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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - UNIVALI
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE – CCS
CAMPUS BIGUAÇU
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM
PATRÍCIA BION
RAFAELA J. MARCELINO DE ABREU
TEORIAS DE ENFERMAGEM E SUA ADERÊNCIA NA SISTEMATIZAÇÃO DA
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM INSTITUIÇÃO PRIVADA
Biguaçu
2008
1
PATRÍCIA BION
RAFAELA J. MARCELINO DE ABREU
TEORIAS DE ENFERMAGEM E SUA ADERÊNCIA NA SISTEMATIZAÇÃO DA
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM INSTITUIÇÃO PRIVADA
Projeto de Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para a obtenção de titulo de Enfermeiro generalista, na Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, Biguaçu. Orientadora Profª Msc. Maria Lígia dos Reis Bellaguarda
Biguaçu
2008
2
PATRÍCIA BION
RAFAELA J. MARCELINO DE ABREU
TEORIAS DE ENFERMAGEM E SUA ADERÊNCIA NA SISTEMATIZAÇÃO DA
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM INSTITUIÇÃO PRIVADA
Esta monografia foi submetida ao processo de avaliação pela Banca Examinadora, atendendo
às normas da legislação vigente do Curso de Graduação em Enfermagem de Universidade do
Vale do Itajaí – UNIVALI.
Área de Concentração: Enfermagem
Biguaçu, junho de 2008.
__________________________________
Profª MSc. Maria Lígia dos Reis Bellaguarda
UNIVALI – CAMPUS Biguaçu
Orientadora
__________________________________
Profª Dra.Lygia Paim
UNIVALI – Campus Biguaçu
Membro
__________________________________
Profª MSc. Nen Nalú Alves das Mercês
UNIVALI – Campus Biguaçu
Membro
3
Este estudo é dedicado a/ao enfermeira/o em formação, para confirmar que o conhecimento se estrutura pela vontade de aprender e se confirma pela atitude de transformar. (BELLAGUARDA, Maria Lígia dos Reis,2008)
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AGRADECIMENTOS GERAIS
A Deus em primeiro ligar. Criador de todo o universo, Autor de nossas vidas, que nos
deu a oportunidade de iniciar este curso e forças para concluí-lo. Que sempre esteve presente
em nossas vidas, dando força e sabedoria,iluminando nossas direções, principalmente após
longas e difíceis jornadas de trabalho. Tenho certeza que sem Ele nós não estaríamos aqui
agora dizendo estas palavras de agradecimento. Porque, Dele por Ele, e para Ele são todas as
coisa, inclusive nossas vidas.
Agradecer pelas forças concedidas após lutas, perdas de pessoas queridas....
Agradecer por este dia de vitória, do qual muitas vezes pensávamos que não fossemos
chegar.
Agradecer aos professores, mestres do conhecimento, que dedicaram com êxito seu
tempo durante este processo de continuo aprendizado para que o melhor fosse concretizado.
Acompanhando nossa jornada, sempre ao nosso lado, nos guiando, ensinando, e colaborando
para que esse sonho se tornasse hoje realidade. Nossa Gratidão.
A banca examinadora, Professora Doutora Lygia Paim, Professora MSc. Nen Nalú
Alves das Mercês, por terem aceitado fazer parte da banca, pela sua valiosa e preciosa
colaboração, e por estarem presentes durante a trajetória deste curso.
Aos colegas de sala pela convivência, onde compartilhamos alegrias e tristezas, brigas
e confraternização.
Ao Hospital de Caridade, e toda equipe de enfermagem por ceder o espaço e colaborar
para o sucesso desta pesquisa.
A professora Vera Lucia (In memoriam),pelo carinho, atenção, amizade e amor que
sempre demonstrou pela gente, estarás eternamente em nossos corações.
A nossa orientadora e amiga Maria Ligia
Durante nossa caminhada nos deparamos com verdadeiros mestres, cuja paciência,
apoio e dedicação se destacam em meio à humildade e ao amor, uma destas pessoas é você
Liginha.
Não precisou nos fazer sentir pequena para ser grande, mas nos inspirou a sensação de
capacidade e motivação.
Não precisou menosprezar nossos sonhos,mas nos ajudou, de forma peculiar, a dar a
eles o embasamento real que nos precisávamos.
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Professora, coordenadora, orientadora do curso de enfermagem, não temos palavras
para agradecer a dedicação, paciência e compromisso diante das dificuldades encontradas ao
longo de nosso percurso.
Você Liginha seguirá conosco, durante nossas jornadas individuais, em nossa
lembrança e em nossos corações. Seus ensinamentos repercutirão em nossas vidas
profissionais e sua dignidade sempre nos servira de exemplo. Nos te amamos...
6
AGRADECIMENTOS DE PATRÍCIA
Chegar nesta etapa da caminhada não foi fácil. Exigiu de mim esforço, dedicação,
persistência, equilíbrio e paciência. Precisei fazer escolhas, abdicar de algumas coisas e
cultivar a esperança, mas valeu à pena. Estou realizando um sonho, entretanto este mérito não
é só meu, foi alcançado com a ajuda de muitas pessoas que diretamente ou indiretamente,
consciente ou inconscientemente, colaboraram para que ele se tornasse realidade. Por isso
descrevo os meus agradecimentos.
Aos meus Pais e minha irmã que estiveram ao meu lado a cada momento bom ou
ruim, sempre me incentivando, me dando amor e por tentarem tornar o difícil mais simples
possível com muita dedicação…
A Rafaela compartilhadora da minha jornada, agradeço o companheirismo de ter
construído este caminho, para trilhar rumo à conquista deste título.
Aos Colegas do Hospital de Caridade em especial à Enfermeira Cíntia pela
compreensáo e ajuda quando mais necessitei e por ser a pessoa que mais me incentivou a
iniciar jornada de tamanha significância para a minha vida profissional
Ao meu anjo protetor, disponível à minha vida nos momentos de mais fragilidade, de
fome, de frio, de sono. Um obrigada é muito pouco! Quero dizer-lhe Tia Tânia, que amor
maior não há e peço que Deus a ilumine e abençõe pelo tanto que me fez.
Aos amigos pelas facilidades que me fizeram chegar até aqui, literalmente! Agradeço
pelas caronas disponibilizadas pelo Ricardo, Ildefonso, Zislene, Loisa, Fabiana, Karina, Cátia,
Bianca, Leonardo e a Rafaela.
Bianca o meu carinho especial pelo acolhimento nos grupos de estudo. És uma pessoa
iluminada
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AGRADECIMENTOS DE RAFAELA
Aos meus pais Maria de lourdes Marcelino e Artur Joaqui de Abreu,primeiramente
pelo dom da vida, e por ter me ensinado a ser responsável honesta, humilde e perseverante.
Pelos ensinamentos iniciais de minha vida, sem eles não teria chegado ate este momento, com
todo amor obrigada.
Ao meus irmãos, Amanda e Gustavo, que entenderam meus momentos de mau humor
e minha falta de tempo, amo vocês.
A toda minha família, que direta ou indiretamente contribuíram para a realização desse
sonho.
A minha prima Bruna e minha amiga Daiana que me ajudaram e sempre entenderam
meus momentos de cansaço e desanimo.
A toda a equipe da Sagrada família que me incentivaram a iniciar esse sonho.
Em especial a minha grande amiga Patrícia companheira de pesquisa pela paciência,
carinho e por me manter motivada ate o final deste trabalho, você estará para sempre em meu
coração.
Ao leonardo meu eterno companheiro e amigo, pela confiança, incentivo, apoio,
carinho, e pela admiração que você tem por mim, te adoro.
Aos funcionários da clinica medica do Hospital Regional, principalmente a minha
enfermeira Eliane e meus companheiros de plantão, pela compreensão e incentivo durante
essa caminhada, por entender meus atrasos e minhas saídas antecipadas o apoio de vocês foi
fundamental, sem ele não seria possível realizar esta conquista, meu muito obrigada.
A todos que, contribuíram para o bom andamento e termino deste trabalho, por meio
de palavras ou gestos, aliviaram os momentos difíceis ou simplesmente ficaram por perto e,
pela sua presença, infundiram coragem, agradeço e dedico meu carinho.
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RESUMO
Estudo do tipo qualitativo de caráter exploratório-descritivo, pelo método de análise de conteúdo descrito por Bardin (1977) em inter-relação com a Teoria de Madeleine Leininger (LEOPARDI, 2006), cujo objetivo foi conhecer a possibilidade de aderência da equipe de enfermagem à utilização de Teoria de Enfermagem como referência à sistematização da assistência em um hospital privado. Realizado em uma instituição hospitalar Geral, em duas das onze unidades de internação, ambas de cuidados clínico-cirúrgicos, localizado em Florianópolis, SC, de setembro de 2007 a abril de 2008. Os participantes deste estudo foram os membros da equipe de enfermagem dos três turnos de trabalho das duas unidades de internação escolhidas como campo de pesquisa, quatro enfermeiras e dezesseis técnicos de enfermagem, totalizando 20 sujeitos. Da análise das informações coletadas emergiram duas categorias: Aplicabilidade de uma Teoria de Enfermagem: a demarcação entre o fazer e o saber na sistematização da assistência e, A Teoria de Enfermagem: percepção e aderência. Os resultados mostraram por meio das informações fornecidas pelos participantes deste estudo que a possibilidade de aderência da equipe de enfermagem a utilização de uma Teoria de Enfermagem para o sistematizar a assistência depende fortemente da socialização do objetivo, da finalidade e diferencial que uma Teoria de Enfermagem traz à qualidade do cuidado prestado. Este estudo fez emergir a fragilidade na aderência da Teoria a sistematização da instituição de estudo, possivelmente pela complexidade na compreensão dos princípios filosóficos e conceituais da Teoria Transcultural de Leininger. Palavras- chave: Enfermagem, Sistematização da Assistência, Teoria de Enfermagem
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ABSTRACT
This is a qualitative, exploratory, descriptive study, performed through a relation between Bardin’s analysis of content technique (1977) and the Madeleine Leininger’s Theory (LEOPARDI, 2006). The objective was to evaluate the possibility of attachment of the nursing staff to the Nursing Theory as a reference to the systematization of assistance at a private hospital. The study was carried out at 2 of the 11 intern units of a general hospital institution, both of surgical-clinical health care, placed at Florianópolis, Santa Catarina State, from September 2007 to April 2008. The participants were the nursing staff of the 3 work shifts from both intern units: 4 nurses and 16 nursing technicians. From the analysis process 2 categories stood out: Nursing Theory Applicability: the dissimilarity between “to do” and “to know” in the systematization of assistance; and, The Nursing Theory: perception and attachment. The outcomes showed that, the possibility of attachment of the nursing staff to the Nursing Theory, in order to systematize assistance, strongly depends on the socialization of the objective, the intention and the differential that the Nursing Theory brings to the quality of assistance. This study brought out the fragility of the attachment to the Theory at the studied institution, possibly caused by the complexity in the comprehension of the philosophical and conceptual principles of the Leininger Transcultural’se Theory. Key Words: Nursing; Systematization of Assistance; Nursing Theory.
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................12 2 OBJETIVOS ........................................................................................................................15 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .............................................................................................15
3 O CONHECIMENTO SUBSIDIADO PELA BUSCA LITERÁRIA.............................16 3.1 CIÊNCIA, TEORIA-PRÁTICA E ENFERMAGEM ........................................................16 3.2 AS TEORIAS DE ENFERMAGEM: ORIGEM E AMPLIAÇÃO EM SUA UTILIZAÇÃO PARA AS PRÁTICAS DO CUIDADO EM ENFERMAGEM......................18
4 REFERENCIAL TEÓRICO NA FUNDAMENTAÇAO DA PESQUISA EM ENFERMAGEM ....................................................................................................................21 4.1 APRESENTANDO MADELEINE LEININGER..............................................................21 4.2 PRESSUPOSIÇÕES BÁSICAS DE LEININGER ............................................................22 4.3 PRESSUPOSIÇÕES DAS AUTORAS..............................................................................22 4.4 A INTER-RELAÇÃO CONCEITUAL DE LEININGER .................................................23 4.4.1 ENFERMAGEM .............................................................................................................23 4.4.2 SER – HUMANO............................................................................................................23 4.4.3 CONTEXTO AMBIENTAL ...........................................................................................24 4.4.4 SAÚDE............................................................................................................................24 4.4.5 DOENÇA ........................................................................................................................24 4.4.6 TEORIA DE ENFERMAGEM .......................................................................................25 4.4.6 CUIDADO.......................................................................................................................25 4.5 DELINEAMENTO DA TEORIA DE LEININGER..........................................................25 4.5.1 METODOLOGIA DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM FUNDAMENTADO EM LEININGER.............................................................................................................................26
5 METODOLOGIA COMO DELINEAMENTO DA PESQUISA....................................28 5.1 ESPAÇO DE INTERLOCUÇÃO DA PESQUISA ...........................................................28 5.2 PARTICIPANTES NO DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA ...................................29 5.3 AS INFORMAÇÕES COLETADAS, ORGANIZADAS E ANALISADAS: EXPRESSÃO INTERPRETADA. ...........................................................................................31 5.3.1 REOLHAR DO PROCESSO METODOLÓGICO .........................................................32 5.3.2 FLUXO METODOLÓGICO E IMPLICAÇÕES DECORRENTES..............................34 5.3.3 SIGNIFICADO: DA IMPLICAÇÃO DECORRENTE DE DECISÃO TÉCNICO-ADMINISTRATIVO ...............................................................................................................35 5.3.3.1 COMPREENSÃO DA SITUAÇÃO INSTITUCIONAL.............................................35 5.3.3.2 COMPREENSÃO NA SITUAÇÃO DA PESQUISA..................................................36 5.3.3.3 PROSSEGUIMENTO À PESQUISA E O APRENDIZADO COMO ESTUDANTES EM INICIAÇÃO A PESQUISA ..............................................................................................37 5.4 A EXPRESSÃO ÉTICA NA PESQUISA..........................................................................37
6 ANÁLISE: EXPRESSÃO INTERPRETADA ..................................................................40
11
6.1 APLICABILIDADE DE UMA TEORIA DE ENFERMAGEM: A DEMARCAÇÃO ENTRE O FAZER E O SABER NA SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA...................40 6.2 A TEORIA DE ENFERMAGEM: PERCEPÇÃO E ADERÊNCIA..................................44
7 TECENDO ALGUMAS CONSIDERAÇOES..................................................................50 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................53 APÊNDICES ...........................................................................................................................55 ANEXOS .................................................................................................................................64
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1 INTRODUÇÃO
Vive-se um tempo de transições, cujas mudanças são de ordem política, econômica e
social. Mudanças estas, que geram muito estresse para a população, rico ou pobre, de países
de primeiro e terceiro mundo, uma vez que a dinâmica da vida se modifica, e necessitará
certamente, de adaptações. As transformações na história da sociedade acontecem
concomitantemente à história das profissões. Neste contexto, a evolução do conhecimento em
determinada disciplina ou profissão se dá em todos os âmbitos, haja vista a articulação que o
fazer tem com a construção do conhecimento. Assim, as práticas em saúde, específicas da
Enfermagem emergem destas mudanças, das buscas pelo corpo de conhecimento próprio e
consistente do saber-fazer a Enfermagem, o cuidado.
