public management challenge
Post on 13-Feb-2017
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O Movimento Minas é um projeto que incentiva o desenho colaborativo de
soluções para questões de interesse coletivo, através da mobilização de pessoas de
alguma maneira engajadas nessas questões. A cada tema, chamados de “desafios”, o
Movimento Minas lança uma pergunta que serve como gatilho para a interação entre
as pessoas via plataforma virtual e encontros presenciais. Através desses espaços, o
Movimento Minas procura não apenas possibilitar a interação desse público, mas
também a geração de ideias que tragam diferentes perspectivas sobre a temática do
desafio. Este documento traz os principais aspectos do mais recente desafio
conduzido pela equipe do projeto, que aborda a profissionalização da gestão pública.
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3
O Movimento Minas é um projeto que
funciona no setor público e vive no seu
dia-a-dia uma série dificuldades que
vários governos brasileiros costumam
enfrentar. E faz parte do nosso papel
enquanto agentes governamentais
encontrar maneiras de resolver esses
problemas, o que passa
inevitavelmente por desenvolver
práticas que dotem o Estado brasileiro
de mais capacidade de transformação
social. Este desafio surgiu dessa
reflexão sobre a necessidade de
melhorar a gestão pública brasileira e
da criação de espaços mais inclusivos
e diversos para pensar novas
iniciativas que potencializem os
esforços e recursos para atender às
demandas da sociedade.
Nesse contexto, considerando que até
então os desafios propostos pelo
Movimento Minas tiveram temas
voltados para fora do governo,
resolvemos abrir um desafio que
trouxesse pessoas de dentro e fora do
setor público para conversar e
desenhar propostas que explorassem
as fronteiras da gestão pública. E para
guiar esse processo, partimos de uma
premissa: para gerar transformações relevantes é necessário colocar no centro do debate o recurso mais valioso em qualquer organização, e principalmente no setor público: as pessoas.
O principal gasto dos governos
brasileiros é com despesas de pessoal,
o que tem a ver com a natureza das
atividades exercidas pelos governos,
que são mais intensivas em recursos
humanos. Diferentemente de outros
setores, no setor público, o que é
entregue aos cidadãos se materializa,
em grande parte, na forma de serviços.
Para fazer este desafio, e conseguir
engajar diferentes cabeças,
estabelecemos uma parceria com os
estudantes universitários dos cursos do
Campo de Públicas. Entendemos que
os ambientes de maior reflexão e
desenvolvimento de novas ideias são
essas escolas, e justamente neste ano
ocorrerá em Minas Gerais um
congresso nessa área reunindo
estudantes de todo o país (ENEAP 2013).
Entendendo o momento que o país vive
como mais fértil à mobilização social,
enxergamos uma grande oportunidade
para convidar pessoas para desenhar
novos rumos para a administração
pública brasileira, e por isso
procuramos envolver, além dos
estudantes, professores, gestores
públicos e especialistas em RH. Apesar
de estarmos em Minas, acreditamos
que tais mudanças devem ser
pensadas enquanto propostas para o
país, e, por isso, ao final deste
processo esperamos contribuir para
que outras esferas catalisem mudanças
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positivas nas suas estruturas, trazendo
novas ondas de inovação na gestão
pública brasileira. E fazer isso de
maneira aberta à sociedade é a
essência do que consideramos mais
valioso para o Movimento Minas.
Este documento tem o objetivo de
tornar público, na forma de um relato, o
que ocorreu nos cinco meses em que
esse processo de colaboração esteve
aberto (fevereiro a junho de 2013). Por
isso o organizamos de acordo com o
andamento das nossas ações:
definição do desafio, levantamento de
ideias e prototipação.
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Para definir um desafio dentro da
temática profissionalização da gestão
pública, a equipe do projeto procurou
duas estratégias complementares e
paralelas. A primeira buscou, por meio
de um questionário virtual, mapear o
público-alvo e pergunta-los sobre o que
torna o trabalho no setor público
atrativo. A segunda estratégia buscou
levantar de forma mais aprofundada
pontos de vista diferentes sobre o
tema, por meio de conversas
individuais e em grupo.
Atratividade do setor público
Foi aberto no site do Movimento Minas um questionário entre os dias 4
de fevereiro e 15 de março de 2013 e
contou com a participação de pessoas
do país inteiro. A partir das respostas
obtidas, pudemos traçar um perfil de
nossos interlocutores em potencial. No
anexo A apresentamos alguns
resultados obtidos.
