revista galileu junho 2011 - de onde vem o mal
Post on 08-Jul-2015
360 Views
Preview:
TRANSCRIPT
5/10/2018 Revista Galileu junho 2011 - De onde vem o Mal - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/revista-galileu-junho-2011-de-onde-vem-o-mal 1/91
NA ALEMANHA TEM UMAFABR ICA DE PELE.D E G EN TE . S ER IO .
HIPSTER (1999 -2011 )DESCUBRA 0 QUE EANTES Q UE ACABE .
P EQUENAS EMPRES AS .GRANDES S ACADAS :
STARTUPs DO BRASIL .
~ouocoo_J
o::iui
- _J
: : : J«l:)
C IENTISTAS AF IRM AM : M ALDADE E DOENC ;A - E TEM CURA.
SAIBA CO MO ESSA ID EIA PO LEM ICA PO DE REVO LUC IO NAR
ESC OLAS. EM PRESAS E ATE AC ABAR C OM AS PRISO ES.
EXEMPLAR DE ASSINANTE + M ILHO ES DE DOLARES E VOLUNTAR ios ~VENDA PROIBIDA REUNIDOS COM A ESPERAN<;:A D E UM DIAJULH02011IN'240IRS9.90 ESCUTAR EXTRATERRESTRES.
5/10/2018 Revista Galileu junho 2011 - De onde vem o Mal - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/revista-galileu-junho-2011-de-onde-vem-o-mal 2/91
ISO LAD O S E C ON GELAD O S
Cientistas trabalham noA1asca
te sta nd o n o va s te c no lo g ia s
FOTOD EC A P A : Fotomontagem Mana EOI scb re foto de Ricardo Correa
62A RAlZ DA MALDADEPe sq uisa dore s d esc ob rem q ueo m al te m e xp lkac ao b io l6g ic ae tra tam en to. D esc ub ra par quevoc e ta rnb ern pade se r c rue l
9 3 · i i · l Ih l H ' i JC E SA R IA N A S C O NT R IB U EM
C OM A O BE SID AD E
Marco Antonio Barbieri
ET AN Ol N AO E SUSTENTAvEl
Luc i a Cava l ie r i
IN Q UIS I< ;A O G ER OU D IT AD UR AS
T o by G r e e n
A TIV ID A DE F islC A N AO
SIG NIF IC A Q UA lID AD E D E V ID A
A n a lu cia P ad rilo d os S an to s
T OD D M UN DO E B OM E M M A TE M AT IC AKeith Devlin .
5/10/2018 Revista Galileu junho 2011 - De onde vem o Mal - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/revista-galileu-junho-2011-de-onde-vem-o-mal 3/91
Os primios
P
remio e born e a gente gosta. Ate quando "a gente" nao
e bern "a gente", porque os trabalhos premiados sao de
quando este que vos escreve nem estava aqui ainda, mas
enfim, sao da GALILEU. Vencemos (sente a carona) em
duas categorias do Prernio Editora Globo de Jornalis-mo 2010. Champagne no squeeze! - e uma piada interna, nosso
manual de redacao permite uma a cada 3 meses.Urn trofeu foi na categoria Ciencia, Tecnologia eMeioAmbiente,
para a reportagern "Este homem e alergico a tecnologia", escrita
por Felipe Pontes. 0 titulo nao e forca de expressao: falamos deurn ex-engenheiro sueco que passa mal perto de qualquer aparelho
eletronico - para garantir a saude, elemora no meio do mato. Nao
foi facil: as fotos do sujeito tiveram de ser feitas pela mulher dele
com uma camera analogica - e, claro, reveladas e enviadas pelocorreio. 0 outro Globinho (apesar do trofeu retangular, queremos
quepegue "Globinho") foina categoria Sociedade e Comportamen-to: "Quanta custa ser feliz",materia de capa do mesmo Felipe, do
editor-assistente Guilherme Pavarin e da editora Priscilla Santos.
Foi sucesso de critica e publico: uma das edicoes mais vendidas doano pass ado. Ambosas textos estiio dispo-
niveis em nosso site.
E dessa edicao, vo-
ce gostou? Escrevapra gente ("a gente"
pode ser eu mesmo),Nosso maior prernio
e sua satisfacao. GA-
LILEU, servindo bern
para servir sempre.
***Ap6s anos deGALI-
LEU, esta foi a ultimaedicao do designer,
ilustrador e ciclistaDaniel das Neves. Urn
abraco detodaa reda-<;aoe boa sorte.
Semmais,
EMILIANO URBIM
DIRETOR DE REDA9AO
EURBIM@EDGLOBO.COM.BR
@URBIM
PREMIADOS: Priscilla.
F e lip e e P a va rin
D IR ET OR G ER Al F re de ric ZOgha lb Kachar
D IR ET OR D E M ER CA DO A NU NC IA NT E G ilb erta c craz za
O IR ET OR D E A S SIN Aru RA S R en ata B arb osa F flh o
GALILEUD IR ET OR A E DIT OR IA L G RU PO F EM IN IN AS , IN TE RE SS ES E SP EC IA IS E Q U EM P au la M ag est e
D IR ET OR D E R ED AC AO : E milia no U rb im
D IR ET OR D E A R TE : R ic ar do M art in s
R ED AT OR A C HE FE : F ab ia na C or re a
E DIT OR ES : P ris cilla S an to s. T ia go M ali
E DIT OR A SS IS TE NT E: c uu ne rr re P av ar in
R EP OR TE RE S: F elipe P on te s. G uilh erm e R osa . L ulz Frenclsoc A. Senne
A RT E: D an ie l d as N eve s, F ab io Dies. Gustavo C. Monteiro
C OL AB DR AD OR ES : A le xa nd re P odr tg ue s. A rth ur G uirn arae s. B ru na F as an o. F elip e
M iJ an ez , F elip e T ur lc ni. G ab rie l P e nn a. G us ta vo H eid ric h. M ar le na S ga do ni, Naiara
M ag alh ae s, Iat ia ne R ib eiro, V an essa M in g, V an essa V ie ira (te xto), O ma r P elxe o.
S e nd i M o ra is . R ic ar do C or re a. R ic ar do Toscen l . V ic to r A f fa r o, S te fano Mart ini (toto).
A le xan dre A ffc ns o, E dua rd o A sta . G il T okio, M arc us P en na , N lk N eve s. N ilson C ardoso.
S am ue l R o dr ig u es . ttlustraeao). R ob erto M orga n L ope s (arte)
E S TAG I A. R IO S : E r ik a K o ka y{ te x to ), Andre Rei t z (arte)
CARTAS A REDACAo : geueueecgiobc . co rn. brA SS IS TE NT E D E R ED AI;: Ao : T ha tia na d a S ilv a M ir an da
G AL IL EU O N LI NE
EDITORA: Debora Nogueira
R EP OR TE R: D en is e D alla C olle tta
T EC N OL OG IA O N LI NE
G ER E NT E: C ar lo s E du ar do C ru z G a rc ia
C O OR O EN A DO R ; v elt er B lc ud o
D E SE N VO LV ED O RE S: F ab ia M a rc ia no , J ea n F e rn an de s, J ef er so n Nemonce . L ea nd ro P ab ao .
M a rc ia P im e n te l Espos i to
P E SQU IS A : C e oo c /G lo b op r es s
PUBLICIDADE
D IR E FO R IA D E P U BU C ID A DE C E NT R AU Z AD A S; A le xa nd re B ar so tt i; Ed ua rd o L ei te ;T Id a C un h a
E XE CU TIV OS D E N EG OC IO S: A nd re la S an ta ma ria , R av ia d e Almeida P ir es , L e ti ci a 0 1 L a ll a,
L uc ia na P aia to , M eg h 8 er tin elli. S an dr a M elD . T ha is E bo f H ad da d, J oa o M ey er . R afa el
Cataldi, Clntla C ris ti na P e re ir a d e O li ve ir a
D IR ET OR D E P ,U BlIC ID AD E D E S AO P AU LO : D em etrio A mona N etto
G ER EN TE S D E P UB LlC ID AO E D E sso P AU LO : L uc io D e! c euo. R osa rjg ela A pa re cida
Fernandes
EXEC UTIV OS D E N EG OC IO S D E S AO PAU LO : Ana Silvia C osta , A rm a Paola N ard i,
B r un o C a rv a lh o T e ix e ir a . C I ,a u dl o c a s - e u a a . E dw ;m iiJ R ac y, M an se d e S ou za , N eu si M ar ia
B ri ga no ,V ai qu rr ia B la s lo ll L e it e, V iv la ne V ie ir a D in iz , \ '\ bg ne r J os e d os S an to s
G ER EN TE D E P UB LIC ID AD E O NL IN E: S am ue l S ab ba g F erre ir a B ra ga
E XE CU TIV OS D E N EG OC IO S O NL IN E: C ar la C ris tin a D ub ln sk as M ar qu es , C ar los r cc eoo
Valverde. Fernando M on ts , P atn ce L ea l
O PE C O NU NE : E ve rton P arra . R od rig o S an ta na F . O live ira , C alq ue T ole do
E SC R IT O RI OS R E GJ ON AI S: M ar ce lo B ar bi er i ( di re to r) , C ar lo s M a nc e ! J r. [ ge re nt e)
R IO D E J AN E IR O :
E XE CU TIV OS D E N EG OC IO S: A le ssa ndra Y ou ng , A na C ar on na R om an o,
F la via P ar an ho s, M ar cia T or re s
O PE C: S on ia D ia s
BRASiLIA :
G ER EN TE : F ern an da R iqu en a
D IR ET OR D E P RO JE TO S E SP EC IA IS E E VE NT OS : R eg in aldo A nd rad e
G ER E NT E D E E V EN T OS : S ab rin a S al ga do
C OO DE NA DO RA D E E VE NT OS : P ao la M as sa ri
C OO RD EN AQ AO D E P UB LIC ID AD E: Jose S oa re s
ASSINATURAS
G ~R EN TE D E C AP TA CA O - P RE ST AD OR ES D E S ER VIC O:: R os em er y B rito
G ER EN TE D E V EN DA S C OR PO RA TIV AS : R eg in ald o M or eir a d a Sllva
G ER EN TE D E A TE ND IM EN TO A O C LIE NT E: A rle te M ed in a G re sp anG ER EN TE D E T ElE VE ND AS T ER CE IR IZ AD Aj N els on d e S ilv a G ue rr a.
C OO RD EN AD OR D E T EL EV EN DA S I NT ER NA S: R od rig o R oq ue
C OO RD EN AD OR A D E M AR KE TIN G D IR ET O: L uc ia na S au d Marb ne l
C OO RD EN AD OR A D E V EN DA S O NL IN E: A na c ar olin a S ole r
V EN D AS A VU lS AS
D IR ET OR A D E V EN DA S A VU LS AS : R eg in a B ue co
C OO RD EN AD OA A D E V EN DA S A VU LS AS : E liz a d e C am po s
MA N E Ram r l l P r P
G A LI LE U u m a p ll bt lc a v8 0 d a E D IT O RA G l0 80 S .A . - A v, J ag ua re , 1 .4 85 " S ao P au lo ( SP ),
CEP: 05346-902 - T e l. I I 376H716. D i st ri b ui do r e x cl us iv o p a ra t od o 0 B r as il : F e rn a nd o
Cll ina~ia O i st ri b ui d or a SA Im p re s s ao : Log & P r in t e r e r ce e tcgrstca SA Pu a JoanaForesta storani, 676 - CEP13280·00D, tns tn to Indus.r ia l, v lnnecc, SP.
_ _ _ _ _ m m l l , • • t 4 i 1 u F t · ti i .{ 1 1 . € I , ' l W _ _
D isp onive l d e se gu noa a se xta-fe lra . da s 8 as 2 0 h ora s. e
s ec e cc . d as 9 a s 15 he r e s.
~ In te rne t: www.editoragloDo.com.br/atendimento
~ Sao Paulo: U 3362·2000~. nemals local ldades: 4003-9393*
~ Fax: 113766·3755
* C usto d e n sac eo loc al. se rvc o n ao- dsp on lc er e m tc oc 0 B rasil.
P ara sa be r da disp onib ilid ad e d o se rvlc o e m sua c ca oe . c on su lte S Uq op era oc ra loc al
P ara a nu nc iar lig ue : S P: 113767-7700/3767-7500
RJ:213380-5924. e-mail .:pUbl lgal i leu@edglobo.com.br
P ara se C Ofre Sp ond er c om a R ed ~ao: E rd ere ca r c arte s 2 10 Dire tor d e R ed aG ao,
G All L EU . C ab a p os ta l 66011. CE P 05315-999 - S EO P au lo . S P. F ax : 113767-7707
e-mail: gallleu@edglobo.com.br
A s c artas d eve m se r e nc am in ha da s c om a ssln atu ras, e nd ere cos e te je ton e d o
r em e te nt e. G al il eu r es er va -s e 0 d ir e/ to d e s ele c lo ne -l as e r e sum i- Ia s p a ra o ut ac a ca o .
EdI~ante r1(]re s: 0 pe dico se ra ate nd ido pe r rne lo do jorreerc so pre co da etncaoe tu el. o es ce q ue h aJ a d is pon ib illd ad e d e e sto qu e.
. F a c e s eu p eo to o n a b an es m ais p rc xlr ra .
· 0 B u r e au v e n e e c er n sc e n on . c o m b a s e n o s p r o c e ss e s e p r oc e d lm a n to so e s cu o s n o s e uRela t6 r l odeVer i f i ca ! ; il o ,ado tando i .Jmnfv2 Ideccnf i i l r t qar i' l ~o !i l . 'e l .dEda_raque c Re!OIoorlodeInven t. !i no de rml ss ze so e n ases d eE fei to Es !u ta .1 ·d ej ul ho de 20 09 a 3 0 de ju nM de2 01 0.
daEaltoraGIObcepreciso.c:onIiOlvelellvredetliscrEp;1inclaJlU!erial,errooudlsto~oeeuma
~ r epr es en t; :! (; 3o a) ul la: i" < ld osGESda do sef n(o lm! lG il les .s obm op er fod od _e r Bf e~ nc la . p ar a a
~ e sc op c d eiin llJ o: tote la bc rc dc e m c on to rm ba oe c cm a ~18RISO 1,4064 . ·1 :2007 ."
() MISrO
"-.,,.) Papel plothwdc a partir
FSC de fontes responsavere
" _ " , c . FSC C023626
A toucremccc.ccnecente .casUiiresp,onsabl l idadearnlJlef l tal"s~dal.utilll"p",pe;S"D1l
cenncacorsc trcreststewar.dsrJp COJIlCil) para lmpressaooeste reilstB. ACertlficac;aoFSC
g a r a n t e qc e u m a m at e n a r r m a
n cr es ta rc rcesma ce om merejo
conalderadc sccralamblemal
e e cc nc rm cameme e se q cs oo .
I mp r es so n e l og & Prin t Gn1f lC3
eLDgfst i caSA-Ce f 'J i l ca<1anac aeeace ru s tooa - rs c
urcresse n a L Og & P r in t G r af lc a e L o gi st jc a SA Cert f f i-
c eo e n a c ec er a de cestona F S C o e lc B ur ea u v er na s.
5/10/2018 Revista Galileu junho 2011 - De onde vem o Mal - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/revista-galileu-junho-2011-de-onde-vem-o-mal 4/91
6_JULHO_2011
so 0dinhe iroG oste i d a m ate ria d e c ap a d o rre s d e
ju nh o . C on c or do m a s a c re d it o q ue ,
n o c h ao d e fa br ic a, 5 6 a re c om p en sa
f in a nce ir a r e so lv e a q u e st ao .
Mur i ro Evange li s ta , T ap ir atib a, S P
A ch ei m uito b oa a m ate ria d a c apa
sobre 0q ue n os mo tiv a. T a rn b er n c re io
q ue som os m ovid os pe la b usc a e m si
Nao n e ce ss ar iamen te p e la r e al iz a cao .
E isso 0q ue re alm e nte nos fa z qu ere r ir
rna is longe
F r an c ie le Ang e r
Fo~intemaLi 0a rtig o [ju nh o d e 2 01 1] e m q ue 0
c om p os ito r Ma rc e lo Y u ka c on ta c ois as
q ue fic ara m d ep ois d o a ss alto c om
resul tado inf e li z .56 q uem p assa p or
m om e nto s q ue le va m a se qu ela s e qu e
p od e fa la r so bre c om o so br ev iv er a u ma
e x pe rie n da t ao c ru e l.
Eric M. Guimaroes, Recife, PE
C og um elo d o b emEspe t acu la r a s p e sq u is as s ob r e 0
c og um e lo d o so l l e d 2 3 91 N o N ord es tea le is hm an io se e m u it o c om um . R e vo lt a
sa be r qu e na o h a p esqu isas sob re a
d oe nc a p or e la se r tip ic a d e p ar se s d e
b aix a r en da e n ao h a ve r in te re sse d a
industr ia farrnaceutka em i nv e st ir . Bom
sa be r qu e e sse fu ng o p od e a ju dar n a
l ei shman io se , A id s e ca nce r .
T a ti an a G rego r io , Silo P au lo , S P
Transpor te v it alMa t e ria i nc r iv e l s ob r e 0m etro e se u
f un c io nam e nt o n o m u nd o [s e~ ao
Numera lha , ed 2391 ln fo rma~6es como
p re c os e a q ua ntid ad e d e u su erio s
mostram 0quanto 0Bras il p rec isa
e volu ir n o q u e si to t ra n sp or te co le t iv o.
A r ia d ny T h eo d or a
N io iscomprasLi a ma te r ia 0neg6c io e dividir da
ed ir ;: ao d e ma io e en con tr e i s olu coe s
im por ta nte s p ara u m prob le ma q ue a
c a da d ia p ar ec e p io r: 0 consumo . P r ec isa
h a ve r m a io r d iv ulg a~ ao d e ss es s it es
d e c om pa rtilh am e nto, p ara q ue a m od a
p egu e e c ontr ib ua p ara a fun da ca o d e
v alo re s q ue sa o d e irn porta nd a p ara a
no ss a g e ra cao .
Isabella Gon~a lves
RETRATAC; :AO
No 5 e ~aOA s su n to s p a ra d is c ut ir am a n h d da e d i~ ao d e ju nh o f ed . 2 3 9 , p g .1 7 J,
pub l i camas urnc im a ge m d o b on ec o do Miche l in c om u rn c ig a rr o n o boca , se m
au t or ; z a~ do da emp r e sa . p a r a i lu s tr a r uma n o ta . Ga / il e u p e d e d e s c u lp a s c i
Miche l in e r e ssal ta qu e C 1 in te r te renc io n o i mo g em o ri gin a l d o m a rc o, q ue n a o
tern 0 tal cigarro. no o teve C 1 intenc ;oo de iaze: quaJQue r ju izQ de va lo r sabr e a
emp r e sa . F o ; a p en as u m a e sc olh a in ad e qu ad a .
all///////////////////#//#////#//#/#/////////////////////////////////////////////////////////////////#////&'////fl.
D IAGRAMA
TO P SEC RETTEM PO Q UE D O CU M EN TO S
SEC RETO S PO DEM SER
M A N TID O S E SC O N D ID O SDA POPULAC ;: AO
CHILE
10 anos
MEX ICO
12 anos
BRASILIX)
EUA50 anos
5/10/2018 Revista Galileu junho 2011 - De onde vem o Mal - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/revista-galileu-junho-2011-de-onde-vem-o-mal 5/91
gal i leu.globo.comI I ! ! i ' ! I
C r ia n c;a s do ma l?V eja n o nosso site um a e n tre v ista com 0
p siqu ia tro Fa bio Ba rb ira to sa bre a ma ldade
infanti/. Conii:« t ambem a in tegra do
converso co m 0 Ph.D. em p Sic olo gia S im o n
Ba ron -Cohen e assista 00 v id eo co m a
espeda/ ista em p sic op ata s H ild a M ora na
",'b'jlji.il . iiJ;l.i
Ser h ip ste r e . . .Leia a entrevista com Mark Greif,professor da
New School University, autor do l ivro 0que F ai 0
Hipster? U m a I nv es tig a~ ao S o cio lo gic a
Som en te a verdadeVeja conversa com 0jornalista autor de Sincero ,
que ficou 40 dias sem dizer uma 56 menti ra
P ERGUN TE A O L IN U S
C asam en to gayVeja °mapa com os parses que permitem a
uniao homossexual
EDNova
drogaEscute 0podcast
com a pslquiatra
Marta V az s ob r e
o ox ie ou ca 0
depoimento de
um usuano sabre
Gali leu P lay lis tE scu te n o site p rog ra mos c om Luws L ima , vowlis ta
do Fresno, e Monic a S a/m aso, ca nto ra d e MPS. O s
a rt is ta s c ome n tam <I S d e z m u sic as qu e na D param
d e to ea r emseump3 p layer
ENQUETE
TRATAMENTOSPODEM'CURAR A MALDADE'?
DNao, a indole de cada um ei rnutavel
m S im , e xp erle nd as p od emm udar que m som os
IIT alve z, c ada c aso e um c aso
m E p e rig os o, Qu em d e fin ir ia
qu em p re cisa da te rap ia ?
Responda pelo site galileu.globo.com
. . . . . ~..
_
.. . . . . . . t
o que s ign ific a
e ssa c oisa ?
o s simbolos pretos que voce
encontra espalhados pela re-
. j vista saohttp://www.phdmobl.com/
BT
L__________ ee -aggs,
Esses codigos sao reconheci-
dos pelo celular e levam vocediretamente para paginas da
web com conteudo cornple-
mentar das reportagens, Basta
instalar urn software para lei-
tura e apontar a Camera para
o c6digo que a navegacao ini-
cia automaticamente.
Como fundona
a B ee Tagg1. No navegador do seu celular,
acesse 0site
http://www.phdmobi.com
2, Fac;a0download do leitor de
tags cornpativel com 0modele
do seu aparelho
3.Abra 0aplicativo e aponte
a camera para a 8eeTagg
4.0 conteiido sera e~ibido
automaticamente. Simples assim!
RESULTADODAANTERIOR
Oque t emovea to m ar d e c i s o e s ?
17%~
Quanto \vouser
reconhecido
pel05
outros
24%
Quanto
vou crescerprofissional-
mente
IlU5TRA~i)ES: Samuel Rodrigues, Nilson carooso
5/10/2018 Revista Galileu junho 2011 - De onde vem o Mal - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/revista-galileu-junho-2011-de-onde-vem-o-mal 6/91
5/10/2018 Revista Galileu junho 2011 - De onde vem o Mal - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/revista-galileu-junho-2011-de-onde-vem-o-mal 7/91
FmnomedaO s
c a s t a r i h e i r o s m o r t o s n o P a r ap y o v a r a m q u e e Q O s s i v e l r i v e rC l a j l o r e s t a s e m uesruilu: M a s
pouca g e n t e e n t e n d e u a l i r a otil r l j ) F E L IP E M I LANEZ" , D E M A R A B A ( P A J
assentamento Praia
Alta Piranheira esta no.
lugar onde ja existiu 0
maior castanhal daAmazonia, na regiao de
Maraba, leste do Para.
Originalmente, era urnmilhao de hectares ocupados par povos
indigenas, apontado pelos estudiososcomo Iugar de origem da planta que da a
castanha-do-brasil. Pouco restou. Hoje,quase tudo foi desmatado para dar lugar
a pastagens, Foi nessa regiao que as cas-
tanheiros e ativistas Jose Claudio Ribeiro
e sua esposa, Maria do Espirito Santo,
ambos de 54 anos, tentavam preservar
urn dos ultimos resquicios da fioresta. Ela que funciona a reserva agroextrativistaemque trabalhadores rurais vivem da co-
leta dos produtos da mata para subsisten-
cia e geracao de renda - uma alternativa
ao desmatamento. Jose Claudio e Maria
ate aceitavam a venda de toras, desde que
respeitasse as leis de preservacao, "Nao
sou contra a exploracao de madeira. Sou
contra 0 modo ilegal, que extingue as
arvores", me disse Jose Claudio em uma
conversa em outubro do ana passado.
Par denunciar produtores de carvao,
madeireiros e fazendeiros que cornpra-yam irregularmente as terras dos assen-
tados, Jose Claudio e Maria do EspiritoSanto foram assassinados brutalmenteem uma manha do ultimo mes de maio,
numa emboscada armada dentro do pro-
prio assentamento em que viviam.
Durante as duas decadas quemoraram
e trabalharam ali, 0dia a dia do casal era
colher castanhas e fazer a semente render
produtos. Com a casca seca, faziam fari-nha. Osdois tambern preparavam urn de-
licioso suco de cupuacu e de acai. Quando
passava urn caminhao carregando umatara de madeira, Jose Claudio parava 0
veiculo e falava com 0motorist a para sa-
ber seu destine. E Maria fotografava tudo.
As demincias eram levadas ao Ibama eaoMinisterio Publico Federal. As opera-
coes de fiscalizacao do Ibama acabarampor fechar 9 serrarias de Nova Ipixuna
e multaram madeireiros. Alguns teriam
mandado matar Jose Claudio em agosto
do ana passado, de acordo comas relatosde sua esposa a epoca.A luta dos dais castanheiros era pa-
ra preservar 0 que restou dessa fioresta
rica em diversidade e com potencial deretorno economico em atividades sus-
tentaveis, como a coleta de frutos. Pa-ra se ter uma ideia, uma lata de 6leo de
castanha sai por R$ 150, enquanto uma
arvore inteira e vendida, ilegalmente, por
alga entre R$ 100 e R$ 200. Mas a regiao
pode ficar marcada par outros numeros,
como as de desmatamento e de violencia,Durante uma longa caminhada na mata,
em outubro do ana passado, em que Jo-
se Claudio foi meu guia, ele resumiu acausa desse problema, bern a seu jeito.
"0homem nao ve beleza na natureza, vebeleza no que faz.Verne desmata e planta
capim, essa e a beleza que ele quer."
fr F el ip e M i la M z ejomeusta e ctenttstapcuttcc. tr ab al ho u n a Funat e ne revtsta Na t iona l Geog r aph i c .C on h ec e u J o se C l au d io e M a ri a d o E sp ir it o S an to ne Am az on ia e m outubju do anopassado.
JULHO_2011_9
5/10/2018 Revista Galileu junho 2011 - De onde vem o Mal - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/revista-galileu-junho-2011-de-onde-vem-o-mal 8/91
TECNOLOG IA
Pesquisadores do Human
Media Lab da Queen Uni-
versity, em Vancouver, Ca-
nada, desenvolveram urn
celular dobravel, 0 PaperPhone.
Com uma tela de 9,5 cm em pape!
eletronico - dotado de urn fino
circuito sensivel ao manuseio -,
o prototipo tern todos os recursos
de urn smart phone. Dobrando ou
apertando sua superficie, e possi-vel fazer e receber ligacoes, consul-
tar a agenda, ouvir musica, assistir
a videos e ler textos.
o aparelho usa a tinta eletronica
E-Ink, a mesma de leitores como
o Kindle. Com tudo sendo aciona-
do par dobraduras e toques, nao
Celu larde
pa~l? E m u m aC l e c a d a , VOCe p o d e r ad o b r a r s e u t e l e f o n e eg u a r d a - l o na c a r t e i r a- 0p r o t 6 t i p o j a e x i s t e
1,2MM I
lO_ JULHO_2D l l FOTO: Dlvulg acao
ha bot6es para estragar, 0 Paper-
Phone tambern e mais resistente a
quedas e pode servir como bloco de
anotacoes - com uma caneta espe-
cial, voce po de escrever na tela.
o prototipo custou US$ 6 mil,
mas a equipe preve que 0 telefo-
ne chegue ao mercado por US$
100 dentro de 10 anos. Hoje, ele
ja representa urn avanco: trata-se
do primeiro computador inteira-
mente dobravel e 0 mais fino jaexistente. Os 8,8 mmde espessura
do iPad 2, 0 tablet mais fino do
mercado, equivalem a uma pilha
de 7 PaperPhones.
Nesse quesito pode estar a verda-
deira revolucao do gadget recem-
criado. E, como afirma 0diretor do
Human Media Lab, Roel Vertegaal,
a possibilidade de computadores
aindamais impressionantes: "Ima-
gine urn papel de parede que exibe
noticias. Escrit6rios poderao ter
a mao pilhas de documentos ele-
tronicos em vez das atuais c6pias
impressas", II AL EX A ND R E R O DR IG U ES
\
5/10/2018 Revista Galileu junho 2011 - De onde vem o Mal - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/revista-galileu-junho-2011-de-onde-vem-o-mal 9/91
•••
NUMERALHA
Cheio s e vazio s. E n q u a n t o 0m u n d o c r e s c e ,a l g u n s p o i s e s e x p l o d e m e o u t r o s m u r c h a m
• Popula~ao hoje • Popula~ao em 2100
·0a ma nh o d os c irc ulo s re pr ese nta a
popula~o
• • • • • • • • • • • •• • • • • • • • • • • • •
• • • • • • • • • • • • • •• • • • • • • • • • • • • • •• • • • • • • • • • • • • • • • •• • • • • • • • • • • • • • • • • • • •• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •• . . . . . . . . . . . . . . . . . . .• • • • • • • • • • • • • • • • • • • •• • • • • • • • • • • • • • • • • •• • • • • • • • • • • • • • • • •• • • • • • • • • • • • • • • •
• • • • • • • • • • • • • •• • • • • • • • • • • • • •• • • • • • • • • • • • • •• • • • • • • • • • •• •••••••••••••••••••••• • • • • • • • • •
• • • • • • • • •. . . . . . . .••••
12_JULHO_2011
5/10/2018 Revista Galileu junho 2011 - De onde vem o Mal - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/revista-galileu-junho-2011-de-onde-vem-o-mal 10/91
~ BRUNA FASANO riEDU AR DO AST A
Que a mundo vai crescer, todo mundo sabe: ja somas 7 bilhfies. Mas a crescimento nao e parelhoem todas as coordenadas: nas pr6ximas decadas, enquanto a Africa e 0 Oriente Media explodem, 0
Leste Europeu vai ter nacoes perdendo metade da populacao. Veja os extremos dos dais lados.