Atualmente, na maioria das instituições hospitalares, a equipe de Enfermagem
representa quantitativamente 60% do número total de funcionários distribuído em vários
turnos de maneira a permitir cuidados contínuos ao cliente hospitalizado. Isso significa que,
durante o processo de internação de um cliente vários funcionários de Enfermagem são
responsáveis pelos cuidados deste cliente hospitalizado, um dando continuidade ao cuidado
iniciando pelo colega, o que evidencia a necessidade da sistematização da Assitencia,
permitindo ações congruentes, sistemáticas, fundamentadas cientificamente e não apenas na
experiência técnico-científica ou cultural de quem prestará o cuidado.
Os serviços de Enfermagem possuem normas e rotinas próprias sustentadas por
regimento interno da Instituição. As atribuições de cada membro da equipe, seus deveres e
direitos estão definidos em documentos próprios as profissões. A Enfermagem em
consonância com o seu código de Ética e de deontologia necessita prestar uma assistência
sistematizada, partindo de um cuidado na perspectiva holística. Isto para pontuar a visão do
cliente como um todo, diante de todas estas transformações e da dinâmica da vida, no respeito
às individualidades, as crenças e valores do ser cuidado.
Em uma instituição hospitalar, como em qualquer outra organização, todos os serviços
são regulamentados por múltiplas ações algumas por fatores legais, outras pelas necessidades
emergentes do cotidiano. Mesmo em um século onde a informação está no auge, são os seres
humanos que, ainda, regulamentam estas múltiplas ações para o alcance de alguns ou vários
objetivos dentro de uma organização.
A sistematização da Assistência de Enfermagem é importante porque demarca um
caminho a ser seguido pela equipe na busca da qualidade assistencial; proporciona a todos os
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elementos da equipe de Enfermagem a visualização das atividades a serem desenvolvidas e as
formas utilizadas para a sua validação e medição da qualidade; subsidia a supervisão dos
processos assistenciais utilizados e dos resultados destes junto aos clientes.
Entretanto, é nesta sistematização da Assistência que surgem as questões limitantes,
cabendo a/o enfermeira/o, junto com a equipe, prever e/ou atenuarem estas questões,
vislumbrando possibilidades de um cotidiano harmonioso, embora muitas vezes
conflitássemos, tanto para quem presta o cuidado quanto para quem é cuidado.
Faz-se necessário ressaltar, que uma sistematização da Assistência, por se tratar da
interação de uma teoria com prática e operacionalizada por várias pessoas, num determinado
tempo e espaço, também, pode ter seus limites. Pode-se dizer que há alguns métodos para
sistematizar o cuidado de Enfermagem, no entanto importante é esclarecer que há subsídios
legais para a aplicabilidade e operacionalização da assistência sistematizada de Enfermagem.
Aliada a Sistematização da assistência de Enfermagem emergem as Teorias de Enfermagem
que fundamentam filosoficamente o trabalho que a equipe de Enfermagem pretende
desenvolver, seus objetivos e dos recursos de que ela dispõe.
A defesa da necessidade teórica não reflete que os estudos de concepções e a
construção destas concepções sejam teoricismo, mas sim que traga à realidade, uma qualidade
acadêmica e principalmente a proposta explicativa da realidade (DEMO, 1985).
As teorias de Enfermagem e a teorização em Enfermagem têm sido ora glorificadas,
ora minimizadas e muitas vezes mistificadas, numa incompreensão em que a Enfermagem é
prática e não suscetível a teorização (CARVALHO, 1985). Nesta perspectiva, poderia se
pensar que a prática não procede de uma teoria, todavia como caracterizar o fazer sem um
pensamento prévio de como, por que e para que fazer? Assim a teorização e a construção de
Teorias de Enfermagem estão implícitas no ato de cuidar, no pensamento emergente de que
não se dissocia teoria/prática.
Diante da lacuna, que se observa entre a formação acadêmica e o institucionalizado
pelos serviços no tocante à aplicabilidade de Teorias de Enfermagem para uma sistematização
da assistência efetiva, as autoras sentiram a necessidade de pesquisar quanto à percepção
desta teorização no processo de trabalho. Este é um estudo que tem uma relevância para o
cotidiano do trabalho da Enfermagem, uma vez que trouxe à tona os limites e as
possibilidades que o uso das Teorias de Enfermagem ainda apresenta no contexto Nacional.
Nesta perspectiva, considera-se que possibilitou para a realidade a ser estudada perspectivas
de reconsiderações e ações pontuais no processo de trabalho a partir da utilização de uma
14
dada Teoria. Possibilitou, ainda, segundo as autoras a reflexão dos processos comunicacionais
para a aplicação de uma Teoria à Sistematização da Assistência de Enfermagem.
Para tanto, a partir do contexto da prática de Enfermagem em uma Instituição de saúde
as autoras fizeram a seguinte questão de pesquisa: Qual a compreensão dos profissionais de
Enfermagem (Enfermeira/o, técnicos e auxiliares de Enfermagem) quanto à utilização de uma
Teoria de Enfermagem na sistematização da assistência?
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2 OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL
Conhecer a aderência da equipe de enfermagem à utilização de Teoria de Enfermagem
como referência à sistematização da assistência em um hospital privado.
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Identificar a história da inserção da Teoria de Enfermagem de escolha para a ـ
sistematização do cuidado na Instituição.
Caracterizar a aderência da Teoria escolhida na Sistematização da Assistência da ـ
Instituição de Saúde.
Reolhar o desenho da Pesquisa ـ
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“Um pedacinho de Terra, perdido no mar!...
Num pedacinho de Terra, beleza sem par...”
(Cláudio Alvim Barbosa- Zininho)
3 O CONHECIMENTO SUBSIDIADO PELA BUSCA LITERÁRIA
A ciência possibilita a busca pelo modo e também se pode ou não alcançar a verdade
de interesse à Pesquisa. O desenvolvimento de Pesquisa na Enfermagem vem apresentando-se
nos modelos biomédicos, em que o mecanicismo se sobressai. Ao buscar-se a finalidade e as
razoes das coisas, saberes e eventos alcançam-se conforme Barreto e Moreira (2001) o nível
ontológico. Assim, inseridos num mundo globalizado e em que as informações são
amplamente divulgadas, a ciência e seus questionamentos tornam-se intensamente
questionáveis. Daí o conhecimento cientifico tem seu início na procura literária para
reconhecer as várias possibilidades de se alcançar à verdade sobre um determinado fenômeno.
3.1 CIÊNCIA, TEORIA-PRÁTICA E ENFERMAGEM
Até certo tempo acreditava-se que o conhecimento científico era progressivo em sua
evolução de forma linear e que uma teoria modificava-se paulatinamente, com intuito de
explicar os fenômenos. Kuhn apud Bandeira et al (2001) refere que o saber tem seu progresso
a partir do aumento do saber e que há incoerência na apresentação de teorias em sua
apresentação formal e final. Este autor trouxe muitas contribuições à Enfermagem no que se
refere às ações no cotidiano da Enfermagem.
As bases científicas do conhecimento em Enfermagem e sua ampliação no âmbito da
ciência tiveram seu início com Florence Nightingale, de maneira lenta até a década de 50
(BARRETO e MOREIRA, 2001). A lentidão característica deste movimento deve-se ao
estereótipo de a Enfermagem ser uma profissão preferencialmente feminina, a sobreposição
do tecnicismo ao saber teórico e ainda o caráter reducionista nos currículos de formação
profissional da Enfermagem, que privilegiam a educação hospitalocêntrica e biologicista.
Barreira (2005) considera a partir de pesquisa realizada um traço estrutural das
atividades do setor de saúde, a preponderância da força de trabalho feminino nas atividades
que envolvem o trato e o cuidado com as pessoas. Traz à tona, também a característica das/os
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enfermeiras/os da década de 70 e 90, em que estes profissionais iniciaram a preocupação com
a formação e a pesquisa em enfermagem, delineando assim, novos rumos pra a Enfermagem
brasileira na construção do conhecimento.
Observa-se que a evolução do conhecimento científico na Enfermagem vem com a
necessidade de atender uma demanda científico-tecnológica, educativa e político-social. As
autoras deste estudo entendem que nesta transformação necessária ao conhecimento e
aplicabilidade da Enfermagem, muitos modelos teóricos vêm sendo identificados na literatura
e em sua maioria tomados de empréstimo de outras ciências. E, nesta perspectiva concepções
teóricas de outras culturas se integram aos saberes da Enfermagem Brasileira na construção de
um corpo de conhecimento específica e que atenda a realidade da prática do cuidado em
atendimento a cultura, valores e realidade de saúde desta sociedade.
Pensa-se que a revolução do conhecimento científico da Enfermagem tem seus méritos
por meio da conquista lenta, a partir do exercício profissional, da curiosidade intelectual e o
esforço conjunto de Enfermeiros/as teóricos e pesquisadores.
O uso de Teorias em favor da ciência está na discussão que perpassa por elas para
efetivar a prática metodológica na busca do conhecimento, assim segundo Demo apud
Carvalho (1985) “não há como escapar da Teoria”. “... a construção teórica é uma das
demonstrações mais fundamentais de qualidade acadêmica”.
Sabe-se que a equipe de Enfermagem assume papel de destaque no percentual de
trabalhadores na área da saúde. Constitui-se, no entanto um grande desafio definir as
competências das/os enfermeiras/os para o exercício desses profissionais, como também
efetivar interna e externamente das instituições mecanismos de desenvolvimento de suas
ações. Martins et al (2006) destacam que os membros da equipe de enfermagem devem ter
competência para executarem as atividades destinadas a uma assistência de qualidade. Para
tanto, importante pontuar que para que aconteça a compreensão de um cuidado sistematizado
as práticas precisam estar explicitadas no que concerne ao uso de referenciais teóricos para a
efetivação do processo de sistematização da assistência.
As Teorias de Enfermagem divulgadas e discutidas junto à equipe de Enfermagem
auxiliarão na efetivação das funções de cuidado profissional em torno de competências.
Descritas por Martins et al (2006) o ensino baseado em competências deve privilegiar, em
acordo com as Diretrizes Curriculares para os Cursos de Graduação em Enfermagem, a
atenção à saúde, a tomada de decisões, a comunicação, a liderança, a administração e
gerenciamento e a educação permanente e, ainda, o elenco de mais trinta e três competências
específicas.
18
A atividade de pesquisa requer conhecimento da ciência e de concepções teóricas que
sejam revisadas e reestruturadas para o permanente processo de aprendizado em pesquisa,
nesta perspectiva no campo da saúde e especificamente na Enfermagem.
Conforme Padilha et al (2005) o pesquisar responsável a que a Enfermagem não pode
se distanciar depende fortemente da reatualização de posicionamentos diante do contexto
histórico e posicionamento dos atores interessados no processo de pesquisa.
3.2 AS TEORIAS DE ENFERMAGEM: ORIGEM E AMPLIAÇÃO EM SUA
UTILIZAÇÃO PARA AS PRÁTICAS DO CUIDADO EM ENFERMAGEM
Observa-se que a utilização das Teorias de Enfermagem para instrumentalizar uma
prática de cuidado integrativa, competente e dinâmica depende em muito da socialização das
concepções teóricas adotadas nos determinados campos de prática assistencial. Da mesma
forma, vemos que a relação que há entre o planejar e o executar influencia na aderência das
Teorias de Enfermagem nas práticas profissionais.