Grande parte das respostas veio de
universitários (dentre graduados ou
graduandos) ligados ao campo de
públicas, concentrados na região
sudeste. Foi perceptível uma
preferência para o trabalho no setor
público em relação a empresas
privadas e terceiro setor, com destaque
para o poder executivo federal.
Ao serem questionados sobre fatores
estimulantes ou desestimulantes ao
trabalho no setor público, sobressaiu o
sentimento de “trabalhar pela
sociedade” como principal estímulo
positivo. Por outro lado, o excesso de
“Burocracia/Morosidade” foi apontado
como a questão mais desmotivadora.
Outra questão de destaque foi a
remuneração, que foi apontada tanto
como item motivador quanto
desmotivador.
Conversas sobre desafios
O Movimento Minas sempre procurou
aliar a participação online a encontros
presenciais. Tais encontros aumentam
o nível de engajamento e interação,
gerando diversos efeitos de rede no
grupo participante.
Para esse desafio não foi diferente.
Após a coleta de dados pela pesquisa
em nosso site, organizamos um
encontro que reuniu estudantes,
professores, técnicos de governo, além
de membros da sociedade civil
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(usuários do site), para discutir desafios
da profissionalização da administração
pública.
Workshop de escuta: conversas em grupo para
definição do desafio.
Esse encontro aconteceu no dia 9 de
março de 2013, no Palácio Tiradentes,
sede oficial do Governo do Estado de
Minas, e serviu para que os presentes
debatessem questões específicas
ligadas ao tema. Na ocasião, os
convidados foram divididos em grupos
com a missão de levantar questões
essenciais guiados pelos seguintes
eixos:
- Modelos de capacitação e formação
- Seleção e ingresso no setor público
- Carreiras públicas
Todas as informações levantadas na
escuta foram compiladas e serviram
como insumo para a definição do
desafio. Por isso o encontro de escuta
tem especial relevância no processo:
permite refinar o olhar da equipe sobre
o problema principal a ser tratado e
resulta em uma pergunta-chave que
daria o tom de discussão ao longo de
todo o processo.
Observando de perto os pontos
emergentes do encontro, percebemos
que algumas questões perpassam os
três eixos. Ou seja, todos os grupos de
discussão mencionaram em maior ou
menor medida questões como a
necessidade de renovação da imagem
da administração pública brasileira
através da modernização dos métodos
de atração e desenvolvimento de
profissionais. Isso significa, em última
instância, adequar a realidade atual
aos novos perfis de profissionais que
buscam uma formação cada vez mais
interdisciplinar e procuram carreiras
mais flexíveis.
Além disso, outra questão latente nas
discussões, porém não explicitamente
descrita, foi a necessidade de enfoque
em mudanças nos governos municipais
onde, segundo os presentes, se têm a
maior necessidade de alocação de
administradores públicos e,
normalmente, menos recursos para
tanto.
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Após o encontro, nos concentramos
nas questões identificadas na fala dos
participantes, e partimos para um
período de conversas individuais com
profissionais que poderiam ajudar a
refinar nosso olhar.
Foram escutadas pessoas do setor
público e privado para trazer
percepções pessoais sobre os três
eixos que guiaram o encontro de
escuta, e também sobre aspectos
faltantes do panorama traçado.
Com toda essa variedade de
informações combinadas: a pesquisa
sobre atratividade do setor público,
levantamento de informações feito pela
equipe, os insumos gerados no
encontro de escuta e as críticas
surgidas nas entrevistas individuais,
chegamos a quatro premissas, que
seriam os pilares para o problema
central a ser tratado no desafio.
“Como atrair e desenvolver profissionais para transformar a administração pública no Brasil?”. A
pergunta sozinha fica incompleta. Ela
toma forma na medida em que for
pensada em conjunto com as quatro
premissas. No dia 26 de março foi
então aberto no site o desafio , para
guiar uma nova fase de participações
da sociedade pelo Movimento Minas,
desta vez focando em ideias de
soluções para a pergunta. As respostas
deveriam contemplar as premissas,
cada uma refletindo pontos importantes
identificados ao longo da primeira fase.
