revista nhô balta
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Revista Informativa N.º 0 de 20 de Junho de 2012
CULTURA Estudantes queixam-se de falta de apoios
ADMINISTRADOR DA ULCV
pag. 2 pag. 6
pag. 10
pag. 9
pag.5
NHÔ BALTA
“A Universidade Lusófona cumpre os seus compromissos”
“Vale a pena sonhar”
ADIR Frutos da Lusófona
no mercado de trabalho
Jornal Nhô Balta Nº 0 de 2012 ACTUALIDADE P2
Num mercado pequeno, como o cabo-verdiano, onde a procura é sempre maior do que a oferta, encontrar emprego cons-titui a parte mais dura para os recém-formados. Lenilda Maocha licenciou-se em Gestão de Empresas Turística e Hoteleira e é um dos poucos discentes da instituição que já estão enqua-drados no mercado de trabalho.
“Quando terminei o meu curso, continuei no meu trabalho, onde já tinha alguma segurança. Entretanto tinha os meus planos e já estava me preparando para qualquer oportunidade melhor que me aparecesse”, conta a recém contratada do Hotel Don Paco onde trabalha na área de comercial. Outra que não teve de enfrentar
o desemprego pós licenciatura
para encontrar trabalho na sua
área é Letícia Neves, licenciada
em Ciências da Comunicação,
vertente jornalismo. Antes de
terminar o seu curso, participou
numa formação intensiva em jor-
nalismo, feita pela Alfa Comuni-
cações. Uma formação que tinha
como objectivo recrutar alguns
jovens jornalistas para o Jornal A
Nação.
“Na verdade, até agora, não foi feita a selecção total, ainda esta-mos no estágio. A maioria está na redacção na cidade da Praia. Acho que poderemos ficar, mas a decisão é da direcção que terá de decidir o nosso futuro”, adian-ta Letícia Neves que, há mais de sete meses, está a trabalhar como estagiária no referido jor-nal.
Simone Dias também licenciou-se em Ciências da Comunicação, na vertente multimédia mas, até agora, não teve a mesma sorte que Letícia e Lenilda. “Tenho perdido algumas oportunidades.
A “Cabo Verde Telecom” abriu um concurso em multimédia e eu não pude concorrer. Eles esta-vam a pedir licenciatura e não pude me apresentar como tal porque ainda não expus o meu projecto de fim de curso”, conta a estudante que, até o momento trabalha numa das livrarias da cidade. Da Carteira à Secretária
Natural de Santo Antão,
Dirceu Rocha licenciou-se em Ciências da Comunicação – ver-tente jornalismo. Determinado, assim que finalizou os estudos, o ex-estudante começou logo a procura de emprego.
Meses depois começou a
trabalhar como professor na Uni-versidade Lusófona, a mesma onde tinha acabado de fazer a sua licenciatura e onde também trabalha como assessor e secre-tario da reitoria.
“A oportunidade de traba-
lho na universidade surgiu quan-
A poucos meses de completar 5 anos de existência, a Universidade Lusó-
fona de Cabo Verde já começa a ver alguns dos seus primeiros “pupilos” enqua-
drados no mercado de trabalho. Alguns na carreira para a qual se licenciaram,
outros em áreas afins.
do estive na instituição para tirar
uma declaração. Conversei com
alguns responsáveis de lá sobre
a minha disposição de procurar
qualquer emprego. Entreguei os
meus documentos e depois fui
aceite para leccionar algumas
disciplinas”, revela o professor
cuja falta de experiência na área
foi um dos factores que dificultou
a sua integração com os alunos.
Para já, afirma que está sendo
uma óptima experiência e não
descarta a possibilidade de vir a
conciliar o jornalismo com a
docência.
Dos cerca de uma cente-
na e meia de discentes que esti-
veram no último ano de curso na
ULCV, 58 foram aprovados na
totalidade e, até o momento,
apenas 8 já defenderam o seu
trabalho final. Para este ano, a
universidade poderá colocar mais
163 licenciados no mercado de
trabalho.
Frutos da Lusófona no
mercado de trabalho
Paulo Rosário
Lenilda Maocha
Letícia Neves
Simone Dias
Dirceu Rocha
Frutos da Lusófona no mercado de trabalho
Jornal Nhô Balta Nº 0 de 2012 SOCIAL P3
D e vários cantos do
país chegam alunos
para vestir uma
universidade. Pri-
meiramente a intenção é estu-
dar. Mas com o tempo descobre-
se que por detrás das salas de
aulas há talentos e pessoas com
um histórico artístico já bem
explorado ou por explorar.
Tenisha Channel, licencianda em
Multimédia é um destes talentos.
Tem uma paixão pela música
desde criança e uma aptidão
para desenhar. Fez parte da ban-
da “ Fusion”, participou num
coro da sua escola nos Estados
Unidos da América, fez parte do
projeto “Arte Agosto” como can-
tora e, ultimamente concorreu
para o concurso nacional
“Talentu Strela”. Channel admite
que “ a universidade deveria dar
mais importância a estes porme-
nores e, para além do ensino,
incentivar os jovens a serem
mais criativos em relação a arte”.
“ A música é um grande estímulo
para as pessoas estudarem.
Seria necessário tomar esta
medida para incutir nos alunos
esta vontade de estar na univer-
sidade. Enfim, há muitas coisas
que se podiam fazer em torno da
arte. “Acredito que o que falta
aqui é o interesse da universida-
de em si.” Disse-nos Jorge
Almeida, aluno de Direito e músi-
co.
Quando questionado se os alu-
nos também não deveriam tomar
a iniciativa de mostrar estes
talentos e ajudar a universidade
na sua divulgação, Jorge Almeida
explica que “ os alunos não
fazem nada porque estão decep-
cionados com a indiferença da
universidade”.
Já para Emanuel Lopes, aluno de
4ºano de Multimédia e apaixona-
do pela arte, os alunos estão
muito relaxados “ querem só cer-
Muitos são os alunos que abrilhantam a Universidade Lusófona de Cabo
Verde com as suas competências e paixões na e pela arte. No entanto,
estes alunos encontram-se descontentes com a atitude da Universidade e
acham que esta deveria dar mais importância e destaque a estas capaci-
dades artísticas.
vejada, festa, não querem saber
de actividades culturais”. No
entanto, todos são culpados por
esta indiferença uma vez que “
tanto os alunos como a universi-
dade, passando pela secretaria
estão num amadorismo total,
não há profissionais aqui”.
