do bibliotecário apenas em alguns frames. Alguém poderia especular que isso é
extremamente difícil de ser feito, e é por isso que os produtores de Hollywood mostram
11
bibliotecários falando para as pessoas ficarem quietas ou loucamente carimbando livros de
entrada e saída. Ao contrário disso, escritores aparentemente acham mais fácil transmitir
uma imagem positiva em uma cena menor enquanto ainda determinam seu personagem
como bibliotecário.
Os trabalhos divididos em cenas principais (dez ou 37%), menores mas memoráveis
(dez ou 37%) e em passagem (sete ou 26%). Estes podem ser comparados com o trabalho
do Bibliographic Instruction Group disponibilizado na Tabela 1 â seguir: principais (sete ou
10%), menores (quatorze ou 19%), e mencionados em passagens (cinqüenta e um ou 70%)
(19). Parece que bibliotecários na ficção científica tem papéis mais proeminentes do que
bibliotecários em filmes.
A análise feita por Barnhart em romances de suspense indicou que dos
bibliotecários observados 34% tinham papel principal e 65% um papel coadjuvante (20).
Elliott encontrou que 90% de bibliotecários em romances tinham papéis principais e
apenas 10$ tinham papéis menores (21). Bibliotecários em romances parecem ter os
papéis mais proeminentes. Os papéis dos bibliotecários em suspenses não são tão
dissimilares dos papéis dos bibliotecários na ficção científica.
Gênero A terceira pergunta de pesquisa questionou se a imagem era relacionada ao gênero
do personagem bibliotecário. A Tabela 3 fornece dados pertinentes a esta questão.
Tabela 3
Imagem dos Bibliotecários e Gênero do Personagem
Imagem Gênero Homem Mulher Desconhecido Totais Positiva 31% 67% 33% 44% Negativa 50 22 33 37 Neutra 17 11 33 19 Totais 100% 100% 100% 100% (N=12) (N=9) (N=6) (N=27)
12
Os personagens femininos parecem ter uma imagem positiva duas vezes mais do
que personagens masculinos. Os personagens masculinos (doze ou 44%) excederam em
números as personagens femininas (nove ou 33%) e os personagens onde o gênero não
foi determinado (seis ou 22%). Ao contrário disso, Elliott descobriu que 96% das
bibliotecárias de romances eram mulheres (23). As descobertas deste estudo são similares
às encontradas em histórias de suspense de bibliotecários quanto ao gênero do
personagem.
A quarta pergunta de pesquisa questionou se a imagem era relacionada com o
gênero do autor. A Tabela 4 nos mostra que quase todas as obras foram escritas por
escritores homens – vinte e três de vinte sete trabalhos, ou 85%. Apenas quatro obras
foram produzidas por mulheres – três destas ou 75%, tiveram imagem positiva. Essas obras
positivas por autoras mulheres incluíram a bibliotecária de McCaffrey que também era um
general, o bibliotecário anfíbio de serviços de Tiptree e a bibliotecária sensível de Edghill as
quais aventuras incluíam trabalhar com um senhor Elfo para salvar a Terra. O bibliotecário
caixa de metal do Sargento, que recomenda livros com voz macia, foi avaliado como
neutro. Nos livros identificados para este estudo, nenhum padrão claro acerca da imagem
do bibliotecário aparece em referência ao gênero do autor.
Tabela 4
Imagem dos Bibliotecários e Gênero do Autor
Imagem Gênero Homem Mulher Totais Positiva 39% 75% 44% Negativa 44 0 37 Neutra 17 25 19 Totais 100% 100% 100% (N=23) (N=4) (N=27)
13
Período de Tempo A quinta e última pergunta da pesquisa questionou se a imagem do personagem
estava relacionada do tempo de publicação/distribuição da história. Como indicado na
Tabela 5, o período do tempo das histórias foi dividido em décadas antes de 1980, 1980-
1989, e o tempo de 1990 até hoje. Muito dos títulos avaliados (quase a metade) caiu no
período 1989-1989. Antes de 1980, 57% dos sete trabalhos analisados teve uma imagem
positiva; desde 1990, 57¨% dos sete títulos avaliados tiveram uma imagem positiva. Não
parece existir um padrão referente a obras com imagens mais positivas da
biblioteconomia.
Tabela 5
Imagem dos Bibliotecários e a Data de Publicação/Distribuição
Imagem Período Antes de 1980 1980-1989 1990 - Totais Positiva 57% 31% 57% 44% Negativa 43 30 43 37 Neutra 0 39 0 19 Totais 100% 100% 100% 100% (N=7) (N=13) (N=7) (N=27)
Síntese e Conclusões Pesquisas anteriores e recomendações dos membros do Listserv renderam sessenta
e sete títulos que devem conter informações sobre bibliotecários na ficção científica.
Destes vinte e sete, ou 40%, continham informações sobre bibliotecários. Uma vez que não
houve limite de tempo ou país de origem, me parece que mais títulos poderiam ter sidos
identificados. Talvez bibliotecários não sejam tão comuns na ficção científica como são em
romances ou suspenses.