Estonia-67% LetOnia
-60%pa is te m urna ta xa
de na ta lidad e m uito
ba ixa _ nesse pas so,
va i c h egar a 2100 com
1/3 d o s e s to n ia n os
deho j e
A lem da b a ixa taxa de
n asc im en to, a e xp ec -
ta tiva de v ida no pa is
v em c ain do , im pe din -
do a reposicao da po-
puacao
1,5 ~m ilh 6 e s •
. . . .••o
•. .
Ucrinia-52%U ma d as m aio re s
c ria s d a U nia o
S ov ie tic a, a U cra nia
pe rde popuiacao
desde a queda do
M uro d e B er l im
50mi l h6es
GeOrgia-55%Com rsgloes separa-
tist as e a rn ea ca da
p ela R us sia , a p re vis ao
e d e e r nig r ac a o
e m m assa
ViODI•••••••••••••••• ••••
••• ••••••• •
••••••. . . .•••• •••• ••. . . . . ..
•••••••••••••••••••••••••• • • • • • • • • • • • • • • •
• • • • • • • • • • • • • • • • • •. . . . . . . . . . . . . . . . • .• • • • • • • • • • • • • • • • • •
• • • • • • • • • • • • • • • • • •• • • • • • • • • • • • • • • • •••• • ••••••••••••••••
MAIS OU MENOST re s cam inh os para a
p op ula ca o m u nd ia l
8m~h6es
•••
••••••• PROJE~ciES
14 bllhoesPessimista
5.5 bilhoesOtimista
F o nt es : I BG E . B a nc o M u od ja J. O M S e O NU
2100040 2070
U IBulgir ia-50%o d ec lfn io v em
desdeo f imdo
comun ismo.
C om e r nig r ac a o
e m r na ss a, 0 pais
d ev e p er de r
m e tade da sua
populacao
ALTOSE BAIXOSB ra sil v ai c re sc e r
ed iminu i r
1ft. * em mill16es
1950Wde habitantes
1980~
2010~
JULHO_2011_13
5/10/2018 Revista Galileu junho 2011 - De onde vem o Mal - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/revista-galileu-junho-2011-de-onde-vem-o-mal 11/91
GASTRONOM IA
Arroz com fe ijao pon to com .R ede so c ia l a ju da qu em qu er p ro va r comida
ca se ira emqu alo ue r lu gu r
do m undo
Degustar uma paella espanhola feita
em casa, provar os sabores exoti-
cos da culinaria africana, desco-
brir como e uma comidinha caseira
em algum lugar do Oriente Medic. Essa e
a proposta do site Housefed.com, que reu-
ne anfitri6es dispostos a abrir suas casas a
viajantes interessados em provar pratos do
dia a dia. Em qualquer lugar do globo. "Aideia e conhecer gente do lugar, ver como
cozinham e comer com elas", diz 0fundador
da rede, 0 americana Emile Petrone, urn
ex-administrador que largou 0 emprego e
passou mais de 6 meses dedicando 13horas
diarias a missao de se tornar urn progra-
mador. A ideia era ele mesmo colocar 0 site
no ar. "Se voce nao tern 0 conhecimento
tecnico, fica dependente da habilidade e do
tempo de outras pessoas."
Lancado em marco passado, 0Housefed
ja conquistou associados em 20 paises - ealmeja chegar aos 20 mil ate 0 fim do ano.
Na pagina, os usuarios podem publicar urn
perfil, fotos dos seus pratos e ter sua repu-
tacao como cozinheiros avaliada por outros
participantes da rede, que podem deixar
cornentarios e eleger 0 melhor cardapio.
Os membros mais ativos da comunidade
tambem poderao oferecer as iguanas e abrir
suas casas para que os interessados facam
uma refeicao, 0 pagamento ao anfitriao e
feito pela internet e uma taxa adicional de
15% sobre 0valor da refeicao e cobrada peloHousefed. Ate fechar a reserva, os usuarios
trocam mensagens para se conhecer melhor.
"As refeicoes marc ad as off line sao apenas
uma extensao da atividade dos usuaries no
site." I /V A NE SS A V IE IR A
14_JULHO_2011
P RA TO D O D IA : E mile P etron e. fu nd ad or d o H ou se fe d. q ue ja te m a ssoc ia dos e m 2 0 p aise s
5/10/2018 Revista Galileu junho 2011 - De onde vem o Mal - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/revista-galileu-junho-2011-de-onde-vem-o-mal 12/91
OSMAISMAIS
DO HOUSEF ED
* As c in c o r ec el ta s
ma i s po pul a re s :
1 °) F lo re s d e a b o b rin h a
r e c hea da s (Po I6n ia )
2 °) T orta d e c h oc ola te c om
ma r s hma l low ( In g la t e rr a )
3 °) C oo kie s c om le ite e m p o
(E st a d os Un i do s )
4 °) T a co s v e ge ta ria no s c om
f e ij5 e s f ri to s ( C an a da )
5 °) S o pa v ie t nam it a a
b a se d e n oo dle s. fr an go e
c ama r5 e s ( E st ad o s U n id o s)
35
me a quan tid ad e d e
p a is e so n de o s u s ua ri e s
p o de r fio r e se r v ar uma
r e f e i~ a o c a s e ir a
FOOS: Dlvulg acao. ILU5TRA,aO: Daniel das Neves JULHO_2011_ I S
5/10/2018 Revista Galileu junho 2011 - De onde vem o Mal - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/revista-galileu-junho-2011-de-onde-vem-o-mal 13/91
ZUMZUMZUM
Aartedesa lvar
abe lhas .E m H o n g K o n g ,d e s i g n e r s ea p i c u l t o r e ss e u n e m p a r adivulgur u
imtor t imciad e s s e s inset os.S e m e l e s ,t o d emo s o tep assar fome
Ha urn ano, 0 que mais
chamava a atencao no
curriculo do designer de
produtos Michael Leung,
de Hong Kong, eram seus traba-
lhos para grandes marcas, como
Motorola e Louis Vuitton. Desde
entao, a hist6ria mudou. Ele vern
ganhando notoriedade mundo
afora como fundador da HK Ho-
ney, uma organizacao formada
por apicultores, designers e artis-
tas plasticos com uma bandeira
comum: preservar as abelhas e
conscientizar a populacao sabre a
importancia desses insetos para
18_JULHO_2011
APICULTORES URBANOS: 0 designer Michael
Leung (primeira foto abaixol dol oficinas de
crtacao de abel has para a comunidade.
Sua organizacao rnantern 10 apiaries em
tel had os espalhados por Hong Kong
o meio ambiente e para a cadeia
alimentar. "Elas polinizam plantas
que correspondem a urn terce de
tudo 0 que comemos", diz Leung,
que se tornou 0 primeiro dono de
urn apiario urbano em Hong Kong
no inicio do ana pass ado.
Criadores e cientistas vern aler-
tando sobre 0 fenomeno do desa-
parecimento das .abelhas. Urn re-
lat6rio divulgado pelo Programa
das Nacoes Unidas para 0Meio
Ambiente em marco relata que,
ao longo da ultima dec ada, houve
urn declinio no numero de colonias
de abelhas na Europa, Egito, Chi-
na, Iapao e EUA - nesse ultimo,
a populacao desses insetos teria
caido pela metade desde as anos
90. 0Brasil tambern esta vendo
a reducao de algumas especies de
abelhas. Fatores como a diminui-
c;aodas areas plantadas com flores,
pesticidas e poluicao podem estar
por tras do desaparecimento. Mas
ate sinais de celular sao suspeitos,
ja que as abel has os confundem
com alertas para abandonar a col-
meia, segundo urn estudo publica-
do em maio por urn ex-pesquisador
do Instituto Federal sutco de Tec-
nologia, Daniel Favre.
5/10/2018 Revista Galileu junho 2011 - De onde vem o Mal - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/revista-galileu-junho-2011-de-onde-vem-o-mal 14/91
FEITO DECERA: As velas
fabricadas pela HK Honey
sao vendidas em lojas e
cafes da cidade
Com a ideia de reverter esse qua-
dro, a HK Honey ensina as pesso-
as a criarem abelhas na cidade. A
organizacao rnantem 10 aptarios
urbanos, com 100 mil abelhas, no
telhado de fabric as , casas e cafes.
Tambem resgata enxames em are-
as dentro de Hong Kong. "0 gover-
no recomenda chamar 0 controle
de pestes para matar as abelhas.
Nos tentamos realoca-las em zonas
menos residenciais", diz Leung.o curioso nas acoes da HK Ho-
ney e a interacao entre apicultura
e arte. Designers e artistas locais
silo convidados pela organizacao
s o ro s : D i vu lg ac ; ~o
para desenvolver obras e objetos
a partir de cera de abelha. "A api-
cultura e uma atividade original-
mente de areas rurais, enquanto
arte e design sao urbanos", diz
Leung, que pretende unir essas
duas areas para dar visibilidade
a causa das abelhas. 0 resultado
pode ser conferido em exposicoes
e produtos - como velas, sabone-
tes e protetores labiais fabricados
a base de cera de abelha e mel -que estao it venda em lojas e cafes.
Recentemente, a organizacao foi
convidada a fabricar 50 velas para
representar os atuais desafios aos
direitos humanos para a mostra
de 50 anos da Anistia Internacio-
nal, que ficou em Hong Kong ate 0
mes pass ado. Foi urn dos maiores
reconhecimentos que a HK Honey
ja teve. Mas, para Leung, a grande
recompensa de seu trabalho ever
como as abelhas vern conseguindo
sobreviver it selva urbana. Quando
o grupo instalou as duas primeiras
colmeias na cidade, nao estava cer-
to de que elas resistiriam. "Depotsde 3 dias, os insetos tinham des-
coberto flores na vizinhanca e ja
estavam trazendo polen de volta e
produzindo mel." / lVANESSA VIEIRA
JULHO_2011_19
5/10/2018 Revista Galileu junho 2011 - De onde vem o Mal - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/revista-galileu-junho-2011-de-onde-vem-o-mal 15/91
Brilh an te ou opaco?Altos e baixos do rnes de junho PO R F EL IP E P ON TE S
~--- B il l G a te s .. Ano passado, 0 fu nd ad or d a M ic ro so ft p er de uo posto de h om em m ais r ic o d o m undo a p6s doar U S$
2 8 b ilh Be s p ara c ar ld ad e. A ln da c om u ma fo rtu na d e U S$5 6 b llh B e s. r ev e lo u a o jo rn a l Ooily Mail q ue n ao se ra ta ob on zln ho p ara su as filh as. d e 1 5.1 2 e 9 a nos. q ue d ev era oh e rd ar U S$ 10 m ilh Be s c ad a. "S ao criancas normais , teraoq ue a rra nja r u m e mp re go e lr t ra b al ha r" , d is se . V id a d ur a
MI -S . 0 s er vic e d e intellgenciabrltanico a doc ic ou a vid a d a A I-Q ae da a o u sa r h ac ke rs p araal terar 0c on te Od o d e u mar ev is ta d ig it al d os t er ro ris ta s. N olu ga r d as d ic as p ara c on st ru irb o mb a s c a se ir as , ha agora
r ec e it as d e d e lic io so s b o lin h osd e c h o c ol at e
M a qu ia ve l, E le n ao e ra n ad a p er ve rso ,se gu nd o u ma n ov a b io gr afia . N e la , 0 autorM ile s U n ge r r et ra ta 0p e ns ad or c om om a rid o e p ai c ar in h os o. P a ra e le , M a qu ia ve lesc reveu 0 P r in c ip e , r e pl e to d e t ru q u essu jo s p ar a g an ha r p od er, p or qu e e sta vare ss en tid o. H av ia s id e d em itid o e n aoim a gin a va q u e 0tra ta do v ie sse arecebe r tamanha atencao
.r:'>R ya n G ig gs . E m m a io , o s t a blo id es in gle se sn otic ia ra m q ue 0 jo ga do r d o M a nc h e st erU nite d tin ha u m c aso e xtra con ju ga l c omu ma e x-p ar tic ip an te d o B ig B ro th er d o p ais ,O ep ois, d esc ab rira m q ue e le d orm ia c ama c un ha da h a 8 an os, Agora . esta sendoac usa do par e la de te -la ob rlg ado a fa ze r uma borto , 1 550 sim e se r rnaquiavel lco
Mau neg6cio. 0 site
N e tE ase d iv ulg ou q ueu m e 5tu da nte c hin esd e 17 anos ve nde u se ur im por U S$ 3 m il pa rac om prar u m iPa d 2 ,E le fe z a c iru rg ia n umho s pit a l c la n d es ti no .A s a uto rid ad es f or ama visa da s p elo s p aisd o g aro to , c u.a s au dese de te riorou ap6s ap ro ce dim en to , m as a sresponsave is naG foram
encon t rados
J ac k W h it e, 0 r nu sic o s ed iv or cio u d a m od ele K ar enE ls on . a p 6s s eis a n osd e c as ad o, e o rg an iz ou
c om e la um a fe sta p aracornerrorar, No conv it e ,para amigos proximos,
c on sta va q ue 0even tot er ia " da n ca , m em 6r ia se drinques" como
c ele br ac ao d ofim d aq ue lau nia o, E v o ce , a in da s ea c h a r n od sr n ln h o ?
S m ur fs , S e gu nd o 0
so c i6 1ogo f r an c e sA n to in e B ue n o. 0d e se n h o d a s c ria tu rin h asa zu is e ra re ple to d ereferencias nazistase stalinistas. 0vilao
Ga r gam e l p e r so n if ic a v ao a ntis se m itis rn o p orter a nariz grande e
g ost ar d e o uro . 0Papa iS m ur f s im b oliz av a o sideals sovicticos par
se r a uto rita rio e s6 u sa rr ou p a s v e rm e l h as
E dm un do . E le g an h ou n a lu st .c a 0 d ir eit o d e r ec e be rR $ 4 0 0 m il d e V an de rle i L ux em bu rg o p or u ma a ntig ad iv id a, m as ta rn be rn fo i a ss om b ra do p elo p as sa do .T eve su a p rlsa o d ec re ta da a p6 s se r c on de na do e m1 999 a 4,5 an os por te r p rovoc ad o um a cide nte d e
carro com 3 m arte s e 3 fe r idos em 1995
OJ O rg an iz e. N a c orr er ia , nae da
p ara fic ar p ro cu ra nd o "a qu ela "
rnuslca, 0m ate ria l te rn que se r
a rru mad o p or ge ne ro, e poc a,
a r tis ta ou g rau de anl rnacao que a
r nu sic a v ai c au sa r
( 2) C on h e ~a 0pu blic o. S alb a de
ante rnao quem va l e se a ide ia e
a lg o tranq uilo ou b alad ao , N ao
a dia nta p re pa ra r son s a tu ais
b om bados se a fe sta e um fim de
ta rde pa ra gen te com m ais de 40
( 3 ) C a lc u le 0tem po. Um a boa m ed ida
e pe nsar Q ue um a h ora da pa ra 20
rn uslc as, E xp er im en te e m c asa fa ix as
que func ionam bem jun tas e te nh a na
m anga um a se le cao co ringa com h its
in f al iv e is . p a ra 0 c aso de tud o fa lh ar
IMAGENS: Divulgacao. Ag. 0 Globa. Getty Images. Shutter s to ck : I LUSTRAt Ao : Alexandre Affonso
5/10/2018 Revista Galileu junho 2011 - De onde vem o Mal - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/revista-galileu-junho-2011-de-onde-vem-o-mal 16/91
FAZ ALGUMA DIFERENCA LAVAR A CABECA DUASVEZ ES COMO INDICAM AS EMBALAGENS DE XAMPU?
R E
·NaO fiq ue de cabelo em pe, m as vo ce ja deve ter gasto litro s
.do pro du to
ato a . N a pr atic a, 0 que im po rta e 0 tem po de
perm anenc ia do xam pu no s fio s, e nao a q uantidade de aplicacoes, A a< _;ao
do s princ ipio s ativo s deve durar 3 m inu to s - .0 q ue tam bem nao depende
da espum a, q ue apenas da a sensac ao de lim peza. Q uando co mec ou essa
o rientac ao (na dec ada de 5 0), ate h avia uma raz ao para repetir,
ja q ue nao se lavava a c ab ec a c om freq uenc ia. S 6 que o s nD V OS
x ampu s S aDmais efic ientes e ninguem passa m ais de uma
sem ana sem u sa-lo s (q uer dizer, espero q ue vo c e nao passe).
A lias, lavar a c ab ec a dem ais e ruim,A lem de lim par a su jeira,
.0 pro du to retira um a cam ada de sebo e suo r q ue pro tege a
pele. T am bem po r isso e im po rtante u sar c ondic io nado r, q ue
aju da a pro du zir essa c am ada, eq uilib rando a perda
: - 1 1 : ) 1 :e
••••••••V eJ a a m ap a c om o sparses que perrnltern
au na o a u n i. 3 .o
homossexual em
gaWeu.g/obo.com OU
f ot ogr afe com 0 celular
o c6dig o acima
ILUSTRACAO: Nilson Cardoso
P ar a o nd e v ai 0 s ab or d o c h ic le te ?
RE: Voce nao e tonto 0 suficiente para
engolir 0chiclete. mas e para engolir
a sabar. 0 gasto da goma e sentida
quando 0 acucar do produto entra em
cantata com os sensores na boca. Esse
acucar vai se dissolvendo na saliva, e
voce engole ababa. 0 que estimula a
producao de mais saliva. 0 liquldo novo
dissolve mais acucar, que vai goela
abaixo ate que nao haja mais doce no
chiclete para ser identificado pelos
receptores na lingua. 0 tempo para que 0
sabor des apareca varia de acordo com a
concentracao de acucar do chiclete.
Onde e permit ido 0c asa me nto g ay7
RE: De quase 200 paises. s6 em 37 a
uniao entre pessoas do mesmo sexo e
legal. E mesmo assim, 0 neg6cio e mats
ou menos. Em 11 nacoes ela realmente
tem status de casamento. Outras 13 nao
dao 0 nome casamento, mas garantem
a maioria dos direitos - e 0 que ocorre
no Brasil desde a recente discussao no
Supremo Tribunal Federal. Nos 13 paises
que sobrararn. a lei e meia-bomba: nao
garante pensao alimenticia ou heranca.
e t em restricoes na dlvisao de bens. Na
pratica. tratam a uruao homossexual
como um neg6cio. Ha ainda os indecisos
Estados Unidos e Mexico, que permitem
a uniao 56 em deterniinadas regloes. Dooutro lade da moeda. temos os que nao
sairam do arrnar lo, Em 7 paises da Africa
e do Oriente Medio, como Sudao e Ira, ser
gay leva a pena de morte, e em mais de
50 outras nacees. e motivo para prlsao,
He '!a lg um a r az ao p ar a n ao h a ve r
ja ne la s n os b a nh e ir os d e a via o?
RE: Tem sim. E nao e para evitar que
algum passageiro de outro aviao
veja voce em momentos intimos. Os
banheiros ficam em locais estrategicos
- na frente. no fundo e t arnbern no
meio. Nesses pontos esta a jun~ao
reforcada da fuselagem da aeronave
com 0 bico, com a cauda e com as
asas. Perto dos sistemas hidraulicos e
eletricos, essas areas carregam um peso
bem grande. Uma janela ali signi ficaria
recortes desnecessarlcs e arriscados
na estrutura. que poderiam fragilizar a
aeronave e causar acidentes. Ou seja,
aquela baita vista na hora do xi x i nao
valeria a pena .
Fontes: Volnel Tita. professor de Engenharia Aeronauticaoa USP ; V al ci nir B e di n, p re si de n te d a S o ci ed ad e B ra si Je i-ra do Cabela; Mar ia Emi lia Gadelha Ser ra . o to rt tnclar tn -
gologlsta: AssocJa~ao lntemactcnal de Lesbicas, Gavs.a tssexuels. I ransgeneros e mtersexuais UlGA):GrasieJac r tsune C e li c h. a ut o ra d o liv re A Po ss ib l li d a d e Ju r id i r: a doCa sam e n to H omo af e tj l/ o n o Brasi l
JULHO_2011_2.:
5/10/2018 Revista Galileu junho 2011 - De onde vem o Mal - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/revista-galileu-junho-2011-de-onde-vem-o-mal 17/91
G A ll LE UDOMES
A cada edi,ao, apresentamos representantesdo espirito criativo e contestador do cientistaitaliano Galileu Galilei (1554-1542)
MED IC I NA
Umacuraparao
autismo.Bi6 logo brus i le i rotesta remediosco n tra a doenca ,que pode serconseuuencia d e u rn
c e r e b r a supe ra t i vo
aber mais sobre co-
mo os neuronios se
comportam ao longo
de nossa vida sempre
fascinou 0 biologo
Alysson Muotri. De-
pois do doutoradoem genetica na USP e uma passa-
gem por Harvard, Muotri passou 6
anos no Instituto Salk, na Calif6r-
nia, que ja abrigou premios Nobel
como 0 Ingles Francis Crick, urn
dos descobridores da estrutura do
DNA. Nesse periodo, se aprofundou
em como neuronios surgem no ce-
rebro adulto. Os estudos na area 0
levariam a uma explicacao inedita e
uma possivel cura para 0 autismo -
que atinge uma a cada 110 criancasnorte-americanas. "Conseguimos
abalar urn dos grandes dogmas da
neurociencia, aquele de que doen-
cas mentais nao tern cura."
2 2_ JU L HO _ 20 11
A grande revelacao cientifica
de Muotri, jii professor do Depar-
tamento de Pediatria e Medicina
Celular e Molecular da Universi-
dade da Calif6rnia, foi descobrir
que, em cerebros autistas, novos
neuronios se formam com mais
facilidade devido a uma mutacao
genetica. Em pessoas comuns, 0
surgimento desses neuronios na
fase adult a e possivel porque nosso
cerebro possui celulas-tronco (ca-
pazes de se diferenciar em diversas
estruturas de nosso corpo) ador-
mecidas, Quando estimuladas, por
exemplo por novas experiencias
e aprendizados, elas se transfor-
mam em neuronios. "Isso acontece
gracas a ativacao de determinadas
sequencias de genes, chamadas deelementos transponiveis."
Na maioria das pessoas, exerci-
tar a mente, seja lendo urn livro,
jogando xadrez ou aprendendo a
tocar urn instrumento, desperta
os tais elementos transponiveis.
Porern, os autistas nao precis a-
riam de tanto exercicio, Segundo
a pesquisa de Muotri, eles jii pos-
suem esse sistema naturalmente
mais ativo do que gente saudavel,
Em tese, isso seria born, jii que urncerebro dinamico pode gerar ha-
bilidades extraordinarias, como
uma supermem6ria ou destreza
em calculos maternaticos. Mas is-
so tambern multiplica a chance de
mutacoes que tornam os neuronios
autistas defeituosos. Por exemplo,
sao menores e tern menos capa-
cidade de completar sinapses, as
regioes de comunicacao entre as
celulas cerebrais.
o pesquisador e sua equipe reti-raram celulas da pele de pacientes
autistas e saudaveis, depois fize-
ram comque elas voltassem a ser
celulas-tronco e as submeteram a
IM ER SO E M P ES QU IS A: 0
biologo Alysson Muotri emseu
laboratorio na Universidade da
California, onde estuda drogas
que podem reverter 0 problema
urn ambiente similar ao do cerebro,
usando vitaminais e sais minerais.
"Assim, conseguimos que essas ce-
lulas se comportassem como neu-
ronios", diz Muotri. Acompanhan-
do sua evolucao, 0grupo observou
o surgimento dos defeitos nos neu-
ronios autistas. Com 0 tempo, elesse atrofiavam. 0 passe seguinte
foi testar varias substancias para
reverter 0problema. Duas delas -
o horrnonio Insulin Grow Factor 1
5/10/2018 Revista Galileu junho 2011 - De onde vem o Mal - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/revista-galileu-junho-2011-de-onde-vem-o-mal 18/91
TESTE DE
LABO RATO RIOO s experim en tos querevelaram um a das
causas da sfnd rom e. Ecomo eflrnina-la
Extrar;:aoCelulas de pele foram
retiradas de pacientes
autistas e saudaveis
(IGF1) e °antibi6tico Gentamicina
- provaram ser eficazes. "Em tese,
curamos ° autismo, mas ainda hi
varios testes para que essas drogas
possam chegar ao mercado."
Em carater experimental, uma
equipe de medicos do Children's
Hospital, em Boston, nos EUA, ja
usa as substancias em urn grupo de
10 criancas autistas. No entanto,
os efeitos colaterais ainda nao sao
completamente conhecidos. "Po-
de haver perda de mem6rias e ate
de conhecimentos adquiridos por
conta da reconfiguracao cerebral
provocada pelos medicamentos",
diz Muotri. Se essas barreiras fo-
rem ultrapassadas, os autistas nao
devem ser os iinicos beneficiados,
"No futuro, talvez possamos am-
pliar a inteligencia e a criatividade
ao acelerar 0 desenvolvimento de
neuronios em urn cerebro adulto,"
IIG U S TA V O H EID R IC H
Revital izar;:aoEmtestes, 0
ho rmon lo
IGFle 0
antibi6tico
Gentamicina
revertemaatrofia
FOTO:Divulga~ao; ILU5TRA,-Ao: Daniel da Neves
RegressaoElasforam
regredidas a
celulas-troncc.
capazes de se
transformar em
diversas celulas
docorpo
Redes neu ra isEm u r n a r nb l e nt e
que imita 0cerebro ,
por meio de vitaminas
e sais, celulas-tronco
viram neuronlos
Defe i toObserva-se que
os neurenios
vindos de celulas
deautistas se
atrofiam efazem
menos sinapses
NeuronioNo rma l
NeuronioAutista
JULHO_2011_23
5/10/2018 Revista Galileu junho 2011 - De onde vem o Mal - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/revista-galileu-junho-2011-de-onde-vem-o-mal 19/91
5/10/2018 Revista Galileu junho 2011 - De onde vem o Mal - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/revista-galileu-junho-2011-de-onde-vem-o-mal 20/91
C AR IN HA B ON ITA
Flashesec l iques.
F a c e b o o kut ing i r t i 0m a r c o de 100b i l h o e s d e l o t o s .Saibauuemmais p u b l i c a
Seguindo urn ritmo de 6
bilhoes de imagens novas
carregadas todo mes, ate
setembro 0Facebook deve
ter 100 bilhoes de fotos publicadas.
o dado e da Pixable, empresa dona
de urn aplicativo online que moni-
tora, busca e categoriza fotos de
usuaries da rede social. 'I'ambem
disponivel para iPhone e iPad, 0
aplicativo tern 700 mil usuarios
- destes, 35% sao americanos e
cerca de 67 mil sao brasileiros. "0
numero de fotos colocadas conti-
nuara a multiplicar por causa da
popularizacao dos smartphones",
diz Inaki Berenguer, co-fundador
da companhia. Confira ao lade
mais dados sobre uploads de fotos
no Facebook. Os dados, da Pixable,
vern de pesquisas com seus usua-
rios. If F E LIP E P O NT ES
IMAGENSDE PER FIL
c or re sp on de m a 1 0%
do tota l -
Uma fo to
d e p e rf il
no rma lmen te
te m 3 "curt ir" e2 comenta r ios
D esd e 20 06 , a c ada ano,
° nO mero de fotos de
perfi l tr lp l ica
o nu me ro d e fo tos no F ac eb ook ira ating ir 100 bllhiles a te se te mb ro deste ano
o usuario com um do F ace book te m 26 fo to s d e p er fil
[1n"[)[)J][)[)[)[)[1[)[)
[)[)[)[)[)[)[)[) [)[)[)[)[)
C ada p essoa te rn , e m
med ia . 3 45 am l go s . co m
28 2 fotos c ada . O u se ja ,
voce pod e t er ace sso a
97 m i l f ot os s om e n te
e m su a re de
GUERRA D O S SEXO S Ha40%ma ls
u plo ad s n os
f lna lsde
Assuntospara vocediscutiramanhd
FOTOS: D i v u l g a c a o : ILUSTRA~o: A l e x a n d r e A f f o n s o
@ME IABOMBASegundo pesqu isadores am ericanos. os
spam me rs p re c isam enviar 12 .5 m ilh 5e s de
e -rna ils inde se jados pa ra ve nde r U S$100
deViagra.k
@ VAl COM DEUS
D epois de qu inze anos de piadinh as. 0
site Hum or tade la . um dos pione iros do
h um or n a in te rne t b rasile ira . e nc errou
sua s a t iv id a d e s.
@DEVOTOS2.0
S e g un d o n e ur oc ie n tis ta s. 0 fanat ismo
por uma marca de te cno log ia ac iona as
me smas a reas do ce re b ra ativadas pe la
v isa o de u rn slm bolo re lig ioso.
@ M E ST RE D AS H QSA U nive rsidade de D unde e. na Esc6c ia.
anunc iou que da ra in ic io ao p rim eiro
m estrado voltado ao estudo das h ist6 rias
em q u ad rin h os .
JULHO_2011_2S
5/10/2018 Revista Galileu junho 2011 - De onde vem o Mal - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/revista-galileu-junho-2011-de-onde-vem-o-mal 21/91
B OM P RA V IS TA
O lh o d e Iaboratorio. C ien tista s c r ia mum u re tin a d e ra to sintetica. Em d o is un o s,d evem ch egur a s hum an as
Um grupo de pesquisadores
do Centro Riken de Bio-
Iogia do Desenvolvimen-
to, em Kobe, J apao, criou
as primeiras retinas de laborat6-
rio do mundo. As celulas-tronco
embrionarias de urn camundongo,
adicionaram protein as que as fi-
zeram se diferenciar em celulas
especificas da regiao dos olhos,
Apes 10 dias de cultivo em tubas
de ensaio, se formou espontane-
amente a calice 6ptico, uma es-
trutura embrionaria do olho que
da origem a retina. "Ficamos sur-
presos ao ver que urn tecido tao
complexo como esse havia tom a-
C O MO A RETIN A SE FO RM O U
1elulas-tronco ernbrionarias de urn
• camundongo foram cult ivadas por 7
dias em tuba de ensaio. Junto adicionou-
se um coquetel de protefnas para induzi-lasa se diferenciar em celulas do olho. Entre
as protefnas, est€. a larninina, que ajuda a
enrijecer estruturas formadas par celulas
2N o de cirno d ia , os aglomerados de celulas-
• tronco deram origem ao tecida do calice
optko espontaneamente, sem uso de malde
FORMA< ; :AO
DocAuCEOPTICOIN
VITRO
3
N o 24° d la , 0
• tecido jii tem umaestrutura semelhante
ao de retina natural,
com 6 camadas.
