análises toxicológicas
DESCRIPTION
Apresentação sobre análises toxicológicas realizada por Jucelino Nery da Conceição Filho durante o XXIX Curso de Toxicologia Básica, no dia 18 de setembro de 2009, promovido pelo CIAVE (Centro de Informações Antiveneno da Bahia).TRANSCRIPT
ANÁLISES TOXICOLÓGICAS
JUCELINO NERY DA CONCEIÇÃO FILHOFarmacêutico-Bioquímico
Coordenador de Apoio Diagn. e Terapêutico
CIAVE
XXIX CURSO DE TOXICOLOGIA BÁSICAXXIX CURSO DE TOXICOLOGIA BÁSICA
LABORATÓRIOS DE TOXICOLOGIA NO BRASILLABORATÓRIOS DE TOXICOLOGIA NO BRASIL
-- Poucos existentesPoucos existentes
-- Alto custoAlto custo
-- Situação na BahiaSituação na Bahia
-- REBLASREBLAS
PRINCIPAIS OBJETIVOS:PRINCIPAIS OBJETIVOS:
• Afastar / confirmar uma intoxicação;
• Avaliar o grau de agressão;
• Auxiliar na avaliação do tratamento.
EXAMES LABORATORIAISEXAMES LABORATORIAIS
NAS INTOXICAÇÕESNAS INTOXICAÇÕES
Nem sempre os exames laboratoriais são imprescindíveis para o diagnóstico e/ou tomada de decisão.
• Análises Clínicas de RotinaAnálises Clínicas de Rotina:
�� Gerais - hemograma, glicemia, eletrólitos, uréia, creatinina, sumário de urina, etc.
� Específicas - tempo de protrombina, tempo de coagulação, ferro sérico, etc.
EXAMES LABORATORIAISEXAMES LABORATORIAIS
NAS INTOXICAÇÕESNAS INTOXICAÇÕES
(exames complementares)(exames complementares)
EXAMES LABORATORIAISEXAMES LABORATORIAIS
NAS INTOXICAÇÕESNAS INTOXICAÇÕES
(exames complementares)(exames complementares)
Agente Tóxico Exame Complementar Alteração . .
Abelhas hemograma leucocitose, neutrofilia, desv. esq.
CK / CK-MB elevação
Carbamazepina ionograma hipocalemia, hiponatremia
glicemia, TGO/TGP elevação
Chumbo hemograma bx. Hb / ponteado basófilo
Cianeto ácido lático elevação
hemogasometria elevação PvO2
Etanol glicemia diminuição
Serpentes peçonhentas tempo de coagulação elevação
•• Análises ToxicológicasAnálises Toxicológicas: análise do agente químico propriamente dito e/ou de seus produtos de biotransformação.
EXAMES LABORATORIAISEXAMES LABORATORIAIS
NAS INTOXICAÇÕESNAS INTOXICAÇÕES
- Triagem (Triagem (screeningscreening)):
�� Qualitativo / semiquantitativo - Ex.: drogas de abuso, benzodiazepínicos, ADT, metais pesados, etc.
-- DosagemDosagem:
� Quantitativo - Ex.: fenobarbital sérico, colinesterase sérica, metahemoglobina, arsênico urinário.
ANÁLISES TOXICOLÓGICASANÁLISES TOXICOLÓGICAS
INDICADORES BIOLÓGICOS:
1. De absorção
2. De efeito
ANÁLISES TOXICOLÓGICASANÁLISES TOXICOLÓGICAS
INDICADORES BIOLÓGICOS:
1. De absorção2. De efeito
Parâmetro que indica a absorção de um agente tóxicoatravés da presença da substância exógena (toxicanteinalterado) ou seu metabólito no organismo.
ANÁLISES TOXICOLÓGICASANÁLISES TOXICOLÓGICAS
INDICADORES BIOLÓGICOS:
1. De absorção 2. De efeito
Representa o resultado de uma interação química entre:• a quantidade de agente químico absorvido;• receptores biológicos do organismo exposto.
Reflete modificações precoces que precedem danos estruturais oufuncionais progressivos a nível molecular, celular ou tissular.
- Parâmetro que indica o efeito do agente tóxico no organismo -
ANÁLISES TOXICOLÓGICASANÁLISES TOXICOLÓGICAS
CARACTERÍSTICA FUNDAMENTAL
� ordem de traços (ppm/ppb);
� ligada a uma matriz biológica.