PREMISSA 1. Despertar o interesse e o conhecimento sobre carreiras públicas: Melhorar o acesso a
informações e despertar o interesse em
candidatos com perfil adequado.
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PREMISSA 2. Repensar os mecanismos de recrutamento e seleção do Estado: Os mecanismos
de recrutamento e seleção influem
tanto no perfil das pessoas que entram
no setor público como na forma como
se preparam para ingressar no Estado.
PREMISSA 3. Desenvolver e engajar os profissionais e reter talentos:
Quem já atua no setor público precisa
manter-se engajado e motivado. É
preciso propor ações para o
desenvolvimento contínuo desses
profissionais em diferentes momentos
ao longo de sua trajetória.
PREMISSA 4. Considerar a realidade dos municípios: é importante propor
soluções aplicáveis ao contexto dos
municípios, onde ocorrem as principais
políticas públicas e onde é mais
carente de mão-de-obra.
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Página do desafio no site.
Com o lançamento da pergunta no site
do Movimento Minas, deu-se início às
rodadas de divulgação desse desafio
para o público-alvo. Esse momento foi
importante para que mais pessoas ou
organizações ligadas ao tema fossem
inseridas na construção colaborativa.
Para isso, contamos mais uma vez com
o apoio da equipe organizadora do
ENEAP, que fez rodadas de divulgação
do desafio em várias universidades do
país. Foram ao todo nove
universidades visitadas, aumentando
assim o contato com os estudantes do
campo de Públicas. Além disso, foram
organizados pela equipe do Movimento
Minas três workshops, que não só
serviram para promover o debate sobre
profissionalização da administração
pública, mas também para estimular a
geração e inserção de ideais para o
desafio em nosso site. Um dos
encontros aconteceu na UFMG (3 de
abril), outra no UNI-BH (29 de abril) e a
última na Fundação João Pinheiro (22
de maio).
Ao longo de 41 dias, foram agregadas
65 respostas no site do Movimento
Minas, além de vários comentários em
cada um delas ( Todas as ideias podem ser acessadas aqui ) . A tabela
a seguir mostra algumas categorias
identificadas em cada uma das
premissas.
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Consolidação das ideias
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Finalmente, com todas essas ideias em
mãos, pudemos nos organizar para a
fase seguinte do desafio, onde
procuraríamos refinar as ideias e
prototipar algumas propostas. Nessa
fase, contamos com a colaboração da
equipe da MJV Tecnologia & Inovação. Em conjunto, baseado em
na aplicação de abordagens de design,
conseguimos aproximar algumas das
ideias geradas de aspectos que
determinam sua viabilidade,
usabilidade e factibilidade. Com isso,
foi possível engajar potenciais agentes
implementadores dessas ideias no
Governo de Minas, trazendo-os para
tangibilizar as ideias, identificando
obstáculos e procurando representa-la
em funcionamento.
A partir dessa parceria entre a MJV e o
Movimento Minas, deu-se início a um
processo de refinamento das propostas
para o desafio. Em um primeiro
momento, organizamos as 65 ideias
emergentes no site, buscando aquelas
que se adequam melhor aos seguintes
critérios: número de apoios no site,
descrição detalhada (claro
entendimento), diversidade de
premissas contempladas, potencial
agregador, potencial mobilizador em
rede, viabilidade política/ técnica.
Depois disso, buscamos identificar
dentre as ideias que estavam no site,
aquelas que não apenas poderiam ser
alvo de prototipação, mas que, de certa
forma, fossem mais abrangentes, ou
seja, que trouxessem consigo soluções
para um maior número de problemas.
Esse processo implicou em grande
parte na convergência e aglutinação de
ideias distintas, de forma que, ao final,
pudemos chegar a cinco propostas que
seriam então levadas à etapa de
prototipação de baixa fidelidade. É
importante ressaltar que essas cinco
propostas, apesar de serem híbridas,
fruto da fusão de várias ideias
sugeridas no site, buscaram respeitar
ao máximo o perfil das participações
dos usuários no site do Movimento
Minas.
A seguir, apresentamos as ideias
resultantes dessa escolha. Além de
uma breve descrição, cada proposta
tem: público-alvo, restrições, e as
ideias relacionadas que surgiram no
site do Movimento Minas e que
inspiraram sua criação.