05 fotorreceptores
e neuronlos se
. organizararn sozinhos
26_JULHO 2011
do forma sozinho", afirma Yoshiki
Sasai, que liderou 0 estudo. Sem
nenhum molde, as estruturas tam-
bern se organizaram em camadas
semelhantes as da retina, a parte
do olho responsavel pela visiio.
A tecnica pioneira foi apre-
sentada em abril na revista de
divulgacao cientifica Nature. Re-
presenta urn grande avanco para
a medicina regenerativa, Ate en-
tao, s6 haviam sido criados em
laboratories orgaos de estruturas
relativamente mais simples como
rins, bexiga e vasos sanguineos.
Dentro de do is anos, 0 cientista
espera fazer retinas humanas. E
acredita que, em uma decada, ja
devem existir os primeiros trans-
plantes em testes clinicos, "Es-
tamos no caminho para termos
urn banco de retinas saudaveis",
diz Sasai. A descoberta tambem
sera uti! ao desenvolvimento de
medicamentos para doencas dos
olhos, como a retinite pigmento-
sa, que afeta uma em cada 3,5 mil
pessoas no mundo e nao tern cura,
levando gradualmenteacegueira.
Isso porque os cientistas poderao
estudar a progressao da patologia
e fazer testes de farmacos jii em
retinas humanas, criadas em tu-
bos de ensaio. I /FELIPE PONTES
celulas-tronco
OLHO EMBRIO NAR IOcom 24dias
laminina
I
NERvoOPnco -+\\
\\\
\
ILUSTRAI;AO: Mana E.D.I
5/10/2018 Revista Galileu junho 2011 - De onde vem o Mal - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/revista-galileu-junho-2011-de-onde-vem-o-mal 22/91
UM LA D UTRO cA
Soz inho sna r ed e .
Soc i6 loga
diz oue ate cn o lo gia n os
d eixa m aisca r en t e s e
distanies u n sdos ouiros
Quem nao conhece alguern que tenha centenas de amigos no Facebook e prefere publicar
frases em seu perfil a sair para encontrar essas pessoas? Para a sociologa e professora do
Massachusetts Institute of Technology (MIT) Sherry Turkle, pessoas assim sao 0 retrato de
como 0usa abusivo da tecnologia esta mudando, negativamente, nossos relacionamentos.
"Preferimos mandar mensagens a falar com alguern pessoalmente ou por telefone", diz. Segundo
Turkle, enviamos e recebemos cerca de 6 mil mensagens par mes por meio de aparelhos portateis,
A conclusao foi tirada apos urn estudo que incluiu analise de pesquisas com usuarios e 15 anos de
acompanhamento de jovens e aduItos americanos com seus apetrechos digitais. Os detalhes estao
em seu recem-lancado livro Alone Together (Sozinhos Juntos, ainda sem edicao para 0 Brasil), em
que a sociologa defende que a (mica saida para lidarmos com este excesso e nosdesconectar.
* Por que pass amos tanto
tempo conectados?
S h e r ry T u rk le : Em minha pesquisa
descobri que as pessoas gastam
de 80% a 90% do dia trocando
mensagens, seja numa rede so-
cial, celular ou e-mail. Vivemos
com a expectativa constante
de recebermos esses textos. A
maioria deles sao simples "oi",
"como voce esta?", "estou aqui",
Sao amaveis e passam a ideia de
que estamos juntos. As pessoas
querem sentir que nao estao 80-
zinhas. Por isso, arranjam cen-
tenas de "arnigos" com quem
somente trocam mensagens
FOTO: Jean Be ptls t e Paris
breves e de quem, na realidade,
estao bern distantes.* I E bom ficarmos
sozinhos?
Tu rk l e : Sim. Desconectar-se nao
significa que voce ira perder al-
go. Quando as pessoas desligam
seus computadores e celulares,
elas costumam se sentir isola-
das. Nao porque estao angustia-
das de fato, mas porque acredi-
tam que precis am dos amigos
na rede. E preciso perceber
esta distincao. Acredito que,
aos poucos, iremos encontrar
uma solucao inteIigente para
superarmos estes problemas,
descobrindo como dosar nossa
conectividade. ! !FELIPE PONTES
* Por que isso acontece?Turkle: Principalmente pela fa-
cilidade proporcionada pelos
gadgets. Quando estouna praia,
vejo muitas familias juntas, mas
com pais e filhos fucando nos
celulares em vez de interagirem
entre si. Nao acredito que esse eo futuro que gostariamos de ter.
Ternos tantas emergencias as-
sim? Elas existem, mas durante
a rnaioria do tempo poderiamos
prestar mais atencao as pessoas
que estao ao nosso redor.
GLossARIOASPALAVRAS
Q UE A G EN TE
EN C ON TR A PO R A I
BIBLIOAMNESIAO
a uta r a m e ric a na D a nn y
He i tman i n ven t ou
o termoper fe i to
p a ra d e sc r e ve r u rn
f e n6me n o r e c or re n te :
n em b e rn v o c e fe c h a
u rn l iv ro d e p ois d e
t e r li do s u as 6 1 ti m as
f ra s es , a lg u n s d e t a lh e s
c ome r ; am asum ir d a
cabeca Dep a is d e
u n s d ia s . jii f ic a d i fi d l
le m b ra r d e to do s o s
p e r s on ag en s : ( )a l i
a a lg u ns a n a s , v oc e
e n c on tr a a p u b llc a c ao
e n tr e a s s u as v e lh a r ia s
e n em le m bra se jii
le u a u nae - olivro
s im p le sme n te s um i u
d a s ua m em o ria .
JORNALISMO
CIENTi'FICO Na o. n ao
es t amas fa lando de
r e po rt ag e n s s ob r e
c ienc ia . E Que apes
r e v e la r d o c umen t os
s e cr et as d e varies
gove rnas . Ju l ian
A s sa n ge , lf de r d o
W i k iL ea ks , r e s ol veu
d e fe n de r u rn n ov o
e s ti lo d e jornalismo,
Qu e s ig a o s p re c e it os
d a d e nc la : " Se v oc e
p u b li c ar u r n es t u d o
s ob r e o DNA ,1 i
o b r ig a do p e l as
rev is tas c ien t ff icas
a t ar na r p ub lic os o s
d ad os u s ad os em s ua
p esqu is a ". A i de i a e que
o s j or n a li st a s f a c ;: amo mes r n o -c o r n s u a s
fo nte s, p ara q ue a s
le i to re s po ss a rn c h e c a r
t od a s a s i nf orma c ; :i 5e s .
JULHO_2011_27
5/10/2018 Revista Galileu junho 2011 - De onde vem o Mal - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/revista-galileu-junho-2011-de-onde-vem-o-mal 23/91
FALASERJO
Som en te a verd ad e.Iomalista alemuo p a s s o u 4 0d i a s s e m m e n t i r e u u u s e p e r d e ut o d o s o s s e u s r e la c io n a m e n t o s
Acena e comum entre os
casais que vao a lojas de
roupas: a mulher, aper-
tando a cintura, sai do
provador e pergunta se est a gorda.
E uma questao simples ao cerebro
masculino: caso queira manter a
relacao, a (mica resposta possivel e
urn elogio que pareca natural. Mas
em urn shopping de Munique, ana
passado, 0 jornalista alernao JiirgenSchmieder, 31 anos, contrariou as
convencoes, "Sua bunda parece
muito grande", respondeu para a
esposa. Grosseria? Pode ser, mas
com fundo cientifico. Schmieder
participava do desafio de ficar 40
dias sem contar mentiras para
escrever uma grande reportagem
sobre sua experiencia para 0jornal
Suddeutsche Zeitung. "Eu estava
desligando os filtros do meu cere-
bra e dizendo tudo 0 que passavapela minha cabeca", diz. 0 result a-
do foi catastr6fico. Alem de dormir
7 noites no sofa, apanhou porque
denunciou a "escapada" de urn
amigo, perdeu colegas por revelar
quem achava incompetente e, isola-
do, quase entrou em depressiio.
o jornalista comprovou urn es-
tudo de 1997 da Universidade da
Calif6rnia do SuI, que afirmava que
o ser humano mente, em media,
200 vezes ao dia. "Aquestao nao e
deixar ou nao de mentir, mas sim
de quantas mentiras precisamos",
diz Schmieder, que reuniu as expe-
riencias no livro Sincero (Record),
lancamento no Brasil. Para ele,
28_JULHO_2011
SINCERIDADE AGUc;ADA: Por
nao segurar a l ingua, Jurgen
Schmieder dormiu no sofa,
ganhou desafetos no trabalho e
quase caiu em depressao
precisamos de 50 mentiras diarias,
aquelas diplomaticas, feitas para
incentivar as pessoas ou nao ferir
alguem, como quando se diz a urn
pessimo aluno de rnatematica que
ele ira bern no teste de calculo, Ja as
mentiras que contamos a nos mes-
mos para nos livrar de responsabili-
dades ou nos sentirmos superiores a
outros devem ser descartadas. A lon-
go prazo, diz Schmieder, elas fazem
voce tao solitario quanto quem s6
fala a verdade. I IG U IL HE R M E P AV A RI N
·" " \ " , ..,-.., .. .. . . .,.
V eja c om o fo i a
c an ve rs a c om 0
jornalista Jilrgen
Schm i ede r , autor
d o l iv ro S in ce re e m
gali leu .globo.como u f o t og r a f e
co m 0 c e lu l ar 0
codigc ac ima
FISSURA
Oxi ldndia .N o v a d r o g au p a r e c e n ot e r r i t 6 r i odom inado p e l o
c r a c k . En iendao c a m i n h o q u e 0-" .
O X I p e r c o r r e n oc o r p o h u m a n o
O
oxi chegou ao Sudeste e
ganhou manchetes dos
jornais ha alguns meses.
Mas a droga, semelhante
as pedras de crack, era usada nas
regioes Norte e Nordeste do pais
ha alguns anos."Temos relatos
desde 2004 no Acre", diz Wagner
Souto, psico logo do Cratod (Centro
de Referencia em Alcool, Tabaco
e Outras Drogas). Assim como 0
crack, 0oxi e feito da pasta-base de
cocaina, Mas leva cal virgem e ga-
solina ou querosene como diluentes
no Iugar do bicarbonato de sodio
e amenia, usados no crack. "Saosolventes mais agressivos, atacam
o aparelho digestive."
Fora de Sao Paulo, uma pedra de
oxi custa R$ 2. A de crack chega a
R$ 10. "Em Sao Paulo nao e maisbarato, as pessoas usam oxi enga-
nadas. 0usuario so percebe porque
enjoa", conta Marta Jezierski, dire-
tora do Crated. Em urn estudo feito
pelo Centro, 220/0 de seus pacientes
consideram 0o xi pior do que 0crack
e outros 220/0 dizem que a droga edevastadora. "0 que era r uim , f ic o u
pior." /I D EN I SE D A LL A C O LL ET T A
*0 t ema dessa raportagem fo i suge I(J enor
B ru n o R ic ar d o, d e Sa o Pau lo . S f .
FOTO : Divulg ar ao: IlUSTRA~lo:52:- ce Rodr igues
5/10/2018 Revista Galileu junho 2011 - De onde vem o Mal - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/revista-galileu-junho-2011-de-onde-vem-o-mal 24/91
SISTEMA NERVOSO
o acumu lo de dopam ina no
cerebro c au sa p ra ze r in te nso.
o usuar io f ic a fam in to por
e la . C on se qu en cia s: e uf oria ,
f ot of ob ia , t aq u ic a rd ia ,
in q uie ta ca o. ir np ul sa o.
a gr es siv id ad e e p ar an oia
DENTES
Os so lven te s corroem . A
a ~ao vasoc onstritora da
coca ina a lte ra a sal ivacao e
provoca retracao gengival .
A d ro ga ta rnbern se
acum ula e m plac as en tre
den te s e gengiva
BOCA
Com 0 c alo r e v ap ore s
to x lc o s . la blo s . l ingua,
m u co sa s in te rn as , tra qu eia ,
c ord as v oc ais e e pig lote
s of re m f er im e n to s.
C o ns eq ue n cia s: in tl ar na c ao ,
ne crose , p erda de pa lada r
Mios
A pe dra a tinge a ltas
tem pe ra tu ras para se r
f um a da . C o ns eq us nc la s;
que im aduras, b o lh as e
am are lam ento da pe le
RINS
G a so lin a, q ue ro se n e
e c al sao a lta m en te
toxicos para os r ins,
C on se qu en cia s: e njo o,
t on tu ra e l ns ut ic ie n cia
r en al c r6 n ic a
SUGESTAoDO LEITOR
Voce manda e a gente faz! Indique umtema dereportagem acessando glo.bolgalileupautaSe ele for selecionado, saira na prox ima edicao
OLHOS
A furnaca que n te e toxica do
oxl p od e p ro vo ca r irritacao e
pe rda parc ia l da visao
RESPIRA~O
Particu las da coca ina a tin gem a
area de trocas gasosas do pu lm ao
e vao para 0sangue e cerebro.
Surgem dor no pe ito , tosse se ca
e fa l ta de ar. Consequencias:
b ron qu ite , h em orra gia , e de ma ,
en f i sema, hipertensao pu lmonar e
t ube rcu l ose
FlGADO
C oc ain a e a lc oa I f o rmam
o c oc ae ti le no, u m p rod uto
a in da m a is a gr es siv o.
C on se qu en cia s: h e pa tite
qu im ica , acu rnul o de
g ordura no 6rgao e c lr rose
SISTEMACIRCULATORIO
A um enta a pre ssao , c om prim e
vase s e aum enta a fre qu enc ia
c ard laca , G era sob re c arga de
sang ue e m ve ias e ar te rias.
C on se qu en cia s: tr om b os e,
a um en to do trab alh o c ard la co,
isquem ia e en fa r te do
m io ca rd ia . c ar dio pa tite , a rr itm ia .m ioc ard ite , A Ve
SISTEMA DIGESTIVO
Os so lven te s do ox i sao
m uito a gre ss ivos para e ssa
re giao. A lem de vorn ltos e
d ia rr eia . su rg em is qu em ia
g as tr oin te stin al. u ke ra s.
n e op la sia s. c o l it e. f is su ra s
F ON TE S ; U N ODC C P 2 0 10 : R e n a ld o L a ra n je lr a,pstqutatre, P a bl o Ro ig . pslcutatra: eo llvroT r a t amen toS" d o s U su Q r; os de Crack. o r gan t zado
po r Rona l do Laranleka e Ma~cefoRibeiro
JULHO_2011_29
5/10/2018 Revista Galileu junho 2011 - De onde vem o Mal - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/revista-galileu-junho-2011-de-onde-vem-o-mal 25/91
. . . . •V · · · · · I •••~
. ,. . ., •
CUBcTV BoxeeBoxe
um a c a ix in h a q ue s e rv e
p ar a v oc e in te ra gir c om to do s o s
c on te ud os d a in te rn et n a TV . E muito
s im p le s: v oc e c o ne c ta v ia HOM I, u s a a
c on e xa o o nlin e e e st a p ro nt o p ar a a c om p an h ar ,
n um a u nic a t ela , s e us s it es , f ilm e s e p ro gr am a s
fa vo ritos . 'T a is so a A pp le T V ja fa z', v oc e p od e
d i ze r .S im ,mas 0d if er en c ia l d e ste c u ba e quepo ss u i r e c ur so s e s pe c ia is p a ra 0consumidor
b r as ile i ro . F o ra o s 1 8 1 ca n ai s d e co nt e ud ointernacionais, e poss ive l a cessar ap li ca ti vos
e se rv ic e s p ara 0p u b lic o l oca l. E le s
c h eg am a uto ma tic am e nte n o
a p ar e lh o . Co is a t in a . P r e~o :
R$900
JULHD_2011_31
5/10/2018 Revista Galileu junho 2011 - De onde vem o Mal - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/revista-galileu-junho-2011-de-onde-vem-o-mal 26/91
E sc olh e r f on e s
d e o uv id o e como
com pra r um c arro. E mb ora. n a
te or ia , n ao c olo q ue m e m risc o n ossa s
v id as. p re cisa m os a na lis ar s e e le s c om b in am
m esm o com a ge nte . 0 ch am ativo Nixon
T rooper fa z a lin ha d os a uto m6 ve is a ve ntu re iros
urb an os: m ostra re slste nd a, form as arrojad as e
b oa p ote nd a, S e p ud essa rn os a rr isc ar q ua l se ria 0
p ub lic o-a lv o. d irf am os q ue s ao e sp or tis ta s ra dic ais
e usua rie s de transporte pu blic o. M otivo? B em . e le
e extrem am en te fle xfve l e pode se r dob rado em
q ua lq ue r g ave ta ou b olso . S ua s p ec ;:a s e fio s sa o
todos d esrnon ta ve ls, U ma b oa solu cao p ara
e con om iz ar e sp ac o e rn an te -lo se gu ro.
P re ~o : R $ 4 0 0
SOMDOBRAvEL
5/10/2018 Revista Galileu junho 2011 - De onde vem o Mal - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/revista-galileu-junho-2011-de-onde-vem-o-mal 27/91
AMIGODESHOW
S ua b an da
fa vor ita e sta n o p alco
e tudo que voce que r ia e ra uma
film ad ora d e b olso p ara re gistra r a qu ilo .
"E i, te m aq ue la c am era d o c elu lar!". d iz su a
c onsc ie nc ia . V oc e, e nta o, film a tu do e e nv ia pa ra
o Y ou Tu be . N in gu ern c urte . O s tro lls a in da c om en ta m
que 0a udio e sta te rr fve l. "P or qu e n ao u se i u m
ap are lh o c apa z d e g ra var 0 som c om d ois r nic ro fo ne s
con de nsa dore s? " V em n a sua c ab ec a 0gravador Zoom
Q3HD . que film a e m F ull H O (1080 p) e tem um e ditord e v id eos e mb utid o. Ind ica mos e ste p orq ue e le
tam bsrn ve m com e ntradas U SB . SO . m in i H OM I e
a te g ra va c on ve rsa s p re se nc ia is e te le f6 nic as
c om q ua lid ad e irn pe ca ve l, M e re ce c in co
e st re lin h as n o Y ou Tu be .
P re ~o : R $ l. O OO
5/10/2018 Revista Galileu junho 2011 - De onde vem o Mal - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/revista-galileu-junho-2011-de-onde-vem-o-mal 28/91
3 .lmat ion De fender H lDDPRE<;O : R $ 8 00 (50 0 GB)
S e f6sse mos le va r 0D efe nd er H 100
para 0cam po de fu te boL e le se ria
aque le zague iro durao que nao
b rinca pe rto da grande are a. Largo e
com aparenda ma is rustic a que os
c onc orre nte s, p assa se guran ca por
b ons fa tore s. P rim eiro, p orque sua
garan tia e de 5 anos, 0q ue e o tlr no ,
D ep ois, su a te cn olog ia d e e nc rip ta r
dados e um a das m ais avancadas e 0
re cu rso de c oloc ar se nh as de p rotsc ao
nas pastas ta rnoe m e b orn . Lado ru im :
nao te rn com patib ilidade c om USB 3 .0 .
M EM ORIAL D E BO LSONAO BASTA SER BONITINHO. 0 HD QUE CARREGA SUA VIDA DIGITAL TEM
QUE AllAR SEGURANC;A RESISTENCIA E VELOCIDADE. CONF IRA NOS50 TESTE:
l.lo meg a eG oPRE<;O : R $ 56 0 (1 T B)
B e rn c on st ru fd o e r es is te nt e, 0HD
exte rno da Iomega se desta ca por
usar a in te rfac e U SB 3 .0 para ob te r
m elh ore s taxas de transfe re nc ia , E
c on se gu e: q ua se d ob ra a v eloc id ad e
no novo padrao, Enquanto ne m todos
te rn e sta por ta de u ltim a ge racso. e le
tam b ern faz b orn trab alh o nas ve rs6e s
a nte riore s (U SB 2 .0 e 1 .lJ. C ha mou
ate ncao sua ve loc idade de e sc r ita , ou
se ja , transrn issao de dad os. P erde na
p or ta bilid ad e: 1 4 c m d e c om prim en to,
con tra 10 c m do m enor, da Sam sung.
3 4 _JU LHO _ 20 1 1
2 .Samsung Po rt ab le 52PRE<;O : R $ 3 50 (1 T B)
Com acabam ento de ace escovado e
apare nda de u rn b ela te le fone de luxo,
o Sam sung S2 Portab le faz b on ito
ta r rb ern na h ora de asse gurar se us
d ad os . E le e le v in h o ( 15 4 g ) e v er n
com boas opcoes de seguranca e de
b ac ku p. P ara ob te r m elh ore s re cursos
com o a c rip togra fia de dados, no
entan to , e re corn en da ve l q ue 0 usuario
b aixe a lguns program as. N a h ora de
tr an sfe rir d ad os, e le e ra pid o. m as p erd e
por a lguns se gundos pa ra os m ode los
r na is a tu ais . P re c is a s e r en ov ar .
5/10/2018 Revista Galileu junho 2011 - De onde vem o Mal - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/revista-galileu-junho-2011-de-onde-vem-o-mal 29/91
SEAGATE
F.A.GOFLEXPREC ;:O : R $ 400 (1TB)
E is u ma b ele zinh a d e H D qu e tra ta m uito b em
n osso s d ad os. C om d es ig n b ac an a, e le se d esta ca
p e la v e rs atilid ad e e 6 tim a r ap id e z. E compa t f ve l
c om F ireW ire , e S ata , a tra dic io na l U SB 2 .0 e a a tu al
U SB 3 .0 - m as, ne ste c aso, re que r um adap tador. F oi
m uito b em n os n ossos te ste s d e transfersncla dea rq uiv os . M o str ou , t arn b e rn n o p ad ra o U S B 2 .0 ,0
q ue p ro me tia : g ra vo u o s d ad os m a is ra pid o q ue
. t od o s 05 c on co rre nte s. D o ta m an ho d e u m a
c arte ira e m ais le ve q ue a m e dia , p ode se r
l evado p a ra q u alq u e r lu g ar . U n ic o
p ore rn e q ue se u c on ec to r er emov fve l .
NOSSA
ESCOLHA@@~@@
5/10/2018 Revista Galileu junho 2011 - De onde vem o Mal - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/revista-galileu-junho-2011-de-onde-vem-o-mal 30/91
5/10/2018 Revista Galileu junho 2011 - De onde vem o Mal - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/revista-galileu-junho-2011-de-onde-vem-o-mal 31/91
,IANH
MUN I I .
I I IANIZAGIIIIVIIIIII IE Mill
_U I I CAIIAII N I II
W I- 'I IEJA AIIIT I IE
TA E IIATU ITAIIEII _U E
II II
f §l G U IL HERME ROSA E PR ISC IL LA SANTOS m R IC ARDO TOSCAN I
E cada vez mais comum: voce est a caminhando pela rua e, de re-
pente, seu celular avisa: rede wi-fi disponivel. Voce tenta acessa-la,
mas descobre que precis a de senha. Provavelmente, tambern ja sa-
cou 0 laptop ou smartphone ao ler 0 aviso "zona de wi-fi" em urn
aeroporto, mas caiu em uma pagina de pagamento. Mesmo sendo
uma de nossas principais formas de relacionamento com 0mundo
hoje, a internet ainda nao e livre e irrestrita. Ainda.A ONU acaba de declarar 0 acesso a rede urn direito fundamen-
tal do ser humano - assim como saude, moradia e educacao, No
mundo todo, pessoas comecam a abrir seus sinais privados de wi-fi,
organizacoes e governos se mobilizam para expandir a rede para
espacos public os e regioes onde ela ainda nao chega, com acesso
livre e gratuito. Em meados de maio, voluntaries do NYCWireless,
grupo que trabalha pela internet aberta em Nova York, instalaram
os primeiros rote adores do recem-lancado plano da prefeitura paraconectar de vez a cidade. "Chegaremos ao ponto de abertura total
do wi-fi", diz Clotilde Perez, pesquisadora do Observat6rio de Ten-
dencias da USP. "Mas ainda ha urn caminho a ser feito." »
JULHO_2011_37
5/10/2018 Revista Galileu junho 2011 - De onde vem o Mal - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/revista-galileu-junho-2011-de-onde-vem-o-mal 32/91
Ate setembro de 2010, 3 vizinhos
do bairro Dirceu Arcoverde, 0
mais populoso de Teresina, Piaui,
compartilhavam uma assinatura
de banda larga, Como nenhum
poderia bancar sozinho a men-salidade de R$ 180, contrataram
uma conexao Oi/Velox e dividiam
o valor igualmente, Mas a Anatel
(Agencia Nacional de Telecomu-
nicacoes) nao gostou. Apreendeu
o equipamento e multou em R$ 3
mil 0 dono da assinatura. A alega-
c;ao e de que ele havia instal ado urn
provedor de internet ilegal- em-
bora nao tivesse lucro. "Em vez de
cobrarem 0barateamento de preco
e uma oferta abundante de banda
larga, penalizaram 0 cidadao que
estava se virando para acessar a
internet", diz 0 cientista politico e
membro do Comite Gestor da In-
ternet no Brasil, Sergio Amadeu.
Navegar na web nao e simples
por aqui. Menos de urn quarto da
populacao do pais tern internet em
casa ou no trabalho. Nossa banda
larga e uma das mais caras do mun-
do - media de R$ 70 por 500 MB,
enquanto no Mexico sai por me-
nos de R$ 30. No Reino Unido, urn
pacote de 3 GB custa cerca de R$
40. Para ajudar a espalhar internet
por ai, sem depender do govemo
ou da iniciativa privada, algumas
38_JULHO_2011
-
pessoas tern simplesmente tirado
as senhas de seus sinais de wi-fi,
"Sou a favor de uma reforma agra-
ria do ar. 0espaco eletrornagnetlco
e urn bern publico, comum a todos.
Infelizmente, acaba sendo loteadopara poucos que podem pagar", diz
a produtora cultural gaucha Elena-
ra Cariboni label, 47 anos.
Quem acha uma temeridade wi-
fi sem senha levanta 3 principais
argumentos, Primeiro, a queda na
velocidade de conexao. "Nunca tive
problema com isso. Se tivesse, es-
tabeleceria regras com meus vizi-
nhos para 0 compartilhamento do
sinal", diz 0cientista politico e pro-
gramador Pedro Belasco, 29 anos,
de Sao Paulo, que sempre deixou
sua rede escancarada. Muita gen-
te tambern receia que urn hacker
invada seu computador (0 que ele
poderia fazer mesmo se a rede tiver
senha) ou que alguern comet a urn
crime virtual, como acessar por-
nografia infantil, dentro da rede.
"Ai a investigacao comecara por
voce, que corre 0 risco de passar
por uma busca ou apreensao", diz
o advogado especializado em di-
reito digital Rony Vainzoff. "Risco
corremos ate ao atravessar a rua.
Mas sou contra 0 sistema como a
internet e distribuida e acho que
vale a pena", diz Pedro Belasco,
o criptografo americano Bruce
Schneier - urn dos maiores espe-
cialistas mundiais em seguranca
na internet, que ja foi reconhecido
pela revista The Economist como
urn guru da area - tambem diz nao
ligar para Esses perigos. Alegando
"boas maneiras", ele deixa a rede
wi-fi de casa aberta. "Se alguern
cometer urn crime em rninha co-
nexao, a melhor defesa sera 0 fato
de que ela era aberta."
Por via das duvidas, ha usuaries
que liberam sua internet, mas ten-
tam criar urn clima de intimidade
com quem a esta usando. 0desen-
volvedor de sistemas de inforrna-
5/10/2018 Revista Galileu junho 2011 - De onde vem o Mal - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/revista-galileu-junho-2011-de-onde-vem-o-mal 33/91
tica Eduardo de Brito Castro, 29
anos, de Sao Paulo, colocou seumi-mero de celular no nome da rede.
Ele nao fica em casa durante 0dia,mas deixa 0 sinal aberto para osoutros. Mais que seguranca, 0queo impulsionou a querer conhecer
quem esta usando seu wi-fi foi uma
especie de troca de favores. "Se urn
dia eu nao tiver rnais internet, porexemplo por nao poder pagar mais,
espero que quem estiver acessan-
do hoje passe a compartilhar tam-bern", diz. 0 que Eduardo propoe
de maneira informal e urn sistemaque s6 deve crescer no mundo da
internet livre: 0 de cooperativa.
Jun to s pe la webAbrir a redewi-fi para quem quiser
usa-la - e nao pensar duas vezes
antes de se conectar na rede alheia- foi apelidado nos EUA de wi-fi
squatting. Uma referencia aohabito
de se ocupar im6veis fora de usosem pedir autorizacao (em Ingles,squatting). Esta la, livre, voce ocu-
pa. Mas uma nova maneira de divi-dir a rede pode resolver temores de
velocidade e seguranca, Seu maior
representante e urn roteador criadopela ernpresa espanhola Fon quedivide 0 sinal em dois: urn privado
e outro (uma pequena parcela desua conexao) aberto a visitantes.
SEMTRAVAS:
o cientistapoliticoe programador
PedroBelascodeixaseuwi-fi
semsenha.livreparauso
S6 pode usar essa segunda linhaurn membro previamente registra-
do, 0 que aumenta a seguranca, A
ideia do Fon e compartilhar a co-nexao com quem tambern com-
partilha, criando uma especie decooperativa. H E 0 que chamamos
de crowdsourced wi-fi, porque e
construido por varias pessoas",diz jeri Allerson, chefe de comuni-
cacao da empresa, que ja chegou a150paises (planeja vir para 0Brasilem breve) e tern 3,5milhoes de ro-
teadores espalhados pelo mundo.Se 0modele vingar, poderemos ter
cidades rnais conectadas, comoacontece com T6quio, urn dos 10 -
cais commais adesao ao Fon. "Vo-
ce monta nuvens sobrepostas desinais e consegue ficar online em
varies pontos", diz Sergio Arnadeu.
