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UniSALESIANO
Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium
Curso de Ciências Contábeis
Claudio Alexandre Marino
Felippe Zoquiu Ferreira de Sousa
Patrícia Tieko Hamamoto Tanaka
PROCESSO DE ABERTURA E A OPÇÃO PELO
REGIME TRIBUTÁRIO DE UMA EMPRESA
VAREJISTA DO SETOR ALIMENTÍCIO
Restaurante 'Água na Boca'
Promissão – SP
LINS – SP
2016
CLAUDIO ALEXANDRE MARINO
FELIPPE ZOQUIU FERREIRA DE SOUSA
PATRÍCIA TIEKO HAMAMOTO TANAKA
PROCESSO DE ABERTURA E A OPÇÃO PELO REGIME TRIBUTÁRIO DE
UMA EMPRESA VAREJISTA DO SETOR ALIMENTÍCIO
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, curso de Ciências Contábeis, sob a orientação do Prof. Me. Euclides Reame Júnior e orientação técnica da Profª Esp. Érica Cristiane dos Santos Campaner.
LINS – SP
2016
Marino, Claudio Alexandre; Sousa, Felippe Zoquiu Ferreira de; Tanaka,
Patricia Tieko Hamamoto
Processo de Abertura e a opção pelo regime tributário de uma empresa
varejista do setor alimentício / Claudio Alexandre Marino; Felippe Zoquiu
Ferreira de Sousa; Patrícia Tieko Hamamoto Tanaka. – – Lins, 2016.
76p. il. 31cm.
Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano
Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Ciências
Contábeis, 2016.
Orientadores: Euclides Reame Junior, Érica Cristiane dos Santos
Campaner
1. Planejamento tributário. 2. Regimes tributários. 3. Profissional contábil. 4. Processo de abertura. I Título.
CDU 657
CLAUDIO ALEXANDRE MARINO
FELIPPE ZOQUIU FERREIRA DE SOUSA
PATRÍCIA TIEKO HAMAMOTO TANAKA
PROCESSO DE ABERTURA E A OPÇÃO PELO REGIME TRIBUTÁRIO DE
UMA EMPRESA VAREJISTA DO SETOR ALIMENTÍCIO
Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium
para obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis.
Aprovado em: ____ / ____ / ____
Banca Examinadora:
Prof. Orientador: Me. Euclides Reame Júnior
Titulação: Mestre em Engenharia de Produção pela USP - São Carlos
Assinatura: _____________________________
1º Prof(a): _______________________________________________________
Titulação: _______________________________________________________
_______________________________________________________________
Assinatura: _____________________________
2º Prof(a): _______________________________________________________
Titulação: _______________________________________________________
_______________________________________________________________
Assinatura: _____________________________
DEDICATÓRIAS
À minha amada esposa Rosângela, que me apoiou, incentivou nesta
trajetória, que ao longo de nossa vida juntos superamos todos os desafios sem
perder a fé em Deus, amor e respeito, assim concluímos mais esta etapa. Aos
meus filhos Kleber Alexandre e Maria Laura, que eles nunca desanimem diante
das dificuldades e com a persistência e fé conseguimos realizar nossos
sonhos.
Claudio Alexandre Marino
Aos meus pais, que desde a minha infância foram à fonte de inspiração
para as minhas conquistas, me proporcionando com muito amor e sabedoria, a
importância de ter disciplina, humildade e caráter para alcançar com dignidade
os objetivos desta vida. À minha irmã, alma gêmea, amiga, parceira de longa
data e a todos meus familiares, amigos, mestres e professores que de alguma
forma mesmo que breve tocaram meu coração de alguma forma a incentivar a
minha sabedoria.
Felippe Zoquiu Ferreira de Sousa
Dedico este trabalho aos meus pais e marido que tornaram possível mais esta
etapa acadêmica e amadurecimento profissional, proporcionando-me sempre
todo suporte e auxílio de que necessitei e que estiveram ao meu lado em todos
os dias de minha vida.
Patrícia Tieko Hamamoto Tanaka
AGRADECIMENTOS
Primeiramente agradeço a Deus por ter me sustentado até aqui e creio que ele
providenciará vitória em minha vida, nesta terra de gigante, onde com
honestidade e humildade, venceremos. A minha esposa, filhos e familiares,
pois são eles a minha base, o meu alicerce, para conseguir tornar possível a
realização desta jornada, aos meus colegas de trabalho, Felippe e Patrícia pela
paciência e incentivos. Aos professores Euclides e Érica e ao final a professora
Jovira, pela orientação e dedicação. A todos os professores e em especial aos
professores Irso Tofoli e Ricardo Gonçalves, por compartilharem conosco seus
conhecimentos.
Claudio Alexandre Marino
Em especial a Jeová, Deus misericordioso pelo amor, fortaleza e
sabedoria que me proporcionou. Aos meus pais e familiares pelo aprendizado e
a motivação. Aos meus amigos pelas experiências vividas e a todos os
mestres, professores e amigos de sala de aula que me acompanharam nesta
jornada acadêmica me fazendo acreditar que o maior erro é não tentar por
medo do fracasso.
Felippe Zoquiu Ferreira de Sousa
Agradeço ao meu orientador e amigo, professor Euclides Reame Junior,
bem com aos meus companheiros de jornada, Felippe Zoquiu e Claudio
Marino, pelo apoio, pelas informações ministradas e pela reciprocidade nos
estudos, fatores que tornaram possível a elaboração e conclusão deste
trabalho.
Patrícia Tieko Hamamoto Tanaka
RESUMO
Perante as exigências para o início de uma empresa comercial, sabe-se que há muitas etapas a serem seguidas dentro do processo burocrático para que tudo ocorra da maneira mais correta, conforme cada prazo exigido em cada um dos órgãos públicos pelo qual esse processo deve tramitar a fim do registro nas esferas federais, estaduais e municipais. Deve-se escolher o regime tributário mais adequado para sua natureza e porte, cabendo ao contador o aconselhamento e atualização sobre o melhor caminho a ser seguido de forma ética, honesta e profissional. Diante deste cenário, a presente pesquisa detalha essa consultoria do sócio empresário do ramo alimentício – Restaurante „Água na Boca‟ com seu contador, bem como as fases para a abertura da empresa, o regime tributário escolhido e como este funciona dentro da contabilidade da empresa. O objetivo deste trabalho é mostrar a operacionalização de todo o processo de abertura contábil de uma empresa; as formas de regime tributário existentes e o papel exercido pelo profissional de contabilidade. Ademais, infere-se que o objetivo deste trabalho residiu na possibilidade de oferecer um auxílio para que os profissionais contábeis recém-graduados pudessem se embasar para conseguir atuar no mercado como autônomos, ou seja, comandando um escritório contábil que assessora empresas comerciais. Interessante ressaltar que tudo isso só é de grande valia se houver uma parceria incondicional entre o profissional contábil e empresário, devendo haver uma relação transparente entre ambos para que o empreendimento seja o mais organizado possível, tornando-se competitivo e assim, obtendo o sucesso almejado. Palavras-chave: Planejamento tributário. Regimes tributários. Profissional contábil. Processo de abertura.
ABSTRACT
Given the requirements to start a commercial company, it is known that there are many steps to be followed within the bureaucratic process so that everything happens in the most correct way, according to each deadline required in each of the public bodies by which this process must process For federal, state and municipal registration. One should choose the tax regime most appropriate for its nature and size, and the accountant is advised and updated on the best way to be followed in an ethical, honest and professional manner. In view of this scenario, this research details this consultancy of the business partner of the food business - 'Water in the Mouth' Restaurant with its accountant, as well as the phases for the opening of the company, the tax regime chosen and how it works within the company's accounting . The objective of this work is to show the operationalization of the entire accounting opening process of a company; The existing tax arrangements and the role played by the accounting professional. In addition, it is inferred that the objective of this work resided in the possibility of offering an aid so that the newly graduated accounting professionals could be based to be able to act in the market like autonomous, that is, commanding an accounting office that advises commercial companies. It is interesting to point out that all this is only of great value if there is an unconditional partnership between the accounting professional and entrepreneur, and there must be a transparent relationship between both so that the enterprise is as organized as possible, becoming competitive and thus obtaining the desired success . Keywords: Tax planning. Tax Regimes. Professional accountant. Opening process.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Estrutura Organizacional Restaurante Água na Boca ...................... 20
Figura 2: Ambiente interno da empresa ........................................................... 21
Figura 3: Balcão de alimentos frios (saladas) .................................................. 22
Figura 4: Balcão de alimentos quentes ............................................................ 22
Figura 5: Requerimento do empresário ........................................................... 68
Figura 6: Inscrição Estadual ............................................................................ 70
Figura 7: Cartão do CNPJ ................................................................................ 72
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Descreve uma síntese dos tipos societários e enquadramentos...... 26
Tabela 2: Receitas efetivas .............................................................................. 62
Tabela 3: Alíquotas e Partilha do Simples Nacional – Comércio ..................... 63
Tabela 4: Receita Bruta ................................................................................... 64
Tabela 5: Receita Bruta ................................................................................... 64
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ADCT: Ato Das Disposições Constitucionais Transitórias
CADESP: Cadastro de Contribuintes do ICMS
CF: Constituição Federal
COFINS: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social
CNAE: Classificação Nacional de Atividade Econômica
CNPJ: Cadastro Nacional de Pessoal Jurídica
CPP: Contribuição Previdenciária do Empregador
CSLL: Contribuição Social sobre o Lucro Líquido
DARF: Documento de Arrecadação da Receita Federal
DEFIS: Declaração de Informações Socioeconômicas e Fiscais
EIRELI: Empresa Individual de Responsabilidade Limitada
EPP: Empresa de Pequeno Porte
FGTS: Fundo de Garantia do Tempo de Serviço
IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
ICMS: Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços
IPI: Imposto sobre produtos industrializados
IR: Imposto de Renda
IRPF: Imposto de Renda de Pessoa Física
IRPJ: Imposto de Renda de Pessoa Jurídica
ISS: Imposto sobre Serviços de qualquer natureza
ISSQN: Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza
JUCESP: Junta Comercial do Estado de São Paulo
LC: Lei Complementar
Ltda.: Limitada
ME: Micro Empresa
MEI: Microempreendedor Individual
PGDAS-D: Programa Gerador do Documento de Arrecadação do Simples
Nacional - Declaratório
PIS/PASEP: Contribuição ao Programa de Integração Social e ao Programa de
Formação do Patrimônio do Servidor Público
SEFAZ: Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo
SPED: Sistema Público de Escrituração Digital
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .................................................................................................. 15
CAPÍTULO I - MARCELO FERREIRA DE SOUSA ME – 'RESTAURANTE
ÁGUA NA BOCA' ............................................................................................. 17
1 A EMPRESA E O SEU SETOR DE ATUAÇÃO .................................. 17
1.1 Histórico da empresa ........................................................................... 17
1.2 Planejamento da estrutura empresarial................................................ 18
1.3 Missão, Visão e Valores ....................................................................... 19
1.4 Organização da empresa ..................................................................... 19
1.5 Estrutura física ..................................................................................... 20
1.6 Mercado de atuação e público alvo ...................................................... 21
1.7 Propaganda e marketing ...................................................................... 23
1.8 Concorrentes ........................................................................................ 23
CAPÍTULO II - O PROCESSO DE ABERTURA DE UMA EMPRESA
VAREJISTA ...................................................................................................... 24
1 CONCEITO DE CONTABILIDADE ...................................................... 24
2 ENQUADRAMENTO E NATUREZA JURÍDICA .................................. 24
2.1 Microempreendedor Individual (MEI) ................................................... 25
2.2 Microempresa (ME) e Empresa de Pequeno Porte (EPP) ................... 25
2.3 Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (EIRELI) ............... 25
2.4 Sociedade Limitada (LTDA) ................................................................. 26
3 TRIBUTOS ........................................................................................... 27
3.1 Âmbito Federal ..................................................................................... 29
3.1.1 Imposto de Renda (IR) ......................................................................... 30
3.1.2 Imposto sobre produtos industrializados (IPI) ...................................... 31
3.1.3 Contribuição social devida pelo empregador incidente sobre a
receita ou o faturamento ................................................................................... 32
3.1.4 Contribuição social devida pelo empregador incidente sobre o lucro .. 33
3.2 Âmbito Estadual ................................................................................... 34
3.2.1 Imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e
sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e
de comunicação (ICMS) ................................................................................... 34
3.3 Âmbito Municipal .................................................................................. 37
3.3.1 Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN) ..................... 38
4 REGIMES DE APURAÇÃO ................................................................. 40
4.1 Lucro Real ............................................................................................ 41
4.2 Lucro Presumido .................................................................................. 42
4.3 Simples Nacional ................................................................................. 43
5 ÓRGÃOS RESPONSÁVEIS PELA ABERTURA DA EMPRESA ........ 44
5.1 Âmbito Federal ..................................................................................... 45
5.1.1 Ministério da Fazenda .......................................................................... 45
5.1.2 Receita Federal do Brasil ..................................................................... 45
5.2 Âmbito Estadual ................................................................................... 46
5.2.1 Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo ................................. 46
5.2.2 Junta Comercial do Estado de São Paulo (JUCESP) .......................... 46
5.3 Âmbito Municipal .................................................................................. 47
5.3.1 Prefeitura Municipal.............................................................................. 47
6 OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS ............................................................ 47
6.1 Projeto SPED ....................................................................................... 48
6.2 Obrigações Acessórias Simples Nacional ............................................ 51
CAPÍTULO III - PROCESSO DE ABERTURA E A OPÇÃO PELO REGIME
TRIBUTÁRIO DE UMA EMPRESA VAREJISTA DO SETOR
ALIMENTÍCIO ................................................................................................... 52
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................... 52
2 O PROFISSIONAL DA CONTABILIDADE .......................................... 53
3 ASSESSORIA CONTÁBIL .................................................................. 54
4 PROCESSO DE ABERTURA DA EMPRESA ..................................... 59
5 OPÇÃO PELO REGIME TRIBUTÁRIO ............................................... 60
6 ÂMBITO MUNICIPAL .......................................................................... 65
6.1 Prefeitura Municipal.............................................................................. 65
7 ÂMBITO ESTADUAL ........................................................................... 66
7.1 Junta Comercial do Estado de São Paulo (JUCESP) .......................... 66
7.2 Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (SEFAZ) ................... 69
8 ÂMBITO FEDERAL ............................................................................. 71
8.1 Receita Federal do Brasil ..................................................................... 71
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO ..................................................................... 73
CONCLUSÃO ................................................................................................... 75
REFERÊNCIAS ................................................................................................ 77
APÊNDICES ..................................................................................................... 80
ANEXOS ........................................................................................................... 85
15
INTRODUÇÃO
A constituição de uma empresa não é uma tarefa simples, isto é, cuida-
se de um procedimento que envolve as três esferas administrativas do sistema
governamental brasileiro – federal, estadual e municipal.
Para tanto, necessário se faz que o empresário juntamente com um
profissional de contabilidade tenha pleno conhecimento acerca do
empreendimento desejado, ou seja, o porte do negócio, a documentação
necessária para a abertura, o tipo de regime de apuração de impostos que irá
adotar e quais os tributos que incidirão sobre sua atividade, tudo isso com
devido embasamento legal.
Nesse contexto, o estudo tem por objetivos descrever: a) a
operacionalização de todo o processo de abertura contábil da empresa
estudada, bem como os formulários necessários para tal e a finalidade de cada
um; b) o papel exercido pelo profissional de contabilidade dentro do cenário
anterior; e c) as formas de regime tributário existentes na legislação brasileira e
demonstrar a „memória de cálculo‟ dos elementos formadores da base de
cálculo dentro do regime de apuração de tributos da referida empresa.
