perfil institucional consulado da mulher - edição 2015
Post on 22-Jul-2016
216 Views
Preview:
DESCRIPTION
TRANSCRIPT
PerfilInstitucional
ação social da
Mul heres que fazem historia
Resultados
Nossa receita
Acreditamos...
Mulheres que acreditaram
Mais de 33 mil pessoas beneficiadas em todo o Brasil
Página 7
Temos uma metodologia própria de trabalho, reconhecida internacionalmente
Página 8
O Consulado da Mulher acredita na transformação social por meio do empreendedorismo
Página 3
Sete histórias de mulheres que transformaram suas realidades
Página 10
3
A gente faz história
A Consul acredita na vontade das pessoas em se reinventar e sabe
que quem anda junto chega mais longe, e por isso apoia mulheres e
jovens empreendedoras para que melhorem as suas realidades e a das
pessoas à sua volta.
Desde 2002, por meio do Instituto Consulado da Mulher, a Consul
empodera mulheres para que realizem os seus sonhos por meio da
geração de renda em pequenos empreendimentos. Pequenos, porém
significativos. Mais de 33 mil mulheres em todo o Brasil já passaram
por essa transformação, mudando suas histórias de vida. Por isso, no
Consulado da Mulher, dizemos que...
O Instituto trabalha com mulheres de baixa renda, com dificuldades de se inserir
no mercado de trabalho e que moram em áreas rurais ou nas periferias das
metrópoles. Em sua maioria, são mães que batalham muito para levar para
casa o sustento da família.
São mulheres que, apesar das dificuldades, não param de sonhar, querem
fazer mais e melhor para mudar suas vidas. Nós capacitamos, assessoramos
e aportamos recursos para transformar os pequenos negócios dessas
empreendedoras em empreendimentos duradouros, que gerem renda,
emprego e qualidade de vida.
Estamos presentes em todo o Brasil apoiando negócios populares, articulando
parcerias, levando conhecimento e catalisando ideias. Acreditamos que as
transformações vêm em cadeia, que as conquistas dessas mulheres podem
inspirar toda a comunidade e (por que não?) todo o país.
Quem somosAcreditamos em quem acredita
A Lucia, a Marinês, a Nice e a Expedita acreditaram, e estão entre
as mais de 33 mil mulheres empreendedoras, em 20 estados
brasileiros, com quem já trabalhamos. O que antes era apenas
um sonho para essas mulheres, depois da assessoria técnica
virou planos de negócio, técnicas de produção, gestão, planeja-
mento e, principalmente, resultados.
Nossa assessoria vai desde a construção conjunta do negócio
até a doação de eletrodomésticos Consul, e inclui a transmissão
de conhecimento em todas as fases do processo: elaboração de
planos de negócio, procedimentos administrativos, técnicas de
vendas, resolução de conflitos, relações de gênero nos negó-
cios, etc. Andamos junto das mulheres por um tempo médio de
dois anos, que é o tempo necessário para que elas conquistem
autonomia e se sintam seguras para seguirem adiante sozinhas.
Estimulamos a coletividade e o trabalho em rede para que, em
conjunto, as empreendedoras tenham mais força, consigam
prosperar em seus negócios e chegar mais longe.
Os empreendimentos se concentram
principalmente nos ramos de alimentacao e lavanderia (80%), mas tambem incluem grupos de artesanato regional e
servicos de beleza
5
Manifesto
O Consulado da Mulher é a Consul transformando
os sonhos em realidade. Apostando na vontade das
pessoas, que quando estão bem acompanhadas, não
têm limites para fazer mais.
Incentivamos e viabilizamos geração de renda para
melhorar a qualidade de vida. Para isso, investimos
nas mulheres. Elas, que fazem de conquistas pessoais
transformações em cadeia, com impacto em toda a co-
munidade e sem deixar ninguém de fora dessa história.
Acreditamos na energia de cada uma em se reinventar e
correr atrás, em fazer de um jeito que ninguém pensou
que fossem capazes. Por isso, inspiramos as mulheres
para fazer mais e melhor. É menos “será que dá?” e
mais “vai dar, sim!”.
Assim, vamos por todos os cantos do Brasil para
apoiar empreendimentos populares, articular parcerias
e catalisar ideias. A cada vida que se soma aos nossos
milhares de beneficiados vemos motivos para celebrar.