A logica e parecida a do celular, em
que 0 sinal passa de uma antenapara outra e voce continua falandoquando se desloca.o prograrnador catarinense radi-
cado na Alemanha Alexandre Stru-be tern 6 roteadores Fon. "Nao ha
forca maior que urn geek sem aces-
so a internet. A ideia de ter umaconexao disponivel em qualquer
lugar era sedutora demais", diz,se referindo a grande vantagem do
sistema: poder se conectar a webmesmo fora de casa - e ate fora
do pais. Porem, urn Fon custa US$50 e e provavel que voce ja tenhaurn roteador em casa. Fica outraalternativa: a banda larga gratis em
espacos publicos,
Red e n a p rac ;aAtivistas pela internet livre aoredor
domundo vernbatendo nesta tecla:
levarwi-fi para parques, pracas, ro-doviarias e bibliotecas. Essa e uma
das causas da organizacao sem
fins lucrativos Wireless Toronto,no Canada, que tambem trabalhapara ajudar pequenos cornercios a
oferecer wi-fi livre para seus clien-tes e divulga em mapas as pon-»
JULHO_2011_39
5/10/2018 Revista Galileu junho 2011 - De onde vem o Mal - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/revista-galileu-junho-2011-de-onde-vem-o-mal 34/91
»tos de internet livre na cidade.
"Nos amamos os espacos publicos
e queremos ve-los sendo ocupado e
usado de novos modos", diz Gabe
Sawhney, fundador do grupo.
owi-fi aberto e gratuito em areas
verdes como 0Bryant Park, 0Madi-
son Square e 0Wagner Park ja sao
atrativos para quem mora ou passa
par Nova York. Em parte, graces ao
trabalho de organizacoes ativistascomo a NYCWireless, que instala
roteadores a pedido de quem quer
financiar wi-fi em uma area de uso
comum da cidade. Mas isso e ape-nas parte do trabalho. Outra impor-
40_JULHO_2011
tante parcel a e a atuacao politica.
"Transformamos a internet publi-
ca em uma questao primaria para
a administracao de Nova York", diz
Dana Spiegel, diretor do grupo.
Os membros da NYCWireless es-
tiveram envolvidos em discussoes
na Comissao Federal de Comunica-
<;iioe no Conselbo de Tecnologia da
Cidade. Mas a maior evidencia de
seu dialogo com0
governo foi0
con-vite para instalar, na regiao entre
as pontes Brooklyn e Manhattan,
os primeiros rote adores do plano
lancado pela prefeitura para tornar
Nova York a cidade digital numero
1dos EVA. 0 projeto foi anunciado
em meados de maio depois de uma
pesquisa revelando que os nova-ior-
quinos estavam sedentos por mais
internet aberta pel a cidade. Prove-
la seria urn papel do governo.
Prefe i tura.comNo ana passado, a Finliindia pas-
sou a distribuir internet gratis em
casa para todos os seus cidadaos.E a acao mais concreta de urn go-
verno no sentido de reconhecer 0
acesso a internet como direito fun-
damental do ser humano, por ser
uma ferramenta para a liberdade de
5/10/2018 Revista Galileu junho 2011 - De onde vem o Mal - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/revista-galileu-junho-2011-de-onde-vem-o-mal 35/91
LlGADOEM
POLiTICA:O
ativista Pedro
Markun acredita
que 0 governo
deve fornecer
internet para
seus cldadaos
expressao, como declarou a ONU
em maio. "0 direito a comunicacaoe urn direito humano. Se urn dia es-
teve ligado a imprensa, hoje passa
pela internet", diz Daniela Silva,
co-fundadora da Casa de Cultura
Digital, que reune projetos ligados
a tecnologia em Sao Paulo. A rede
tambern permite acesso a outros
direitos civis, como cultura e edu-
ca cao , "Nao queremos internet pa-
ra todos porque e bacana, mas por-
que e urn meio pelo qual as pessoas
se conectam, trabalham e realizam
coisas", diz Pedro Markun, da Casa
de Cultura Digital.
ACESSI iEIE t UM
'I FUIIIIMIIiTILIII. ILiM IIIII
LIIIIIIIEIITi
LilA
C IM I C U ~
Seguindo 0 caminho de paises
como Israel, EUA e Australia, 0
governo brasileiro tern se movi-
mentado para aumentar 0 alcance
da rede. No ana passado, lancou
o Plano Nacional de Banda Larga
com foco em levar sinal para as
areas menos favorecidas. A meta
ate 2014 e ter 100milhoes de aces-
sos a banda larga no pais. No final
de 2008, logo antes do inicio do
projeto, esse mimero nao ia muito
alem de 10 milhoes,
Cidades brasileiras tambem fize-ram seus pianos para expansao da
internet. Belo Horizonte tern hoje
25 locais de aces so fornecidos pe-
la prefeitura em pracas, parques e
rodoviaria. Santos (SP) tern 3 pon-
tos wi-fi na orla da praia. Mas isso
deve ser apenas parte do trabalho.
"Tambem e papel do governo levar
internet para a casa das pessoas.
Imagine ter que ir a urn banheiro
publico tomar banho, e a mesma
coisa", diz Pedro Markun. Nesse
sentido, 0Estado do Rio de Janeiro
foi alem: implantou redes gratui-
tas nao so na praia de Copacabana,
mas abriu 0 sinal de wi-fi para co-
brir bairros carentes como Santa
Marta, Cidade de Deus e Rocinha.
Da rua ou de casa e possivel se co-nectar livremente a internet - e
aos curs os profissionalizantes que
fazem parte do projeto. Hoje ja sao
800 mil acessos por mes. 0 pro-
ximo passo e chegar ao Morro do
Al emao , onde devem ser instal ados
280 radios para transmitir 0 sinal
para toda a comunidade.
Quando a internet aberta for di-
fundida em todos os cantos, a a~ao
de quem tira a senha do proprio
wi-fi, dos ativistas que colo cam
internet na praca e dos pianos da
administracao publica para ampliar
a rede terao se feito valer, "Quando
se rompe com 0 ideal do passado
de controle, fragmentacao e poder
sobre a inforrnacao, urn novo mundo
se abre", afirma Clotilde Perez. A
pesquisadora acredita que 0 ser hu-
mano e investigativo por natureza,
e com livre aces so ao conhecimento
pode fazer de tudo. : I t como 0meni-
no da comunidade carente carioca
que montou uma bicicleta de sucata
depois de baixar na internet urn tu-
torial feito por outro garoto na india.
"Aspessoas VaGusar a internet para
transformar a propria vida.,,@
JU LH O_ 20 11 _ 4 1
5/10/2018 Revista Galileu junho 2011 - De onde vem o Mal - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/revista-galileu-junho-2011-de-onde-vem-o-mal 36/91
5/10/2018 Revista Galileu junho 2011 - De onde vem o Mal - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/revista-galileu-junho-2011-de-onde-vem-o-mal 37/91
5/10/2018 Revista Galileu junho 2011 - De onde vem o Mal - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/revista-galileu-junho-2011-de-onde-vem-o-mal 38/91
DE FORA: Maquinas sao
isoladas dos cientistas para
evitar risco de contarninacao
nas novas celulas (a direita)
brace rob6tico leva os ingredientes de uma maquina
para a outra. Eles passam por uma linha de montagem,
onde sao filtrados e misturados ate se chegar ao pro-
duto final, pronto para a venda. Tudo automatizado,
comandado a distancia por urn operador. Poderia ser
a descricao de uma industria quirnica ou de alimen-
tos, mas e da fabrica de pele inaugurada neste ana
pelo Instituto Fraunhofer, na Alemanha, a primeira
do mundo a produzir tecido humane em escala. Ela
tern capacidade para entregar por mes 5 mil discos de
pele pouco menores que uma moeda de urn centavo,
ao preco de 50 euros (cerca de R$120) a unidade. Ok,
mas quem vai comprar isso?
o instituto, que aplica US$ 2,3 bilhoes por ana em
pesquisas de saude, energia e comunicacoes, mira urn
mercado que deve se expandir. A Uniao Europeia de-
cidiu proibir, depois de 2013, a venda de cosmeticos
testados em animais. A pele feita em laborat6rios e
urn dos procedimentos alternativos mais cotados pa-
ra substituir as cobaias nessa tarefa. Outros clientes
em potencial sao as companhias farrnaceuticas, ja que
tambern e melhor usar tecido humano para experi-
mentar novos remedies do que ratinhos e coelhos. "A
fabrica sera importante ainda para produzir pele em
transplantes", diz a bioquimica alema Heike Walles,
diretora do projeto no instituto. 0procedimento seria
util, por exemplo, na recuperacao de pacientes que
tiveram queimaduras graves.
A tecnologia de reproduzir partes de tecidos ja existe
em centros especializados, mas a fabricacao em grande
esc ala ainda nao era feita. "Ha poucas empresas no
mundo que fazem pele reconstituida para cosmeticos.
A maioria produz membranas, cuIturas celulares mais
simples. Fabricar em escala e urn passo consideravel",
diz 0bioquimico J adir Nunes, doutor pela Universidade
de Sao Paulo e conselheiro da Associacao Brasileira de
Cosmetologia. 0novo sistema alernao promete acelerar
e baratear esse tipo de producao,
44_JULHO_2011
5/10/2018 Revista Galileu junho 2011 - De onde vem o Mal - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/revista-galileu-junho-2011-de-onde-vem-o-mal 39/91
Lin ha d e mo n ta gemA fabricacao de pele e uma especie de replicacao ace-
lerada de tecidos obtidos com doadores voluntaries.De acordo com os cientistas, cada doacao de materialhumano e suficiente para 100 discos. Em urn laborat6rio
cereado por vidros para nao haver contaminacao, asmaquinas trabalham sozinhas, comandadas do lado deforapor urn especialista. Primeiro, picotam a amostra efiltram os pedacinhos. Depois, substancias import antes
para a replicacao sao extraidas emanipuladas, enquantoas celulas sao "alimentadas" (confira 0 process a completo
na proxima pagina). 0 resultado, a pele reconstituida, euma substancia esbranquicada, mas que tarnbem podeadquirir outras tonalidades. "Avida e de 6 dias dentro
da clinica", explica Michaela Kaufmann, pesquisadoraassistente do Instituto Fraunhofer.
Essa tecnologia deve produzir tecido humano emescala tambem para transplantes ate 0 final de 2012,o que dependera de adaptacoes e do aval da Uniao Eu-
ropeia. Uma decisao da entidade obrigou que organis-
mos criados fora do corpo humano sejam classificados
como instrumentos farmaceuticos, 0que significa quedevem passar pelos mesmos testes rigorosos aplicadosa remedies antes de serem liberados para uso medico.
Sera usado 0 mesmo sistema dos discos produzidospara as companhias de cosmeticos mas, em vez de
doadores, a pele vira do pr6prio receptor. "0 que vaiacontecer e urn autotransplante com a retirada de pele
do mesmo corpo que recebera depois 0material", diza diretora do Fraunhofer. Com isso, a possibilidade de
rejeicao diminui.
Para que a pele fabricada possa ser "colada" ao recep-tor, as maquinas serao programadas para estimular no
material coletado a producao da proteina fibronectina.Asubstancia fazparte das membranas celulares donos-so corpo, e e responsavel por estabelecer conex6es comoutras moleculas - como 0 colageno -, ativar a cir-culacao do sangue e ajudar na cicatrizacao. "Todos »
Foro : Rafael Kroet z/Fr aunhofer/Divulg acao JULHO_2011_4S
5/10/2018 Revista Galileu junho 2011 - De onde vem o Mal - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/revista-galileu-junho-2011-de-onde-vem-o-mal 40/91
A pele fe ita em esca la
pode ser usada em
testes de cosrneticos.
medicam e nto s e , em2012, pa ra tran sp lan tes
em hum anos. Em breve ,
o Brasil deve te r a sua
propr ia fabrica de tec ido .
h um a no , um a filia l d a
emp re sa a lem a
»poderao utilizar a pele e esse tipo de transplante
devera ser fundamental para pacientes que sofreram
fortes queimaduras ou tern algum ferirnento cronico",
afirma Walles. A escala deve trazer beneficios aos
transplantes. "Essa maquinaria pode ser importante
na producao de pele quando ha ferimentos em gran-
des superficies do corpo", diz Radovan Borojevic,professor de Biologia Celular da UFR], sobre a ajuda
que 0 sistema robotizado trara a quem precisa desse
tipo de cirurgia. "E urn tipo de pele muito dificil de
ser rnanipulado e extremamente fragil."
De acordo com Heike Walles, do Fraunhofer, 0
Brasil tambem pode ter producao de pele nesses mol-
des em breve. Os alemaes estao em negociacao com
duas empresas de perfumes e cosmeticos nacionais
(que preferem nao ter os nomes divulgados) e infor-
mam que cogitam abrir uma especie de filial aqui.
o objetivo e fazer testes de produtos para substituir
cobaias, mas, como na sede, 0 laborat6rio poderia
ser adapt ado para fabricar tecido humano destinado
a transplantes. A producao para cosmeticos usara
material coletado de doadores brasileiros - 0 que
elimina dificuldades de transporte e rnelhora a acei-
tacao da pele entre os pacientes locais.@
46_JULHO_2011
XEROX DE
TECIDOSV eja com o a fa bric a a le r n a ,
a p artir d e um a amo stra ,
produz l O C I d iscos de
pele reconsti tu fda
C A P T A C ; : A O
Umbraco
robotlco corta
apeleem
pedac inhos
D O A D O R
Comuma
blopsia,
ex tr a i- se u rn
pequeno peda co
depeledo
voluntar io
5/10/2018 Revista Galileu junho 2011 - De onde vem o Mal - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/revista-galileu-junho-2011-de-onde-vem-o-mal 41/91
F ILTRA~AOC om a ju da d e e nz im as. u ma
rn aq uln a s ep ara d ois tip os d e
celulas: os queratinocitos, das up e rf ic ie . e o s f ib ro b la sto s. q uecompeern a p arte in te rn a d a p ele
MULT IPL lCA~AO
DASCELULAS
OS d ois t ip os sa o
c ultiv ad os em
b io rr ea to re s e s er e plic am . A s c e lu la s
p roduzem co lageno ,p ro te fn a q ue a ju da
a u n ir e f or ta le c e r
os tec idos
Os f ib rob lastos
sao despe ja dos
e m fra sc os o nd eform am a d erm e .
N u tr ie n te s s ao
a d ic io n ad o s p a ra
a ju d ar n o p ro c e ss o
sao a c r e sc en t ados
os que ra t lnoc l tos ,
q ue a jud am a
fo rm a r a e p id e rm e
REPOUSO
F ic a tu do n um a in cub ad ora a 3 7°C a te a
p ele a dq uir ir a fo rm a fin al. 0 re su lta do te m
a s m e sm a s c am a da s q ue fo rm a m 0tec ido
h um an o: d e rm e e e p id e rm e e s ub d iv ls oe s
IlUSTRAl ;lo: Daniel das Neves JULHO_2011_47
5/10/2018 Revista Galileu junho 2011 - De onde vem o Mal - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/revista-galileu-junho-2011-de-onde-vem-o-mal 42/91
Na boc a do rovo para.
de -fin '! jo ve ns de v isual
extravagante 0hipster
ja te m se u fim de cre tado
pelos estudiosos
~ G UILH ER M E P AV AR IN
Afinal, 0 que e urn hipster? A duvida
percorreu por semanas a redacao da GA-
LILEU. Nao sabemos bern como comecou,
Quando nos demos conta, ja era tarde:
estavamos pelos corredores chamando
uns aos outros por essa palavra ianque
sem ter a certeza do que significava,
Suspeitavarnos que, para ser urn hipster,
o cara teria que usar roupas xadrez, DCU-
los de aro grosso, ter bigode (ou lenco no
cabelo, no caso das mulheres) e andar
de bicicleta ouvindo uma banda asiatica
num MP3. Depois de buscar referencias
mais conftaveis, percebemos que todos
que fugiam urn pouco do padrao eram
hipsters em potencial. »
5/10/2018 Revista Galileu junho 2011 - De onde vem o Mal - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/revista-galileu-junho-2011-de-onde-vem-o-mal 43/91
JULHO_2011_ 49
5/10/2018 Revista Galileu junho 2011 - De onde vem o Mal - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/revista-galileu-junho-2011-de-onde-vem-o-mal 44/91
»Vestiu calca apertada? Hipster, Olhar blase? Hipster. Cache col
em dias de calor? Muito hipster. Para nosso alivio, nao estavamos
sos. No jornal The New York Times, ana passado, aconteceu algo
parecido. 0 revisor, Phillip Corbett, mandou uma carta para aredacao avisando que 0 termo hipster havia sido escrito mais de
250 vezes no jornal ao longo de 2010. E que nao estava claro 0
que aquela palavra queria dizer,
Ate mesmo urn professor americana de literatura da New
School University, Mark Greif, que passou anos investigando as
caracteristicas dos hipsters para escrever urn livro, What Was
the Hipster? A Sociological Investigation, de 2010 (0 Que Foi 0
Hipster? Uma Investigacao Sociologica, sem edicao no Brasil),
tern ainda hoje dificuldade para definir do que se trata. A nosso
convite, numa tentativa de resumir em apenas uma frase, disse:
"E alguern que quer 0 lade cool da contracultura e da rebeldia
juntamente com os prlvilegios de riqueza e do consumo - que-
rendo sempre saber de tudo antes dos outros". Para chegar a
essa defmicao, Greif, com a ajuda de colaboradores pelo mundo,
tracou urn panorama do que 0hipster significava e descobriu que,
antes mesmo da sociedade compreender 0que era essa dita "con-
tracultura", ela ja estava morta. A principal razao e que 0 termo
havia ganhado uma Irreversivel conotacao pejorativa, Ninguem
por ai diz que e hipster. "Chamar uma pessoa de hipster e dizer
que ela se esforea muito para ser cool e se tornar visivel, 0 que e
uma ofens a para seu sentimento de superioridade cultural", diz
Greif. Para completar, parece que nao ha uma ideologia clara e
que ligue essas pessoas, como era 0caso do movimento punk ou
hippie, Assim acabou se tornando algo caricato e superficial.
Morte prematuraEste hipster de visual exotico que conhecemos hoje comecou
a dar as caras em 1999, na cidade de San Francisco, Califor-
nia, como consequencia do fen6meno que 0 soci6logo Richard
Loyd chamou de neo-boernia. Foi mais ou menos assim: com 0
avanco dos centros financeiros pela cidade, aspirantes a artistas
que tinham empregos durante 0 dia em bares e cafes acabaram
entrando em contato com jovens ricos empreendedores. Dessa
reuniao, surgtrarn profissionais de design, marketing e des envol-
vimento de web, que viviam pr6ximos aos mais bem-sucedidos,
mas mantinham uma postura mais despojada. Queriam mostrar
atitude ao mesmo tempo em que eram ativos na sociedade deconsumo, Ou seja, estavam no meio da tensao entre os riquinhos,
tambern cham ados de yuppies na epoca, e os subversivos. Dessa
mistura veio 0 visual, a postura calculadamente desleixada e a
ironia elitista como forma de expressao, No Brasil, nao por acaso,
aqueles que se assemelham ao hipster americana contemporaneo
tambern estao concentrados entre regtoes ricas de grandes cen-
tros urbanos. Em Sao Paulo, a cidade do pais que talvez mais se
aproxime da meca hipster mundial, San Francisco, eles frequen-
tam galerias de arte urbana e circulam entre bairros em que ha
urn claro cruzamento de tribos e gostos. "Nao conheco ninguem
que se denomina hipster, mas pelo que vejo eu sou e nem sei",
diz Victoria Flaksbaum, 18 anos, que it noite e DJ em uma boateno Baixo Augusta, regiao de bares e clubes noturnos da cidade,
e durante 0 dia trabalha em urn brecho.
A cultura hipster atual se popularizou com a chegada de vel-
culos especializados. 0 principal deles, a revista americana Vice,
50_JULHO_2011
ganhou fama na virada dos anos 2000 publicando
materias de tendencias alternativas. Mais de uma de-
cada depois, circula em 27 paises, inc1uindo 0Brasil.
"Nao cham amos mais nosso publico de hipster, mas
de antenado, que e mais justo", diz 0 espanhol Tony
Cebrian, publisher da Vice brasileira.
Com a ajuda da internet, os hipsters deixaram de
ser algo localizado e passaram a ser associados aos
fas de musica independente e llgados it arte urbana
(grafites, intervencoes e artes de influencia digital).Quanto ao visual, eles acabaram por adotar pecas que
ja fizeram parte do vestuario de tribos do passado-
o xadrez do grunge, 0 bone dos punks da dec ada de
80, bicicletas roda-fixa de ativistas etc. A coisa virou
5/10/2018 Revista Galileu junho 2011 - De onde vem o Mal - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/revista-galileu-junho-2011-de-onde-vem-o-mal 45/91
Se como cultura ou movimento 0hipster
esta condenado ao sumico, 0 consumo
inteligente e a vontade de dis seminar
tendencies vieram para ficar nessa mes-
rna geracao. E 0que se pode chamar de
pos-hipster: cultura que esta em forma-
c;iio.Algo parecido com 0 surgimento
do movimento hippie na decada de 60,
diz Greif. Hippie, que originalmente e
urn diminutive de hipster, servia para se
referir de modo negative aos jovens da
epoca que circulavam por North Beach,
na Calif6rnia, e Greenwich Village, em Nova York.
Eles desprezavam 0 jazz e a poesia que dominavam a cena
cultural da epoca para se aventurar no mundo da diversao e das
drogas. Em poucos anos, no entanto, todos esqueceriam esse
lado para assistir ao desenvolvimento de urn movimento de paz.
"Na epoca, os hippies deram significado positivo ao que antes era
apenas urn insulto vazio", diz Greif, que acredita que isso pode
estar pr6ximo de ocorrer com 0 hipster.
Em sua pesquisa, ele notou que jovens pr6ximos aos 20 anos
estao incorporando valores atribuidos a esses sujeitos moderni-nhos que surgiram na Calif6rnia e circular am pelo mundo nos
anos 2000. "Acho que ha definitivamente uma evolucao dessa
contracultura." E 0 hipster, seja la 0 que isso quer dizer, serviu
de abre-alas.~
•
•Lela a entrevtsta com Mark Greif, professor da New School University, autor do livre Wha t Was Th e
H ip st er ? A Soci%g ica ll nvest ig ati on. em gal l leu.globo.com ou fotografe com 0 celular 0 cod lgc acima
o que os criticos de arte chamam de pastiche: uma
imitacao que pega fragmentos de diversas outras
obras tentando parecer original. 0 pr6prio gosto e
os Iugares frequentados pelos tais hipsters contem-
poraneos tern a ver corn essa mistura de divers as
elementos. "Entre n6s existe a cabeca aberta para a
tolerancia", diz 0 publicitario paulistano Alexandre
Pessoa, de 23 anos.
Por essa mesma caracteristica de misturar tudo em
busca de identidade, muitos dos artistas preferidosdo grupo tarnbern sao aqueles que mesclam estilos.
E 0 caso da banda americana Animal Collective, que
resgatou a psicodelia dos anos 70 e adicionou doses
de folk e rock moderno. No cinema, 0 maior icone
FOTOS: Divulgacao
DEPOIS DOS BIGODES: 0
protesto do hipster esteve
l igado ao visual ir6nico.
Mas agora. surge uma
corrente que valoriza mais
a busca por bons e novos
conteudos, como e 0 caso
da OJVictoria Flaksbaum.de 18 anos (foto rnaior)
hipster eWes Anderson, diretor de fil-
mes como 0 Fantastico Senhor Raposo
e OsExcentricos Tenenbaums, que cos-
tuma usar tecnicas cinematograficas do
passado. Apolitica nao est a entre os as-
suntos prediletos, mas 0 crescimento dacultura hipster entre os jovens nos Esta-
dos Unidos esta diretamente associado
a invasao ao Iraque em 2003 e a outras
medidas do governo George W. Bush.
A seu modo, os hipsters chamavam a
atencao da sociedade para dizer que nao
compactuavam com 0 rumo do pais. Pa-
ra mostrar que nao queriam fazer parte
dos excessos consumistas, deixaram de
comprar carros novos e passaram a usar
bicicletas. Ainda que fossem bicicletas
no estilo vintage, com banco de couro
e pneus brancos.
Opes-hipster
JULHO_2011_51
5/10/2018 Revista Galileu junho 2011 - De onde vem o Mal - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/revista-galileu-junho-2011-de-onde-vem-o-mal 46/91
52_JULHO_2011
5/10/2018 Revista Galileu junho 2011 - De onde vem o Mal - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/revista-galileu-junho-2011-de-onde-vem-o-mal 47/91
@ C O ST AS P ES AD AS > Um membro do Applied Physics
Laboratory Ice Station 2011 caminha com uma broca
colossal sabre os om bros. Usada para perfurar 0gelo. a
peca deveria ser carregada pelo helicoptero, mas ° mautempo a impediu de voar. Azar dos pesquisadores
FOTO: Lucas Jackson / Reute rs
5/10/2018 Revista Galileu junho 2011 - De onde vem o Mal - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/revista-galileu-junho-2011-de-onde-vem-o-mal 48/91
@ ) QUEBRAN DO 0 GELO > E m u m d os e xe rc ic ios, a su bm arin o
USS Conne c tic u t Seawolf rom pe as p lac as de ge lo do
O ce an o A rtic o p ara te sta r 05 d ife re nte s n ive is de sina is das
te cn olo gia s so na re s de cornunicacao, U rn m em bra da m arinh a
am er ic ana se e nc arre ga de ch ec ar os m ed idore s e xte rnos
54_JULHO_2011
5/10/2018 Revista Galileu junho 2011 - De onde vem o Mal - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/revista-galileu-junho-2011-de-onde-vem-o-mal 49/91
-.
inca moradores. A
Baia de Prudhoe, no
estado do Alasca ,
possuia uma popu-
la~ao total de urncasal e 3 filhos ate 0
censo realizado ern
2000 nos Estados Unidos. Nao atoa: alern de 250/0 do territorio de
1, 5 mil km2 corresponder a agua,
as baixas temperaturas costumam
variar entre -35°C e 15 D C durante
o ano: A paisagern e de uma gigan-
tesca e desertica ilha de geleiras. So-
mente no inverno rigoroso, entre os
meses de dezembro e marco, quan-
do as placas de gelo ficam solidas aponto de aguentarem toneladas de
peso de grandes rnaquinas, que 0 lo-
cal ganha vida. Por la, nesta epoca,
mais de 2 mil pessoas trabalham em
pesquisas de campo. A mais repre-
sentativa delas e 0 chamado Applied
Physics Laboratory Ice Station, de
grupo ligado a marinha americana
que testa, quase todos os anos, no-
vas equipamentos de cornunicacao
submarina. Dessa vez 0objetivo era
analisar, ern condicoes extrernas,
futuras tecnologias para fins mili-
tares e controle ambiental que po-derao ganhar aplicacoes cotidianas
nos pr6xirnos anos. Na expedicao de
2011,50 pesquisadores passaram 27
dias numa rotina de transporte de
equipamentos, medicao de dados,
relat6rios e dezenas de exercicios
te6ricos. Mas, para tanto, como se
nao bastasse a solidao, os trabalha-
dores tiveram que enfrentar as difi-
culdades da regiao artica. Estamos
falando de geleiras que podem se
romper, de ursos polares famintose, claro, das tempestades e outras
surpresas do clima. "Por dias uma
densa neblina manteve nossos avi-
D es e helicopteros no chao, 0 que
tornou algumas tarefas muito mais
desafiadoras", dizo engenheiro me-
canico e gerente do acampamento,
Keith Van Thiel. Aboa noticia e que
ninguern saiu ferido da missao,
@ ENCAPSULADOS > Na sal a de controle do submarino
que trafega debaixo do gelo, empregados acompanham os
resultados das ondas acusticas e sinais s6nicos em suas
telas. Ali pass am tarnbern as imagens do periscopio de fibra
otica que capta as acces de quem esta do lado de fora
FOTOS: Lucas Jackson / Reuters
5/10/2018 Revista Galileu junho 2011 - De onde vem o Mal - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/revista-galileu-junho-2011-de-onde-vem-o-mal 50/91
@ CONECTAD05 50 ENTRE 51 > Dois pesquisadores da escola de graduacac da
marinha usam computadores para ouvir 0 equipamento sonar. Eles tambarn carregarn
pas para remover gelo e uma arma para 0 caso de ataque de urso polar (no alto)
COZ IN HA A BA IX O D E Z E RO > F unc ion arios cozinham 0 alrnoco no alojamento-
refeit6rio. No cardapio estao salsichas e molhos preparados a partir de congelados
56_JULHO_2011
5/10/2018 Revista Galileu junho 2011 - De onde vem o Mal - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/revista-galileu-junho-2011-de-onde-vem-o-mal 51/91
@ A CAMPAME N TO ART IC O > As casas aquecidas sao
construidas com madeira compensada. Seus habitantestemporaries se locomovem pela regiao usando trenos
eletricos. botes inflaveis e. para 0 caso de trans porte
de materiais pesados. helicopteros e rniniavioes
F OT OS : L UG as J ac kso n J Reuters
5/10/2018 Revista Galileu junho 2011 - De onde vem o Mal - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/revista-galileu-junho-2011-de-onde-vem-o-mal 52/91
FORA D A CURVA:
Redelmeier e excentrico
em seus objetos de estudo
e tambern na vida pessoal
5/10/2018 Revista Galileu junho 2011 - De onde vem o Mal - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/revista-galileu-junho-2011-de-onde-vem-o-mal 53/91
oC A C : : A D Q R
D E P A D R O E S
E S T R A N H O SQuem ganha 0Oscar vive mais,
entrevista de emprego e pior em dia de
chuva e enfarte mata mais no final de semana.
Conhe ca as conclus6es inusitadas do excentrico
medico Donald Redelmeier
( g J A R T H U R G U IM A R A E S
5/10/2018 Revista Galileu junho 2011 - De onde vem o Mal - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/revista-galileu-junho-2011-de-onde-vem-o-mal 54/91
Sao 10 da m anha em Toron to , no C anada . 0 m e dic o D ona ld
R ede lm e ie r a te nde ao te le fone de scon fiado. A re portage m pe rgun ta
se e le re ce beu os 3 e -m ails e nv iados. "Recebi" P or que , entao. nunca
re tornou os con ta tos? M as 0 dou tor lem b ra que aqu i e e le quem faz
as pe rgun tas. "S6 fa lo com a condicao de m e re sponde r a 3 questoes
1) Como fic ou sab endo de m im ? 2) Como encon trou m eu te le fone?