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O resultado do processo de convergência das cinco ideias a serem prototipadas pode
ser conferido a seguir:
1. Despertar vocação para o serviço público
Descrição - No momento da escolha da profissão,
carreiras tradicionais como Medicina, Direito e
Engenharia sempre são as opções mais cogitadas
entre os jovens. Dificilmente ser administrador
público é a primeira escolha, seja por falta de
interesse ou, simplesmente, por desconhecimento dessa possibilidade. Por isso, é
preciso não apenas divulgar as opções de carreiras, mas também despertar o
interesse de jovens, de diferentes municípios e regiões, através de um mecanismo de
imersão na rotina e no dia-a-dia do trabalho. O desafio aqui é estimular o intercâmbio
de conhecimento entre administradores públicos em atividade e estudantes do ensino
médio de vários municípios para, eventualmente, despertar nesses últimos a
inclinação para a carreira pública.
Público Alvo: Jovens do ensino Médio
Restrições:
- Envolvimento de municípios de todos
os portes e regiões
- Contrapartidas para o município de
origem
Ideias relacionadas do site:
“Políticas de qualificação no ensino
médio”
“Despertar o interesse dos jovens pela
administração pública”
“Despertar habilidades para se ter
qualidade”
2. Entradas laterais no setor público de profissionais mais experientesDescrição - Muitas vezes profissionais altamente
capacitados e com longa experiência de atuação, seja no
setor privado ou mesmo no setor público, se sentem
desincentivados a participarem de concursos porque não
querem ter que encarar as provas e todo o ciclo da carreira
desde o seu início. Assim, um mecanismo que pode ajudar
no recrutamento de tais profissionais é a possibilidade de
entrada lateral, isto é, no meio ou em níveis já elevados da
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estrutura da carreira. Seria de grande valor para alguns órgãos recrutar gestores
sênior para assumirem funções de direção e assessoramento.
Público Alvo: Profissionais de mercado com mais experiência
Premissas
- Incluir aposentados precoces
- Definir critérios técnicos para balizar a
entrada
Ideias relacionadas do site:
“Entrada Lateral”
“Aproveitar Experiência Profissional de
Aposentados Precoces”
“Definir e cobrar critérios técnicos para
cargos de confiança”
“Processo seletivo para gestores de
projetos”
3. Espaço de troca de experiências entre gestores públicos e privados
Descrição - Encontros que mesclam gestores
públicos (de diferentes esferas de governo e até de
ONGs e OSCIPs) e privados (de diferentes
empresas e organizações) podem ser relevantes
para propiciar ganhos de conhecimento tácito e
intercâmbio de experiências em gestão e outros
temas comuns.
Público-alvo: gestores públicos e privados
Premissas:
- Diversidade de perfis e de pessoas
- Predisposição e interesse de quem for
participar
Restrições:
- Evitar formatos muito expositivos -
palestras e seminários
Ideias relacionadas do site:
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“Facilitar o debate e a troca de
experiências entre gestores públicos e
privados”
“Adotar práticas da iniciativa privada na
iniciativa pública”
“Formação continuada de professores
através de iniciativas público x
privadas”
4. Centralizar informações sobre oportunidades de ingresso no setor público
Descrição - Já existe uma série de instrumentos e
canais consolidados (como revistas, jornais e editais)
para divulgação de oportunidades de concursos no
setor público. No entanto, um canal de centralização de
oportunidades de ingresso exclusivo para
administradores públicos pode ser um instrumento
poderoso para que os interessados possam ter uma
noção mais ampla do campo de atuação e vislumbrar
oportunidades fora da sua própria região. É importante
que esse instrumento incorpore de forma criativa
questões como: possíveis perfis de público e oportunidades além dos concursos
públicos.
Públicos: Aspirantes ao ingresso em carreiras públicas
Premissas:
- Deve ser atrativo e despertar
confiança
- Pode contemplar seleção para cargos
de confiança
- Deve ser transparente
Ideias relacionadas do site
“Divulgação das carreiras do Estado”
“Site nacional de divulgação de
concursos públicos”
5. Alocação e capacitação de recém-concursados por Competências, Habilidades e Atitudes
Descrição - Para melhorar a alocação de servidores
recém-admitidos no setor público, é preciso identificar
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melhor o perfil profissional desses funcionários e desenvolver instrumentos de
capacitação e avaliação para aprimorar sua inserção no setor público. Com essa ideia
podem ser pensados instrumentos como o servidor experimentar diferentes posições e
funções antes de ser inserido em um departamento específico do setor público, ou
cursos para recém-formados, como acontece com diplomatas ou EPPGGs. O mais
importante é que ele tenha uma visão de diversas partes do sistema e que seja
pensado um processo de desenvolvimento ao longo desse período, que trará à tona
suas competências, habilidades e atitudes e permitirá à Administração Pública melhor
alocar esse funcionário.