Em outras palavras, o referido trabalho apoiou-se na rotina de um
escritório contábil, ressaltando-se a relevância da participação do profissional
contábil no sentido de assessorar da melhor forma possível o seu cliente
empresário, orientando-o, principalmente no requisito „recolhimento de tributos
ao fisco‟ e demais fatos que venham a afetar a empresa.
Desta forma, foi realizada uma revisão bibliográfica e documental da
Contabilidade Comercial e a legislação pertinente para entender a geração das
informações contábeis que são vitais para a empresa, e como elas podem ser
utilizadas.
Os resultados confirmam a importância da existência do profissional de
contabilidade no gerenciamento de uma empresa, juntamente com os
administradores e proprietários, para que os lucros sejam organizados e
controlados de forma correta e otimizada, visando sempre a continuidade do
negócio com sucesso.
16
Neste sentido, o especialista em finanças Siqueira (2014) ressalta que é
importante encarar a contabilidade como uma ferramenta que contribui para o
gerenciamento do negócio, independente do tamanho ou ramo de atividade da
empresa. O mesmo autor ainda entende que pensar desta forma traz muitas
vantagens corporativas, principalmente quanto à transparência das transações
e a real apuração do lucro ou prejuízo.
Serão apresentadas as etapas de elaboração do contrato social, registro
para abertura e legalização da empresa ou empresário individual, sendo
necessário o registro na Junta Comercial correspondente e, em função da
natureza das atividades constantes do objeto social, inscrições em outros
órgãos, como Receita Federal (CNPJ), Secretaria de Fazenda do Estado
(inscrição estadual e ICMS) e Prefeitura Municipal (concessão do alvará de
funcionamento e autorização de órgãos responsáveis pela saúde, segurança
pública, meio ambiente e outros, conforme a natureza da atividade).
O trabalho, para alcançar seu intento, está dividido em três capítulos,
iniciando pela apresentação da empresa e seu histórico; em seguida, passa-se
para a revisão bibliográfica, onde são apresentados alguns conceitos inerentes
ao tema deste trabalho, regimes de apuração, impostos envolvidos na atividade
empresarial, bem como os tipos de empresas existentes no sistema brasileiro.
No terceiro capítulo passa-se ao estudo de caso, ou seja, a aplicação
prática do que foi apresentado no segundo capítulo dentro da empresa
estudada, mostrando o passo a passo para a abertura da empresa e o
relacionamento entre o profissional da contabilidade e o empresário para que
possam, conjuntamente, alcançar e manter o sucesso da atividade empresarial.
Após esses estudos, apresenta-se proposta de intervenção, diante da
observação de fatos que podem ser melhorados, culminando, por fim, a uma
conclusão geral sobre tudo o que foi estudado e desenvolvido.
17
CAPÍTULO I
MARCELO FERREIRA DE SOUSA ME – 'RESTAURANTE ÁGUA NA BOCA'
1 A EMPRESA E O SEU SETOR DE ATUAÇÃO
1.1 Histórico da empresa
Em 1995 o fundador e idealizador do Restaurante 'Água na Boca', João
Luiz de Oliveira, na qualidade de vender refeições a peso para consumo
imediato e pelo autosserviço 'Self Service', proporcionou essa novidade ao
mercado alimentício da cidade de Promissão, estado de São Paulo. Naquela
época muito se pensava quando o assunto era o consumo de alimentos
preparados fora de suas casas, pois até então na cidade de Promissão e
região tinham apenas o costume de se alimentar com refeições caseiras,
servidos a La carte, pratos feitos com preço único e lanchonetes, além de ter
uma grande influência pela vida no campo.
A modalidade de servir refeições a peso para consumo imediato só se
concretizou no Brasil no final da década de 80, contudo, foi uma grande
novidade para os consumidores da cidade, pois a ideia era fazer com que o
cliente pudesse se servir livremente de acordo com a quantidade, valor e
necessidade que os satisfizessem. Na maioria dos restaurantes por quilo, os
alimentos prontos ficam expostos sobre um balcão (que pode ser refrigerado
ou aquecido), e o próprio cliente se serve, no estilo self service. No entanto,
certos alimentos como massas ou grelhados podem ser servidos por
funcionários do local, a pedido do cliente. Já o self service é um sistema de
atendimento adotado principalmente em restaurantes, onde o cliente tem a
possibilidade de servir o seu próprio prato, de acordo com as opções
disponibilizadas pelo estabelecimento.
Em 2001, a empresa foi adquirida pelo atual sócio proprietário da
empresa Marcelo Ferreira de Sousa, contador e planejador financeiro junto a
18
sua esposa Lucimar Oliveira de Sousa, chefe de cozinha, assumindo por total
responsabilidade os negócios do Restaurante 'Água na Boca'.
O propósito da nova administração da empresa foi dar continuidade e
aperfeiçoamento a seus negócios, tendo em vista o aproveitamento profissional
do novo proprietário e à experiência no ramo de preparação de refeições da
chefe de cozinha.
Com a evolução da tecnologia e a modernidade dos anos 2000, o
restaurante 'Água na Boca' buscou o aperfeiçoamento na qualidade de elaborar
e servir uma variedade maior de pratos quentes, frios e sobremesa, refeições
diferenciadas de segunda à sábado e feriados, facilidade na forma de
pagamento, ambiente climatizado, músicas e transmissões de programas de
televisão e rede banda larga ilimitada aos clientes, dando continuidade até os
dias de hoje.
1.2 Planejamento da estrutura empresarial
a) Descrição dos negócios
Tipo de empresa: Comércio varejista de produtos alimentício de
produtos preparados para consumo imediato
Porte: Microempresa
Principal atividade: Comércio Varejista
Local: Promissão/SP
b) Ficha Técnica
Nome fantasia: Restaurante Água Na Boca
Razão social: Marcelo Ferreira de Sousa ME
CNPJ: 07.485.338/0001-20
Endereço: Praça 1º de maio, nº 49 - Promissão/SP
Enquadramento tributário: Simples Nacional
Telefones: (14) 3541.4044
Site:www.restauranteaguanabocapromissao.com.br
19
1.3 Missão, Visão e Valores
Missão: oferecer aos consumidores de forma agradável e familiar, uma
comida leve, saborosa, nutritiva, preparada principalmente para a satisfação de
quem está a procura de alimentação regular, saudável e de qualidade.
Visão: ser referência para a apreciação de uma refeição saborosa,
nutritiva, moderada e original quando o desejo do consumidor for a
longevidade.
Valores: honestidade, comprometimento, simplicidade, qualidade, valor
agregado, performance e a convicção de sempre estar satisfazendo as
necessidades nutritivas e prazerosas para os consumidores.
1.4 Organização da empresa
O restaurante 'Água na Boca' é um negócio familiar, que desde 1995
serve refeições saudáveis e com tempero balanceado, colaborando
para o bem-estar de seus clientes.
A atuação funcional em seu ambiente interno é formada por um
composto de familiares, colaboradores e profissionais do ramo alimentício e
empresarial que proporcionam a qualidade de preparar refeições que
satisfaçam as necessidades e desejos de quem procura qualidade em sua
alimentação, sendo a empresa organizada da seguinte forma:
a) Atualmente o sócio empresário Marcelo Ferreira de Sousa, gerencia
as atividades operacionais e financeira da empresa com o seu
conhecimento técnico por finanças, junto assessoria contábil de uma
organização que da todo o suporte tributário, fiscal e de pessoal de
seu contador responsável Dr. José Roberto.
b) A chefe de cozinha, Lucimar Oliveira de Sousa, esposa do atual
empresário e com sua ampla vivência na culinária, coordena e
auxilia o processo de preparação das refeições e a elaboração de
novas receitas para o seu ingresso no mercado consumidor.
c) A responsável pela elaboração e preparação das refeições frias
(saladas) é a filha do casal, Júlia Vilaça Ferreira de Sousa, que
20
auxilia na comunicação entre a gerência, as informações geradas
pela gestão operacional da empresa e a comunicação com o
ambiente consumidor.
d) Para auxiliar no funcionamento operacional do restaurante, há ainda
no quadro de funcionários 3 (três) colaboradores que executam as
tarefas de preparação da refeição, limpeza e atendimento ao
público.
Na figura 1 pode ser visualizado a estrutura organizacional do
'Restaurante Água na Boca'.
Figura 1: Estrutura Organizacional Restaurante Água na Boca
1.5 Estrutura física
A empresa está localizada na Avenida Pedro de Toledo, número 49,
sobreloja, centro, na cidade de Promissão, no Estado de São Paulo. Possui
uma área construída de aproximadamente 120m², divididos em 2 (duas)
Empresário
Cozinheiro Chefe
Auxiliar 2 Auxiliar 1
Auxiliar 4 Auxiliar 3
Atendimento ao público
Administrativo
Fonte: Restaurante 'Água na Boca', 2016.
21
cozinhas, 1 (uma) sala de estoque, 2 (dois) banheiros e 1 (uma) ampla área
com mesas, local onde é consumida as refeições.
O restaurante possui o horário comercial de funcionamento de segunda-
feira a sábados e feriados a partir das 11h.
Na figura 2 pode-se ver o ambiente interno da empresa
Figura 2: Ambiente interno da empresa
1.6 Mercado de atuação e público alvo
A empresa atua em um mercado fragmentado, tendo em vista as
necessidades e os prazeres humanos de se alimentar. Atualmente 80%
(oitenta por cento) dos consumidores que freqüentam o restaurante 'Água na
Boca' não se importam apenas com o preço pelo consumo das refeições,
buscam principalmente qualidade de uma alimentação relacionada ao bem-
estar da saúde. Já 20% (vinte por cento) são consumidores esporádicos que
buscam um ambiente e alimentação diferenciados para ocasiões especiais,
encontro de famílias e até reuniões de negócios.
Portanto, a empresa busca sempre melhorar na qualidade de suas
refeições e principalmente no atendimento ao cliente, uma vez que o mercado
consumidor da região proporciona a continuidade e o aperfeiçoamento das
vendas de refeições a peso para consumo imediato.
Fonte: Restaurante 'Água na Boca', 2016.
22
Nas figuras 3 e 4 pode-se observar os balcões 'self service' para o
consumo das refeições.
Figura 3: Balcão de alimentos frios (saladas)
Figura 4: Balcão de alimentos quentes
Fonte: Restaurante 'Água na Boca', 2016.
Fonte: Restaurante 'Água na Boca', 2016.
23
1.7 Propaganda e marketing
O setor de propaganda e marketing da empresa é planejada e aplicada
pela própria administração da empresa. A publicidade da empresa tem como
ponto mais forte a web, onde é realizada através do site
(www.aguanabocapromissão.com.br), das redes sociais (Google e Facebook).
Outras ações de marketing são as propagandas comerciais realizadas
pelas rádios AM e FM da região, que atingem um público de consumidores
diferenciado e em situações de escasso acesso a internet.
A principal ferramenta de publicidade que a empresa acredita ser a mais
importante é o marketing de boca a boca, pois o foco do trabalho é
referenciado através da missão, visão e valor da empresa que permite a
idealização de estar se aperfeiçoando em qualidade, na arte da culinária e de
um bom atendimento.
1.8 Concorrentes
Há uma grande demanda de concorrentes no mercado de venda de
alimentos prontos para consumo, que são os restaurantes com as modalidades
a La carte, pratos feitos, lanchonetes, marmitarias e autônomos ambulantes
que vendem refeições prontas de porta a porta ou em pontos móveis. Porém,
devido ao foco profissional em vender refeições a peso para consumo imediato,
a qualidade em servir refeições típicas e a grande capacidade e competência
da equipe, a melhor propaganda frente à concorrência são os resultados
entregues aos clientes.
Motivo pelo qual, a maioria dos novos clientes procura o Restaurante
'Água na Boca' por recomendação dos atuais.
24
CAPÍTULO II
O PROCESSO DE ABERTURA DE UMA EMPRESA VAREJISTA
1 CONCEITO DE CONTABILIDADE
Segundo Ribeiro (2009, p.3): “[...] seu objetivo é permitir o estudo, o
controle e a apuração de Resultados diante dos fatos decorrentes da gestão do
Patrimônio das entidades econômico-administrativas [...]”.
Técnica que estuda, controla e interpreta os fatos ocorridos no patrimônio das entidades, mediante o registro, a demonstração expositiva e a revelação desses fatos, com o fim de oferecer informações sobre a com posição do patrimônio, suas variações e o resultado econômico decorrente da gestão da riqueza patrimonial (RIBEIRO, 2009, p. 3)
2 ENQUADRAMENTO E NATUREZA JURÍDICA
Dentro deste cenário, as entidades econômico-administrativas, para que
ganhem constituição jurídica/fiscal e, assim, passem a ter os seus patrimônios
avaliados pela ciência contábil, faz-se necessário a orientação de um escritório
contábil, o qual será o responsável, na figura de seu representante legal, o
contador.
Portanto, neste capítulo é destacado quais os portes empresarias,
formas jurídicas, processo de abertura e todo conteúdo no ambiente tributário.
Para definir microempresas, empresas de pequeno porte, ocorrem vários
critérios. Dependendo dos objetivos, conceitos, podem ser utilizados para a
classificação dessas empresas nas categorias micro, pequena, média e
grande. Assim sendo, cabe elucidar que a definição do conceito de
microempresa e empresas de pequeno porte é diversificada, o que permite
variáveis possibilidades para bom emprego das normas, favorecendo tal
segmento.
A Constituição Federal de 1988 diz que:
25
Art. 179. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios dispensarão às microempresas e às empresas de pequeno porte, assim definidas em lei, tratamento jurídico diferenciado, visando a incentivá-las pela simplificação de suas obrigações administrativas, tributárias, previdenciárias e creditícias, ou pela eliminação ou redução destas por meio de lei (BRASIL, 1988b, p. 1)
2.1 Microempreendedor Individual (MEI)
Sobre o MEI está especificado sua definição no art. 18-4, na Lei
Complementar nº 123, de 14/12/2006, que define o que são: Microempresa e
de Empresa de Pequeno Porte.
Art. 18-A. (...) § 1º Para os efeitos desta Lei Complementar, considera-se MEI o empresário individual a que se refere o art. 966 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), que tenha auferido receita bruta, no ano-calendário anterior, de até R$ 60.000,00 (sessenta mil reais), optante pelo Simples Nacional e que não esteja impedido de optar pela sistemática prevista neste artigo (BRASIL, 2006, p. 1)
2.2 Microempresa (ME) e Empresa de Pequeno Porte (EPP)
Na Lei Complementar nº 123, de 14.12.2006, define o que são
Microempresa e de Empresa de Pequeno Porte:
Art. 3º Para os efeitos desta Lei Complementar, consideram-se microempresas ou empresas de pequeno porte a sociedade empresária, a sociedade simples e o empresário a que se refere o art. 966 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002, devidamente registrados no Registro de Empresas Mercantis ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, conforme o caso, desde que: I - no caso das microempresas, o empresário, a pessoa jurídica, ou a ela equiparada, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta igual ou inferior a R$ 240.000,00 (duzentos e quarenta mil reais); II - no caso das empresas de pequeno porte, o empresário, a pessoa jurídica, ou a ela equiparada, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta superior a R$ 240.000,00 (duzentos e quarenta mil reais) e igual ou inferior a R$ 2.400.000,00(dois milhões e quatrocentos mil reais) (BRASIL, 2006, p. 1)
2.3 Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (EIRELI)
EIRELI é definido em sua Lei nº 12.441, de 2011, em vigência:
26
(continua)
Art. 980-A. A empresa individual de responsabilidade limitada será constituída por uma única pessoa titular da totalidade do capital social, devidamente integralizado, que não será inferior a 100 (cem) vezes o maior salário-mínimo vigente no País. (BRASIL, 2011, p. 1) [...]