No geral são jovens determina-
dos, empenhados e corajosos. A
vontade e a paixão continuarão a
falar mais alto. Independente-
mente do apoio e da valorização
da universidade querem aperfei-
çoar os seus conhecimentos,
mas, sobretudo praticar aquilo
que consideram ser a sua paixão
de nascença: a música.
Talentos “ignorados” da
Universidade Lusófona
Jorge Almeida Tenisha Channel Neu Lopes
Arilízia Rodrigues
Na segunda jornada do torneiro de fotebolim da Universidade do ISCEE, a equipa masculina da turma de Gestão de Empresas venceu por 9 bolas à 2 a turma de Contabilidade, em masculi-nos. Já em feminino a equipa feminina da turma de Contabili-dade venceu por 7 bolas à 2 a turma de Gestão de Empresas. A segunda jornada do torneiro de fotebolim da Universidade do Instituto Superior Ciências Eco-nomias e Empresariais, ISCEE,
contou com dois jogos, uma em masculino e outro feminino. O primeiro jogo foi disputado pela equipa masculina onde a turma de Gestão de Empresas jogava contra a turma de Contabilidade. Nos primeiros minutos o jogo estava equilibrado, mas aos 15 minutos a turma de Gestão de Empresas marca o primeiro golo pelo guarda-redes Hernâni. O jogo ganhou dinâmica e logo de seguida a turma de Contabilida-de fez o empate, e o jogo contí-nua com um bom ritmo com a equipa de Contabilidade a fazer o 2-1.
Já na segunda parte do jogo a turma de Gestão de Empresas usa outra tactica e reverteu o jogo o que os leva a vitória por nove bolas a 2 frente a turma de Contabilidade. A equipa feminina jogou 15 minutos cada lado por causa do atraso que tiveram mas mesmo assim conseguiram ganhar alguns pontos. A turma de Ges-tão de Empresas entrou come-çando a jogar mal, sofreram em 10 minutos 4 golos marcados pela equipa adversária, faltando 1 minuto para a primeira parte
terminar a turma de Gestão de Empresas faz o primeiro golo marcado pela Lidiane. A segunda parte a turma de
Contabilidade continua a frente e
Simone consegue mais dois
golos, a turma de Gestão de
Empresas não desiste e faz um
segundo golo marcado por Bia,
em seguida Yarine da turma de
Contabilidade consegue mais 2
golos. O placar final a turma de
Contabilidade ganha por 7 bolas
a 2 a turma de Gestão de
Empresas.
DESPORTO: Torneio de Futebolin
Jeneviene Almeida
Jornal Nhô Balta Nº 0 de 2012 PONTOS DE VISTA P4
P assaram 5 anos desde a abertura das portas da ULCV, e os resultados começam a ser notáveis.
Prova disso é a conclusão das duas primeiras fornalhas de licenciados que ansiosos já espreitam o mercado de traba-lho, que cada vez mais se torna exigente. A conclusão das pós-graduações em gestão escolar e supervisão pedagógicas minis-tradas na universidade lusófona de Cabo Verde são provas da incessante procura do conheci-mento científico, que afigura como meta e desígnio da institui-ção. Neste momento estão a ser ministrados alguns mestrados em áreas sociais, que provam a vontade por parte da instituição em promover a pesquisa e o conhecimento científico. O reconhecimento por parte do público O crescimento significativo de estudantes que procuram a uni-versidade Lusófona de Cabo Ver-de, a fim de prosseguir com mais uma etapa da vida académica encontra uma variedade de opções, que se resume em nove licenciaturas desde ciências da comunicação, direito, serviço social, entre outras. Muitos já são os casos de suces-so de recém-formados, que já se integraram no mercado de traba-lho e, muitos, mesmo sem con-
cluir a licenciatura já se encon-tram de bem com a labuta diá-
ria. Como é o caso de Odair Varela, que estuda o quarto ano de ciências de comunicação, e trabalha num dos mais concei-tuados semanários do país, além de ser um dos mais influentes escritores da blogosfera cabo-verdiana. Não indo muito longe, no dia 4 de Março foi apresenta-do uma curta-metragem no cen-tro cultural do Mindelo, em que a turma de quarto ano de ciências de comunicação, vertente multi-média brindou o público Minde-lense com uma obra de muito boa qualidade (Tu és um Portu-guês). Prova dada que esses alu-nos são capazes de desenvolver e conceber projetos multimédia, sinal claro de que a missão e os objectivos desse curso estão a ser cumpridos, o que evidencia claramente que escolher a ULCV para continuar os estudos é uma escolha inteligente e acertada.
Uma oferta única de ensino superior
Localizada em chã de cricket, a Universidade Lusófona é um espaço único de ensino superior, uma instituição com uma visão direccionada para a realidade do país. Uma instituição que articu-la ensino e investigação num campus que procura sempre a excelência numa visão de “construir o futuro”.
A ilha de São Vicente vive mergulhada numa crise que passa tanto pela falta de desenvolvimen-
to como pela atitude dos seus habitantes. As evidências dessa é a taxa de desemprego que asso-la a ilha com a maior taxa do país. Os líderes locais reclamam do governo por falta de projectos para ilha, “que clamam que José Maria e companhia abandona-ram”. Odair Varela é crítico na situação em que se encontra a ilha. Mas o principal alvo de críticas é mes-mo os universitários. Para ele deveriam ser representantes da massa critica com argumentos reivindicativos fazendo que suas vozes fossem ouvidos de forma a mobilizar as pessoas para o que está acontecendo com esse “brasilim”. Francisco Delgado acredita que São Vicente está tornando uma cidade universitá-ria ma mas “não parece que num curto espaço de tempo” vamos ter uma massa pensante para São Vicente. As críticas a essa, suposta, “futura massa crítica” é que pecam pela falta de uma reivindicativa. Mas a população no geral não foge as críticas destes alunos da universidade lusófona de cabo verde. As palavras encontrada por Steven Silva para classificar a sociedade sanvicent ina é “descontra e positivista”. Como explica não tem um ritmo próprio e tudo é deixado ao “deus-dará” não importando em resolver os seus problemas. “O dia para fazer nunca chega sendo” este os motivos pelo qual não conse-gue resolver os problemas mais urgentes. Mas Francisco já é programático ao afirmar que além da própria apatia da sociedade ela é conse-quência de um partidarismo fer-voroso. “Enquanto a questão de militância politica e partidariza-ção for tratada como a equipas de futebol nos não vamos para frente”. Esse fanatismo político é visto como algo que cega a men-te e perturba e não deixa as pes-soas de verem a realidade como ela é. Para Odair a questão não é sim-ples e afirma que a sociedade não tem poder reivindicativo pela “ falta de conhecimento e tam-
b é m por falta de liderança”, “não temos uma cultura de liderança”, acrescenta. A falta de uma refe-rência cria um vácuo na socieda-de ao mesmo tempo que cria uma “desorientação geral”.