As Teorias de Enfermagem surgem, nos Estados Unidos da América, como uma
necessidade reconhecida por algumas Enfermeiras, de teorizar a prática da Enfermagem com
bases filosóficas e construir desta forma, um corpo de conhecimento específico da
Enfermagem. Algumas definições foram formalizadas no intuito de conceituar Teorias de
Enfermagem a definição de Kerlinger diz que as teorias têm conceitos “que se inter-
relacionados com outros conceitos, apresentam uma visão sistemática e ordenada do
fenômeno de interesse e explicam por que os fenômenos existem, que circunstância e
condição acontecem ou não.
Dickoff e James(1968) apud Oliveira (1985) definem Teoria de Enfermagem com foco
central nos objetivos. Ou seja, estes autores referem que teoria é criada para algum propósito.
Esta definição permite a construção da realidade da enfermagem, mas sustenta o objetivo final
como sendo o desenvolvimento das terapêuticas da Enfermagem. McKay (1969) define
Teoria como conjunto de hipóteses confirmadas, logicamente inter-relacionadas.
Segundo Stevens (1979) apud Oliveira (1985) as teorias não têm um modelo fixo, elas
mudam em acordo com novas observações, dados emergentes destas observações e a
reconstrução destes dados em função da realidade. Já em 1983 Chinn e Jacobs (OLIVEIRA,
1985) propuseram uma definição mais ampliada das Teorias de Enfermagem, uma vez que
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considera a Teoria como guia tanto à prática quanto à pesquisa. A conceituação declarada por
estes autores se aproxima ao que atualmente se entende de Teorias em que priorizam um
conjunto de conceitos, definições e propostas, que projeta uma visão sistemática dos
fenômenos por meio das inter-relações entre conceitos, com a finalidade de descrever,
explicar, prever e/ou controlar os fenômenos.
As autoras deste estudo pensam que o necessário à construção de um corpo de
conhecimento específico da Enfermagem é a estruturação de Teorias e suas definições que
incorporem o saber das pesquisadoras da Enfermagem em interlocução com a realidade da
prática da Enfermagem e a realidade social, política e econômica onde acontece o cuidado.
A definição de Teorias de Enfermagem descrita por Meleis (1985, p. 1965) advém de
todas as noções acima apresentadas e incorpora os saberes e a realidade da Enfermagem nas
últimas décadas de desenvolvimento de Teorias. Onde refere que a Teoria de Enfermagem é
“uma conceituação articulada e comunicada, da realidade criada ou descoberta (fenômeno
centrais e inter-relações) dentro ou pertinente à enfermagem, para os propósitos de descrição,
explicação ou prescrição do cuidado da enfermagem”.
Pesquisadores atuais concordam sobre vários fenômenos centrais e definem como
conceitos básicos a uma teoria de Enfermagem conceitos de enfermagem, pessoa, ambiente e
saúde (MELEIS 1985).
O entendimento da profissão perpassa pela busca da identidade, da autonomia e de seu
registro social (LEOPARDI, 2006). Assim, o estudo de Teorias de Enfermagem não está
restrito ao campo de propor mudanças na forma de cuidar, mas significa interpretá-las com
vista a um cuidado de Enfermagem qualitativo e sistematizado com bases em corpo de
conhecimento próprio de forma e, a partir de problemas específicos. É o que confere
identidade a profissão. São os modos de pensar e fazer a Enfermagem (LEOPARDI, 2006).
É o que segundo Bellaguarda (2006) diz, que o uso de Teorias de Enfermagem traz a
prática do cuidado, do ensino e da pesquisa a legitimidade do conhecimento a ser construído.
A partir da Era Nightingaleana – 1820 a 1910 o corpo de conhecimento da
Enfermagem vem se estruturando, uma vez que as transformações no desenvolvimento do
cuidado terapêutico da Enfermagem vêm ampliando seus propósitos, suas próprias
autonomias na tentativa de conferir identidade e registro social a profissão. Desta época até os
nossos dias as Teorias de Enfermagem vêm se ampliando em modelos ambientalistas, das
relações interpessoais, das necessidades humanas básicas, dos sistemas comportamentais, dos
modelos centrados nos problemas, modelos humanistas, do alcance dos objetivos e modelos
da relação pessoa-pessoa, da conservação da energia, modelo em que privilegia os seres
20
humanos como seres unitários, modelo centrado no auto-cuidado e na universalidade e
diversidade do cuidado cultural de Enfermagem (LEOPARDI, 2006)
As bases epistemológica e ontológica no estabelecimento de uma Teoria é o que
estabelece a construção do conhecimento. Tem-se, na Enfermagem como base epistemológica
a natureza do conhecimento, formas e métodos de investigação, limites e possibilidades
próprias da busca humana. Na perspectiva ontológica refere-se à natureza do objeto a ser
estudado (CAETANO, 2001). Diante disto, na Enfermagem o objeto ontológico é o ser -
humano e sua base o cuidado, e a natureza epistemológica definirá o maneira de fundamentar
o corpo de conhecimento específico desta profissão (CAETANO, 2001).
21
“Jamais a natureza reuniu tanta beleza
Jamais algum poeta teve tanto pra cantar”
(Cláudio Alvim Barbosa- Zininho)
4 REFERENCIAL TEÓRICO NA FUNDAMENTAÇAO DA PESQUISA EM
ENFERMAGEM
A abordagem teórica para a realização de Pesquisa fundamenta o caminho a ser
trilhado na busca do conhecimento do objeto de estudo. Conforme Leopardi (2006) a
Enfermagem tem sido analisada em bases pragmáticas e empíricas, para o alcance de
resultados previsíveis e avaliáveis. No entanto, a fundamentação filosófico-ideológica confere
suporte à busca de conhecimento, e neste estudo especificamente no uso de Teoria de
Enfermagem. À sustentação deste estudo optou-se pelo referencial teórico defendido por
Madeleine Leininger, intitulada Teoria da universalidade e da diversidade do cuidado cultural.
4.1 APRESENTANDO MADELEINE LEININGER
A teoria de Leininger foi apresentada com este Status na década de 80, aprofundando
seus estudos em 1988. A atualização de seu livro Transcultural Nursing: concepts, theories,
research and practice aconteceu em 1995, já com as alterações vislumbradas por Leininger
no final da década de 80. Esta teórica percebeu, trabalhando em um lar para orientação de
crianças e pais, que a cultura desta população não era conhecida e compreendida
suficientemente pela Enfermagem como base para o cuidado. A partir deste conhecimento
dedicou-se a área da Enfermagem transcultural. Desde 1948, ano de sua graduação Leininger
vem seguindo na construção do conhecimento em Enfermagem, o que fortalece o exercício
profissional (LEOPARDI, 2006).
22
4.2 PRESSUPOSIÇÕES BÁSICAS DE LEININGER
A prática de cuidados é a essência e a dimensão pragmática, intelectual e unificadora ـ
da profissão de Enfermeira. (LEOPARDI, 2006)
,A administração de cuidados é uma prática de profundas raízes culturais, e requer ـ
portanto um conhecimento de base cultural alem de suficiente capacitação para sua
eficaz aplicação. (LEOPARDI, 2006)
Os valores, crenças e práticas do cuidado cultural são influenciados pela visão de ـ
mundo, linguagem, religião, contexto sócio, político, educacional, econômico,
tecnológico, étno-histórico e ambiental de cada cultura em particular. (LEOPARDI,
2006)
Somente ocorrerão cuidados de Enfermagem culturalmente congruentes, quando os ـ
valores, expressões ou padrões dos indivíduos grupos, famílias, comunidades, ou ainda
quando os cuidados culturais forem conhecidos e utilizados adequadamente e de
maneira significativa pelos enfermeiros, na sua prática assistencial. (LEOPARDI,
2006)
4.3 PRESSUPOSIÇÕES DAS AUTORAS
A partir da articulação de uma Teoria de Enfermagem à prática assistencial há uma ـ
aderência do conhecimento específico da Enfermagem e a sua visibilidade como
disciplina-profissional.
A Enfermagem em respeitando os valores sócio-culturais de indivíduos, família e ـ
comunidade valorizam a história de vida dessas pessoas.
A Pesquisa oportuniza visualizar a prática em consonância com as estratégias ـ
metodológicas e dela se apreende a realidade do contexto em estudo, influencia e é
influenciada pela necessidade do espaço e das pessoas que são estudadas.
23
4.4 A INTER-RELAÇÃO CONCEITUAL DE LEININGER
4.4.1 Enfermagem
Profissão científica e humanística que é apreendida e focalizada no fenômeno do cuidado humano e em atividades que propiciem assistência suporte, facilitação e capacitação a indivíduos, grupos para manter ou reaver seu bem estar, de uma forma culturalmente significativa e satisfatória ou para ajudá-los enfrentar as dificuldades ou a morte. (LEININGER APUD LEOPARDI, 2006)
Para GEORGE (2002),
Enfermagem transcultural trata-se da etnoenfermagem, como sendo o estudo de crenças, valores e práticas de cuidados de enfermagem, tal como percebidas e conhecidas cognitivamente por uma determinada cultura através de sua experiência direta, crenças e sistema de valores.
Deste modo, neste estudo a Enfermagem foi considerada a profissão que ao respeitar,
em sua prática de cuidado, os valores sociais, culturais e crenças da pessoa sob seus cuidados,
oportunizarão um cuidado qualitativo. E, ainda, com foco nesta pesquisa que a aderência de
uma teoria de Enfermagem na prática contribui para o cuidado qualitativo.
4.4.2 Ser – Humano
“[...] é um todo unificado que possui sua própria integridade e manifesta
características que são mais que e diferentes da soma de suas partes, meio que trocam matéria
e energia, continuamente, entre si (LEININGER apud LEOPARDI, 2006).” Ser - humano,
neste estudo, refere-se a matéria e energia formada na inter-relação entre as pessoas,
comunidades e sociedade, com suas diferenças individuais que em consonância com as
diferenças dos outros estabelece relação social, política e cultural de existência.
24
4.4.3 Contexto Ambiental
“[...] é a totalidade de um evento, situação ou experiências particulares, que atribuem
um sentido as expressões, interpretações e interações sociais humanas em dimensões físicas,
ecológicas, sócio-políticas e culturais”. (LEININGER apud LEOPARDI, 2006)
Este estudo tem como entendimento, no tocante ao contexto ambiental, para
desenvolvimento do cuidado os espaços de inter-relação humana, nas dimensões de
socialização da existência e das expressões da vida humana. Especificamente ao
desenvolvimento deste trabalho, o contexto ambiental foi refletido sob o ponto de vista do
espaço institucional em que há o desdobramento da Teoria de Leininger nas práticas
assistenciais.
4.4.4 Saúde
Leininger apud Leopardi (2006) define saúde como “[...] o estado de bem estar que é
culturalmente definido, valorizado e praticado, refletindo a habilidade dos indivíduos ou
grupos em realizar suas atividades diárias de forma culturalmente satisfatória”. Para as autoras
deste estudo saúde em conformidade com Leininger é o bem estar disponibilizado ao paciente
a partir da atenção de cuidado oferecida pelo enfermeiro e equipe de Enfermagem,
respeitando suas crenças, valores e filosofia de vida em acordo com a estrutura sócio cultural
de que faz parte.
4.4.5 Doença
Leininger (LEOPARDI, 2006) não explicita o conceito de doença, mas as autoras
deste estudo entendem diante dos escritos de Leininger que doença é a dificuldade do
indivíduo, comunidade e sociedade em manter ou reaver o seu bem estar, de forma
significativa e satisfatória, com respeito à cultura e/ou para a ajuda no enfrentamento das
dificuldades ou da morte.
25
4.4.6 Teoria De Enfermagem
Segundo Leopardi,
A Teoria de Leininger está fundamentada na crença de que os povos de cada cultura são capazes de conhecer e definir as maneiras, através das quais eles experimentam e percebem seu cuidado de Enfermagem, mas também são capazes de relacionar essas experiências e percepções as suas crenças e práticas gerais de saúde (LEININGER apud LEOPARDI, 2006).
Teoria de Enfermagem neste estudo está em consonância com a Teoria de Leininger,
uma vez em respeito às diversidades culturais de cada indivíduo ou grupo social diante das
experiências e percepções de saúde.
4.4.6 Cuidado
Fenômeno relacionado às experiências de assistência, apoio e capacitação ou ações comportamentais direcionadas para ou por outro indivíduo ou grupo, quando se evidencia ou prevê uma necessidade, com a finalidade de melhorar as condições ou os modos de vida do ser – humano (LEININGER apud LEOPARDI, 2006).
Leininger in Leopardi (2006) refere o cuidado cultural como
Aquele em que os valores, crenças e modos de vida padronizados, aprendidos e transmitidos subjetiva e objetivamente, assistem, apóiam, facilitam ou capacitam outro individuo ou grupo a manter o seu bem estar a melhorar suas capacidades e modos de vida a enfrentar a doença, as incapacidades ou a morte. (LEOPARDI, 2006)
4.5 DELINEAMENTO DA TEORIA DE LEININGER
Leininger apresenta o cuidado em sua Teoria como universal ou diversificado. A
universalidade do cuidado refere-se às expressões do individuo na sociedade construída
culturalmente. E, a diversidade do cuidado refere-se às variações na ação do cuidado.
26
Leininger (LEOPARDI, 2006) construiu sua Teoria delineando as ações profissionais de
assistência em:
Cuidado cultural preservado ou mantido ـ
Nesta etapa do cuidado há um suporte profissional na facilitação de pessoas de cultura
específica no tocante ao seu cuidado, mantendo e preservando as crenças e valores
acerca do cuidado, para a manutenção do seu bem estar.
