workshop pré congresso - sobecc.org.br auditório 1 - método... · workshop pré congresso...
Post on 18-Sep-2018
217 Views
Preview:
TRANSCRIPT
Workshop Pré Congresso “Método Científico para pesquisa”
Kazuko Uchikawa Graziano – Enfermeira. Coordenadora Pedagógica do Curso MBA/CME - INESP e Professora Titular Sênior do Departamento de Enfermagem Médico-Cirúrgica - Escola de Enfermagem
da USP.
Caroline Lopes Ciofi Silva – Enfermeira. Mestre pela Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto USP e doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem Saúde do Adulto da Escola de
Enfermagem da USP.
“ ...procura de respostas plausíveis e consistentes a um problema para o qual
não se encontra resposta já pronta. É a busca do NOVO, de respostas novas que
não estão prontas para serem consumidas” (COSTA, 2001) de forma lógica,
compreensível , reprodutível e utilizável.
DIFERENTE DO ESTUDAR
O QUE É PESQUISAR ?
PESQUISAR� Atitude ativa;
�Produção de conhecimentos
rigorosamente construídos;
�Preenche uma lacuna do
conhecimento
ESTUDAR� Atitude passiva (consumidor passivo)� Busca atualização e aprofundamento
num assunto específico de interesse
Por que pesquisar?Prática Baseada em Evidências
“Uso consciente, explícito e judicioso da melhor
evidência disponível para a tomada de decisão
sobre o cuidado de pacientes individuais.”
David L. Sackett, 2000
GRAUS DE EVIDÊNCIA DAS RECOMENDAÇÕES
• Categoria IA: comprovado - Faça! (Forte evidência científica produto de revisão sistemática da literatura com metanálise)
• Categoria IB – (Sugerido: evidência científica menos forte);
• IC – autoridade (Faça! “Enquanto não se muda a lei”);
• Categoria II – Provável? (tradição “todos fazem”, opinião de especialistas, ensaio e erro - experiência pessoal -raciocínio lógico...);
• Categoria Irresoluto – Tanto faz! “Motivos estéticos emocionais e culturais”.
(Estruturação dos guidelines do CDC-USA)
Hierarquia da EvidênciaMetanálise
Revisão sitemática
Ensaio Clínico randomizado
Estudos de coorte/ quase-experimental
Estudos caso-controle
Série de casos/ relato de caso
Pesquisa básica/ opinião do especialista
Pesquisa em animal
A evidência é a minha opinião!
Não
O que vem a ser norovirus humano (HuNoV )? Quais as particularidade das gastrointerites causadas
por esse vírus? Quais as vias de transmissão?
R: estudo narrativo; estudo de atualização.
Quais as evidências científicas da necessidade de aplicação de desinfetantes no piso, após a remoção
com material absorvente e limpeza, de vômitos e fezes derramados por pacientes supostamente
contaminados por HuNoV?
R: pesquisa bibliográfica trazendo uma resposta para a prática assistencial: sim; não; não há
consenso; não há pesquisas com delineamento robusto que permita conclusões definitivas...
Caso negativo.... Pesquisa primária
Questão de pesquisa ou estudo?
PESQUISAS: primárias versus secundárias
PRIMÁRIAS
Conhecimentos novos
rigorosamente produzidos a partir de:
�pesquisas de campo (pragmáticas) e
�pesquisas experimentais
laboratoriais (explanatórias)
• SECUNDÁRIASConhecimentos novos
rigorosamente produzidos a partir de:
�pesquisas primárias publicados como artigos científicos originais que incluem pesquisas de campo (pragmáticas) e pesquisas experimentais laboratoriais (explanatórias)
�Outras revisões sistemáticas
(metanálise/metassíntese?) ou integrativas conduzidas com rigor no método
TENSÃO EXPRESSAEM PERGUNTA
BUSCA BIBLIOGRÁFICA
CONFIRMAÇÃO DA AUSÊNCIA DA RESPOSTA
ANÁLISE DA RELAVÂNCIA E DA EXEQUIBILIDADE
CONSTRUÇÃO DO(S) OBJETIVO(S)
DEFINIR O DESENHO DA PESQUISA
ELABORAÇÃO PROJETO DE
PESQUISA
PROJETO
• Capa• Página de rosto
1. Introdução
2. Objetivos
3. Material e método
4. Cronograma
5. Orçamento
6. Referências
7. Anexos/Apêndices
TENSÃO
CAMINHO
ETAPAS DA PESQUISA CIENTÍFICA
ABORDAGENS das pesquisas primárias
• QUANTITATIVA (positivismo)
• Ciência “Hard”• Foco: conciso e limitado• Reducionista• Objetivo• Raciocínio: lógico dedutivo• Base de conhecimento: relação causa
e efeito• Testa teorias• Controla• Instrumentos específicos• Elemento básico de análise: números• Análise estatística• Generalização
• QUALITATIVA
• Ciência “soft”• Foco: complexo e aberto• Holístico• Subjetivo• Raciocínio: dialético, indutivo• Base de conhecimento: significado,
descoberta• Desenvolve teorias• Compartilha interpretações• Comunicação e observação• Elemento básico de análise: palavras• Interpretação individual• Singularidade
BURNS,N.;GROVE,S.K. The practices oh nursing research: conduct, critique and utilization . Philadelphia, W.B. Saunders, 1987, p.36.