O factor económico A sociedade mindelense hoje está perdendo muito com a “exportação de tudo para a Praia”. Com o nível de desem-prego preocupante, a maior do país, São Vicente esta vendo suas oportunidades diminuírem. Empresas locais estão a tentar a sua chance na em outros lugares já que a ilha está parada onde a economia há muito que não vê sinais de retoma. Para Francisco a edilidade da ilha e o governo não ajudam já que há projectos em gaveta, fechados sem opor-tunidades para serem realizadas. “Tendo em conta que o governo passa muito tempo a falar do porto de águas profundas mas quem já viu o projecto? Tem muitos projectos para são Vicen-te e mas onde estão? ” Pergunta Francisco.
Soluções Odair não prevê uma melhoria na situação. Mas a sua posição é que “quem for mais esperto aproveita da situação”. Mas Francisco aleta para que seja tomada uma atitude positiva em que cada um possa fazer a sua parte para o benefício da ilha. Para Francisco se cada um fizer a sua parte ajudando a ilha da sua maneira “as coisas iriam ser diferente”. Steven por seu lado apela a união de todos para ultrapassar “essa má fase”.
ULCV
Conhecimento em crescimento São Vicente: falta de ventos
de mudança
Rogério Andrade
Coordenação e Revisão: Ana Fernandes
Edição e Design: Odair Varela
Redacção: Arilízia Rodrigues - Hernâni Delgado -
Francisco Delgado - Jeneviene Almeida - Anderson
Andrade - Odair Varela - Lendira Cabral - Simone Lima
- Sibele Ferreira - Rito Afonso - Rogério Andrade -
Bruna Goretty - Luizete Santos - Belinda Delgado
Hernani Delgado
Jornal Nhô Balta Nº 0 de 2012 ACTUALIDADE P5
O Administrador da
Universidade Lusó-
fona de Cabo Ver-
de, Engenheiro
Montenegro Fiúza, diz que ape-
sar dos vários compromissos que
qualquer instituição de ensino
tem, a escola tem honrado com
os seus compromissos.
Porém, os alunos têm-se queixa-
do com a falta de condições,
nomeadamente a falta de mais
laboratórios de informática e de
salas de multimédia devidamente
equipados. Questionado ao
administrador se têm algum pro-
jecto em vista, no sentido de
minimizar essas lacunas, ele diz
que a instituição tem alguns pro-
jectos, e que também está pre-
visto para breve alguns investi-
mentos do grupo lusófona em
Cabo Verde
Segundo Fiúza o pagamento das
propinas dos alunos é a maior
fonte de rendimento da universi-
dade, e que o seu comprimento
é determinante para a concreti-
zação das metas que tem traça-
do para a melhoria das condi-
ções de ensino e aprendizagem.
Mas há alguns alunos com propi-
nas em atraso, com um valor
que varia durante o ano lectivo,
em função da época dos exa-
mes, “mas diria que o valor
andará muito próximo dos 20%”.
O administrador diz que em
alguns casos, do não pagamento
das propinas, chegam numa
negociação com os alunos, por-
que ele acredita que existem alu-
nos que atrasam o pagamento
por manifestas dificuldades
financeiras, “Utilizamos a nego-
ciação, numa tentativa de nos
aproximarmos do universo do
aluno e dos problemas inerentes,
para chegar a planos de paga-
mento personalizados”. Ele diz
terem tido bons resultados.
Quanto aos alunos bolseiros com
propinas em atraso, o adminis-
trador diz que a universidade
ainda está em processo de análi-
se e negociação.
“A Universidade Lusófona cumpre seus compromissos”
Simone Lima
ADMINISTRADOR DA ULCV:
A decisão foi manifestada pela administradora executiva da Fun-dação, Elisabete Ramos, por altura do 1º encontro com os bolseiros na Ilha de Vicente. Na reunião com os bolseiros na Universidade Lusófona de Cabo Verde e a responsável
“Estivemos muito tempo longe dos nossos beneficiários e isso saldou-se em vários problemas. Agora com a fundição das diver-sas instituições em FICASE é possível filtrar muitas coisas. Vamos continuar a apoiar e garantir que a formação dos alu-nos decorra como o previsto. Algumas questões foram esclare-cidas e fico satisfeita que os alu-nos tenham percebido as neces-
FICASE controla verbas da formação A Fundação Cabo-verdiana de Ação Social Escolar, FICASE quer estar mais perto dos alunos a quem apoia com bolsas de Estudo.
sidades das mudanças introduzi-das.” Alguma ignorância sobre a forma como as bolsas são concedidas foi um dos temas fortes do encontro. As novas regras que norteiam a atribuição das bolsas de estudo têm como novidade o pagamen-to direto das propinas dos alu-nos, nas instituições onde estu-dam. Esta situação criou, nos últimos tempos, algum mal-estar no seio da camada bolseira que procurou a imprensa para con-testarem a prática. A finalidade da Ficase é cortar alguns des-vios, protagonizados por alguns alunos que vinham recebendo os valores das bolsas e recusavam a pagar as propinas. Após a reunião, os alunos saíram satisfeitos com os esclarecimen-tos, contudo apontaram algumas deficiências funcionais da Funda-ção. Simone Lima defendeu a criação de uma representação funcional no Mindelo. “Se procuras uma informação na delegação do ministério ninguém sabe de coisa alguma. Nunca te informam como deve ser. Com
uma delegação própria iriam res-ponder, de facto, as necessida-des dos alunos bolseiros, que os procuram.” Alguns alunos estavam em sus-pense à entrada para o encontro. Rosa Ramos, do 3º ano de Ges-tão, na ULCV, foi exemplo dessa preocupação. “A FICASE custeia a 100% a minha propina, mas há um senão é que sou colaboradora da Lusófona e como a universidade me dá 50% de desconto já não recebo o restante dinheiro. O remanescente ajudava-me com as fotocópias e outras necessida-des do curso, por isso sinto que fiquei prejudicada. Mas de certa forma foi uma iniciativa que cor-tou muitos abusos. Os encontros de seguimento de alunos bolseiros da FICASE acon-teceram nas instituições de ensi-no superior no Mindelo, nos dias 15 e 16 de março. A instituição prometeu realizar encontros similares com uma periodicidade maior e assim estar mais perto dos beneficiários. A fundação apoia a formação em todos os níveis de ensino existentes no território nacional.