Acomodação ou negociação do cuidado cultural ـ
As ações de cuidado e ou decisões profissionais para suporte e facilitação da
assistência estimulando as pessoas de determinado grupo cultural para a adaptação e
negociação com os profissionais de saúde ao alcance de resultados satisfatórios e
ações benéficas de saúde.
Repadronização ou reestruturação do cuidado cultural ـ
Ações e decisões profissionais que auxiliam pessoas de determinado grupo cultural
que ajudem o paciente reorganizar, substituir ou modificar seus modos de vida a partir
de padrões de cuidado de saúde.
4.5.1 Metodologia da Assistência de Enfermagem Fundamentado Em Leininger
O modelo do Sol Nascente representa graficamente a inter-relação conceitual de
Leininger. Pode ser considerado o delineamento do Processo de Enfermagem, uma vez que
Leininger não apresenta uma metodologia de desenvolvimento do processo, mas a coleta de
dados (Anexo A) acontece em três passos descritos pela autora. No terceiro momento é
realizado o planejamento da assistência e demais passos do processo de Enfermagem.
1º Passo: Reconhecimento da Situação cultural
Nesta etapa acontece o exame físico, momento em que a/o Enfermeira/o previne a imposição
cultural. Há o reconhecimento cultural do cliente e seus influenciadores, para garantir um
cuidado culturalmente consonante (LEOPARDI, 2006).
27
2º Passo: Reconhecimento do sistema de saúde de inserção do cliente
Dá-se a identificação em qual sistema de saúde, defendido por Leininger, o cliente se
encontra: sistema popular ou profissional, caracterizando a universalidade e/ou a diversidade
do grupo cultural de que a/o cliente faz parte (LEOPARDI, 2006).
3º Passo: Planejamento da/o Enfermeira/o com o cliente os cuidados que precisam ser
preservados, acomodados ou reestruturados.
Na metodologia da assistência descrita por Leininger não há declaração de diagnóstico, mas
sim a ação do cuidado específico à cultura da/do cliente que é o direcionador do cuidado de
Enfermagem. Segundo Leopardi (2006) as modalidades diferenciadas de cuidado em
Leininger requerem a identificação, o planejamento, a implementação e a avaliação de cada
modo de cuidar congruente com a cultura do/da cliente.
28
“Num pedacinho de Terra belezas sem par!
Ilha da moça faceira, da velha rendeira tradicional”
(Cláudio Alvim Barbosa- Zininho)
5 METODOLOGIA COMO DELINEAMENTO DA PESQUISA
Os elementos essenciais, que constituem o desenvolvimento de uma Pesquisa
Qualitativa são a escolhas correta de métodos e teorias que dêem suporte no reconhecimento e
análise de diferentes perspectivas. Segundo Flick (2004) aspectos ainda, que valorizam a
reflexão do pesquisador no tocante a condução de sua pesquisa como produção de
conhecimento.
A composição metodológica deste Estudo define-se como do tipo qualitativa de
caráter exploratório-descritivo, pelo método de análise de conteúdo descrito por Bardin
(1977) em inter-relação com a Teoria de Madeleine Leininger (LEOPARDI, 2006).
A análise de conteúdo e os procedimentos para a sua efetivação decorrem de textos, ou
mensagens e convergem da busca para a o conhecimento impresso nas palavras (LEOPARDI
e RODRIGUES, 1999). Refere-se aos significados e significantes dos conteúdos expressos.
5.1 ESPAÇO DE INTERLOCUÇÃO DA PESQUISA
Este estudo foi realizado em uma Instituição Hospitalar Geral, em duas das onze
unidades de internação, ambas de cuidados clínico-cirúrgicos, por indicação da gerente de
Enfermagem da instituição estudada.
O hospital de escolha ao desenvolvimento deste estudo é de caráter filantrópico,
privado, tem seu enfoque na assistência médico-cirúrgica, ambulatorial e prestação de
serviços especializados e de alta complexidade.
Este hospital disponibiliza 240 leitos, para o atendimento de clinica médica e
cirúrgica, respectivamente em onze setores de internação; sete leitos de alta complexidade em
unidade de terapia intensiva de alta complexidade; dez leitos em unidade coronariana; e um
centro cirúrgico composto por sete salas; uma unidade de emergência; e uma central de
material e esterilização. Apresenta uma média de 539 cirurgias gerais por mês e 710
internações e uma média de 2196 atendimentos de emergência.
29
Presta serviços médico-hospitalares a 35 convênios, sendo que a grande demanda é
conveniada do SUS, a qual atinge 60% dos atendimentos. Possuem em seu quadro funcional
678 trabalhadores, distribuídos entre equipe médica, de Enfermagem e é subordinada aos
diretores técnicos. O quadro funcional de Enfermagem é de 276 funcionários distribuídos em
30 enfermeiras/os, 213 técnicos, 31 auxiliares e 03 atendentes de Enfermagem.
A escolha desta instituição para o desenvolvimento deste estudo justifica-se por ser
uma das poucas instituições da Grande Florianópolis, que apresenta a sistematização da
Assistência de Enfermagem organizada e fundamentada numa Teoria de Enfermagem. A
Teoria de escolha do grupo de Enfermeiras para dar sustentação ao processo de sistematização
do cuidado foi a Teoria da universalidade e da diversidade do cuidado cultural de Madeleine
Leininger. A inserção desta Teoria para a Sistematização da Assistência de Enfermagem na
Instituição efetivamente na prática aconteceu em 2006 a partir de discussões entre o grupo de
enfermeiras, que se iniciou em 2002. A socialização da Teoria junto as equipes de
enfermagem, se deu por meio de reuniões com pequenos grupos e a apresentação de um
manual informatizado o qual contempla protocolos de atendimento, funções da equipe de
enfermagem e esclarecimentos sobre a Teoria e a sistematização escolhida pelo grupo de
enfermeiras da instituição. No Hospital existe uma política de orientação ao funcionário
ingresso no serviço no tocante a normas e rotinas institucionais. A capacitação da equipe de
enfermagem se dá por meio de educação continuada no que tange protocolos, quanto à Teoria
de Enfermagem e a Sistematização da Assistência de Enfermagem de uso no Hospital o
acesso é possibilitado pelo manual informatizado.
5.2 PARTICIPANTES NO DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA
Para compor o corpus da pesquisa necessitou da participação da equipe de
Enfermagem, de unidades de internação previamente definidas junto à Gerência da
Instituição/campo da Pesquisa. As Equipes de Enfermagem dos três turnos de trabalho foram
contempladas (manhã, tarde e noite) num total de 04 enfermeiros/as, 16 técnicos de
enfermagem desde que, aceitassem participar deste estudo após a apresentação dos objetivos e
da metodologia desta proposta.
As duas unidades hospitalares contam com 08 equipes de Enfermagem que são
distribuídas nos três turnos. Em consonância com a Resolução 196/96 (BRASIL, 1996), que
30
regulamenta a pesquisa com seres humanos será garantido o direito ao sigilo e ao anonimato.
Diante disto, os participantes serão identificados por meio de codinomes, a serem definidos
posteriormente. Para a efetiva e legal participação dos respondentes desta pesquisa foi
apresentado e oferecido o Consentimento livre e esclarecido (Apêndice E) impresso, para
legalizar e garantir os preceitos éticos e bioéticos contidos na Resolução 196/96 do Conselho
Nacional de Saúde.
Para não haver identificação dos participantes deste estudo e em respeito à Resolução
196/96 (BRASIL, 1996) optou-se em caracterizá-los com nomes de praias da cidade de
Florianópolis. Esta intencionalidade se deu devido à escolha do espaço de Pesquisa ser uma
das instituições mais antigas da cidade, localizar-se numa ilha rodeada pelas belezas naturais
de quarenta e duas praias. Ainda, pela amplitude que as praias trazem à imaginação em
consonância com este estudo, que é a reflexão no que tange a construção do conhecimento em
Enfermagem. Desta forma, ficaram assim identificados os respondentes desta Pesquisa:
Praia da Joaquina ـ
Praia Morro das Pedras ـ
Praia do Assis ـ
Praia Canavieiras ـ
Praia Mole ـ
Praia dos Ingleses ـ
Praia Brava ـ
Praia da Daniela ـ
Praia do Campeche ـ
Praia do Santinho ـ
Praia Ponta das Canas ـ
Praia Barra da Lagoa ـ
Praia de Jurerê ـ
Praia Cachoeira do Bom Jesus ـ
Praia de Moçambique ـ
Praia Lagoinha do Leste ـ
Praia do Forte ـ
Praia do Matadeiro ـ
Praia dos Açores ـ
Praia Ribeirão da Ilha ـ
31
5.3 AS INFORMAÇÕES COLETADAS, ORGANIZADAS E ANALISADAS:
EXPRESSÃO INTERPRETADA.
Para realizar a análise de conteúdo se dispôs em fases, que segundo Bardin (1977) se
organizam cronologicamente em três pólos:
1- Pré – análise, onde há a organização dos dados, sistematização das idéias iniciais,
condução das informações a um esquema preciso de desenvolvimento. Nesta fase
realiza-se a escolha dos documentos a serem analisados, a leitura desses materiais e se
elabora impressões sobre esses conteúdos e ainda, a escolha do documento a ser
analisado que deve ser selecionado conforme regras: exaustividade (todas as
informações referentes ao objeto de estudo devem ser consideradas),
representatividade (quantidade e qualidade da amostragem dos dados),
homogeneidade (foco único de estudo) e pertinência (refere-se ao objetivo da análise).
Nesta Pesquisa utilizar-se-á roteiro de tópicos semi-estruturados (Apêndice G) como
base para entrevista com os membros da equipe de Enfermagem das unidades de
internação de escolha como campo, para aplicação do estudo, e observação dos
registros de Enfermagem, seguindo checklist (Apêndice H).
2- Exploração consiste da fase de codificação do conteúdo emergente das entrevistas,
checklist dos registros da sistematização de Enfermagem e observação do pesquisador,
suas impressões do processo. O texto e as mensagens obtidas das entrevistas serão
objetos de análise. Em primeira instância, e em segunda instância o compilamento
dessa análise com o checklist (Apêndice H).
3- Tratamento dos resultados, inferência e interpretação no caso deste estudo é
qualitativo, desta maneira a análise estará fundada na presença temática, de palavras e
personagens e não relacionada à freqüência de sua aparição. Assim as categorias serão
organizadas a partir dos códigos emergentes na fase de exploração dos dados. Neste
trabalho a proposta utilizou a análise da enunciação , a qual se organizará como
denomina Bardin (1977) em grelhas de análise, ou seja, quadros de categorias e
subcategorias.
A análise da enunciação é uma concepção do discurso como um processo, onde a
produção da palavra é elaborada e opera transformações. Assim, o discurso é um processo de
elaboração e referências (LEOPARDI e RODRIGUES, 1999).
32
Para uma compreensão didática do desenrolar deste estudo, abaixo se relaciona por
fase os passos das atividades desenvolvidas, para cumprir a trajetória do processo de Pesquisa.
Fase 1 – Apresentação de carta de intenção de Pesquisa à Instituição-campo de estudo
Fase 2 – Encaminhamento do Projeto de Pesquisa à Comissão de ética em Pesquisa da
UNIVALI
Fase 3 – Apresentação do Projeto à Equipe de Enfermagem das unidades de internação
espaço do estudo
Fase 4 – Apresentação do Consentimento livre e Esclarecido aos membros da equipe de
enfermagem
Fase 5 – Agendamento das entrevistas com os membros da equipe de Enfermagem que
aceitarem participar deste estudo e que entregarem o consentimento pós-esclarecimento
Fase 6 – Efetuar checklist dos registros da sistematização da assistência de Enfermagem, do
período de abril à maio, em prontuários de cinco pacientes internados nas unidades
hospitalares (três de uma e dois de outra unidade) a ser utilizada como campo de pesquisa.
Fase 7 – Codificar, categorizar e interpretar os dados dos conteúdos emergentes das
entrevistas e da observação por meio do checklist.
Fase 8 – Apresentação dos resultados e análise dos dados aos participantes deste estudo e a
Instituição conforme agendamento prévio
Fase 8 – Apresentação impressa e pública da versão monográfica com base na presente
pesquisa.
5.3.1 REOLHAR DO PROCESSO METODOLÓGICO
Para a realização deste estudo iniciou-se primeiramente definindo junto à orientadora
que foco abordaríamos num trabalho sobre Teorias de Enfermagem. A partir daí
vislumbramos a possibilidade de desenvolver esta Pesquisa num hospital geral que utilizasse
uma Teoria de Enfermagem para fundamentar a sistematização da assistência de enfermagem.
Primeiramente, em setembro de 2007 agendamos reunião com a Gerência de
Enfermagem do Hospital em que intencionávamos desenvolver este estudo, para formalizar
nosso desejo de organizar uma pesquisa para conhecer a aderência da Teoria na prática pela
equipe de enfermagem. Posteriormente a aceitação de realização por parte da instituição,
apresentamos o Projeto de Pesquisa ao Comitê de Ética do Hospital e à Comissão de Ética da
33
UNIVALI. Ao retornar das avaliações éticas o Projeto de Pesquisa sob Parecer favorável,
realizamos a apresentação às enfermeiras das unidades e suas equipes respondentes ao
questionário, quando assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
A aplicação dos questionários iniciou-se em fevereiro de 2008, quando a proposta foi
de entrega imediata do questionário respondido às pesquisadoras. Neste momento as
Pesquisadoras evidenciaram uma dificuldade de conhecimento sobre a Teoria de uso na
instituição. Diante da dificuldade observada, as autoras consideraram importante oferecer as
equipes das unidades uma capacitação referente à Teoria de Leininger e a sistematização da
assistência de Enfermagem, procuraram a Enfermeira de Gerência das Unidades e colocaram-
na a par dos limites encontrados e se ofereceram para ministrar uma oficina, posteriormente à
Pesquisa. A Enfermeira posicionou-se contrária no sentido de que esta era uma
responsabilidade das Enfermeiras das unidades em questão.
