pós-graduação em direito penal e processual penal€¦ · pega-se a pena do crime mais grave e...

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LEGALE

Critério Trifásico de Aplicação da Pena

Súmulas sobre aplicação da pena:

Critério Trifásico de Aplicação da Pena

Súmula 444

É vedada a utilização de inquéritos policiais e ações penais em curso para agravar a pena-base.

Critério Trifásico de Aplicação da Pena

Súmula 443

O aumento na terceira fase de aplicação da pena no crime de roubo circunstanciado exige fundamentação concreta, não sendo suficiente para a sua exasperação a mera indicação do número de majorantes.

Critério Trifásico de Aplicação da Pena

Súmula 442

É inadmissível aplicar, no furto qualificado, pelo concurso de agentes, a majorante do roubo.

Critério Trifásico de Aplicação da Pena

Súmula 440

Fixada a pena-base no mínimo legal, é vedado o estabelecimento de regime prisional mais gravoso do que o cabível em razão da sanção imposta, com base apenas na gravidade abstrata do delito.

fim

Reincidência

Reincidência

Verifica-se a reincidência quando o agente comete novo crime, depois de transitar em julgado a sentença que, no País ou no estrangeiro, o tenha condenado por crime anterior

Reincidência

EXEMPLO:

Reincidência

Furto Outros crimes

Fatos: 1990

Condenação: 1995

Trânsito: 1998

Início da pena: 2000

Fim da pena: 2005

Fatos: 1992 Fatos: 1996 Fatos: 1999 Fatos: 2001 Fatos: 2006 Fatos: 2011

Reincidência

Atenção:

Se no momento da sentença do segundo crime, o réu já tiver sido condenado com trânsito em julgado por crime anterior, terá maus antecedentes

Exemplo:

Reincidência

Furto Outro crime

Fatos: 1990

Condenação: 1995

Trânsito: 1998

Início da pena: 2000

Fim da pena: 2005

Fatos: 1994 (primário) Condenação: 1999

(maus antecedentes)

Reincidência

Para efeito de reincidência:

Reincidência

Para efeito de reincidência:

I - não prevalece a condenação anterior, se entre a data do cumprimento ou extinção da pena e a infração posterior tiver decorrido período de tempo superior a 5 (cinco) anos, computado o período de prova da suspensão ou do livramento condicional, se não ocorrer revogação;

Reincidência

II - não se consideram os crimes militares próprios e políticos

fim

Concurso de Crimes

Concurso de Crimes

Quando se fala em concurso de crimes há de se entender que o agente cometeu mais de um crime

Concurso de Crimes

Quando se fala em concurso de crimes há de se entender que o agente cometeu mais de um crime

ou seja, concurso de crimes é a soma de 2 ou mais crimes

Concurso de Crimes

A importância de se definir o concurso de crimes está no critério de aplicação da pena, que poderá ser:

Concurso de Crimes

A importância de se definir o concurso de crimes está no critério de aplicação da pena, que poderá ser:

Cúmulo Material

Concurso de Crimes

A importância de se definir o concurso de crimes está no critério de aplicação da pena, que poderá ser:

Cúmulo Material

Exasperação

Concurso de Crimes

São espécies de concurso de crimes:

Concurso de Crimes

São espécies de concurso de crimes:

- concurso material

Concurso de Crimes

São espécies de concurso de crimes:

- concurso material

- concurso formal

Concurso de Crimes

São espécies de concurso de crimes:

- concurso material

- concurso formal

- crime continuado

Concurso de CrimesMaterial

Concurso Material (real) – art. 69 do CP

Concurso de CrimesMaterial

Concurso Material (real) – art. 69 do CP

Se dá quando o agente através de duas ou mais ações ou omissões der causa a dois ou mais resultados dentro de um único contexto.

Concurso de CrimesMaterial

Concurso Material (real) – art. 69 do CP

Se dá quando o agente através de duas ou mais ações ou omissões der causa a dois ou mais resultados dentro de um único contexto.

As penas deverão ser somadas.

Concurso de CrimesFormal

Concurso Formal (ideal) – art. 70 do CP

Concurso de CrimesFormal

Concurso Formal (ideal) – art. 70 do CP

Se dá quando o agente através de uma única ação ou omissão der causa a mais de um resultado

Concurso de CrimesFormal

O concurso formal poderá ser:

Concurso de CrimesFormal

Perfeito:

Quando o agente não quiser mais de um resultado (quer 1 ou nenhum)

Concurso de CrimesFormal

Perfeito:

Quando o agente não quiser mais de um resultado (quer 1 ou nenhum)

Nesse caso, a pena será aplicada da seguinte maneira: pega-se a pena do crime mais grave e aumenta-se de 1/6 até a metade.