Pesquisas primárias (clínicas)
Adaptado de Grimes DA - Lancet 2002;359:57.Adaptado de Grimes DA - Lancet 2002;359:57.
O pesquisador fez algumaintervenção terapeutica ?
Estudo Observacional
Existe grupo controle paracomparação dos resultados?
Estudo Experimental
sim não
Estudo Analítico Estudo Descritivo
nãosim
EstudoCaso Controle
Exposição Desfecho
�
Direção
EstudoTransversal
Exposição e Desfecho ao mesmo tempo
Estudode Coorte
Exposição � Desfecho
Ensaionão Controlado
não
Alocação Randomizada
sim
EnsaioControlado
não
EnsaioRandomizado
sim
4321
?
5
mrcnobre@usp.br
POPULAÇÃO
AMOSTRA(que atenda aos critérios de elegibilidade)
TEMPO
(intervenção de interesse/experimental)
(Intervenção de comparação)
SIMMELHORA
NÃO
MELHORASIM
NÃO
Crossover
Washout
• Grupo experimental: Intervenção experimental (variável independente)• Grupo controle: intervenção de comparação (placebo?/melhor tratamento até o momento)• Randomização/aleatorização/sorteio• Pareamento entre os grupos: demonstrar que não houve “proteção” para um dos grupos• Cegamento (uni, duplo, triplo ou mais)• Marcador de desfecho definido (variável dependente=confiabilidade)• Poder da amostra• Cross over após washout•Aspectos éticos atendidos (Resolução 466/2012)
Vantagens: impacto e rapidez, controle do efeito HawthorneDesvantagem: implicações éticas
DESFECHO
Características e “FORÇA” dos estudos ensaio clínicocontrolado randomizado
POPULAÇÃO
AMOSTRASEM DESFECHO
NO INÍCIO DA PESQUISA
TEMPO
(COM exposição)
(SEM exposição)
SIMDESFECHO
NÃO
DESFECHOSIM
NÃO
Delineamento de um estudo de coorte sobre risco:longitudinal, prospectivo/retrospectivo, incidência
�Qual foi a incidência de Infecção cirúrgica em
colecistectomia videolaparoscópica usando
ácido peracético como esterilizante dos instrumentais?
Características dos estudos coorte(incidência=ocorrências novas=longitudinal)
Delineamento de um estudo de caso-controle sobre ri sco comparado com um controle
fator
fator
fator
Quais os fatores que impactam na amputação de MMII de pacientes portadores de diabetes mellitus?
PORTADORES
Diabetes Mellitus
(amputados)
Características dos estudos caso controle(SEMPRE retrospectivo)
Pesquisas secundárias=bibliográficas
NARRATIVASISTEMÁTICA
Foco:PopulaçãoIntervenção
desfecho
Hipótese para ser confirmada ou refutada
INTEGRATIVA
Reprodutível NÃO SIM SIM
Finalidade Atualização e aprofundamento (estudo)
responder a uma questão específica (frequentemente, envolve a eficiênciade uma intervenção para a resolução de problemas da prática clínica)
Compreensão de um fenômeno, definição de conceitos, revisão de teorias
Rigor das Fontes Light StrongMetodologias robustas
Permite combinar dados de diferentes fontes e abordagens metodológicas
RESULTADO: O QUE ENCONTROU? EXPOR ORGANIZADAMENTE COM AUXÍLIO DE GRÁFICOS
TABELAS E QUADROS. FAZER USO DA ESTATÍSTICA DESCRITIVA E INFERENCIAL CONFORME A
PERTINÊNCIA.
DISCUSSÃO: SIGNIFICADO DO QUE ENCONTROU: FOI AO ENCONTRO DA HIPÓTESE? REFUTOU A
HIPÓTESE? COMENTAR OS ACHADOS. CONTRAPOR OS ACHADOS COM OS DE OUTROS AUTORES.
CONCLUSÃO: RESPONDER, COM CLAREZA, SINTETICAMENTE E COM ASSERTIVIDADE OS
OBJETIVOS TRAÇADOS.
CONSIDERAÇÕES FINAIS (OPCIONAL): CONTRIBUIÇÕES DA PESQUISA PARA O AVANÇO DA
CIÊNCIA, LIMITES DA APLICAÇÃO DOS RESULTADOS DA PESQUISA, DIFICULDADES ENCONTRADAS,
NOVOS TEMAS DE INVESTIGAÇÃO DANDO CONTINUIDADE A PESQUISA E OUTROS ASPECTOS
SUBJETIVOS DO PESQUISADOR.