Existe uma imagem positiva de bibliotecários na ficção científica e fantasia;
entretanto, imagens positivas (44%) ultrapassaram as negativas (37%) tendo as imagens
neutras num distante terceiro lugar (19%). Apesar das imagens negativas os bibliotecários
14
geralmente eram de alto status quando comparados com outros personagens nos
trabalhos analisados. Tanto os papéis principais quanto os secundários memoráveis
tiveram tendência a ser positivos. Descobrimos que bibliotecários na ficção científica tem
papel mais proeminente do que bibliotecários em filmes em estudo anterior; não são
muito dissimilares do papel e gênero de personagens de bibliotecários em estudos de
histórias de suspense; transmite uma imagem menos positiva do que bibliotecários
estudados na poesia; e tem menos papéis proeminentes do que bibliotecários
identificados em romances. Não existem padrões aparentes referente à imagem e como
ela se relaciona com o gênero do autor ou como medida pelo tempo de
publicação/distribuição.
Scherdin relata em uma anedota que ilustra um sinal de mudança positiva na
imagem dos bibliotecários (24). A edição de abril de 1994 da Glamour continha um artigo
estimulante sobre como a tecnologia estava transformando a biblioteconomia. O escritório
da ALA de fontes de quadro de funcionários de biblioteca recebeu mais de 3 mil pedidos
de informação sobre a carreira como resultado deste interessante artigo. As pessoas que
ligaram por telefone indicaram que agora enxergavam a carreira de biblioteconomia sob
uma nova perspectiva. Os perfis como transmitidos pela maioria das obras de ficção
científica e fantasia analisadas aqui criam uma imagem muito positiva. Esta é uma imagem
a qual devíamos aspirar. Faríamos bem em disseminar a informação sobre o que escritores
de ficção científica pensam que nosso futuro reservará às salas de aula, à mídia e aos
nossos amigos.
Sugestões para Pesquisas Futuras Apenas vinte e sete livros de ficção científica e fantasia contendo imagens de
bibliotecários foram identificados neste estudo. Que fatores contam para o número
relativamente baixo de livros encontrados? Será que é baixo porque o bibliotecário na
15
ficção científica tende a desaparecer por conta da automação? Será que uma análise que
incluísse histórias curtas e ensaios forneceriam uma visão diferente do bibliotecário na
ficção científica?
Vários dos livros para este estudo foram emprestados utilizando o empréstimo
entre bibliotecas de bibliotecas públicas. Em um caso, a única biblioteca no país que tinha
o título desejado foi a Biblioteca do Congresso, onde eles não conseguiram achar o livro na
estante! O título desejado era o volume dois de uma excelente trilogia australiana que o
autor arranjou comprar para sua coleção pessoal e para a Eastern Kentucky University
Library. Agora, usuários de empréstimo entre bibliotecas nos Estados Unidos poderão
encontrar pelo menos uma cópia do Mirrorsun Rising: Book Two of Greatwinter do Sean
McMullen (South Austrália: Aphelion Publications, 1995). As participações importantes da
ficção científica são geralmente localizadas em bibliotecas de pesquisa e não circulam (25).
Isso poderia tornar estudos dependentes da leitura de um grande número de livros
variados de diferentes períodos de tempo mais difíceis, se não impossíveis, num futuro
previsível. Alguns estudos comparativos das contribuições dos clássicos da ficção científica
em público versus bibliotecas acadêmicas e sua disponibilidade pode ser interessante.
Enquanto diferenças na metodologia faz com que comparações reais sejam
impossíveis, os dados coletados neste estudo indicam que existem diferenças inexplicadas
na imagem, gênero do personagem, e papel no trabalho entre a poesia, romances,
suspenses e ficção científica. Alguma investigação de gêneros diferentes nos daria mais
informação sobre as visões da biblioteconomia hoje em dia.
O que mais poderemos fazer para melhorarmos nossa imagem? Concordamos com
a sugestão de melhoria de imagem feita pelo Romanko: “Já é hora do Clint Eastwood
estrelar num filme como um bibliotecário do Congresso” (26). Ou, talvez bibliotecários
mais modernos digam: a biblioteconomia precisa que o Arnold Schwarzenegger estrele o
filme Colin, o bibliotecário!
16
REFERÊNCIAS 1. Mary R. Somerville, "Librarians as Heroes", American Libraries 27 (December 1996): 29.
2. Pauline Wilson, Stereotype and Status: Librarians in the United States (Westport Connecticut: Greenwood Press, 1982).
3. Mike Freeman, "To See Ourselves as Others See Us", International Information and Library Review 28 (1996): 177-180. A critical review of a two volume International Federation of Library Association and Institutions (IFLA) publication on the imagem and status of librarians.
4. Gillian Wiseman, "Visions of the Future: The Library in Science Fiction". Journal of Youth Services in Libraries 7 (Winter 1994): 192.
5. Katherine M. Heylman, "Libraries in Juvenile Literature", School Library Journal 21 (May 1975): 25-27.
6. Agnes M. Griffen, "Images of Libraries in Science Fiction" Library Journal 112 (September 1, 1987): 137-42.
7. Ann O'Brien and Martin Ralsh, BI-L (The Bibliographic Instruction Discussion Group), "The Imagem of the Librarian in Commercial Motion Pictures: An Annotated Filmography", Collection Management 17 (3, 1993): 61-84; Ralsh atualiza em <http://library.lib.bighamton.edu/staff/mraish>
8. O'Brien and Ralsh, "The Image of the Librarian" p. 64.
9. Wiseman, "Visions of the Future" pp. 191-198.
10. James K. Gunn, "Dreams Written Out': Libraries in Science Fiction", Wilson Library Bulletin 69 (February 1995): 26-29.
11. Linda A. Barnhart, The Librarian's Stereotyped Image in Mystery Novels, 1980-1990: has the Image Changed? (Master's thesis, Kent State University, June 1991) ERIC ED340365.