Público-alvo: Recém-admitidos em cargos efetivos do setor público
Premissas:
- Não mencionar carreiras específicas
- Foco em habilidades, conhecimentos
e atitudes
- Avaliação de desempenho específica
- Incorporar como etapa do processo
seletivo (a pessoa pode ser limada do
processo)
- Período logo após sua entrada - 3
anos (estágio probatório).
Ideias relacionadas do site:
“ Despertar habilidades para se obter
qualidade ”
“Alteração do formato dos concursos
públicos”
“Critérios de seleção para concursos
públicos”
“Habilidades de relacionamento
interpessoais podem ser usadas no
processo de seleção”
“Processo de seleção de acordo com
formação, aptidão e conhecimento”
“Curso de formação para recém-
concursado”
“Após concurso, processo de seleção
para cargos”
“Direcionar os servidores de acordo
com conhecimento, habilidade e
atitude”
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Para refinar essas cinco propostas e aproximá-las da realidade de implementação, foi
organizado mais um encontro presencial, dessa vez com o intuito de desenhar
protótipos a partir dessas ideias. No dia 12 de junho de 2013, recebemos na Cidade
Administrativa de Minas Gerais cerca de 30 pessoas, dentre eles membros do
governo, estudantes, participantes do site e membros da iniciativa privada, dispostos
em grupos e incumbidos da tarefa de dar corpo às cinco propostas.
Workshop de prototipação, no dia 12 de junho, na Cidade Administrativa, Belo Horizonte.
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Existem duas dimensões que devem
ser destacadas nesse encontro. Uma
delas relacionada ao conteúdo do
encontro, que foi construído de maneira
colaborativa ao longo do processo e
que foi compartilhado com os
participantes no início do workshop. O
principal insumo que eles tinham eram
as 5 propostas que acabamos de
apresentar.
Além disso, existe uma dimensão da
forma de engajar os convidados,
aspecto no qual a colaboração da
equipe da MJV foi essencial. Não
apenas por trazer material do
workshop, mas pelo desenho da
dinâmica colaborativa, sendo
determinante para dar vazão à
criatividade de todos e fazer desse um
momento distinto da rotina do governo,
onde atores diversos pudessem
interagir de maneira mais leve. Sua
missão era construir representações
das propostas para o desafio proposto:
Como atrair e desenvolver profissionais para transformar a administração pública no país?
Participantes durante a dinâmica criativa “3
brains”.
Foram formados então cinco grupos,
que tiveram uma composição
heterogênea dentro do perfil dos
presentes, e que trabalharam cada um
com uma das propostas durante todo o
dia.
O objetivo dos grupos era discutir a
proposta, trazendo suas percepções
sobre como ela poderia ser
desenvolvida na prática, sem estar
presos a uma Secretaria específica ou
até mesmo uma esfera governamental.
Processo de escolha da proposta de um dos
grupos.
Os grupos tiveram liberdade para
transitar na Cidade Administrativa de
Minas Gerais para conversar com
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outras pessoas e coletar opiniões. A
única restrição foi o tempo. Com isso,
cada grupo, ao desenvolver a sua
ideia, optou por um formato diferente:
uns preferiram o registro em vídeo, já
outro grupo escolheu a encenação,
enquanto outro optou por fazer um
teste junto aos servidores da Cidade
Administrativa. Tendo em vista as
particularidades, colocamos a seguir
um resumo da construção de cada
protótipo.