E DEPOIS DA COLETA DOS DADOS? RESULTADO, DISCUSSÃO, CONCLUSÃO E CONSIDERAÇÕES FINAIS
ESTRUTURA DOS ARTIGOS CIENTÍFICOSESTRUTURA DOS ARTIGOS CIENTÍFICOS
Título em diferentes idiomasPortuguês, inglês
e espanhol
Resumo idem
Introdução
Objetivos
Método
Resultados
Discussão
Anexos/ Apêndices
Referências
Conclusão
ÓTIMOS TRABALHOS !!!
YES !
Referências1. Benseñor, I.; Lotufo, P. Epidemiologia Clínica: abordagem prática 2ª ed, SP: Sarvier, 2011, 400p.2. BRINK, P.J.; WOOD, M.J. Advanced design in nursing research. London, Sage, 1989.3. BRINK, P.J.; WOOD, M.J. Basic steps in planning nursing research - from question to proposal. 3 ed,
Boston, Jones and Bartilett Publ., 1988.4. BURNS, N.; GROVE, S.K. The practice of nursing research: conduct, critique and utilization.
Philadelphia, W.B. Saunders Co., 1987.5. DEMO, P. Metodologia científica em ciências sociais. 3.ed. - Sao Paulo : Atlas, 1995.6. DEPOY, E.; GITLIN, L. N. Introduction to Research: Understanding and Applying Multiple Strategies.
4th, St. Louis: Elsevier, 2011.7. DiCenso, A., Guyatt, G., Ciliska, D. (Eds.). Evidence-Based Nursing: A Guide to Clinical Practice. St.
Louis, MO: Elsevier Mosby Publishing, 2005.8. FLETCHER R.H. et al. Epidemiologia clínica : elementos essenciais. 3ª ed. Porto Alegre: Artmed,
1996.9. GIL, A.C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo : Atlas, 2002 .10.GLASZIOU, P. Prática clinica baseada em evidências. 2ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2010.11.GUYATT, G.G. et al. JAMA evidence. Diretrizes para utilização de literatura médica. 2ª ed, Porto
Alegre: Artmed, 2011.12.HAYNES, B.R. et al. Epidemiologia clínica : como realizar pesquisa clínica na prática. Porto Alegre:
Artmed, 2008.13.Lo BIONDO, G.; HABER,J . Pesquisa em Enfermagem. 4ª ed. RJ: Guanabara Koogan, 1994.14.MINAYO, M.C. de S. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 9. ed. São Paulo:
Hucitec 2006.15.POLIT, D. F. ; HUNGLER, B.P. Fundamentos de pesquisa em enfermagem. 5. ed. Porto Alegre:
Artmed, 2004.16.SILVA, N.N. da . Amostragem probabilística: um curso introdutório. 2. ed. São Paulo: Edusp, 2004.17.TALBOT, L.A. Principles and practice of nursing research. St. Louis: Mosby, 1995.18.VAZQUEZ, A.S. Filosofia da práxis. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1977
ReferênciasBVS. Biblioteca Virtual em Saúde. Ciências da saúde em geral [homepage na Internet]. Disponível em:http://regional.bvsalud.org/php/level.php?lang=pt&component=107&item=107. Acesso em:08/01/2011.
Castro AA. Revisão sistemática e meta-análise [texto na Internet]. Disponível em:http://metodologia.org/wp-content/uploads/2010/08/meta1.PDF. Acesso em: 08/01/2012.
Dickson R. Systematic reviews In: Hamer S, Collinson G. Achieving evidence-based practice: ahandbook for practitioners London: Baillière Tindall; 1999. p.41-60.
Galvão CM, Sawada NO, Trevizan MA. Revisão sistemática: recurso que proporciona a incorporaçãodas evidências na prática da enfermagem. Rev. Latino-Am. Enfermagem. 2004; 12(3): 549-556.
Higgins JPT, Green S. Cochrane Handbook for Systematic Reviews of Interventions [texto na Internet].2011. Disponível em: http://www.cochrane-handbook.org/. Acesso em: 08/01/2012.
Nobre MRC, Bernardo WM, Jatene FB. A prática clínica baseada em evidências. Parte I: questõesclínicas bem construídas. Rev. Assoc. Med. Bras. 2003; 49(4): 445-449.
Nobre MRC, Bernardo WM, Jatene FB. A prática clínica baseada em evidências: Parte III Avaliaçãocrítica das informações de pesquisas clínicas. Rev. Assoc. Med. Bras. 2004; 50(2): 221-228.
Rother ET. Revisão sistemática X revisão narrativa. Acta paul. enferm. 2007; 20(2): v-vi.
Souza MT, Silva MD, Carvalho R. Revisão integrativa: o que é e como fazer. Einstein. 2010; 8(1 Pt1):102-6.
Stetler CB, Morsi D, Rucki S, Broughton S, Corrigan B, Fitzgerald J, et al. Utilization-focused integrativereviews in a nursing service. Appl Nurs Res. 1998; 11(4):195-206.
Whittemore R. Combining evidence in nursing research: methods and implications. Nurs Res.2005;54(1):56-62.
Profa. Dra. Kazuko Uchikawa Graziano E-mail: kugrazia@usp.br
Caroline Lopes Ciofi Silva E-mail: carolineciofi@usp.br
top related