É com essa disposição que assumimos a responsabili-
dade de transformar vontades em verdades e construí-
mos histórias a partir do que acreditamos.
Nossa atuação
Atuamos em todo o território nacional, diretamente ou por meio de parcerias com entidades
sociais sem fins lucrativos.
Atuação local
Assessoria direta por meio de nossas equipes
técnicas nas cidades em que estão localizadas
as unidades da Whirlpool Latin America: Rio
Claro (SP), Joinville (SC), Manaus (AM) e São
Paulo (SP).
Assessoria remota
Os empreendimentos são selecionados por meio
do edital Prêmio Consulado da Mulher e a asses-
soria é oferecida em conjunto com instituições
sociais parceiras, que recebem capacitação e se
reportam periodicamente ao Consulado.
Valores
Andamos junto das mulheres que apoia-
mos. Somamos nosso conhecimento
e de nossos parceiros com a força de
vontade que só elas têm. Conhecemos
seu dia a dia e trabalhamos em equipe
para construir com elas uma nova história
de felicidade.
Capacitamos mulheres empreendedoras
para construir ao lado delas o mundo que
acreditamos e que queremos viver: um
mundo mais justo e sustentável.
Somos como as mulheres, olhamos a
vida com afeto. Em tudo que fazemos
incorporamos cuidado.
Com empatia acolhemos toda a diversi-
dade e promovemos a inclusão social das
mulheres para transformar a história de
pessoas, famílias e comunidades inteiras.
Transformação social por meio do incentivo
ao empreendedorismo, empoderando mu-
lheres para o alcance dos seus sonhos.
Parceiro
Visão Missão
Responsável
Cuidadoso
Solidário
Apoiar e empoderar mulheres empreende-
doras aportando conhecimento e recursos
para viabilizar a geração de renda.
Um dos projetos mais importantes na Atuação Local são as Oficinas do Sabor, lanchonetes e cafe-
terias presentes em todas as unidades Whirlpool e também em empresas e organizações parcei-
ras. Nelas, o aprendizado de negócios acontece na prática, oferecendo aos colaboradores opções
de alimentação saudável, preparadas por empreendedoras de culinária que estão buscando se
reinventar e crescer.
Prêmio Consulado da Mulher
Desde 2013, o instituto seleciona e premia os novos
empreendimentos que serão apoiados remotamente por
meio do edital Prêmio Consulado da Mulher. Os projetos
vencedores recebem a assessoria técnica visando o seu
desenvolvimento, além da doação de eletrodomésticos
Consul utilizados como instrumentos de produção.
Para participar do edital e concorrer ao prêmio, o em-
preendimento deve ser popular e coletivo, com liderança
feminina e ter, no mínimo, 70% de mulheres.
Em suas primeiras edições o prêmio contou com o apoio
do Hotel Ibis, pertencente ao grupo Accor, e da Azul
Linhas Aéreas.
Pesquisa recente do Sebrae revela que as mulheres estão à frente das principais atividades entre os
microempreendedores individuais e já representam 46% dos empresários deste segmento.
Os primeiros colocados tambem recebem uma
quantia em dinheiro para investir na infraestrutura
necessaria para o crescimento do negocio.
Quem somos
7
Sucesso compartilhado
Andamos junto das empreendedoras assessoradas, e também
comemoramos junto. Todos os anos, quantificamos os resulta-
dos obtidos por essas mulheres para que possamos, inclusive,
avaliar o nosso próprio trabalho.
As histórias de sucesso delas são também o nosso sucesso.
Em 2014, foram 108 empreendimentos
assessorados, com 1.570 pessoas gerando renda e um faturamento total de
R$ 5,3 mil hoes.
pessoas gerando renda
pessoas beneficiadas
elevação média de renda por empreendedora entre o início e o final de 2014
empreendimentos assessorados
faturamento dos empreendimentos
pessoas beneficiadas desde o início de nossa atuação
1.570
6.314
21%
108
R$ 5,3 milhões
Balanço Social 2014
33 mil
59em atuação direta
em atuação por meio de parcerias
49
Balanco social 2014
Nossa receita de sucesso Desde nossa fundação em 2002, aprendemos muito
sobre o empoderamento das mulheres e o fomento à
geração de renda por meio do empreendedorismo.
Esse aprendizado transformou-se em uma metodo-
logia própria de trabalho, que orienta a atuação de
nossas equipes e parceiros sobre o desenvolvimento
de negócios populares.