Francisco Delgado
Jornal Nhô Balta Nº 0 de 2012 DESPORTO P6
gui vencer nada na primeira épo-ca mas na última época consegui fazer uma boa época. Ganhamos o campeonato regional de São Vicente e o nacional. Era um sonho que tinha desde a criança em ser campeão nacional e con-segui. Foi uma época brilhante para mim e para os meus cole-gas e não vou esquecer disso. É possível vencer essas com-
petições novamente?
È possível mas respeitando os
nossos adversários, temos de ter
os pés no chão. Hoje em dia o
futebol está muito difícil. Com os
avanços tecnológicos, as equipas
já conseguem estudar o futebol
e analisar as outras equipas. Nós
entramos em campo com serie-
dade e respeitando todas os
adversários e entramos para
vencer.
Durante esses anos a jogar
no Mindelense, achas que já
ganhastes a confiança dos
adeptos?
Sim. No primeiro ano tive algu-
mas dificuldades porque não
conhecia o futebol praticado em
São Vicente. Mas já na segunda
época, tive mais oportunidades,
consegui fazer uma boa época,
fruto de muito trabalho, porque
quero entrar para ganhar. Sinto
muito acarinhado pelos adeptos,
sócios e colegas no Mindelense.
Há alguma diferença entre o
futebol praticado em S.
JNB: Em que clube começou
a jogar? Como foi essa expe-
riência?
Adir: Na equipa F.C. Praia Bran-
ca, equipa onde tinha possibilida-
des de jogar porque tinha ape-
nas 16 anos. A equipa lá da
minha zona, o Ultramarina era
muito forte, tinha bons jogado-
res, experientes e mais velhos e
eu não tinha possibilidade de lá
jogar. Estava no início da minha
carreira por isso queria começar
numa equipa com menos pata-
mar e que podia jogar. Mas foi
uma experiência boa.
Porquê optou por jogar em
São Vicente e pelo Mindelen-
se?
Antes jogava no F.C. da Praia Branca e depois fui para a Ultra-marina. Fui para tropa, onde joguei pelo Desportivo. Algumas equipas das Praia viram-me jogar e gostaram do meu fute-bol. Regressei para São Nicolau quando sai da tropa para depois regressar a Praia para ir jogar nos Travadores. Regressei de novo para São Nicolau e encon-tramos o Mindelense na fase de grupo. Eu e o meu irmão fizemos um bom jogo contra o Mindelen-se e eles queriam que ingressás-semos no plantel mindelense para a época 2009/10. E desde aí estou no Mindelense e foi mui-to bom. Qual foi a sensação ao ter vencido o campeonato de S. Vicente e o nacional? Foi uma sensação diferente. Já tinha vencido quatro campeona-tos em São Nicolau pelo Ultrama-rina. Em São Vicente não conse-
Clubes onde jogou: F.C.
Praia Branca, Ultramarina, Tra-
vadores, Mindelense e Despor-
tivo
Palmares: 4 campeonatos de
São Nicolau, 1 campeonato de
S. Vicente, 1 campeonato
Nacional de Futebol.
Vicente e o praticado em S.
Nicolau?
Há uma pequena diferença. Aqui
os jogadores têm maior motiva-
ção em jogar através de uma
ajuda em dinheiro como prémios
de jogos e um salário mensal.
Essa mensalidade permite-me
pagar o meu curso e desenrascar
dia a dia do que resta.
Quais são as suas metas?
Chegar a selecção é uma
delas?
Sonho em jogar na selecção e
preciso trabalhar ainda mais para
chegar lá um dia. Tinha o sonho
em ganhar o campeonato de
Cabo Verde, consegui. Cabo Ver-
de tem grandes jogadores e
espero ter também uma oportu-
nidade como os que lá estão e
ser chamado a selecção nacional.
Como é jogar com o seu
irmão na mesma equipa?
È uma coisa diferente. Já temos
muito tempo a jogar, jogamos
juntos na Ultramarina. No pri-
meiro ano no Mindelense volta-
mos a jogar de novo. È bom,
entendemos muito bem e senti
feliz a jogar com o meu irmão.
Em relação aos estudos. Con-
segues conciliar futebol e os
estudos?
È difícil mas temos que lutar por-
que nada cai do céu. Faço muito
sacrifício para lidar com o futebol
e os estudos e são coisa que eu
gosto muito. Estou na universi-
dade por causa do futebol… O
dinheiro que recebo é que paga
o meu curso. Se não tivesse vin-
do para São Vicente e não esta-
ria a estudar.
Adir da Graça, é um jogador que milita no Sport Clube do
Mindelense. Aluno do 2ºano do curso de Serviço Social, na
Universidade Lusófona de Cabo Verde.
Anderson Andrade
“Vale a pena sonhar” ADIR
Jornal Nhô Balta Nº 0 de 2012 OPINIÃO P7
D everão os alunos no ensino superior avaliar o seu Professor? Esta questão tem gerado
alguma polémica nos corredores das Universidades. Se alguns defendem que o estudante tem o direito de avaliar o seu docente, outros contradizem dizendo que os alunos não têm a capacidade ou maturidade para fazer uma avaliação válida. O que pretende o estudante ao avaliar o Professor no final do semestre ou ano lectivo? Será que essa avaliação é uma forma de expiação ou de vingança? No caso de se tratar de um profes-sor que demonstrou claras defi-ciências na arte da docência, quais os benefícios reais para o aluno que o avalia somente no final do percurso? Qual a maturi-dade de um aluno que acaba de chegar do ensino secundário para avaliar o seu professor? Há quem defenda que o universitá-rio deveria começar a apreciação a partir do terceiro ano de curso, numa formação de quatro anos. Só depois desse tempo, defen-dem, ele terá adquirido a madu-reza necessária para dizer se um Professor está fazendo um bom trabalho ou não. Mas, terá o estudante conheci-mentos suficientes para julgar a prestação pedagógica e a quali-dade profissional dos docentes? Realmente, um aluno que chega do ensino secundário encontra na Universidade um sistema de ensino/aprendizagem diferente. Este choque pode provocar uma avaliação pela negativa pois não está habituado com essas novas exigências. Neste caso, o juízo estaria usando o ensino secundá-rio como modelo de comparação, o que estragaria os resultados. Então, a questão não é se os alunos deverão avaliar o Profes-sor, mas sim, se poderão avaliar.