12. Leslie A. Pultorak. The Image of Librarians in Poetry, 1958-1993 (Master's thesis, Kent State University, August 1993) ERIC ED367331.
13. Margaret A. Elliott, The Librarian's Stereotyped Image in Romance Novels, 1980-1995: Has the Image Changed? (Master's thesis, Kent State University, August 1996) ERIC ED401924.
14. Virginia Vesper, The image of the Librarian in Murder Mysteries in the Twentieth Century (1994) ERIC ED385284.
15. See the list of contributors, p. 19; to subscribe by e-mail <listproc@loc.gov> to request SF-LIT.
16. Um obrigada especial á Dr. Lisette Kautzmann uma colega que fez várias sugestões.
17
17. Pultorak, The Image of Librarians in Poetry.
18. O'Brien e Ralsh, "The Image of the Librarian in Commercial Motion Pictures".
19. Ibid
20. Barnhart, The Librarian's Stereotyped Image in Mystery Novels.
21. Elliott, The Librarian's Stereotyped Image in Romance Novels.
22. Barnhart, The Librarian's Stereotyped Image in Mystery Novels.
23. Elliott, The Librarian's Stereotyped Image in Romance Novels.
24. Mary Jane Scherdin, ed., Discovering Librarians: Profiles of a Profession (Chicago: American Library Association, Association of College and Research Libraries, 1994) p. 121, 123. Cita Laurel Touby, "The New Librarian is an Info-Surfer" Glamour 92 (April 1994): 126; Margaret Myers, a telephone conversion with Mary Jane Scherdin, August 24, 1994.
25. Randall W. Scott, "Research Library Collections of Science Fiction" IN Anatomy of Wonder 4: A Critical Guide to Science Fiction (New Providence, New Jersey: R. R. Bowker, 1955), edited by Neil Barron, chapter 14, pp. 738-764.
26. Karen A. Romanko "May Say: A Librarian Lets Her Hair Down" Publishers Weekly 230 (September 12, 1986): 88.
18
Lista de Contribuidores Os seguintes indivíduos contribuíram para esse trabalho através de comentários no Listserv de Ficção Científica e Fantasia. Bob Armitage Donna J. Bursey Don D'Ammassa Camille Bacon-Smith Pere Camps Stephen Clark Betsy Cyson Design Neyir Cenk Gokce Fernando Gouvea Chris Hill Edward James Michael Marc Levy Jenni M Todd Mason Ele Meum Robert Micallef Steve O'Keefe Cynthia Orr Bob Roehm Andy Sawyer Jill Schneider Charles Simons David Sisk Colleen R. C. Stumbaugh Matthew Williamson
19
Lista Comentada * Asimov, Isaac. The Second Foundation (New York: Street and Smith, 1948). *** Este é o volume três na trilogia da Fundação que mais tarde tornou-se uma série de
futuros-distantes. O bibliotecário Homir Munn um dos cinco conspiradores da sinopse
central, é um gago descrito como “frouxo”, “tímido” e “introvertido”. Quando chamado
para uma missão fora do planeta Munn diz “não sou um homem de ação; e nem um herói
de televisão. Sou um bibliotecário”. Quando ele retorna para revelar os resultados de sua
pesquisa, Munn não mais gagueja e comporta-se com tanta auto-confiança que torna-se
suspeito por seus co-conspiradores. Eles sujeitam Munn a uma análise cerebral que revela
que alguém adulterou a sua mente. Ele é preso, amordaçado e não tem mais um papel
principal na história. O comportamento estereótipo dá a imagem deste bibliotecário uma
avaliação geral negativa. Asimov transmite que bibliotecas e bibliotecários são elementos
importantes na sociedade do futuro. A série Fundações ganhou um o Special Hugo Award
pela melhor série de 1966.
Bear, Greg. Eon (New York: Bluejay Books Inc. 1984). * A história começa em 2000 quando um grande asteróide oco repentinamente
começa a orbitar a Terra. O asteróide, que já tinha sido habitado, agora é deserto. A cidade
do asteróide tem uma excelente e moderna biblioteca bem como terminais nos aposentos
particulares dos habitantes de antes. Mais para o final da história a heroína é raptada e
transportada em um milhão de quilômetros para a sociedade avançada que construiu o
asteróide. Ela não tem permissão ao amplo acesso de seus dados mas oferecem-na uma
pedagoga (bibliotecária) para ajudá-la com buscas e instruí-la. As bibliotecas asteróides,
* Obras que mencionam bibliotecários apenas em passagens ** Obras que contém uma cena memorável *** Obras onde bibliotecários tem papéis principais
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que contém informações chocantes para os pesquisadores, são elementos-chave neste
romance estimulante. As maravilhosas máquinas de bibliotecas certamente provêm uma
visão positiva; entretanto, a breve referência àqueles que criaram essas bibliotecas resulta
numa imagem neutra dos bibliotecários. A história é continuada na seqüência Eternity,
que não menciona bibliotecários.
* Brin, David. Sundiver (New York: Bantam, 1980). *** Este é o primeiro livro que se tornou eventualmente uma dupla trilogia. Em 2246, a
Terra é única na galáxia por ter erguido a si mesma e dois clientes – golfinhos e
chimpanzés – sem orientação de uma civilização patrona. O diretor da biblioteca
alienígena Branch estabelecida na Terra, Bubbaeub da espécie Phil, é um dos alienígenas
mais importantes na Terra. Seu bibliotecário assistente é Culla da espécie Pring. A
biblioteca opera em uma taxa exigente para a base de serviços. Ambos bibliotecários
extraterrestres participam em uma investigação de formas de vida desconhecidas
próximas do Sol. Os personagens e os relacionamentos entre as várias espécies são muito
bem desenvolvidos. Os bibliotecários projetaram uma imagem negativa mista no romance
porque ambos tornaram-se vilões!