A metodologia de trabalho do Consulado da Mulher
está pautada em indicadores de gestão e segue os
princípios da educação popular, equidade de gênero e
do trabalho em rede.
Nosso cuidado e afeto em tudo o que fazemos já foi
reconhecido por prêmios nacionais e internacionais,
como Certificação da Fundação Banco do Brasil, Prê-
mio Doar para Transformar, participação no Clinton
Global Initiative e Medalha Ruth Cardoso, entre outros.
Nosso trabal ho e transformar vontades em verdades.
Transmitimos conhecimento para que as empreendedoras aprendam na pratica. Mas a vontade e o esforco delas permitem o crescimento e o
desenvolvimento dos negocios.
Identificamos e elegemos as empreendedoras
interessadas em receber assessoria de duas
maneiras: por meio do Prêmio Consulado da
Mulher ou por processo seletivo realizado nas
unidades de atuação presencial.
As empreendedoras inscritas passam por uma
primeira etapa de avaliação, que segue critérios
específicos e que considera também uma autoa-
valiação. Depois de pré-selecionadas, recebem
treinamentos básicos em empreendedorismo,
gênero e trabalho em rede para, em seguida,
construírem seu plano de negócio simplificado.
Com o plano em mãos ocorre a seleção final, e
as aprovadas iniciam o processo de assessoria,
que inclui temas, como Gestão Administrativa,
Formalização, Gestão Financeira, Marketing,
Vendas, Recursos Humanos, Gestão da Produ-
ção e Sustentabilidade.
Como funciona Seleção de Novas Empreendedoras
Metodologia
9
InvestimentoOs empreendimentos selecionados para receber assessoria também podem receber investimentos
do Consulado da Mulher, representados por eletrodomésticos Consul ou outros recursos e mate-
riais para investimento no negócio.
Educação empreendedora e assessoriaÉ com base no plano de negócio que são identificadas as áreas de desenvolvimento dos empreen-
dimentos, as quais irão nortear o trabalho de assessoria. Na atuação direta, nossos educadores
sociais acompanham semanalmente os grupos. Já na assessoria remota, o contato é realizado
mensalmente e as assessorias presenciais acontecem duas vezes ao ano.
11
Delícias do semiárido baianoÉ preciso persistência para se levar a vida no Semiárido Nordestino,
região de Feira de Santana (BA), onde está a comunidade Fazenda
Lagoa da Negra. Isso não falta às mulheres da Associação Comuni-
tária Lagoa da Negra (Acolan). Desde a década de 90, elas e outros
microprodutores da região unem forças para fazer da terra sua
fonte de renda. Assim surgiu a horta comunitária e a tentativa de
comercializar alimentos produzidos com o excedente da colheita,
originando a Acolan, fundada em 2006.
Com apoio de entidades, as associadas fizeram cursos de fabrica-
ção de biscoitos, geleia, bala e panificação. Mas a ideia começou a
vingar com a chegada do Consulado da Mulher, no final de 2013. O
Consulado doou todo o equipamento para produção: ganharam
freezer, fogão, refrigerador, entre outros. “Tínhamos a teoria, mas
não tínhamos como desenvolver. O apoio do Consulado foi o ponto
de partida para nos encorajar, dando ânimo para avançar”, explica
Lucia Bispo Santana, de 56 anos, presidente e fundadora da Acolan.
Elas chegaram a ter um ponto de venda na BR-116, mas era longe
e caro. Resolveram ficar na comunidade mesmo, perto da cozinha
onde produzem – na casa de Lucia. Diariamente, vendem biscoitos
de tapioca, temperos e picolés, feito pela e para a comunidade.
Vendem também trabalho artesanal, como pintura e bordado em
tecido. “Com o apoio do Consulado, estamos aprendendo sobre a
importância do trabalho em equipe, além de organizar e administrar
melhor nosso negócio”, conta Lucia.
Hoje, são 25 mulheres que tiveram aumento de renda com a aber-
tura do negócio, complementando o que ganham na roça. “Por
enquanto é uma estrutura provisória. Mas em breve teremos nosso
próprio prédio e vamos nos tornar uma empresa maior”, prevê
Lucia, com um sorriso no rosto.