Concurso de CrimesFormal

Imperfeito:

Quando o agente quiser mais de um resultado ou assumir o risco de produzir mais de um resultado

Concurso de CrimesFormal

Imperfeito:

Quando o agente quiser mais de um resultado ou assumir o risco de produzir mais de um resultado

Nesse caso, as penas serão somadas

Concurso de CrimesCrime Continuado

Crime continuado (concurso específico) – art. 71 do CP

Concurso de CrimesCrime Continuado

Crime continuado (concurso específico) – art. 71 do CP

São crimes autônomos, praticados em contextos diferentes, mas que se ligam por serem muito semelhantes (um crime é continuação do outro)

Concurso de CrimesCrime Continuado

Para caracterizar o crime continuado são necessários 4 requisitos (cumulativos):

Concurso de CrimesCrime Continuado

Crimes da mesma espécie

Concurso de CrimesCrime Continuado

Crimes da mesma espécie

tempo de uma atitude e outra não superior a um mês (para a jurisprudência majoritária)

Concurso de CrimesCrime Continuado

Crimes da mesma espécie

tempo de uma atitude e outra não superior a um mês (para a jurisprudência majoritária)

que os crimes sejam praticados na mesma região geográfica e

Concurso de CrimesCrime Continuado

Crimes da mesma espécie

tempo de uma atitude e outra não superior a um mês (para a jurisprudência majoritária)

que os crimes sejam praticados na mesma região geográfica e

que os crimes sejam praticados sempre da mesma forma (mesmo modus operandi)

Concurso de CrimesCrime Continuado

A pena pelo crime continuado, em regra, é aplicada da seguinte forma:

Concurso de CrimesCrime Continuado

A pena pelo crime continuado, em regra, é aplicada da seguinte forma:

pega-se a pena do crime mais grave e aumenta-se de 1/6 até 2/3.

Concurso de CrimesCrime Continuado

A pena pelo crime continuado, em regra, é aplicada da seguinte forma:

pega-se a pena do crime mais grave e aumenta-se de 1/6 até 2/3.

se o crime for doloso, contra vítimas diferentes, tiver violência ou grave ameaça deverá ser aplicada a pena do crime mais grave aumentada o triplo.

Concurso de Crimes

ATENÇÃO

As penas de multa (não interessa o concurso) deverão ser sempre somadas.

Concurso de Crimes

ATENÇÃO

As penas de multa (não interessa o concurso) deverão ser sempre somadas.

Se a soma das penas for melhor do que a utilização das regras do concurso formal perfeito e do crime continuado as penas deverão ser somadas (concurso material benéfico)

Concurso de Crimes

ANÁLISE DE JURISPRUDÊNCIA

Caso do desastre do avião da Gol (x JatoLegacy)

“Superior Tribunal de Justiça. RECURSOESPECIAL Nº 1.458.012 - MT (2013/0302524-7). RELATORA : MINISTRA LAURITA VAZRECORRENTE : JAN PAUL PALADINORECORRENTE : JOSEPH LEPORE

EMENTA - RECURSO ESPECIAL DO MPF E DADEFESA. PENAL E PROCESSUAL PENAL.ATENTADO CONTRA A SEGURANÇA DETRANSPORTE AÉREO. ALEGADA VIOLAÇÃO AARTIGOS DA LEI FEDERAL.CRITÉRIO DEAPRECIAÇÃO E VALORAÇÃO DA PROVA.REVISÃO. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA N.º 07 DOSTJ. MAJORAÇÃO DA (segue)

PENA-BASE. FUNDAMENTAÇÃO EMELEMENTOS CONCRETOS E IDÔNEOS. AUSÊNCIADE ILEGALIDADE. SUBSTITUIÇÃO DA PENAPRIVATIVA DE LIBERDADE POR RESTRITIVAS DEDIREITOS. IMPOSSIBILIDADE. PRESENÇA DECIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS DESFAVORÁVEIS.INTELIGÊNCIA DO ART. 44, INCISO III, DO CP.

INCIDÊNCIA DE CAUSA DE AUMENTO DO § 4.ºDO ART. 121 DO CP. EXISTÊNCIA DECIRCUNSTÂNCIA DISTINTA DA JÁCONSIDERADA PARA CONFIGURAÇÃO DO TIPOCULPOSO. AUSÊNCIA DE BIS IN IDEM.RECURSOS ESPECIAIS DESPROVIDOS. (segue)

1. O caso dos autos é reconhecidamente umdos maiores e trágicos acidentes aéreosocorrido no país. Em 29 de setembro de 2006,154 pessoas perderam suas vidas quando oavião Boeing/737-800, da companhia GolTransportes Aéreos S/A, colidiu em voo, sob océu do Estado de Mato Grosso, com o jatoEmbraer/Legacy 600, prefixo N600XL. As duasaeronaves mantinham a mesma altitude(37.000 pés), e voavam em sentidos opostos,em pleno espaço aéreo controlado pelo ACC-BS (Centro de Controle de Área de Brasília),sediado no CINDACTA-I (segue)

(Primeiro Centro Integrado de Defesa Aérea eControle de Tráfego Aéreo), nesta Capital. Oprocesso foi cindido em relação aoscontroladores de voo envolvidos no episódio.2. Os pilotos foram condenados porconcorrerem para o acidente, em apertadasíntese, porque, por imperícia, desligaram otransponder , que assim permaneceu por cercade 1 hora (e só foi religado momentos depoisda colisão), e, por negligência, deixaram demanter constante observação dosinstrumentos, sobretudo o funcionamento doTCAS – Traffic Collision Avoidance (segue)