Por isso, algumas Direcções de Universidades eliminaram a prá-tica de avaliação do Professor por parte do aluno. Talvez por não reconhecerem capacidades no estudante para esta tarefa, ou porque não sabem o que fazer com o resultado dessas avaliações. Acredito que as Direcções desejam aumentar o nível de ensino/aprendizagem das suas instituições. Para isso precisam ter docentes bem cota-dos e bem avaliados. Mas o que fazer com os Mestres e Doutores com fraco desempenho dentro da sala de aula e que eventual-mente venham a ser avaliados de forma negativa? É bom lem-brar que o Ministério do Ensino Superior exige um certo número de Mestres e Doutores dentro das Universidades. Então, qual a solução a adoptar? Deixar os alu-nos avaliarem o Professor e não fazer nada com os resultados ou eliminar a avaliação, pura e sim-plesmente? Com a multiplicação de estabele-cimentos de ensino superior (e a trabalharem no mesmo horário), a quantidade/qualidade de Mes-tres e Doutores tende à escas-sez, pelo que as Universidades há muito que tomaram a sua posição. Nas instituições em que o Professor é avaliado, quem está mais sujeito a sofrer as con-sequências de uma má avalia-ção, são quase sempre os Licen-ciados. Nas outras, finge-se que tudo vai bem. Mas a avaliação não é somente pela negativa. Ela é o momento do aluno reconhe-cer o mérito do docente. Uma boa avaliação serve também de incentivo e de exemplo a ser seguido na melhoria do desem-penho do Professor, melhorando assim, a qualidade da educação e do ensino ministrado. Por isso defendo que o Professor deve ser avaliado pelos alunos universitários, de forma contí-nua, desde o primeiro ano e que o resultado dessas avaliações deva ser levado em conta. Não que uma avaliação negativa levasse automaticamente ao des-pedimento, mas que ela servisse para que o Professor e a Direc-ção repensassem as suas estra-tégias, modelos e metodologias. Ao Professor dá-se a oportunida-de de conhecer os seus pontos fracos e melhorá-los e à Direcção a possibilidade de obter um feed-back dos seus alunos/clientes que são os principais publicitá-
rios da qualidade (ou falta dela) do seu estabelecimento de ensi-no. Deverão os alunos no ensino superior avaliar o seu Professor? Esta questão tem gerado alguma polémica nos corredores das Uni-versidades. Se alguns defendem que o estudante tem o direito de avaliar o seu Professor, outros contradizem dizendo que os alu-nos não têm a capacidade ou maturidade para fazer uma ava-liação válida. O que pretende o estudante ao avaliar o Professor no final do semestre ou ano lectivo? Será que essa avaliação é uma forma de expiação ou de vingança? No caso de se tratar de um profes-sor que demonstrou claras defi-ciências na arte da docência, quais os benefícios reais para o aluno que o avalia somente no final do percurso? Qual a maturi-dade de um aluno que acaba de chegar do ensino secundário para avaliar o seu professor? Há quem defenda que o universitá-rio deveria começar a apreciação a partir do terceiro ano de curso, numa formação de quatro anos. Só depois desse tempo, defen-dem, ele terá adquirido a madu-reza necessária para dizer se um Professor está fazendo um bom trabalho ou não. Mas, terá o estudante conheci-mentos suficientes para julgar a prestação pedagógica e a quali-dade profissional dos docentes? Realmente, um aluno que chega do ensino secundário encontra na Universidade um sistema de ensino/aprendizagem diferente. Este choque pode provocar uma avaliação pela negativa pois não está habituado com essas novas exigências. Neste caso, o juízo estaria usando o ensino secundá-rio como modelo de comparação, o que estragaria os resultados. Então, a questão não é se os alunos deverão avaliar o Profes-sor, mas sim, se poderão avaliar. Por isso, algumas Direcções de Universidades eliminaram a prá-tica de avaliação do Professor por parte do aluno. Talvez por não reconhecerem capacidades no estudante para esta tarefa, ou porque não sabem o que fazer com o resultado dessas avaliações. Acredito que as Direcções desejam aumentar o nível de ensino/aprendizagem das suas instituições. Para isso precisam ter docentes bem cota-dos e bem avaliados. Mas o que
fazer com os Mestres e Doutores com fraco desempenho dentro da sala de aula e que eventual-mente venham a ser avaliados de forma negativa? É bom lem-brar que o Ministério do Ensino Superior exige um certo número de Mestres e Doutores dentro das Universidades. Então, qual a solução a adoptar? Deixar os alu-nos avaliarem o Professor e não fazer nada com os resultados ou eliminar a avaliação, pura e sim-plesmente? Com a multiplicação de estabele-cimentos de ensino superior (e a trabalharem no mesmo horário), a quantidade/qualidade de Mes-tres e Doutores tende à escas-sez, pelo que as Universidades há muito que tomaram a sua posição. Nas instituições em que o Professor é avaliado, quem está mais sujeito a sofrer as con-sequências de uma má avalia-ção, são quase sempre os Licen-ciados. Nas outras, finge-se que tudo vai bem. Mas a avaliação não é somente pela negativa. Ela é o momento do aluno reconhe-cer o mérito do docente. Uma boa avaliação serve também de incentivo e de exemplo a ser seguido na melhoria do desem-penho do Professor, melhorando assim, a qualidade da educação e do ensino ministrado. Por isso defendo que o Professor deve ser avaliado pelos alunos universitários, de forma contí-nua, desde o primeiro ano e que o resultado dessas avaliações deva ser levado em conta. Não que uma avaliação negativa levasse automaticamente ao des-pedimento, mas que ela servisse para que o Professor e a Direc-ção repensassem as suas estra-tégias, modelos e metodologias. Ao Professor dá-se a oportunida-de de conhecer os seus pontos fracos e melhorá-los e à Direcção a possibilidade de obter um feed-back dos seus alunos/clientes que são os principais publicitá-rios da qualidade (ou falta dela) do seu estabelecimento de ensi-no.
Deverão os alunos avaliar o seu Professor?
Odair Varela
N este âmbito, o
Ministério quer
abarcar as diversas
áreas de formação
em terras crioulas. A ideia foi
vincada pelo Ministro António
Correia e Silva por altura do 3º
encontro dos Dirigentes das ins-
tituições de ensino superior, que
aconteceu na Universidade Lusó-
fona de Cabo Verde, no Mindelo.
“O governo age com as universi-
dades em dois registos, Um de
fomento e ajuda e outro de fis-
calização. Estamos a trabalhar
no relançamento do ciclo de ava-
liação, mas só isso não chega. É
necessário criar um serviço ins-
petivo forte, abarcando as várias
áreas de formação. Por isso é
necessário fiscalizar inspecionan-
do.”
O ministro defendeu que a ava-
liar o ensino superior não pode
continuar pelo “achismo”.
