análise de sistema de potência - carmen lucia

Upload: renan-correa-de-moura

Post on 06-Jul-2018

226 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • 8/17/2019 Análise de Sistema de Potência - Carmen Lucia

    1/143

     

    AAnnáálliissee ddee SSiisstteemmaass ddee PPoottêênncciiaa 

    Profª. Carmen Lucia Tancredo Borges

    Edição: Prof. Sergio Sami Hazan

    Leonardo Ney de A. Guerra

    EE - UFRJ

    Departamento de Eletrotécnica

    Março 2005

  • 8/17/2019 Análise de Sistema de Potência - Carmen Lucia

    2/143

  • 8/17/2019 Análise de Sistema de Potência - Carmen Lucia

    3/143

    Índice

    Capítulo 1 – Modelo dos Componentes de um Sistema Elétrico de Potência.... ................. .................. .. 5

    1.1 – Elementos de um sistema elétrico de potência ............... ................. ................. ................. ....... 51.2 – Modelos da linha de transmissão.................. ................. ................ ................. ................. ........ 5

    1.2.1 – Modelo da linha curta (até 80 km)............................................ ....................................................... 51.2.2 – Modelo de linha média (entre 80 km e 240 km)........................................................ ...................... 61.2.3 – Modelo da linha longa (acima de 240 km).............................................................. ........................ 7

    1.3 – Modelo do transformador ....................................................................................................... 81.3.1 – Transformador monofásico de dois enrolamentos...................... ..................................................... 81.3.2 – Transformador monofásico de três enrolamentos................... ......................................................... 91.3.3 – Transformador trifásico ou banco de três transformadores monofásicos. ..................................... 111.3.4 – Transformador com comutação automática de tape - modelo pi .................................................. 12

    1.4 – Modelo do gerador ............... ................. ................ ................ ................ ................ ................ 14

    1.5 – Modelo da carga....................................................................................................................141.5.1 – Representação da carga para fluxo de potência.................................................................... ......... 141.5.2 – Representação da carga para estudo de estabilidade ................................................................. .... 141.5.3 – Representação da carga para estudo de curto-circuito.................................................... ............... 151.5.4 – Representação da carga pelo modelo ZIP.................................................... .................................. 15

    Capítulo 2 – Equações da Rede Elétrica em Regime Permanente.........................................................16

    2.1 – Objetivo ................ ................. ................. ................ ................. ................. ............. ............... 16

    2.2 – Tipos de representação ................. ................ ................. ................. ................. ............... .......16

    2.3 –Equações nodais.....................................................................................................................16

    2.3.1 – Equivalência de fontes.......................... ..................................................................... .................... 162.3.2 – Equações nodais da rede quando modelada por admitâncias ........................................................ 172.3.3 – Características de YBARRA ............................................................. ................................................. 192.3.4 – Características de ZBARRA.............................................................. ................................................. 192.3.5 – Interpretação física dos elementos de YBARRA e ZBARRA ................................................................21

    2.3.5.1 – Elementos de YBARRA...............................................................................................222.3.5.2 – Elementos de ZBARRA ...............................................................................................22

    2.4 – Redução da rede ................ ................. ................ ................. ................ ................. ............... ..252.4.1 – Objetivo.........................................................................................................................................252.4.2 – Eliminação de barra ................................................................... .................................................... 25

    2.4.2.1 – Eliminação da barra onde não existe fonte de corrente.............................................252.4.2.2 – Eliminação de barra onde existe fonte de corrente independente ................. .............29

    2.4.3 – Equivalentes de rede...... ................................................................ ................................................ 32

    2.5 – Montagem da matriz YBARRA com elementos acoplados ................ ................. ................. ........32

    2.6 – Modificação da matriz admitância de barra ................. ................. ................. ................. ........35

    2.7 – Montagem e Modificação da matriz impedância de barra ............... ................. ................. ......352.7.1 – Modificação direta da matriz impedância de barra.................................................................. ...... 35

    2.7.1.1 – O elemento é ligado entre a barra nova p e a referência .................. ................. ........362.7.1.2 – O elemento é ligado entre a barra nova p e a barra existente k ................. ................ 372.7.1.3 – O elemento é ligado entre a barra existente k e a referência ................... .................. 372.7.1.4 – O elemento é ligado entre a barra existente k e a barra existente j............................38

    2.7.2 – Montagem direta da matriz impedância de barra........................................................................... 402.7.3 – Exclusão de um elemento de impedância z b da matriz ZBARRA......................................................422.7.4 – Modificação do valor da impedância que liga duas barras........................ .................................... 42

    2.8 – Obtenção dos elementos da coluna da matriz impedância de barra a partir da matriz admitânciade barra..........................................................................................................................................42

    2.8.1 – Obtenção de uma coluna da matriz impedância de barra .............................................................. 42

  • 8/17/2019 Análise de Sistema de Potência - Carmen Lucia

    4/143

    Análise de Sistemas de Potência

    2

    2.8.2 – Obtenção da diferença entre duas colunas da matriz impedância de barra.................................... 43

    Capítulo 3 – Fluxo de Potência...........................................................................................................45

    3.1 – Introdução.............................................................................................................................453.1.1 – Dados de entrada ............................................................... ............................................................ 45

    3.1.2 – Condição de geração e carga ............................................................... .......................................... 453.1.2.1 – Geração...................................................................................................................453.1.2.2 – Carga ................ ................. ................ ................. ................ ................. ............... ....45

    3.1.3 – Restrições operativas ............................................................................ ......................................... 453.1.4 – Dispositivos de controle ........................................................... ..................................................... 453.1.5 – Solução da rede............................................................... ............................................................... 453.1.6 – Aplicações......................................................... .................................................................... ......... 463.1.7 – Modelo da rede...................................................... ............................................................... ......... 463.1.8 – Modelo matemático do fluxo de potência..................................................... ................................. 463.1.9 – Métodos de solução ......................................................... .............................................................. 46

    3.1.9.1 – Métodos baseados em YBARRA ..................................................................................463.1.9.2 – Métodos baseados em ZBARRA ..................................................................................473.1.9.3 – Método de Newton-Raphson ...................................................................................47

    3.1.9.4 – Métodos desacoplados.............................................................................................473.1.9.5 – Fluxo de potência linear ................ ................. ................. ................ ................. .......47

    3.2 – Formulação do problema de fluxo de potência em variáveis complexas..................................473.2.1 – Equações do fluxo de potência em variáveis reais e na forma polar ............................................. 483.2.2 – Conceito de barra flutuante ou swing ou slack............. ................................................................. 513.2.3 – Tipos de barras............................................. ................................................................ .................. 51

    3.2.3.1 – Barra flutuante ou swing ou slack ou Vθ .................................................................513.2.3.2 – Barra de carga ou PQ ................ ................. ................ ................ ................. ............513.2.3.3 – Barra de tensão controlada ou PV............................................................................51

    3.2.4 – Sistema de equações do fluxo de potência ........................................................... ......................... 513.2.4.1 – Subsistema 1...........................................................................................................523.2.4.2 – Subsistema 2...........................................................................................................52

    3.3 – Fluxo de Potência pelo Método de Gauss-Seidel....................................................................533.3.1 – Revisão do método de Jacobi ............................................................. ........................................... 533.3.2 – O método de Gauss-Seidel ........................................................ .................................................... 543.3.3 – Critério de convergência do método de Gauss-seidel................................................ .................... 553.3.4 – Fórmula geral do método de Gauss-Seidel aplicado ao fluxo de potência.................................... 553.3.5 – Melhoria do método de Gauss-Seidel.................................... ........................................................ 553.3.6 – Tratamento no caso de existir barra PV.............................. ........................................................... 55

    3.4 – Fluxo de potência pelo Método de Newton-Raphson..............................................................583.4.1 – Revisão do método no caso monovariável, f(x) = 0 ............................................................ .......... 583.4.2 – Revisão do método no caso multivariável, F(x) = [0] ........................................................... ........ 593.4.3 – Aplicação do método de Newton-Raphson na solução do fluxo de potência................................ 593.4.4 – Matriz jacobiana geral .................................................................... ............................................... 603.4.5 – Matriz Jacobiana aplicada à solução do fluxo de potência......................... ................................... 603.4.6 – Algoritmo da Solução do Fluxo de Potência pelo Método de Newton-Raphson: ......................... 613.4.7 – Elementos das submatrizes H, N, M, L do Jacobiano ...................................................... ............. 633.4.8 – Estrutura do jacobiano.............................................................. ..................................................... 63

    3.5 – Expressões do fluxo de potência ativa e reativa nos diversos ramos e shunts..........................673.5.1 – Linha de transmissão média ou longa............................... ............................................................. 673.5.2 – Linha de transmissão curta ............................................................... ............................................. 693.5.3 – Transformador .......................................................... ............................................................. ........ 703.5.4 – Elementos shunt......................................... .................................................................. .................. 71

    3.6 – Fluxo de potência pelo Método Desacoplado Rápido .............................................................763.6.1 – Fluxo de potência pelo Método de Newton desacoplado........................................................... ... 76

    3.6.2 – Considerações sobre as matrizes H e L do método de Newton desacoplado................................. 763.6.3 – Formulação final do método Desacoplado Rápido......... ............................................................... 773.6.4 – Artifícios matemáticos para melhorar o desempenho do método desacoplado rápido na presençade ramos com elevada relação r/x................................ ...................................................................... ........ 83

  • 8/17/2019 Análise de Sistema de Potência - Carmen Lucia

    5/143

  • 8/17/2019 Análise de Sistema de Potência - Carmen Lucia

    6/143

    Análise de Sistemas de Potência

    4

    4.12 – Estudo de estabilidade multi-máquinas ................. ................. ................. .................. ......... 1224.12.1 – Modelo clássico de estabilidade ................................................................. ............................... 1224.12.2 – Etapas do estudo .......................................................... .............................................................. 123

    4.13 – Fatores que afetam a estabilidade do sistema......................................................................125

    Capítulo 5 – Operação Econômica de Sistemas de Potência ................ ................. .................. ........... 126

    5.1 – Introdução...........................................................................................................................126

    5.2 – Características das unidades geradoras.................................................................................126

    5.3 – Operação Econômica de Sistemas de Potência - problema da programação da geração .........1275.3.1 – Sistema térmico .......................................................... ................................................................. 1275.3.2 – Sistema hidro-térmico................................................................................. ................................. 127

    5.4 – Despacho econômico em sistemas térmicos..........................................................................1275.4.1 – Característica das unidades térmicas convencionais.................................................................... 1275.4.2 – Caso particular de 2 geradores sem perda na transmissão........................ ................................... 128

    5.4.2.1 – Método dos multiplicadores de Lagrange...............................................................1295.4.3 – Extensão para o caso de n geradores ........................................................... ................................ 132

    5.4.4 – Consideração de limite na capacidade de geração, sem se considerar as perdas na transmissão 1325.4.5 – Inclusão das perdas na transmissão ........................................................... .................................. 137

  • 8/17/2019 Análise de Sistema de Potência - Carmen Lucia

    7/143

    Análise de Sistemas de Potência

    5

    Capítulo 1Modelo dos Componentes de um Sistema Elétrico de Potência

    1.1   –  Elementos de um sistema elétrico de potência

    a)  Linha de transmissão; b)  Transformador de potência;c)  Gerador;d)  Carga.