System (sistema anticolisão de tráfego). 3. Oacórdão recorrido se valeu do desvalor daculpabilidade e das circunstâncias do crime,retirando do cálculo da pena-base a aferiçãodas consequências. Quanto a estas, o voto-condutor do julgado fez constar que "asconsequências, muito embora gravíssimas,com a morte das 154 pessoas que seencontravam a bordo do voo 1907 da empresaGOL, não serão consideradas para fixação dapena-base além do mínimo, porque jáintegram a qualificadora [rectius, causa deaumento] do delito." 4. O desvalor(segue)

da culpabilidade está assentado,essencialmente, no exagerado tempo deduração da conduta imperita e negligente,ambas com elevado grau de reprovabilidadepor se tratar de inobservância deprocedimentos elementares na aviação. 5. Aotratar das circunstâncias do crime, o acórdãorecorrido pôs em destaque o elevado disparateentre o alto grau de preparação dos pilotos,bastante experientes, um deles, aliás, instrutorde voo, e a conduta imperita e negligente.Enfatizou o acórdão que "diante de suacomprovada capacidade profissional, (segue)

é inaceitável que tivesse comportamentodiametralmente oposto na ocasião do acidente,tal como um amador. Mais grave ainda, nãoestava sozinho. Errou em dupla. Expôs oespaço aéreo a sua volta a um perigodesnecessário, causando a queda do voo 1907da empresa GOL". 6. Não se constatadesproporcionalidade flagrante que autorize aingerência do Superior Tribunal de Justiça naindividualização da pena estabelecida pelaCorte Regional. Com efeito, a partir da penaabstratamente cominada para o crime (de 1 a 3anos), a pena-base foi fixada em 1 (um)(segue)

ano e 9 (nove) meses, ou seja, em patamarpraticamente intermediário, em razão dodesvalor de duas entre oito circunstânciasjudiciais. Nada desarrazoado, considerando oestreito limite da cominação legal para o delitoem questão 7. Também não prospera ainsurgência ministerial no sentido de valorar naprimeira fase da dosimetria da pena asconsequências do delito. De fato, o resultadomorte figura no crime em tela como causa deaumento e, portanto, deve ser considerado naterceira fase da dosimetria da pena, em estritaobservância do sistema trifásico (segue)

consagrado no art. 68 do Código Penal, sendovedada a dupla valoração. 8. A alegação daDefesa de que houve má apreciação das provasrevela, indisfarçavelmente, a pretensão derediscutir o acervo probatório carreado aosautos, de modo a reformar a conclusão a quechegaram as instâncias ordinárias, o que, comoé sabido, não se coaduna com a via eleita, ateor do verbete sumular n.º 07 desta Corte. 9.Não se sustenta a alegação de falta defundamentação na elevação da pena-base,uma vez que o acórdão recorrido bemconsiderou em desfavor dos (segue)

Recorrentes a culpabilidade e as circunstânciasdo crime, com elementos concretos e idôneosa ensejar o aumento implementado, de formafundamentada, notadamente a condiçãopessoal de expertise dos pilotos e o alto graude reprovabilidade de suas condutasdisplicentes, as quais acarretaram um dosmaiores acidentes aéreos do país. 10. E, emrazão justamente das circunstâncias judiciaisdesfavoráveis, a Corte Regional denegou asubstituição da pena privativa de liberdade porrestritiva de direitos, o que fez dentro da maisabsoluta legalidade, a teor do art. 44, (segue)

inciso III, do Código Penal. 11. Não há oalegado bis in idem pelo aumento

implementado com base no § 4.º do art. 121do Código Penal, uma vez que se constatacircunstâncias distintas, uma para configurar amajorante, outra para o reconhecimento dopróprio tipo culposo. 12. No caso, a principalconduta culposa dos pilotos resume-se a nãopromoverem o devido monitoramento dosinstrumentos de bordo da aeronave. Odesligamento do transponder, por sua vez, empleno voo por instrumento em espaço aéreocontrolado, submetido a rígidas (segue)

regras da aviação, surge como umacircunstância que, de fato, agrava a condutaculposa, merecendo, pois, maiorreprovabilidade, passível de enquadramento

justo na causa de aumento do § 4.º do art.121 do Código Penal. Não só foramnegligentes (conduta negativa, ausência deação), mas também imperitos no manuseio dotransponder, equipamento de altíssimarelevância para o voo proposto, que, se nãotivesse sido desligado, teria indicado, comacuidade, a altitude e direção da aeronavetanto para o ACC-BS como para (segue)

a outra aeronave que se aproximava. Se otransponder estivesse ligado, poderia terensejado uma reação do controlador de voo dosetor (a tela radar mostraria em evidência osaviões em rumo de colisão), ou dos pilotos daoutra aeronave acidentada ou dos própriospilotos do legacy, já que o TCAS poderia terindicado a colisão iminente, sugerindomanobras evasivas. 13. Recursos especiaisdesprovidos. Brasília (DF), 07 de agosto de2014 (Data do Julgamento) MINISTRA LAURITAVAZ Relatora”.

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