A futura fiscalização mereceu
reparos por parte de alguns dos
participantes da reunião. A reito-
ra da Universidade Lusófona, Iva
Cabral, sente que a fiscalização
vai trazer benefícios ao ensino
superior.
“É necessário fiscalizar as
universidades! Também acho
necessário ter os pés assentes
no chão, para sabermos o que as
universidades podem dar e o que
ainda não podem. Queremos que
tudo seja muito bom, mas as
vezes a realidade do país não
permite passos largos. A constru-
ção das universidades tem que
ser feito passo-a-passo, solida-
mente, para não nos enganar-
mos.“
O ministério apresentou novos
projetos para as universidades.
Entre as quais o portal do conhe-
cimento Cabo Verde e a conver-
são dos campus universitários
em praças digitais. Formatação
do ensino superior em Cabo ver-
de foi um dos objetivos da reu-
nião, onde se discutiu o regime
jurídico de graus e diplomas con-
juntos. A lei vai permitir que as
universidades tenham graus con-
juntos e organizar os cursos em
créditos, bem assim permitir a
integração nos planos de mobili-
dade.
A Universidade anfitriã do encon-
tro funciona, desde a sua cria-
ção, com uma licença provisória.
Neste âmbito, o Ministro e sua
delegação analisaram com os
responsáveis da Universidade
Lusófona a provável atribuição
da licença definitiva de funciona-
mento.
Os encontros dos dirigentes Uni-
versitários e o Ministério de edu-
cação Ciência e Inovação, que
acontecerá a cada 2 meses, a
partir de agora serão descentrali-
zados aos diversos Concelhos do
país, que na verdade passam por
São Vicente e Santiago.
“Confinada ao abandono”, assim
ficou o projecto de criar uma
banda musical e um coral na
Universidade Lusófona, quando
aos primeiros 11 meses de vida,
deparou-se com os folhetos de
inscrições por completar e a
direcção da Universidade de
“costas voltadas” para a iniciati-
va.
A ideia de criar uma banda sur-
giu no seio de um grupo de uni-
versitários com o objectivo de
acompanhar um coral que deve-
ria ter sido criado na mesma
altura, mas que também teve
vida curta por falta de apoio da
Universidade e pela fraca adesão
dos estudantes.
“A ideia do coral foi abandonada
a partir do momento em que nos
foi dito que uma túnica já estava
a ser criada e que até já dispu-
nham de professores de música.
Entretanto, continuamos com o
projecto da banda, mas este
também caiu por terra, quando
nos consciencializamos do total
descaso da escola perante a ini-
ciativa”, revela Emanuel Lopes,
um dos mentores dos dois pro-
jectos.
O objectivo era dinamizar a
música tradicional cabo-verdiana,
essencialmente a morna, com
adaptações e arranjos de vozes e
instrumentos acústicos para pro-
jectar não só a cultura musical
como também a cultura estudan-
til no Mindelo.
Segundo Emanuel Lopes, o pro-
jecto “tinha tudo para dar certo.
A banda já estava praticamente
formada. Tínhamos um baixista,
um percussionista, um baterista
Sibele Martins
BANDA E TUNA ACADÉMICAS
Dois elefantes brancos da ULCV
O Ministério da Educação Ciência e Inovação vai criar um serviço de inspecção, para fiscalizar as instituições de ensino superior em Cabo Verde. Em fase de criação o serviço inspectivo pretende dar melhor qualidade ao ensino universitário.
Revista Nhô Balta Nº 0 de 2012 ACTUALIDADE P8
Francisco Delgado
Universidades vão ser inspeccionadas
Revista Nhô Balta Nº 0 de 2012 DIVERSOS P9
As unhas são formadas por uma
proteína chamada queratina que
também pode ser encontrada na
pele e nos cabelos. Uma boa ali-
mentação é fortalece as unhas e
torne-as mais fortes e bonitas.
Por isso, faça uma dieta rica em
proteínas, cálcio e vitamina A. A
falta de cálcio no organismo faz
com que as unhas fiquem fracas
e quebradiças. Alimentos como
carne, peixe, ovos, frutas, leite e
derivados, legumes, verduras,
entre outros, devem ser incluídos
nessa dieta.
Para esta primeira edição da
revista Nhô Balta, damos-lhe a
conhecer Joe Obama, o homem
que cuida das unhas das Sanvi-
centinas. Com 35 anos de idade,
o esticista é ganês e vive há cer-
ca de 3 anos em São Vicente e é
um dos poucos homens no país
nessa profissão.
“As unha são, sem sombra de
Nesta coluna, trouxemos algumas dicas e concelhos dados pelo esteticistadas mãos e
dos pés, Joe Obama, de 35 anos de idade, residente há cerca de 3 anos no país, na
ilha de s.vicente e de Nacionalidade Ganês.
dúvida, um cartão de visita. Não
há quem não repare nelas quan-
do estão roídas e tenha uma má
impressão. Unhas bonitas e bem
cuidadas atribuem conceitos de
higiene, beleza e segurança”,
aconcelha o esteticista que diz
ter muito orgulho na sua profis-
são.
O cuidado com as unhas é bas-
tante importante para a estática
e vai para além da alimentação.
De acordo com os especialistas,
ela evita rupturas e deforma-
ções, previne infecções e as pro-
tege das agressões químicas ou
mecânicas.
Unhas sujas, além de dar mau
aspecto à pessoa, também pode
causar infecções. Por isso, a lim-
peza das mesmas deve ser perió-
dica. A melhor maneira de ter
unhas limpas sempre é através
da utilização de uma pequena
Bruna Goretty
A Universidade Lusófona de cabo verde, Baltasar Lopes da Silva, numa parceria com a Câmara Municipal de São Vicente, funcio-na, com a sua respetiva cedên-cia, no espaço onde eram as ins-talações do “Hotel 5 de Julho”. Abriu as suas portas na cidade do Mindelo em Setembro de
2007, tendo a capacidade de acolher cerca de 1000 alunos. A universidade comemorou as suas três primeiras primaveras no dia 16 de Novembro de 2009, com a atribuição de uma Bolsa de Mérito ao aluno Francisco Delgado, do 3º ano de Ciências da Comunicação por ser o melhor aluno da universidade, contando com a honrosa presen-
ça do presidente do grupo COO-FAC e do presidente da Assem-bleia Nacional, Doutor Aristides Lima. É um grupo que se encon-tra aberta por vários países do continente africano como Ango-la, Guiné-Bissau, são Tomé e Príncipe, e outros. Segundo o presidente do grupo COOFAC, a universidade Lusófo-na é a maior grupo privado em Portugal.