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Protótipo 1: “Pex Pública” – Programa de Experiência Pública
Baseado na proposta: “Despertar a vocação para o serviço público”
O primeiro grupo ficou a cargo da proposta 1, que discutia formatos para divulgação e
atração de jovens para o serviço público e, mais especificamente, para as carreiras de
administração pública. A partir disso, foi elaborado o “Pex Pública”. Para esse projeto, o
grupo imaginou um formato de estágio supervisionado com duração limitada para
jovens do ensino médio, que permita tanto uma experiência profissional para os
candidatos quanto uma oportunidade
de conhecer e, talvez, vislumbrar uma
carreira na administração pública. Para
tanto, foi sugerida pelo grupo a criação
de um portal interativo, onde os jovens
pudessem se inteirar de vagas de
estágio disponíveis e ofertadas por
órgãos públicos. Após a inscrição no
site e, caso o candidato seja aceito,
este seria convocado para um estágio
remunerado de quatro meses. Ali, o jovem passaria por um acompanhamento direto
com um gestor, que atuaria como tutor ao longo de quatro meses. As imagens mostram
um pouco do processo de prototipação que envolveu a simulação do portal e do
processo de acompanhamento do estagiário.
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Protótipo do portal de oferta de estágios da PEX Pública
Exemplo de alguns quadros da jornada do usuário do serviço desenhado pelo grupo.
Protótipo 2 – “Entrada Lateral”
Baseado na proposta: “Entradas laterais no setor público de profissionais mais experientes.”
O segundo grupo simulou um processo seletivo de contratação de profissionais
através de entrada lateral. No teste, havia dois candidatos disputando uma
vaga para um cargo de gerência em um órgão público hipotético.
A grande ênfase que surgiu da aplicação do teste estava relacionada à
“blindagem” do processo organizacional a eventuais influências de parentesco
e políticas no resultado. Por isso o grupo simulou entrevistas com dois perfis de
candidatos: um claramente qualificado para o cargo e outro pouco qualificado,
porém, parente de um político local, que não
economizou esforços em tentar usar de sua
influência para encaminhá-lo à vaga. No
teste, simularam também o funcionamento de
um órgão de recrutamento para avaliação de
candidatos através de entrevistas e teste de
aptidões específicas para a vaga.
Com o protótipo, o grupo teve que observar
várias barreiras que surgiriam com a entrada
lateral para servidores já atuantes (evitando que esse percorra todas as fases
de um concurso público). No entanto, o foco das atenções deve estar no
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Construção do protótipo pelo grupo “Entradas Laterais”
formato da seleção: dando ênfase à analise de experiência em gestão em
órgãos públicos, garantindo certa isenção do processo.
Protótipo 3 – “Dedim de prosa”
Baseado na proposta: “Espaço de troca de experiências entre gestores públicos e privados.”
O “Dedim de prosa” foi o projeto idealizado pelo grupo que buscava desenvolver
espaços que estimulassem trocas de experiências entre gestores públicos e privados,
com o objetivo de enriquecer o conhecimento dos profissionais envolvidos de ambas
as esferas.
Sabendo que uma das restrições atribuídas à ideia era justamente a rejeição aos
formatos já tradicionais (como seminários e palestras), o grupo optou por explorar
novas formas de se estimularem interações, dando mais ênfase à espontaneidade e
imprevisibilidade das conversas.
Com isso em mente, os participantes fizeram um exercício de imaginar como seria a
disposição desse espaço informal. Para tanto, desenharam um ambiente amplo, que
inspirasse liberdade e criatividade: com puffs e redes ao invés de cadeiras e mesas.
Segundo o grupo, esse espaço poderia ser reservado para execução de dinâmicas de
conversação e geração de ideias. Tudo de forma não
hierarquizada e natural.
Além do desenho de um espaço físico, o projeto
previa o desenvolvimento de um formato itinerante
para conversas. Por isso, o grupo foi a campo e testou
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no espaço dos ônibus circulares da Cidade Administrativa de Minas Gerais qual seria
a melhor forma de se estimular essas interações. Foram inseridos nas paredes e
painéis dos ônibus cartões com provocações que servissem como tema inicial de
conversas.
Protótipo 4: “Paramos de coçar”
Baseado na proposta: “Centralizar informações sobre oportunidades de ingresso no setor
público.”
Ainda que o objetivo principal desse protótipo fosse a centralização de oportunidades
de trabalho para administradores públicos, o 4º grupo sentiu a necessidade de
expandir a abrangência da própria ideia, desenvolvendo não apenas um site, mas
também uma feira que agregasse questões de inovação no serviço público,
apresentadas de forma divertida e interativa.