Dick, Phillip K. Counter-Clock World (Boston: Gregg Press, c1967, 1979). *** Um romance irônico e contemporâneo desenvolvido num mundo que começou a
viver de trás pra frente em 1986. A biblioteca desta história tem o objetivo de expurgar a
informação ao invés de estudá-la ou preservá-la. Os vívidos personagens incluem Mavis
McGuire, bibliotecário chefe na People’s Topical Library, que tem uma equipe de 100
pessoas. Mrs. McGuire é vista como “megera”, “hostil” e “má” pelos usuários e por
* Obras que mencionam bibliotecários apenas em passagens ** Obras que contém uma cena memorável *** Obras onde bibliotecários tem papéis principais
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subordinados como administradora superiora – respeitada mas temida. Ela torna-se a vilã
com agentes, incluindo crianças que cresceram no serviço da biblioteca e cometiam crimes
em nome dela. As manipulações de Mrs. McGuire e sua filha eventualmente resultam na
evacuação da biblioteca um pouco antes de sua destruição, com um canhão atômico de
uma população com ódio. Esse complexo romance de ressurreição tem uma biblioteca de
anti-informação e uma bibliotecária-chefe com uma imagem muito negativa.
Edghill, Rosemary. The Empty Crown (New York: Guild America Books, 1998). *** Esta trilogia, escrita por uma bibliotecária, inclui três histórias de tesouros da terra
de Chandrakar – The Sword of Maiden’s Tears, The Cup of Morning Shadows e o The Cloak
of Night and Daggers. Ruth, a heroína de trinta anos, é uma estudante de biblioteconomia
sensível que encontra um senhor elfo machucado nas ruas de Nova Iorque. Ele é
Rohannahn Melior da Casa dos Silêncios Prateados em Chandrakar, e ele deve encontrar a
espada que os ladrões levaram dele ou a raça humana no Mundo de Ferro da Terra estará
condenada. Ruth, que se torna biblioteária, e Melior solucionam este e outros problemas
com a ajuda inteligente de amigos bibliotecários. Suas aventuras coloridamente escritas
acontecem na Terra e continuam através de um portal na biblioteca em Chandrakar. A
autora transmite uma imagem positiva dos bibliotecários. Os personagens apenas
brevemente gastam seu tempo na biblioteca mas são frequentemente tidos como muito
heróicos.
* Forward, Robert. L. Dragon's Egg (New York: Ballantine, 1980). *
Este conto trata das eras de 500,000 A. C. até 2050 D. C. de acordo com o
desenvolvimento, descoberta, comunicação com e educação de e do chella fascinante que * Obras que mencionam bibliotecários apenas em passagens ** Obras que contém uma cena memorável *** Obras onde bibliotecários tem papéis principais
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mora numa estrela de nêutron chamada “Ovo de Dragão”. As espécies de um mundo
baseado em nêutron têm dificuldade de se comunicar com humanos de um mundo
baseado em elétrons porque o chella vive 100 anos a cada hora humana. A biblioteca
chella contém pratos de tato que as espécies do tipo ameba lêem pressionando seus poros
nas “páginas”. Quando confrontados com problema de barulho, a bibliotecária-chefe, que
é membro do Conselho, faz com que os usuários fiquem quietos. O bibliotecário torna-se
mais brando quando percebe que o barulho do usuário era causado quando ele percebeu
que a formação do Ovo do Dragão causou a gênese dos homo sapiens. Essa história de
ficção de hard science desenvolve belissimamente uma civilização inteira. A breve aparição
bibliotecária resulta em uma imagem plana e neutra. Uma seqüência foi publicada em
1985 chamada Starquake.
* Gerrold, David. Chess With a Dragon (New York: Walker, 1987). * Gerrold é o pseudônimo de Jerrold David Friedman, o autor do clássico Star Trek
"The Trouble with Tribbles". Neste livro humanos da Terra caíram inadvertidamente em um
grande débito intergaláctico por fazer o download de informação de alto valor do
InterChange. Alguns críticos culpam os bibliotecários, referidos como hackers, por esse
desastre da informação. O InterChange é descrito como o pesadelo bibliotecário uma vez
que ele armazena registros completos de mais de 6 mil espécies, algumas com mais de
meio milhão de anos de dados. A biblioteca é tão vasta que ninguém pode catalogá-la ou
fazer o download do índice completo do computador. Os humanos eventualmente
encontram uma solução inteligente ao seu dilema com a ajuda de Rh/attes, uma espécie
nada atraente de "espiões" ou "delatores" que fornecem excelentes serviços de
recuperação da informação por um preço. Os bibliotecários humanos, que não são * Obras que mencionam bibliotecários apenas em passagens ** Obras que contém uma cena memorável *** Obras onde bibliotecários tem papéis principais
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completamente descritos, apresentam uma imagem de algum modo incompetente e
negativa.