ANALISTA X CLÍNICO
• Máximo de informações
• Entrosamento
QUESTÕES PRÉQUESTÕES PRÉ--ANALÍTICASANALÍTICAS
• Para quê? (Finalidade)
• O quê? (Toxicante)
• Onde? (Amostra)
• Como? (Método)
�� FINALIDADEFINALIDADE(para quê?)(para quê?)
• Forense
• Urgência
• Medicamentos
• Alimentos
• Controle do grau de exposição ...
�� FINALIDADE FINALIDADE (cont.)(cont.)
... Controle do grau de exposiçãoControle do grau de exposição
� Ocupacional
� Ambiental
� Diagnóstico diferencial
� Drogas de importância social
Fundamentos: Toxicocinética / Fundamentos: Toxicocinética / ToxicodinâmicaToxicodinâmica
–– Classes para avaliação:Classes para avaliação:� substâncias químicas inalteradas� produtos do metabolismo do toxicante� parâmetros bioquímicos e hematológicos
� agente químico precursor� metabólito� indicador de efeito
�� TOXICANTETOXICANTE(O quê?)(O quê?)
VENENO
RINS
PULMÕES
BILE, SUOR, ETC.
ABSORÇÃO DISTRIBUIÇÃOBIOTRANSFORMAÇÃO
EXCREÇÃO
TOXICOCINÉTICA
Exemplo:Exemplo:
biossíntese do heme
ALA ALA-U
ALA-D PbPb
PROTOPORFIRINA
Sangue Urina
PbPb
PORFOBILINOGÊNIO
HEMEheme-sintetase PbPb
ALA-sintetase (�)
(�)(�)
�� TOXICANTE TOXICANTE (cont.)(cont.)
Seleção da amostra que melhor represente a biodisponibilidade, a eliminação ou o efeito do toxicante no organismo.
�� AMOSTRAAMOSTRA(onde?)(onde?)
Exemplo:Exemplo:
biossíntese do heme
ALA ALA-U
ALA-D () PbPb
PROTOPORFIRINA
Sangue Urina
PbPb
PORFOBILINOGÊNIO
HEMEheme-sintetase PbPb
ALA-sintetase (�)
(�)(�)
�� AMOSTRA AMOSTRA (cont.)(cont.)
--PbPb
• Esclarecimento de intoxicação letal:
� matriz proveniente de material de necrópsia:
• tecidos• fluidos• órgãos• Conteúdo gástrico
• Intoxicações agudas:
� sangue (soro/plasma)� urina� lavado gástrico� vômito� restos de
alimentos/medicamentos
�� AMOSTRA AMOSTRA (cont.)(cont.)
� Controle de exposição ambiental e ocupacional a xenobióticos:
–– sangue / urinasangue / urina� Controle terapêutico:
–– soro / plasmasoro / plasma� Controle de dopagem/dependência
–– urinaurina
�� AMOSTRA AMOSTRA (cont.)(cont.)
Amostras Alternativas• Etanol............................... ar expirado• As e Pb............................. unha• As e Hg............................. cabelo• Organoclorados................ tecido adiposo• Cr...................................... tecido septo nasal• hipnóticos e organoclor. ... leite materno
Atenção:
• Horário e vasilhame• Tempo
• Temperatura de conservação• Tipo de anticoagulante
• Quantidade/volume
�� AMOSTRA AMOSTRA (cont.)(cont.)
Exemplos de cuidados a serem observados:
1. Dosagem de etanol:
- coleta de sangue com heparina;
- reduzir o contato da amostra com o ar.
2. Dosagem de Metahemoglobina:
- a amostra deve ser processada no mesmo dia da coleta.
�� AMOSTRA AMOSTRA (cont.)(cont.)
Finalidade:Finalidade:
– Orientação adequada do tratamento;– Rapidez no atendimento dirigido ao agente;– Prognóstico;– Avaliação da terapêutica.
MÉTODOS TOXICOLÓGICOSMÉTODOS TOXICOLÓGICOS
�alta sensibilidadeSensibilidade refere- se a capacidade do exame de detectar pacientes com a doença em questão (freqüência de resultados falso- negativos).
�exatidão: concordância entre o resultado do exame e o valor verdadeiro.
�precisão: concordância de uma série de medidas da mesma grandeza.