Teixeira (2013) afirma que, a EIRELI é um instituto parecido com uma
sociedade limitada, mas que possui apenas uma pessoa. Também se
assemelha à figura do empresário individual, no entanto, com responsabilidade
limitada deste empresário.
2.4 Sociedade Limitada (LTDA)
O art. 1.052 da Lei nº 10.406 de 10 de Janeiro de 2002 diz que 'Na
sociedade limitada, a responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de
suas quotas, mas todos respondem solidariamente pela integralização do
capital social'. (BRASIL, 2002. p. 1)
A sociedade limitada buscava atender ao anseio para a limitação da
responsabilidade de pequenos e médios empreendedores, haja vista a
existência anterior da sociedade anônima, para empreendimentos maiores e
com limitação de responsabilidade. (COELHO apud TEIXEIRA, 2013, p 241)
Tabela 1 - Descreve uma síntese dos tipos societários e enquadramentos
Tipo de empresa
Enquadramento / Faturamentos Anual Sócio / Titular
Opções Tributárias
Onde formalizar
Observações
MEI ME EPP Normal
Empresário Individual
Até R$ 60 mil
- - - Um
titular Simples Nacional
Portal do Empreendedor
A pessoa física que se coloca como
titular e responde de
forma ilimitadas
pelos débitos do negócio.
Os patrimônios
da empresa e empresário
se misturam.
-
Até R$ 360 mil
Até R$ 3,6
milhões
Por opção ou com
faturamento acima de R$ 3,6 milhões
Um titular
Simples Nacional,
Lucro Presumido ou
Lucro Real
Junta Comercial
27
(conclusão)
Fonte: Adaptado de Capital Social, 2016.
3 TRIBUTOS
O Código Tributário Nacional (Lei nº 5.172/66) apresenta em seu artigo
3º a definição legal de tributo:
Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo
valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito,
instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa
plenamente vinculada (BRASIL, 2012, p. 59)
Ultrapassada a conceituação do tributo, há que se ressaltar que a
Constituição Federal previu cinco espécies de tributos, a saber: impostos,
taxas, contribuição de melhoria, empréstimos compulsórios e contribuições
especiais; e quatro entes político-administrativos com atribuição para criar
tributos (competência tributária).
O artigo 145 da Constituição estabelece que a União, os Estados, o
Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos:
impostos, taxas e contribuição de melhoria (BRASIL, 1988, p. 1)
Tipo de empresa
Enquadramento / Faturamentos Anual Sócio / Titular
Opções Tributárias
Onde formalizar
Observações
MEI ME EPP Normal
EIRELI -
Até R$ 360 mil
Até R$ 3,6
milhões
Por opção ou com
faturamento acima de R$ 3,6 milhões
Um titular
Simples Nacional,
Lucro Real ou Lucro
Presumido
Junta Comercial
O empresário responde
sobre o valor do capital social da empresa.
Necessário Capital de
100% o salário mínimo vigente.
Sociedade Limitada
Até R$ 360 mil
Até R$ 3,6
milhões
Por opção ou com
faturamento acima de R$ 3,6 milhões
Dois ou mais
sócios
Simples Nacional,
Lucro Real ou Lucro
Presumido
Junta Comercial
Os sócios respondem
sobre o valor do capital social da Empresa. Sem valor mínimo de
capital.
Observações
Pagamento de
Impostos por guia de valor fixo
Necessário para optar
pelo Simples Nacional, oferece
vantagens em licitações
públicas e não exige a
contratação de Jovens
Aprendiz
28
O artigo 148 do mesmo diploma legal, disciplina as hipóteses
permissivas para a instituição do empréstimo compulsório pela União. Já o
artigo 149 estabelece a competência tributária para a criação de contribuições
sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias
profissionais ou econômicas.
As contribuições sociais devidas pelo empregador, descritas de forma
genérica no artigo 149, foram delineadas no artigo 195, inciso I, da Constituição
Federal, que assim prevê (BRASIL, 1988, p. 1):
Em relação aos impostos, o artigo 153 da Constituição Federal é
dedicado à União, delimitando-se a competência tributária para a instituição
dos seguintes impostos: a) de importação de produtos estrangeiros; b)
exportação de produtos nacionais ou nacionalizados; c) renda e proventos de
qualquer natureza; d) produtos industrializados; e) operações de crédito,
câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários; f) propriedade
territorial rural e, por fim, g) grandes fortunas.
Ademais, o artigo 154 da Constituição Federal atribui à União a
competência residual, isto é, possibilita à União a criação de outros impostos,
por meio de lei complementar, desde que sejam não cumulativos e não tenham
fato gerador ou base de cálculo próprios dos impostos discriminados na
Constituição. Além disso, permite também que, no caso de guerra externa, haja
a instituição de impostos extraordinários.
Com relação aos Estados, além das taxas, contribuições de melhoria e
as contribuições alhures mencionadas, a competência tributária é limitada à
instituição dos seguintes impostos: a) transmissão causa mortis e doação, de
quaisquer bens ou direitos; b) operações relativas à circulação de mercadorias
e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e
de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no
exterior; c) propriedade de veículos automotores, nos termos do artigo 155 da
Constituição Federal.
Aos Municípios, outorgou-se a competência para a criação, além das
taxas, contribuições de melhoria e outras contribuições supramencionadas no
artigo 149, § 1º, a instituição de impostos sobre: a) propriedade predial e
territorial urbana; b) transmissão inter vivos, a qualquer título, por ato oneroso,
de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre
29
imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição;
c) serviços de qualquer natureza, não compreendidos dentre aqueles
consistentes em fatos geradores de ICMS.
Por fim, impende registrar que devido à natureza híbrida político-
administrativa do Distrito Federal, a Constituição Federal outorgou-lhe a
competência tributária para instituir tributos de competência dos Estados e dos
Municípios, conforme disposto nos artigos 147 e 156 do mencionado diploma
legal (BRASIL, 1988, p. 1)
Delineado em linhas gerais o panorama da competência tributária de
cada ente político-administrativo da República Federativa do Brasil,
imprescindível, para melhor compreensão da obra, discorrer sobre os tributos
de competência de cada ente tributante.
3.1 Âmbito Federal
A competência tributária da União prevista na Constituição Federal do
Brasil é demasiadamente ampla, pois além dos tributos previstos pelo
constituinte, é o único ente estatal dotado de competência tributária residual, ou
seja, pode instituir um tributo desde que não tenha fato gerador e base cálculo
próprios de outros já instituídos.
Tendo em vista essa larga atribuição legiferante, despiciendo detalhar
tributos que, apesar da previsão constitucional para sua criação, sequer foram
instituídos como, por exemplo, o imposto sobre grandes fortunas (artigo 153,
inciso VII, da Constituição Federal) (BRASIL, 1988, p. 1)
Nesse sentido, passar-se-á a análise dos seguintes impostos: a) renda e
proventos de qualquer natureza, b) produtos industrializados, e sobre as
contribuições sociais devidas pelos empregadores, incidentes sobre: a) a
receita ou o faturamento e b) o lucro, salientando-se que, devido à amplitude
do assunto, tratar-se-á apenas dos impostos incidentes no regime do Simples
Nacional.
30
3.1.1 Imposto de Renda (IR)
O imposto de renda tem fundamento constitucional no artigo 153, inciso
III, cujas normas gerais estão previstas nos artigos 43 a 45 do Código
Tributário Nacional e na legislação ordinária nas Leis nº 7.713/88, 9.250/95,
8.981/95, 9.430/96, dentre outras. Por fim, importante ressaltar que o Decreto
nº 3.000/99 regulamenta a tributação, fiscalização, arrecadação e
administração tanto do IRPF quanto do IRPJ.
A hipótese de incidência do tributo é a aquisição de disponibilidade
econômica ou jurídica de renda e de proventos de qualquer natureza.
A renda é o acréscimo patrimonial do produto do capital ou do trabalho,
enquanto os proventos são os acréscimos patrimoniais decorrentes de uma
atividade que já cessou (PAULSEN, MELO, 2012, p. 51)
De forma didática e concisa, assim define:
O conceito de renda compreende o produto do capital (como os rendimentos obtidos com uma aplicação financeira), do trabalho (como o salário recebido pelo empregado) ou da combinação de ambos (como o lucro). Já o conceito de proventos é definido por exclusão, compreendendo todos os acréscimos patrimoniais não enquadráveis no conceito legal de renda. A título de exemplo, podem-se citar os acréscimos patrimoniais decorrentes de atividade criminosa (ALEXANDRE, 2015, p 522 )
Insta registrar que muito se discute na doutrina e na jurisprudência
acerca dos conceitos de disponibilidade econômica e jurídica das rendas e
proventos de qualquer natureza para a definição dos limites legais do imposto
de renda.
Nos termos do artigo 44 do Código Tributário Nacional (BRASIL, 2012),
a base de cálculo do imposto de renda é o montante, real, arbitrado ou
presumido, da renda ou dos proventos tributáveis.
O disposto no artigo 44 do Código Tributário Nacional, destaca da
seguinte forma:
A base de cálculo do imposto é a soma de fatores algébricos positivos e negativos que se agregam ao patrimônio, conforme se depreende do art. 44 do CTN. É o montante real, arbitrado ou presumido, da renda e do provento de qualquer natureza. Aliás, é bom que se memorize que não existe “renda presumida”. Presumido ou arbitrado pode ser o montante da renda. Adota-se, no Brasil, um critério de aferição de base de cálculo “pelo montante absoluto da renda ou provento” (critério global ou unitário), segundo o qual as alíquotas
31
incidem sobre o total dos rendimentos, independentemente de sua origem ou razão. Assim, a incidência ocorre sobre o crédito líquido do contribuinte, ou seja, a diferença entre a renda ou provento bruto auferido e os encargos admitidos em lei, tais como gastos com dependentes, planos de saúde etc. Devemse somar todos os rendimentos e lucros de capital da pessoa física e seus dependentes (rendimento bruto) e subtrair os encargos (reais ou presumidos) autorizados pela legislação (rendimento líquido). (SABBAG, 2016, p.1389)
3.1.2 Imposto sobre produtos industrializados (IPI)
A União tem sua competência tributária para a instituição do IPI prevista
no artigo 153, inciso IV, da Constituição Federal, cujas regras gerais estão
dispostas nos artigos 47 a 51 do Código Tributário Nacional e a sua instituição
por meio da Lei nº 4.502/64.
Em linhas gerais, o IPI consiste num tributo que onera a produção,
incidindo em cada operação que tenha por objeto um processo de
industrialização e a saída do produto do estabelecimento industrial.
Para fins de conceituação:
Considera-se industrializada, para fins de incidência de IPI, o produto que tenha sido submetido a qualquer operação que lhe modifique a natureza ou a finalidade, ou o aperfeiçoe para consumo, tais como a transformação, o beneficiamento, a montagem etc. (SABBAG, 2016, p. 1375)
Há dois critérios relevantes previstos na Constituição Federal que devem
ser observados pelo legislador ordinário quando da instituição do IPI: a
seletividade e a não cumulatividade.
Pelo critério da seletividade, o IPI deve ter suas alíquotas diferenciadas
de acordo com a essencialidade do produto. Tal critério releva o aspecto
extrafiscal do tributo, haja vista a função eminentemente regulatória da
economia por meio dessa exação.
Outro critério a ser observado é a não cumulatividade, que se opera por
meio de compensações daquilo que é devido em cada operação com o
montante cobrado nas operações anteriores.
32
3.1.3 Contribuição social devida pelo empregador incidente sobre a receita ou
o faturamento
A União detém a competência tributária para a instituição da contribuição
social devida pelo empregador incidente sobre a receita ou o faturamento, nos
termos dos artigos 149 e 195, inciso I, alínea „b‟, ambos da Constituição
Federal. Nesse sentido, houve a recepção das duas contribuições instituídas
antes da promulgação da Carta Magna de 1988, por meio da Lei
Complementar nº 7/70 (PIS/PASEP) e o Decreto-lei nº 1.940/82 (FINSOCIAL).
O PIS consiste numa contribuição devida pelas empresas e destinada a
programa voltado aos trabalhadores empregados. Vale registrar que o PASEP
(contribuição dos entes políticos destinada a programa voltado aos servidores
públicos) continua vigendo, embora com supedâneo em nova legislação.
Já o FINSOCIAL foi substituído pela COFINS.
Tanto o PIS como a COFINS encontram limites à incidência tributária em
relação as receitas decorrentes da exportação de mercadorias e serviços,
conforme preceitua o artigo 149, § 2º da Constituição Federal (BRASIL, 1988b)
Registre-se que existem dois regimes jurídicos previstos para cada uma
das contribuições: o comum (cumulativo) e o não cumulativo.
Submetem-se ao regime comum as pessoas jurídicas tributadas no
imposto de renda com base no lucro presumido e as imunes a impostos. A
base de cálculo é o faturamento das empresas.
No regime comum, a alíquota do PIS é de 0,65%, enquanto a COFINS
incide à alíquota de 3%, incidentes sobre o faturamento de cada empresa, sem
quaisquer deduções mediante apuração e compensação de créditos, tampouco
ajuste posterior.
O fato gerador dessas contribuições ocorre mensalmente com a
percepção do faturamento.
O regime não cumulativo é aplicável às empresas tributadas no imposto
de renda com base no lucro real, ou seja, às maiores empresas.
O PIS não cumulativo tem como fato gerador o faturamento mensal,
compreendida como a base de cálculo o total das receitas auferidas no período
de apuração, mediante a aplicação da alíquota de 1,65%.
33
A COFINS não cumulativa é disciplinada pela Lei nº 10.833/03 e tem
como fato gerador o faturamento mensal, assim entendido o "total das receitas
auferidas pela pessoa jurídica", independentemente de sua denominação ou
classificação contábil. Contribuinte é a pessoa jurídica que auferir as receitas e
a alíquota da COFINS não cumulativa é, em regra, de 7,6%, conforme disposto
art. 2º da Lei 10.833/03 (BRASIL, 2003)
A base de cálculo da COFINS não cumulativa é o total das receitas
auferidas pela pessoa jurídica, abrangendo as receitas com a venda de bens e
serviços nas operações em conta própria ou alheia e todas as demais receitas
auferidas.
3.1.4 Contribuição social devida pelo empregador incidente sobre o lucro
A União tem competência para instituir contribuição das empresas sobre
o lucro, nos termos do art. 195, I, c, da CF e a Lei nº 7.689/88 instituiu a
contribuição social em comento.
O contribuinte dessa exação é a pessoa jurídica domiciliada no país e
equiparada. Vale registrar que a Lei nº 10.865/04 isenta da CSLL as
sociedades cooperativas, salvo as de consumo.
A base de cálculo da contribuição é o resultado do trimestre ou do
exercício, antes da provisão para o imposto de renda (art. 2º da Lei 7.689/88),
com os ajustes determinados pela legislação (BRASIL, 1988c)
Da dicção legal poder-se-ia inferir em bis in idem (repetição sobre o
mesmo fato), eis que haveria identidade entre a base de cálculo da CSLL e do
imposto de renda.
A alíquota da indigitada contribuição é de 9% (art. 3º da Lei 7.689/88) ou
superior a 15% (para as instituições financeiras).
A apuração é feita trimestralmente e o pagamento é feito em quota única
no último dia do mês subsequente ao do encerramento do período de
apuração, podendo ser parcelado em até três quotas, mediante atualização
pela SELIC.
Na sistemática do lucro real, cujo período de apuração é anual, os
pagamentos são mensais por estimativa até o último dia útil do mês
34
subsequente àquele a que se referir e ajuste anual, com pagamento de
eventual saldo até o último dia do mês de março do ano subsequente.
3.2 Âmbito Estadual
A Constituição Federal atribuiu aos Estados e ao Distrito Federal a
competência tributária para a instituição dos seguintes impostos: a)
transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos; b)
operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de
serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda
que as operações e as prestações se iniciem no exterior; c) propriedade de
veículos automotores.