* Gibson, William. Neuromancer (New York: Ace, 1984). * O Cyberpunk é introduzido à ficção científica com um protagonista que protege
sua consciência dentro e fora de uma rede de informação de computador. Há uma quebra
na biblioteca de pesquisa Sensel/Net onde um construto tinha que ser fisicamente
recuperado. Uma bibliotecária de rosto branco é encontrada encolhida entre dois
armários. Suas bochechas estão molhadas e seus olhos brancos aterrorizados em reação à
ameaça hoaxed utilizada para o arrombamento. A bibliotecária aparece muito brevemente
e deixa apenas uma imagem neutra. Esse romance ganhou o Hugo Award e o Nebula
Award em 1984.
Heinlein, Robert A. Friday (New York: Holt, Rinehart and Winston, 1982). ** Friday, uma super-mulher artificial, trabalha como uma mensageira secreta. Como
parte de seu treinamento avançado, Friday deve reportar-se à bibliotecária-chefe. As
chaves no terminal da biblioteca dão a ela acesso à biblioteca local e às principais
bibliotecas tais como Harvard e o Museu Britânico sem necessidade de uma ligação
humana ou de rede. Os livros em papel podiam ser lidos diretamente na tela do terminal
se assim desejado. Sua pesquisa leva à Informação sobre a Morte Negra que é importante
na trama. Ela aprende a lidar com o sistema praticamente sozinha uma vez que o
bibliotecário está muito ocupado para mostrar o terminal a ela ou para responder
perguntas. Entretanto, eventualmente ele disse a ela que ela poderia ter a mesma
informação da biblioteca no terminal em seu quarto! Essa história de ação nos fornece uma
* Obras que mencionam bibliotecários apenas em passagens ** Obras que contém uma cena memorável *** Obras onde bibliotecários tem papéis principais
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visão breve porém memorável do futuro onde o bibliotecário tem um comportamento
negativo de serviço.
Herbert, Frank. Direct Descent (New York: Ace Books, 1980).*** A biblioteca Galactica ocupa quase toda a superfície do planeta Terra no século 81.
A biblioteca, o repositório de todas as coisas registradas de todo governo na história da
galáxia, tem uma equipe de 8 mil pessoas auxiliadas por robôs. Pesquisadores do local
recuperam imagens de páginas de materiais na coleção em telas de televisão. Os
bibliotecários diretores e sua equipe encaram de forma inteligente o dilema de como
preservar a biblioteca enquanto ainda aderem ao Código da Biblioteca que é o de
obedecer todas as ordens diretas do governo que está no poder. Nos dois casos
apresentados neste livro, o governo no poder está tentando destruir a biblioteca! O autor
de Duna criou uma imagem muito positiva de uma biblioteca do futuro baseada em papel
e de bibliotecários espirituosos.
* Keller, David H. The Eternal Conflict (Philadelphia: Prime Press, 1949).*** Um psiquiatra e médico escreve sobre o conflito entre os sexos. O personagem
principal é uma mulher, que é imortal, inteligente e poderosa. Em busca de satisfação, ela
cria um castelo e traz a ele através das eras um bibliotecário e um matemático ancião. Com
a ajuda da mulher, o bibliotecário cria sua biblioteca dos sonhos de um milhão de volumes,
completa com arquivos de cartão. Quando ele não está jogando damas com o
matemático, o bibliotecário tenta ajudar a mulher encontrar satisfação. O bibliotecário,
caracterizado ao longo do romance, serve como figura paterna que projeta uma imagem
positiva de serviço bibliotecário.
* Obras que mencionam bibliotecários apenas em passagens ** Obras que contém uma cena memorável *** Obras onde bibliotecários tem papéis principais
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Laidlaw, Marc. The Third Force: A Novel of Gadget (New York: Simon & Schuster, 1996).*** A heroína é um membro da resistência e a bibliotecária-chefe da biblioteca
Imperial; entretanto, essa posição não a concede liberdade de possuir cada documento na
coleção nesta sociedade totalitarista. Uma identificação de impressão digital é requerida
para a recuperação da informação. Todas as buscas são automaticamente gravadas e
reportadas ao Departamento de Análise de Registros. Os códigos de identificação em cada
livro estão sujeitos à mudança, e os livros são constantemente reorganizados pelo sistema
de recuperação automática para que localizações de livros não possam ser memorizadas.
Antes do final do livro a heroína deixa seu posto na biblioteca porque ela vê que a
biblioteca é "uma cripta para o conhecimento agora. Ninguém pode pegar um livro
emprestado sem temer por sua vida". Essa novela baseada em um jogo de computador
(Gadget) apresenta uma imagem positiva de uma bibliotecária preocupada e uma visão
dramática da inutilidade de repositórios de conhecimento neste futuro potencial.
* MacDonald, George. Lilith (London: Chatto and Winders, 1875).** Uma grande biblioteca ocupa a maior parte do quarto do térreo na casa do herói.
Mr. Raven, o bibliotecário antigo, aparece em intervalos regulares na biblioteca. Um dia o
herói segue Mr. Raven em um mundo-espelho onde ele se torna um pássaro mas continua
a dar recomendações e conselhos. Durante a jornada do herói no mundo-espelho, a
perversa Lilith aparece, bem como Adam (também conhecido como Mr. Raven), a esposa
de Mr. Raven Eva e uma figura materna chamada Mara. Este romance de sonho vitoriano é
complexo e por muitas vezes confuso. Retrata bem uma biblioteca particular grande de
antigamente e tem uma imagem positiva do bibliotecário inteligente (Mr. Raven, Adam)
que remonta ao início dos homens.