ULCV expande-se ainda mais
Beleza: como cuidar das unhas
escova, molhada em água com
sabão. Este, deve ser passado
pela ponta dos dedos, na parte
de tras das unhas e nas ranhuras
laterais. Deve-se evitar escovas
com cerdas duras, sendo que,
podem raspar demasiado a pele
e provocar erosões.
Quando for cortar às unhas, é
aconcelhável que seja depois do
banho. Aguarde um bocado até
que elas fiquem secas e possam
ser devidamente limadas com
suavidade, de dentro para fora.
Para as unhas dos pés, o cuida-
do reside-se essencialmente nos
cortadas que, devem ser feitas
uma vez por semana ou 15 em
15 dias.
No que diz respeito às cutículas,
essas nunca devem ser arranca-
das, já que podem provocar feri-
das e causar infecções. Para cor-
tá-las sem se machucar, primeiro
coloque-as em água morna com
sabão por algum tempo, de
modo que fique moles.
Belinda Delgado
Revista Nhô Balta Nº 0 de 2012 CULTURA P10
Jovens universitários produzem curta “Tu és um Português”
O sonho de produzir uma curta-metragem, escrever roteiro,
filmar e contracenar tornou-se real para um grupo de alunos
da Universidade Lusófona do quarto ano do curso de Ciên-
cias da Comunicação, Vertente Multimédia. No período de 4
meses conseguiram driblar as dificuldades, sobretudo a ques-
tão financeira para apresentar ao público uma produção inédi-
ta feita a base de uma adaptação do conto Tu és um Portu-
guês de Eileen Barbosa.
C riativos e com muito
talento, o grupo con-
seguiu adaptar o fil-
me às condições
existentes e que segundo o reali-
zador e guionista Neu Lopes
“não foram muitas”, para após a
repetição de cenas conseguirem
montar a curta de 30 minutos.
Uma experiência única para os
alunos que se dizem congratula-
dos com a oportunidade, surgida
no âmbito da cadeira “Atelier de
Realização e Produção Audiovi-
suais”.
“Apesar das fracas condições
disponíveis conseguimos provar
essencialmente para nós mes-
mos, como futuros profissionais
deste país, que temos capacida-
de sobretudo, pelos improvisos e
pela forma eficiente com que
conseguimos contornar os vários
obstáculos que nos foram surgin-
do pelo caminho”, conta Tenisha
Channe, a continuista do filme.
Processo de produção
As filmagens decorrem essencial-
mente no “Café Portugal”, na
Rua de Lisboa, com passagens
pelos vários contornos da cidade
cosmopolita, traçando cenários
peculiares da ilha de São Vicen-
te, ao som de sinfonias do com-
positor e poeta Vasco Martins.
Um trama que transporta o
público para uma história de
amor dividida entre os três per-
sonagens principais do filme:
Diogo Bento – O Português -,
Arilizia Rodrigues - Janice e o
ator e radialista Fonseca Soares
– o vizinho.
Com as fracas condições finan-
ceiras, conseguiram reunir um
número significativo de figuran-
tes que foram preenchendo os
espaços que simbolizam as gen-
tes de São Vicente em seu
“marcante” quotidiano, indo das
conversas de café, às passeatas
pela Rua de Lisboa e a praia da
Laginha.
Exibição do filme
“Uma estreia de sucesso” foi
assim nomeada a exibição do
filme que aconteceu esta quarta-
feira, 04, no Centro Cultural do
Mindelo. Uma sala repleta de
gente que fez o realizador relem-
brar as noites de cinema no
extinto Eden Parque.
Satisfeitos e visivelmente realiza-
dos, os alunos expressaram o
sentimento de produzir a curta e
também contracenar. “Para mim
foi uma novidade, nunca tinha
atuado antes no cinema. A expe-
riência está sendo gratificante,
vou levá-la para sempre”, disse a
protagonista.
Para o realizador da Curta, essa
oficina é só o começo para os
projetos que ele pretende inte-
grar no futuro. “ Gostaria de ter
a oportunidade de realizar pro-
gramas televisivos e quem sabe
um dia representar Cabo Verde
em algum festival internacional”,
sonhos que se vão acumulando e
ganhando forma, para quem os
desafios nunca param de cres-
cer, chegando a referir-se na
vontade que tem de um dia vir a
integrar uma equipa para a pro-
dução de uma longa-metragem.
História
“Tu és um Português” conta a
história de um português que
vem a Cabo Verde e apaixona-se
pela cidade e pela personagem
principal: Janice. Um sentimento
que se desdobra num paradoxo
entre ele e a protagonista, facto
que acaba por separá-los, num
desencontro de sentimentos
entre os dois. Tempos depois,
após uma luta infrutífera pela
conquista de Janice, esta acaba
por falecer. O português regres-
sa a Portugal e tempos depois
resolve revisitar Cabo Verde.
Para amenizar o sofrimento da
perda, acaba por criar histórias
fictícias, de amor, entre os dois,
mas que nunca chegaram a
acontecer.
Sibelle Ferreira
Jornal Nhô Balta Nº 0 de 2012 PERFIL P11
I va Maria Ataide Vilhe-
na Cabral.
Actividade atual: Reito-
ra da Universidade Lusó-
fona de Cabo verde, Baltasar
Lopes da Silva.
Aniversário: 13 de Abril.
Signo: carneiro
Algo que ainda não fez e pre-
tende fazer: Escrever um livro,
de preferência romanceado
sobre a minha própria vida.
O que mudaria na sua uni-
versidade com o poder nas
mãos: Arranjava mais salas,
conseguir ter uma praça digital
já para o mês de Abril e gostaria
que os alunos fossem mais com-
preensíveis com certas coisas
como o esforço que estamos a
fazer no sentido de tentar aten-
der as inquietudes dos mesmos e
dos professores.
A qualidade mais atraente
nas pessoas: Lealdade, hones-
tidade, bondade e simplicidade,
não só com os meus amigos,
mas com as pessoas com quem
convivo.
Uma pessoa que admira: O
meu pai (Amílcar Cabral), Nelson
Mandela, e o Barack Obama,
apesar de estar encurralado no
sistema.
Nota 0: A Crise, pela instabilida-
de que traz.
Nota 10: Aos progressos e
desenvolvimentos que o povo
Cabo-verdiano conseguiu até à
independência.
O que te aborrece: Falta de
lealdade, desonestidade, superfi-
cialidade, e a arrogância (o con-
trário daquilo que não gosto).
Qual o assunto que não
aguenta mais: Insultos na
imprensa, quando se refere a
dignidade das pessoas (o que
virou moda em Cabo Verde).