    Existe mais de um modelo para cada um dos elementos listados. Para cada tipo de estudo existe ummodelo específico do elemento.

    Os modelos apresentados a seguir consideram:

    a)  A rede em regime permanente; b)  O sistema elétrico simétrico e equilibrado, logo somente componentes de seqüência positiva;c)  Valores em por unidade.

    A Figura 1.1 mostra um pequeno sistema elétrico de potência onde T 1 e T 2 são transformadores.

    Figura 1.1 –  Sistema elétrico de potência

    1.2   –  Modelos da linha de transmissão

    O modelo da linha de transmissão depende do comprimento da mesma. A seguir a modelagem decada um dos três comprimentos típicos.

    1.2.1  –  Modelo da linha curta (até 80 km)

     Neste caso a capacitância da linha, por ser pequena, é desprezada, sendo a linha representada pelos parâmetros série, ou seja, a resistência e a indutância. A Figura 1.2 mostra o modelo da linha curta.

    Figura 1.2 –  Modelo da linha curta

    G

    Linha de transmissão

    T 1  T 2 Gerador

    Cargas

     jω × LS  I 

    &    R I &r

    S V &    RV 

    &  

  • 8/17/2019 Análise de Sistema de Potência - Carmen Lucia

    8/143

    Análise de Sistemas de Potência

    6

    Da Figura 1.2 pode-se tirar as seguintes equações:

     L jr  z   ×+=   ω   

     RS    I  I   && = , (1.1)

     R RS    I  zV V   &&& ×+= . (1.2)

    Explicitando-se as variáveis da receptora vem:

    S  R   I  I   && = ,

    S S  R   I  zV V   &&& ×−= .

    1.2.2  –  Modelo de linha média (entre 80 km e 240 km)

     Neste caso considera-se a capacitância da linha concentrada em ambas as extremidades da mesma.A linha é representada pelo modelo pi-nominal, mostrado na Figura 1.3.

    Figura 1.3 –  Modelo da linha de comprimento médio

    Da Figura 1.3 pode-se tirar as seguintes equações:

    1 I  zV V   RS &&&

    ×+= , R R   V 

     y I  I    &&& ×+=

    21.

    Substituindo-se a corrente 1 I &  na equação acima e agrupando termos vem:

     R RS    I  zV  y

     zV    &&& ×+×⎟ ⎠

     ⎞⎜⎝ 

    ⎛  ×+=2

    1 . (1.3)

    S S    V  y

     I  I    &&& ×+=21

    .

    Substituindo-se na equação de S  I &

     a corrente 1 I &

     e a tensão S V &

     e agrupando termos vem:

    ⎥⎦

    ⎤⎢⎣

    ⎡×+×⎟

     ⎠

     ⎞⎜⎝ 

    ⎛  ×+×+×+=   R R R RS    I  zV  y

     z y

    V  y

     I  I    &&&&&2

    122

    ,

     R RS    I  y

     zV  y y

     z I    &&& ×⎟ ⎠

     ⎞⎜⎝ 

    ⎛ ×++×

    ⎥⎥⎦

    ⎢⎢⎣

    ⎡⎟ ⎠

     ⎞⎜⎝ 

    ⎛ ×+⎟

     ⎠

     ⎞⎜⎝ 

    ⎛ ×=

    21

    22

    2

    2

    . (1.4)

    Explicitando-se as variáveis da receptora, considere o sistema formado pelas Equações 1.3 e 1.4.:

     R RS    I bV aV   &&& ×+×= ,

     R RS    I d V c I   &&&

    ×+×= .

    cbd ad c

    ba×−×==Δ ,

    S V &  

    1 I &

     z

    S  I &    R I &

     RV &   y/2 y/2

  • 8/17/2019 Análise de Sistema de Potência - Carmen Lucia

    9/143

    Análise de Sistemas de Potência

    7

    S S 

    S V 

      I bV d d  I 

    bV 

     R

    &&&

    &&   ×−×==δ  ,

    S S 

    S  I 

      V c I a I c

    V a

     R

    &&&

    &&   ×−×==δ  .

    Substituindo-se valores vem:

    ⎟⎟ ⎠

     ⎞⎜⎜⎝ 

    ⎛ +××−⎟

     ⎠

     ⎞⎜⎝ 

    ⎛  ×+×⎟ ⎠

     ⎞⎜⎝ 

    ⎛  ×+

    ×−×⎟ ⎠

     ⎞⎜⎝ 

    ⎛ ×+

    =×−××−×

    =

     y y

     z z y

     z y

     z

     I  zV  y

     z

    cbd a

     I bV d V 

    S S S S 

     R

    421

    21

    21

    2

    &&&&

    & ,

    S S  R   I  zV  y

     zV    &&& ×−×⎟ ⎠

     ⎞⎜⎝ 

    ⎛ ×+=

    21 .

    ⎟⎟ ⎠

     ⎞⎜⎜⎝ 

    ⎛ +××−⎟

     ⎠

     ⎞⎜⎝ 

    ⎛  ×+×⎟ ⎠

     ⎞⎜⎝ 

    ⎛  ×+

    ×⎟⎟ ⎠ ⎞

    ⎜⎜⎝ ⎛  ×+⎟

     ⎠ ⎞⎜

    ⎝ ⎛ ×−×⎟

     ⎠ ⎞⎜

    ⎝ ⎛  ×+

    =×−××−×

    =

     y y

     z z y

     z y

     z

    V  y y z I  y z

    cbd a

    V c I a I 

    S S 

    S S  R

    421

    21

    22

    221

    2

    2

    &&&&

    & ,

    S S  R   I  y

     zV  y y

     z I    &&& ×⎟ ⎠

     ⎞⎜⎝ 

    ⎛  ×++×⎟⎟

     ⎠

     ⎞

    ⎜⎜

    ⎝ 

    ⎛ ×+⎟

     ⎠

     ⎞⎜⎝ 

    ⎛ ×−=2

    12

    22

    2

    .

    Observação: 1=×−×   cbd a .

    1.2.3  –  Modelo da linha longa (acima de 240 km)

    O modelo da linha longa é determinado considerando-se os parâmetros da linha distribuídos, o queresulta em equações diferenciais parciais, as quais são ajustadas a um modelo pi-equivalente, mostradona Figura 1.4.

    Figura 1.4 –  Modelo da linha longa

    Os valores dos parâmetros da Figura 1.4 estão mostrados a seguir.

    l

    lsenh Z  z eequivalent  ×

    ××=

    γ 

    γ  )( 

    2

    )2tanh(

    l

    lY  y eequivalent  ×

    ××=

    γ 

    γ  

     y z ×=γ  , constante de propagação,

    l z Z    ×=   e l yY    ×= , onde l é o comprimento da linha.

     R I &

    S  I &   1 I &

    S V &    RV &   yequivalente / 2

     zequivalente 

     yequivalente / 2

  • 8/17/2019 Análise de Sistema de Potência - Carmen Lucia

    10/143

    Análise de Sistemas de Potência

    8

    1.3   –  Modelo do transformador

    1.3.1  – Transformador monofásico de dois enrolamentos

    A Figura 1.5 mostra o modelo completo de um transformador monofásico de dois enrolamentos.

    Figura 1.5 – 

     Modelo completo do transformador monofásico de dois enrolamentos

    A Figura 1.6 mostra o modelo completo do transformador monofásico de dois enrolamentos comtodos os parâmetros referidos ao primário, onde a grandeza com primo designa grandeza refletida.

    Figura 1.6 –  Modelo completo do transformador com parâmetros referidos ao primário

    Considerando-se que a corrente de magnetização do transformador é muito menor que a corrente decarga, e também considerando-se que o transformador é um equipamento de rendimento elevado, maiorque 98%, pode-se, sem perda de exatidão, desprezar o ramo paralelo e a resistência série dotransformador, resultando no modelo da Figura 1.7, onde 21 ' x x xeq   += .

    Figura 1.7 –  Modelo do transformador monofásico desprezando-se o ramo paralelo e a resistência dos

    enrolamentos

    1 I &   r 1   x1 

    1V &   2V &

    2 I &  r 2   x2 

    r  f  xm

    1 I &   r 1 

     x1 

    1V &   2'V 

    &

    2 I &r '2   x'2 

    r  f  xm

    2V &

    2 I &  

    1V &  

    1 I &  

     xeq

    2'V &

    2V &  

  • 8/17/2019 Análise de Sistema de Potência - Carmen Lucia

    11/143

    Análise de Sistemas de Potência

    9

    1.3.2  –  Transformador monofásico de três enrolamentos

    A Figura 1.8 mostra o esquema de um transformador monofásico de três enrolamentos.

    Figura 1.8 –  Construção do transformador monofásico de três enrolamentos

    Dos ensaios de curto-circuito tem-se:

    S PPS    x x x '+= , as grandezas base são do enrolamento primário,

    T PPT    x x x '+= , as grandezas base são do enrolamento primário,T S ST    x x x '+= , as grandezas base são do enrolamento secundário.