As Pesquisadoras ao retornarem ao espaço de interlocução da Pesquisa após a fixação
de um prazo para entrega dos questionários, de aproximadamente dois dias, em acordo com o
plantão de cada equipe, ficaram surpresas em observar o questionário completamente
preenchido. Foi então que as pesquisadoras foram informadas de que os funcionários já
haviam recebido um treinamento administrativo sobre o uso da metodologia aplicada na
instituição. As autoras deste estudo sentiram que esta conduta da instituição fragilizou o
sentido real da Pesquisa, uma vez que os participantes do estudo receberam um treinamento
quanto a Teoria utilizada na instituição antes de responderem ao questionário.
A segunda etapa de coleta de dados seguiu o seu percurso normalmente, onde cinco
prontuários de pacientes internados foram escolhidos de forma aleatória entre as duas
unidades de pesquisa, três prontuários de uma unidade e dois de outra. Realizou-se a
observação dos documentos de registro de saúde e enfermagem utilizados na instituição com
auxílio de um checklist nos prontuários selecionados.
Na etapa de análise e interpretação dos dados que emergiram do questionário e do
checklist, realizou-se a codificação e posteriormente a categorização, direcionando as
seguintes categorias e respectivos códigos, que se apresentam no quadro abaixo:
1ª CATEGORIA: APLICABILIDADE DE UMA TEORIA DE ENFERMAGEM: A DEMARCAÇÃO ENTRE O FAZER E O SABER NA SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA
2ª CATEGORIA: A TEORIA DE ENFERMAGEM: PERCEPÇÃO E ADERÊNCIA
Código – PADRONIZAÇÃO Código – COMUNICAÇÃO
Código - HUMANIZAÇÃO
34
Durante o processo de análise observou-se a grande similaridade das respostas dos
questionários com o conteúdo do Manual de Normas e Rotinas da Instituição, o que
evidenciou o fato extraordinário de mudança no sentido de condução da Pesquisa. A análise
por meio do checklist, retratou superficialidade da aderência da Teoria de Leininger à
Sistematização da Assistência de Enfermagem.
5.3.2 Fluxo metodológico e implicações decorrentes
Figura 1: Fluxograma Metodológico e implicações decorrentes.
35
5.3.3 Significado: da implicação decorrente de decisão técnico-administrativo
Em decorrência do fator que interferiu no desenvolvimento desta Pesquisa,
consideramos importante significar as implicações que decorreram da decisão de revisita por
parte da instituição dos conceitos e delineamentos de Leininger juntamente com a
sistematização da Assistência de Enfermagem organizada para o processo de trabalho de
escolha do grupo de Enfermeiras/os.
Optamos em descrever brevemente o significado do desvio de trajeto da Pesquisa em
três recortes: compreensão da situação institucional, compreensão na situação da Pesquisa e
prosseguimento à Pesquisa e o aprendizado como estudantes em iniciação à Pesquisa.
5.3.3.1 Compreensão da situação institucional
Alguns fatores, nos levam a crer, que foram determinantes para que a instituição
atendesse a sugestão de treinamento quanto à Teoria de Leninger e a metodologia da
assistência utilizada na prática de sua equipe de Enfermagem realizada pela pesquisadoras. Do
ponto de vista da gestão, do gerenciamento e do planejamento dos serviços de saúde a busca
de soluções para os conflitos na produção dos serviços de saúde depende e se direciona por
meio das contradições entre os interesses dos usuários, profissionais/chefias e dirigentes dos
serviços de saúde. Nesta perspectiva a interpretação que damos à ação da decisão técnico-
administrativa da instituição foi a de:
influenciar positivamente a sistematização da assistência de enfermagem das unidades ـ
campo de estudo, uma vez que objetivou o treinamento da equipe de enfermagem
quanto ao uso da Teoria de Leininger;
manter a estratégia construída de sistematização da assistência de enfermagem ـ
fundamentada na Teoria de Leininger, para o desenvolvimento das atividades
assistenciais;
assegurar conhecimento dos trabalhadores de enfermagem quanto à metodologia ـ
assistencial de escolha da instituição;
assegurar a padronização do trabalho em saúde, especificamente neste caso da ـ
enfermagem;
36
promover medidas para estimular os trabalhadores de enfermagem a alcançarem a ـ
qualidade da assistência de enfermagem ao usuário de forma organizada, padronizada
e;
evitar a socialização de uma fragilidade de organização e planejamento do serviço no ـ
tocante a aderência de uma Teoria de Enfermagem para a sistematização da
assistência.
5.3.3.2 Compreensão na situação da pesquisa
Inicialmente, quando nos deparamos com uma real quebra no desenvolvimento de
nossa Pesquisa, nos assustamos, consideramos que daríamos continuidade e focalizaríamos
nossa análise nos dados que emergiram da observação por meio do checklist . Realizamos um
relatório sucinto do ocorrido, no entanto a Pesquisa foi realizada e no decorrer foi desvirtuada
do caminho planejado. Desta forma, deu-se continuidade, análise realizada, mas foi
fundamental um reolhar a metolodogia e significar o que uma quebra no processo de
desenvolvimento da Pesquisa traz ao pesquisado.
Na situação da Pesquisa o significado que as autoras vislumbraram foi o de:
reolhar a metodologia da pesquisa ـ
significar a fragilidade como potencialidade, o que trouxe um pensar para nós novo do ـ
que é uma Pesquisa;
valorizar tudo e todas, das pequenas as grandes coisas, que acontecem durante uma ـ
investigação científica
;assegurar a Pesquisa veracidade do vivido, do experienciado ـ
analisar o que inicialmente pareceu uma falha nossa, um erro, e vimos que trouxe mais ـ
propriedade aos resultados a serem apresentados;
firmar com o compromisso do atendimento das necessidades do campo lócus da ـ
Pesquisa, usuários deste serviço de saúde e principalmente garantir a socialização do
conhecimento entre os participantes deste estudo.
37
5.3.3.3 prosseguimento à pesquisa e o aprendizado como estudantes em iniciação a
pesquisa
Ao ingressarmos na instigante e curiosa tarefa de pesquisar vemos a iniciação
científica como uma dura e árdua tarefa que temos que cumprir, para assegurar a nossa
formação. A partir da curiosidade, tendência a estudar construímos um Projeto, planejamos e
iniciamos a aplicação da Pesquisa na intenção de descobrir, fortalecer idéias e investigar
problemas que nos deixam em dúvida por que aprendemos determinados conteúdos, se muitas
vezes não o vimos na prática.
Neste sentido, demos início ao nosso estudo, houve a intercorrência de um treinamento
prévio para que os respondentes se capacitassem para atuarem na metodologia exigida pela
instituição, o que instrumentalizou os respondentes do nosso instrumento de pesquisa a
respondê-lo. Prosseguimos a Pesquisa, realizamos a entrega dos questionários e
concomitantemente realizamos a observação, o que consideramos ter fortalecido nossa
investigação.
Ao nosso aprendizado como estudantes em iniciação à Pesquisa significamos que:
;as questões éticas vão além da intenção de Pesquisar ـ
;o compromisso da Pesquisa é com a apresentação da verdade ـ
;as questões políticas de uma investigação devem ser visualizadas previamente ـ
os eventos que permeiam o desenvolvimento da Pesquisa não podem nunca serem ـ
considerados irrelevantes;
a Pesquisa influencia a pratica onde é desenvolvida e é influenciada por ela, e este é o ـ
sentido de transformação que a ciência traz ao conhecimento;
aprendemos com nossa fragilidade enquanto alunas de iniciação à Pesquisa, quando ـ
demoramos um pouco para entender que este entremeio a nossa Pesquisa mudou
consideravelmente o delineamento de nosso estudo e que valeu à pena.
5.4 A EXPRESSÃO ÉTICA NA PESQUISA
Ao desenvolvimento deste estudo as autoras consideraram que a cultura e a liberdade,
o respeito e o diálogo incluem-se como valores que se aperfeiçoam a partir do esforço para
38
alcançá-los. Desta forma, pensam ainda, que a liberdade de comunicação e as diversas
maneiras de realizá-la integram a ética do viver em sociedade. Assim, para falar de saúde,
direitos e qualidade de vida precisa-se de liberdade, porém consciente. E, é neste contexto que
nasce a bioética, onde as questões da vida, da saúde, da doença, de novas tecnologias e
estudos científicos com seres humanos são determinadas por critérios de respeito, não
maledicência e benevolência.
O ser - humano é reconhecido conforme Clotet (2003) um fim e não como meio, neste
sentido não pode ser visto e considerado como objeto na vida política, econômica e
profissional. Isto diz respeito à dignidade humana, que se considera como o denominador
comum que estabelece os acordos que visam à proteção, o respeito e à autonomia da pessoa.
A Resolução 196/96 (BRASIL, 1996) revela aspectos preventivos quanto à proteção e
respeito à integralidade, a individualidade e a autonomia no amparo do sujeito participante da
pesquisa. Neste estudo, particularmente, a confidencialidade das informações se fará
importante. Pretende-se realizar, de certa forma, uma avaliação das práticas profissionais
mediante a Teoria de Enfermagem utilizada pelo serviço, proposta pelo corpo de
Enfermeiras/os e desenvolvida no cotidiano de trabalho, com vistas à qualidade na prestação
do cuidado pela equipe de Enfermagem.
Os modelos de ação ética podem ser vistos ou elaborados a partir de atitudes éticas no
desenrolar de nossa vida pessoal e profissional, o que caracteriza nossa vida em sociedade, o
que nos define como um ser coletivo.
Para tanto, o encaminhamento à Comissão de Ética em Pesquisa da UNIVALI e a
apresentação do projeto desta Pesquisa ao Comitê de Ética da Instituição-campo da Pesquisa
foi necessária para assegurar os princípios de autonomia, beneficência, justiça em toda a
individualidade dos sujeitos na instituição e o respeito e confidencialidade das informações
que emergiram.
Após a aprovação pelo Comitê de Ética da Instituição e pelo Parecer nº 0308-CEP-
UNIVALI se iniciou a coleta dos dados para posterior análise, toda a documentação
organizada com o desenvolvimento deste estudo será por um prazo de cinco anos, armazenada
em guarda junto às autoras.
Neste estudo, para a verificação da aplicabilidade de uma Teoria de Enfermagem no
processo de sistematização da assistência observou-se a ética nas relações das pesquisadoras
e a equipe de Enfermagem, que participou desta investigação. Outro fator observado foi a
relação pesquisadoras/instituição, com vistas ao respeito dos protocolos de trabalho e
sistematização do cuidado, para não assumir um caráter de invasão no cotidiano e nas práticas
39
já instituídas. É importante pontuar a expressão ética à uma situação que tangenciou o
trabalho e que, mesmo necessitando-se de arranjos metodológicos, contribuiu para a Pesquisa.
A justiça se evidencia na compreensão do aprendizado mútuo, da influência que a
Pesquisa teve na prática, quando traz a realidade a necessidade de uma socialização mais
ampliada do conhecimento da Teoria para a própria Sistematização. A justiça aparece neste
estudo quando as autoras respeitam à autonomia do outro em responder ao questionário de
entrevista pautado no conhecimento do manual informatizado disponibilizado pela instituição
e treinamento realizado pelas enfermeiras responsáveis pelas unidades de Pesquisa.
A beneficência, mostra-se neste estudo, ao trazer para o cotidiano da instituição
estudada, a necessidade de ampliação do conhecimento, socializando mais e mais o fazer da
enfermagem corretamente dentro do preconizado pela própria instituição como
Sistematização da Assistência de Enfermagem fundamentada numa Teoria de Enfermagem,
que certamente bem socializado configurará qualidade à organização institucional e
principalmente ao objeto de trabalho da enfermagem, o paciente. Diante disto, a não
maleficência se evidencia no reolhar o desenho metodológico da Pesquisa, quando mostra-se
que as interrupções no processo de coleta de dados se deram. Observa-se que foi positivo e
um grande aprendizado ético na construção de um trabalho de Pesquisa. Inicialmente, o
prejuízo a Pesquisa foi evidente, uma vez que mascarou os dados primários desta
investigação. Por outro lado trouxe benefícios à Instituição alertando que o fazer cotidiano
normatizado necessita de socialização e reorientação contínua.
40
“Ilha da velha figueira onde em tarde fagueira vou ler meu jornal
Tua Lagoa formosa ternura de rosa poema ao luar”
(Cláudio Alvim Barbosa- Zininho)
6 ANÁLISE: EXPRESSÃO INTERPRETADA
A pesquisa qualitativa está orientada para a análise a partir das expressões e atividades
das pessoas (FLICK, 2004). Neste sentido, a análise das informações que emergiram deste
estudo trata-se da interpretação das expressões referentes a possibilidade de aderência da
equipe de enfermagem a utilização de uma Teoria de Enfermagem para o sistematizar a
assistência.