3 ) Q ue h oras sao no B rasil? ". A u ltim a e ra um a pegad inh a, pa ra ve r se
o in te rlocu tor nao e stava m en tindo. "Ach e i que fosse trote ."
AS OBSERVAC ;OESDE REDElME IER
1 ' . "C )l
t t
Urn dos principais cientistas mundiais da
area de economia comportamental (que es-
tuda fatores sociais, cognitivos e emocionais
nas tomadas de decis6es), Redelmeier e co-
nhecido pela excentricidade nao apenas na
vida pessoal. 0 pesquisador se especializou
em identificar padr6es estranhos que pare-
cern ter vindo de conversas de bar. Afirrna-
~6es como "quem ganha 0 Oscar vive mais
do que os atores que perdem" , "as pessoas
morrem mais em dias de jogo", ou "ser en-trevistado quando est a chovendo diminui as
chances de ser aceito" sao testadas por ele
com rigor cientifico e se transformam em
pesquisas inusitadas, Apesar da aparencia
de frivolidade, seus estudos sao bern recebi-
dos por publicacoes cientificas serias, como
a revista Nature, PLoS e 0 Journal of the
American Medical Association,
~ Em b ora p are c ;:a m a n da r
ma is r ap id o . os c arros d a
faixa d o la do andam na
r ne sr na v elo cid ad e q ue 0
se u. A se nsa ca o e ng an osa
ac ab a por au rne nta r os
r is co s d e a c id e nt e
M ed ico de Exce lHa quase duas decadas, 0doutor de 51 anos
trocou 0 estetoscopio pelas planilhas de da-
dos e testa hip6teses excentncas para der-
rubar mitos e trazer novos padr6es aos me-
dicos. "Me interesso pelo lado nao-biologico
da medicina", diz. A formacao original, no
entanto, ainda e usada em seu trabalho como
professor na Universidade de Toronto e nas
vezes que ainda atende nas salas de emer-
gencia de hospitais, que foram 0 ponto de
partida para varias das suas descobertas.
A principal foi em 1997, quando se tornou
o primeiro a mostrar que usar urn celular ao
volante e tao perigoso quanto dirigir bebado.
"Apos conversar com os pacientes que acom-
panhava rna emergencia do hospital], vi que
muitos diziam inforrnalmente ter perdido
o controle do veiculo enquanto estavam ao
telefone", afirma. Ao cruzar informacoes de
~ Quem te rn ataque
carcl iaco n os fin ais d e
se mana te rn m ais c hanc es
de m orre r que os que
sofre m e nfa rte e rn d ias
uteis . E que a qua lidade de
a te nd im e nto n os p la nto es em e no r, d es co briu -s e d ep ois
60_JULHO_2011 ILUSTRAt;AO: Samuel Rodrigues
orgaos de transite e fichas medicas, Redel-
meier concluiu que quem esta ao telefone
enquanto dirige tern 4 vezes mais chance
de bater. "Depois disso, mais de 40 paises
criaram leis para evitar 0 problema."
o transito, alias, e urn tema constante em
suas pesquisas. Em urn artigo publicado
na revista Nature, em 1999,0 medico des-
mistificou uma questao recorrente da vida
urbana. De acordo com ele, nosso cerebro
nos leva a ter a falsa impressao de que oscarros se movem mais rapido na outra faixa
de uma avenida durante urn congestiona-
mento, quando, na verdade, todos se movem
it mesma velocidade. Qual a importfincia
dis so? Mudar de faixas, mostra 0 medico,
triplica as chances de urn acidente. Em ou-
tros estudos, Redelmeier mostrou que tam-
bern no dia de eleicao nos Estados Unidos
ou no Super Bowl (final do campeonato de
futebol americano), os acidentes aumentam
significativamente (0 que seria explicado por
pessoas dirigindo em locais que nao estao
habituadas e usa rna is frequente de alcool),
o achado foi 0 ponto de partida de campa-
nhas do departamento de transite do pais.
O u tro o lh arA curiosidade de Redelmeier por fatores
aparentemente banais algumas vezes 0 le-
va bern longe da medic ina tradicional. Isso
aconteceu, por exemplo, em 2000, apes as-
sistir it cerimonia de premiacao do Oscar.
"Fiquei impressionado com as pessoas no
palco. E nao era efeito da maquiagem ou das
plasticas. Elas pareciam mais vivas." Com a
pulga atras da orelha, ele fez uma trabalhosa
analise dos dados de todos os vencedores da
premiacao, comparando-os aos atores que
nao foram escolhidos na selecao dos jurados.
5/10/2018 Revista Galileu junho 2011 - De onde vem o Mal - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/revista-galileu-junho-2011-de-onde-vem-o-mal 55/91
"Minhas•pesqutsas
podem parecer
esquisitas. massao um jeito de pensar
coisas que ninguem pensa:·
o result ado foi surpreendente. "Os ganha-
dores do Oscar vivem, em media, quase 4
anos a mais do que os outros."
Outra conclusao impar veio da comprova-
c;:aodo mau humor em dias feios. "Ternes
muitos dias de neve aqui, 0 que nos coloca
em urn astral negativo. Quis saber se is so ti-
nha algum impacto significative." Estudan-
do fichas de alunos entrevistados na prova
de admissao da Universidade de Toronto
entre 2004 e 2009, Redelmeier mostrou
que os candidatos que tiveram seus testes
aplicados em dias chuvosos recebiam no-
tas mais baixas do que os examinados em
dias de sol. A mesma curiosidade 0 levou a
analisar 231 mil casos de ataque cardiaco e
concluir que as pessoas que sofrem enfar-
te no fim de semana morrem mais do que
aquelas que enfartam em dias uteis.
Por tras da aparente falta de impor tanciados estudos, ha urn interesse profundo por
quest6es cotidianas relevantes. A pesquisa
do enfarte, por exemplo, serviu como aler-
ta da queda de qualidade do service nos
hospitais durante os plantces de sabado
e domingo. "Ele quase nunc a faz apostas
no escuro, conhece muito bern a literatura
medica. Ja se sabia que a felicidade traz
mais saude, por exemplo, mas nunca nin-
guern tinha verificado isso com relacao ao
Oscar", comenta Eldar Shafir, professor de
psicologia da Universidade de Princeton,nos Estados Unidos, com quem Redelmeier
desenvolveu uma serie de estudos.
Shafir conta que, alern do conhecimento
solido de medicina, Redelmeier tambern e
ajudado por urn senso met6dico exagera-
do. Extremamente organizado, 0 medico
so escreve e-mails por topicos, nunca usa
paragrafos, 0 que chega a irritar alguns
de seus colegas, "Ele nao gosta de es-
crever em linhas: anota todos os seus
pensamentos e da titulos e mimeros
para organizar suas ideias, mesmodentro de uma mesma frase,"
Solu~oesserlasEssa organtzacao incomum
aliada a criatividade foi a
que fez Redelmeier tra-
zer solucoes simples
para problemas
complexos, co-
mo 0 do cancer
colorretal.
Ha 9 anos,
varies cole gas medicos se queixavam a ele
de urn dos maiores dilemas da doenca (que
precis a de acompanhamento disciplinado):
poucas pessoas faziam os exames de preven-
c;:aona periodicidade correta. Os doutores
achavam que os pacientes eram afastados
pelo incomodo exa rne e a dor decorrente da
introducao de uma camera pelo reto.
Redelmeier descobriu que, se os medicos
responsaveis deixassem a sonda parada por
urn tempo extra dentro dos pacientes ap6s
o procedimento, sem movimento algum,
as pessoas voltariam a fazer 0 exame mais
vezes. A mudanca ajudaria a construir uma
mem6ria mais positiva do procedimento, 0
que nao acontecia se a camera fosse retirada
logo apes 0periodo de dor. "Ele e brilhante
e faz perguntas aos pacientes que os outros
nao fazern'', diz 0 psicologo israelense Da-
niel Kahneman, co-autor do estudo e premioNobel de Economia.
o resultado fez com que os medicos co-
memorassem taxas de retorno maiores no
exame. Amigo de Redelmeier, Kahneman,
junto com 0 americana Amos Tversky, e con-
siderado fundador da moderna economia
comportamental. 0 israelense, professor
da Universidade de Princeton e especia-
lista em estudos sabre a decisao humana,
foi determinante para encorajar a guinada
profissional de Redelmeier, 0descobridor de
padroes estranhos. "Ele pas sou alguns anoscomigo em Stanford, onde tivemos projetos
em conjunto. Donald e muito original. Sua
capacidade de trabalhar com grandes bases
de dados em assuntos nada usuais 0 fez urn
excelente pesquisador", diz.
A fama de excentrico nao agrada 0 me-
dico. "Minhas pesquisas podem parecer
estranhas, mas nao sao. E urn jeito espe-
cifico de ver 0que todos observam, mas
pensar coisas que ninguem pensa", diz
Redelmeier. Na sua carreira, for am
mais de 170 artigos publicados emperi6dicos cientificos, conven-
cendo os mais rigorosos cien-
tistas que suas investigacoes
valiam a pena. "Sou muito
orgulhoso dos temas em
que invisto. Apenas fi-
co triste de nao con-
seguir mostrar aos
outros que sao
assuntos per-
feitamente
normais." @
- - - . . . . . . . ./' \
/
I
/),(
I\
;
"
~ 0 S up er B ow l ( fin a l d o
c am pe on ato d e fu te bo l
am ericana ) aum enta a
ch anc e de ac ide nte s de
tra ns ite . N e sse s d ia s
as p essoa s, a le rn d e
c on su m ire m m a is a l coo l
pe rc orre m c am inh os a que
n ao e sta o a ca stu m ad as
~ As pe ssoas que faze m
e ntre vista d e e m pre go
e m d ias de ch uva sao p iora va lia da s.O p ro b lem a
e que 0 c e u c in z e nt o
p rovoc a m au h um or
~ V encedores do O scar
v ivem 4 an o s m ais que as
o u tr o in d ic a do s, c o la b o ra n do
pa ra a ide ia de que a
fe lic id ad e p ro lo ng a a v id a
JULHO_2011_61
5/10/2018 Revista Galileu junho 2011 - De onde vem o Mal - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/revista-galileu-junho-2011-de-onde-vem-o-mal 56/91
5/10/2018 Revista Galileu junho 2011 - De onde vem o Mal - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/revista-galileu-junho-2011-de-onde-vem-o-mal 57/91
5/10/2018 Revista Galileu junho 2011 - De onde vem o Mal - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/revista-galileu-junho-2011-de-onde-vem-o-mal 58/91
5/10/2018 Revista Galileu junho 2011 - De onde vem o Mal - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/revista-galileu-junho-2011-de-onde-vem-o-mal 59/91
Como resultado, a ciencia encontrou areas
cerebrais envolvidas no controle damaldade,genes relacionados a crueldade e situacoesem que ate mesmo osmais bondosos podem
se transformar em torturadores. Numa ami-lise do que aconteceu durante as torturas da
prisao deAbu Ghraib, por exemplo, cientistas
citam fatores como 0estresse dos soldados,
o tipo de comando e ate 0 calor excessivecomo alguns dos ingredientes de uma situ-
acao perfeita para que pessoas tidas como
"de bern" libertassem seu lade torturador.
Estudos tambem mostram que por tras da-quela dificuldade de se conter empartir para
a briga em discussoes pode estar uma falha
em algumas regioes cerebrais.
As descobertas, no entanto, ja inspiramtecnicas para "corrigir a mente" tao centro-
versas quanto as do filme. Entre elas, a oxi-
tocina, uma droga que age no cerebro paramelhorar 0comportamento moral, e terapias
preventivas com criancas que apresentam
risco de se tornarem psicopatas. Aspesquisasmostram que fazer 0mal pode nao ser uma
questao de livre-arbitrio. "Pessoas fizeram
atos de crueldade nao porque escolheram,
mas porque apresentaram uma deficiencia
no cerebro", sugere 0 Ph.D. em psicologiae professor da Universidade de Cambridge,
Simon Baron-Cohen, que acaba de lancar 0
livro S cien ce o f E vil (ACiencia doMal, ainda
sem edicao no Brasil), obra na qual revisamais de 300 estudos da area.
1 1 r n r f l T I f lPara saber 0 que sao essas deficiencias ce-rebrais, e preciso antes entender urn meca-
nismo apontado como valvula de segurancacontra a maldade. A empatia e a capacidade
natural que temos de identificar 0que outrapessoa esta pensando ou sentindo e respon-
der com uma emocao apropriada. Quandoalguern chora aover urn filme triste ou esboca
urn sorriso ao ouvir uma gargalhada, ativaa empatia. E tarnbern essa habilidade que
atua quando voce freia urn instinto de agrediralguem indefeso ou impede urn terceiro de
agir assim, prevendo 0 sofrimento da vitima."Maldade e falta de empatia. Vocecausa mala alguem porque nao esta preocupado se apessoa vai semachucar fisicamente ou emo-
cionalmente", diz0psiquiatra Fabio Barbira-to, da Santa Casa do Rio de Janeiro.
Naultima decada, estudos mostraram quea empatia nao e apenas urn conceito filosofi-co, mas pode ser localizada dentro da massa
cerebral. Ha consenso na neurociencia de que
I LUSTRAC;AO: M ana EO
pelo menos 10 regioes cerebrais, chamadas
por Baron-Cohen de "circuito da empatia",estao relacionadas com essa capacidade.
Quando ha lesao em areas como 0 cortex
pre-frontal medial, perdemos reacoes invo-luntarias que temos ao assistir a cenas fortes
como mutilacoes (aumento debatimento car-
diaco e suor nas rnaos), 0que sugere que a dor
do outro deixa de ser processada da mesmaforma dentro da gente. Ja outras areas, como
a parte anterior da insula, sao ativadas tanto
quando sentimos dor quanto no momento em
que vemos alguem sofrer urn estimulo dolo-roso. Hapelomenos 60 pesquisas mostrando
essas conexoes e sugerlndo urn mecanismedo cerebro que se ativa para que, de alguma
forma, tambern possamos sentir dentro de
nos as ernocoes que presenciamos.
l l S n O V I 1 Sr n O n r S S l l SC O T I T n n 1 1n n L D l 1 D r
c u n T o - c r n C U I T O
Conhec; :aos
medicamentos OU
te ra pia s q ue astao
sendo desenvolv idos
a p artir das no vas
descober ta s sob re 0
meca nisme d a c ru eld ad e
Esse mecanisme de identificacao nos leva
a considerar 0 sentimento dos outros ao to-
mar qualquer atitude. Voceve uma velhinhacheia de pacotes com dificuldades para»
CURA: 1
BONDADE IN ALAvELProduzido naturalmente pelo corpo humano. a oxitocina tam bern pode ser usadacomo droga. administrada de forma nasal. Estudos recentes apontam que 0
consumo da substancia aumenta a nivel de empatia do paciente .durante algumas
horas. diminuindo sua ansiedade e 0medo de contatos sociais. 0 efeito poderia
ser util no tratamento de pessoas que nao se sensibilizam com a sofrimento dos
outros. Sob a droga. 0 paciente tende a confiar e cooperar mais com estranhos.
JU LH 0_ 20 1 1 _6 5 ,
5/10/2018 Revista Galileu junho 2011 - De onde vem o Mal - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/revista-galileu-junho-2011-de-onde-vem-o-mal 60/91
66 JULHO 2011. . . ., -
CURA: 2
TERAPIA DE MENTALIZ ACAO,
Me to do d o p sic an alis ta h u ng ar o P e te r F o na gy p ar a tr ata r p e ss oa s c om
tr an sto rn o b o rd e rlin e (q ue g e ra a gr e ss iv ld ad e ), m a s q ue p od e s e r u sa do p ar a
a um e nta r a e m pa tia d e q ua lq ue r p es so a. A te ra pia 5e fo ea e m e xe rc lc ios
p ar a a um e n ta r a c ap ac id ad e d o p ac ie n te d e r ec on h e ce r 0 e sta do m e nta l d e
o ut ra p e ss oa . A o c on sts nte m e n te s e c olo ca r n o lu ga r d o o utr e, e le p as sa ria
a c om p re e n de r m e lh o r a s e rn oc oe s e os e s ta do s m e n ta is a lh e io s. R e su lta do s
p re ilm i na re s mo s tr am d im i nu i~ a o d e a g re s siv id a de a p e s 0t ra tamento .
»subir as escadas e sente vontade de ajuda-laoOuve 0seu irrnaozinho chorando e para
de brigar. So que nem sempre 0mecanismoesta a todo vapor. Fatores como estresse,
alcool e cansaco diminuem temporariamen-te a empatia. 0 sistema tambern e desliga-do quando estamos muito focados em nosmesmos. Seu cerebro pode nao perceber 0
sufoco da velhinha se voce esta as voltaspensando no namorado ou namorada que
esta lhe traindo, por exemplo.Aodiminuir a identidade com 0proximo,
urna pane da empatia tambem faz com quea pessoa nao sinta urn bloqueio ao pensar
em fazer algomalvado. "Quando alguem co-mete uma crueldade, esse circuito tern urnmau funcionamento, esta desligado", defen-de Baron-Cohen. Mas para que a vontade de
praticar uma maldade nao seja freada pelaperspectiva de sofrimento da outra pessoa, epreciso que a empatia esteja bern baixa, 0quenormalmente nao esta ligado apenas a fatores
demomento. E por isso que 0cientista Inglese outros especialistas criaram uma medida dofuncionamento desse sistema no cerebro, 0quocientede empatia, ou simplesmenteQE.A
avallacao e feitapor questionarios (v eja u rn n o
final desta materia), mas pode ser confirmada
medindo ondas cerebrais. Quanto maior 0
QE,mais altas as chances de frear impulsosde crueldade por "sentir" a dor do outro.Nos psicopatas, por exemplo, a empatia e
zero.Eles nao sao contagiados pelas emocoes
alheias e nao sofrem remorso. "Ha uma area
do cerebro abaixo da orbita do olho que in-tegra 0 carater, Nos psicopatas, individuosque tern defeito na empatia, essa area nao seformou direito", diz a especialista empsico-
patia Hilda Morana, doutora em psiquiatriapela Universidade de Sao Paulo. Mas eles
nao sao os unicos, Ha outros diagnosticosassociados ao nivel zero, entre eles 0 trans-
tome borderline, de pessoas desreguladasemocionalmente, com tendencia a compor-
tamentos agressivos - essas tambem ternpadroes diferentes no circuito da empatia.
Urnpouco acima do nivel zero estao pes-soas que podern ser capazes demachucar as
outras, mas sentirao remorso depois. E 0casodaqueles que explodem facilmente durantediscussoes, chegando a agressao, Nesse caso,
o circuito cerebral nao funciona suficiente-mente para inibir os impulsos violentos e apessoa nao percebe estar passando do limite.
Num nivel ligeiramente acima, a pessoa freiaa violencia, mas nao aquelas sltuacoes cons-
trangedoras em que alguern faz comentarioscomo "voce engordou", e nao percebe quepode deixar 0 outro chateado.
o nivel de empatia, no entanto, nao e de-terminado nomomenta do nascimento. "Hauma interacao de fatores sociais com causasgeneticas que ainda estao sendo investiga-das", diz 0 indiana Bhismadev Chakrabarti,
Ph.D. pela Universidade de Cambridge, elemesmo descobridor de 4 genes relacionados
a empatia. Junto comoutros pesquisadores, 0neurocientista mediu em 2009 0QE de 349
pessoas e fezurnmapeamento genetico de ca-
da uma delas.Alemdos genes, ele achou umaarea cerebral, 0giro frontal inferior, sempre
mais ativa em pessoas com alto QE. "J a hacerca de 20genes associados a questao, Teras variacoes geneticas nao significa automa-
ticamente que a pessoa sera empatica."
C U L F r O S F n l SApesar de cada vezmais descobertas geneti-cas, amaior parte das explicacoes para empa-
tia baixa nao esta no DNA. De 60% a 80%
das pessoas borderline, por exemplo, ternhistorico demaus-tratos, separacao precocedos pais ou rejeicao na infancia. De 40% a
70% do mesmo grupo sofreram abuso se-
xual quando criancas. Ou seja, a educacao
5/10/2018 Revista Galileu junho 2011 - De onde vem o Mal - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/revista-galileu-junho-2011-de-onde-vem-o-mal 61/91
importa, e muito. Ha imimeras pesquisas
que mostram que uma crianca, em uma casa
estruturada e com educacao de qualidade,
tende a ser menos agressiva. Mas como rela-
cionar isso ao "tilt" no cerebro> 0 psiquiatra
americano Paul Soloff mostra que pessoas
abusadas sexualmente na infancia, por exem-
plo, tern amigdalas cerebrais menores, menosmateria cinzenta no cortex temporal medial
e uma regiao chamada hipocampo menor.
Todas areas ligadas ao circuito de empatia.
Isso confirma uma relacao jii sabida na pratt-
ca de terapeutas. "{Ha mais chance de eruel-
dade em] familias onde ha abusos fisicos ou
psicol6gicos, onde a crianca nao consegue
falar das suas dificuldades", diz 0psiquiatra
Leandro Thadeu Reveles, da clinica Medicina
do Comportamento, em Sao Paulo.
,
I T I I 1 I D I O rMas se sao falhas do cerebro que permitem
que a maldade apareca, da para encontra-las
antes que alguern faca uma besteira? Em-
bora nao sejam 100% precisos, os testes de
Simon Baron-Cohen ja identificam pesso-
as com empatia abaixo do normal. Usa-los
no estilo do filme Minority Report, em que
os futuros criminosos eram identificados epresos antes de cometerem crimes, ou em
entrevistas de ernprego, porern, esbarra em
quest6es eticas. A maior e que empatia baixa
nao significa necessariamente que alguem
va cometer uma crueldade. "Mas deve ser
desejavel que enfermeiras e babas possuam
alto nivel de empatia. Po de se tornar parte
de urn processo de recrutamento."
Outra opcao que se abre, nao menos pole-
mica, e "consertar" os circuitos cerebrais que
nao funcionam. Estudos mostram que in alar
urn horrnonio chamado oxitocina pode fazercom que as pessoas aumentem 0nivel de em-
patia por algumas horas, agindo de forma
mais altruista. "Acho que no futuro iremos
alem, Mudaremos a pessoa, sua motivacao,
sua capacidade de responder de modo moral,
aumentando a empatia e diminuindo a agres-
sao", preve 0medico Guy Kahane, especialis-
ta do centro de Neuroetica da Universidade
de Oxford. Kahane, no entanto, faz questao
de ressaltar que as chances de melhorias, por
enquanto, sao pequenas.
oantidepressivo Citalopram e outra drogaque tern ganhado notoriedade por aumen-
tar a empatia. A substancia faz com que as
pessoas fiquem mais reticentes em agredir e
ajam de forma mais altruista. "Tenho visto
rna is drogas [com resultados ainda nao pu-
IlUSTRA~i\O: Mana cOl
blicados] capazes de mudar 0 modo como
as pessoas se comportam com outras, mas
seria err ado dizer que est amos perto de curar
o mal", diz Kahane. Se chegarmos la, usar
o rernedio pode ser uma decisao dificil. 0
medico e fil6sofo Tom Douglas, co-autor de
Enhandng Human Capacities (Aumentando
as Capacidades Humanas, sem edicao emportugues), lembra que nosso terrivel hist6ri-
co de lobotomias e implantes cerebrais contra
gays nos obriga a pensar bern antes de forcar
presos a tomar drogas, "Ha tambem 0 risco
de substancias serem usadas na contra-mao,
para que as pessoas ajam de forma amoral.
Urn ernpresario com excesso de escrupulos
poderia tomar uma droga que suprimisse
sua consciencia", diz Douglas, que estuda
etica medica em Oxford. Kahane sublinha a
questao polemic a de se mudar a personali-
dade de alguern, mas preve formas aceitaveisde usa das drogas. "Se alterarmos 0 cerebro
de alguern contra sua vontade, muitos pen-
sam que mudariamos a personalidade. Mas
os prisioneiros poderiam reduzir sentencaspor concordarem com 0 tratamento", diz. A
esperanca mais forte, por enquanto, e usar
as drogas junto com terapias, abreviando 0
tempo total de tratamento. })
CURA: 3
DA PRISAO AO HOSPITALA in ic ia tiv a D S P D ( pr og ra m a p ar a p e ss oa s c om s e ve r os t ra ns to rn os d e p e rs on alid ad e ) d o
g o ve r na b r it an ic o t ra ta p r e sk fl ar io s q u e t e n h am p s ic o pa ti a e o u tr as d is tu rb io s r ne n ta is .
O s c rim in os os fic a m em c e nt re s p sic u ia tr ic os d e s eg ur an c a m a x im a o n d e r ec e b em c a rg a
in te n siv a d e p sic ot er ap ia e d ro ga s. p ar a a pr e nd e r a c on tr ola r im p uls es v io le n to s. D e p ois d a
a lt a, s ao a co m pa nh a do s p or m e d ic os q ue a va lia m r e gu la rm e n te s e u e s ta do m e n ta l. O O S P D
ta rn b e rn t ra ta p re v e nt iv am e n te c ria nc a s c om r is co d e s e t ra ns fo rm a rem em p sic op ata s.
J UL H O 2 01 1 67
5/10/2018 Revista Galileu junho 2011 - De onde vem o Mal - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/revista-galileu-junho-2011-de-onde-vem-o-mal 62/91
~////////////////,
T I l l L S O C I l l L
quando crlanca, fatores pelosquais ela nao pode ser respon-
sabilizada. Empatia baixa pode
ser dita uma deficiencia. Quan-
do nos deparamos com indivi-duos que tenham deficiencla,
nossa reac;ao nao deveria serpunt-los, mas aluda-los,
A abordagem farrnacologica e bastante con-
test ada por outro grupo de especialistas que
estuda a questao, os psicologos sociais. Paraeles, 0mais importante nao esta dentro do
organismo, "Asituacao e que exerce a maiorinfluencia nos casos de crueldade", diz Phi-lip Zimbardo, Ph.D. em psicologia e profes-
sor emerito da Universidade de Stanford.
o ex-presidente da Associacao Americana
de Psicologia desenvolveu essa tese a partir
de urn dos experimentos mais polemicos da
area. Em 1971,ele simulou as condicoes de
um presidio num porao da Universidade de
Stanford e pegou 24 estudantes voluntaries(sem nenhum indicativo de empatia baixa)dividindo-os aleatoriamente entre guardas
e presos. Aos carcereiros, nao foi dada ne-nhuma instrucao. Eles estavam !ivres parafazer 0 que fosse necessario-para manter a
ordem. 0 estudo, programado para durar 2
semanas, terminou depois de 6 dias, comprisioneiros com depressao e descontrole
emocional apos serem vitimas do sadismo
dos guardas. Os presos foram obrigados a
ficar nus, eram acordados com apitos nomeioda madrugada, tiveram camas destruidas e
foram privados de banheiro, fazendo as ne-
cessidades em baldes.
Zimbardo mostrou com isso como cadaum de nos (e nao apenas os que tern pro-
blema de empatia baixa) pode ser levado a
cometer atrocidades. Outro experimentoclassico da area foi conduzido pelo falecido
psicologo Stanley Milgram em 1963.0 pes-
quisador pediu a voluntaries que bancassem
o professor e ensinassem a outro estudante(na verdade urn ator disfarcado) as respostas
certas das quest6es por meio de pequenoschoques, que deveriam aumentar a cada er-
rooEssa simples sugestao bastou para que65% das pessoas chegassem a aplicar 0 ni-
vel maximo de eletricidade, mesmo venda 0
ator estrebuchar ate parecer estar, no fim,
desacordado. "0 experimento mostra como
o ambiente pode levar as pessoas a serem
cruets. Nao e uma questao de ser born oumau, e a situacao", diz 0 psicologo InglesJerry Burger, que replicou 0estudo, obtendo
os mesmos resultados, em 2008.
Simon Baron-Cohen
" l 1 1 1 L D l l D E F O D E S E n U l 1 1 1D E r I C I E n C I I l C E I T r D I T l l L "
o judeu Simon Baron-Cohen. Ph.D. em psicologia por Cambridge.
cresceu querendo entender 0 que fez com que cidadaos alernaes
comuns se transformassem em torturadores sangulnarios durante
o Holocausto. Agora. ele acredita ter encontrado uma resposta.
o que ha por tras damaldade?
Atos de crueldade sao muitocomplexos, Ha fatores biol6-
gicos, ambientais, geneticos,sociais e politicos. A nova te-
oria em meu livro sugere que
urn mau funcionamento das
partes do cerebro ligadas a em-patia, por razoes biol6gicas ou
sociais, eo que esta por tras de
urn ato de cmeldade.
Pessoas com pouca
empatia sao crueis?
Nao necessariamente. Algu-
mas pessoas nessa condlcdo
simplesmente evitam0contatocom outras pessoas. 1 1 : 0 caso,
por exemplo, de autistas, que
nao cometem cmeldades.
Quanto da falta de
empatia e genetico?
1 1 : dificil separar, mas e umafrac;ao pequena. Estudos comgemeos identlcos, por exemplo,
sugerem que fatores geneticos
s6 contribuem em 300/0 paradeterminar 0 comportamento
de uma pessoa.
Se tudo e biologia e fator
social. os criminosos nao
sao responsavels pelos
seus atos?
oque sugiro
eque algumas pes-
soas fizeram coisas mins naoporque escolheram, mas porquetern empatia baixa, que pode ser
resultado da biologia da pessoa
ou da experiencia de vida dela
Mas seu livro diz que
nao sao apenas alguns
maldosos que nao tiveram
escolha. Seriam todos ...1 1 : verdade. 0 conceito de livre-
arbitrio, embora seja convenien-te para a sociedade, e filosofica-mente e cientificamente mnito
dificil de defender. Em termos
do que realmente aconteceu no
cerebro da pessoa no momentada cmeldade, e dificil dizer queela teve uma escolha.
E as prisoes?
A sociedade precisa de urn me-canismo para mostrar que desa-
prova certos comportamentos.
Olhar para 0problema sob aperspectiva da baixa empatia
nao implica necessariamente
soltar todos os presos, mas tal-vezpensar emmaneiras diferen-tes de lidar com eles, trata-los.
Maneiras mais cientificas?