    Referindo-se todos os parâmetros ensaiados a uma mesma base tem-se PS  x , PT  x , ST  x   e,

    resolvendo-se o sistema de três equações vem que:

    )(5,0   ST PT PS P   x x x x   −+×=  

    )(5,0   PT ST PS S    x x x x   −+×=  

    )(5,0   PS ST PT T    x x x x   −+×=  

    A Figura 1.9 mostra o circuito equivalente do transformador de três enrolamentos, onde o ponto de

    encontro dos três enrolamentos é fictício e não tem qualquer relação com o neutro do sistema.

    Figura 1.9 –  Circuito equivalente de um transformador de três enrolamentos

    Exemplo 1.1.Um transformador trifásico de três enrolamentos com tensões 132/33/6,6 kV tem as seguintes

    reatâncias em pu, medidas entre enrolamentos e referidas a 30 MVA, 132 kV: 15,0=PS  x , 09,0=PT  x ,

    08,0=ST  x . O enrolamento secundário de 6,6 kV alimenta uma carga balanceada com corrente de

    2.000,0 A com fator de potência em atraso de 0,8 e o enrolamento terciário de 33 kV alimenta um reatorde 0,50 j  Ω/fase conectado em estrela. Calcular a tensão no enrolamento primário de 132 kV para que a

    tensão no enrolamento secundário seja de 6,6 kV.

    T V &

    PV &   S V &  

    S V &  

    PV &  

     xP

     xS  

     xT  

    T V &

    P S

    T

  • 8/17/2019 Análise de Sistema de Potência - Carmen Lucia

    12/143

    Análise de Sistemas de Potência

    10

    Solução: Na base de 30 MVA e 132 kV vem:

    08,0)08,009,015,0(5,0)(5,0   =−+×=−+×=   ST PT PS P   x x x x  pu,

    07,0)09,008,015,0(5,0)(5,0   =−+×=−+×=   PT ST PS S    x x x x  pu,

    01,0)15,008,009,0(5,0)(5,0   =−+×=−+×=  PS ST PT T 

      x x x x  pu.

    Valores base do enrolamento terciário:

    V  B3 = 33 kV, S  B3 = 30 MVA, 3,36/ 3233   ==   B B B   S V  Z   Ω,

    86,524)3( 333   =×=   B B B   V S  I   A.

    Valores base do enrolamento secundário:

    V  B2 = 6,6 kV, S  B2 = 30 MVA, 45,1/ 2222   ==   B B B   S V  Z   Ω,

    32,624.2)3( 222   =×=   B B B   V S  I   A.

    Valores base do enrolamento primário:

    V  B1 = 132 kV, S  B1 = 30 MVA, 8,580/ 1211   ==   B B B   S V  Z   Ω,

    22,131)3( 111   =×=   B B B   V S  I   A.

    Corrente secundária em pu: I 2 = 2.000/ I  B2 = 2.000/2.624,32 = 0,76 pu. O fator de potência é 0,8 em

    atraso, 02 87,3676,0   −∠= I &  e000,1   ∠=S V & .

    Reatância terciária em pu: x3 = 50,0/36,3 = 1,38 pu.

    Para se encontrar a solução do exemplo basta agora resolver o circuito equivalente da Figura 1.10onde todos os valores estão em pu.

    Figura 1.10 –  Circuito equivalente do transformador de três enrolamentos do Exemplo 1.1

    Tomando-se as correntes de malha 1 I &  e 2 I &  monta-se o seguinte sistema de equações:

    PV  I  j j I  j  &&& =−∠−×++× )87,3676,0()38,101,0(08,0 011 ,

    0)87,3676,0()38,101,0(0,00,187,3676,007,0 1000 =−−∠×++∠+−∠×   I  j j j   & .

    Agrupando termos vem:0

    1 13,5306,147,1   ∠=−×   PV  I  j   && ,

    1000 39,113,5306,10,00,113,5305,0   I  j   &×=∠+∠+∠ .

    000

    1 93,6136,19039,1/07,2889,1   −∠=∠∠= I &

    ,001 76,413,113,5306,147,1   ∠=∠−×=   I  jV P && .

     j1,38 

    T V &

     j0,08 

     j0,07 

     j0,01 

    PV &  

    PS

    T

     z L 

    2 I &

    mV &

    1 I &  

    3 I &

    S V &  

  • 8/17/2019 Análise de Sistema de Potência - Carmen Lucia

    13/143

    Análise de Sistemas de Potência

    11

    Outro método de solução: O potencial do ponto  M  é:

    2 I  xV V  S S  M &&& ×+= ,

    04,003,136,203,113,5305,00,187,3676,007,000,1 0000  j jV  M    +=∠=∠+=−∠×+∠=& .

    Corrente no enrolamento terciário:

    00

    003 63,8774,0

    9039,137,203,1

    38,101,036,203,1 −∠=

    ∠∠=

    +∠=

    +=

     j j x xV  I 

     LT 

    P&& .

    A corrente no enrolamento primário é:000

    321 93,6136,120,164,063,8774,087,3676,0   −∠=−=−∠+−∠=+=   j I  I  I    &&& .

    Tensão na reatância de dispersão do enrolamento primário:00

    1 07,2811,093,6136,108,0   ∠=−∠×=×=   j I  xV  P XP && .

    Tensão nos terminais do enrolamento primário:

    °∠=+=∠+∠=+= 76,413,109,013,137,203,107,2811,0 00  jV V V   M  XPP &&& ,

    logo a tensão primária deve ser de 4,14913,1132   =×  kV.

    1.3.3  –  Transformador trifásico ou banco de três transformadores monofásicos.

    A modelagem do transformador trifásico em estudos de curto-circuito é, em geral, diferente damodelagem de três transformadores monofásicos. Na construção do transformador trifásico tipo núcleoenvolvido, diferentemente do transformador tipo núcleo envolvente, é suposto que a soma dos fluxosdas três fases é instantaneamente nulo, não havendo, portanto caminho de retorno para estes fluxos.Para regime permanente simétrico e equilibrado os modelos são iguais.

    Atenção deve ser dispensada com relação à defasagem entre as tensões de linha primária esecundária.

    Sob condições balanceadas não existe corrente de neutro, logo os elementos de circuito que porventura estão conectados ao neutro não são representados no diagrama de impedâncias.Se o transformador estiver ligado em delta-delta (Δ-Δ) ou estrela-estrela (Y-Y), a modelagem é

    idêntica ao modelo monofásico.Se o transformador estiver ligado em estrela-delta (Y-Δ) ou delta-estrela (Δ-Y), existe defasagem

    de 300 entre as tensões terminais primárias e secundárias.A norma brasileira diz que, independentemente do tipo da ligação ser Y-Δ  ou Δ-Y, as tensões de

    linha secundárias devem estar atrasadas de 300 em relação às tensões de linha primárias.A Figura 1.11 mostra um transformador trifásico Y-Δ  com relação de transformação monofásica

     N 1: N 2. Determinação do ângulo das tensões de linha na ligação Y- Δ, seqüência de fase abc. É supostoque o lado estrela seja o enrolamento primário.

    Figura 1.11 –  Transformador Y- 

    e diagramas fasoriais das tensões terminais

    abV &

    bcV &

    caV &

     AN V &

    CN V &

     BN V &

     ABV &

     A

     B

    C

    a

    b

    c

     N

     N 1: N 2

     N 1: N 2

     N 1: N 2

  • 8/17/2019 Análise de Sistema de Potência - Carmen Lucia

    14/143

    Análise de Sistemas de Potência

    12

     

    A Figura 1.11 mostra que as tensões  AN V & ,  BN V & , CN V &  do lado Y estão em fase com as tensões abV & ,

    bcV & , caV &  do lado delta, respectivamente.

    Relação de transformação monofásica: N 1: N 2.

    Relação de transformação das tensões de linha  N 1 Y-Δ  N 2;0

    20

    1 0:303   ∠+∠×   N  N  .

    Se  AN V &  está em fase com abV & ,0303   +∠×=   AN  AB   V V    && ,

    1

    2

     N 

     N V V   AN ab   ×=   && ,

    0

    2

    1 303

    +∠×

    ×= N 

     N V V  ab AB&& ,

    0

    1

    2 303

    −∠×

    ×= N 

     N V V   ABab&& .

    A Figura 1.12 mostra o modelo do transformador em pu escolhendo-se as bases de tensão com amesma relação de transformação das tensões de linha.

    Figura 1.12 –  Transformador trifásico Y- 

    e seu modelo equivalente em pu

    Da Figura 1.12 vem:021 30∠= V V    && ,

    2

    1)(

    2

    )(1 3

     N 

     N 

    V base

    base ×= ,

    eq x  do modelo do transformador trifásico em pu não muda com o tipo de ligação do transformador

    trifásico, pois esta reatância vem do ensaio em curto.

    1.3.4  –  Transformador com comutação automática de tape - modelo pi

    LTC: load tap change ou TCAT: transformador com comutação automática de tape. O tape passa aser uma variável do modelo. A admitância do modelo pode ser colocada do lado unitário ou do lado do

    tape. Assume-se que o valor da admitância não varia com a posição do tape.A Figura 1.13 representa um transformador com comutação automática de tape com relação 1:t . A

    seguir a dedução do modelo equivalente do TCAT a partir da Figura 1.13, que será igualado ao circuito pi da Figura 1.14, onde A, B e C  são admitâncias.

    Figura 1.13 –  Diagrama esquemático de um transformador com tape

    1:t

    iV &

     jV &

    i I &   k  I &

     y

     j I &

    k V &  

    1V &

    Y-Δ 

    2V &

     xeq 

    2V &  1V &

  • 8/17/2019 Análise de Sistema de Potência - Carmen Lucia

    15/143

    Análise de Sistemas de Potência

    13

    t V 

     j

    i 1=&

    &, i j   V t V    && ×= .

    )()(   k ik  jk    V V t  yV V  y I    &&&&& −××=−×= ,

    k ik    V  yV  yt  I   &&& ×−××= . (1.5)

    t  I  I 

     j

    i =&& , k  j   I  I    && = , logo k i   I t  I    && ×= .

    Substituindo-se nesta equação o valor de k  I &  da Equação 1.5 vem:

    k ii   V  yt V  yt  I   &&& ××−××= 2 . (1.6)

    Figura 1.14 –  Modelo pi de um circuito elétrico genérico

    Equações do modelo pi da Figura 1.14.