Nesse diapasão, passar-se-á ao exame dos tributos inerentes apenas ao
Simples Nacional, devido à grande extensão do assunto.
3.2.1 Imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre
prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de
comunicação (ICMS)
A Constituição prevê o ICMS nos arts. 155, II, cujo regramento está
previsto na Lei Complementar nº 87/96.
Trata-se de um tributo estadual, não obstante isso, tem uma função
nacional importante, pois, em que pese ser cobrado por todos os Estados, não
pode ser cobrado de forma indiscriminada.
O ICMS deve observar normas nacionais relacionadas à sua cobrança.
Por conta disso, a Constituição atribui à lei complementar um papel importante
nesse imposto (por exemplo, definirá o sujeito passivo, a base de cálculo, o
fato gerador etc.). O objetivo dessa delegação é tornar o ICMS o mais uniforme
possível no âmbito nacional e, dessa forma, minimizar os efeitos da guerra
fiscal (competição entre os Estados com relação à cobrança do ICMS).
O art. 155, II, da Constituição Federal traz, pelo menos, quatro fatos
geradores para o ICMS: a) circulação de mercadorias; b) prestação de serviços
35
de transporte interestadual; c) prestação de serviços de transporte
intermunicipal e; d) prestação de serviços de comunicação (BRASIL, 1988b)
Um dos principais aspectos do ICMS é a sua não cumulatividade. Isso
quer dizer que, o ICMS é plurifásico, isto é, em uma cadeia de fatos geradores
haverá a incidência a cada fato gerador, mesmo que se trate de uma
continuidade e, a não cumulatividade pressupõe uma sistemática de
compensação entre créditos e débitos, ou seja, toda vez que tiver uma entrada
haverá um crédito e a cada saída haverá um débito. Assim, o valor do ICMS
devido é apurado considerando-se o período de um mês, no qual subtrai-se
todos os débitos de todos os créditos.
A cada entrada de mercadoria há um crédito e, a cada saída de
mercadoria há um débito. Supõe-se que a empresa A queira receber R$ 100,00
pelo valor da mercadoria, mas tem ciência da incidência do ICMS.
Por conta da sistemática de crédito e débito do ICMS, este acaba sendo
repassado para o próximo da cadeia. Assim, a empresa 'A' embute o valor do
ICMS devido. Imagine-se que a alíquota do ICMS é de 18%. Dessa forma, a
empresa 'A' cobra o valor de R$ 118,00 (valor da mercadoria + valor de ICMS).
A empresa 'B' deseja receber R$ 200,00 pela mercadoria, logo, cobra da
empresa 'C' o valor de R$ 236,00 (valor da mercadoria + valor de ICMS). A
empresa 'C' pretende cobrar R$ 300,00 do consumidor final, logo, cobra o valor
de R$ 354,00 (valor da mercadoria + o valor de ICMS).
Para se apurar o valor de ICMS devido, cada empresa terá um livro para
escriturar os valores de créditos e débitos. A empresa 'A', no exemplo, não tem
crédito, mas tem um débito de R$ 18,00, logo, o ICMS apurado é de R$ 18,00.
A empresa 'B' tem um crédito de R$ 18,00 e um débito de R$ 36,00, assim, o
valor de ICMS apurado é de R$ 18,00. A empresa 'C' tem um crédito de R$
36,00 e um débito de R$ 54,00, assim, o valor de ICMS apurado é de R$ 18,00.
Nesse exemplo, observa-se que o ICMS não é cumulativo, pois houve a
incidência somente sobre o valor agregado ao bem em cada operação.
O princípio da não cumulatividade do ICMS vem insculpido no art. 155, §
2º, da Constituição Federal. No entanto, a própria Constituição traz limites para
a compensação prevendo alguns casos em que não haverá a compensação.
Em regra, a base de cálculo é o valor da operação (art. 13, LC n. 87/96),
segundo BRASIL (1996), embora incida sobre o valor da operação, o cálculo
36
do valor devido é feito por uma forma peculiar também conhecido como o
'cálculo por dentro', no qual o imposto incide sobre ele mesmo. Segundo o
Supremo Tribunal Federal, esse cálculo é constitucional.
Na maioria dos tributos, o valor é calculado da seguinte forma: tributo =
base de cálculo x alíquota. Já no ICMS, deve-se considerar que a base de
cálculo é o preço final. Assim, o cálculo é feito: tributo = preço final (base de
cálculo) x alíquota. O preço final utilizado para fins da base de cálculo do ICMS
é igual ao valor (líquido) da operação, ou seja, sem a inclusão do ICMS,
dividido por (1 – alíquota do imposto). Exemplo: mercadoria a ser vendida por
R$ 100,00 e alíquota de ICMS de 18%.
100,00 ÷ (1 – 0,18) = 100,00 ÷ 0,82 = 121,95 (este é o preço final).
O ICMS = preço final x alíquota = 121,95 x 18% = R$ 21,95.
Logo, no cálculo por dentro, a alíquota efetiva não é de 18%, mas sim de
21,95%, por incidir sobre o valor dele próprio.
O ICMS também possui previsão constitucional para a substituição
tributária, nos termos do art. 150, § 7º da Constituição.
Art. 150. (...)
§ 7.º A lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação tributária a
condição de responsável pelo pagamento de imposto ou contribuição,
cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente, assegurada a imediata
e preferencial restituição da quantia paga, caso não se realize o fato
gerador presumido. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 3, de
1993) (BRASIL, 1988b, p. 44)
O regime da substituição tributária no ICMS consiste numa antecipação
do fato gerador que ocorrerá na próxima operação da cadeia produtiva. E.g.,
cervejaria que vende as bebidas para um distribuidor, que vende para o
varejista, atacadista, bar etc.
O ICMS incide sobre cada uma das operações de venda. Contudo, a
legislação estabelece que por se tratar de um produto amplamente distribuído
e, por conta disso, poder gerar sonegação do imposto (ex. o bar dificilmente
emitirá nota fiscal pela venda de uma cerveja somente), o Estado atribui a
responsabilidade pelo recolhimento do ICMS futuro à cervejaria, esta será a
responsável por substituição do ICMS futuro.
37
Isso significa que, quando a cervejaria vende a mercadoria para o
distribuidor, deve recolher o ICMS dessa operação e o ICMS por substituição
tributária, que representa uma antecipação do fato gerador posterior.
Por se tratar de uma operação futura, a base de cálculo deve ser
presumida. Esse procedimento está disciplinado no art. 8º da Lei
Complementar nº 87/96, que pressupõe a adoção de uma margem de lucro
(valor agregado) (BRASIL, 1996)
Nessa hipótese podem ocorrer duas situações:
a) o fato gerador presumido não ocorrer (ex. a cervejaria vende para o
distribuidor, entretanto, o produto não é entregue ou a venda é
cancelada). Essa questão é resolvida pelo próprio art. 150, § 7º,
parte final, da Constituição Federal, que assegura a imediata e
preferencial restituição da quantia paga;
b) o fato gerador presumido ocorre (ex. o distribuidor vende para o
atacadista), mas a base de cálculo efetiva (base de cálculo real) é
inferior à base de cálculo presumida. Nesse caso, o ICMS por
substituição tributária foi recolhido em valor superior ao devido. Em
alguns Estados (SP e PE, por exemplo), suas legislações prevêem a
possibilidade de restituição dessa diferença.
Com relação às alíquotas, o ICMS, em que pese tratar-se de um imposto
estadual, a Constituição estabelece algumas limitações no exercício da
competência tributária, com a finalidade de garantir a uniformidade do imposto
em âmbito nacional, dentre essas limitações, encontra-se a definição das
alíquotas.
De acordo com a Constituição (BRASIL, 1988b), cabe ao Senado
Federal estabelecer as alíquotas do ICMS com relação às operações
interestaduais.
Com relação às operações internas, o Senado Federal tem a faculdade
de estabelecer as alíquotas máximas e mínimas.
3.3 Âmbito Municipal
38
A Constituição Federal prevê em seu artigo 156, os seguintes impostos
de competência dos Municípios e do Distrito Federal: a) sobre a propriedade
predial e territorial urbana; b) transmissão inter vivos, a qualquer título, por ato
oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais
sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua
aquisição; c) serviços de qualquer natureza, não compreendidos dentre
aqueles consistentes em fatos geradores de ICMS. Todavia, ressalta-se que é
descrito no trabalho e será analisado somente aquele incidente no regime do
Simples Nacional (BRASIL, 1988b)
3.3.1 Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN)
A Constituição estabelece a competência tributária dos Municípios para
a instituição do ISSQN (por meio de lei municipal), no entanto, o exercício
dessa competência tributária depende do cumprimento de duas condições
previstas no próprio art. 156, III, da CF (BRASIL, 1988b):
a) os serviços tributados devem estar fora da competência do ICMS, ou
seja, não pode haver ISS sobre serviço de transporte interestadual,
intermunicipal e serviço de comunicação (que são serviços situados
na competência do ICMS);
b) os serviços devem estar previstos em lei complementar, isto é, uma
lei complementar nacional irá estabelecer as normas gerais do ISS,
a semelhança do que ocorre com o ICMS, anteriormente visto.
A gênese da lei complementar nacional não implica necessariamente a
criação do ISS, mas apenas que o Município poderá exercer a sua
competência tributária, nos termos previstos na lei geral (lei complementar
nacional).
Nesse diapasão, a Lei Complementar nº 116/03 traz as normas gerais
do ISSQN. Antes da indigitada lei, o Decreto-Lei 406/68 disciplinava o ISS, que
foi, em grande parte, revogado pela Lei Complementar nº 116/03.
O fato gerador é a prestação do serviço. A base de cálculo é o valor do
serviço prestado, logo, é preciso que o serviço seja oneroso para poder ser
tributado. A discussão se encerra em saber onde é o local da realização do fato
39
gerador. Isso é importante para definir o Município que irá tributar o serviço
prestado, ou seja, a discussão se relaciona ao aspecto espacial do imposto:
onde se considera o serviço prestado.
Em regra, o artigo 3º da Lei Complementar nº 116/03 (BRASIL, 2003),
considera o serviço prestado no local do estabelecimento prestador ou
domicílio do prestador (se não tiver estabelecimento), e.g., prestador de serviço
com estabelecimento em Bauru e o tomador do serviço com estabelecimento
em São Paulo. O ISS será devido para o município de Bauru ou de São Paulo?
A LC nº 116/03 considera o serviço prestado no local do estabelecimento do
prestador de serviço, ou seja, em Bauru, logo, o ISSQN, nos termos da
indigitada lei complementar, será devido em Bauru.
Contudo, o entendimento consolidado é de que o ISSQN é devido no
local da efetiva prestação do serviço (no exemplo supracitado, em São Paulo),
pois é lá que ocorre o fato gerador do imposto.
Outra questão digna de nota refere-se às operações mistas envolvendo
prestação de serviços (passível de tributação pelo ISSQN) com fornecimento
de mercadorias (passível de tributação pelo ICMS).
Nessa seara, duas hipóteses podem ser configuradas:
a) fornecimento de mercadorias juntamente com prestação de serviços
(serviço como meio, não como fim);
b) prestação de serviços com fornecimento de mercadorias
(mercadoria como meio, não como fim).
Nesse caso, tudo irá depender do conteúdo da lista de serviços. É
preciso verificar a competência municipal para tributar serviços com o ISS.
Assim, pode ocorrer:
a) fornecimento de mercadorias com prestação de serviços, sendo que
a prestação de serviços não está na lista, portanto, não há
competência municipal para tributar esses serviços – sem
competência, não há que se falar em ISSQN, assim, haverá a
incidência do ICMS sobre o valor total, incluído o valor do serviço;
b) fornecimento de mercadorias com prestação de serviços, sendo que
os serviços estão previstos na lista – pela lei do ISSQN (LC. n.
116/03 e DL. 406/68). Se os serviços estão previstos na lista, a
incidência do ICMS sobre as mercadorias está condicionada à
40
menção expressa nos itens da lista de serviços do ISSQN. Não
havendo previsão, a regra é a incidência do ISSQN sobre o total,
incluído sobre o fornecimento das mercadorias. Exemplo: item 14.01
da lista anexa da LC n. 116/03:
14.01 – Lubrificação, limpeza, lustração, revisão, carga e recarga, conserto, restauração, blindagem, manutenção e conservação de máquinas, veículos, aparelhos, equipamentos, motores, elevadores ou de qualquer objeto (exceto peças e partes empregadas, que ficam sujeitas ao ICMS) (BRASIL, 2003)
O fundamento legal para essa sistemática entre o ICMS e o ISSQN está
previsto tanto na Lei Complementar nº 87/96 (art. 3º, V), como na Lei
Complementar nº 116/03 (art. 1º, § 2º).
As alíquotas do ISS eram fixadas livremente pelos Municípios, o que
gerou muita guerra fiscal entre os mesmos. Por conta disso, a Emenda
Constitucional nº 37/02 que acresceu ao ADCT o artigo 88 que assim
estabelece:
Art. 88. Enquanto lei complementar não disciplinar o disposto nos incisos I e III do § 3º do art. 156 da Constituição Federal, o imposto a que se refere o inciso III do caput do mesmo artigo: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002) I - terá alíquota mínima de dois por cento, exceto para os serviços a que se referem os itens 32, 33 e 34 da Lista de Serviços anexa ao Decreto-Lei nº 406, de 31 de dezembro de 1968; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002) II - não será objeto de concessão de isenções, incentivos e benefícios fiscais, que resulte, direta ou indiretamente, na redução da alíquota mínima estabelecida no inciso I. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002) (EQUIPE MÉTODO, 2016, p. 73)
A lei complementar não estabeleceu as alíquotas mínimas, mas tão
somente as alíquotas máximas (art. 8º, inciso II, da Lei Complementar nº
116/03) que serão de 5%.
4 REGIMES DE APURAÇÃO
Os regimes de apuração são três, a saber: Lucro Real, Lucro Presumido
e o Simples Nacional.
41
4.1 Lucro Real
A apuração pelo lucro real é obrigatória para as pessoas jurídicas que
tenham receita bruta do ano anterior superior a R$ 78.000.000,00 (artigo 14 da
Lei nº 9.718/98). (BRASIL, 1988a)
O cálculo do lucro real considera alguns ajustes, ou seja, a pessoa
jurídica deve considerar as entradas (receitas), as despesas (deduções) e a
partir desses ajustes averigua-se a base de cálculo.
Se este resultado for positivo, haverá lucro e, portanto, haverá imposto
de renda a pagar. Se o resultado for negativo, haverá prejuízo fiscal, logo, não
há falar em pagamento de imposto de renda.
O cálculo pelo lucro real tem dois regimes, que podem ser escolhidos
pelo contribuinte:
a) trimestral – o recolhimento e a apuração são a cada três meses. No
período de três meses, consideram-se todas as adições e exclusões
para se chegar ao lucro real do trimestre, sobre o qual é aplicada a
alíquota respectiva. Esse recolhimento efetuado no trimestre é
definitivo;
b) anual – o recolhimento e a apuração são feitos pelo período de um
ano. Não obstante o período de apuração ser de um ano, os
recolhimentos são mensais (como ocorre, e.g., com as pessoas
físicas com IR retido na fonte). Entretanto, esses recolhimentos são
adiantamentos, sujeitos a um ajuste em março. Exemplo: de janeiro
a dezembro de 2015 há o período de apuração. Não obstante isso,
todo mês há o recolhimento, que são os adiantamentos. Em março
de 2016 há o ajuste (do ano-base 2015) para se verificar se há
imposto a pagar ou a restituir.