* Obras que mencionam bibliotecários apenas em passagens ** Obras que contém uma cena memorável *** Obras onde bibliotecários tem papéis principais
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McCaffrey, Anne. Dragonsdawn (New York: Ballantine Books, 1988).* No futuro distante, seis mil colonos viajam em três espaçonaves por quinze anos
para sua nova casa em Pern. A bibliotecária e historiadora oficial da colônia (General Cherry
Duff) insiste que registros de todas as culturas étnicas devam ser levadas a Pern porque é
impossível saber quando a informação será valiosa. Ela nota que a informação "não ocupa
muito espaço nos chips que temos". Vulcões ativos forçam os colonos a evacuarem o local
de sua terra que está enterrado em poeira vulcânica. O prédio com a interface para a
espaçonave recebe um selo de prova de calor. Quando o prédio enterrado é escavado, o
computador (SEVIA - Sistema de Enderaçamento de Voz de Inteligência Artificial) é
redescoberto no romance Os Renegados de Pern e muito utilizado no romance All the
Weyrs of Pern. O autor menciona a biblioteca e o bibliotecário em uma passagem mas
projeta uma imagem positiva com um bibliotecário de alto status que estabelece uma
base de conhecimento excelente para os colonos de Pern.
* McDevitt, Jack. Eternity Road (New York: HarperPrism, 1997).* Esta história acontece na América do Norte depois que uma praga misteriosa
destruiu o mundo. Livros são raros e apenas seis livros conhecidos sobreviveram ao
desastre da praga. A heroína herda um livro de Mark Twain do líder da primeira expedição
à legendária Haven na qual seu irmão morreu. Ela oferece o livro à biblioteca pública e
decide buscar Haven. Uma cena próxima do fim da história ilustra vividamente a
importância da biblioteca de Haven onde os livros são cuidadosamente colocados em
gavetas em gabinetes. Esses livros redescobertos ajudam a estimular o crescimento da
civilização. Essa aventura em ritmo acelerado dramatiza a importância de livros, bibliotecas
* Obras que mencionam bibliotecários apenas em passagens ** Obras que contém uma cena memorável *** Obras onde bibliotecários tem papéis principais
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e conhecimento. A profissão fica com uma imagem negativa quando o autor menciona em
uma passagem que o papel do bibliotecário é copiar livros.
McMullen, Sean. Voices in the Light: Book One of Greatwinter (North Adelaide, South Australia: Aphelion Publications, 1994). *** Este é o primeiro livro de uma trilogia. No século 39 na Austrália, a bibliotecária
chefe chamada de Highliber, controla uma rede de bibliotecas e bibliotecários espalhados
em várias nações. Ela é uma líder muito forte que mata pessoas em duelos sobre as
modernizações em suas bibliotecas. Uma reorganização da biblioteca, a primeira em 505
anos, acontece pelo propósito de estabelecer um novo serviço Calculador que atua em
funções do tipo computador usando ábacos e centenas de componentes humanos uma
vez que não há eletricidade. Em relação a operar o Calculador, bibliotecários têm torres de
comunicação Beamflash para administrar, aulas para ministrar, livros pra distribuir e
colecionar e cerimônias para realizar. O autor, que é obviamente familiar tanto com o
público e com aspectos de serviços técnicos de biblioteconomia, criou uma visão positiva
e excitante onde as bibliotecas ainda são importantes e os bibliotecários lideram o avanço
na civilização.
* Miller, Walter M. Jr. A Canticle for Leibowitz (New York: J. B. Lippincott Company, 1959). ** A história acontece ao longo de vários séculos começando no século XXXII da Terra
depois de uma guerra nuclear. Apenas alguns barris de livros originais e poucos textos
copiados à mão, re-escritos pela memória, sobreviveram. Os monges replicaram práticas
medievais em seu trabalho para preservar o conhecimento científico, que incluíam cópias,
iluminuras e proteção de suas coleções. Os raros volumes em sua coleção são acorrentados
para prevenir a remoção. Quando os monges reinventam as luzes elétricas, eles acabam * Obras que mencionam bibliotecários apenas em passagens ** Obras que contém uma cena memorável *** Obras onde bibliotecários tem papéis principais
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com a biblioteca e o bibliotecário monge pergunta onde eles deveriam colocar uma
biblioteca mecânica. Com outra guerra nuclear a espreita, padres selecionados e suas
coleções escapam em uma nave espacial para Alpha Centauri. Esse é um romance
brilhante sobre o futuro distante que sublinha a importância da preservação do
conhecimento. Se monges são considerados bibliotecários, então é transmitida uma boa
imagem; o bibliotecário/monge que é especificamente identificado transmite uma
imagem mais inquieta, negativa. Esse romance ganhou o Hugo Award em 1961. Uma
seqüência foi feita recentemente entitulada Saint Lebowitz and the Wild Horse Woman
(New York: Bantam, November 1997).
Parsons, Rich and Keaveny, Tony. Colin the Librarian (Great Britain: Michael O'Mara Books Limited, 1993). *** Colin foi promovido de auxiliar para assistente de bibliotecário na biblioteca Central
de Clacton três anos depois de ter deixado a escola. Ele tem apenas 21 anos, não é muito
alto, tem cabelo preto salpicado com caspa e ainda não se barbeia. O ponto focal de sua
vida é a noite de sábado com jogos de RPG dos Amigos da Conqueror Society. Colin é
visitado na biblioteca por Karp, o conquistador, que o envolve em aventuras no planeta
Threa. Colin tem muito conhecimento sobre as Crônicas de Threa, o que é útil em suas
aventuras. Eventualmente, ele é co-autor do quarto volume das Crônicas, que quando
concluída com sucesso torna-se sua passagem de volta para a mesa de circulação da
biblioteca. Colin é retratado negativamente como o herói fracote nesta paródia britânica
de Conan, o Bárbaro.