6.1 APLICABILIDADE DE UMA TEORIA DE ENFERMAGEM: A DEMARCAÇÃO
ENTRE O FAZER E O SABER NA SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA
Dispor de um referencial teórico-filosófico que permeie, fundamente e atribua valor à
prática ainda está, no âmbito da Enfermagem especificamente, muito aquém da necessidade
posta de qualidade no cuidado a saúde. Há uma forte tendência por parte dos enfermeiros
considerarem a aplicabilidade de uma Teoria de Enfermagem coisa para filósofo, estudiosos
da Enfermagem, no espaço acadêmico. A tendência a este pensamento segundo Neto,
Miranda e Moreira (2001) referem o que Meleis (1997) afirma, muitas vezes o próprio
enfermeiro teórico impõe obstáculos ao entendimento de Teorias, pois imprimem uma
linguagem mais filosófica e complexa.
Leopardi (2006) refere que há perspectivas prevalentes na Enfermagem, onde se
acredita que seja necessária mais prática e menos teoria, como se o trabalho do enfermeiro/a
tenha que ser técnico e que a teoria afasta-o deste cuidado. Na verdade o uso de uma Teoria
não se desvincula da prática do assistir em Enfermagem. É uma relação de comunicação entre
a teoria e o fazer. O questionamento mais ampliado e que insiste em se manter muitas vezes
não respondido é Teorias, por quê?
A utilização de Teorias de Enfermagem na fundamentação da prática responde
segundo Leopardi (2006) aos valores da profissão, numa perspectiva de identificação da
pessoa, do ambiente e da saúde. É o que define Bellaguarda (2006, p. 11) que “a relevância
41
científica tem sua ressonância quando resulta no desenvolvimento teórico significativo
aplicável ao cotidiano da prática profissional”.
As Teorias conforme Polit e Hungler (1995) apresentam uma explicação sistemática
sobre as relações entre fenômenos, ampliam a base de conhecimento de uma disciplina. Neste
sentido, a aplicabilidade de Teorias de Enfermagem garante a prática profissional referencial
de construção de conhecimento específico e alavanca avanços no campo do cuidado
científico.
Meleis (1985) diz que as Teorias incorporam saberes a realidade da Enfermagem.
Refere que a Teoria de Enfermagem é uma conceituação que se integra e é comunicada da
realidade já posta ou descoberta pertinente à enfermagem, e se propõe a descrição, explicação
ou prescrição do cuidado da enfermagem.
As autoras deste estudo acreditam que a escolha de um referencial, para
desenvolvimento na prática assistencial de Enfermagem deve permear discussões contínuas,
para identificação do tipo de população atendida, periodicidade dos atendimentos,
características da população de profissionais da saúde, características culturais do contexto
onde está inserida a instituição de saúde.
A incorporação de uma Teoria de Enfermagem na prática necessita antes de tudo uma
ressonância nos Cursos de formação do Enfermeiro, para a partir daí serem levados a
utilização nos campos assistenciais. Importante que haja a definição conforme Oliveira (1985)
do significado que esta tecnologia tem para a prática profissional, para aí sim demandar
esforço no sentido de difundir à toda equipe de Enfermagem. Outro ponto a ser observado, e
que neste estudo se mostra pertinente é que a aplicabilidade de uma Teoria ao cotidiano da
sistematização da assistência de Enfermagem não acontece em curto prazo. Isto
possivelmente ocorre devido à profissão ser exercida por diferentes categorias, com
formações distintas, no entanto não inviabiliza a concretude da aplicabilidade e aderência da
Teoria de Enfermagem à prática.
Nesta perspectiva, a escolha de referenciais para a prática é definida a partir da
necessidade identificada e reconhecida pelo grupo de trabalho das instituições. Na instituição,
local de escolha desta Pesquisa, a implantação de uma Teoria de Enfermagem à
sistematização da assistência seguiu a trajetória da formação à prática. Uma das enfermeiras,
gerente de Enfermagem do serviço, compartilhou o conhecimento de Teorias e da
Sistematização da Assistência, adquirido no Mestrado, com o grupo de Enfermeiras da
instituição. Após várias reuniões de trabalho para definição teórico-conceitual em 2006,
42
aproximadamente, foi implantada a sistematização da assistência de Enfermagem na
instituição de estudo, fundamentada na Teoria Transcultural de Madeleine Leininger.
A definição da Teoria de Leininger indica o respeito pela diversidade cultural dos
usuários dos serviços oferecidos pela instituição hospitalar estudada. Situada na Capital, o
afluxo intenso de pacientes de todo o Estado, de culturas diversas possivelmente foram
argumentos para a utilização desta Teoria.
Há dificuldade no uso da Teoria, pois os valores e o modo de vida, como os pensamentos e decisões são diferentes nos pacientes como nos profissionais. (Praia Mole)
Para a aplicabilidade da Teoria de Leininger alguns aspectos devem ser observados: a
realidade é vista com a interpretação do sujeito, a visão do sujeito é dinâmica, assim a
realidade é percebida em acordo com o momento da vida pelo qual passa o ser- humano.
Nesta perspectiva, a assistência de enfermagem mostra-se interativa, pois a cultura
influencia as práticas de cuidado como padrões de linguagem, religião, a vida comunal,
fatores educacionais, econômicos entre outros.
Desta forma, a comunicação é imperativa na articulação e na efetivação da
sistematização da assistência, e neste contexto a Teoria de Enfermagem de Leininger respeita
as diferenças e similaridades nas diversas culturas (MOREIRA et al, 2001).
Na teoria de Enfermagem de Leininger (LEOPARDI, 2006) sua visão de comunicação
aparece ,quando discorre sobre a relação enfermeira-paciente e a considerava um sistema
aberto ,parte de uma cultura em constante interação com as demais culturas que a cercam.
Essa visão mostra a comunicação influenciando e sendo influenciada pelo ser humano, por
sua cultura e, consequentemente, por sua saúde.
Observa-se na fala dos participantes, deste estudo, que a Teoria de Enfermagem na
sistematização da assistência efetivou um processo de comunicação.
A comunicação ficou mais evidente, o que fez diminuir erros e omissões. (Praia Mole)
Ao desenvolvimento de uma base de dados necessita-se de uma linguagem comum,
comunicação e uma forma padronizada de organizar os dados, padronização. Para tanto, a
organização e a padronização das informações de Enfermagem deve primar pelo
estabelecimento de terminologia uniforme, para uma comunicação clara e objetiva. Observa-
se pelos depoimentos dos entrevistados, que a padronização dos dados, facilita a ligação das
43
informações dos saberes próprios da Enfermagem, com os dados administrativos e dados das
outras profissões da saúde. Isto traz uma visão global para o assistir em Enfermagem, para a
qualidade do próprio serviço e desempenho organizacional.
Nas palavras dos próprios sujeitos da Pesquisa observa-se como trazem à tona a
importância do uso de uma Teoria, que fundamente a Sistematização da assistência de
Enfermagem, confirmam que esta integração saber e fazer resultam na padronização da
assistência.
O diferencial está na padronização das atividades, isto é todos falam a mesma língua apontando um trabalho mais qualificado. (Praia da Joaquina)
Sabe-se que, para a efetiva sistematização da assistência fundamentado numa Teoria
deve-se considerar as políticas institucionais, o compromisso individual do/a Enfermeiro/a, a
ampla divulgação/informação junto à equipe profissional e multiprofissional. “A
padronização deve ser amplamente discutida e, após seu estabelecimento, deverão ser
promovidas estratégias educacionais para a capacitação dos usuários (KURGANT, 2005, p.
160).
As autoras pensam que ao mesmo tempo, que a padronização facilita pode interferir na
criatividade e inovações nas práticas de cuidado. Como se essas padronizações limitassem os
profissionais de Enfermagem, os acomodassem. No entanto, a organização do serviço é
evidente por meio da padronização. KURCGANT (2005), refere que o enfermeiro ao
vivenciar a prática da padronização na organização de saúde, mostra algumas fragilidades,
uma vez que as expectativas da instituição, do grupo da enfermagem, da equipe de saúde e as
do próprio profissional divergem entre si. A autora ressalta, que esta realidade gera
insegurança a frustração no enfermeiro, que com freqüência sente-se incapaz.
Quando se trata de padronização de assistência, em muitos momentos nos deparamos com rotinas do paciente que se chocam com as rotinas da instituição, como horário de banho dentre outros. (Praia da Joaquina)
Conforme a fala de um dos respondentes desta Pesquisa, vê-se que há uma dificuldade
na padronização, quando na realidade estudada, a sistematização baseia-se numa Teoria que
preconiza o respeito à cultura da pessoa a ser cuidada. Importante declarar que a partir do
momento, que há a definição na utilização de um Referencial Teórico à prática, o
desenvolvimento das ações do cuidado devem mostrar-se coerentes com os pressupostos e
processo de Enfermagem definidos na Teoria de escolha. Diante do referido pelos sujeitos do
44
estudo há um choque na ação do cuidado fundamentado em Leininger e a própria cultura do
paciente. As autoras acreditam, que se este choque existe, a abordagem da equipe, no tocante
ao disseminação da Teoria de Enfermagem e a sistematização da assistência é frágil.
A divulgação e a capacitação dos profissionais da Enfermagem necessita ser mais
intensa, para o entendimento da equipe quanto a coerência que o cuidado deve apresentar
quando fundamentado numa Teoria de Enfermagem.
Assim, as autoras deste estudo entendem que os investimentos na formação do
enfermeiro, no tocante a sistematização da assistência de Enfermagem atrelada a uma Teoria
de Enfermagem possibilitará a mudança no fazer da Enfermagem, melhorando a assistência
prestada ao cliente/ paciente. (ARTIGO- A LIDERANÇA DO ENFERMEIRO NO SECULO
XXI: ALGUMAS CONSIDERAÇOES ).
A partir da observação realizada pelas autoras, por meio de preenchimento de
checklist, a padronização nas unidades estudadas existe pela definição do modo de registro, e
os profissionais que realizam os registros e respostas da padronização da assistência. Há,
conforme indicação dos sujeitos pesquisados e constatação das autoras, pela observação, a
existência de um manual explicativo da Teoria de Enfermagem usada no serviço e protocolos
de procedimentos e assistência a ser prestada.
Na Enfermagem, segundo KRON (1978) a liderança ou o gerenciamento é
fundamental para o trabalho diário do enfermeiro. A autora salienta que gerenciar / padronizar
/ liderar é influenciar pessoas a mudar, não importa quão insignificante essa mudança possa
ser. As mudanças devem proporcional qualidade na assistência ao paciente, como integração
da equipe e desenvolvimento potencial desses profissionais.
As autoras consideram, que compete ao enfermeiro encadear estratégias que
possibilitem o aperfeiçoamento da equipe de Enfermagem. A formação deste pessoal deve
ser considerada como qualificação e valorização do trabalhador e do seu trabalho.
6.2 A TEORIA DE ENFERMAGEM: PERCEPÇÃO E ADERÊNCIA
A abordagem para o cuidado a partir de uma fundamentação teórica inclui o
conhecimento do referencial a ser utilizado. Leininger (MOREIRA, 2001) apresenta uma
nova visão de mundo, respeito à cultura do ser humano e da sua relação com o meio.
45
Uma Teoria de Enfermagem, conforme Leininger (1985, p. 256) “tenta explicar a
natureza da Enfermagem, seus componentes, atributos ou características”. As Teorias
antecipam as ações da Enfermeira, ajudam a compreender as práticas e esclarecem
peculiaridades de cada campo de estudo. Leininger (1985) considera que a/o enfermeira/o
sendo um profissional que essencialmente se dedica ao cuidado dos outros, necessita ter
condições de atender pessoas de culturas diversificadas. Para tanto, fundamentar sua prática
numa teoria que privilegia o sistema cultural das pessoas agrega competência ao fazer da/do
Enfermeira/o.
Diante dos achados neste estudo, a sistematização da assistência fundamentada em
Leininger traz ao fazer cotidiano da equipe de enfermagem uma organização, que denota
clareza e coerência no desenvolvimento do cuidado.
A aderência de uma Teoria de Enfermagem à sistematização da assistência no dia –a-
dia laboral necessita de uma socialização ampla das teorizações, concepções, filosofia e
metodologia da assistência a partir da fundamentação teórica de escolha. As autoras deste
estudo consideram que seja certo afirmar que o fazer incorpora o conhecimento na prática,
mas o fazer sem saber por quê incorpora apenas o fazer por fazer, não agrega necessidade e
importância.
Principal facilidade é a confiança que o cliente tem em você e no seu cuidado. Outra facilidade é a organização seja em tempo, materiais, em atitudes que tomamos para um atendimento mais correto e humanizado. (Praia Morro das Pedras)
Uma maior interação entre o cuidador e o cliente, promovendo cuidados coerentes visando à qualidade e a responsabilidade na prática de Enfermagem. (Praia Campeche)
Sabe-se que o cuidado ao longo dos tempos teve sempre uma conotação de cuidado
familiar, simples e desta forma não tem sido valorizado o bastante como ação profissional da
Enfermagem (NIETSCHE e LEOPARDI, 2000). Para uma inserção da Enfermagem no
âmbito do cuidado não de tarefas simples, mas de um cuidado profissional e para uma
apropriação do cuidado como objeto epistemológico necessita do entrelaçar de saberes com
outras ciências. E, nesta perspectiva a Enfermagem busca a construção de suas tecnologias,
para desta forma delinear sua identidade, seu papel.