Neste contexto, adiantamentos são recolhimentos mensais,
considerando uma base de cálculo estimada, tendo em vista tratar-se de um
adiantamento. Essa base de cálculo estimada é o lucro presumido, isso não
quer dizer que o cálculo é pelo lucro presumido, trata-se somente de um
instrumento para se apurar o montante do adiantamento. A base de cálculo
será: (receita bruta do mês) x (percentual definido em lei).
42
Ainda, o ajuste é a verificação de imposto a pagar ao término do ano-
base. Para o ajuste, considera-se o lucro real do ano (receitas - despesas),
qual seria o imposto de renda devido, com base nesse lucro real, menos os
adiantamentos efetuados no período. Desse resultado pode haver ainda
imposto a pagar ou imposto a restituir (se os adiantamentos forem superiores
ao imposto devido).
4.2 Lucro Presumido
Trata-se de uma opção, aplicável somente as pessoas jurídicas que
atendam a condição específica ter receita bruta inferior a R$ 78.000.000,00
considerando o ano-exercício anterior, além de não exercer as atividades
econômicas previstas na lei como de opção obrigatória pela apuração por lucro
real.
Considera-se como receita bruta, a totalidade das receitas da pessoa
jurídica. Diferentemente do cálculo pelo lucro real que considera as deduções,
aqui só se considera a receita bruta.
Nesse regime de tributação, a apuração e o recolhimento do imposto de
renda são trimestrais e, o imposto de renda recolhido no período é definitivo, ou
seja, não se trata de um adiantamento (não se equipara ao recolhimento na
fonte da pessoa física, que é um adiantamento passível de restituição).
O lucro presumido é obtido por meio da conta: (receita bruta no
trimestre) x (um determinado percentual previsto em lei, que irá depender da
atividade da pessoa jurídica). Exemplo: indústria gráfica que tenha receita bruta
de R$ 5.000.000,00 no trimestre. A lei define o percentual de 8%. O resultado
da conta é R$ 800.000,00 e, esta é a base de cálculo que deve ser utilizada
para se chegar ao montante devido de imposto de renda.
Esse regime é mais benéfico que o cálculo pelo lucro real, e por isso
somente é aplicado a determinadas pessoas jurídicas (que tenham receita
bruta inferior a R$ 78.000.000,00).
Contudo, a legislação estabelece algumas exceções para pessoas
jurídicas que tenham receita bruta acima de R$ 78.000.000,00: nos casos em
que a pessoa jurídica adere a algum regime de parcelamento (ex. Refis).
43
Durante o período de parcelamento, a pessoa jurídica pode recolher o imposto
de renda por meio do lucro presumido.
4.3 Simples Nacional
Os arts. 170, IX, e 179, ambos da Constituição Federal, prevêem o
tratamento diferenciado, simplificado e favorecido para as microempresas (ME)
e empresas de pequeno porte (EPP) (BRASIL, 1988b)
Nesse contexto, a Lei Complementar nº 123/2006 (BRASIL, 2006)
instituiu o SIMPLES Nacional, abarcando tributos federais, estaduais e
municipais.
O novo sistema passou a vigorar a partir de 1º de julho de 2007,
revogando, assim, a Lei n. 9.317/96, do SIMPLES federal.
O artigo 17 da Lei Complementar nº 123/2006, traz um rol de
microempresas ou empresas de pequeno porte que não poderão recolher seus
impostos e contribuições pela sistemática do SIMPLES NACIONAL, dentre
elas: a) que explore atividade de serviços de assessoria creditícia, gestão de
crédito, seleção e riscos e atividades congêneres; b) que tenha sócio
domiciliado no exterior; c) de cujo capital participe entidade da administração
pública, direta ou indireta, federal, estadual ou municipal; d) que possua débito,
sem exigibilidade suspensa, com o INSS ou com outro Fisco; e) que preste
serviço de transporte intermunicipal e interestadual de passageiros, exceto
quando na modalidade fluvial ou quando possuir características de transporte
urbano ou metropolitano ou realizar-se sob fretamento contínuo em área
metropolitana para o transporte de estudantes ou trabalhadores; f) que seja
geradora, transmissora, distribuidora ou comercializadora de energia elétrica;
g) que exerça atividade de importação ou fabricação de automóveis e
motocicletas; h) que exerça atividade de importação de combustíveis; i) que
exerça atividade de produção ou venda no atacado de: cigarros, cigarrilhas,
charutos, filtros para cigarros, armas de fogo, munições e pólvoras, explosivos
e detonantes; j) bebidas (alcoólicas; refrigerantes, inclusive águas saborizadas
gaseificadas; preparações compostas para elaboração de bebida refrigerante;
cervejas sem álcool); k) que realize cessão ou locação de mão de obra; l) que
44
se dedique ao loteamento e à incorporação de imóveis; m) que realize
atividade de locação de imóveis próprios, exceto quando se referir à prestação
de serviços tributados pelo ISS.
Registre-se que o SIMPLES NACIONAL engloba também o IPI, o
PIS/Pasep e a COFINS nas operações internas (art. 13, § 1º, XII, da Lei
Complementar nº 123/2006).
Vale lembrar que vários tributos não são englobados pelo
SUPERSIMPLES: IOF, II, IE, IR, ITR, FGTS, CPMF, entre outros (art. 13, § 1º,
da Lei Complementar nº 123/2006).
O SIMPLES NACIONAL utiliza como base de cálculo, a receita bruta da
pessoa jurídica, auferida no mês. Sobre esta base de cálculo incidirá um
percentual de alíquota, dependendo do enquadramento da microempresa ou
empresa de pequeno porte.
Oportuno registrar que, a empresa inscrita no Simples Nacional está
dispensada do recolhimento de certas contribuições como as contribuições do
Sistema „S‟ (SENAI, SESI, SENAC, etc.), a contribuição ao salário educação e
a contribuição sindical.
Ressalta-se que as empresas optantes pelo Simples Nacional estão
obrigadas a apresentar, anual e eletronicamente, a Declaração de Informações
Socioeconômicas e Fiscais (DEFIS).
Com relação às obrigações tributárias acessórias:
As ME e EPP, que estejam no SUPERSIMPLES, deverão apresentar à Secretaria da Receita Federal do Brasil, anualmente, uma Declaração única e simplificada de informações socioeconômicas e fiscais. A declaração constitui confissão de dívida e instrumento hábil e suficiente para a exigência dos tributos e contribuições que não tenham sido recolhidos resultantes das informações nela prestadas (art. 25, caput e § 1º da LC n. 123/2006, atualizada pela LC n. 128/2008) Por fim, as empresas enquadradas no Sistema poderão ser excluídas (art. 28): (I) de ofício, por iniciativa da Administração Pública (art. 29, I a XII, atualizado pela LC n. 127/2007); ou (II) mediante comunicação prévia (art. 30, I a III) (SABBAG, 2016, p. 654)
5 ÓRGÃOS RESPONSÁVEIS PELA ABERTURA DA EMPRESA
45
5.1 Âmbito Federal
5.1.1 Ministério da Fazenda
O Ministério da Fazenda constitui na entidade que zela basicamente
pela formulação e execução da política econômica do país, bem como
administra a Fazenda da União e organiza a estrutura fiscal superior.
5.1.2 Receita Federal do Brasil
A Secretaria da Receita Federal do Brasil consiste num dos organismos
do Ministério da Fazenda que mais se aproxima dos contribuintes em relação
ao âmbito nacional. Ademais, controla e fiscaliza as arrecadações dos tributos
federais, assim como é responsável pela coordenação e execução da
legislação tributária nacional e a sua atuação com o mercado exterior.
As competências atribuídas pela Receita Federal do Brasil podem ser
sintetizadas da seguinte forma:
a) administração dos tributos internos e do comércio exterior;
b) gestão e execução das atividades de arrecadação, lançamento,
cobrança administrativa, fiscalização, pesquisa e investigação fiscal
e controle da arrecadação administrada;
c) gestão e execução dos serviços de administração, fiscalização e
controle aduaneiro;
d) repressão ao contrabando e descaminho, no limite da sua alçada;
e) preparo e julgamento, em primeira instância, dos processos
administrativos de determinação e exigência de créditos tributários
da União;
f) interpretação, aplicação e elaboração de propostas para o
aperfeiçoamento da legislação tributária e aduaneira federal;
g) subsídio à formulação da política tributária e aduaneira;
h) subsídio à elaboração do orçamento de receitas e benefícios
tributários da União;
46
i) interação com o cidadão por meio dos diversos canais de
atendimento, presencial ou a distância;
j) educação fiscal para o exercício da cidadania;
k) formulação e gestão da política de informações econômico-fiscais;
l) promoção da integração com órgãos públicos e privados afins,
mediante convênios para permuta de informações, métodos e
técnicas de ação fiscal e para a racionalização de atividades,
inclusive com a delegação de competência;
m) atuação na cooperação internacional e na negociação e
implementação de acordos internacionais em matéria tributária e
aduaneira.
5.2 Âmbito Estadual
5.2.1 Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo
Em outras palavras, este órgão controla tanto a arrecadação de tributos
estaduais, quanto as despesas do Estado, sempre buscando o gerenciamento
público fundado na transparência e utilidade.
As atribuições da Secretaria da Fazenda estão regulamentadas no
Decreto nº 60.812, de 30 de setembro de 2014, o qual determina sua
responsabilidade político-administrativa nas áreas tributária, financeira e de
controle interno do Governo do Estado de São Paulo: a) política e
administração tributária; b) política e administração financeira; c) controle
interno do Poder Executivo; d) gestão de compras e serviços do Estado; e)
execução orçamentária; f) administração da área previdenciária do Estado; g)
administração da área de fomento do Estado (SECRETARIA, 2016)
5.2.2 Junta Comercial do Estado de São Paulo (JUCESP)
A JUCESP se expressa em um órgão cujas finalidades precípuas
consistem em dar garantia, publicidade, autenticidade, segurança e eficácia
47
aos atos jurídicos das empresas mercantis, submetidos a registro, cadastrar
empresas e manter atualizadas as informações pertinentes. Igualmente,
procede à matrícula dos agentes auxiliares do comércio, bem como ao seu
cancelamento.
A sua atuação é preponderante no que concerne ao ato constitutivo de
empresas, cooperativas e associações, formalizando e registrando contratos
sociais e estatutos compostos por cláusulas que determinam a atuação dos
sócios e membros dentro e uma entidade.
5.3 Âmbito Municipal
5.3.1 Prefeitura Municipal
A Prefeitura de cada município, é o órgão mais próximo dos contribuintes
em relação a política tributária e constitucional. Suas competências
basicamente seguem os mesmos princípios que as esferas federal e estadual.
As legislações e normas regidas pelos municípios devem ser
consideradas de extrema importância para ato constitucional de uma entidade,
pois para a atuação e o funcionamento legal de uma empresa, em um
determinado município, depende da viabilidade e autorização dos fiscais de
posturas que determinam se aquele tipo de negócio ou entidade beneficente
agregará valor econômico ao município e se está dentro dos parâmetros de
atividade aceitáveis.
6 OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS
Segundo o artigo 113, § 2º, do Código Tributário Nacional: [...] a
obrigação é acessória quando, por força de lei, a prestação a ser cumprida é a
de fazer ou não fazer alguma coisa, ou permitir que ela seja feita pelo Fisco,
tudo no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos [...] (BRASIL,
2012)
48
6.1 Projeto SPED
O Governo Federal, por meio do Decreto nº 6.022, de 22/01/2007,
instituiu o Sistema Público de Escrituração Digital (SPED), com a finalidade de
promover uma relação informatizada entre o fisco e o contribuinte (BRASIL,
2007)
Vale ressaltar que há uma forte tendência de as empresas optantes pelo
regime do Simples Nacional também responderem ao SPED.
O SPED consiste na modernização da sistemática atual de cumprimento
das obrigações acessórias, transmitidas pelos contribuintes às administrações
tributárias e aos órgãos fiscalizadores, utilizando-se da certificação digital para
efeito de assinatura dos documentos eletrônicos, o que garante a validade
jurídica dos mesmos apenas na sua forma digital. Ou seja, traduz-se num
instrumento que unifica as atividades de recepção, validação, armazenamento
e autenticação de livros e documentos, os quais integram a escrituração
contábil e fiscal dos empresários e das pessoas jurídicas, tudo realizado em
meio digital.
O SPED foi instituído visando uma ampla demanda de benefícios entre o
fisco e os contribuintes como:
a) redução de custos com a dispensa de emissão e armazenamento de
documentos em papel;
b) eliminação do papel;
c) redução de custos com a racionalização e simplificação das
obrigações acessórias;
d) uniformização das informações que o contribuinte presta às diversas
unidades federadas;
e) redução do envolvimento involuntário em práticas fraudulentas;
f) redução do tempo despendido com a presença de auditores fiscais
nas instalações do contribuinte;
g) simplificação e agilização dos procedimentos sujeitos ao controle da
administração tributária (comércio exterior, regimes especiais e
trânsito entre unidades da federação);
h) fortalecimento do controle e da fiscalização por meio de intercâmbio
de informações entre as administrações tributárias;
49
i) rapidez no acesso às informações;
j) aumento da produtividade do auditor através da eliminação dos
passos para coleta dos arquivos;
k) possibilidade de troca de informações entre os próprios contribuintes
a partir de um leiaute padrão;
l) redução de custos administrativos;
m) melhoria da qualidade da informação;
n) possibilidade de cruzamento entre os dados contábeis e os fiscais;
o) disponibilidade de cópias autênticas e válidas da escrituração para
usos distintos e concomitantes;
p) redução do 'Custo Brasil';
q) aperfeiçoamento do combate à sonegação;
r) preservação do meio ambiente pela redução do consumo de papel.
O seu objetivo principal é padronizar e fortalecer o cruzamento das
informações fiscais, contábeis e previdenciárias dos contribuintes transmitidas
ao fisco e garantir maior segurança das informações prestadas. Segundo o
Governo Federal (BRASIL, 2007
No mundo globalizado atual, as empresas foram forçadas a se
modernizar por meio da informatização de suas informações, fato este que
propicia um melhor ambiente de negócio, aumenta sua competitividade no
mercado e a sua permanência estável no mercado financeiro.
Segundo o Governo Federal (BRASIL, 2007), o universo de atuação do
SPED é apresentado da seguinte forma:
a) CT-e: Documento de existência exclusivamente digital, emitido e
armazenado eletronicamente, com o intuito de documentar uma
prestação de serviços de transportes;
b) ECD: Obrigação acessória transmitida anualmente ao fisco por meio
de arquivo e certificação digital composta de informações fiscais e
contábeis das empresas bem como o livro diário e seus auxiliares,
livro razão e seus auxiliares, livros balancetes diários, balanços e
fichas de lançamento que comprovam a escrituração fidedigna das
informações;
c) ECF: Obrigação acessória imposta às pessoas jurídicas cuja sua
finalidade é informar ao fisco todas as operações que influenciem a
50
composição da base de cálculo e o valor devido do Imposto sobre a
Renda da Pessoa Jurídica e da Contribuição Social sobre o Lucro
Líquido;
d) EFD ICMS IPI: Obrigação acessória de interesse dos fiscos das
unidades federadas do âmbito estadual e da Secretaria da Receita
Federal do Brasil, que se constitui na escrituração das informações
fiscais bem como o registro das apurações dos impostos ICMS e IPI
referente às operações praticadas pelo contribuinte;
e) EFD Contribuições: trata-se de arquivo digital a ser utilizado pelas
pessoas jurídicas de direito privado na escrituração da Contribuição
para o PIS/Pasep e da COFINS, nos regimes de apuração não-
cumulativo e/ou cumulativo, com base no conjunto de documentos e
operações representativos das receitas auferidas, bem como dos
custos, despesas, encargos e aquisições geradores de créditos da
não cumulatividade;
f) EFD-Reinf: a Escrituração Fiscal Digital das Retenções e
Informações da Contribuição Previdenciária Substituída está sendo
construída em complemento ao Sistema de Escrituração Digital das
Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas;
g) E-Financeira: é um conjunto de arquivos digitais referentes a
cadastro, abertura, fechamento e auxiliares, e pelo módulo de
operações financeiras;
h) E-Social: consiste em um instrumento de unificação da prestação
das informações referentes à escrituração das obrigações fiscais,
previdenciárias e trabalhistas e tem por finalidade padronizar sua
transmissão, validação, armazenamento e distribuição, constituindo
um ambiente nacional;
i) NF-e: a Nota Fiscal Eletrônica foi instituída com o intuito de substituir
a emissão de notas fiscais dos contribuintes, possibilitando um
melhor compartilhamento de informações entre os fiscos e o
fortalecimento do controle e da fiscalização;
j) MDF-e: o Manifesto Eletrônico de Documentos Fiscais é o
documento emitido e armazenado eletronicamente, de existência
51
apenas digital, para vincular os documentos fiscais transportados na
unidade de carga utilizada e
k) NFC-e: a Nota Fiscal de Consumidor Eletrônica é um documento de
existência apenas digital, emitido e armazenado eletronicamente,
com o intuito de documentar as operações comerciais de venda
presencial ou venda para entrega em domicílio a consumidor final
(pessoa física ou jurídica) em operação interna e sem geração de
crédito de ICMS ao adquirente.