    )(1   k i   V V  A I    &&& −×= ,

    k k    V C  I  I   &&& ×−= 1 , k k ik    V C V  AV  A I    &&&& ×−×−×= ,

    k ik    V C  AV  A I   &&& ×+−×= )( . (1.7)

    1 I V  B I  ii&&& +×= , k iii   V  AV  AV  B I    &&&& ×−×+×= ,

    k ii   V  AV  B A I   &&& ×−×+= )( . (1.8)

    Igualando-se as equações (1.5, 1.7) e (1.6, 1.8) vem: A yt    =× ,

     yt C C  yt  yC  A y   ×−=⇒+×=→+= )1( ,

     yt t  B yt  yt  B A yt  B B A yt    ×−=⇒×−×=→−×=→+=× )( 2222 .

    O modelo pi do transformador com tape está mostrado na Figura 1.15.

    Figura 1.15 –  Modelo pi do transformador com tape 1: t 

    Se 1=t  , ou seja, se o transformador está operando na relação nominal, o circuito equivalente sereduz ao modelo conhecido, como mostrado na Figura 1.16, onde  z y 1= .

    Figura 1.16 –  Circuito equivalente do transformador com tape para 1=t   

    1 I &

    C B

     A

    iV &

    k V &

    k  I &

    i I &

    1 I &

    i I &

    (1– t )× y(t 2 – t )× y

    t × y

    iV &

    k V &

    k  I &

    S V &

     yS  I 

    & R I &

     RV &

  • 8/17/2019 Análise de Sistema de Potência - Carmen Lucia

    16/143

    Análise de Sistemas de Potência

    14

    1.4   –  Modelo do gerador

    A Figura 1.17 mostra o modelo do gerador síncrono de rotor cilíndrico (pólos lisos).

    Figura 1.17 –  Modelo do gerador de rotor cilíndrico

    r a = resistência da armadura, X S  = reatância síncrona, que é a soma da reatância  X a , devido a reação da armadura e da reatância

     X l devido a dispersão.Pode-se desprezar a resistência da armadura nas máquinas em que a resistência da armadura é

    muito menor que X S .Regime permanente: S  X  ,Regime transitório ou dinâmico: reatância transitória ( x'd ) ou sub-transitória ( x''d ).

    1.5   –  Modelo da carga

    A representação da carga depende muito do tipo de estudo realizado. A carga pode ser representada por potência constante, corrente constante ou impedância constante. É importante que se conheça avariação das potências ativas e reativas com a variação da tensão. Em uma barra típica a carga écomposta de motores de indução (50 a 70%), aquecimento e iluminação (20 a 30%) e motoressíncronos (5 a 10%). Embora seja exato considerar as características PV   e QV   de cada tipo de carga para simulação de fluxo de carga e estabilidade, o tratamento analít ico é muito complicado. Para os

    cálculos envolvidos existem três maneiras de se representar a carga.

    1.5.1  –  Representação da carga para fluxo de potência

    A Figura 1.18 mostra a representação da carga como potência ativa e reativa constantes.

    Figura 1.18 –  Representação da carga com potência constante para estudo de fluxo de potência

    1.5.2  –  Representação da carga para estudo de estabilidade

     Neste caso a atenção não é com a dinâmica da carga, mas sim com a dinâmica do sistema. Por estarazão a carga é representada por impedância constante como mostra a Figura 1.19.

    Figura 1.19 –  Representação da carga para estudo de estabilidade com impedância constante

    P L +  jQ L 

     z

    t V & E &

     jX S  r a

    ∼ 

  • 8/17/2019 Análise de Sistema de Potência - Carmen Lucia

    17/143

    Análise de Sistemas de Potência

    15

    1.5.3  –  Representação da carga para estudo de curto-circuito

    Cargas estáticas e pequenas máquinas são desprezadas. Somente as máquinas de grande portecontribuem para o curto, logo apenas estas máquinas são consideradas.

    1.5.4  –  Representação da carga pelo modelo ZIP

     Neste modelo parte da carga é representada por impedância constante, parte da carga é representada por corrente constante e parte da carga é representada por potência constante.

    Carga = ctectecte   P I  Z    ++ ,)min(2 )(   alno pi z   P pV  pV  pP   ×+×+×= ,

    0,1=++   pi z   p p p ,

    onde: p z é a parcela da carga representada como Z  constante, pi é a parcela da carga representadacomo I  constante, p p é a parcela da carga representada como P constante.

    )min(2 )(   alno pi z   QqV qV qQ   ×+×+×= ,

    0,1=++   pi z   qqq ,

    onde: q z é a parcela da carga representada como Z  constante, qi é a parcela da carga representadacomo I  constante, q p é a parcela da carga representada como P constante.

  • 8/17/2019 Análise de Sistema de Potência - Carmen Lucia

    18/143

    Análise de Sistemas de Potência

    16

    Capítulo 2Equações da Rede Elétrica em Regime Permanente

    2.1  – Objetivo

    Determinação das matrizes que representam a rede elétrica de corrente alternada em regime permanente senoidal para uso computacional.

    2.2  – Tipos de representação

    a)  Modelo com parâmetros de admitância; b)  Modelo com parâmetros de impedância.

    As equações da rede serão extraídas utilizando-se a análise nodal da rede, pois esta apresentadesempenho computacional mais eficiente.

    2.3  –Equações nodais

    2.3.1 – Equivalência de fontes

    As fontes da Figura 2.1 são equivalentes se  I  z E  g && ×= , gg   z y 1= .

    Figura 2.1 – Equivalência entre fonte de corrente e fonte de tensão

    A notação usada no presente texto é:

    •  Letra maiúscula com índice duplo corresponde a um elemento da matriz;•  Letra minúscula com índice simples ou duplo corresponde à impedância ou admitância de um

    elemento do sistema.

     E &  ∼  

     zgREDE

    V &

    1 I &

    1 I &  

    R

    EDE

    V &   zg I &

     REDE

    V &   yg  I &

    1 I &  

  • 8/17/2019 Análise de Sistema de Potência - Carmen Lucia

    19/143

    Análise de Sistemas de Potência

    17

     2.3.2 – Equações nodais da rede quando modelada por admitâncias

    Seja o sistema da Figura 2.2, onde  E 3 representa um motor.

    Figura 2.2 – Sistema exemplo para as equações nodais da rede

    Utilizando-se o modelo de cada elemento, o sistema fica como mostra a Figura 2.3.

    Figura 2.3 – Sistema exemplo com os modelos dos elementos da rede

    A Figura 2.4 mostra o diagrama da rede da Figura 2.3 em que cada fonte de tensão em série comimpedância foi transformada em fonte de corrente em paralelo com a admitância e as impedâncias daslinhas foram transformadas em admitâncias.

    2 E &

    ∼  1 E &  

     zt 1  zg1   zg2  zt 2 

    ∼  

    ∼   3 E &

     z11   z22 

     z33 

     zt 3 

     zm3

     z13 

     z12 

    1 2

    3

     z23 

    3

    2

    T 1  T 2 

    ∼ 1

     E &  

    ∼ 2

     E &  

    ∼ 3 E &

    1

    T 3 

  • 8/17/2019 Análise de Sistema de Potência - Carmen Lucia

    20/143

    Análise de Sistemas de Potência

    18

     

    Figura 2.4 – Diagrama unifilar do sistema exemplo com admitâncias

    11

    1

    11

    11

    t g   z z

     E 

     z

     E  I 

    +==  &&

    & ,1111

    111

    t g   z z z y

    +== ,

    22

    2

    22

    22

    t g   z z E 

     z E  I 

    +== &&& ,

    22222 11

    t g   z z z y

    +== ,

    33

    3

    33

    33

    t m   z z

     E 

     z

     E  I 

    +==

    &&& ,

    33333

    11

    t m   z z z y

    +== ,

    124

    1

     z y   = ,

    235

    1

     z y   = ,

    136

    1

     z y   = .

    Equações nodais do circuito da Figura 2.4.

    Barra 1: )()()( 0113162141   V V  yV V  yV V  y I    &&&&&&& −×+−×+−×= ,

    Barra 2: )()()( 0221243252   V V  yV V  yV V  y I    &&&&&&& −×+−×+−×= ,

    Barra 3: )()()( 0331362353   V V  yV V  yV V  y I    &&&&&&& −×+−×+−×= .

    Barra 0: )()()()( 303202101321   V V  yV V  yV V  y I  I  I    &&&&&&&&& −×+−×+−×=−−− .

    A equação da barra 0 é linearmente dependente das outras três equações. Basta somar as equaçõesdas barras 1, 2, 3 para verificar. Agrupando-se termos das equações das barras 1, 2, 3 vem:

    362416411 )(   V  yV  yV  y y y I    &&&& ×−×−×++= ,

    352542142 )(   V  yV  y y yV  y I    &&&& ×−×+++×−= , (2.1)

    365325163 )(   V  y y yV  yV  y I    &&&& ×+++×−×−= .

    Colocando-se as Equações 2.1 na forma matricial, tem-se para a matriz admitância nodal  BARRAY  :

    ⎥⎥⎥

    ⎢⎢⎢

    ×⎥⎥⎥

    ⎢⎢⎢

    ++−−

    −++−

    −−++

    =⎥⎥⎥

    ⎢⎢⎢

    3

    2

    1

    65356

    55424

    64641

    3

    2

    1

     y y y y y

     y y y y y

     y y y y y

     I 

     I 

     I 

    &

    &

    &

    &

    &

    &

    . (2.2)

    A Equação 2.2 é da forma V Y  I   BARRA && ×= , onde:  I &   é o vetor de injeção de corrente na rede por

    fontes independentes, V &  é o vetor de tensão nas barras em relação à referência e   BARRAY   é a matriz de

    admitância de barra ou matriz de admitância nodal.

     y1 1 I 

    &   3 I &2 I &  y2  y3 

     y4  y5 

     y6 

    0

    1 2 3

  • 8/17/2019 Análise de Sistema de Potência - Carmen Lucia

    21/143

    Análise de Sistemas de Potência

    19

    2.3.3 – Características de Y  BARRA 

    1)  Simétrica;2)  Complexa;3)  Quadrada de dimensão n, onde n é o número de barras do sistema sem contar a barra de

    referência;

    4)  Esparsa, mais de 95% dos elementos é nulo, o que é uma vantagem;5)  Os elementos da diagonal principal são positivos;6)  Os elementos fora da diagonal principal são negativos;7)  Os elementos da diagonal principal Ykk são o somatório das admitâncias diretamente ligadas à

     barra k;8)  Os elementos fora da diagonal principal Ykj são o simétrico da soma das admitâncias que

    ligam as barras k e j.