Sim, mas tambem mais huma-
nas. Para que nao tenhamos
simplesmente que tranca-los
ou humllha-los. Para que ten-temos entender as pessoas e0
que de fato esta por tras de elas
cometerem crueldade.
D E S U T I l l I T O SAssim como a Ingles, dezenas de outroscientistas revelaram, com experiencias do
tipo, fatores que tendem a produzir 0 desli-
5/10/2018 Revista Galileu junho 2011 - De onde vem o Mal - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/revista-galileu-junho-2011-de-onde-vem-o-mal 63/91
garnento da empatia. "Estar em urna situa-
<;aonova sem saber como agir: a crueldade
parecer apenas urn pouquinho mais do que
o que e praticado em volta; a responsabili-
dade nunca parecer inteiramente sua; pouco
tempo para pensar [nas consequencias]",
lista Burger. Outras circunstancias comosentimento de pertencer a urn grupo, ordens
pouco especificas e estresse tambern colabo-
ram para 0 aparecimento de maldade. Todos
esses fatores e outros estavam presentes,
por exemplo, durante a tortura cometida
por sold ados americanos contra iraquianos
na prisao de Abu Ghraib em 2004, sugere
a pesquisadora americana Susan Fiske em
artigo na revista Science . Para ela, nao ape-
nas os torturadores, mas os comandantes
que permitiram que a situacao propicia para
a maldade fosse criada, deveriam ser res-
ponsabillzados. 0 problema em Abu Ghraib,
diz, nao era deficit de ernpatia: a maioria
das pessoas poderia ser levada a cometer
as mesmas crueldades.
Fiske, Ph.D. em psicologia pela Universi-
dade de Princeton, e uma das primeiras a
ver em scanners cerebrais marcas das influ-
encias situacionais. Desde 0fim da Segunda
Guerra, fi16sofos e sociologos afirmam que
os absurdos praticados durante 0Holocaus-
to s6 foram possiveis porque os agressores
viam nas suas viti mas apenas animais re-
pugnantes ou objetos. "As pessoas natural-
mente :i.nibem a violencia contra outros que
categorizam como seres humanos. Entao, epreciso que a outra pessoa seja 'desumaniza-
da' dentro da cabeca para que isso ocorra",
explica Fiske. Seus estudos, desde 2006,
tracam 0caminho disso no cerebro. Num
dos mais impressionantes, fotografias de
pessoas foram mostradas a voluntaries, en-
quanta os cerebros dos observadores eram
analisados com scanners. Quando os volun-
tarios viram individuos de baixo status so-
cial, como mendigos, viciados em drogas ouate imigrantes, ativaram padroes cerebrais
relacionados a visao de objetos e nao aqueles
ativados ao vermos seres humanos. Ou seja,
nesse caso, a empatia nso funcionaria para
prevenir uma agressao.
Para a psicologa, is so explica 0que aeon-
tece dentro da cabeca de pessoas que agri-
dem mendigos ou que se deixam levar por
urn preconceito estimulado pelo Estado para
praticar torturas e genocidios, Os discursos
e a opiniao do grupo dominante podem ser
influencias import antes nesse caso. "Nin-guern esta retirando a culpa dos praticantes
de atrocidades. Estamos mostrando que nao
e uma simples questao de ser mau. 0 am-
biente modifica a forma como as pessoas
percebem as outras", diz Fiske.
ll.tJ5TRA~AO: Mana Eol
I f i l l I f l I 1 E I 1 I ODo ponto de vista da psicologia social, por-
tanto, 0 importante e tratar a sociedade.
"Quando voce cresce no meio da pobreza,
nao adianta dar uma pilula contra maldade.
Tudo ao redor esta forcando os jovens a fazer
coisas mas", argumenta Zimbardo. Mas 0que
fazer, entao> Alem de reduzir a desigualdade,
ha outros meios de agir. Fiske, por exemplo,
conta com uma equipe de especialistas que
monitora grupos percebidos como "desu-
manizados" (e que, portanto, podem sofrer
crueldades) por cidadaos em 20 paises - 0
Brasil nao participa da pesquisa. Por meio de
avaliacoes, ela identifica estratos sociais que
estao se tornando vitimas de preconceito, 0
que pode ser util em acoes de prevencao. Ja
Zimbardo acha que 0 caminho e ensinar as
pessoas com empatia alta a se transformarem
em lideres para influenciar a situacao fazendo
outros se voltarem contra a crueldade. Ele esta
criando uma rede educacional com esse obje-
tivo, chamada Heroic Imagination Project.
Novas tecnicas de terapia tambem ten-
tam atacar 0 problema. Resultados posi-
tivos de diminuicao de agressividade e»
CURA: 4
U51NA DE HEROISA organizacao H e ro ic Im a g in at io n P ro je c t f oi f un da da p e lo p slc olo go P h ilip Z im b a rd o p ar ac ria r s itu ac oe s p ro pic ia s a o s urg im e nto d e h e r6 is . 0 p ro gra m a tre in a e stu da nte s p ar a ta m ar
a c; oe s h e r oic a s em mom e nt os c ru c ia is d e s ua s v id as . 0 r ne to do : u sa v id e os e e x e rc ic io s p ar a
e nsin ar c om o a p re ss ao s oc ia l p ad e a fe ta r a s eu c om p or ta m en to . e . a p art ir d is so , c o m o
resist ir a p re s sa o p ar a c om e te r r na ld ad e s, A in flu e nc ia d e ss e s a to re s n a s oc ie d ad e . a c re d it a
Z im b ar do . p od e m u da r c on ng ura co es d e u m m e io a rn bie nte q ue in ce nt iv e a v io h? nc ia .
JULHO_2011_69
5/10/2018 Revista Galileu junho 2011 - De onde vem o Mal - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/revista-galileu-junho-2011-de-onde-vem-o-mal 64/91
CURA:5
LEITURA FAC IAL D INAM ICADe s e nv olv id o c om 0 a ux flio d e S im o n B ar on -C oh e n . a tr ata m e nt o M in d R e ad in g f oi c ria do
p ar a c uid ar d e a utis ta s. m a s p od e s e r u sa do p or q ua Jq ue r p e ss oa c om d ific uld ad e em
re c on h ec er e e nte nd er a s e rn oc oe s a lh e ia s. c as o d e p ac ie nte s c om b aix a e m pa tia q ue
a ca ba m c om e te nd o c ru eld ad es . 0 m e tod a p re te nd e e nsin ar a re c on h ec er 05 sen t imen tos
d em on str ad os n as e x pr es so e s fa c ia ls , p or m e io d e lo go s e e x er cic io s. D is tr ib u id o n a
fo rm a d e u rn D V D . e le tr az 4 12 em o co es . c a d a u rn a in te rp re ta da p or 6 a to re s d ife re n te s .
»melhoria de empatia foram conseguidos
pelo psicanalista hungaro Peter Fonagy,
Ph.D. pelo University College de Londres.
"Parece haver urn mecanisme que desliga a
vontade de ser violento quando percebemos
a mente de outra pessoa. E mais facil matarcom uma arma a distancia do que com uma
faca", pondera 0 criador do Mentalization,
psicoterapia que envolve exercicios de irna-
ginacao, ~'Ajudamos 0 individuo a pensarem estados mentais dos outros mesmo
quando esta extremamente nervoso."
Caminho semelhante e trag ado pelo Pro-
grama para Pessoas com Severos Transtor-
nos de Personalidade (DSPD, na sigla em
Ingles) do governo britanico. Nurn projeto
piloto, 12 unidades comecaram a tratar e
vigiar criancas com graves disturbios de
conduta. A intencao e prevenir 0surgimento
de psicopatas, 0 que e bastante contestado
entre especialistas. "Sao pesquisados tam-
bern marcadores [genes ou substanciasl que
indicam predisposicao para a maldade. Mas
seria etico abordar a pessoa antes de se tor-
nar criminoso?", pergunta Guy Kahane.
o principal brace do programa DSPD ten-
ta provar que alterar a baixa empatia em
IlUSTRA(:AO: Mana EDI
70_JULHO_2011
criminosos e factivel. Presos com psicopatia
ou transtorno borderline sao separados e
tratados em 4 centros psiquiatricos de se-
guranca maxima com drogas e psicoterapia
intensiva. Apes serem soltos, medicos ava-
liam seu estado mental e seu perigo para a
sociedade periodicamente. De acordo com
Hilda Morana, essa separacao e positiva.
"Em qualquer lugar, 200/0 dos presos sao
psicopatas e 0 restante e bandido comum.
Se os dois estiverem juntos, e mais dificil de
o bandido comum ser recuperado."
o DSPD, no entanto, e questionado por
ser extremamente caro. Relatorios mostram
que 0 programa consumiu 0 equivalente a
quase meio bilhao de reais em 10 anos para
apenas 240 sociopatas em tratamento. E is-
so sem cornprovacao de eficacia, "Pesquisas
foram feitas, mas nao ha evidencias fortes
da efetividade. Seria preciso deixar metadesem tratamento ever quem comete mais cri-
mes apes ser solto, 0 que traz urn problema
etico", diz Roger Bowles, consultor ligado
ao Mtnisterio da Iustica britanico,
Mesmo com todas as criticas, especialis-
tas da area apontam a ideia do sistema como
urn exemplo do que deve ser buscado na luta
contra a crueldade: tratar em vez de apenas
punir. As novas pesquisas ja comecam a ser
usadas para questionar decis6es judicia is.
Zimbardo, por exemplo, testemunhou a favor
dos torturadores de Abu Ghraib, ernbasan-do 0 argumento pela reducao de pena, ja
que 0 ambiente ao qual os soldados foram
submetidos teve influencia decisiva para as
atrocidades. Mas a ideia de que nao se deve
responsabilizar uma pessoa pelas suas acoes
mas apenas comeca a ser discutida. Polemi-
cas como "devemos intervir em pessoas pre-
dispostas a crueldade?" ou "e etico obrigar
prisioneiros a tomar remedies que possam
mudar a personalldade?" estao no inicio.
Por enquanto, nenhuma das terapias sur-
gidas da compreensao dos mecanismos damaldade chega a ser uma resposta definitiva.
No entanto, de acordo com Baron-Cohen, e
preciso uma mudanca de mentalidade para
que formas mais eficazes sejam descobertas.
"Nos podemos nos fiar a antiga ideia de que
os criminosos precisam simplesmente ser
punidos, ou tentar entender como isso aeon-
teceu e tratar essas deficiencias com urn
approach mais cientifico", afirma 0cientista,
que teria motivos para preferir a primeira
opcao. [udeu, Baron-Cohen cresceu ouvin-
do historlas sobre as atrocidades que seus
parentes e os amigos de seus pais sofreram,
mas nao se refere a nazistas como sadicos
que optaram pela crueldade. Ele as consi-
dera doentes. "E hora de encarar a questao
de uma forma rna is IUcida."~
5/10/2018 Revista Galileu junho 2011 - De onde vem o Mal - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/revista-galileu-junho-2011-de-onde-vem-o-mal 65/91
."
Q U l \ L 0 S E U Q U O C I E T I T E D E E n r l \ T I l \ ?LE lA AS F RASES ABA IXO E ASS IN ALE 0 Q UAN TO VO CE CO NC OR DA O U D ISCO RD A D E CADA UM A*
A) CON CORDO BASTAN TE B) CON CORDO UM POU CO C) DISCORDO U M POU CO D) DISCORDO BASTAN TE
e 1 . E u c on sig o p erc eb er fa cilm en te se m ais e 14) E u sou bom em p re ve r com o a lgue rn va i e 27) E u f ic o c ha te ado se ve jo p essoa s
a lgue rn dese ja en tra r num a c onve rsa . se se n t ir . sofre ndo em p rogram as de no tic ias.
e 2 . A ch o d if ic il e xp lic ar a ou tra s p essoa s e 15) E u sou rap id o pa ra p erc eb er qu an do e 28 ) M eu s a mig os n orm alm en te c on ve rsam
co isas que e u en te ndo fa c ilm e n te , m as e las a lgue rn em um g rupo e sta se se n tindo com igo sob re se us p rob lem as, po rque d iz em
nao e n te nde ram da p r im e ira ve z . de scon fo rtave l ou e stranh o. q ue so u m u ito c om p re e ns iv o.
e 3 . E u re al m e nte gosto de cu i d ar das ou tras e 16 ) S e e u d isse r a lgo que o f e nd a a ou tra e 29 ) E u consigo pe rc e b er quando estou m e
pessoas . pe ssoa . e u pen so que e prob lem a de le s, e in trom ete ndo, m esm o que a outra pe ssoa
nao rneu. na o m e c on te .
e4. E u a ch o d ific il sa be r 0que faze r em uma
s it ua c ao s oc ia l.
e17) S e a lgue rn m e pe rgun ta r se goste i d e seu
e3 0 ) A s ve ze s, as pe ssoas m e d izem que fu i
e 5. A s pessoas v ivem m e d izendo que e u fu ic or te d e c ab elo, e u d ire i a ve rd ad e, m esm o lo ng e d em ais c om a s p ro voc ac oe s.
longe dema is ao de fe nde r m eu pon to deq ue n ao te nh a g osta do .
e 3 1 ) M uita s ve ze s, as pessoas m e d izem que
v is ta e m u ma d isc ussa o. e 18 ) N em sem pre e u consigo ve r po r sou in se nsive l. m esm o que as ve ze s e u nao
e 6 . E u nao m e pre ocupo m uito se e stouque a lgue rn se se n tiu o f e n d ido por um ve ja 0porque .
co rnen ta r i o .a trasado pa ra um encon tro com um am igo. e 3 2 ) S e eu v ir um e stranh o em um g rupo, e u
e 7. A miz ad es e re la cion am entos sa o m uito e 19 ) Ve r a lgue rn ch ora r nao m e in com oda de pe nse qu e e d eve r d ele faz er um e sforc o
com plic ados. e ntao e u te ndo a nao m eve rdade . p ar a s e in te gr ar.
p re oc up ar m uito c om isso . e 2 0) E u sou m uito b ru sc o, 0 q u e m u it as e 3 3 ) E u c os tu m o fic ar e m oc io na lm e nte
pessoas con fundem com rude za , m esm o dis tan te qu an do ve jo u m film e.
e8 . M uita s v ez es, a ch o d ific il ju lg ar se a lg ue rn
qu and o n ao e intencional .a sta se ndo rud e ou e duc ado .
e3 4) E u consigo e nte nde r c om o a lgue rn se
e 9 . N um a conve rsa eu te ndo a me foca r em e 21 ) E u na o te ndo a ac har a s situa coe s s en te r ap id am e nt e e in tu it iv am e nt e.
m eus propr ios pe nsam entos, ao in ve s des oc ia is c o nf u sa s .
e 3 5) E u c on sig o fa cilm en te d esc ob rir 0
m e foca r no que m eu ouv in te pode e sta r e 22 ) O u tras pe ssoas m e d izem que sou bom a ss un to s ob re 0qu al ou tra p essoa p od e
pensando . em e nte nde r c om o e le s e stao se se n t in do e esta r que re ndo conve rsar .
e 10. Q uando eu e ra c r ia nc a . e u gosta va deo q ue e sta o p en sa nd o.
e 3 6) E u posse d ize r se a lg ue rn e sta
co rta r m inh ocas para ve r 0q u e a c on te c ia . e 23 ) Q uando fa lo com as pe ssoas. te ndo a esconde ndo suas ve rdade iras e rnocoe s.
fa la r rn ais sob re sua s e xpe rie nc ias d o q ue e1 1. C on sig o p erc eb er ra pid am en te se .sob re a s m in ha s p r6 pria s.
3 7) E u nao pe rc e bo consc ie ntem en te as
quando a lgue rn d iz a lgo . que r diz e r ou tra re g ras de ce r ta s s itua coes soc ia is.
coisa.
e2 4) In com od a-m e v er u m a nim al softe nd o.
e3 8 ) Sou b om em pre ve r 0q ue a lg ue rn ta ra .
e1 2. P ar a r nir n, e d ifk il e nte nd er po r q ue
e25) E u sou capaz de tom ar um a de c isao
e3 9) C ostu mo m e e nv olv er e mo cio na lm en te
a lgum as co isas in com odam tan to as se m se r in f lu en cia do pe los se ntim en tos da scom os p rob le mas de m eus am igos.
pe ssoas. pe ssoas.
e u.Eu ac h o fac il m e coloca r no lugar de e 26 ) E u posse d iz er fac ilm en te se a lg ue rn e 40 ) E u costum o le var em con ta 0pon to de
vis ta de ou tra s pe ssoas, m esm o que e u naooutra s pe ssoas. e sta in te re ssado ou en te d iado com a lgo q ue
conc orde c om e le s.e st ou d iz e nd o.
COMO CALCU LAR S EU Q UOCIEN TE SOM E OS PON TOS
M arque do is pon tos para cada um dos se gu in te s ite ns em que re spondeu
"C onco rdo b astan te ", ou um 56 ponto se re spondeu "Concordo um pouco":
1 .3 , 11 .1 3 .14 , 15 . 21 , 22 , 24. 2 6 , 27, 2 8 . 2 9 , 3 4 , 3 5 , 3 6 , 3 7, 3 8 , 3 9 e 40.
- 0 a 3 2 = ba ixo (m uitas pessoas com sind rom e de
A spe rge r ou au tism o ma rc am pe rto de 20 )
- 3 3 -52 = norm a l (a m a io r ia das mu lh e re s ma rc a 47 e a
m aior ia dos h om ens. 42 )
- 52 -6 3 = ac im a da m ed ia
- 64-80 = m uito a lto
-80=max imo
M arque do is pon tos pa ra os se gu in te s ite ns se re spondeu "D isco rdo
b astan te ", e um un ico pon to se re sponde u "D iscordo um pouco":
2 .4.5, 6 . 7 ,8 ,9 ,10 ,12 , 16 .17 .18 ,19 .2 0 , 23 , 25 , 3 0 , 3 1 , 3 2 e 3 3.
,.,Reproducac de teste etabcradc pelo prctesscr Simon Baron-Cohen. presente no livro Science of Evi l. Tradu~o livre, nao tern valor cienti fico
5/10/2018 Revista Galileu junho 2011 - De onde vem o Mal - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/revista-galileu-junho-2011-de-onde-vem-o-mal 66/91
~r--------------------------------,
7 2_ JU LH O _ 20 11
UM SOF TW AR E P AR A E NC ON TR AR P ETR OLE O EM A LT O-M AR .
D INHEIRO VIRTUAL E UM A SALA DE REUN IAO O NLINE CO M TUDO 0
QU E VOC E PRECIS A. E SP EC IA LIS TA S EM NOV AS EMPRE SA S A PONT AM
A S S TAR T-U PS BR ASILE IR AS M AIS P ROM ISS OR AS D O MOME NTO
r l i I GABR IEL PENNA
START-UPS sao pequenas empresas, espe-
cialmente na area de ciencia e tecnologia, que
nascem de urn projeto inovador. Em geral, a
hist6ria e assim: uma pessoa ou urn grupo
tern uma ideia genial que dificilmente encon-
traria espaco nas instituicoes tradicionais.
Algum investidor de capital de risco (que
sabe que pode ganhar muito ou perder tude)
ou mesmo urn fundo governamental aposta
na ideia e ai corneca a empresa. Esse tipo de
trajetoria, que se popularizou ha uma dec ada
no Vale do Silicio, nos Estados Unidos, com
as companhias de internet, vern se tornando
mais comum no Brasil. Ano passado, a Fi-
~ V IC TO R AF FAR O E STEF AN O M ARTIN I
nep, financiadora ligada ao Ministerio da Ci-
encia e Tecnologia, destinou cerca de R$ 120
milh6es a jovens empresas com esse perfil. 0
site de compras coletivas Peixe Urbano, por
exemplo, fechou urn acordo recente com dois
fundos americanos que tern participacoes no
Facebook e no Linkedin. "Existem oportu-
nidades fantasticas no Brasil", diz 0 inves-
tidor americana David McClure, que visitou
o pais em maio. Alern dele, ouvimos outros
12 profissionais cujo trabalho e identificar
projetos inovadores e ajudar a financia-los,
o resultado e uma selecao de empresas que
prometem despontar logo mais.
5/10/2018 Revista Galileu junho 2011 - De onde vem o Mal - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/revista-galileu-junho-2011-de-onde-vem-o-mal 67/91
MUNDO cuczva, 0
c ie ntista d a cornputacfio
Augusto C am argo e sua
aaTag. Bastara ancosta-la
e m u m se nsor para ass inar
um in form ativo ou c he caro horario d o o nib u s
M UlTO M AIS QUE
UMA ET IQU ETA
~
A p rop osta d a a a Ta g. fu nd ad a e m 2010, e que c ad a
p e ss oa an de c om um a e tiq ue ta p e rs on aliz ad a n a c ar te ir a,
n o b a ls a o u n o c e lu la r. N e la , s er ao a rm a ze n ad os d ad os
p es so ais c om o e -m a il. n ur ne ro d o c e lu la r e p e rfil n o F ac e bo ok
Q ue p o d em te r v ar la s fin alid ad e s. N o s up e rm e rc ad o, p or e x em p lo ,
a o a pr ox im a r s ua e tiq ue ta d e u m le ito r, 0d on o p as sa a re ce be r
um S MS c om 0b ole tim d e ofe rta s se m an ais. N a sa ld a, u sa a
m esm a ta g pa ra c om pra r um c afe na rnaou ina - c om c rad itos e md in h eir o q ue p od e in se rir n a e tiq ue ta . 0 u su ar io a in da p od e a de rir
a s erv ic es c om o p re visa o d o t em po o u h ora rios d e p as sa ge m
d os on ib us a o a p ro xim aro c elu la r d e u m le ito r in sta la do n o
p on to d o c ole tiv o. " A t ag to rn a 0mun do d ic a ve l" , d iz 0cient ista
d a c or np uta ca o e em pr ee n de d or p au lis ta A ug us to C am a rg o, 3 9
a no s. 0 p ro je to s e b as eia n a te c no lo gia R F ID (R a dio -F re qu e nc y
I de n tif ic a tio n) , q u e id e nt if ic a a ut oma tic ame nt e o s d a do s
a rm az en ad os e m ta gs p or m e io d e s in ais d e r ad io , a m e sm a
u sa da e m s erv ic es d e p ed ag io e c ar tiie s d e iln ib us. A o v en ee r
u m c on cu rso d e sta rt-u ps, A ug usto g an ho u u ma b ols a d e U S$
30 m il p ar a u rn c ur so d e tr es m e se s n a S in gu la rity U niv er sity ,
lnstitukao d e e n sin o d e t ec n olo gia s in ov ad or as f un d ad a hit doisa no s d en tr o d o c am p us d a N as a, n o V ale d o S ilic io , E U A. E n qu an to
a v ia gem n ao c h e ga , A ug us to te n ta c on ve n ce r tr es in ve stid or es
a d es embo ls a r 0 US $l.5 m ilh a o n ec e ss ar lo p ar a ir np la nt ar s eu
p roje to - 0q u e in c lu i p ar c er ia s c om e s ta b e le c im e n to s c ome r c ia is
e p ub lic os , o nd e d e vem s er in sta l a d os o s le ito re s d a e tiq ue ta .
ata ~
5/10/2018 Revista Galileu junho 2011 - De onde vem o Mal - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/revista-galileu-junho-2011-de-onde-vem-o-mal 68/91
74_JULHO_2011
PATRIMONIO
VIRTUALN ad a m e no s q ue 3 4 m ilh O es
d e b r as iie ir os p a rt ic ip am d e
r e de s s oc ia is c omo F a c e bo ok .
O rku t e T witte r. S e v oc e e u m
d ele s. ja d ev e te r jo ga do ou a o
m e n o s o uv id o f ala r d e g am e s
s oc ia is c om o F a rmV ille . em q u e
o in te rn au ta a dm in is tr a um a
f az e nd a. c uid a d e a nim a is e
p la nt ac oe s e p od e c om p ra r it en s
p a ra s ua p ro p rie d a de v ir tu a l. E s se s
jo gu in ho s se to rn ara m fe bre n a
re de e ja m ov im e nta m c erc a d e
R $ 2 00 m ilh iie s n o p ais . D e o lh o
n essa tu rm a q ue g asta p eq ue na sq u an tia s p a ra a d qu ir ir um t ra to r
n ov o o u um a a rm a m a is p od e ro sa .
e m m aio fo i la nc ad a a T utu do. A
e m pre sa o fe re ce u ma e sp ec ie d e
c a rt e ir a v ir tu a l q u e d is pe n sa 0 uso
d e c ar ta o d e c re d it o, E s imples : 0
u su ar lo v ai a te u m p on to d e v en da
( sa o 2 7 m il n o p a is . e n tr e f ar rn a cia s,
p ad ar ia s e b a n c as d e jo rn all. p ag a
a p artir d e R $ 5 e m d in he iro p or u m
c ar ta o. in se re um c 6d ig o n o s it e
e c arre ga su a c on ta . A i p o de u sa r
o s c re d it os p ar a a dq uir ir t od o t ip o
d e b e ns v ir tu ais . d es de o s e xt ra s
d o s jo gu in h o s a te r nu sic a s, v id e os
e a ss in at ur as d e c on te u do d ig it al.
'T ud o q ue n ao fo r p ro du to f isico.
q ue n ao te nh a q ue se r e ntre gu e.
p od era se r c om pra do c om o s
t u tu s ". d iz 0e m pr ee n de d or e m
s e rie P ie r re S c h u rm a n n ( da f am ilia
d e n a ve g a do re s e v e le ja d or e s
b r a si la ir os ), 4 3 anos . que i de a li zo u
o n eg 6c io a o la de d e M a ya ra
C am pos . e x -e x ec u tiv a d a V o st u,
d e se n vo lv e do ra d e jo g os s oc ia is
q ue h o je e p arc e ir a d a e m pr es a.
A T ut ud o s ur giu e m g ra nd e e st ilo ,
c om in ve stim en to d e u m fu nd a
am er ic an a (n aa d iv ulg ad o) e s ed e
n o e p ic e nt ro m u nd ia l d as s ta rt -
ups : 0Va le do S i li cio . n a Ca li f6 r n ia .
A em p re s a t ar nb e rn t em e s cr it 6r ia s
e m S ao P au lo e B elo H oriz on te . e
p re te n de a b rir f ilia is n o M e xic o e
C olo m bia a in da e st e a no .
Diagnostlco em esca laP ela p rim e ira v ez . um kitib a se d e a n ti co rp o s s in te ti co s p a ra d la g n 6s tic o se tra ta m en to s d e doen~s s eri fa b ric ad o em e sc ala in du stria l n o B ra sil. A
B io ap tu s. f un da da e ll 2 00 9 n a Un iv er sld ad e F e de ra l d e M in as G e ra is ( UFMG ).
d es en vo lv e. em p ar ce ria c om a Furdacao Oswa ldo C r uz . n o R io d e J ane ir o. k it
c ap az d e id en tific ar o s d ife re nte s tip os d e m e nin gite - c au sa da p or b ac te ria s
(malig n a) a u v ir us e sub s ta n cia s curnicas (b enign al - e a um en ta r a e fic ada
n o tratam en to d a d oe nc a, qu e m ata c erc a d e 6 00 p essoa s por a na n o p ais. 05
a ntic or po s s in te tic os s ao p ro du zid os c or n r no le c ula s d e DNA e RNA c o n str uid as
em la b or ato rio a p ar tir d e c ompon en te s d e p la nta s. A te c no lo gia q ue s ub st itu i
os a ntic orp as p rod uz id os c om a nim ais o u c elu la s h um an as fo i rr ia da e m 1 99 0
n os E UA e a pr im ora da n o B ra sil p elo b io qu rn c o L uiz A ug us to P in to. 3 7 a nos .
p es qu is ad or d a UFMG ."E ra m u it o a ca de rr ic o. r es oiv i t ra ns fo rm a r em p ro du to d e
m erc ad o" C erc a d e 9 9% dos artkorpos usados '10 B ra si l h o je s ao impor ta dose mu ito s c h eg am ja d eg ra da do s. A v er sa o s in te tic a ta m b er n p od e s er u sa da e m
d ia gn 6s tic o e tr ata ne nto d e d oe nc as c on e c an ce r. A id s e d ia be te s. A e m pr es a
fe ch ou p ar ce ria c om uma c om pa nh ia ame ric a a Em a go sto , v ai in au gu ra r u ma
fa br ic a p ar a amp iia r e m d ez ve ze s a p rod ec ao € arendertodo 0 me rcado na ti ona l.
5/10/2018 Revista Galileu junho 2011 - De onde vem o Mal - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/revista-galileu-junho-2011-de-onde-vem-o-mal 69/91
ATRAs DA MAR!::
o geologo Carlos
Beisl (a esquerda) e
o oceanologo Manlio
Mano (a dire ita)
monitoram correntes
maritimas para saber
onde hii petroleo
CA~ADORES DEOURONEGRO
~
Para encontrar petroleo no fundo do mar. as
empresas costumam se valer das pistas que a
natureza oferece. Por exemplo. pequenas manchas
de 61eo na superflcie da agua que escapam espontaneamente
apos leves abalos sismicos. Elas costumam aparecer em
imagens de satelite e ajudam as companhias a identificar
possiveis areas de reservator ios. No entanto. as correntes
maritimas podem levar as manchas para bem longe do
local de or igem do vazamento. Pensando nlsso, dois
pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro
(UFRJ) desenvolveram uma tecnica que permite simular 0
trajeto inverso do oleo. desde a superficie ate 0ponto de
vazamento no fundo do mar. e diminui em ate 75 vezes a area
a ser investigada. Para lsso, cruzam as informa!;oes de locale data de uma mancha (identificada por satelite) com uma
base de dados que registra a movimenta!;lio das correntes e
mares nas ultimas duas decadas, e processam tudo lsso em
um computador de alto desempenho. 0 ocean61ogo Manlio
Mano, 36 anos, e 0geologo Carlos eeisl. 41 anos.levaram
trl!s anos testando a metodologia depois de etabora- la no
doutorado. No ano passado. aceitaram 0desafio de validar a
tecnica em uma area jii explorada pela Petrobras. Com 80% de
acerto. conquistaram seu primeiro cliente e decidiram fundar
a Oilfinder. "Somos a unica empresa no mundo que fornece
esse servic;o", diz Manl io. Desde outubro passado. a Oil finder
recebe apoio de uma incubadora da U F R J para transfonmar ainova!; lio em neg6cio rentavel.