6.2 Obrigações Acessórias Simples Nacional
Os créditos tributários abrangidos pelo Simples Nacional são declarados,
mensalmente, por meio do sistema eletrônico de cálculo (Programa Gerador do
Documento de Arrecadação do Simples Nacional - Declaratório – PGDAS-D).
As informações prestadas no PGDAS-D têm caráter declaratório, constituindo
confissão de dívida e instrumento hábil e suficiente para a exigência dos
tributos e contribuições.
52
CAPÍTULO III
PROCESSO DE ABERTURA E A OPÇÃO PELO REGIME TRIBUTÁRIO DE
UMA EMPRESA VAREJISTA DO SETOR ALIMENTÍCIO
1 INTRODUÇÃO
Perante as exigências para o início de uma empresa comercial, sabe-se
que há muitas etapas a serem seguidas dentro do processo burocrático para
que tudo ocorra da maneira mais correta e tempestivamente, conforme cada
prazo exigido em cada um dos órgãos públicos pelo qual esse processo deve
tramitar.
Para tanto, necessário se faz o devido acompanhamento de um
profissional da contabilidade, sendo este a pessoa devidamente habilitada para
tal serviço. Pois, é ele quem poderá proporcionar o suporte para que tudo ande
de forma correta.
Contudo, antes de iniciado esse processo de abertura da empresa, é
essencial que a relação entre o contador e o empresário (enquanto consumidor
dos serviços contábeis) deva ser a mais ética possível, a fim de que não haja
dúvidas quanto ao desenvolvimento da atividade empresarial. Ou seja, a
relação entre ambos deve ser a mais sincera possível, já que o contador será a
pessoal responsável pela parte contábil e fiscal da empresa.
Outrora, para que o andamento da empresa seja a mais duradoura e
próspera, deve-se escolher o regime tributário mais adequado para sua
natureza e porte, conforme as informações prestadas pelo empresário,
cabendo ao contador o aconselhamento sobre o melhor caminho a ser seguido.
Diante deste cenário, a presente pesquisa detalha essa consultoria do
sócio empresário do ramo alimentício com seu contador, bem como as fases
para a abertura da empresa, o regime tributário escolhido e como este funciona
dentro da contabilidade da empresa, ressaltando a atuação do contador
enquanto profissional autônomo e responsável por todas essas atividades de
suporte ao empresário.
53
2 O PROFISSIONAL DA CONTABILIDADE
A maioria dos cidadãos em nível nacional se questionam quanto à
formalização de uma atividade empresarial. A grande dificuldade que se
encontra neste quesito é de como constituir uma empresa, formalizar o seu
registro nas esferas federais, estaduais e municipais e escolher o melhor
regime tributário para arrecadar tributos de forma econômica.
A figura do contador ainda é vista como no século passado, onde seu
papel resumia-se em apenas somar números em meio a um mundo de papéis
e gerar um Documento de Arrecadação da Receita Federal (DARF) para o
pagamento de um tributo, famosos 'darfistas', assim, associando o trabalho de
um contador apenas para atender o fisco.
Segundo o Código de Ética do Profissional, a Contabilidade aprovado
pelo Conselho Federal de Contabilidade, é dever do profissional (art.2º, inciso I,
Redação alterada pela Resolução Conselho Federal de Contabilidade nº
1.307/10, de 09/12/2010):
Exercer a profissão com zelo, diligência, honestidade e capacidade técnica, observada toda a legislação vigente, em especial aos Princípios de Contabilidade e as Normas Brasileiras de Contabilidade, e resguardados os interesses de seus clientes e/ou empregadores, sem prejuízo da dignidade e independência profissionais (CFC, 2010)
No entanto, é de extrema importância a veracidade dos serviços
prestados de um contador a um empresário, visto que o profissional possui
obrigações a serem zeladas perante o código civil e a qualquer ato ilícito
praticado por ele, podendo comprometer definitivamente sua carreira
profissional como é expresso no artigo 1.177, parágrafo único do Código Civil:
"no exercício de suas funções, os prepostos são pessoalmente responsáveis,
perante os preponentes, pelos atos culposos; e, perante terceiros,
solidariamente com o preponente, pelos atos dolosos" (EQUIPE MÉTODO,
2016, p. 173).
Nos dias atuais, os profissionais da contabilidade, lutam constantemente
para mudar essa imagem que os contribuintes rotulam como sendo o papel do
contador. Academicamente, as instituições de ensino superior enfatizam a
contabilidade como uma ciência social, que atua a favor dos contribuintes não
só intermediando as arrecadações que o governo impõe, mas também
54
assessorando empreendimentos e gerenciando negócios para uma vida
econômica saudável.
O profissional da contabilidade vive um momento grandioso, uma vez
que, onde há uma empresa, seja ela de pequeno, médio, ou grande porte,
sempre existirá a figura deste profissional, dada a sua importância.
Quando se pensa em abrir uma empresa, um negócio, um
empreendimento, o primeiro profissional que vem na mente de um futuro
empresário é um contador, a função do contador é essencial para dar o suporte
inicial nos trâmites burocráticos e a assessoria contínua para a viabilidade dos
negócios.
3 ASSESSORIA CONTÁBIL
O objetivo deste trabalho é idealizar na forma prática a
operacionalização de todo o processo burocrático para a abertura de uma
empresa, bem como os formulários necessários para tal e a finalidade de cada
um, seguindo-se a um planejamento tributário dos regimes vigentes na
legislação brasileira, visando à melhor opção de tributação para uma empresa
varejista do setor alimentício.
Para esse fim, foi realizada uma revisão bibliográfica e uma pesquisa de
campo onde foi indicado pelo empresário da empresa Restaurante 'Água na
Boca', como foi a assessoria inicial do escritório de contabilidade responsável,
o processo burocrático para a constituição da empresa e a escolha do regime
tributário que se enquadram neste momento.
Inicialmente, o primeiro contato do cliente com um profissional da
contabilidade é realizado por uma longa conversa, onde são questionados pelo
contador e expostos pelo pretendente todos os dados relevantes que serão
objetos da constituição da empresa e os objetivos significativos que deseja
atingir. Alguns questionamentos desta conversa são fundamentais para dar
início a um planejamento empresarial eficiente e que satisfaça as estimativas
do cliente.
As principais questões que o empresário deve expor para dar início ao
processo de constituição da empresa são:
55
a) Qual será o valor do capital social investido para iniciar suas
atividades? Quantidade de investidores?
Parcela do patrimônio liquido investido pelos sócios ou acionistas
para dar inicio as atividades da empresa. A integralização do capital
social poderá ser realizada em dinheiro ou bens corpóreos.
Neste momento, é função do profissional da contabilidade orientar
qual será natureza jurídica da empresa, podendo optar por ser ME
'Microempresa' no caso de um empresário individual, respondendo
pela totalidade de seu capital social; EIRELI 'Empresa Individual de
Responsabilidade Limitada' que figura-se com apenas um sócio
permitindo a separação entre o patrimônio empresarial e privado e a
LTDA 'Sociedade empresária limitada' onde dois ou mais sócios
constituem uma empresa onde o capital social da empresa é divido
em quotas entre os integrantes da sociedade.
b) Qual será a divisão em percentual das quotas em relação ao capital
investido pelos sócios se acaso houver? Caso a empresa seja uma
LTDA.
Sendo uma empresa LTDA “Sociedade empresária limitada”, seu
capital social será divido em quotas proporcionais ao investimento
realizado pelo sócio ou acionista.
c) Se a empresa for constituída como uma sociedade limitada, como
será a divisão do quadro societário em relação aos poderes e
obrigações que os sócios terão com a empresa?
Neste momento, os sócios irão definir a retirada do pró-labore,
responsável legal, administradores e cláusulas que definam regras
pelas quais a sociedade deverá exercer em suas atividades. Em se
tratar de uma empresa individual, sendo o caso da empresa
estudada neste trabalho, todos os direitos e obrigações
administrativas, jurídicas, cíveis e criminais serão de total
responsabilidade de um único empresário, diferentemente de uma
sociedade limitada onde cabem tais responsabilidades a todos os
sócios.
d) Qual será o mercado de atuação da empresa?
56
Essa informação está relacionada à Classificação Nacional de
Atividade Econômica (CNAE), onde a Secretaria da Receita Federal
do Brasil e orientação técnica do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) definem:
A CNAE é o instrumento de padronização nacional dos códigos de atividade econômica e dos critérios de enquadramento utilizados pelos diversos órgãos da Administração Tributária do país.[...], aplicada a todos os agentes econômicos que estão engajados na produção de bens e serviços, podendo compreender estabelecimentos de empresas privadas ou públicas, estabelecimentos agrícolas, organismos públicos e privados, instituições sem fins lucrativos e agentes autônomos (pessoa física) (BRASIL, 2016, p. 1)
e) Possui um ponto comercial?
Local onde será estabelecida a empresa para a realização de suas
atividades econômicas. A escolha do ponto comercial deverá ser
realizada com muita cautela, pois cada segmento de mercado tem
características específicas que se não forem analisadas previamente
podem influenciar nos resultados e no desempenho da operação.
f) Qual será a localização do estabelecimento?
g) Qual será a razão social da empresa?
Nome empresarial dado à pessoa jurídica no momento da sua
constituição, representado nos registros da Junta comercial à sua
sede e demonstrando a constituição legal da empresa em termos
formais. O direito ao Nome Comercial é garantido pela Constituição
Federal, pelo Código Civil Brasileiro e pela Convenção da União de
Paris para assuntos da Propriedade Industrial. Esse direito nasce no
ato do arquivamento do Contrato Social no registro de abertura da
empresa.
h) Qual será o nome fantasia da empresa?
Nome ou marca empresarial utilizada para apresentar a empresa ao
público, visando benefícios para empresa em termos estratégicos,
marketing e vendas. O registro do nome fantasia não é obrigatório e
pode ser realizado junto ao órgão de marcas e patentes, o Instituto
Nacional de Propriedade Industrial (INPI). Porém, somente com esse
57
registro a marca empresarial poderá se incorporar ao patrimônio da
empresa como um ativo incorpóreo.
i) Como será o quadro de funcionários?
Quantidade de colaboradores bem como suas funções dentro da
empresa.
j) Quais são suas expectativas quanto à vida econômica da empresa?
Está análise deverá ser realizada antes mesmo de dar inicio a
abertura da empresa, pois será onde o empresário irá mensurar a
viabilidade dos negócios, tendo em vista o segmento das atividades,
mercado e público-alvo.
k) Documentos pessoais, como a cédula de identidade, cadastro de
pessoa física – CPF e comprovantes residências e empresariais.
Tais questões devem ser discutidas com clareza e objetividade, pois são
fundamentais para o início das atividades de uma empresa, e a confiança é
essencial neste momento, pois são questionados diversos assuntos
particulares que se relacionam a vida social e financeira das pessoas,
juntamente as responsabilidades do empresário no exercício da atividade
empresarial.
Neste diálogo, é interessante salientar com o cliente sobre suas
responsabilidades sociais, jurídicas e possíveis penalidades que podem sofrer
juntamente ao profissional de contabilidade por praticarem crimes e atos ilícitos
contra a ordem. A legislação vigente do Código Civil menciona no art. 1.177,
caput, que:
Os assentos lançados nos livros ou fichas do preponente, por qualquer dos prepostos encarregados de sua escrituração, produzem, salvo se houver procedido de má-fé, os mesmos efeitos como se o fossem por aquele. Parágrafo único: No exercício de suas funções, os prepostos são pessoalmente responsáveis, perante os preponentes, pelos atos culposos; e, perante terceiros, solidariamente com o preponente, pelos atos dolosos‟ (EQUIPE MÉTODO, 2016, p. 173)
Contudo, entende-se que o contador é responsável pelos registros
contábeis e a realização de determinadas tarefas à empresa contratante de
seus serviços. Pois, não é só responsabilidade do empresário, mas também a
do contador quando há má-fé nos registros das atividades em exercício que
produzam uma situação econômica e financeira diferente da realidade,
58
obrigando-se a indenização de danos materiais e morais, permitindo que o
terceiro lesado, sendo sócio ou o fisco, acionar diretamente o patrimônio
pessoal do profissional de contabilidade ou da empresa, cabendo também este
ato como crime, objeto da legislação penal, Lei 1.521/51 art. 3º, inc. X.
Fraudar de qualquer modo escriturações, lançamentos, registros, relatórios, pareceres e outras informações devidas a sócios de sociedades civis ou comerciais, em que o capital seja fracionado em ações, ou quotas de valor nominativo igual ou inferior a um mil cruzeiros com o fim de sonegar lucros, dividendos, percentagens, rateios ou bonificações, ou de desfalcar ou desviar fundos de reserva ou reservas técnicas (EQUIPE MÉTODO, 2016, p. 954)
Ao conscientizar o cliente em relação às possíveis situações que podem
prejudicar o patrimônio de ambas as partes, a resolução CFC 987/03
menciona-se que é necessário formalizar um contrato de prestação de serviços
entre o profissional da contabilidade e o empresário, onde haverá cláusulas
para o cumprimento de ambas as partes e renovado ao término de cada
exercício social. Conjuntamente a este contrato de prestação de serviços, cabe
por direito, ao profissional da contabilidade elaborar uma 'Carta de
responsabilidade da administração', que tem como objetivo proteger as
responsabilidades pelos serviços contábeis prestados à empresa, caso o
empresário não queira que seja feita uma contabilidade efetiva, ou seja, as
informações sociais, econômicas e financeiras prestadas pelos sócios forem
fraudulentas.
Portanto, ainda vale ressaltar que somente é necessário formalizar o
contrato de prestação de serviços e a carta de responsabilidade da
administração após a constituição da empresa for efetivamente registrada com
fé pública nos órgãos governamentais competentes.
Após a absorção dos dados técnicos concedidos pelo cliente, o
profissional da contabilidade por sua vez, terá a função de assessorar o cliente
de forma ética, honesta e profissional, apontando pontos fracos e fortes, uma
comparação dos regimes tributários onde melhor a empresa poderia se
enquadrar economicamente e a elaboração de um planejamento empresarial
eficiente visando à viabilidade e continuidade dos negócios e atender as reais
necessidades pretendidas pelo empresário.
Com todos os dados e informações coletados pelo profissional da
contabilidade, o mesmo organizará o processo de constituição da empresa que
59
será relatado no próximo item deste trabalho.