A criação do 4º protótipo teve como inspiração a necessidade de mudança de
paradigma na forma como os servidores são vistos pela sociedade. Segundo o grupo,
existe uma nova geração de administradores que são competentes e muito distantes
do estereótipo do servidor acomodado e ineficiente. A mensagem principal nesse caso
foi mostrar que existem novas ideias na administração pública que precisam ser
espalhadas para a opinião pública.
Além disso, o grupo decidiu que, para que ambos
os projetos tivessem um impacto proporcional à
mudança de paradigma sugerida, era preciso ter
um nome impactante. Por isso, o projeto foi
chamado de: “Paramos de coçar”. Um título
provocador que fazia menção à mudança de
postura dos servidores públicos.
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Nesse projeto, tanto o site como a feira teriam conteúdos compartilhados. No conteúdo
do site, por exemplo, seria possível não apenas procurar por oportunidades de
emprego, mas também ver vídeos sobre cases de sucesso em administração pública.
Além disso, o grupo previu a confecção de um game onde o jogador pudesse simular
decisões sobre políticas públicas de forma divertida. A feira serviria como uma
materialização dos produtos do site em formato expositivo.
Protótipo 5: Trainees Públicos
Proposta relacionada: “Alocação e capacitação de recém-concursados por competências, habilidades e atitudes”
O último grupo trabalhou com uma das temáticas mais debatidas ao longo do
processo de participação: a alocação e capacitação de servidores. Trata-se de um
tema central para o entendimento dos principais problemas que envolvem a eficiência
no setor público. Após o momento inicial de discussão, o 5º grupo trabalhou com três
momentos do ingresso de servidores recém-concursados: seleção, inserção e
alocação.
A ideia que inspirou o protótipo foi a
criação de um modelo de ingresso que
incluísse ciclos de formação, avaliação de
perfil e políticas de rotatividade em
diferentes áreas durante o estágio
probatório. Esse período seria semelhante
a um programa de “trainee”, em que o
servidor passaria por um curso introdutório, reconheceria áreas diferentes da
organização antes de ser alocado, intercalando experiência prática com cursos
específicos de formação. Após isso, seria possível aloca-lo melhor observando suas
24
Simulação do curso introdutório do programa de
habilidades e competências, e sua adequação a atividades específicas. Para tanto,
seria necessária a criação de um núcleo central de recursos humanos, responsável
pela gestão do processo em parceria com as unidades setoriais de RH. Para o
protótipo, o grupo optou por fazer um vídeo mostrando o funcionamento o processo
desde o ponto de vista do servidor, desde a realização da prova, passando pela
seleção, até o momento em que é alocado.
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Chegamos ao final deste desafio com
algumas reflexões sobre contribuições
e desdobramentos possíveis.
Primeiramente, vale ressaltar que o
processo de construção de propostas,
feito de maneira colaborativa em todas
suas fases, traz alguns resultados de
engajamento, que são difíceis de
mensurar, mas nem por isso deixam de
ser tangíveis e extremamente
relevantes para avaliar os resultados
do processo. Ao convidar a sociedade
para colaborar com um tema
essencialmente técnico, sabíamos que
teríamos dificuldades em engajar um
público amplo, mas justamente por isso
focamos a divulgação em ambientes
que já tivessem alguma relação com a
temática. Mesmo assim, tivemos
algumas participações inusitadas de
pessoas que chegaram pelo site e
acabaram se surpreendendo:
“Sempre me senti incomodado por não conseguir opinar, e ser ouvido, pelas decisões que são tomadas diariamente em minha cidade, estado e país. (...) Fiquei muito feliz em constatar que através do Movimento Minas isso está se tornando realidade!” (Lucio Santana)
Se cada uma das cerca de 1000
pessoas que participaram deste desafio
sair desse processo com um olhar
diferente sobre a relação Estado-
sociedade, teremos contribuído para a
mudança de percepção das pessoas
quanto à capacidade de aproximar
Estado e sociedade. Nesse sentido, foi
essencial ter a presença da sociedade
civil, atuais e futuros gestores públicos,
professores universitários, além de
gestores do setor privado, para trazer
diferentes partes do sistema que pensa
e opera a gestão pública.
Outra dimensão de grande relevância
para o projeto diz respeito ao conteúdo
das propostas desenhadas, que por
mais que ainda estejam no campo das
ideias, indicam futuros possíveis para
administração pública brasileira.