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Pratchett, T. The Light Fantastic (Buchinghamshire: Colin Smythe, 1986). ** O romance Discworld vividamente descreve o acidente mágico que transforma o
bibliotecário chefe na universidade Unseen em um orangotango. Em sua mutação, o
bibliotecário continua a exercer suas funções, o que não é fácil em uma biblioteca mágica
onde as estantes brilham com magia e emitem cheiros azuis. Estranhas criaturas são
atraídas pelo vazamento mágico entre os livros. Em uma cena incrível, o bibliotecário que é
incapaz de falar, segura a mão de um usuário enquanto caminham até uma estante para
localizar um livro. Ser um orangotango faz com que fique fácil para o bibliotecário escalar
o topo das estantes para recuperar um livro, e o usuário o recompensa com uma banana.
Essa fantasia nos dá uma perspectiva humorística em um futuro alternativo. O bibliotecário
não-humano tem uma imagem positiva.
* Sargent, Pamela. Earthseed (New York: Harper & Row, 1983). * No futuro distante, uma espaçonave automatizada da Terra educa crianças para
serem colocadas em um planeta não-habitado parecido com a Terra. A espaçonave opera
uma biblioteca física bem equipada que contém microcircuitos com milhões de livros. A
biblioteca também tem um cubo que dispõe hologramas da Terra. Uma vez que as
crianças são deixadas no planeta, a espaçonave vai embora mas diz aos colonos que os
deixou uma biblioteca para ajudá-los a construir uma civilização. A biblioteca da colônia
tem ficas em microfichas, leitores e um bibliotecário -- uma pequena caixa de metal que
recomenda livros com uma voz macia. Entre os personagens principais, um deles parece
viver na biblioteca, luta com suas dúvidas interiores e com outros colonizadores neste livro
para jovens adultos. A biblioteca e a nave "bibliotecária" transmitem uma imagem positiva;
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entretanto, o bibliotecário caixa de metal deixado para os colonos cria apenas uma
imagem neutra.
Soylent Green. MGM/UA Home Video, 1973, rated PG, aproximadamente de 1 hora e 37 minutos. ** Neste provocante filme ecológico que ocorre no ano de 2022 em Nova Iorque, com
população de 40 milhões, Charles Heston começa como um detetive investigando o
assassinado de um membro do conselho Soylent. Existe uma cena memorável na
biblioteca (Exchange) que parece ser a maior fonte de informação de Nova Iorque. A
respeitada bibliotecária do Exchange é chamada de "vossa excelência". A bibliotecária é
muito voltada para serviços, e a informação que ela oferece provoca uma grande
reviravolta na trama. Stanley R. Greenberg escreveu o roteiro ou o filme que é vagamente
baseado no livro Make Room! Make Room! de Harry Harrison (Boston: Gregg Press, c1966).
Esse livro transmite uma visão muito positiva e impressionante de serviços de informação
modernos onde os bibliotecários parecem ter uma grande quantidade de poder.
* Stephenson, Neal. Snow Crash (New York: Bantam, 1992). ** Este romance cyberpunk acontece num futuro próximo principalmente em Los
Angeles e o Metaverso, um universo gerado por computador. As cenas e personagens são
descritos de modo inovador e vívido. O herói, Hiro Protagonist, um correspondente
freelance da Central Intelligence Corporation (CIC) faz o upload de informações para a
Biblioteca do Congresso que se fundiu com o CIC. Quando clientes encontram uso para
algo na biblioteca, o fornecedor freelance consegue uma compensação. Cerca de 99% da
informação na biblioteca não é utilizada; então nosso herói também trabalha como
entregador de pizza da Máfia. O bibliotecário, um programa de software da CIC, aparece * Obras que mencionam bibliotecários apenas em passagens ** Obras que contém uma cena memorável *** Obras onde bibliotecários tem papéis principais
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como um homem grisalho de cerca de cinqüenta anos, com barba e óculos. Em um
momento, o herói diz ao bibliotecário para que pare de andar tão suavemente em seus
sapatos de sola rastejantes. Embora suas contribuições muito enciclopédicas pareçam
alongar a trama por auxiliar o herói a solucionar o mistério do metavirus chamado snow
crash, o estereótipo comum cria uma imagem negativa para o bibliotecário. Este livro em
ritmo acelerado estava na lista de leituras recomendadas no curso de Biblioteconomia da
universidade de Kentucky no verão de 1997.
Tiptree, James Jr. The Starry Rift (New York: A Tom Doherty Associates Book, 1986). ** Tiptree é o pseudônimo de Alice Sheldon. Esse livro contém três romances do
futuro distante sobre a área de espaço conhecida no Rift; cada parte do livro é introduzida
pelo assistente do bibliotecário chefe, que é um anfíbio. O bibliotecário localiza a
informação de modo entusiasmado para ajudar os dois jovens Comenors em sua pesquisa
na grande biblioteca central da Universidade de Deneb. Os aliens apreciam o conselho e os
materiais uma vez que cada novo texto é cuidadosamente colocado em invólucros à prova
de água. No final, os aliens querem dedicar seu artigo ao bibliotecário por sua iluminação
especial em ajudá-los ao invés de dizer para buscarem as coisas sozinhos. Tiptree cria uma
imagem favorável e positiva de bibliotecários.