    As características 7 e 8 acima permitem a montagem direta da matriz Y  BARRA por inspeção da rede.

    Pode-se também escrever a equação V Y  I   BARRA && ×=  como  I  Z V   BARRA && ×= , onde1−=   BARRA BARRA   Y  Z  . A

    matriz Z  BAR RA é conhecida como matriz de impedância de barra ou matriz de impedância nodal.

    2.3.4 – Características de Z BARRA 

    1)  Simétrica;2)  Complexa;3)  Quadrada de dimensão n, onde n é o número de barras do sistema sem contar a barra de

    referência;4)  Matriz cheia.

    Exemplo 2.1Escrever as equações nodais da rede na forma matricial, ou seja, escrever V Y  I   BARRA && ×=   que

    corresponde ao diagrama unifilar da Figura 2.5, sabendo-se que 005,1   ∠=a E & ,07,365,1   −∠=b E & ,

    005,1   ∠=c E & , zg =  j1,15,  zt  =  j0,1, z13 =  j0,25,  z14 =  j0,2, z24 =  j0,2, z34 =  j0,125,  z23 =  j0,4 em valores por

    unidade.

    Figura 2.5 – Diagrama unifilar do exemplo 2.1

    A Figura 2.6 mostra o diagrama unifilar de impedâncias do circuito da Figura 2.5.

    2

    ∼ 

    a E &   1

    ∼ 

    c E &  

    ∼ 

    b E &  

    4

    3

  • 8/17/2019 Análise de Sistema de Potência - Carmen Lucia

    22/143

    Análise de Sistemas de Potência

    20

     

    Figura 2.6 – Diagrama unifilar de impedâncias do circuito da Figura 2.5

    A Figura 2.7 mostra o diagrama unifilar de admitâncias onde todas as fontes de tensão foramtransformadas em fontes de corrente. A seguir os cálculos para a determinação dos parâmetros dosistema da Figura 2.7

    Figura 2.7 – Diagrama unifilar de admitâncias do circuito da Figura 2.5

    ∼ 

    07,365,1   −∠=b E &  

    ∼ 

    005,1   ∠=a E &   1

    ∼ 

    005,1   ∠=c E &  

    4

    3

    2

     j1,15+ j0,1

     j0,2

     j1,15+ j0,1

     j1,15+ j0,1  j0,2

     j0,125

     j0,25

     j0,4

     y8 = –  j5,0

    1

    4

    3

    2

    01 902,1   −∠= I &

     y5 = –  j2,5

     y7 = –  j8,0

     y4 = –  j4,0

     y1 = –  j0,8

     y2=–  j0,8

     y3 = –  j0,8

     y6 = –  j5,0

    02 87,1262,1   −∠= I &

    03 902,1   −∠= I &

    0

  • 8/17/2019 Análise de Sistema de Potência - Carmen Lucia

    23/143

  • 8/17/2019 Análise de Sistema de Potência - Carmen Lucia

    24/143

    Análise de Sistemas de Potência

    22

     2.3.5.1  – Elementos de Y  BAR RA 

    Seja a equação que descreve o circuito da Figura 2.8 pela matriz admitância de barra:

    ⎥⎥

    ⎢⎢

    ×

    ⎥⎥

    ⎢⎢

    =

    ⎥⎥

    ⎢⎢

    3

    2

    1

    333231

    232221

    131211

    3

    2

    1

    Y Y Y 

    Y Y Y 

    Y Y Y 

     I 

     I 

     I 

    &

    &

    &

    &

    &

    &

    .

    Os elementos da matriz admitância de barra podem ser calculados pelo ensaio em curto-circuitoonde:

    kk Y  : admitância própria de curto-circuito da barra k ,

    ik Y  : admitância de transferência de curto-circuito entre as barras i e k .

    Ensaio de curto-circuito na barra 1 da Figura 2.8: curto-circuito em todas as barras a exceção da

     barra 1. Tem-se portanto 032   == V V    && .

    [ ]131

    2111

    3

    21

     I 

     I 

     I 

    &

    &

    &

    &

    ×⎥⎥⎥

    ⎢⎢⎢

    =⎥⎥⎥

    ⎢⎢⎢

     

    01331

    01221

    01111

    32

    32

    32

    ==

    ==

    ==

    =⇒

    =⇒

    =⇒

    V V 

    V V 

    V V 

    V  I Y 

    V  I Y 

    V  I Y 

    &&

    &&

    &&

    &&

    &&

    &&

    .

    A expressão geral de cada elemento da matriz admitância de barra relaciona o efeito à causa e é:

    k  jV k 

    iik 

     j

     I Y 

    ≠=

    =,0&

    &

    &.

    Verificação: ensaio de curto-circuito na barra 1 da Figura 2.8, ou seja, todas as tensões de barra,com exceção da barra 1 são zero.

    )()()( 3162140111   V V  yV V  yV V  y I    &&&&&&& −×+−×+−×= ,

    ⇒×++= 16411 )(   V  y y y I    && 116411

    1 Y  y y yV 

     I =++=

    &

    &.

    )()()( 3251240222   V V  yV V  yV V  y I    &&&&&&& −×+−×+−×= ,

    2141

    2142   Y  y

     I V  y I    =−=⇒×−=

    &

    &&& .

    ),()()( 1362350333   V V  yV V  yV V  y I    &&&&&&& −×+−×+−×=  

    3161

    3163   Y  y

     I V  y I    =−=⇒×−=

    &

    &&& .

     2.3.5.2  – Elementos de Z BARRA 

    Seja a equação que descreve o circuito da Figura 2.8 pela matriz impedância de barra:

    ⎥⎥⎥

    ⎢⎢⎢

    ×⎥⎥⎥

    ⎢⎢⎢

    =⎥⎥⎥

    ⎢⎢⎢

    3

    2

    1

    333231

    232221

    131211

    3

    2

    1

     I 

     I 

     I 

     Z  Z  Z 

     Z  Z  Z 

     Z  Z  Z 

    &

    &

    &

    &

    &

    &

    .

    Os elementos da matriz impedância de barra podem ser calculados pelo ensaio em circuito abertoonde:

    kk  Z  : impedância própria de circuito aberto da barra k ,ik  Z  : impedância mútua de circuito aberto entre as barras i e k .

  • 8/17/2019 Análise de Sistema de Potência - Carmen Lucia

    25/143

    Análise de Sistemas de Potência

    23

    Ensaio de circuito aberto na barra 1 da Figura 2.8: fontes de corrente inoperantes ou mortas em

    todas as barras com exceção da barra 1. Tem-se portanto 032   == I  I    && .

    [ ]131

    21

    11

    3

    2

    1

     I 

     Z 

     Z 

     Z 

    &

    &

    &

    &

    ×

    ⎥⎥

    ⎢⎢

    =

    ⎥⎥

    ⎢⎢

     

    01331

    01221

    01111

    32

    32

    32

    ==

    ==

    ==

    =⇒

    =⇒

    =⇒

     I  I 

     I  I 

     I  I 

     I V  Z 

     I V  Z 

     I V  Z 

    &&

    &&

    &&

    &&

    &&

    &&

    .

    A expressão geral de cada elemento da matriz impedância de barra relaciona o efeito à causa e é:

    k  j I k 

    iik 

     j

     I 

    V  Z 

    ≠=

    =,0&

    &

    &.

    Observações:

    1)  se a corrente 1 I &   (corrente injetada na rede durante o ensaio) é de 1 pu, 111   V  Z    &= , 221   V  Z    &= ,

    331   V  Z   &= , ou seja, os elementos da coluna são numericamente iguais às tensões.

    2)   Z kk  é a impedância equivalente da rede vista entre a barra k  e a referência com as demais fontes

    de corrente inoperantes, ou seja, é a impedância do equivalente de Thèvenin, )(Thkk kk    Z  Z    = .

    Pelo significado físico dos elementos de Y  BAR RA e  Z  BAR RA evidencia-se que não há reciprocidadeentre estes elementos, ou seja, kmkm   Z Y  1≠ .

    Exemplo 2.2Resolva as equações nodais do Exemplo 2.1 para encontrar a matriz impedância de barra pela

    inversão da matriz admitância de barra. Calcule então as tensões de barra.

    Solução:

    Invertendo-se a matriz  BARRAY   com auxílio da função inv( ) do MATLAB obtém-se:

    ⎥⎥⎥⎥⎥

    ⎢⎢⎢⎢⎢

    =

    ⎥⎥⎥⎥

    ⎢⎢⎢⎢

    −−

    ×

    ⎥⎥⎥⎥

    ⎢⎢⎢⎢

    4

    3

    2

    1

    0

    20,10

    96,072,0

    20,10

    4733,04232,04126,04142,0

    4232,04558,03922,04020,0

    4126,03922,04872,03706,0

    4142,04020,03706,04774,0

     j

     j

     j

     j j j j

     j j j j

     j j j j

     j j j j

    &

    &

    &

    &

    .

    O vetor tensão de barra é encontrado efetuando-se a multiplicação indicada, ou seja:

    ⎥⎥⎥⎥

    ⎢⎢⎢⎢

    −∠

    −∠

    −∠

    −∠

    =⎥⎥⎥

    ⎢⎢⎢

    =

    ⎥⎥⎥⎥

    ⎢⎢⎢⎢

    0

    0

    0

    0

    4

    32

    1

    97,11432,1

    36,11434,1

    24,14427,1

    71,10436,1

    2971,04009,1

    2824,04059,1

    3508,03830,1

    2668,04111,1

     j

     j

     j

     j

    &

    &

    &

    &

    .

    Exemplo 2.3

    Um capacitor com reatância de 5 pu nas bases do sistema é conectado entre a barra 4 e a referênciado circuito da Figura 2.7. Calcular a corrente que passa pelo capacitor e a nova tensão da barra 4.

    A impedância do capacitor é: 0,5 j zC    −=  pu.