1om po ne nte s org an ic os sa oe xtra id os d e p la nta s e c oloc ad os
e m um re atorqu im ic o p ara form arrno le cu la s de D NA e R NA . 0 p roc essoe re pe tid o d ez en as d e v ez es
2 A s rnole cu las sao m istu rad as auma p r ot e in a per e xe mp lo . d e
u rn v ir us (c om o 0d a m en ing ite l oude c anc er , d e ac ordo c om 0t ipo dee xa me q ue se d ese ja p rod uz ir
~.3A m i st u ra e sub me tida a um
c am po e le tr ico de 20 mi l vo lt s ,Assim e p os siv el s ele cio na r a pe na sos an tic orp os qu e se l ig aram n ap ro te in a e e lim in ar 0 res tante
4 0 m a te ria l e co l ocadoJ un to c om u ma e nz im a
q ue p ro du z b ilh 5e s d e c ap ia sid en tic as - e sc ala in du stria l- d os a ntic orp os sln te tic os
JULHO_2011_7S
5/10/2018 Revista Galileu junho 2011 - De onde vem o Mal - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/revista-galileu-junho-2011-de-onde-vem-o-mal 70/91
OSKYPE
QUE SE C UID E
~
Pega r u rn a v ia o ou e n fr en ta r 0t ra ns it e d a
ddade para ir a um a reuniao de t raba lho
M O e d as ta re fa s m ais ag radave i s , 0
P lig us . e s pe cie d e s ala d e r eu ni oe s v ir tu al. o fe re ce a
c ha nc e d e a ca ba r c om e ss e d es pe rd ic io d e t emp o.
e ne rg ia e d in he ir o. A ferramenta.lan~da para
t es te s em 200 9. p e rm i te r ea li za r v id e oc onf er il nc ia s
e m te mp o re al c om a te 2 0 p esso as. Q ue p od em .
a li m e smo . e dit ar f ot es . d es en ho s e ma pa s. t ro ca r
arqelvos, mo stra r su a t ela a o g ru po e e sc re ve r
te xto s e m c on ju nto . A n ov id ad e e u nir n um a m es ma
p la ta fo rm a o s r ec ur so s d e comunlcacao online. ja
disseminados por so ftwares co mo Sky pe e M SN ,
c om f erra me nta s d e tra ba lh o e colaboracao. Algo
p a re ci do c om 0G oo gle W av e.la nc ;a do e m 200 9 ea ba nd on ad o u rn a na d ep ois p or f alta d e p ub lic o.0
P lig us. p or su a v ez . te m m ais d e 6 m il usuar ies em
1 20 p ais es . f oi p rem ia do em competi~oesnadonais
d e sta rt -u ps e l ancou em f ev er eir o s ua v er sa o paga
(U S$ 19 p or m ils). E p en sa r Q ue 0e stu da nt e d e
publ ic id a de Gust avo Sc an fe rl a. 2 1 a n os . d e N i te r6 i.
ssquer s ab ia p ro gra ma r e m 2007 . Q ua nd o te ve a id eia
d e c ri ar um a f er ram en ta p ar a r eu ni r o s am ig os o nl in e.
Se m qualquer a ju d a t ec n ic a ou f in a nc ei ra . p a ss ou
meses a f re nt e d o c omp ut ad or pesqu isando em
s it es e b lo gs d e t ec no lo gia e e st ud an do li ng ua ge ns
de programacao. Par a u sa r0
P li gu s n a o e p re ci sof az er c ad ast ro n em b aix ar so ftw are s. B as ta e ntra r
n o s it e. c ria r um a s ala e e nv ia r 0 l in k pa ra conv ida r
o s c ole ga s. A lem d e a ju da r pequenas e med ia s
emp re sa s. a f er ramen t a ta rnbern p od e s er u sa da
p ara c urs os o nlin e e g ru po s d e e st ud o n a re de .
7 6_ JU LH O _ 20 11
E fe ito estu fa do be rnP ar a a p ro v ei ta r m e lh o r 0s ol c omo f on te e n er ge tlc a . u ma d up la d e f isic os d a U FR J
d es en voive u um p ain elso la r c om uma n an op elic ula q ue a bs or ve 1 20% m ais c alo r.
o p rc d oto . q ue deve c he ga r a o m erc ad o n o a na q ue ve rn e fe ito a p artir d e film es d e
a lu min io (a p la ca so la r e m si) c o be rto s p ar c am ad as a t6 mic as d e o xid es rnataicos como
z in c o, e romo e s ilic a a nt ir re fle xiv a. Q u an do a s r aio s d e 501 a tin gem a p la c a d e a lum in io .
a te nd en cia e q ue g ra nd e p ar te s e d iss ip e. N o e nta nto , a n an op elie ula fu ne io na c om o
um e sp elh o. re fle tin do e a pr is io na nd o e ss a e ne rg ia e ntre a s d ua s c am ad as. " E um a
e sp ec ie d e e fe ito e stu fa , s o q ue n um a e sc ala a to rn ica" diz 0F i si co Lu iz Ca rlo s L ima . 3 9
a nos. q ue , a o la do d a c ole ga M arta B ue no d e M ora ss. p esq uisa d esd e 2 00 4 a te cn ic a,in ed ita n o p ais. O s p ain els u sa do s h oje , F e ito s d e p la ca s d e a lu min io p in ta da s d e p re to ,
deixarn e sc ap ar a te 50% d a e ne rg ia q ue re ce be m . Em 2 00 9, a d up la d e p esq uis ad ore s
F un dou a e mp re sa N an o S ele ct. q ue va i re ce be r n este a na u r n in ve st im e nto d e R S 15
m ilh a o d o f un do b ra sile ir o C ria te c p ar a p ro du zir em e sc ala m d us tr ia l
1ent rode
u rnacamaraava cu o, u m film e de
a lu min io e c ob erto p orc am ad as a to rn ic as d e
z in co , c ro mo e s ilic a. a n ti rr e fi ex iv a . F o rm a -
se um a m em brana de2 00 n an 6m etros (2 00
m ile sim os d e m m)
C on su l to r es : A n a P a ul a Pessca.ex-diretcra de novosnegoclos d a I nf o gl o bo . c o n se lh e ir a d o V a lo r E c o n o m ic o . Z ap E B usk; Y ury G ~ p re sid en te d a i ncu ba do ra sceleradcra: AntonioBotelho, diretcr-presrdente do GiilJea Angels; Marcelo Cazado. olretcr c o Floripa Angels; Gustavo Bressan.coordenadcr de pl 'O j -c tos da F u n d ac ; :a o B i om i n as ; BEby Yang. fundadora da
Braailtnnovators:Le v indo San tos . ex-elretcr d o f un d o d e c a p it al S em e ot e N o va ru m Ioionelro n o B r as il ) e atualdirercr-execunvede m v es t; im e nt os d o H SB C no B ra si l; In cu b ad o ra d a
5/10/2018 Revista Galileu junho 2011 - De onde vem o Mal - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/revista-galileu-junho-2011-de-onde-vem-o-mal 71/91
2 A lu z in cid e s ab re a p la ca d e a lu min io.P arte s e d iss ip a. m as e re fle tid a d e
vo lta pe l a nanope lku la (que func iona c om oum e spe lh o), e fica pre sa e ntre as duasca mad as, E 9 0% da e ne rg ia e aprove i tada
ENERGIASOLAR
M ERC AD O LIVRE D O C ON HEC IM EN TOC olc ca r q ue m te rn a lg o a e nsin ar e m c on ta to d ire to c om q ue m q ue r a pre nde r. E sta e
a p ro po sta d o Ew ik s, la nc ;:a doem m ar co d este a no . 0 site o fe re c e u ma p la ta fo rm a d e
c orn erc io d e c urs os o nlin e em q ue q ua lq ue r p es so a p od e p ub lic ar e v en de r c oo te ud o
e du ca cio na l. B asta fa ze r u m c ad astr o e p re e nc h er u m a nu nc io g ra tu ita m en te . 0
s is te m a p erm ite p ro du zir e e dita r a s a ula s c om um a s erie d e r ec urs os m u ltim id ia ,
c omo v id e o, a ud io ; a nir na c oe s, s lid e s e t ex to s. 0 a ut or t ar nb e rn d e fin e 0 m e to do , a
c arg a h ora ria e 0va lor do c urso - e paga ao site um a c om issao pe la ve nda . 0 E wiks
e s ta d e se n vo lv e nd o um a plic a tiv o p ar a q ue p ro fe ss or es p ub liq uem s eu c on te u do
ta rn be rn em b lo gs e re de s s oc ia is . P a ra o s a lu no s, a van tagem e p od er p esq uisa r u m a
v arie da de d e c urs os e e stu da r d e o nd e e stiv er . 0 E w ik s fo i id ea liz ad o em 2 00 8 p elo
a dm in is tr ad or c u rit ib a no J os e R o do lp h o B e rn ar do ni q ue , c om a pe n as 2 6 a no s, ja t ev e
o utra s tre s em pre sa s, u m a d ela s ta rn be rn n a a re a e du ca cio na l. 'T iv e c on ta to c om
c e nte na s d e p ro fe ss ore s q ue m e d iz ia m te r m u ito c on te ud o. m a s n ao sa bia m c om o
pU b lic g r." Em n ov em br o, e le c o nv e nc e u um g ru po d e in ve st id or es d e C u rit ib a a a plic a r
R$ 500 m il n a id eia . A e xp ec ta tiv a e p ub lic ar 10 m il c u rs os a te 0 f im d o a no.
NANOPELi cULA
M A I S E N E R G I A P A R A
o S E U C E L U L A R
ENERGIAAPRIS IONADA
P ara a ta ca r u m d os pon tos fra cos d a
te cnologia m 6ve l - a rap ide z c om que
a m a io r p ar te d as b ate ria s d e te le fo ne s,
c am eras e lap tops ac ab a -, um grupo de
p e sq uis ad or es d a U n iv e rs id ad e F e d er ald e Pe r nambu co (UFPE) d e sen volv e u
u m c hip p ote nte e su ste nta ve l p ara q ue
v oc e p re c ise c ar re ga r m e no s 0celu lar .
o EHOl a ju da a tra nsfo rm ar to do tip o
d e e n e rg ia lim p a ( com o s ola r, e 6 l.ic a e
e le tr or na gn e tic a ) em e n e rg ia e le tr lc a c om
ma is e f ic ie n c ia . Pa ra co rn e ca r, g ra n de
p arte d os a pa re lh os e le tr on ic os c om
c a rr eg ad or e s s ola re s h o je n o m e rc a do
u sa va rie s c hips p ara fa ze r a c apta ca o d e
e n e rg ia . " N6 s u nim o s t od as a s f un c ;:o e s em
um . G r ac ; :a sa o a lg o ri tmo ma is e f ic ie n te ,e le aum en ta de 25% a 3 5% a cap tu ra de
e n e rg ia " d iz T ia go L in s, 3 0 a no s, d ir et or
d a S ilic on Re e f, e m pre sa fu nd ad a p or e le e
d ois c ole ga s n a in cu ba do ra d o C e ntro d e
E stu do s e S iste m as A va nc ;a do s d o R e cife
( Ce sa r) , em 2008. Ano pa ss ado , 0 tr io
f oi f in alis ta d e um con c ur so o rg an iz a do
p ela g ig an te C is co e 0 f un d o ame r ic a n a
DF J .H o je , n e go c ia um a po rt e d e d in h e ir o
p ara a c on du sa o e p rom oc ao d o produ to,
q ue se ra fa bric ad o n a A le m anh a e
c om e rc ia liz ad o a p ar tir d e 2 01 2.
PLACADEALUMiN IO
Coordena~aocos Prograrnas de Pos -Graduacac em Engen~aria d a UFRJ (C o p p e l; Marcia Fi lho , pesqctsedor do GVCepe e coer-d e na d or d o Desafio Bras i l ; P ier re Scburmann. sn ves tl dor -e nl c e emp reendedo r ;Ma t co5 Regueira. s 6c io d o f un d o F ir C a p it al ; E ri c~er. presidente dofundc Monashees: David McClure , dtretor d a i Jl cu t ;a d o ra S OOst a rt u ps , n o V a le d o S il ic io
JULHO_2011_77
5/10/2018 Revista Galileu junho 2011 - De onde vem o Mal - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/revista-galileu-junho-2011-de-onde-vem-o-mal 72/91
5/10/2018 Revista Galileu junho 2011 - De onde vem o Mal - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/revista-galileu-junho-2011-de-onde-vem-o-mal 73/91
=crc: Dr,'Seth Shostak/Science Photo library JULHO_2011_79
5/10/2018 Revista Galileu junho 2011 - De onde vem o Mal - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/revista-galileu-junho-2011-de-onde-vem-o-mal 74/91
Os anos 70 foram particularmente agitados no Vale do Silicic, na Calif6rnia.
Ali, jovens fascinados por tecnologia, chips e circuitos se reuniam nas
garagens de suas casas para construir maquinas estranhas e ineditas, que
viriam a ser conhecidas no futuro como computadores. 0engenheiro eletrico
Dan Werthimer participou do mais conhecido desses grupos, 0Homebrew
Computer Club. Quando sairam de suas garagens, os membros do clube
passaram a ditar os rumos do mundo. Steve Jobs e Steve Wozniak fundaram
a Apple. Adam Osborne lancou0
primeiro computador pessoal portatil,0
Osborne 1, e Jerry Lawson criou 0 primeiro videogame,
"T od os q ue sairam de Id f;caram muito rico s, m eno s eu . Eu e stava ma is
interessado em descobrir como usar aq ueles ch ips para desvendar
se ex iste vida in teli ente ora da Terra" , d iz D an .
Todo 0 trabalho do instituto e bancado por doacoes
privadas, vindas de pessoas que querem mante-lo fun-cionando. 0 maior telesc6pio do grupo e a menina dos
olhos das pesquisas do SETI, 0Allen Telescope Array,
foi construido gracas a doacao de US$ 25 milh6es dePaul Allen, co-fundador da Microsoft e conhecido fi-
lantropo americano. A lntencao era cobrir uma area
de urn hectare com 350 antenas, mas 0 dinheiro sopagou 42. Ospesquisadores SETI ja se acostumaram a
sofrer com a falta de recursos - nao recebem nenhum
dinheiro publico e pouco financiamento privado. Noultimo mes de abril, a falta de verbas levou ao fecha-
mento prematuro do tal telescopic.
Naquela epoca, Dan estudava radioastronomia para
construir seus proprios telescopios amadores. Hojeele usa os maiores telescopios da Terra em suas pes-
quisas. Ele e 0 cientista-chefe do projeto seti@home,
que vasculha os ceus atras de algum sinal enviado
por civilizacoes extraterrestres. Sua area de pesquisae conhecida como SETI (Busca de Inteligencia Extra-
terrestre em Ingles), e conta com aproximadamente
uma centena de cientistas ao redor do mundo.omais famoso grupo a reunir pesquisadores da area
eo SETI Institute, organizacao nao-Iucrativa sediadana California. Embora sejam normalmente levados aesse campo movidos pelo ideal romantico de desbra-
var 0 Cosmo, 0 dia a dia desses homens e mulheres
esta entranhado no rigor cientifico. 0 trabalho de SethShostak, urn dos astronomos mais antigos do instituto,
e urn exemplo dis so. Ele passa seus dias estudandoos sinais de radio captados pelas antenas do institu-to, tentando encontrar algum indicio de inteligencia,
Para diferenciar os sinais produzidos por civilizacoes
alienigenas de sinais que ocorrem naturalmente noUniverso, ele busca por estruturas que so poderiam
ser criadas de modo artificial. Se algum dia 0 sinalfor encontrado e confirmado por outras organizacoes
que pesquisam 0 assunto, a obrigacao do cientista eanunciar a descobert a ao mundo e disponibilizar ao
publico os dados envolvidos na deteccao.
Me n sa ge ns c 6sm ic asOs cientistas buscam por sinais de radio porque se-riam a maneira natural, pelo menos na visao dos ter-raqueos, de uma civilizacao transmitir sua cultura pelo
Universo. "As ondas de radio sao faceis de produzir,
necessitam de pouca energia e tern a velocidade da
luz", diz Shostak. Segundo os cientistas, qualquer ci-vilizacao descobriria essas caracteristicas do radio em
algum momento de seu desenvolvimento tecnol6gicoe 0 usaria para enviar mensagens.
Outros pesquisadores do instituto sao responsaveispelo estudo do SETI 6tieo. Eles vasculham as estrelas
atras depoderosos lasers, que poderiam ser usados pelos
80_JULHO_2011
5/10/2018 Revista Galileu junho 2011 - De onde vem o Mal - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/revista-galileu-junho-2011-de-onde-vem-o-mal 75/91
alienigenas para se comunicar conosco. 0 laser e capaz
de transmitir informacao numa velocidade maior que 0
radio. Seria urn born modo de duas civillzacoes em dife-
rentes planetas estabelecerem contato, pois e urn raio que
pode ser enviado de urn planet a a outro. J a0radio seria
util no caso de uma mensagem enviada aleatoriamente
para atingir uma civilizacao desconhecida.
Tambem conseguiriamos captar sinais de radio que
vazam de aIguma civilizacao, como frequencias de TVs
e radares. Infelizmente, 0 principia inverso e a mesmo.Uma civilizacao alienigena poderia receber indicios de
nossa existencia por conta de nossos meios de comu-
nicacao. Mas nao devemos nos preocupar com isso,
ainda. "So comecamos a transmitir nesse tipo de fre-
quencia depois da Segunda Guerra MundiaI. Hoje em
dia, elas atlngiram a distancia de 70 anos-luz da Terra,
e duvido que haja vida inteligente tao perto."
~OTO: David Parker/Science. P etc Library
E T. T E LE FO N E. M IN HA C AS A:
o projeto lideradoporDan
Werthimerusa a ajuda de
voluntarios para encontrar vida
alienigena.Basta instalar 0
programa seti@home(acima)
e ceder 0 tempo livrede seu
computador para analisar 05
dados da instituicao
Amado re s b em -in te n c io n a d osPor causa da falta de financiamento, as cientistas ca-
pazes de viver das pesquisas SETI sao muito poucos.
No entanto, alguns projetos contam com a ajuda de
urn nurnero maior de amadores. E 0 caso do experi-
mento dirigido por Dan Werthimer na Universidade
de Berkeley, na California. 0 seti@home per mite que
qualquer urn se junte a sua busca. "Nos pesquisamos
sinais muito fracos. Precisariamos de urn supercom-
putador que custaria centenas de milhares de d6lares
para fazer essa analise", diz Werthimer. A solucao foi
disponibilizar no site do projeto urn program a para
download, que permite a organizacao usar 0 tempo
livre do computador de voluntaries para analisar parte
dos seus dados. A intencao inicial era que ate 100 mil
pessoas colaborassem. No entanto, hoje eles ja consegui-
ram reunir 5,2 milhoes de voluntarios em 234 paises. »
JULHO_2011_Bl
5/10/2018 Revista Galileu junho 2011 - De onde vem o Mal - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/revista-galileu-junho-2011-de-onde-vem-o-mal 76/91
82_JULHO_2011
»Hoje, 0 projeto tern uma capacidade de processar 769
teraflops de inforrnacao, pouco menos da metade do
supercomputador mais rapido do mundo.
o SETI League e outro grupo que conta com a ajuda
de amadores. Os cientistas envolvidos no projeto inc en-tivam que os voluntaries construam sua propria antena
e estudem 0 Cosmo dire to do quintal de casa. Segundo
Paul Shuch, diretor honorario da liga, isso e apropriado
ja que sempre for am os amadores, e nao os astronomos
de profissao, que descobriram novos cometas e estrelas.
"Para participar da liga e necessario ter conhecimento
tecnico ou estar disposto a aprender", diz Shuch. Uma
das rnissoes dos 1,5 mil membros e ensinar aos novos
voluntaries a montar suas proprias estacoes (ver in/ogrt i-
fico a o la do ). No Brasil, a funcao de coordenador regional
do projeto ficou a cargo do engenheiro Fabio Branco. 0
paulistano, de 44 anos, trabalha no Instituto de Pesquisas
Energeticas e Nucleares (Ipen), onde ouviu falar pela pri-
meira vez do SET!. Fabio diz que os membros do projeto
fazem uma doacao mensal a instituicao e ajudam com as
pesquisas em seu tempo livre. "Agente faz 0
que pode. Eu mesmo nao tenho uma estacao,
porque ela custa entre R$ 10 mil e R$ 15mil
no Brasil", diz Branco. No pais, exist em 7
membros registrados e so urn deles conse-
guiu construir uma antena, em urn local nao
revelado do interior gaucho.
pelo Atlantico, elas so encontraram agua durante me-
ses." E insiste que avances tecnologicos facilitariam
a exploracao.
Ate 0 ana passado, Shostak calculava que encontra-
riamos sinais de vida inteligente ate 2025. Hoje eleprefere nao fazer estimativas. As doacoes as pesquisas
SETI comecaram a minguar a partir da ultima crise
economica, em 2007. Com 0 fechamento do Allen
Telescope Array em abril pass ado, alguns projetos
do instituto entrarao em hlbernacao, "E eles nao es-
tiio sozinhos nessa crise", diz Paul Shuch, do SETI
League. No entanto, Shuch defende que esse nao e
o fim do SETI, os projetos devem continuar sendo
tocados em menor escala. "Fizemos grande ciencia
antes de esse telescopic existir, e vamos continuar
fazendo depois", diz Shuch. Se os pesquisadores nao
encontrarem modos de financiar novas caravelas para
continuar a navegar pelo espaco, talvez tenham que
tentar a proeza de descobrir novas Americas mesmo
que usando apenas caiaques.@
Quem paga a con taNem todo mundo acha que 0SETI seja urnborn modo de gas tar os recursos destinados
a ciencia, E 0 caso de Ben Zuckerman, as-
tronomo responsavel por urn dos primeiros
projetos SETI, nos anos 70. "Obviamente
nao encontramos nada", afirma. Hoje ele
defende que nao adianta procurar sinais de
alienigenas pois eles nao estao la. "Se a vida
inteligente fosse comum no Universo, n6s i l l .teriamos feito contato. A unica explicacao
para isso e que os ETs nao existem. Ou sao
muito raros."
o diretor do SETI Institute, Seth Shos-tak, defende que 0 fato de nao termos acha-
do vida inteligente nao quer dizer que ela
nao exista. "Somos como exploradores.
Quando as caravelas de Colombo viajaram
5/10/2018 Revista Galileu junho 2011 - De onde vem o Mal - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/revista-galileu-junho-2011-de-onde-vem-o-mal 77/91
1 . A N TE NA R e c eb e
o s s in a is d o e s pa c o
e o s tr an sm ite p ar a
a a n ali se . P o dem
s e r u sa d as a n te n as
d e T V. m e d in do d e
3 a 5 m etros
de d la rne t ro
DESCAMPADO :
S eth S hosta k posa
e m fre nte ao A lle n
T e le sc op e A rr ay . a nte s
d e s eu f ec h am e n to
C OM O FUN CIO NA UMTELESCOP IO CASE IROo grupo SET I League ensinaseus membros a montarradiotelescopios. para instalarem seus quintais au chacaras
4 .COMPUTADOR
So ft wa re s c r ia d os
p e lo g ru p o d iv id em 0
so m e m 2 .048 cana is .
b u sc a nd o a lg um s in a l
de in te l ig enc ia
3 . R E C E P TORDE
M ICRO -ONDAs
S e le c io na uma p a rt e
d o e sp ec tr o d e ra dio
c ap ta do e 0 t ransfo rma
em s in ais d e a ud io
2 . P RE - AMP L IF I CADOR
Sua f u nc ao e ampl i f ica r
o s s in ais q ue fo re m m u it o
f ra c os . p a ra a ju d ar
a a n a li se p o st e ri or
••••
5 . S EM RESPOSTA
Nao de v e s e r en v ia d o
n e nh u m s in al a os
a l ien igenas
a nt es d e s e r ea liz ar
uma co n su lt a
in ternac iona l
r e fe r e nt e a o a ss un to
1 . A L E RT A A vis ar 0g ru po d o q ua l f a z p ar te .
O u tr os a st ro no rn os ir aQ p ro c ur ar 0 s in a l n a s
c oo rd e na da s q ue v oc e p as sa r,
S e n in g ue r n ma is e n c on tr ar 0 s ina l . a
pesqu isa e i nt e rr omp id a . P o de t e r s id o
u ma fa lh a n o c o m pu ta dor ou a nte na
2 .TR IANGULAC ; :AOCom 0 s ina l con f irmado
pe los as t rono rnos . e p os siv el fa ze r u m a
t ria n gu la c ao p a ra c a lc u la r d e q u e d ls ta n cia
a s in a l f oi e n via d o.
O s c alc ulo s p od em mo str ar q ue 0s ina l
v em d e p erto . P od e se r u rn sa te lite ou u m
t ra ns m is so r n o to po d e u m a m o nt an h a
3 . P R O TO COL O A p art ir d o p on to e m
q ue s e c om p rov a q ue 0s in al v em
d e for a d a T erra . e p re c is o s eg uir a
D e da ra ca o d e P rin cip io s R e fe re n te a s
A t iv id a d es Segu in t e s a D e te o;a o d e
In te lig e nc ia E xtr ate rr etr e. 0 r es to d a
c o rn u ni da d e SE T I d e ve s e r a v is ad a
4 . D IVULGAC ; :AO56 d epo is
q ue h o uv e r c e rte z a a b so lu ta
o s c ie n tis ta s d e vem in fo rm a r
o s g ov e rn os e a im p re n sa .
To das a s i nf or r na c o es
d e vem s er d iv ulg ad as a o
p ub lic o e m g era l. e to dos a s
d ad o s d e vem s er a b er to s
TO: Adam Har t-Davis/Sc.ence Photo Li brar y; INFOGAAFICO: Dani el das Neves JULHO_2011_83
5/10/2018 Revista Galileu junho 2011 - De onde vem o Mal - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/revista-galileu-junho-2011-de-onde-vem-o-mal 78/91
C o n t e u d o e d i t a d o
e x c l u siv am e n t e p a r a G a li l e u .
5/10/2018 Revista Galileu junho 2011 - De onde vem o Mal - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/revista-galileu-junho-2011-de-onde-vem-o-mal 79/91
PAINT IT BLACK - ROLLING STONES
o·K(
o-: : : >
a
~c,
W0:
,C la ro que 0 rock e ra um garoto re be lde . A ge rag80 que foi
ado le sc en fe nos anos 60 v iveu 0 cornsco do auge . Beach Boys,
.R oy O rb inson, R olling S tone s ... e e le s: os Bea tle s. O s garoto:;,
'd e L ive rp oo l n ao in ve nta ra m Q rock , m uito lonqe d isso. M as e le sinventaram 0 fe norneno pop, a fe pre , 0 am or incond ic iona l, as
produtos l icenciados, 0 a lbum com o ob ra c om p le te ... A adole s- .
c enc ia do rock cem scou tlm ida com 0 yeah yeah yeah e cu lm inou
na lib e rtacao sexua l dos anos 70 , na psicode lia do I? ink F loyd,
nas g[J ita rras do m eta l, nos te c lados e le troh icos do~ aR OS 8 0.
" • i4
. .~ f ~ .-
A."LEScENCIA'JSMELLS LIKE -':EE~ SPIRIT - NIRVANA
OS ' anos ~O ·r ea im e nte c h eir ar am a e sp ir ito .a do le sc en te .
E ram ~u fia fras ra ivosas, ba te r ias pesadas, le tras re volta -
das e oh eias de au top ie dade . Foi a nasc ime nto eo 'g runge . •
e ', 0 auge do ind ie . De um l ade , N irvana , Pe arl iam , Rage
Aga inst Th e M ach ine , Re d Hot G h ili P e ppe rs. Do outro,
R adioh ead, Sonic You th , Jesus and M ary Ch ain , Sm ash ing
Pumokrns e por a i va l. E , no m e io de tudo is§ora inda tinh a
o p unk, 0 skapunk, a anarqu la e d lscos m e rnorave ls de .
S i\ve rc h a lr , G reen Day, R anc id , NOFX , No Use F ,qr a tN am e ,
Pe nnyw ise ... F ol um a decade ag itada para 0 rock , cu jas .
b a tidas torte s te rn e fe itos se ntidos ate h ole .
.ill .
""E STROKES - S,9MEDAV> , •
A de cade a l)te rior t inh a sldo lao se nsa-
e io na l p ar a 0 rock que todos 0 h aviam
de c re tado m orto. F im de te sta ; e le
e stava la , jogad ~i num c anto, e nqya n-
to a ga le ra do R &B e dos e le tron icos
tom ava con ta da p fstc f. M as a ve rdade
e queo rock s6 sstava d~ressaca. Is
This It, d isc O d e 2001 d o S tr ~J <e s, e um
b am re su mo . vocalarrastado: bat idas
m arc ad as.l:~P are ce ,q Lie 0 tcckvoltou a
faze r aqu llo que sem pr~soL lb e , se rnse
rne xe r m uito pra nao doe r ~ cabeca.
o S troke s, 'jun to com bandas com o
W hite S tr ipe s, F ranz F erd inand , Th e
H ive s e po l' a l va i, re inve ntou 0 rock ,
m as nao e orn a l g 6 n ov o; a pe na s
requen tando aquilo que .se faz la anos
atras, playin' iJ sate , como dizem por a l,• #
ARCADE FI8E • WAKE UP
H oje 0 rock 's c rtanca
nova m en te ! E le nunca
te ve m uita vocacao p ra
se r adu lto, morreu aos 27
c om o 'Jan is, K urt e H en drix ,
m as re nasee e vive tndo,
d e n ovo. 0 in die g an h ou
e lem e nto s e le ro nlc os .
o g ru ng e, b atid as a fr ic a-
nas. E tudo ficou m ais le ve ,
m ais "c arp e:d je m". H oje ,
tod o n iu nd o e xp erim en ta
c om m en os p re con ce ito.
Tudo pode , tudo tem seu
puouco. E e assim que 0
r oc k c on se gu e s ob re viv er ,
se re inven tando de tem pos
e m te m po s. V id a_ lo ng a!'