* Van Vogt, A. E. The World of Null-A (New York: Simon and Schuster, 1984; Columbus, Ohio, Ariel Press, 1970). ** A primeira do que se tornou uma série de romances, essa história de não-
Aristetolismo acontece na Terra e em Vênus em 2560. Para encontrar sua verdadeira
identidade, o herói, Gossayn, deve aprender a entender e usar todo o poder de sua mente.
Perto do final do livro, o herói requere uma conexão visual à fonobiblioteca mais próxima. * Obras que mencionam bibliotecários apenas em passagens ** Obras que contém uma cena memorável *** Obras onde bibliotecários tem papéis principais
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O bibliotecário robô do atendimento dispõe e discute informações pertinentes em como
Gossayn pode treinar a parte extra de seu cérebro. O herói encontra a informação que ele
precisa em detalhes fornecidos pelo bibliotecário e consegue dominar seus poderes
mentais super-humanos. Nesta pequena participação o bibliotecário-máquina, um
especialista em armazenagem e recuperação da informação, encontra três dos quatro
critérios para criar uma imagem positiva.
Vinge, Vernor. A Fire Upon the Deep (New York: Tom Doherty Associates, 1992). *** Um grupo de pesquisa humano usa uma velha biblioteca para criar uma rede e
liberta um poder do mal que pode destruir a galáxia. Depois de estudar para se tornar uma
bibliotecária na Universidade de Sjandra, Ravna ganha uma bolsa de trabalho e estudo 20
mil anos luz no arquivo Relay, um ponto central de uma rede/arquivo de um milhão de
mundos. Como a única humana no Relay, Ravna tem a responsabilidade de orientar Phan
Nuwen, um homem reconstruído. Eles recebem a missão de destruir o poder mal da
galáxia o que os leva a encontrar várias espécies incluindo o vividamente descrito Tines --
aliens parecidos com cães que funcionam melhor em conjuntos. A competente
bibliotecária tem um papel principal nesta vasta aventura galáctica que enfatiza a
interação de aliens e humanos em vários níveis. É criada uma imagem muito positiva das
habilidades técnicas e humanas da bibliotecária.
* Wolfe, Gene. The Shadow of the Torturer (New York: Simon and Schuster, 1980). ** Neste futuro, a civilização está declinando e a sociedade opera no sistema de castas.
O personagem principal é um membro da casta de torturadores. Em nome de uma de suas
vítimas o torturador visita a biblioteca, onde ele encontra brevemente o bibliotecário. A
* Obras que mencionam bibliotecários apenas em passagens ** Obras que contém uma cena memorável *** Obras onde bibliotecários tem papéis principais
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primeira parte da história tem algumas cenas bem feitas da biblioteca que conhecemos
nos livros e seus procedimentos, incluindo uma maravilhosa contabilidade do
recrutamento de crianças em idade muito nova para tornarem-se bibliotecários. Essa
história, volume um de um livro de quatro volumes Book of the New Sun, ganhou o prêmio
da Associação Britânica de Ficção Científica em 1981. A biblioteca e o bibliotecário
aparecem apenas rapidamente, revelando uma imagem neutra e tradicional.
Zahn, Timothy. A Coming of Age (New York: Bluejay, 1984). ** A heroína adolescente quer aprender a ler mesmo que ler seja restrito a adultos. Em
sua jornada de leitura, ela visita a biblioteca onde o primeiro piso é destinado a crianças
com vídeo games e exposições sobre a natureza. No piso superior existe a sala adulta com
estantes altas, cores quietas e passos ainda mais quietos. A bibliotecária alta explica
firmemente a ela porque crianças não podem tocar nos livros. Embora a bibliotecária
esteja sorrindo, seu comportamento e a atmosfera da biblioteca convencem a heroína que
ela terá de aprender a ler em outro lugar. Quando ela aprende de fato a ler, acontecem
problemas entre a heroína e a professora, mas isso também permite que ela tenha um
papel principal na história. Este conto de poder e dinheiro no planeta Tigris têm um tema
interessante onde as crianças possuem habilidades de telecinese. O leitor fica com uma
impressão negativa da bibliotecária que oferece um tipo de serviço de modo a proteger a
sua coleção.
* * Obras que mencionam bibliotecários apenas em passagens ** Obras que contém uma cena memorável *** Obras onde bibliotecários tem papéis principais
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Nota da Autora Marcia J. Myers é graduada pelo Thiel College em Greenville, Pennsylvania, com
pós-graduação pela Universidade de Pittsburgh e doutorado pela universidade do Estado
da Flórida. Suas apresentações e publicações cobrem uma variedade de assuntos de
interesse a ela incluindo estatísticas acadêmicas de bibliotecas, acreditação, automação,
orçamentos, e-mail, levantamento de renda, prédios de bibliotecas, direções de biblioteca,
seguros de biblioteca, segurança de biblioteca, busca online e estudos de usuários. Ela é
provavelmente melhor conhecida pelo seu trabalho sobre a efetividade de serviços de
referência que foi o tema de sua dissertação, apresentações principais em conferências da
Associação Americana de Bibliotecas (ALA), workshops, e um livro entitulado "The
Accuracy of Telephone Reference/Information Service in Academic Libraries: Two Studies"
(com Jassim M. Jirjees, pela Scarecrow Press, 1983).
Este é seu primeiro trabalho sobre ficção científica/fantasia e bibliotecas. Dra. Myers
atualmente é diretora das bibliotecas na Universidade Eastern Kentucky, 521 Lancaster
Avenue, Richmond Kentucky 40475-3121; E-mail: Libmyers@acs.eku.edu
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