     Z 44 é a impedância equivalente da rede vista da barra 4.

    4V &  é a tensão da barra 4 antes do capacitor ser colocado.

     Z 44 é obtido invertendo-se a matriz  BARRAY  . A matriz  BARRA Z   está mostrada acima, logo  Z 44 =  j0,47e 4V 

    & , também mostrado acima vale 04 97,11432,1   −∠=V & . A Figura 2.9 mostra o circuito de Thèvenin emquestão.

  • 8/17/2019 Análise de Sistema de Potência - Carmen Lucia

    26/143

    Análise de Sistemas de Potência

    24

     

    Figura 2.9 – Equivalente de Thèvenin por elemento de  BARRA Z   

    Solução:

    00

    44

    4 03,783163,00,54733,0

    97,11432,1

    0,5  ∠=

    −−∠

    =−

    = j j j Z 

    V  I capacitor 

    && .

    A nova tensão da barra 4 passa a ser: 00 97,11582,10,503,783163,0   −∠=−×∠   j .

     Notar que a nova tensão na barra 4 aumentou de valor.

    Exemplo 2.4Se uma corrente de 003,783163,0   ∠−   pu é injetada na barra 4 do exemplo 2.2 (esta é a mesma

    corrente que passa pelo capacitor) com todas as outras fontes mantidas, encontre as tensões nas barras1, 2, 3, 4. Notar que não existe capacitor neste exemplo.

    Considerando-se todas as fontes inoperantes, as tensões nodais somente devidas a esta correnteinjetada pode ser calculada a partir da matriz  Z  BAR RA. Basta multiplicar a matriz  Z  BAR RA  pelo vetor

    corrente, ou seja, basta multiplicar a coluna 4 da matriz  Z  BAR RA  pela corrente003,783163,0   ∠− .

    Efetuando-se esta operação vem:

    004141 97,111309,04142,003,783163,0   −∠=×∠−=×=   j I  Z V    &&  pu,

    004242 97,111304,04126,003,783163,0   −∠=×∠−=×=   j I  Z V    &&  pu,

    004343 97,111337,04232,003,783163,0   −∠=×∠−=×=   j I  Z V    &&  pu,

    004444 97,111496,04733,003,783163,0   −∠=×∠−=×=   j I  Z V    &&  pu.

    Para se determinar as novas tensões nas barras pode-se utilizar a superposição, adicionando-se as

    tensões das barras somente devidas às fontes de corrente 1 I & , 2 I & , 3 I &  com as tensões das barras devidas

    à fonte de corrente de 003,783163,0   ∠− .

    0001 81,10567,197,111309,071,10436,1   −∠=−∠+−∠=V &  pu,

    0002 04,14557,197,111304,024,14427,1   −∠=−∠+−∠=V &  pu,

    0003 41,11568,197,111337,036,11434,1   −∠=−∠+−∠=V &  pu,

    0004 97,11582,197,111496,097,11432,1   −∠=−∠+−∠=V &  pu.

    Observar que a tensão da barra 4 é a mesma da do exemplo 2.3.

    capacitor  I &

    4V 

    &

      ∼  

     Z 44 

     –  j5,0  

    0

    4

  • 8/17/2019 Análise de Sistema de Potência - Carmen Lucia

    27/143

    Análise de Sistemas de Potência

    25

    2.4  – Redução da rede

    2.4.1 – Objetivo

    As matrizes impedância de barra e admitância de barra de um sistema elétrico real são muitograndes, dimensão da ordem de milhares. Nos estudos não é necessário se conhecer a tensão em todasas barras do sistema, logo seguem técnicas para reduzir a dimensão da rede, eliminando-se trechos não prioritários da rede para o estudo em questão.

    2.4.2 – Eliminação de barra

    Seja a rede elétrica representada pela matriz admitância de barra. A eliminação se processa paraduas diferentes situações:

    a)  não existe fonte de corrente na barra a ser eliminada, b)  existe fonte de corrente na barra a ser eliminada.

     2.4.2.1  – Eliminação da barra onde não existe fonte de corrente

    Particionamento da matriz. Ordenam-se as equações de tal forma que todas as barras sem fontefiquem juntas e na parte inferior da matriz.

    ⎥⎥⎥⎥⎥⎥

    ⎢⎢⎢⎢⎢⎢

    ×

    ⎥⎥⎥⎥⎥⎥

    ⎢⎢⎢⎢⎢⎢

    =

    =

    ⎥⎥⎥⎥⎥⎥

    ⎢⎢⎢⎢⎢⎢

    5

    4

    3

    2

    1

    5

    4

    3

    2

    1

    Y Y Y 

    Y Y 

     I 

     I 

     I 

     I 

     I 

     BBt 

     AB BA

     AB AA

    &

    &

    &

    &

    &

    &

    &

    &

    &

    &

    .

    Supondo-se 0= B I & ,

    ⎥⎦

    ⎤⎢⎣

    ⎡×⎥

    ⎤⎢⎣

    ⎡=⎥

    ⎤⎢⎣

     B

     A

     BBt 

     AB

     AB AA

     B

     A

    Y Y 

    Y Y 

     I 

     I 

    &

    &

    &

    &,

     B AB A AA A   V Y V Y  I   &&& ×+×= ,

     At 

     AB BB B B BB At 

     AB B   V Y Y V V Y V Y  I   &&&&& ××−=→=×+×=   −10 .

    Substituindo-se o valor de  BV &  na equação de  A I &  vem:

     At 

     AB BB AB A AA A   V Y Y Y V Y  I   &&& ×××−×=   −1 .

    Agrupando-se termos vem:

    ( )   AY t 

     AB BB AB AA A   V Y Y Y Y  I  A

    &4 4 4 4 34 4 4 4 21

    &

    ×××−=

      −1

    , que está na forma  A A A   V Y  I   &&

    ×= .

    A ordem da matriz Y  A neste exemplo é a do número de barras com fonte de corrente.

    Exemplo 2.5.Eliminação de apenas uma barra do sistema de três barras da Figura 2.8 com 03  = I & .

    ⎥⎥⎥

    ⎢⎢⎢

    ×⎥⎥⎥

    ⎢⎢⎢

    =⎥⎥⎥

    ⎢⎢⎢

    3

    2

    1

    333231

    232221

    131211

    2

    1

    0   V 

    Y Y Y 

    Y Y Y 

    Y Y Y 

     I 

     I 

    &

    &

    &

    &

    &

     

    [ ] [ ]32311

    3323

    13

    2221

    1211Y Y Y 

    Y Y 

    Y Y Y  A   ××⎥

    ⎤⎢⎣

    ⎡−⎥⎦

    ⎤⎢⎣

    ⎡=   − .

     A I &

     B I &

     BV &

     AV &

     A I &

     B I &

     BV &

     AV &

  • 8/17/2019 Análise de Sistema de Potência - Carmen Lucia

    28/143

    Análise de Sistemas de Potência

    26

    ⎥⎥⎥⎥

    ⎢⎢⎢⎢

    ×−

    ×−

    ×−

    ×−

    =

    33

    322322

    33

    312321

    33

    321312

    33

    311311

    Y Y Y 

    Y Y Y 

    Y Y Y 

    Y Y Y 

    Y  A .

    Esta matriz representa um sistema equivalente ao sistema de três barras, agora com dimensão 2×2.Colocando-se de forma escalar tem-se que a eliminação da barra n é:

    nn

    njin

    ijijY 

    Y Y Y Y 

    ×−=' ,

    que é chamada de eliminação de Kron.Para maior eficiência computacional deve-se evitar a inversão da matriz Y  BB. O procedimento é

    então o de eliminar uma barra por vez, aplicando-se a eliminação de Kron tantas vezes quanto onúmero de barras a serem eliminadas.

    A partir de Y  A  pode-se desenhar o circuito equivalente. No exemplo tem-se agora duas barras,mostradas na Figura 2.10 onde os elementos da nova matriz Y  BAR RA 2 × 2 são:

    3111 '''   y yY    += , 3222 '''   y yY    += , 32112 '''   yY Y    −== .Resolvendo-se o sistema acima determina-se y'1, y'2, y'3.

    Figura 2.10 – Sistema equivalente ao sistema de três barras

    Exemplo 2.6Eliminar as barras 3 e 4 do sistema da Figura 2.11 sabendo-se que estas não têm fonte. Desenhar o

    circuito equivalente com estes nós eliminados e calcular as potências ativa e reativa injetadas ou

    absorvidas em cada barra. 01 902,1   −∠= I & ,0

    2 87,1262,1   −∠= I & .

    Figura 2.11 – Sistema para a eliminação das barras 3 e 4

    1 I &    y'1

    2 I &   y'2

     y'3

    0

    1 2

    1

    43

    2

    1 I &

     y5 = –  j2,5

     y7=–  j8,0

     y4 = –  j4,0

     y1 = –  j0,8

     y2 = –  j0,8

     y6 = –  j5,0

     y8 = –  j5,02 I 

    &

  • 8/17/2019 Análise de Sistema de Potência - Carmen Lucia

    29/143

    Análise de Sistemas de Potência

    27

    V Y  I   BARRA&& ×=  

    ⎥⎥

    ⎥⎥

    ⎢⎢

    ⎢⎢

    −−

    =

    0,180,80,50,50,85,145,20,4

    0,55,23,80,0

    0,50,40,08,9

     j j j j

     j j j j

     j j j

     j j j

    Y  BARRA .

    Eliminação da barra 4.

    41,80,18

    0,50,58,9'11   j

     j

     j j jY    −=

    −×

    −−= ,

    39,10,18

    0,50,50,0'' 2112   j

     j

     j jY Y    =

    −×

    −== ,

    22,60,18

    0,80,50,4'' 3113   j

     j

     j j jY Y    =

    −×

    −== ,

    91,60,18

    0,50,53,8'22   j j

     j j jY    −=

    −×−−= ,

    72,40,18

    0,80,55,2'' 3223   j

     j

     j j jY Y    =

    −×

    −== ,

    94,100,18

    0,80,85,14'33   j

     j

     j j jY    −=

    −×

    −−= .

    Após a eliminação da barra 4 a matriz Y  BAR RA fica:

    ⎥⎥⎥

    ⎢⎢⎢

    −−

    =94,1072,422,6

    72,492,639,1

    22,639,141,8

    '

     j j j

     j j j

     j j j

    Y  BARRA .