Programa preferido: Debates
feitos na rádio ou televisão, quer
sejam produzidas cá ou fora do
país, desde que quem os dirija,
seja qualificado na área.
Ponto fraco: Sou um pouco
mole, por vezes deixo-me levar
pelas emoções, perdoo coisas
que não deveria perdoar, sou um
pouco indisciplinada no meu dia-
a-dia, com os horários etc.
Um hobby: Investigar e ler.
Um perfume: dolce & gabbana.
Um sonho: Que o meu filho ter-
mine a sua formação académica
na china e que tenha sucessos.
Lugar inesquecível: Internato
internacional em Ivanova na
Rússia.
Saudade: Meu pai, minha mãe,
meu tio, das pessoas que eu
amo e que desapareceram fisica-
mente e que preservarei na
minha memória para sempre.
Uma alegria: De ver como é
que a Lusófona esta a avançar,
pouco a pouco, porque não exis-
tem milagres, com uma consa-
grada equipa de professores
qualificados que aqui estão.
(ninguém faz nada sozinho).
Uma tristeza: É que ainda, a
Guiné-bissau não ingressou no
caminho certo e tenho esperança
que isto aconteça o mais rápido
possível.
Um vício: fumar.
Um medo: doença para mim e
para aqueles que eu amo.
Um arrependimento: Na
minha idade, já tive muitos arre-
pendimentos.
Para relaxar não há nada
melhor que: Ler um bom livro
policial.
Uma frase ou uma mensa-
gem que gostaria de ter
escrito: o que mais me impres-
siona nos fracos é que eles preci-
sam humilhar os outros para se
sentirem fortes.
O que valeu a pena em sua
vida: Deixar o meu cargo para ir
a luta (liberdade Nacional), de
estar reformada e abraçar esse
desafio aqui na Universidade
Lusófona.
“gostaria que os alunos fossem mais compreensíveis em certas coisas”
Bruna Goretty
Iva Cabral
Magnífica Reitora da ULCV
Conheça os gostos e segredos da Reitora da Universidade Lusófona de Cabo Verde. Em exclu-sivo para o NHÔ BALTA.
Jornal Nhô Balta Nº 0 de 2012 OPINIÃO P12
S e antigamente o cabo-verdiano teve a necessi-dade quase que obrigató-ria de sair fora do país
para se formar nas diversas áreas, porque cabo verde não tinha universidades ou institutos de ensino superior, hoje a reali-dade é outra. É outra no que concerne a estabelecimentos uni-versitários, mas o espírito univer-sitário tarda em chegar. A qualidade ou a falta dela no ensino superior em Cabo Verde é muito debatida, mas não é nisso que quero neste momento con-centrar as minhas energias. Vou meditar sobre a ausência do espírito universitário. A cidade do Mindelo, que por esses dias
comemora os seus cento e trinta e três anos como tal, já com várias universidades e institutos de ensino superior, alguns já com mais de uma década, ainda não se nota o espírito universitá-rio por parte dos alunos, esse tal espírito que alimentou o surgi-mento das universidades no sec.13). Numa cidade em que se almeja projectar como futura cidade universitária de Cabo Verde, ter universidades e não haver o espírito universitário significa que algo anda mal ou que ainda há muito por fazer. Na universidade Lusófona de Cabo Verde onde eu estudo, posso dizer que não há nada em relação ao espírito universitário. Não há convivência, não há palestras nem encontros de estu-dantes, a associação dos estu-dantes não existe ou não funcio-na, enfim, existe o estabeleci-mento onde os alunos vão assis-tir as aulas e regressam à casa. Universidade é mais do que isso, ou não é? A Lusófona já vai no seu quinto ano, e, como acontece em todas as universidades do mundo intei-ro são dadas “Boas-vindas” aos alunos que entram pela primeira
vez, mas, nem isso acontece aqui ou, se acontece é uma coisa muito tímida. Não que eu seja muito a favor das praxes mas, é uma maneira de integrar o mais rápido possível os novatos e fazê-los sentir esse tal espírito uni-versitário. É incrível notar e lamentar que, entre as várias instituições de ensino superior existentes na ilha, quase que não existe inter-câmbio entre as mesmas. Parece que o cabo-verdiano tem medo de associar-se. O estabelecimen-to universitário tem que ser mui-
to mais que um espaço para a aprendizagem científica. A universidade precisa ser, ao mesmo tempo, a "síntese cultu-ral" e a "análise científica" dos objectos de investigação. “A Uni-versidade deve se alimentar do espírito que alimentou o seu nas-cimento, no séc.13: “educar para a vida” e ter um sentido mais colectivo. O compromisso das universidades é promover a humanização integral entre pes-soas, também entre as classes e no nosso caso, entre o povo das ilhas.
Cidade Universitária sem Espírito para tal
Rito Afonso
C omo sabemos, a vida de uma Universidade tem os seus altos e baixos. Não é fácil manter a
posição que uma Universidade conquista ao longo dos anos jun-to da sociedade em que está inserida, mas também com o mundo exterior. Muitos são as notícias que dão a conhecer alguma actividade que universidades estejam inseridas e mesmo protocolos que tenham assinado, ou mesmo o contributo de uma universidade em qual-quer situação. Numa época em que os meios de
comunicação reorganizam a sociedade supõe-se que a uni-versidade precisaria utilizar-se de dispositivos para torna-la visível e legítima perante o seu tempo. Para tanto, sua produção e ofer-ta de informação deveriam seguir determinadas estratégias de enunciação, de forma a garantir uma circulação adequa-da na média bem como o reco-nhecimento das mensagens pela esfera da recepção, completando o ciclo comunicativo entre uni-versidade e sociedade. Mas são muitas as universidades que criam os seus próprios meios de comunicação, para divulgar informações relacionadas com a própria universidade, mas tam-bém retractando informações
sobre outras universidades e até sobre a sociedade em geral, onde tem a sua rádio, jornal ou até mesmo televisão, é bom ver como as universidades já não ficam só a espera dos médias locais ou nacionais, mas que também criam condições pró-prias para retractarem as suas noticias. É bom ver o trabalho desenvolvi-do por uma universidade, como forma de criar as suas próprias condições para transmitirem informações, e penso que deves-se cada vez mais incentivar as universidades a desenvolverem as suas capacidades a nível de criarem condições necessárias pra criarem os seus próprios órgãos de comunicação, porque
é uma forma de levarem os alu-nos a terem uma noção do que acontece no mercado de traba-lho, das dificuldades que são encontradas quando se é jorna-lista, é uma forma de os prepa-rar para o mercado de trabalho.
Luizete Santos
Universidades e os Medias
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