Por fim, há uma negociação entre ambas as partes, onde serão
discutidos e pautados os honorários onde se trata dos valores cobrados pelos
serviços prestados ao empresário referente ao processo de constituição da
empresa. Além da constituição da empresa, há de serem negociados os
honorários referentes às manutenções mensais que se tratam da realização de
serviços como a assessoria contábil, a elaboração da folha de pagamento, a
escrita fiscal juntamente a apuração dos impostos e as contribuições e a
contabilidade, fatos ocorridos no decorrer do exercício social da empresa.
Destaca-se que não há instruções nas normas da contabilidade que
determinam os valores dos honorários negociados com empresário. Compete
ao profissional da contabilidade mensurar os valores de seus serviços
prestados acompanhado de um plano de negócios que demonstre todo o
trabalho que será realizado durante a vigência do contrato de prestação de
serviços firmado entre as partes. Para que assim, o profissional possa propor
com ética e clareza para o empresário, o valor digno de seus serviços
profissionais.
4 PROCESSO DE ABERTURA DA EMPRESA
Conforme abordado no item 1 deste capítulo, nesta parte, se exemplifica
de forma técnica e prática todo o processo de abertura de uma empresa onde
será estudado a estrutura lógica, os registros e as burocracias que o fisco
determina que sejam realizados para os devidos controles e fiscalizações a que
a eles competem. Segundo o portal do Empreendedor (2016):
Para abertura, registro e legalização do empresário individual, é necessário registro na Junta Comercial e, em função da natureza das atividades constantes do objeto social, inscrições em outros órgãos, como Receita Federal (CNPJ), Secretaria de Fazenda do Estado (inscrição estadual e ICMS) e Prefeitura Municipal (concessão do alvará de funcionamento e autorização de órgãos responsáveis pela saúde, segurança pública, meio ambiente e outros, conforme a natureza da atividade).
60
O restaurante 'Água na Boca', no momento de sua constituição passou
por todo o processo burocrático exigido pelo fisco, e por se tratar de uma
microempresa com o ramo de atividade na área da alimentação, precisou se
atentar com todas as exigências que o fisco municipal impôs ao empresário
antes de iniciar suas atividades.
Há uma estrutura lógica que determina a ordem que o profissional da
contabilidade juntamente ao empresário deve-se direcionar para prosseguir
com cumprimento das exigências impostas pelo fisco no processo de abertura
da empresa.
5 OPÇÃO PELO REGIME TRIBUTÁRIO
No Brasil, existem três tipos de regimes tributários mais usados pelas
micros, pequenas e médias empresas, sendo os regimes do Simples Nacional,
Lucro Presumido e Lucro Real, conceituados na revisão bibliográfica do
presente trabalho. No momento da opção pelo melhor regime tributário a se
enquadrar, é necessário que se faça um planejamento tributário a partir de um
levantamento de dados e informações econômicas, jurídicas e sociais da
empresa para que haja exatidão nos cálculos a serem realizados neste
trabalho, tendo em vista a relevância e a necessidade de um bom
planejamento tributário para organizar empreendimentos econômico-mercantis
da empresa visando adiantar o ônus fiscal, anular ou reduzir a alta carga
tributária.
Conceitua-se o Planejamento Tributário como:
Uma atividade técnica – realizada no universo da gestão empresarial da tributação – que visa projetar as atividades econômicas da empresa, para conhecer as suas válidas e legitimas alternativas estruturais e formais, assim como as suas respectivas obrigações e encargos fiscais, para daí, então, mediante meios e instrumentos adequados, avaliá-las com vistas à adoção daquela (alternativa) que possibilita a anulação, maior redução ou o mais extenso adiantamento do ônus tributário pertinente, e, por outro lado, que se integra harmonicamente à planificação global dos negócios (BORGES, 2010, p. 38)
61
Segundo Borges (2010), a operatividade sistêmica de um planejamento
tributário compreende cinco fases:
a) a pesquisa do fato objeto do planejamento tributário;
b) a articulação das questões fiscais oriundas do fato pesquisado;
c) o estudo dos aspectos jurídico-fiscais relacionados com as questões
decorrentes do fato pesquisado;
d) conclusão e
e) formalização do planejamento elaborado num expediente técnico-
funcional.
Contudo, foram compreendidos os dados e as informações fornecidas
pela empresa Restaurante 'Água na Boca' juntamente as questões jurídicas e
fiscais para se iniciar o processo de elaboração do planejamento tributário
ligadamente há um comparativo entre os regimes tributários do Simples
Nacional, Lucro Presumido e Lucro Real, que neste momento não será
abordado em detalhes no presente trabalho. Abaixo estão relacionadas às
informações coletadas para a realização deste estudo:
a) Porte Empresarial;
b) Natureza Jurídica;
c) Classificação Nacional de Atividade Econômica (CNAE) das
atividades relacionadas ao comércio varejista de alimentos
preparados para consumo imediato;
d) Estrutura e atividades operacionais da empresa;
e) Qualificações fiscais de seu estabelecimento em face de todos os
tributos e contribuições que incidem sobre as operações de um
comércio varejista;
f) Particularidades das operações exercidas pela empresa, negócios
mercantis e prestações de serviços abrangidos pelo planejamento
tributário.
Finalmente, depois de realizado o estudo feito mediante o planejamento
tributário juntamente a um comparativo e o método de Observação Sistemática,
conclui-se que a melhor opção para o enquadramento tributário para o
exercício das atividades da empresa Restaurante 'Água na Boca' é o regime
compartilhado de arrecadação, cobrança e fiscalização de tributos aplicável às
62
(continua)
Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, previsto na Lei Complementar
nº 123, de 14 de dezembro de 2006 – SIMPLES NACIONAL, sendo entre a
comparação dos três regimes tributários analisados, o mais vantajoso em
termos econômicos, razão pela qual foi identificado que o faturamento da
empresa se limita a receita bruta anual de R$ 180.000,00 a R$ 360.000,00 e se
enquadra à alíquota percentual de 5,47% conforme tabela ilustrativa do
ANEXO I - Da Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006
(vigência: 01/01/2012).
Na sequência deste estudo, é explicado de forma detalhada a memória
de cálculo realizada na empresa tema deste trabalho.
A memória de cálculo como a descrição em detalhes dos cálculos
efetuados até chegar ao resultado final apresentado neste estudo, sendo de
suma importância a sua demonstração, pois facilita a identificação de erros de
cálculo no planejamento executado, bem como a praticidade no entendimento
do profissional da contabilidade, caso forem necessárias correções e ao ponto
de vista do empresário que poderá mensurar de forma analítica a apuração dos
impostos e contribuições devidas pela empresa.
No modo geral, o 'Documento de Arrecadação do Simples Nacional'
(DAS) gerado após a apuração dos tributos relativos ao simples nacional, é
calculado como base de cálculo referente a receita bruta auferida pela empresa
na competência da apuração, aplicando-se a respectiva alíquota constante na
tabela progressiva do Anexo I, conforme a média dos últimos 12 meses da
receita bruta auferida pela empresa.
No primeiro momento, a tabela 2 demonstra as receitas efetivas
auferidas pela empresa no período de competência de junho de 2016. A
apuração completa está inserida nos anexos deste trabalho.
Tabela 2: Receitas efetivas
Total de Receitas Brutas (R$) Mercado Interno
Mercado Externo
Total
Receita Bruta do PA (RPA) - Competência 21.742,52 0,00 21.742,52
Receita bruta acumulada nos doze meses anteriores ao PA 276.679,49 0,00 276.679,49
Receita bruta acumulada nos doze meses anteriores ao PA proporcionalizada (RBT 12p)
0,00 0,00 0,00
Receita bruta acumulada no ano-calendário corrente (RBA) 128.086,77 0,00 128.086,77
63
(conclusão)
Total de Receitas Brutas (R$) Mercado Interno
Mercado Externo
Total
Receita bruta acumulada no ano-calendário anterior (RBAA) 289.071,90 0,00 289.071,90
Limite de receita bruta proporcionalizado 3.600.000,00 3.600.000,00 0,00
Fonte: Adaptado do SIMPLES NACIONAL, 2016
Na tabela 3 estão ilustradas as alíquotas progressivas utilizadas para o
cálculo do DAS – Simples Nacional, destacando-se a faixa de receita bruta
anual que a empresa Restaurante 'Água na Boca' se enquadra:
Tabela 3: Alíquotas e Partilha do Simples Nacional – Comércio
Receita Bruta em 12 meses (em R$) Alíquota IRPJ CSLL COFINS PIS/Pasep CPP ICMS
Até 180.000,00 4,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 2,75% 1,25%
De 180.000,01 a 360.000,00 5,47% 0,00% 0,00% 0,86% 0,00% 2,75% 1,86%
De 360.000,01 a 540.000,00 6,84% 0,27% 0,31% 0,95% 0,23% 2,75% 2,33%
De 540.000,01 a 720.000,00 7,54% 0,35% 0,35% 1,04% 0,25% 2,99% 2,56%
De 720.000,01 a 900.000,00 7,60% 0,35% 0,35% 1,05% 0,25% 3,02% 2,58%
De 900.000,01 a 1.080.000,00 8,28% 0,38% 0,38% 1,15% 0,27% 3,28% 2,82%
De 1.080.000,01 a 1.260.000,00 8,36% 0,39% 0,39% 1,16% 0,28% 3,30% 2,84%
De 1.260.000,01 a 1.440.000,00 8,45% 0,39% 0,39% 1,17% 0,28% 3,35% 2,87%
De 1.440.000,01 a 1.620.000,00 9,03% 0,42% 0,42% 1,25% 0,30% 3,57% 3,07%
De 1.620.000,01 a 1.800.000,00 9,12% 0,43% 0,43% 1,26% 0,30% 3,60% 3,10%
De 1.800.000,01 a 1.980.000,00 9,95% 0,46% 0,46% 1,38% 0,33% 3,94% 3,38%
De 1.980.000,01 a 2.160.000,00 10,04% 0,46% 0,46% 1,39% 0,33% 3,99% 3,41%
De 2.160.000,01 a 2.340.000,00 10,13% 0,47% 0,47% 1,40% 0,33% 4,01% 3,45%
De 2.340.000,01 a 2.520.000,00 10,23% 0,47% 0,47% 1,42% 0,34% 4,05% 3,48%
De 2.520.000,01 a 2.700.000,00 10,32% 0,48% 0,48% 1,43% 0,34% 4,08% 3,51%
De 2.700.000,01 a 2.880.000,00 11,23 % 0,52% 0,52% 1,56% 0,37% 4,44% 3,82%
De 2.880.000,01 a 3.060.000,00 11,32 % 0,52% 0,52% 1,57% 0,37% 4,49% 3,85%
De 3.060.000,01 a 3.240.000,00 11,42 % 0,53% 0,53% 1,58% 0,38% 4,52% 3,88%
De 3.240.000,01 a 3.420.000,00 11,51 % 0,53% 0,53% 1,60% 0,38% 4,56% 3,91%
De 3.420.000,01 a 3.600.000,00 11,61 % 0,54% 0,54% 1,60% 0,38% 4,60% 3,95%
Fonte: Adaptado do SIMPLES NACIONAL, 2016
Assim, compreendendo a faixa de receita bruta anual que empresa se
enquadra, é possível identificar os tributos incidentes na apuração do DAS -
Simples Nacional, onde a incidência do percentual das alíquotas aplica-se no
64
COFINS – 0,86%, Contribuição Patronal Previdenciária (CPP) – 2,75% e o
ICMS – 1,86%.
Nas tabelas 4 e 5, está demonstrada a memória de cálculo realizada
para uma análise detalhada da apuração das receitas auferidas pela empresa e
conseqüentemente a geração do DAS - Simples Nacional.
Revenda de mercadorias, exceto para o exterior, sem substituição
tributária/tributação monofásica/antecipação com encerramento de tributação
(o substituto tributário do ICMS deve utilizar essa opção).
Tabela 4: Receita Bruta
Valor devido por tributo (R$)
IRPJ CSLL COFINS PIS/Pasep INSS/CPP ICMS IPI ISS Total
0,00 0,00 167,22 0,00 534,74 361,66 0,00 0,00 1.063,62
Parcela 1: 19.444,62
Fonte: Adaptado do SIMPLES NACIONAL, 2016
Revenda de mercadorias, exceto para o exterior, com substituição
tributária/tributação monofásica/antecipação com encerramento de tributação
(o substituto tributário do ICMS deve utilizar essa opção).
Tabela 5: Receita Bruta
Valor devido por tributo (R$)
IRPJ CSLL COFINS PIS/Pasep INSS/CPP ICMS IPI ISS Total
0,00 0,00 19,76 0,00 63,19 0,00 0,00 0,00 82,95
Parcela 1: 2.297,90
Substituição tributária de: ICMS
Fonte: Adaptado do SIMPLES NACIONAL, 2016
Nota-se que, as receitas auferidas pela empresa são calculadas
separadamente, pois as atividades da revenda exercidas por um Restaurante
devem ser separadas da seguinte forma:
a) Revenda de mercadorias com substituição tributária de ICMS, como
por exemplo: sucos, refrigerantes, sorvetes, balas e doces;
65
b) Revenda de mercadorias sem substituição tributária de ICMS, que
cabem às refeições preparadas pelo restaurante e servidas para o
consumo.
Contudo, ocorre a somatória dos totais dos impostos calculados com
base nas receitas auferidas da competência apurada onde se resulta no
montante total de R$ 1.146,57. O pagamento destes tributos é realizado
mensalmente por meio da guia de recolhimento DAS - Simples Nacional com o
prazo até o vigésimo dia útil do mês subsequente ao da apuração.
6 ÂMBITO MUNICIPAL
6.1 Prefeitura Municipal
A Prefeitura de cada município, é o órgão mais próximo dos
contribuintes em relação a Política tributária e constitucional. Suas
competências basicamente seguem os mesmos princípios que as esferas
federais e estaduais. As legislações e normas regidas pelos municípios devem
ser consideradas de extrema importância para ato constitucional de uma
entidade, pois para a atuação e o funcionamento legal de uma entidade em um
determinado município, depende da viabilidade e autorização dos fiscais de
posturas que determinam se aquele tipo de negócio ou entidade beneficente
agregará valor econômico ao município.
Neste primeiro instante, o governo municipal é órgão a quem a empresa
necessita comunicar para iniciar as atividades. A solicitação de viabilização do
estabelecimento e a autorização do fiscal de posturas é ponto inicial, pois se
acaso a empresa por algum motivo não puder ser instalada no município
pretendido, não haverá continuidade nos tramites para o registro e
regularização do estabelecimento no âmbito estadual e federal.
A empresa Restaurante 'Água na Boca' neste momento, além de solicitar
a viabilização do estabelecimento ao fiscal de posturas, também solicita o
registro e as inscrições fiscais da empresa, assim como o cumprimento das
exigências para emissão do Alvará, de funcionamento e a vigilância sanitária
conforme a atividade de comércio de alimentos preparado para consumo
66
imediato, logo após o registro da empresa no âmbito estadual e federal como
será apresentado no próximo subitem deste trabalho.
Nos anexos do presente trabalho estão ilustrados os modelos de
solicitações do alvará de funcionamento da prefeitura municipal, de onde o
restaurante 'Água na Boca' está instalado, juntamente ao pedido de liberação
do alvará da vigilância sanitária.
7 ÂMBITO ESTADUAL
7.1 Junta Comercial do Estado de São Paulo (JUCESP)
A JUCESP é um órgão cuja sua competência é registrar, fé pública e
publicidade de documentos arquivada por empresários e sociedade
empresarial, e sociedades cooperativas do Estado. Sua atuação é
preponderante no ato constitutivo de empresas, cooperativas e associações,
formalizando e registrando contratos sociais e estatutos compostos por
cláusulas que determinam a atuação dos sócios e membros dentro de uma
entidade.