A Teoria de Enfermagem junto à sistematização da assistência caracteriza uma
tecnologia própria para a efetivação da assistência de enfermagem qualificada. Como
observado nas falas anteriores dos sujeitos deste estudo, a percepção deles quanto a aderência
46
da Teoria de Leininger à sistematização da assistência refere-se à organização do processo de
trabalho em Enfermagem, bem como agrega ao cuidado a humanização.
Todos seguem os mesmos métodos, respeitando um ao outro, tendo uma sintonia na assistência de enfermagem. (Praia do Assis)
Esta humanização perpassa pelas relações que se estabelecem no cotidiano do fazer a
enfermagem e sua interação com outros profissionais de saúde, paciente/cliente, família e
comunidade. Constata-se que a Teoria de Leininger dá esta aderência e oportuniza a
humanização.
A humanização, então requer um processo reflexivo no que se refere aos valores e
princípios que caracterizam o fazer profissional. Esta questão de humanização do que já é
humano imprime postura ética ao fazer o trabalho da enfermagem: cuidar. A ação do cuidar
necessita um esforço em refletir atitudes e comportamentos éticos e de consideração com o
outro.
A Política Nacional de Humanização do Ministério da Saúde instituída em 2000, teve
como objetivo principal aprimorar as relações entre profissionais/ usuários/ profissionais,
hospital/comunidade, com o intuito de qualificar e tornar eficaz a prestação dos serviços e
das instituições (MS, 2000). Nesta perspectiva, as Teorias de Enfermagem aderidas à
sistematização da assistência vem contribuir a humanização do trabalho em enfermagem.
Diante do exposto até então pode-se concluir que a escolha de um referencial fundamentado
no sistema cultural das pessoas tem muito a acrescentar a humanização do cuidado e a
qualidade do assistir em saúde. Corrobora com um dos pressupostos de Leninger (1985) que
se refere ao cuidado humanizado como universal, onde diversos padrões de cuidado são
identificados, explicados e conhecido entre culturas. A Teórica refere ainda que a
característica central dominante e unificadora da enfermagem é o cuidado humanizado.
A principal dificuldade que percebo é que alguns funcionários não compreendem ou entendem a cultura do outro, principalmente a do cliente, não respeitando e colocando a sua cultura como o certo no cuidado. (Praia Morro das Pedras)
Mesmo, sendo relatado pelos sujeitos deste estudo, que a Teoria utilizada para a
sistematização da assistência na instituição define um padrão, uma organização ao trabalho e
caracteriza-se por imprimir humanidade ao cuidado observa-se que outros sujeitos trazem à
tona a própria cultura, valores e crenças de clientes e profissionais como dificuldade para a
ação do cuidado. Possivelmente esta contradição de entendimentos na aderência da Teoria de
47
escolha nas práticas se deva a uma fragilidade na socialização do referencial teórico para a
comunidade de enfermagem da instituição foco deste estudo.
Sabe-se que no âmbito da instituição existe manual informatizado com informações da
Teoria de Leininger e a sistematização da assistência definida em protocolo. Este manual é de
acesso livre a todos os funcionários. No entanto durante o processo de Pesquisa pode-se
constatar que não é suficiente disponibilizar um manual sem uma socialização efetiva dos
propósitos, finalidades e padrão de utilização de uma Teoria de Enfermagem para a
sistematização da assistência.
O entendimento de que a Teoria de Leininger é simples por ter seu foco no respeito a
cultura das pessoas traz à tona a superficialidade, primeiramente do conhecimento desta
Teoria e consequentemente da aderência desta para a sistematização da assistência de
enfermagem de qualquer instituição.
De acordo com George (2002) a Teoria da Diversidade cultural de Leninger tem a sua
complexidade na própria inclusão de conceitos antropológicos e culturais na educação e
prática de enfermagem, levando a interpretações errôneas do processo de cuidar
fundamentado nesta Teoria.
As autoras deste estudo acreditam que a complexidade na implementação da Teoria
Transcultural de Leininger está no próprio processo de enfermagem idealizado pela Teórica
em consonância com as rotinas estabelecidas na instituição. As ações em relação à
preservação/manutenção do cuidado cultural, que se trata da aproximação ao cliente/família
de conhecer a cultura do outro, não agredindo crenças e valores. A acomodação/negociação
do cuidado dependerá em muito do preparo da Enfermeira, bem como do conhecimento
ampliado da equipe de enfermagem na abordagem do cliente, família e grupo social no que se
refere à Teoria de Leininger. E, por último às ações e decisões em relação à
reorganização/reestruturação do cuidado cultural, que demandam a adaptação da equipe de
enfermagem e mesmo de saúde em absorver as mudanças que esta reorganização trará a todo
o processo de trabalho.
A passagem de plantão do paciente, já que todo o cuidado que deve ser prestado está organizado em nosso manual, sem dizer que em muitos aspectos administrativos que realizamos na ala, também são orientados no manual de sistematização. (Praia Morro das Pedras)
A dificuldade no uso da teoria existe no que se refere à cultura, valores, crenças e modo de vida, pois cada um tem uma maneira particular de agir e pensar. (Praia Ponta das Canas)
48
Constatou-se a partir do monitoramento dos registros existentes nos cinco prontuários
das unidades de internação, em que este estudo foi desenvolvido que a documentação é
realizada principalmente pelos técnicos de Enfermagem. Os registros de Enfermagem são
informatizados, onde a prescrição é realizada pela enfermeira. Na admissão do paciente o
técnico de enfermagem realiza a anamnese que consta de dados relacionados às condições de
entrada deste paciente na instituição (nível de consciência, deambulação, eliminações). O
histórico de enfermagem é realizado também pelos técnicos de enfermagem e registra os
dados referentes à história clínica do paciente, não há por parte da enfermagem a realização
de exame físico. Estes registros são realizados em impressos de uso profissional coletivo e
específico.
Por meio da observação dos registros de Enfermagem verificou-se que a fragilidade na
aderência da Teoria de Leininger a Sistematização da Assistência nas unidades estudadas é
caracterizada pela socialização da metodologia de trabalho de forma geral. Há uma
necessidade de clarificar de maneira mais pontual o referencial teórico de escolha, mostrando
à equipe de enfermagem as especificidades que um cuidado sistematizado e fundamentado
numa Teoria traz a assistência.
A documentação do processo de cuidado não evidencia o processo de cuidado definido
por Leininger. Não há uma caracterização nítida da aderência da Teoria de Leininger na
sistematização definida na instituição. O processo de cuidado definido por Leininger não está
descrito na sistematização utilizada, nem definida nos documentos para registro da
Enfermagem. Isto vem corroborar com a dificuldade de entendimento da equipe de
enfermagem em atender/respeitar culturalmente paciente/família, e seus pares.
Leininger compreendem seus valores e as crenças culturais dessas pessoas. Esta
Teórica deixa claro que (1985) afirma que enfermeiras/os não podem ajudar as pessoas, se
não existem diferenças entre os sistemas de saúde e de enfermagem, os quais podem criar
conflitos e stresses entre as/os enfermeiras/os e dessas com os pacientes no cuidado cultural.
Desta forma, corrobora com o referido pelos sujeitos deste estudo, quanto à dificuldade de
compreensão dos valores e crenças culturais dos pacientes.
A aderência da Teoria na sistematização da Assistência de Enfermagem desenvolvida
na instituição será potencial se conforme Leininger:
As decisões e ações do cuidado de enfermagem serão benéficas e satisfatórias para os
clientes, se elas usarem uma das três formas de intervenções congruentes, que estejam de
acordo com as crenças, valores e modos de vida dos clientes que são:1) práticas de cuidado
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cultural de preservação ou manutenção; 2) práticas de cuidado cultural de acomodação ou
negociação; 3) práticas de cuidado cultural de repadronização ou reestruturação.
50
“Cristal onde a lua vaidos , sestrosa, dengosa vem se espelhar...”
(Cláudio Alvim Barbosa – Zininho)
7 TECENDO ALGUMAS CONSIDERAÇOES
Procurou-se neste estudo trazer à tona possibilidades da aderência de uma Teoria de
Enfermagem à prática assistencial em unidades hospitalares. Realizou-se o estudo em uma
instituição privada, que acolheu de forma receptiva a busca pelo conhecimento. A instituição
valorizou a colaboração que os dados que emergissem da Pesquisa fossem trazer ao cotidiano
do trabalho em saúde na instituição, com vistas a mais qualidade ao cuidado a ser prestado.
Oportunizou espaço necessário ao desenvolvimento da Pesquisa em duas unidades do
respectivo hospital.
Na evolução da busca pelo conhecimento procurou-se identificar a aderência dos
profissionais no uso da teoria de Leininger na sistematização da assistência de enfermagem.
Este estudo fez emergir a complexidade e a valorização do uso de uma Teoria junto à
sistematização de Enfermagem em instituição privada e a socialização e a representação deste
saber na equipe de Enfermagem. Tentou-se mostrar a importância da fundamentação Teórica
para a sistematização da assistência, que valoriza os aspectos culturais da clientela que utiliza
os serviços de saúde, especificamente de enfermagem da instituição.
O estabelecimento da relação teoria/prática é evidenciado no decorrer do estudo, no
entanto com certa complexidade devido às características de formação da própria categoria de
Enfermagem. Enfermeiras/os têm o acesso ao ensino de Teorias de Enfermagem em sua grade
curricular, enquanto os demais membros da equipe de enfermagem não dispõem deste
conhecimento. Esta é uma questão que dificulta a aplicabilidade de uma Teoria à prática
assistencial se não houver uma socialização organizada por parte da gestão do serviço de
saúde em que será instituída a estratégia de assistência.
Deparou-se com algumas limitações no decorrer do estudo, que pontuam quase sempre
o desenvolvimento de trabalhos científicos. Dificuldades de ordem organizacional do tempo,
da literatura, das idas e vindas junto à orientação. A expectativa das autoras enquanto
acadêmicas, para dar conta de um trabalho de pesquisa, para cumprir com exigência
curricular, bem como a complexidade na construção do projeto, sendo algo novo, um
aprendizado! Outra limitação, fortemente característica ao desenvolvimento deste estudo foi a
questão da distribuição do tempo, cujas atividades enquanto acadêmicas trabalhadoras de
enfermagem competiam com a construção deste estudo. Uma forte preocupação das autoras
deste estudo esteve sempre atrelada aos resultados que pudessem refletir a fragilidade na
51
aderência da sistematização do hospital em estudo, e principalmente o cuidado em trazer ao
conhecimento de todos as fragilidades da inserção de uma Teoria à prática devido a
superficialidade da socialização entre toda a equipe de enfermagem do conhecimento a ser
utilizado para cuidar.
O vislumbrar a Teoria de Leininger – Transcultural, como inicialmente de fácil
utilização e entendimento, como se a cultura das pessoas fosse apenas o saber falar e até
mesmo aceitar o cuidado a ser prestado. Foram dificuldades muito intimas das autoras ao se
depararem com a fragilidade de conhecimento próprio da Teoria como da equipe em estudo.
Ao mesmo tempo, o aprendizado foi enriquecedor para que as autoras tenham uma visão mais
clara e objetiva da complexidade de ser Enfermeira/o no que está posto e transformar a
realidade não separando a teoria da prática.
A sistematização da assistência de enfermagem é uma tendência mundial, e a
exigência em Lei já estabelecida. A fundamentação da sistematização sob a base conceitual e
filosófica de uma Teoria de Enfermagem trará maior consistência e amplitude ao fazer da
enfermagem, uma vez que são construções próprias da Enfermagem.
Optou-se pela Pesquisa Qualitativa, uma vez que o pesquisador tem a possibilidade de
vivenciar e imergir nos relatos dos sujeitos respondentes. Acredita-se que a organização dos
dados, que emergiram da Pesquisa, pela análise de conteúdo de Bardin facilitou a codificação
e posterior categorização, para a análise dos resultados. E, o uso da mesma Teoria a ser
pesquisada na instituição auxiliou na discussão dos dados pelas autoras e fez com que se
desenvolvesse uma maior reflexão acerca da consciência profissional, da construção e da
aplicabilidade da Enfermagem científica no âmbito do fazer cotidiano.
Percebe-se que muito ainda a Enfermagem deve ampliar os conhecimentos construídos
e dinamizar novos conhecimentos e Teorias que venham contribuir para o desenvolvimento
da Enfermagem com identidade própria e respaldada pela ciência. Para tanto, observa-se que
as práticas necessitam de novas/os Enfermeiras/os, que sejam atuantes em seus espaços e
principalmente comprometidos com o cuidado como objeto epistemológico da enfermagem,
mas direcionado diretamente ao objeto de trabalho, que é o ser –humano. Leopardi (2006)
refere esta necessidade de clareamento do objeto de epistemológico da Enfermagem, para
uma formação mais elucidativa e competente. O que é imperativo documentar neste estudo é
o esforço e a disponibilidade do grupo de enfermeiras que instituiu a utilização da Teoria de
Leininger para a sistematização da assistência na instituição.
Os próprios pressupostos de Leininger (LEOPARDI, 2006) demonstram esta luta pelo
saber da enfermagem, para um cuidar mais competente, mais humanizado e ampliado quando
52
fala do respeito a cultura das pessoas a serem cuidadas. Leininger ainda pontua o respeito a
cultura do outro por meio do processo de Enfermagem que desenha.