5/10/2018 Revista Galileu junho 2011 - De onde vem o Mal - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/revista-galileu-junho-2011-de-onde-vem-o-mal 80/91
5/10/2018 Revista Galileu junho 2011 - De onde vem o Mal - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/revista-galileu-junho-2011-de-onde-vem-o-mal 81/91
PR ON TO PR A LU TA : para passar de m irrado (1) a supe rsoldado (2 ),
foram pre cisos rnu itc s c om putadore s. Para 0 c ra nio e xp osto d o vila o
C av eir a V erm e lh a (3 ), m uito s m aq uia do re s
CINEMA
...DESCOBRIR COM O
SE TRANSFORMA
UM RECRUTA ZERO
EM C A P IT A O A M E R IC A .
Baseado na HQ, 0 filme Capitiio America
corneca com Steve Rogers (Chris Evans)
impedido de lutar pelos EVA na Segunda
Guerra por falta de porte fisico. Ansioso por
servir a patria, Steve topa ser cobaia de urn
projeto secreto que gera supersoldados - e 0
resto e lenda. 0 filme e de Joe Johnston, dire-tor de aventuras nostalgicas como Rocketeer
(91) e Ceu d e Ou tu br o (99) e responsavel
pelos efeitos visuais da trilogia original de
G uerra n as E strelas - uma experiencia que
foi muito util. Como 0 ator Chris Evans era
forte e alto demais para interpretar 0 Steve
Rogers pre-Capitao America, a solucao foi
"murchar" 0ator usando uma tecnica suces-
sora da utilizada com Brad Pitt em Benjamin
Button (2008). No caso de recriar 0 cranio
expos to do vilao nazista Caveira Vermelha
(Hugo Weaving), 0 trabalho nao ficou por
conta dos computadores, mas dos rnaquia-
dores mesmo. Estreia 29/7. I IG U IL HERM E RO SA
5/10/2018 Revista Galileu junho 2011 - De onde vem o Mal - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/revista-galileu-junho-2011-de-onde-vem-o-mal 82/91
MUSlCA
...AN ALISAR 0 RAP N ERD
D E HO OD IE ALLEN .urn jovem que largou sua promissora carreira no
Google para se tornar urn astro das rimas. A te-
matica, claro: robes, novas tecnologias e dilemas
de quem sofreu nas maos dos populares na epoca
da escola. 0 segundo disco, L ea p Ye ar, sai este
mes na internet - de graca, I IG U IL HE R M E P AV A RI N
88_JULHO_2011
L1VROS
...AC RED ITAR NO AM IGO N ERD
QUE ELO GIA O S LlV RO SAS C R O N IC A S DE GELO E FOGO ,
QUE V IROU GAME OF THRONESNO CANAL HBO .
E melhor do que voce imagina - a saga tlui sem des-
cricoes enciclopedicas, mas bons dialogos e muita
ac;ao. 0 volume 3, A To rm en ta d as E sp tuias (Editora
Leya), sai no Brasil em setembro, mas 0 volume 5, A
Dan ce W ith D ra g on s (Uma Danca Com Dragoes), sera
lancado em 12/7 nos EUA e nas livrarias virtuais.
Ainda faltam dois livros - que "precisam" ser lanca-
dos ate 2016 pra nao empacar a serie de TV. 0 autor
ja afirmou que "njio quer dar uma de Lost" (frustrar
fas com final chocho), provo cando tuitadas raivosas
dos criadores do fin ado seriado. Nao se preocupe,
Martin: pra ser melhor que Lost, basta nao terminar
com uma mistura de "estavam todos mortos" e "foi
tudo um sonho". I IF E LI PE PO N TE S
SEM HO RA PRA ACABAR :
A serie de livros ainda
esta incompleta
2 0 0 0 2 0 1 10 0 5
5/10/2018 Revista Galileu junho 2011 - De onde vem o Mal - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/revista-galileu-junho-2011-de-onde-vem-o-mal 83/91
DVD
...IR AUDAC IOSAMENTE ONDENENHUM HO MEM JAM AIS ESTEVE.
Quem reconheceu a frase acima
afaste os dedos medic e anelar -
estamos falando de [ornada nas
Estrelas. A Paramount esta lan-
cando a lata com as 3 temparadas
da serie original, comemorando 45
anos de estreia na TV. Fenomeno
geek/cult, nao perde a atualidade-
se os efeitos ja nao sao especiais, os
roteiros continuam inteligentes.
Sim, a jornada nas estrelas e s6 0
primeiro nivel: na verdade, as via-
gens tratam de quest6es morais e
dilemas eticos, 0povo vulcano, do
senhor Spock, por exernplo, mui-
to violento no passado, aprendeu
com seus erros e tornou-se pacifi-
co. Altruista tambern era 0 clima
dominante da Federacao Unida
dos Planetas, uma especie de ONU
ideal. As aventuras da Enterprise
eram ambientadas em urn futuro
e espaco distantes, mas tratavam
de problemas bern terrenos como
a Guerra Fria, imperialismo, eco-
nomia, religiao e feminismo. Star
Trek quebrou ate barreiras raciais
com seu elenco multicultural e foi
o cenario do primeiro beijo inter-
racial da TV norte-americana.
E se voce acha que seu iPhone
e a coisa mais modern a que ha, de
uma olhadinha nos Tricorders do
capitao Kirk. I I DEN I SEDALLACOLLETTA
D A L AT A:
Aedi~ao
especial traz as
3 temporadas
completas da
serie original
'_ ~ __ - '- . ¥ 1 . .. .. . ~ . ..
. "~. "';'{J'"L -},,-:_--~" .. ~~~_ ...,...........
t< ~ "".-' :~ ~ ••
WEB
. . .MERGULHAR
NO FUNDODOS M ARES
COMOGOOGLEEARTHOCEAN VIEW.
Ele ja existe ha algum
tempo, mas agora esta
mais refinado, com mais
detalhes e videos de quem
ja est eve par lao Gracas it
parceria com 0Observa-
t6rio Lamon-Doherty da
Universidade de Colum-
bia, metade dos oceanos
ja estao catalogados. Vo-
ce pode baixar no site:
earth.google.com/ocean/
I lF E RN A N DO M A R TIN E S
SHOW
...CONTRIBUIR PARA A
VO LTA D OS AN OS 2000.
Faca cara de mau, coloque 0 bone virado
para tras e lembre como 0 rock na vir ada
do seculo era ... peculiar. Para ajudar, de
uma passada em urn dos shows que a banda
Limp Bizkit faz nos dias 23 de julho no Rio
de Janeiro e 26 em Sao Paulo. I IGR
FOlOS: Divulg acac. Reproducao JULHO_2011_89
5/10/2018 Revista Galileu junho 2011 - De onde vem o Mal - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/revista-galileu-junho-2011-de-onde-vem-o-mal 84/91
C I NEMA
...D ESVENDAR 0 THRILLERM AIS M ISTERIO SO D ATEM PO RAD A: SUPER 8,
D O D IRETOR J . J . ABRAMS.
E sobre urn grupo de criancas que, em 1979,
nos interior dos EUA, film a urn desastre de
trem que e mais do que parece. Em vez de
ficar comprando briga por causa de Lost,
como outros criadores da serie (ver prig. 88),
Abrams vern construindo uma carreira ba-
cana que mistura ficcao cientifica e muitos
segredos. Na hora de Iancar filmes como
Cloverfield (Z008) e Stark Trek (2009), ele
prefere revelar 0minima e sugerir 0maximo.
//DENISE D A LL A C O LL ET TA
QUADRINHOSE umahist6ria aparentemente
conectada com0enredo do filme.
e m q ue voce p o d e i n v en t a r 0
ultimo paine!.Voce pode ver aqui:
superScomiccontest.com
IsuperBcomic.pdf
Veja as estrategias de marketing viral desta vez:
MUSICA
TRAILERSSaovaries - e nenhum mostra 0
que diabos tern dentro dotrem! Pra
conferir nos cinemas brasileiros. epreciso esperar ate 1217.
APLICATIVOPara iPhone. onde e passivelgravar videos que imitam a
textura. ascores e asfalhas de
uma camera caseira Super S.
CH ICO H IPSTER :
au nao,
Descubra na
paglna 48
...EN TEN DER QUE A PRESSA COMPENSA:
VOCE PODE OUV IR 0 NOVO CHICO ANTES.
Depois de ensaiar 4 anos para lancar urn album, Chico Buarque resolveu
premiar os afoitos que adquirirem na pre-venda em chicobastidores.com.br.Eles ganharao uma senha para ouvir rmisicas online antes de receberem 0
disco e acompanharao, aos poucos, faixas, clipes e entrevistas com 0 cantor
e os nuisicos serem postados na pagina ate a data do lancamento, em 20
de [ulho, 0 preco divulgado pela gravadora e R$ 30. I I T M
FOTOS: D lv u fg a c ao . R e p ro d uc a o. Agencia 0 C lob o. A tq uivo E dito r a Globo
5/10/2018 Revista Galileu junho 2011 - De onde vem o Mal - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/revista-galileu-junho-2011-de-onde-vem-o-mal 85/91
WEB
...VOLTAR
AOTEMPO
EMQUESE
ENVIAVAM
CARTOES-POSTAIS -
AINDAQUE
VIRTUAIS.
o aplicativoPosta-gram transforma
suas fotos do Ins-
tagram, Facebook
ou album de seusmartphone em
cart6es postais fi-
sicos e envia para
qualquer lugar do
mundo par US$ 1
cada. 0 app e gra-tis e compativel
com iPhone e ce-
lulares Android.
I /DDC
C I N E M A
...DAR ADEUS A HARRY
POTTER. ACABOU!
Harry P otte r e as Reliq uias d a M orte - Parte 2,que estreia em 1517 , e a novo e ultimo filme daserie. Sim, acabou:par enquanto, nao tern mais
livroque vire filme.0 desfechoda saga sera em
clima de guerra, com muitos vil6es e her6is su-
cumbindo emuma batalha final. I I F P
JULHO_2011_91
5/10/2018 Revista Galileu junho 2011 - De onde vem o Mal - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/revista-galileu-junho-2011-de-onde-vem-o-mal 86/91
.&
~
"··.·~3·Es·o
': !
··~
S A U D E P U B L I C A
Cesar ianascon tr ib uem comaobes idadeA O P C ; : A O P E L O P A R TO C IR U R G IC O P O D E
S E R U M A D A S C A U S A S D O
S O B R E P E S O D A P O P U L A C ;: A O
A D U LT A p o r M a rc o A n to n io B a rb ie ri e equipe*
\
uem nasceu de parto cesariana tern 58%
mais chances de ser obeso, quando adulto,
do que aqueles que vier am ao mundo por
par to normal. Uma das explicacoes para
isso pode ser a alteracao no desenvolvi-
mento, ou na composicao da microbiota
intestinal, tambem conhecida como flora,
que e criancas que nascem de parto vaginal.
Isso porque, na cesariana, 0bebe nao tern nenhum contato
com a vagina materna, que concentra micro-organismos
importantes para a flora intestinal da cnanca. Este conta-
to parece ser importante para 0 desenvolvimento da flora
intestinal do recem-nascido, Algumas bacterias presentes
no canal do parto teriam efeito benefice por estimular 0
sistema imunologico do recem-nascido. Sem isso, a maneira
como acolhemos e armazenamos energia e afetada e ha urn
impacto sobre 0 surgimento da obesidade.
Isso e 0 resultado da pesquisa que concluimos ha pouco na
Faculdade de Medicina da USP de Ribeirao Preto. Usamos
inforrnacoes de urn grupo de bebes nascidos em Ribeirao
Preto, interior de Sao Paulo, entre junho de 1978 e maio
de 1979. No momenta do parto, foram coletados dados das
maes e dos filhos. De abril de 2002 a maio de 2004, ou seja,
quando os filhos ja tinham entre 23 e 25 anos de idade, usa-
mos dados de 2.057 deles e fizemos uma analise do estilo de
vida e avaliacao antropometrica (levando em conta a pratica
de exercicios fisicos e quest6es socioeconomicas),
A questao da obesidade nao e a (mica quando se relacio-
na a forma do nascimento com as caracteristicas futuras.
Outros estudos js. revelaram que alteracoes na microbiota
intestinal podem estar ligadas a algumas condicoes inflama-
torias cronic as comuns. Alem dapropria obesidade, doenca de Cro-
hn e ate a diabetes. Alguns estudos
tambern mostraram que a presen-
ca de bacterias intestinais durante
os 3 primeiros dias de vida foram
influenciadas pelo tipo de parto.
Ficou evidente uma ausencia subs-
tancial de bacterias que podem ter
urn impacte significativo sobre as
funcoes imunologicas do bebe.
Vale lembrar ainda que 0 au-
mento das taxas de cesariana ocorreu em paralelo como aumento das taxas de obesidade. Na Inglaterra, Suecia
e Estados Unidos, por exernplo, os indices de cesarianas
passaram de 60/0, 80/0 e 100/0, em 1975, para 210/0,160/0 e
24%, em 2001, respectivamente. Em Ribeirao Preto, a taxa
de cesariana aumentou de 30%, em 1978, para 510/0, em
1994. Hoje esta em tome de 60%. J a a taxa de obesidade
no Brasil aumentou de 4%, em 1974, para 11% em 2006.
Uma vez que a colonizacao intestinal pode ter urn efeito
duradouro na saude, concluimos que 0 aumento das taxas
de cesariana pode desempenhar urn papel fundamental na
~~i~~~i~ ~_~~_~~~~~~~_~~ _~~~~_~.~ _
Marco Antonio Barbieri (coordenador), Helena A1IakoSueno Goldani,
Heloisa Bettiol, Antonio Augusto Moura da Silva, Marilyn Agranonik,
Mauro Moraes eMarcelo Goldani, do Nuc!eo de Estudos da Saude
da Crianfa e do Adolescente da Faculdade de Medicina da USP de
Ribeiriia Preta
Parto naturaldiminuiaschances de seter diabetese doeneascronicascomunshojeemdia
Repcrtagem: T ia g o C o r de ir o e Ha r ia Reha v ia JULHO_2011_93
5/10/2018 Revista Galileu junho 2011 - De onde vem o Mal - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/revista-galileu-junho-2011-de-onde-vem-o-mal 87/91
p o r lu ci a C a va lie ri
substituicao dos derivados de pe-
tr6leo pelos chamados agrocom-
bustiveis - elaborados a partir da
biomass a vegetal - pode parecer a
solucao para a crise dos f6sseis no
mundo. Mas do jeito que vem sendo
executada vai causar uma serie de
problemas nos parses pobres que apresentam as con-
dicoes para a producao da biomassa. A producao do
etanol brasileiro camufla atividades e relacoes que nao
sao nada sustentaveis do ponto de vista social. Sem
contar a queima indiscriminada da cana-de-acucar,
processo conhecido como devastador ambiental.
Hi dezenas de pontos criticos na prcducao dos
combustiveis ditos "ecologicamente e politicamente
corretos". Centenas de rrrilhoes de hectares de terras
ferteis tern side e serao destinados a producao da
biomassa, milhoes de produtores rurais do campo
sao expulsos de suas terras de origem, a poluicao daagua e do meio, os problemas de saude com a chuva
de fuligern resultante da queimada da palha de cana,
a diminuicao da diversidade social e biologica por con-
ta do cultivo da cana. a potencial contaminacao dos
ecossistemas vizinhos par organismos geneticamente
modificados, as condicoes de trabalho degradunte dos
camponeses, proletarios, migrantes e sub-proletaria-
dos que trabalham na producao da biomassa.
M E I O A M B I E N T E
E rano l estalonge desersustentavelCONDI(O ES D EGRADANTES DE
TRABALHO , EXPROPR IA (OES ,
MONOPOLIOS E DEVASTA (AO
AMBIENTAL . TUDO ISSO DERRUBA
o M ITO DA ENERG IA LlM PA DO
AGROCOMBUSTIVEL
94 JULHO 2011
~~~
5/10/2018 Revista Galileu junho 2011 - De onde vem o Mal - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/revista-galileu-junho-2011-de-onde-vem-o-mal 88/91
o agronegocio da cana ocupa 0 primeiro lugar no
ranking de Iibertacoes de trabalhadores escravizados
no pais. Segundo a Comissao Pastoral da Terra, a
CPT, somente em 20.0.8 cerca de 2,5 mil trabalha-
dores deixaram uma condicao analoga a escravidao
nas lavouras. 0 indice cor responde a 49% do total
dos 5,2 mil trabalhadores libertos no pais. 0 agro-
cornbustivel sustenta ainda outro indice alarmante:
entre 20.0.5 e 20.0.6 foram 20. trabalhadores mortos,
possivelmente por exaustao, durante 0 corte da cana.
Hoje 0Brasil e 0maior produtor mundial de acucar e
o segundo maior exportador de etanol. Produzimos
cerca de 30.% do total de cana-de-acucar mundial e
18% do total de acucar, Mas os numeros sozinhos
nao demonstram as condicoes de producao e seus
reflexos politicos, econornicos e ambientais.
Na producao brasileira de alcool, a logica de ex-
pansao do capital casou com a logica territorial do
Estado numa uniao abencoada pelos latifundiarios epelo mercado internacional das commodities. 0casa-
mento, bern como a simpatia pela producao dos "bio"
combustiveis, nao sao indlspensaveis, mas com eles,
o risco do setor diminui. Como alternativa a queimados combustiveis f6sseis, a producao dos agrocom-
bustiveis mostra toda a sanha da producao do capital
que expropria os camponeses, monopoliza 0 territ6rio,
territorializa-se, impulsiona migracces e polui em
varies lugares do mundo.
Enquanto 0 agroneg6cio
discute uma agenda para
transformar 0 etanol emcommodity, 0 projeto poli-
tico e economico centrado
na exportacao de produtos
produzidos na logica do ca-
pital parece que continuara
monopolizando territ6rio.
Contrapondo-se as anali-
ses de muitos economist as e
Soem
zons.foramI ibertadas 2,5
mllpessoas
em situacaode escravidaonas l a vourasdecana
da midia, os movimentos sociais, alguns set ores da
academia e diversos ambientalistas organizam-se pa-
ra descortinar ao mundo a violencia dessa producao,
E questionam a continuidade de urn projeto centradona producao de combustivel para abastecer 0mercado
de autom6veis que se pauta no uso individual.
A atual demanda por forca de trabalho do setor faz
com que milhares de trabalhadores partam todos os
anos para Sao Paulo, muitos deles vindos do Vale do
Iequitinhonha (MG). Essa migracao, especificamente
para 0 setor sucroalcooleiro, tern provocado mudancas
significativas no modo de vida de milhares de familias
que contam com as remessas provindas do trabalho
executado pelos homens, que buscam sobreviver sem
a presenca do chefe de familia, marido e pai. Mais
urn custo que devemos colocar na conta do mito da
~~~~~~~~~~~~-~- - -- - -- - --------- --- --- --- ---- - - - -- -Lucia Cavalieri Ii doutora em Geografia pela USP
POLLTICA
Inquisi~ofo i a sem en te
dosreg imestotaIitarios(OM ELA FORAM INSTITUIDAS
PRAT ICAS DE ABUSOS , TORTURAS,
CONTROLES DE INFORMAC :AO E
L lMPEZA ETN ICA porTobyGreen
Com sua capacidade de
vigiar a vida dos ci-
dadaos, a Inquisicao
na Europa foi uma
precursora das organizacoes
que tornaram mais sombria
a vida dos seres humanos no
seculo 20.. Foi nada menos do
que a prime ira semente dos
governos totalitarios e da
institucionalizacao do abuso
racial e sexual. Os tribunaisda Inquisicao em Portugal e
na Espanha estavam longe de
serem controlados apenas pe-
la Igreja. Houve, claro, uma
tnquistcao medieval, conduzi-
da por bispos. Mas, quando a
nova inquisicao foi criada na
Espanha, em 1480., 0 rei Fer-
nando demitiu os inquisido-
res papais para substitui-los
com seus pr6prios nomeados.
Existem varios documentosque mostram que 0 papado
tinha muito pouco controle
sobre os inquisidores de Por-
tugal e Espanha. Portanto, a
Inquisicao representou clara-
mente tnstituicoes do Estado,
que apresentava urn crescente
poder centralizado.
Quando pens amos nos regi-
mes totalitarios do seculo 20.,
podemos lembrar de diversas
influencias da Inquisicao naEuropa. Na Espanha, a dita-
dura de Franco herdou os as-
pectos do modus operandi das
form as de repressao inquisito-
rial. Houve ali, por exemplo,
uma rede de informantes se-
cretos, urn incentivo a fofoca e
a delacao e a censura de livros.
A Alemanha nazista tambem
teve urn legado, por meio da
ideologia de pureza de sangue,
inquisit6ria.
A institucionalizacao da
discrirninacao por meio da
ideologia da limpeza racial e 0primeiro registro explicito de
lei que discriminava as pes so-as por conta de sua ancestra-
lidade. A Inquisicao teve urn
papel fundamental nesta ide-
ologia, na perseguicao etnica,
Em candidatos para empregos
de confianca, era comum uma
varredura em toda a sua gene-
alogia para verificacao de tra-
cos de "irnpureza de sangue"
durante 0 regime nazista. A
ideologia da limpeza etnica
posteriormente foi influenteno desenvolvimento do racis-
mo no entao chamado Novo
Mundo.
A Inquisicao foi, no final,
urn instrumento ideo16gico
para 0 desenvolvimento de
uma nacao e de uma cultura
"puras" a partir das "impure-
zas" que seriam a contraparte
ideologica da violencia da der-
rota dos mouros e da expulsao
~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~~ ~ ~ ~ _ r _ ~ ~ ~ : ~Toby Green Ii jornCilista e professor
do King's College, em Londres, e
autor de Inquisicao: 0 Reinado do
Medo (Editora Objetiva)
JULHO_2011_95
5/10/2018 Revista Galileu junho 2011 - De onde vem o Mal - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/revista-galileu-junho-2011-de-onde-vem-o-mal 89/91
poderiam ser consideradas atividade fisica.
Entram ai atividades de trabalho, de cui-
dados com a casa, de lazer. Ou seja, nem
sempre e sinonimo de exercicio fisico ou
de pratica esportiva.
o segundo problema dessa relacao de cau-sa e efeito tern a ver com 0 pr6prio termo
qualidade de vida. Existe uma certa con-
cordancia que a qualidade de vida envolve
aspectos de bem-estar fisicos, materiais,
sociais e emocionais. Nos meios de comuni-
cacao aparecem inumeras ideias associadas
a isso. Para melhorar sua qualidade de vida,
de acordo com 0que se ve nos anuncios, por
exemplo, voce po de comprar urn certo tipo
de margarina ou usar determinado creme
para 0 corpo. A construcao de uma nova ro-
dovia, a implementacao de urn programa de
seguranca, ou 0 aumento de areas verdes nas
cidades tambem sao acoes associadas a essa
melhora. E, evidentemente, ha sempre uma
nova forma de fazer exercicios ou urn novo
modismo lancado por academia. 0 problema
e pensar que essas coisas, tao diferentes en-
tre si, podem causar urn impacto definitivo
na qualidade de vida das pessoas,
Pela logica que geralmente encontramos
na relacao entre atividade fisica e qualida-
de de vida, pessoas com profissoes que tern
grande gasto energetico, como e 0 caso de
pedreiros e estivadores, teriam excelentequalidade de vida. Mas sabemos que nem
sempre isso acontece. Alem disso, medicos
e profissionais de saude vivem repetindo a
necessidade de as pessoas aderirem a pro-
gramas de exercicios, 0que realmente e born
MALHAI;AO
AtMdadef i s i c a nios h ! n i f i c aqualidade d e vidaFO SSE ASSIM NAO HAVER IA TANTAS
DES ISTENC IAS EM ACADEM IAS
E ESTIVADORES TERIAM UMA
SAUDE EXCELENTEp ar A na Lu cia P ad rd o d os San tos
relacao entre a qualidade
de vida e a atividade fisica
parecia ser inquestiona-
vel nos dias de hoje. To-
do mundo fala que mexer
o corpo vai melhorar sua
saude ou a maneira como
voce vive - a tal qualidade de vida tao cul-
tuada em nosso tempo. Mas est a relacao
nao e tao clara assim.Do ponto de vista teorlco, ainda que
existam outras definicoes bern diferentes,
atividade fisica e definida como urn movi-
mento dos rrnisculos que resultam em gasto
energetico, Logo, varias tarefas cotidianas
5e for como a maioria
das pessoas, sera 6b-
vio para voce 0 que
significa fazer mate-
matica, Ainda que seja pres-
sionado a dar uma definicao
precisa, responder a com uma
ideia geral do que 0 tema en-
volve: mimeros, aritrnetica,
algebra, equacoes, geometria,
problemas sobre trens que dei-
xam estacoes, teoremas. Voce
nao tera nenhuma diftculdade
em dizer se e born nisso (a res-
posta geralmente e "nao" ou,as vezes, "nao multo") ou se
gosta do assunto.
Mas essa visao da mate-
matica e extremamente em-
pobrecida e nao representa a
disciplina em si. Os numeros
constituem apenas parte de
urn tipo particular de mate-
matica e, na verdade, nao ecom calculos aritmeticos que
a maioria dos matematicos
gasta a maior parte do tempo.
A matematica natural realiza-
da par seres vivos de outras
especies tambem nao se res-
tringe a numeros e aritmetica.
Ela trata de padroes. E e de
padroes que a vida e feita.
Os seres humanos nascem(ou adquirem logo depois do
nascirnento) corn urn senso
de numero que lhes permite
distinguir 1, 2 ou 3objetos ou
EDUCA~O
Tod omund oebomemmatematicaJA N ASCEMOS COM UM SEN SO
NUMER IC o. 0 QUE ATRAPALHA
E 0 JEITO Q UE AS
ESCOLAS ENSINAMA DISCIPL INA
p o r K e ith D e v lin
96 JULHO 2011
~
5/10/2018 Revista Galileu junho 2011 - De onde vem o Mal - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/revista-galileu-junho-2011-de-onde-vem-o-mal 90/91
para a saude. Mas se essa pratica vai trazertanta qualidade, por que e tao dificil conven-cer as pessoas a adota-las> E 0 que as levaa desistir destes programas tao facilmente?
Talvez seja 0momento de repensar como e
que esses exercicios sao propostos.Para completar 0 quadro, podemos ana-
lisar a vida dos atletas. Eles tambem estao
sempre em movimento e deveriam ter umaexcelente qualidade de vida. Mas e comum
ouvir dos pr6prios que e uma vida de sacri-ficios, Como, entao,
pode ser uma vida dequalidade?Nada disso prova
que a atividade fisica
nao melhora a quali-
dade de. vida, masmostra que a relacaoentre os dois concei-
tos nao e tao direta.A qualidade de vidapode ser entendi-
da como 0 senso de
Atletasvivemsesacrificando.Como, entao,
essa pode serconsideradaumavidadequa l idade?
bem-estar e satisfacao em areas da vida queuma pessoa considera importante. Assim,
antes de aderir a urn programs de atividade
fisica, e importante que cada urn avalie 0
que e importante para si em vez de seguir
apenas 0 senso comum. Assim a relacaoentre qualidade de vida e a atividade fisica
se transforma em uma verdade pessoal.
Ana Lucia Padrao dos Santos e projessora e pesqui-
sadoTa da Escola de Educarao Fisica eEsporte da
UniveTsidade de Sao Paulo
sons. Aos 4 meses sao capazes disciplina, precisaremos ava- Com esforco consideravel, po- R$ 27,99 significa algo, Mas
de saber (talvez inconscien- liar a forma e 0 contexto no demos aprender tabuadas e 27,99, nao, E s6 urn mimero.temente) que, quando se jun- qual ela e apresentada. 0 grau treinar para seguir urn peque- Trabalhar com aritrnetica
tam dois objetos isolados, 0 de sucesso de uma pessoa no no numero de procedimentos escolar nao envolve procedi-
resultado e urn conjunto de 2 dominio da maternatica es- aritmeticos. Mas mesmo ai 0 mentos mais dificeis do que
objetos, nao 1, nem 3. Sabem colar dependera, em grande significado e a chave. E duvi- podemos ver em uma crianca
que quando retiramos urn ob- parte, de quanto significado dose que ate mesmo 0cerebro de 9 anos de idade, precaria-
jeto de urn conjunto de 2, 0 ela conseguira atribuir aos humano seja capaz de efetuar mente instruida, numa barracaque sobra e urn objeto, nao 2, simbolos e as operacoes efe- uma operacao desprovida de de feira. Aunica diferenca e 0
tampouco nenhum. tuadas com eles. senti do. Amatematica de rua grau de significado envolvido.
o problema nao esta no fa- o cerebro humane evoluiu trata exatamente da execucao Uma vez que apreendemos 0
to de as pessoas nao conse- como urn dispositivo de busca de operacoes com significa- significado, a maternatica es-guirem usar maternatica. Na de significado. Nos vemos e dos enquanto a matematica colar fica muito mais facil.
eerdade, elas nao conseguem buscamos significado em toda escolar trata simplesmente ------------------------------
usar matematica escolar, uma parte. Urn computador pode das manipulacoes formais de Keith Devlin e professor do depar-
vez que ela e abstrata. 0 que ser prograrnado para seguir simbolos cujos significados, tamento deMatemcitica da
a evidencia mostra e que se regras sem ter nenhuma com- quando existem, nao estao Universidade de Stanford e autor
n6s quisermos aumentar a preensao de seu significado. representados nos simbolos. de 0 Instinto Matematico,
probabilidade de aprender a Mas as pessoas nao sao assim. Para a maioria das pessoas, do.Editora Record
JULHO_2011_97
5/10/2018 Revista Galileu junho 2011 - De onde vem o Mal - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/revista-galileu-junho-2011-de-onde-vem-o-mal 91/91
o PROCEOIMENTO A SE R
SEGUIDO E SASICAMENTE 0
MESMO DE O UT RO S T lP OS
D E D ES AS TR ES •••
ROTEIRO: GUILHERME ROSA A R T F . GIL TOKIO. ESTUD IO P INGADO
A AULA D OS MOR TO S -V IV OS
o L A . 0 CENTRO D E CO NTR OlE DE D OENC AS DO
GOV ERNO AME R ICANOJ 0CD C. M E P EDIUPR A VIR AQ UI EN SIN AR VOCES COMO AGIR DURANTE
UM ATAQUE DE ZUMBIS.
top related