Na Lei Complementar Estadual n° 1.187/2012 e na Lei Federal n°
8.934/1994
Dispõe sobre os Serviços de Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins. No ranking do Sistema Nacional de Registro Mercantil, a Jucesp ocupa a primeira posição, respondendo por 42% de toda a demanda nacional. Com a sanção da Lei Complementar Estadual n° 1.187/2012, aprovada por unanimidade pela Assembléia Legislativa, a Jucesp foi transformada em autarquia especial, prevendo a sua nova estrutura orgânica, funcional e administrativa, com o intuito de permitir a execução dos processos de registro e de legalização de forma virtual, segura, ágil e integrada com a Rede Nacional para a Simplificação do Registro e da Legalização de Empresas e Negócios (Redesim) (JUCESP, 2016. p. 1)
Posteriormente, a viabilização e a autorização do estabelecimento pelo
fiscal de posturas do governo municipal, a prioridade do empresário juntamente
a um profissional de contabilidade é elaborar e registrar na Junta Comercial do
Estado de São Paulo obedecendo os critérios exigidos pelo órgão, o estatuto,
67
contrato social ou requerimento de empresário, no caso de empresas
individuais conforme formalizado o quadro societário da empresa.
O restaurante 'Água na Boca' por ser uma empresa individual registrou
na JUCESP o requerimento do empresário, onde são necessários definir os
seguintes itens:
a) Dados pessoais do empresário;
b) Interesse das partes;
c) Descrição do aspecto societário e a maneira de integralização das
cotas do capital social da empresa.
No caso da empresa estudada, o capital social da empresa é 100% do
sócio por se tratar de uma empresa individual com um único sócio responsável.
Logo após a definição dos itens listados acima, o requerimento de empresário
é encaminhado à Junta Comercial do Estado para o devido registro. Essa
etapa é equivalente à obtenção da certidão de nascimento de uma pessoa,
pois a partir desse momento a empresa estabelece oficialmente sua existência.
A seguir na figura 5, o requerimento do empresário devidamente
registrado na Junta Comercial do Estado:
68
Figura 5: Requerimento do empresário
Fonte: Restaurante Água na Boca, 2016
69
7.2 Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (SEFAZ)
Entre os entes públicos que controlam, fiscalizam e executam as
políticas tributárias e fiscais dos Estados, a Secretaria da Fazenda é um órgão
público estadual que se espalha por todo o território nacional atuando
separadamente por estado, com os mesmos princípios institucionais nelas
atribuídas.
A SEFAZ atualmente, responsável pela RECEITA e DESPESA do Estado. Poderia ser dito que ela exerce a função de 'tesoureira' das finanças estaduais, realizando primordialmente as funções de: Controlar a arrecadação de tributos estaduais; controlar a despesa do Estado. No entanto A SEFAZ está, atualmente, modernizando-se para melhor atender ao cidadão e ao contribuinte. Seguindo um novo modelo de gestão pública, fundamentado em transparência e utilidade, a SEFAZ objetiva: fornecer, ao contribuinte, orientação e serviços mais eficientes; ser um modelo de administração pública baseada em transparência e utilidade; disponibilizar, à sociedade, instrumentos de acompanhamento e informação sobre as contas públicas; promover a inclusão social, através da educação fiscal e divulgação de informações; estimular a prática da cidadania e promover o despertar da consciência tributária no cidadão. (SECRETARIA DA FAZENDA, 2016, p. 1)
A Inscrição Estadual do estabelecimento solicitante é formalmente
registrada juntamente ao requerimento de empresário no momento em que o
Chefe responsável pela Junta Comercial do Estado autoriza o pedido de
abertura da empresa. Após este cadastro, a empresa passa a ter sua empresa
formalmente registrada junto a Receita Estadual no estado que estiver situado.
Este cadastro mais conhecido como CADESP – Cadastro do
Contribuinte do ICMS ou imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação
de Serviços é obrigatória às empresas dos setores do comércio, indústria e
serviços de transporte intermunicipal e interestadual. Também estão incluídas
empresas que prestam serviços de comunicação e energia. A finalidade deste
registro é arrecadar, controlar e fiscalizar os contribuintes do ICMS, bem como
a emissão de documentos fiscais pertinentes a atividade da empresa inscrita.
O restaurante 'Água na Boca' por ser uma empresa varejista que
comercializa refeições preparadas para o consumo imediato, possui a Inscrição
Estadual devidamente registrada na secretaria da Fazenda do Estado de São
Paulo.
70
Na figura 6 ilustra-se a Inscrição Estadual da empresa estudada no
presente trabalho.
Figura 6: Inscrição Estadual
Fonte: Restaurante Água na Boca, 2016
71
8 ÂMBITO FEDERAL
8.1 Receita Federal do Brasil
A Secretária da Receita Federal do Brasil é um dos sítios do Ministério
da Fazenda que mais se aproxima dos contribuintes no âmbito nacional, além
de controlar e fiscalizar as arrecadações dos tributos federais é responsável
pela coordenação e execução da legislação tributária nacional e a sua atuação
com o mercado exterior.
A Secretaria da Receita Federal do Brasil é um órgão específico, singular, subordinado ao Ministério da Fazenda, exercendo funções essenciais para que o Estado possa cumprir seus objetivos. É responsável pela administração dos tributos de competência da União, inclusive os previdenciários, e aqueles incidentes sobre o comércio exterior, abrangendo parte significativa das contribuições sociais do País. Também subsidia o Poder Executivo Federal na formulação da política tributária brasileira, previne e combate a sonegação fiscal, o contrabando, o descaminho, a pirataria, a fraude comercial, o tráfico de drogas e de animais em extinção e outros atos ilícitos relacionados ao comércio internacional. (BRASIL, 2016, p. 1)
A abertura do Cadastro Nacional de Pessoal Jurídica da empresa
(CNPJ) na Receita Federal do Brasil, também é realizada juntamente com o
registro do requerimento do empresário na Junta Comercial do Estado. Este
cadastro é o último a ser formalizado nos âmbitos estudados neste trabalho. A
obtenção do CNPJ é fundamental para a Receita Federal fiscalizar e controlar
as arrecadações e obrigações acessórias destinadas às empresas
cadastradas, tem em vista a distinção das obrigações de acordo com as
atividades exercidas pela empresa e a opção do regime tributário.
Este cadastro é de extrema relevância para a empresa iniciar suas
atividades, pois o empresário poderá emitir notas fiscais relativas às atividades
de indústria, comércio, serviços e transporte conforme o segmento das
atividades e às legislações vigentes pelo Governo do Estado, participar de
licitações e ter acesso a créditos de instituições financeiras para alcançar de
forma positiva o equilíbrio e rentabilidade dos negócios da empresa.
72
O CNPJ é o último passo a ser formalizado pela empresa, uma vez que
o aparato fiscal esteja pronto e registrado, a empresa poderá começar a
exercer suas atividades legalmente.
O restaurante 'Água na Boca' possui CNPJ desde o dia 12 de julho de
2005, momento em que iniciou suas atividades no segmento de comércio de
alimentos preparados para o consumo imediato. Na figura 7 pode-se visualizar
o Cartão do CNPJ emitido pela Receita Federal do Brasil.
Figura 7: Cartão do CNPJ
Fonte: Restaurante Água na Boca, 2016
73
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO
Considerando-se o Restaurante 'Água na Boca' atualmente realizando
as atividades operacionais no ramo de atividade do comércio varejista na
qualidade de vender refeições a peso para consumo imediato e pelo
autoserviço Self Service, de possuir em seu plano de expansão a excelência
em atender a preferência, a necessidade e os desejos dos consumidores por
meio de uma refeição saudável e de qualidade, sendo uma empresa
devidamente constituída, que atua no regime tributário do Simples Nacional
devido ao fato de ser a melhor opção resultante de um planejamento tributário
realizado por um profissional da contabilidade e possuir periodicamente a
assessoria contábil, tributária e previdenciária do profissional, apresenta-se o
seguinte plano de expansão:
a) aperfeiçoar o entrosamento entre o sócio-administrador da empresa
e o profissional da contabilidade em relação às novas legislações
contábeis, tributárias e previdenciárias;
b) realizar periodicamente o planejamento tributário estudando por
meio de comparativos novas opções para a redução dos custos
efetivos da empresa e
c) fazer o acompanhamento periódico das alterações nas legislações
que interferem nas atividades econômicas.
Diante do cenário tributário nacional, vale ressaltar que, uma empresa,
para se tornar rentável e competitiva no mercado consumidor, necessita de um
bom planejamento tributário atualizado periodicamente, onde possa indicar
possibilidades para a redução dos custos da empresa.
Atualmente, com as novas exigências da legislação tributária, os micros,
pequenas e médias empresas passaram a se preocupar com o controle de
estoques, no qual deverão ser informadas no projeto SPED impostos pelo
fisco. No momento, tal informação não está obrigada a ser apresentada pelas
empresas, mas com a futura obrigatoriedade, propõe-se à empresa relevância
no desenvolvimento de controles de estoques, onde possam não só atender ao
fisco, mas controlar de modo eficiente as entradas e saídas dos estoques de
forma a reduzir efetivamente seus custos com a produção das refeições, tendo
74
em vista que a empresa estudada no presente trabalho atua como um
comércio varejista na atividade de preparar e servir refeições a peso para
consumo imediato.
75
CONCLUSÃO
O presente trabalho descreveu o processo de abertura de uma empresa
varejista do setor alimentício, apresentando todos os trâmites necessários para
a sua devida constituição e pleno funcionamento.
Outro ponto relevante da pesquisa residiu em salientar a atuação do
profissional de contabilidade perante as empresas e seus responsáveis,
independentemente do porte da organização. Em outras palavras, o contador é
uma das principais figuras com quem o empresário tem contato, tendo em vista
ser este o profissional que o empresário irá recorrer para ter todo o suporte
tanto para a constituição da empresa, quanto para o prosseguimento e
progresso da atividade empresarial.
Observou-se no decorrer do trabalho que o processo de abertura da
empresa é um tanto burocrático, considerados os vários órgãos a quem o
empreendedor deve encaminhar os respectivos requerimentos: Receita
Federal, JUCESP, Prefeitura Municipal (Licença de Funcionamento, Setor da
Vigilância Sanitária) e Corpo de Bombeiros.
Apesar de, na atualidade, dispor das facilidades do mundo digitalizado,
muitos documentos requerem entrega física, bem como a averiguação e
constatação física do local onde irá funcionar a empresa, como é o caso do
Corpo de Bombeiros e Vigilância Sanitária do município, fatores que,
ocasionalmente, requerem mais tempo.
Ademais, demonstrou-se os tipos de empresa que podem se formar, os
regimes de apuração, bem como os impostos existentes no sistema tributário
nacional, a fim de que pudesse ser exposto para o pretenso empresário a
maior extensão de conhecimento para que atue no mercado e compreenda os
impostos que recolhe aos cofres públicos. Tudo isso no intuito de se
estabelecer uma relação de confiança e credibilidade entre o profissional da
contabilidade e o empresário tomador de seus serviços.
Desta forma, em consonância com as informações supracitadas,
depreende-se que a atuação do profissional contábil é de extrema importância
desde o início da atividade comercial. Nesta fase, fornecendo todo suporte para
a abertura e escolha de tipo de empresa e de regime tributário que se
76
enquadrará. Em fases seguintes, ao dar suporte sobre a saúde financeira da
empresa, para que essa possa progredir cada vez mais em seu funcionamento.
Ademais, infere-se que o objetivo deste trabalho residiu na possibilidade
de oferecer um auxílio para que os profissionais contábeis recém-graduados
pudessem se embasar para conseguirem atuar no mercado como autônomos,
ou seja, comandando um escritório contábil que assessora empresas
comerciais.
Interessante ressaltar que, tudo isso só é de grande valia se houver uma
parceria incondicional entre o profissional contábil e empresário, posto que o
primeiro atuará perante as informações que o segundo fornecer, ou seja, deve
haver uma relação transparente entre ambos para que o empreendimento seja
o mais organizado possível, tornando-se competitivo e, assim, obtenha o
sucesso almejado.
77
REFERÊNCIAS
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78
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L7689.htm>. Acesso em: 23 maio 2016. BRASIL. Lei nº 9.718, de 27 de novembro de 1988. Altera a Legislação Tributária Federal. Palácio do Planalto, Brasília, DF, 1988a. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9718.htm>. Acesso em: 23 maio 2016.
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79
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RESOLUÇÃO CFC nº 1.307/10, de 09 de Dezembro de 2010. Altera dispositivos da Resolução CFC n° 803/96. CFC - Conselho Federal de Contabilidade. Brasília, DF, 2010. Disponível em: <http://www2.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?codigo=2010/001307>. Acesso em 22 ago. 2016 RIBEIRO, O. M. Contabilidade básica. 2.ed. São Paulo: Saraiva, 2009.
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80
APÊNDICES
81
INDICE A - Roteiro de Estudo de Caso
I Introdução
Apresentar os objetivos relacionados ao estudo de caso, assim como os
métodos e técnicas de pesquisa utilizada nas coletas de dados. O estudo de
caso terá fundamento dos setores, administrativo, contábil, financeiro e
processual da empresa “Restaurante Água na Boca”, do escritório de
contabilidade que assessora as suas atividades e de contadores que relataram
suas experiências rotineiras, em razão do tema ser direcionado ao processo de
abertura de uma empresa e a escolha do regime tributário a ser aplicado na
empresa.
II Relato do trabalho realizado referente ao assunto estudado
a) Realização de um estudo sobre o processo de abertura de uma
empresa e a escolha do regime tributário.
b) Descrever as técnicas e métodos que um contador utiliza para
assessoria no processo burocrático de abertura de empresa e a
escolha do regime tributário mais viável para o ramo de atividade.
III Discussão
Será confrontada a teoria estudada com a prática utilizada pelo
“Restaurante Água na Boca” e o suporte que o escritório de contabilidade
oferece.
IV Parecer final sobre o caso e sugestões sobre manutenção ou
modificações de procedimentos
82
APÊNDICE B - Roteiro de Observação Sistemática
I Identificação
Empresa:
Localização
Atividade Econômica:
Porte:
II Aspectos a serem observados
a) Ambiente de Trabalho;
b) Assessoria contábil e
c) Analise dos métodos de apuração do custos utilizados no processo
produtivo, afim de apurar se os mesmos refletem à realidade.
83
Apêndice C - Roteiro de Entrevista do Sócio
I Dados de Identificação
Cargo, Função, Profissão: __________________________________________
Escolaridade: ____________________________________________________
Experiências Profissionais: _________________________________________
Outras Experiências: ______________________________________________
Residência/Local: _________________________________________________
II Perguntas
1. O que você acha das exigências e o seu processo burocrático para a
constituição de uma empresa hoje em dia?
2. Qual a importância da assessoria de um profissional contábil dentro de
uma empresa?
3. Qual o impacto que as empresas varejistas estão sofrendo diante da
crise econômica atual do país?
84
Apêndice D - Roteiro de Entrevista para o Contador
I Dados de Identificação:
Nome: _________________________________________________________
Cargo, Função, Profissão: __________________________________________
Escolaridade: ____________________________________________________
Experiências Profissionais: Outras Experiências: ________________________
Residência/Local: _________________________________________________
II Perguntas:
1. O que você pensa acerca das exigências para abertura de uma empresa
hoje em dia?
2. Qual a importância da assistência profissional contábil para uma
empresa?
3. Qual o impacto para as empresas varejistas diante da crise econômica
brasileira pelo qual o pais atravessa?
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ANEXOS
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Anexo 1 - Capa de requerimento
87
88
Anexo 2 - Capa de enquadramento
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Anexo 3 - Declaração de enquadramento - ME
91
Anexo 4 - Requerimento de abertura
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Anexo 5 - Certificado de licença do Corpo de Bombeiros
93
Anexo 6 - Ficha de informações em vigilância sanitária
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