Da horta comunitaria e
da tentativa de comercializar alimentos com o excedente da
col heita surgiu a Acolan
Associacao C omunitaria Lagoa da Negra
13
Artesanato em harmoniaO artesanato é uma das opções mais frequentes para que mulhe-
res, mães de família, possam gerar renda. Mas, se produzir mui-
tas vezes é simples para quem possui a técnica, comercializar os
trabalhos quase sempre é mais complicado. Uma alternativa é a
formação de associações, que permitem potencializar a exposição
dos produtos e reforçar outras ações em coletivo para fortalecer
os negócios.
Um grupo de artesãs do Amazonas sentiu esta necessidade e
decidiu se unir, formando a Associação de Artesãos de Itacoatiara,
no início de 2012. Não demoraram a perceber que montar uma
organização social poderia ser até mais difícil do que vender. “A
gente não tinha noção de como fazer as coisas. Quase ninguém
ia às reuniões e não chegávamos a conclusão alguma”, conta a
artesã Marinês de Oliveira de Assis, 52 anos.
Até que a Fundação André e Lucia Maggi, que apoia o empreen-
dimento, pediu ajuda ao Consulado da Mulher. A assessoria ao
grupo iniciou em agosto de 2013, promovendo capacitação em
planejamento financeiro, precificação, trabalho em equipe, entre
outros temas. Além do aumento na comercialização, outra evolu-
ção importante foi a melhoria do relacionamento interpessoal das
artesãs. “Agora estamos caminhando. Aprendemos a conviver em
grupo, a respeitar as diferenças.”
Além de vender seus produtos individualmente, as artesãs já
começaram a realizar suas primeiras ações coletivas. O espaço de-
las, localizado na rodoviária da cidade para a venda dos artesana-
tos, agora abre todos os dias – antes volta e meia elas não sabiam
quem estava com a chave. “Hoje somos 14 mulheres, mas quere-
mos unir todas as artesãs de Itacoatiara”, vislumbra Marinês.
Artesas amazonenses desenvolvem
aprendizado para o trabal ho em
equipe e para a economia solidaria
Associacao de Artesaos de Itacoatiara
15
Superadubo para a comunidade O lixo e o entulho que dominavam o terreno de 2.600 m²
no Jardim Iririú, em Joinville (SC), deram lugar a 20 can-
teiros e uma produção variada: são mais de 60 tipos de
verduras, legumes, temperos e ervas medicinais, todos
orgânicos. Desde o fim de 2012, mulheres como Alice
Jarocvinsky, 59 anos, colocam a mão na terra diariamen-
te para cultivar alimentos saudáveis na Horta Girassol.
“Quem come uma comida como a nossa, sem agrotóxi-
cos, não precisa de remédio”, avalia.
Graças ao apoio do Consulado da Mulher a produção,
que antes ia apenas para a mesa das próprias morado-
ras, agora também é comercializada, gerando renda.
A parceria, feita em 2013, beneficia a Girassol e outras
duas hortas urbanas: a da Figueira, no Jardim Sofia, e
a dos Ipês, no Jardim Edilene. Ao todo são 46 pessoas,
das quais 32 são mulheres. Além de oferecer os insumos
para aumentar a produção, o Consulado intermediou as
primeiras vendas. Dona Alice e as demais do grupo rece-
beram orientações em relação à divisão de tarefas, gestão
de conflitos, administração, precificação e outras noções
básicas para tocar um negócio coletivamente. “A chega-
da do Consulado como parceiro foi como uma espécie de
superadubo, deu força total. Essa horta nunca esteve tão
linda”, comemora Alice.
As empreendedoras investem agora em infraestrutura.
“Nós não tínhamos nem banheiro para usar enquanto
trabalhávamos aqui”, lembra Alice. Apostam também na
aquisição de novos conhecimentos, por meio de cursos,
para assegurar a qualidade dos alimentos e agregar valor
ao que produzem, ampliando sua renda no final do mês.
“A chegada do C onsulado foi como
uma especie de superadubo, deu
forca total. Essa horta nunca esteve
tao linda.”