    Eliminando-se agora a barra 3 vem:

    87,494,10

    22,622,641,8'' 11   j

     j

     j j jY    −=

    −×

    −−= ,

    07,494,10

    72,422,639,1'''' 2112   j

     j

     j j jY Y    =

    −×

    −== ,

    87,494,10

    72,472,491,6'' 22   j

     j

     j j jY    −=

    −×

    −−= .

    Após a eliminação das barras 4 e 3 a matriz Y  BAR RA fica:

    ⎥⎦

    ⎤⎢⎣

    −=

    87,407,4

    07,487,4''

     j j

     j jY   BARRA .

    A Figura 2.12 mostra o sistema de duas barras, que tem a matriz Y  BAR RA como acima, equivalente aosistema da Figura 2.11 de quatro barras.

    2 431

    2 31

  • 8/17/2019 Análise de Sistema de Potência - Carmen Lucia

    30/143

    Análise de Sistemas de Potência

    28

     

    Figura 2.12 – Circuito equivalente após a eliminação das barras, sem fonte, 4 e 3

    Para se calcular os valores dos elementos do circuito da Figura 2.12 basta aplicar as regras daconstrução da matriz Y  BAR RA e resolver o sistema. Tem-se então:

    87,4'''''' 31)11(   j y yY   BARRA   −=+= , 87,4'''''' 32)22(   j y yY   BARRA   −=+= ,

    07,4'''''' 3)21()12(   j yY Y   BARRA BARRA   =−== .

    Resolvendo-se o sistema vem:07,4'' 3   j y   −= , 80,007,487,4'''' 21   j j j y y   −=+−== .

    Para se calcular a potência injetada em cada barra, basta calcular primeiramente as tensões nas barras. Tem-se que:

    ⎥⎦

    ⎤⎢⎣

    ⎡×⎥

    ⎤⎢⎣

    −=⎥

    ⎤⎢⎣

    2

    1

    2

    1

    87,407,4

    07,487,4

     j j

     j j

     I 

     I 

    &

    &

    &

    &,

    onde o vetor corrente é conhecido. Utilizando-se o programa MATLAB para inverter a matriz Y  BAR RA com a função inv(Y  BAR RA) vem:

    ⎥⎦

    ⎤⎢⎣

    ⎡×⎥

    ⎤⎢⎣

    ⎡=⎥

    ⎤⎢⎣

    2

    1

    2

    1

    68,057,0

    57,068,0

     I 

     I 

     j j

     j j

    &

    &

    &

    &,

    ⎥⎥⎦

    ⎢⎢⎣

    −∠

    −∠×⎥

    ⎤⎢⎣

    ⎡=⎥

    ⎤⎢⎣

    ⎡0

    0

    2

    1

    87,1262,1

    902,1

    68,057,0

    57,068,0

     j j

     j j

    &

    &,

    ⎥⎥⎦

    ⎢⎢⎣

    −∠

    −∠=⎥

    ⎤⎢⎣

    −=⎥

    ⎤⎢⎣

    ⎡0

    0

    2

    1

    14,2042,1

    73,1642,1

    49,034,1

    41,036,1

     j

     j

    &

    &.

    000*

    111 27,7371,1902,173,1642,1   ∠=∠×−∠=×=   I V S   &&&

    ,64,149,01   jS    +=& ,

    000*222 73,10671,187,1262,114,2042,1   ∠=∠×−∠=×=   I V S    &&& ,

    64,149,02   jS    +−=& .

    Perdas na linha de transmissão:0

    21 63,710849,00806,00268,0   ∠=+=−   jV V    && ,00

    21312 37,183460,0)63,710849,0()07,4()(''   −∠=∠×−=−×=   jV V  y I    &&& .

     y''1 01 902,1   −∠= I &   02 87,1262,1   −∠= I &

     y''2 

     y''3 

    0

    1 2

  • 8/17/2019 Análise de Sistema de Potência - Carmen Lucia

    31/143

    Análise de Sistemas de Potência

    29

    Potência injetada na linha a partir da barra 1:

    )37,183460,0()73,1642,1( 00*12112   ∠×−∠=×=   I V S    &&& ,

    014,049,064,149,0 012   jS    +=∠=& .

    Potência injetada na linha a partir da barra 2:

    )37,1835,0()14,2042,1( 00*21221   ∠−×−∠=×=   I V S    &&& ,015,049,022,17849,0 021   jS    +−=∠=& .

    029,02112   jS S    =+   && .

    A potência reativa consumida na linha também pode ser calculada por:

    029,007,434,0'' 23212   == y I  .

    Perda reativa na admitância do gerador 1:

    621,18,042,1'' 212

    11   =×=×=   yV Q .

    Perda reativa na admitância do gerador 2:

    621,18,042,1'' 222

    22   =×=×=   yV Q .

    Perda reativa total:Qtotal = 0,029 + 1,621 + 1,621 = 3,271.

    Potência total injetada no sistema:

    64,149,064,149,021   j jS S S total   +−+=+=   &&& ,

    27,3 jS total   =& .

     2.4.2.2 – Eliminação de barra onde existe fonte de corrente independente

    A eliminação de barra onde existe fonte de corrente é semelhante a eliminação de Gauss. Estemétodo também vale quando não existe fonte de corrente na barra eliminada, sendo a fonte de correntenula um caso particular.

    A eliminação de Gauss consiste em transformar a matriz do sistema em uma matriz triangularsuperior. Com isto encontra-se o valor de uma variável e, por substituição todas as demais variáveis.Quando da eliminação de barra com fonte pode ocorrer que uma barra, originalmente sem fonte, fiquecom fonte.

    A eliminação de Gauss consiste de duas etapas:a)  normalização da primeira equação, b)  eliminação da variável pivotada nas outras equações.

    Seja o sistema V Y  I   BARRA && ×=  de dimensão três por três, escrito na forma estendida a seguir.

    3232131333   I V Y V Y V Y   &&&& =×+×+× ,

    1212111313   I V Y V Y V Y   &&&& =×+×+× ,

    2222121323   I V Y V Y V Y   &&&& =×+×+× .

    a)   Normalização da primeira equação.

    Dividindo-se a primeira linha por 33Y   e mantendo-se as outras linhas inalteradas vem:

    33

    32

    33

    321

    33

    3131

     I V 

    Y V 

    Y V 

    &&&& =×+×+× ,

    1212111313   I V Y V Y V Y    &&&& =×+×+× ,2222121323   I V Y V Y V Y 

      &&&& =×+×+× .

  • 8/17/2019 Análise de Sistema de Potência - Carmen Lucia

    32/143

    Análise de Sistemas de Potência

    30

     b)  Eliminação da variável pivotada 3V &  nas demais equações.

    Basta fazer a operação assinalada a seguir, onde o termo primo substitui a linha original.

    11322'   LY  L L   ×−=  

    12333'   LY  L L   ×−=  

    33

    32

    33

    321

    33

    3131

     I V Y 

    Y V Y 

    Y V  &&&& =×+×+× ,

    133

    31312

    33

    3213121

    33

    3113113 '0   I 

     I Y  I V 

    Y Y Y V 

    Y Y Y V    &

    &&&&& =

    ×−=×⎟⎟

     ⎠

     ⎞⎜⎜⎝ 

    ⎛    ×−+×⎟⎟

     ⎠

     ⎞⎜⎜⎝ 

    ⎛    ×−+× ,

    233

    32322

    33

    3223221

    33

    3123213 '0   I 

     I Y  I V 

    Y Y Y V 

    Y Y Y V    &

    &&&&& =

    ×−=×⎟⎟

     ⎠

     ⎞⎜⎜⎝ 

    ⎛    ×−+×⎟⎟

     ⎠

     ⎞⎜⎜⎝ 

    ⎛    ×−+× .

    O sistema ficou então reduzido a:

    1212111 '''   I V Y V Y    &&& =×+× ,

    2222121 '''   I V Y V Y    &&& =×+× .

    A formação do termo ijY '   é a mesma da redução de Kron para a eliminação da barra n, ou

    seja,nn

    njinijij

    Y Y Y Y 

    ×−=' .

    A formação das novas correntes injetadas énn

    ninii

     I Y  I  I 

    &&&   ×−='  para a eliminação da barra n.

    A Figura 2.13 mostra o circuito equivalente sem a barra 3.

    Figura 2.13 – Redução de sistema de três barras com fonte de corrente na barra eliminada

    Exemplo 2.7.

    Eliminar as barras 4 e 3 do sistema da Figura 2.7, cuja equação V Y  I   BARRA && ×=   está repetido aseguir. 

    ⎥⎥⎥⎥⎥

    ⎢⎢⎢⎢⎢

    ×

    ⎥⎥⎥⎥

    ⎢⎢⎢⎢

    =

    ⎥⎥⎥⎥⎥

    ⎢⎢⎢⎢⎢

    −∠

    −∠

    −∠

    4

    3

    2

    1

    0

    0

    0

    0,180,80,50,5

    0,83,155,20,4

    0,55,23,80,0

    0,50,40,08,9

    0,0

    902,1

    87,1262,1

    902,1

     j j j j

     j j j j

     j j j

     j j j

    &

    &

    &

    &

    .

    Eliminação da barra 4 do sistema da Figura 2.7.

    41,80,18

    0,50,58,9'11   j j

     j j jY    −=−

    ×−−= ,

     y'11' I & 2' I &   y'2 

     y'3 

    0

    1 2

  • 8/17/2019 Análise de Sistema de Potência - Carmen Lucia

    33/143

    Análise de Sistemas de Potência

    31

    39,10,18

    0,50,50,0'' 2112   j

     j

     j jY Y    =

    −×

    −== ,

    22,60,18

    0,80,50,4'' 3113   j

     j

     j j jY Y    =

    −×

    −== ,

    91,6

    0,18

    0,50,53,8'22   j

     j

     j j jY    −=

    ×−−= ,

    72,40,18

    0,80,55,2'' 3223   j

     j

     j j jY Y    =

    −×

    −== ,

    74,110,18

    0,80,83,15'33   j

     j

     j j jY    −=

    −×

    −−= .