Se o engajamento virtual proporcionou
maior abrangência, pela maior
facilidade de acesso ao público, por
outro, os encontros presenciais criam
uma atmosfera de troca de informações
e experiências mais impactantes para
os presentes. Nesse sentido, um
aprendizado que tem sido constante a
cada desafio que fazemos, é valorizar e
reconfigurar os espaços presenciais
que criamos. E uma questão essencial
é aproveitar espaços já existentes.
Com esse intuito, as propostas
surgidas ao longo do processo serão
levadas ao 12º Encontro Nacional dos
Estudantes dos Cursos do Campo de
Públicas (ENEAP) para que sejam
discutidas e priorizadas nesse fórum.
Com essa ação, pretende-se mobilizar
não apenas os estudantes, que serão
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futuros administradores públicos,
pesquisadores, professores e políticos.
Isso permite que seja fomentado o
debate e que, com a presença de
atuais especialistas e líderes políticos,
seja criada uma agenda de mais ampla
para o campo no Brasil.
Como contribuição adicional ao
ENEAP, serão feitos esforços para
repercutir as propostas construídas em
outros fóruns, para que não apenas
atores que participaram deste processo
possam reverberar as discussões para
espaços relevantes ao tema, e
aprofundar aquilo que faltou para
transformar ao longo dos próximos
anos essa agenda de propostas em
realizações concretas.
E o recente contexto social brasileiro
não poderia ser melhor para que
propostas como esta ocupem espaço
nas agendas políticas do país. Isso
requer que lideranças do país
reconheçam que a melhoria dos
serviços públicos, tão demandada por
toda população brasileira, seja
propiciada também por reformas que
revejam o modelo de gestão de
pessoas vigente. É necessário pensar
em novas formas de atrair as pessoas
para trabalhar no setor público,
preocupar-se com a oscilação de suas
motivações ao longo da carreira e
facilitar com que os agentes
governamentais estejam
constantemente orientados a serviços
públicos. Este é um grande desafio
para todos os governos do mundo, e
não há soluções únicas e certas.
Portanto, este processo pode ser visto
como um catalizador, diante de tantas
mudanças necessárias. Para gerar
transformações significativas, o
primeiro passo é sempre conversar
sobre futuros possíveis; e esta é, em
última instância, a contribuição deste
projeto.
Agradecimentos
Gostaríamos de agradecer a todos que participaram deste processo em alguma das
etapas, pois nada aconteceria se não tivessem dispostos a colaborar com a matéria-
prima dessa construção. Além de todas as pessoas que responderam à pesquisa,
foram aos workshops, participaram com ideias ou comentários, agradecemos também
às instituições que colaboraram livremente facilitando de alguma maneira.
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Escola de Governo Paulo Neves de CarvalhoFederação de Empresas Juniores do Estado de Minas Gerais - FEJEMGFederação Nacional dos Estudantes de Administração Pública - FENEAPMembros do Congresso Nacional dos Estudantes de Administração Pública - CONEAPMJV – Tecnologia & InovaçãoSecretaria de Estado de Planejamento e Gestão (MG)Universidade Federal de Lavras - UFLAUniversidade Federal de Minas Gerais - Curso Ciências do EstadoCentro Universitário Uni-BH
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ANEXO A - Gráficos com os resultados consolidados da pesquisa de opinião sobre administração pública e serviço público.
Foi aberto no site do Movimento Minas um questionário durante 40 dias (do dia
04/02 à 15/03) que contou com a participação de 593 pessoas do país inteiro.
Abaixo temos gráficos com alguns dos resultados consolidados da pesquisa de
opinião sobre administração pública e serviço público.
30
10%
36%
26%
9%
19%
Em qual esfera do setor público você atua ou
gostaria de atuar?MunicipalEstadualFederalNão tenho preferências / in-teresseOther
4% 4% 1%
80%
11%
Região do Brasil
Centro-oesteNordesteNorteSudesteSul
45%
48%
6%
1%
Onde você cursou a maior parte do ensino médio?
Escola públicaEscola particularEscola particular com bolsa de es-tudosOutro
17%
75%
3%2% 3%
Onde você trabalha ou se vê trabalhando?
Setor PrivadoSetor PúblicoTerceiro SetorAcademiaOther
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