Diante do exposto as autoras deste estudo sugerem a partir do resultado desta
Pesquisa:
oportunizar a educação continuada das equipes de enfermagem quanto à ـ
sistematização da assistência e a Teoria que fundamenta este fazer na instituição;
aprofundar o conhecimento da Teoria de Leininger entre todos os profissionais da ـ
enfermagem da instituição;
realizar grupos de estudo entre os profissionais da enfermagem, ampliando o estudo da ـ
Teoria de Escolha para a sistematização da Assistência na instituição;
adequar os registros e protocolos de cuidado de enfermagem da instituição baseados na ـ
Teoria de Leininger;
ampliar o estudo de Teorias de Enfermagem na formação da/o enfermeira/o ـ
apresentar as Teorias de Enfermagem e as sistematizações da assistência na formação ـ
do Técnico de Enfermagem e suas finalidades para o fazer na enfermagem.
Considera-se imperativo a ampliação do estudo de Teorias de Enfermagem e sua
fundamentação para a sistematização da assistência de Enfermagem, para isso as escolas
necessitam investir neste estudo para formar enfermeiros comprometidos com o fazer de
forma organizada e competente. A utilização de uma Teoria de Enfermagem tem aderência à
prática quando pensada a realidade em que se realiza o trabalho da Enfermagem, quando há
coerência com os valores e ideais do grupo de trabalho, mas principalmente quando há
compreensão e conhecimento da finalidade do seu uso pelos proponentes.
53
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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54
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55
APÊNDICES
56
APÊNDICE A - TERMO DE COMPROMISSO DE ORIENTAÇÃO
Eu, Maria Lígia dos Reis Bellaguarda docente da disciplina de Teorias de Enfermagem do
Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Educação
Biguaçu, comprometo-me e concordo em orientar a Pesquisa para efetivação do Trabalho de
Conclusão de Curso das acadêmicas Patrícia Bion e Rafaela J. Marcelino de Abreu sob a
temática: “TEORIAS DE ENFERMAGEM E SUA ADERÊNCIA NA SISTEMATIZAÇÃO
DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM INSTITUIÇÃO PRIVADA”.
As orientandas estão cientes das Normas para elaboração de Trabalho Monográfico de
Conclusão do Curso de Graduação em Enfermagem, bem como, do calendário de Atividade
proposto.
Biguaçu, ___ de ____ de 2008.
MSc. Maria Lígia dos Reis Bellaguarda Profª Orientadora
Patrícia Bion Acadêmica de Enfermagem
UNIVALI
Rafaela J. Marcelino de Abreu Acadêmica de Enfermagem
UNIVALI
57
APÊNDICE B - CARTA DE INTENÇÃO PARA REALIZAÇÃO DA PESQUISA
Biguaçu,______ de ______2008.
Ilma. Sra. Deise Marinho da Silva Gerente dos Serviços de Enfermagem Hospital de Caridade
Prezada Senhora,
Como alunas do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade do Vale do Itajaí
Centro de Educação Biguaçu temos a intenção de desenvolver a pesquisa intitulada
“TEORIAS DE ENFERMAGEM E SUA ADERÊNCIA NA SISTEMATIZAÇÃO DA
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM INSTITUIÇÃO PRIVADA”.
Para tanto, solicitamos a autorização para a realização da pesquisa junto à equipe de
Enfermagem (Enfermeiras/os, técnicos e auxiliares de Enfermagem) de duas unidades de
internação pré-determinadas em comum acordo com esta Instituição. Esclarecemos que a
atividade de coleta de dados, prevista no Projeto de Trabalho de Conclusão de Curso prevê
entrevistas com esta população, observação moderada e observação dos registros da
sistematização da assistência de Enfermagem, no entanto somente será iniciada a Pesquisa
após aprovação da Comissão de Ética em Pesquisa da UNIVALI e dessa Gerência.
Assumimos o compromisso ético de manter o anonimato dos participantes, sigilo das
informações e proteção da imagem e prestígio dessa Instituição, sendo que os dados coletados
serão utilizados em nosso estudo acadêmico.
Contando com sua compreensão, agradecemos antecipadamente.
Atenciosamente,
Patrícia Bion Rafaela J. Marcelino de Abreu Acadêmica de Enfermagem Acadêmica de Enfermagem UNIVALI UNIVALI
MSc. Maria Lígia dos Reis Bellaguarda Orientadora – UNIVALI
58
APÊNDICE C - CARTA DE INTENÇÃO PARA REALIZAÇÃO DA PESQUISA
Biguaçu, de 2008.
Ilma. Sra. Enfa. Responsável pela Unidade de Internação
Prezada Senhora,
Como alunas do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade do Vale do Itajaí –
Centro de Ciências da Saúde- Biguaçu temos a intenção de desenvolver a pesquisa intitulada
“TEORIAS DE ENFERMAGEM E SUA ADERÊNCIA NA SISTEMATIZAÇÃO DA
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM INSTITUIÇÃO PRIVADA”
Para tanto, solicitamos a autorização para a realização da pesquisa junto à equipe de
Enfermagem sob sua responsabilidade incluindo a sua participação. A atividade de coleta de
dados, previstas em nosso Projeto de Trabalho de Conclusão de Curso prevê entrevistas com
esta população. Assumimos o compromisso ético de manter o anonimato dos participantes,
sigilo das informações e respeito à confidencialidade dos dados. Contando com sua
compreensão, agradecemos antecipadamente.
Atenciosamente,
Patrícia Bion Rafaela J. Marcelino de Abreu Acadêmica de Enfermagem Acadêmica de Enfermagem
UNIVALI UNIVALI
MSc. Maria Lígia dos Reis Bellaguarda Orientadora – UNIVALI
59
APÊNDICE D - CARTA DE INTENÇÃO PARA REALIZAÇÃO DA PESQUISA
Biguaçu, de 2008.
Ilma. Sra. Enfa. Responsável pela Unidade de Internação
Prezada Senhora,
Como alunas do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade do Vale do Itajaí –
Centro de Ciências da Saúde- Biguaçu temos a intenção de desenvolver a pesquisa intitulada
“TEORIAS DE ENFERMAGEM E SUA ADERÊNCIA NA SISTEMATIZAÇÃO DA
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM INSTITUIÇÃO PRIVADA”
Para tanto, solicitamos a autorização para a realização da pesquisa junto à equipe de
Enfermagem sob sua responsabilidade incluindo a sua participação. A atividade de coleta de
dados, previstas em nosso Projeto de Trabalho de Conclusão de Curso prevê entrevistas com
esta população, observação a partir de checklist dos registros de sistematização da assistência
de Enfermagem e observação moderada. Assumimos o compromisso ético de manter o
anonimato dos participantes, sigilo das informações e respeito à confidencialidade dos dados.
Contando com sua compreensão, agradecemos antecipadamente.
Atenciosamente,
Patrícia Bion Rafaela J. Marcelino de Abreu Acadêmica de Enfermagem Acadêmica de Enfermagem
UNIVALI UNIVALI
MSc. Maria Lígia dos Reis Bellaguarda Orientadora – UNIVALI
60
APÊNDICE E - CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Somos acadêmicas do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade do Vale do
Itajaí – UNIVALI / Campus Biguaçu. Estamos desenvolvendo uma pesquisa sobre a
aderência de Teorias de Enfermagem na prática assistencial da Enfermagem. E, tem como
objetivo Dimensionar a aderência da utilização de uma Teoria de Enfermagem em um
hospital privado, pela equipe de Enfermagem. Neste sentido, gostaríamos de contar com a sua
participação, por meio de entrevistas a serem agendadas previamente. Não será realizado
nenhum procedimento que lhe traga qualquer desconforto ou risco à sua vida. Caso apresente
alguma dúvida em relação à pesquisa, durante o desenvolvimento da mesma, ou desistir de
fazer parte deste estudo, poderá retirar seu consentimento a qualquer momento, sem prejuízo
para o seu atendimento. Pela sua participação no estudo, você não receberá qualquer valor em
dinheiro, mas terá a garantia de que toda e qualquer despesa necessária para a realização da
pesquisa não será de sua responsabilidade. Seu nome não aparecerá em qualquer momento do
estudo, pois você será identificado por meio de um codinome.
Patrícia Bion Acadêmica de Enfermagem
UNIVALI
Rafaela J. Marcelino de Abreu Acadêmica de Enfermagem
UNIVALI
MSc. Maria Lígia dos Reis Bellaguarda
Orientadora -UNIVALI
61
APÊNDICE F–TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE, APÓS ESCLARECIMENTO
Termo de consentimento livre, após esclarecimento
Eu,........................................................................................................, li e ouvi o
esclarecimento sobre a pesquisa “”TEORIAS DE ENFERMAGEM E SUA ADERÊNCIA
NA SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM INSTITUIÇÃO
PRIVADA” e compreendi para que serve o estudo e qual procedimento a que serei submetido.
A explicação que recebi esclarece os riscos e benefícios do estudo. Eu entendi que sou livre
para interromper minha participação a qualquer momento, sem justificar minha decisão e que
isso não afetará meu tratamento. Sei que meu nome não será divulgado, que não terei
despesas e não receberei dinheiro por participar do estudo.
Eu concordo em participar do estudo.
Florianópolis, _____ de ________________ de 2008.
__________________________________________________ Assinatura do participante da pesquisa (ou responsável legal)
____ ________ _________ Número do documento de identidade
_________________________________________ Assinatura do Pesquisador responsável
__________________________ Assinatura do Pesquisador Orientador
O48 3369-5154 048 3343-8604/9965-0228 Telefones de contato dos pesquisadores
___ _______ _______ Telefones de contato dos pesquisadores
Em caso de dúvida quanto a esse documento, você pode entrar em contato com o Comitê Ética em Pesquisa da Universidade do Vale do Itajaí-UNIVALI, pelo telefone047-3241-7738
62
APÊNDICE G - ROTEIRO DE ENTREVISTA
Identificação:................................................................................................................................. Sexo: ( ) feminino ( ) masculino Idade: :................................ Profissão:................................................................... Estado civil:.......................................... Religião:...................................................................... Local de residência:...................................................................................................................... Escolaridade:.................................................................................................................................
1. Concepção de Sistematização de Assistência de Enfermagem (SAE). Na instituição da qual você faz parte o que é a Sistematização da Assistência de Enfermagem?
2. Identificação de caracteres da Teoria que serem de base à SAE. Qual é a Teoria de
Enfermagem utilizada nessa sua Instituição que serve de base à Sistematização da Assistência?
Destaque conceito teórico mais utilizado no cotidiano da SAE: 3. Concepções operacionais mais visíveis nos cuidados de enfermagem no âmbito da
SAE. Quais os conceitos operacionalizados no cuidado prestado aos pacientes referem-se ao uso da Teoria de Enfermagem na sua Instituição?
4. Descreva, em poucas palavras, como vem sendo alimentado o conhecimento quanto à
utilização da sistematização da assistência fundamentada em uma Teoria de Enfermagem?
5. Fale da integração da equipe, considerando a utilização da Teoria nesta SAE.
6. Aponte no seu cotidiano processo de trabalho utilizando a SAE 2 dificuldades e 2
facilidades percebidas por você. 7. Relate uma ou mais mudanças significativas no seu trabalho de cuidar depois da
utilização da SAE nesta instituição.
Nº.
______________ Codinome
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APENDICE H – CHECKLIST PARA OBSERVAÇÃO DOS REGISTROS DE
SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM
1.Tabulação para monitoramento de características dos Registros de Enfermagem a) Formulários existentes,próprios,específicos da enfermagem (enumerar e tipificar) b) comparação dos dados existentes no formulário c) formulário coletivo ou especifico da enfermagem d) número de registros e se são diários,quais turnos e) checagem das intervenções de enfermagem realizadas f) registro e discussão ou apresentação dos mesmos na passagem de plantão g) passagem de plantão e a relação de comunicação dos dados registrados h) fluxos da informação e dos registros,arquivamento dos registros 2.Tabulação para monitoramento de características dos sujeitos que realizam o registro a) membro da equipe que registra b) quantidade de registro por membro da equipe c) observação da equipe responsável pelo registro de enfermagem d) dialogo com membros da equipe de enfermagem quanto as suas praticas de registros(limites,possibilidades,sugestões) e) considerações dos membros da equipe sobre os registros de enfermagem realizados 3.Tabulação para monitoramento de características de métodos para classificar dados registrados a) dados registrados de cunho clínico, psicossocial ,emocional,psicoespiritual b) identificar signos de abordagem cultural c) características que identificam a abordagem transcultural de Leininger nos registros.
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ANEXOS
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ANEXO A – COLETA DE DADOS SEGUNDO LEININGER
Nome: Queixa principal:
Data de nascimento: Etnia: Estado civil:
Data da Entrevista: Familiar ou informante:
Número de filhos: Tipo de parto:
Padrões normativos, valores e práticas diárias
Modos de cuidado popular Cuidados requeridos no sistema profissional
Fatores religiosos e culturais: religião, normas religiosas, hábitos culturais Fatores de parentesco e sociais: familiares significativos, língua falada, atividades Modos de vida: rotinas alimentares, de repouso, cuidados à saúde Fatores econômicos e educacionais: renda, instrução, capacidade de compreensão Fatores fisiológicos: sinais e sintomas informados, historia de enfermidades, medicamentos utilizados, nutrição.
Preservação Acomodação Repadronização
Outras informações específicas
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