Hortas comunitarias
17
Um sonho de lavanderia Há quatro anos, as empreendedoras da LavPaty moravam
em palafitas na favela do Canal Acaraú, no Guarujá (SP), e não
tinham muitas perspectivas e oportunidades de melhorar suas
vidas. “Quando chovia enchia de água e vinha inseto, rato”,
lembra Elenice Rego Edeltrudes, 52 anos, a Nice. A partir de
2010 tudo mudou: elas ganharam casas novas construídas
pela ONG Habitat Brasil, em parceria com a Whirlpool Latin
America e outras empresas da região. Para somar a este
projeto de novas moradias, o Consulado da Mulher identificou
potencial para um negócio no ramo de lavanderia, que pudes-
se atender a comunidade e criar condições dessas famílias
gerarem renda e se sustentarem.
O grupo que integra a Lavanderia LavPaty recebeu capacitações
para gerenciar o negócio e para executar os serviços de lavagem
de roupas. O nome do empreendimento é uma homenagem à fi-
lha de Nice, Patrícia, uma pessoa que se dedicou muito ao projeto
mas faleceu em 2011. Os primeiros equipamentos foram doados
pelo Consulado, que também buscou parcerias para obter outros
itens necessários ao funcionamento do negócio. Hoje a equipe
se divide no trabalho, e uma educadora do Consulado visita a
LavPaty semanalmente para orientar na gestão dos negócios.
Os clientes são os vizinhos da comunidade. Por dois anos após
o início do funcionamento o Consulado arcará com 50% das des-
pesas. “Depois eles vão deixar tudo na nossa mão”, diz Nice.
Mas elas estão preparadas. “Todo mês a gente tira 10% para o
fundo de reserva. É assim que funciona. Tudo o que sabemos foi
o Consulado que ensinou.” Para o futuro, a LavPaty está de olho
em grandes clientes, como hotéis e restaurantes do Guarujá. A
meta é pagar todas as despesas da lavanderia e ainda tirar uma
boa renda para seus integrantes.
Inaugurada em Janeiro de 2014,
projeto mudou vidas e trouxe
esperanca
Lavanderia Solidaria LavPaty
19
Gastronomia ruralHá mais de 16 anos, Expedita Saldanha dos Santos, 51 anos, lu-
tava por um pedaço de terra para viver. Em 1998, após inúme-
ras ocupações e despejos, 40 famílias, entre elas a de Expedita,
chegaram ao Horto Florestal de Cordeirópolis (SP) e fundaram
o Assentamento XX de Novembro.
Elas tornaram a área habitável, formaram uma associação de
produtores rurais e chamaram atenção – inclusive do Consula-
do da Mulher – pelo seu esforço e perseverança. “O Consulado
foi um presente do céu e eu agradeço todos os dias. Sem essa
parceria não teríamos condições de construir o que construí-
mos”, conta Expedita, uma das fundadoras do Grupo de Mulhe-
res Recanto das Palmeiras. E elas construíram muito.
Da primeira cozinha, equipada com eletrodomésticos Consul, saí-
ram vários projetos para vender alimentos, como banana e man-
dioca chips na unidade de Rio Claro da Whirlpool Latin America e
em eventos diversos da cidade. O grupo seguiu a orientação do
Consulado de sempre depositar parte do lucro para o futuro. Em
2012 começaram a tocar o projeto do restaurante, que se tornou
realidade e foi inaugurado em dezembro de 2013, com doações
do Consulado e de muita gente da região.
O Instituto assessorou as empreendedoras com a gestão dos
negócios, fluxo de caixa, precificação e outras noções empre-
sariais. Atualmente, elas produzem refeições diárias, servidas
no salão ou em marmitex, além de almoços especiais com
pratos como Porco no Rolete e Vaca Atolada. “O importante foi
abraçar a causa, vestir a camisa e ter muita teimosia para não
desistir nos primeiros problemas. Acho que toda empresária
passa por isso. O começo é difícil, mas a esperança de melhorar
a cada dia nos leva adiante”, conclui Expedita.
Da primeira cozinha, montada com doacoes da C onsul, sairam
varios projetos para vender alimentos,
como banana e mandioca chips
Recanto das Palmeiras
21
Oportunidades com sabor da amazôniaGraviola, buriti, cupuaçu, goiaba, coco, maracujá e muita força de
vontade. Esses são alguns dos ingredientes dos sorvetes Sabo-
res do Tarumã, produzidos e vendidos na comunidade Nossa
Senhora de Fátima, próxima a Manaus, desde 2010. O em-
preendimento surgiu dos sonhos da Daniele Aparecida Ferrão,
37 anos, que fazia o sorvete, 100% natural, para a família, mas
sempre quis achar uma forma de gerar renda e oportunidades
com a grande quantidade de frutas produzidas na região.