    Após a eliminação da barra 4 o sistema fica:

    ⎥⎥

    ⎢⎢

    ×⎥⎥⎥

    ⎢⎢⎢

    −−

    =⎥⎥

    ⎢⎢

    −∠−∠

    −∠

    3

    2

    1

    0

    0

    0

    74,1172,422,672,491,639,1

    22,639,141,8

    902,187,1262,1

    902,1

    V V 

     j j j j j j

     j j j

    &

    &

    &

    .

    Eliminação da barra 3.

    11,574,11

    22,622,641,8'' 11   j

     j

     j j jY    −=

    −×

    −−= ,

    89,374,11

    72,422,639,1'''' 2112   j

     j

     j j jY Y    =

    −×

    −== ,

    01,5

    74,11

    72,472,491,6'' 22   j

     j

     j j jY    −=

    ×−−= .

    000

    01 9084,184,164,0902,174,11

    902,122,6902,1'   −∠=−=−−∠=

    −−∠×

    −−∠=   j j j

     j I & ,

    000

    02 53,11661,148,087,1262,174,11

    902,172,487,1262,1'   −∠=−−∠=

    −−∠×

    −−∠=   j j

     j I & .

    Após a eliminação da barra 3 o sistema fica:

    ⎥⎦

    ⎤⎢⎣

    ⎡×⎥

    ⎤⎢⎣

    −=

    ⎥⎥⎦

    ⎢⎢⎣

    −∠

    −∠

    2

    10

    0

    01,589,3

    89,311,5

    53,11661,1

    9084,1

     j j

     j j

    &

    &.

    A Figura 2.14 mostra o circuito equivalente do sistema no qual foram eliminadas a barra 4, que nãotinha fonte, e a barra 3, que tinha fonte.

    Figura 2.14 – Circuito equivalente com eliminação de barra que contém fonte

    02 53,11661,1''   −∠= I &

    01 9084,1''   −∠= I &  

     –j3,89 

    0

    1 2

     –j1,22   –j1,12 

    2 31

  • 8/17/2019 Análise de Sistema de Potência - Carmen Lucia

    34/143

  • 8/17/2019 Análise de Sistema de Potência - Carmen Lucia

    35/143

    Análise de Sistemas de Potência

    33

    ⎥⎦

    ⎤⎢⎣

    −×⎥

    ⎤⎢⎣

    ⎡=⎥

    ⎤⎢⎣

    lk 

     ji

    klm

    mij

    kl

    ij

    V V 

    V V 

     y y

     y y

     I 

     I 

    &&

    &&

    &

    &,

    onde a matriz Y   é chamada de matriz admitância primitiva do elemento. Expandindo-se a equaçãoacima vem:

    lmk m jijiijij   V  yV  yV  yV  y I   &&&&& ×−×+×−×= ,

    lmk m jijiij ji   V  yV  yV  yV  y I   &&&&& ×+×−×+×−= ,

    lklk kl jmimkl   V  yV  yV  yV  y I   &&&&& ×−×+×−×= ,

    lklk kl jmimlk    V  yV  yV  yV  y I   &&&&& ×+×−×+×−= .

    Sabendo-se que iij   I  I    && = ,  j ji   I  I    && = , k kl   I  I    && = , llk    I  I    && =   e colocando-se a equação acima em forma

    matricial tem-se:

    ⎥⎥⎥

    ⎥⎥

    ⎢⎢⎢

    ⎢⎢

    ×

    ⎥⎥

    ⎥⎥

    ⎢⎢

    ⎢⎢

    −−−−

    −−

    −−

    =

    ⎥⎥⎥

    ⎥⎥

    ⎢⎢⎢

    ⎢⎢

    l

     j

    i

    klklmm

    klklmm

    mmijij

    mmijij

    l

     j

    i

    V V 

     y y y y y y y y

     y y y y

     y y y y

     I  I 

     I 

     I 

    &&

    &

    &

    &&

    &

    &

    .

     Notar que os dois blocos com  yij e  ykl são termos da matriz Y  BARRA sem mútua.

    Regra prática para a montagem da matriz Y  BARRA com mútuas:

    1)  Determinar a matriz Z  primitiva dos elementos com mútua;2)  Inverter a matriz Z  primitiva do elemento para encontrar a matriz Y  primitiva;3)  Montar a matriz Y  BAR RA sem considerar a admitância mútua ym;4)  Incluir o efeito das mútuas somando-se  ym  aos elementos da matriz referentes aos terminais

    igualmente marcados e subtraindo-se  ym  dos elementos da matriz referentes aos terminais

    marcados diferentemente.

    A Figura 2.18 mostra o circuito equivalente do circuito da Figura 2.17 com mútuas.

    Figura 2.18 - Circuito equivalente com elementos acoplados

    Exemplo 2.8.Sejam  z12  =  z34  =  j0,25 pu e  zm  =  j0,15 pu como mostrados na Figura 2.19. Determinar a matriz

    Y  BAR RA do sistema.

    Figura 2.19 - Circuito referente ao exemplo

     yij 

     ykl 

     ym 

     ym 

     –ym  –ym

    lk

     ji

     z34 

     zm 

     z12 1

    3

    2

    4

  • 8/17/2019 Análise de Sistema de Potência - Carmen Lucia

    36/143

    Análise de Sistemas de Potência

    34

    ⎥⎦

    ⎤⎢⎣

    ⎡×⎥

    ⎤⎢⎣

    ⎡=⎥

    ⎤⎢⎣

    34

    12

    43

    21

    25,015,0

    15,025,0

     I 

     I 

     j j

     j j

    V V 

    V V 

    &

    &

    &&

    &&,

    onde a matriz acima é a matriz Z  primitiva. A matriz Y  primitiva é a inversa de  Z  primitiva.

    ⎥⎦

    ⎢⎣

    −=

    25,675,3

    75,325,6

     j j

     j jY 

    PRIMITIVA

    ,

    75,3 j ym = , 25,63412   j y y   −== .

    i)  Sem acoplamento.

    ⎥⎥⎥⎥

    ⎢⎢⎢⎢

    =

    25,625,600

    25,625,600

    0025,625,6

    0025,625,6

     j j

     j j

     j j

     j j

    Y  BARRA  

    ii)  Considerando-se o acoplamento.

    Basta acrescentar + ym em (1,3), (2,4), (3,1), (4,2) e acrescentar –  ym em (1,4), (2,3), (3,2), (4,1).

    ⎥⎥⎥⎥

    ⎢⎢⎢⎢

    −+−

    −−+

    +−−

    −+−

    =

    25,625,675,3075,30

    25,625,675,3075,30

    75,3075,3025,625,6

    75,3075,3025,625,6

     j j j j

     j j j j

     j j j j

     j j j j

    Y  BARRA .

    Exemplo 2.9.Sejam 25,02313   j z z   ==   pu, 15,0 j zm =  pu. Determinar a matriz admitância de barra do circuito da

    Figura 2.20.

    Figura 2.20 - Exercício de cálculo da matriz admitância de barra com mútuas

    Inicialmente determina-se a matriz impedância primitiva, invertendo-se esta determina-se a matrizadmitância primitiva, determina-se a matriz admitância de barra sem se considerar as mútuas e depoisinclui-se as mútuas seguindo os passos do algoritmo.

    ⎥⎦

    ⎤⎢⎣

    ⎡=25,015,015,025,0

     j j

     j j Z PRIMITIVA , ⎥

    ⎤⎢⎣

    ⎡−

    −=25,675,3

    75,325,6 j j

     j jY PRIMITIVA .

    i)  matriz admitância de barra sem se considerar as admitâncias mútuas é: 

    ⎥⎥⎥

    ⎢⎢⎢

    −−=−

    =

    25,625,65,1225,625,6

    25,625,60

    25,6025,6

     j j j j j

     j j

     j j

    Y  BARRA .

    ii)   matriz admitância de barra com as admitâncias mútuasCom a polaridade indicada no enunciado do exercício, m y+   deve ser adicionado aos elementos

    (3,3), (1,2), (3,3), (2,1) e m y−   deve ser adicionado aos elementos (3,2), (1,3), (3,1), (2,3).Incluindo-se as mútuas na matriz acima vem:

     z13 

     z23 

     zm

    1 I &

    2 I &

    3 I &   3

    2

    1

  • 8/17/2019 Análise de Sistema de Potência - Carmen Lucia

    37/143

    Análise de Sistemas de Potência

    35

    ⎥⎥⎥

    ⎢⎢⎢

    ++−=−−=−=

    −=−+

    −=+−

    =

    75,375,35,120,575,325,65,275,325,65,2

    75,325,65,225,675,30

    75,325,65,275,3025,6

     j j j j j j j j j j

     j j j j j

     j j j j j

    Y  BARRA .

    A seguir os cálculos que comprovam a exatidão da matriz Y  BAR RA  encontrada com a utilização da

    regra acima.

    211331   I  z I  zV V  m&&&& ×+×=− ,

    223132   I  z I  zV V  m&&&& ×+×=− .

    321   I  I  I   &&& −=+ , logo

    ⎥⎦

    ⎤⎢⎣

    ⎡×⎥

    ⎤⎢⎣

    ⎡=⎥

    ⎤⎢⎣

    2

    1

    23

    13

    32

    31

     I 

     I 

     z z

     z z

    V V 

    V V 

    m

    m

    &

    &

    &&

    &&, ⎥

    ⎤⎢⎣

    −×⎥

    ⎤⎢⎣

    ⎡=⎥

    ⎤⎢⎣

    32

    31

    23

    13

    2

    1

    V V 

    V V 

     y y

     y y

     I 

     I 

    m

    m

    &&

    &&

    &

    &,

    31321131323131131 )(   V  y yV  yV  y I V  yV  yV  yV  y I  mmmm &&&&&&&&& ×−−+×+×=⇒×−×+×−×= ,

    32322312323223312 )(   V  y yV  yV  y I V  yV  yV  yV  y I  mmmm &&&&&&&&& ×−−+×+×=⇒×−×+×−×= ,

    3231322311321 )2()()(   V  y y yV  y yV  y y I  I  mmm &&&&& ××−−−+×++×+=+ ,

    323132231133 )2()()(   V  y y yV  y yV  y y I  mmm &&&& ××+++×−−+×−−= .

    Em forma matricial vem:

    ⎥⎥