“Eu tinha a ideia, mas não tinha dinheiro. Eles [o Consulado da
Mulher] viram o nosso potencial e nos ensinaram a caminhar.
Orientaram-nos a formar um grupo de mulheres e doaram free-
zers, embalagens e equipamentos, além do aluguel de um espa-
ço para começar as atividades”, conta Daniele. Parte das frutas
vem de plantações das próprias empreendedoras, e o que falta
é comprado na cooperativa da comunidade, a Agrofruta. Além
disso, o Consulado ofereceu cursos de capacitação e empreen-
dedorismo e ajudou nas vendas iniciais – na fábrica da Whirlpool
Latin America em Manaus.
Hoje, as tarefas são bem divididas e a produção varia de 200 a
250 copinhos de sorvetes por semana, vendidos na comunidade
e gerando renda para estas mulheres. Mas não é só a renda que
conta. “As mulheres daqui não enxergavam possibilidades de
crescimento pessoal nem profissional. E boa parte era analfabe-
ta”, diz Daniela. Graças à visibilidade da sorveteria, uma voluntária
conheceu o projeto e elas foram alfabetizadas.
No futuro próximo, a Sabores do Tarumã pretende construir um
espaço amplo e bem estruturado para conquistar a certificação
da Anvisa e levar a marca Sabores do Tarumã para toda Manaus.
“As mul heres daqui nao
enxergavam possibilidades de crescimento pessoal nem prof issional.”
Sabores do Taruma
23
A soma que multiplicaBuscando inovar na criação de novas oportunidades de gera-
ção de renda para as mulheres que assessora, o Consulado
da Mulher propôs aos empreendimentos de alimentação que
se unissem para trabalhar em rede. O trabalho é dividido e
os ganhos multiplicados. A chave do sucesso está na união e
cooperação entre as pessoas.
A Rede de Alimentação União dos Sabores Solidários, for-
mada em 2011, reúne cerca de 90 mulheres ligadas a 14
empreendimentos de várias regiões da Grande São Paulo e
Cubatão, prestando serviços de coffee breaks e bufês, além
de brindes corporativos e eventos.
Os grupos aprenderam a se organizar, dividir tarefas e au-
mentar a produção, o que permitiu atender uma gama maior
de clientes, oferecendo especialidades variadas como doces,
salgados, sanduíches, refeições, etc. A renda destas mulheres
aumentou mais de 100% desde o início do empreendimento,
o que possibilitou a ampliação da capacidade produtiva e me-
lhorias do local de produção, além da autonomia e empodera-
mento de cada participante.
Flavia Rodrigues, 27 anos, é uma das mulheres que teve a
vida transformada com a iniciativa. Fazia um curso de culi-
nária quando foi convidada para o empreendimento Paraíso
Saudável, responsável pela gestão da Oficina do Sabor e do
Carrinho do Sabor, que comercializam no Centro Adminis-
trativo da Whirlpool, em São Paulo. Hoje, além de produzir
diversos tipos de alimentos, elas também compram de outros
empreendimentos da rede, comercializam e administram a
lanchonete. “Agora é muito mais responsabilidade. Para mim
seria algo impossível, mas o Consulado acreditou, viu que
tínhamos capacidade de administrar um negócio e ajudou a
gente”, avalia Flavia.
Operando em rede, empreendimentos
solidarios compartil ham oportunidades,
ampliam a capacidade de atendimento e
potencializam negocios
Rede Uniao dos Sabores Solidarios
Ab
ril /
20
15Unidade São Paulo (SP) e Núcleo AdministrativoRua Olympia Semeraro, 675 – Jd. Santa Emília – 04183-090Tel. (11) 3566-1705
Unidade Rio Claro (SP)Avenida 80 A, n° 777, Distrito Industrial – 13506-095Tel. (19) 2111-9493
Unidade Joinville (SC)Rua Dona Francisca, 7.173, Zona Industrial Norte Tel. (47) 3803-4836
Unidade Manaus (AM)Rua Torquato Tapajós, 7500 – Bairro Colônia Terra Nova – 69048-660Tel. (92) 3301-8550
www.consuladodamulher.org.br
/consuladodamulher
@consuladomulher
/consuladomulher
/instituto-consulado-da-mulher
FSC ação social da
top related