Exigências ao método de análise:
MÉTODOS TOXICOLÓGICOSMÉTODOS TOXICOLÓGICOS
IDENTIFICAÇÃO E IDENTIFICAÇÃO E QUANTIFICAÇÃOQUANTIFICAÇÃO
FASES DA ANÁLISE TOXICOLÓGICA
separação
extração
identificação, quantificação:Técnica de sensibilidade compatível com o teor do
analito na amostra.
MÉTODOS ANALÍTICOS
A. ENSAIOS QUÍMICOS
Testes simples p/ triagem no material pesquisado.
Amostras: pós, soluções, medicamentos, etc.
Ex.: Teste de Reisch, Ensaio de Gutzeit, teste para cocaína, ensaio para warfarin, salicilatos, etc.
TESTE DE REINSCH
- Identificação de algumas substâncias inorgânicasAg, Au, Pl, Hg, Bi, Sb e As
HClHCl
Calor 2 As2O3 + 3 H2 ---> 4 Asº + 3 H2O
A. ENSAIOS QUÍMICOS
TESTE DE REINSCH
- Identificação de algumas substâncias inorgânicasAg, Au, Pl, Hg, Bi, Sb e As
A. ENSAIOS QUÍMICOS
MÉTODOS ANALÍTICOS (cont.)
B. ANÁLISES COLORIMÉTRICAS
Método que visa determinar a concentração de uma substância pela medida da absorção relativa de luz, tomando como referência a absorção da substância numa concentração conhecida.
1. COLORIMETRIA VISUAL
Luz natural →→→→ comparação de cores
MÉTODOS ANALÍTICOS (cont.)
2 4 6 8 10 12
Ex.: Kit Lovibond®
2. ESPECTROFOTOMETRIA
A fonte de radiação emite até a região ultravioleta do espectro.
a. U.V. (< 400nm) ; b. Visa. U.V. (< 400nm) ; b. Visíível (400vel (400--760nm); c. I.V. (> 760nm760nm); c. I.V. (> 760nm))
MÉTODOS ANALÍTICOS (cont.)
2. ESPECTROFOTOMETRIA
MÉTODOS ANALÍTICOS (cont.)
2 4 6 8 10 12
Ex.: Colinesterase sérica / plasmática - Método de Ellman
MÉTODOS ANALÍTICOS (cont.)
d. ESPECTROFOTOMETRIA DE ABSORÇÃO ATÔMICA (E.A.A.)
Envolve a atomização da amostra, muitas vezes pela pulverização de uma solução da amostra numa chama, seguida pela investigação da absorção da radiação emitida por uma lâmpada elétrica que irradia o espectro do elemento a ser determinado.
Ag
Al
As
Au
Bi
Co
Hg
Pb
Sb
Se
Ti
Zn
MÉTODOS ANALÍTICOS (cont.)
e. FLUORIMETRIA
O imunoensaio de fluorescência polarizada (FPIA) é um imunoensaio caracterizado por sua simplicidade e rapidez.
MÉTODOS ANALÍTICOS (cont.)
3. CROMATOGRAFIA
Processo empregado para separar as substâncias de uma mistura.
3.1 - CCD
• Versatilidade, rapidez, sensibilidade, nitidez e baixo custo.
MÉTODOS ANALÍTICOS (cont.)
3.1. CCD (TLC / Cromatografia planar) – cont.
Os equipamentos de TLC (cromatografia planar) são uma moderna técnica, mundialmente reconhecida por sua flexibilidade e relação custo-benefício.
MÉTODOS ANALÍTICOS (cont.)
3.1 - CCD (cont.)
Devido ao seu princípio off-line o TLC oferece:
• Separação paralela de várias amostras com um tempo de requerimento mínimo
• Enorme flexibilidade
• Claridade na avaliação visual simultânea de todas as amostras e os seus componentes.
• Preparação simples da amostra devido ao uso de uma única fase estacionária.
MÉTODOS ANALÍTICOS (cont.)
3. CROMATOGRAFIA (cont.)
3.2 - CROMATOGRAFIA GASOSA
Método mais usado p/ separação e quantificação de agentes tóxicos orgânicos voláteis.
Ex.: fenol; etanol; metanol; organoclorados; etc.
MÉTODOS ANALÍTICOS (cont.)
Cromatógrafo a Gás
MÉTODOS ANALÍTICOS (cont.)
3. CROMATOGRAFIA (cont.)
3.3 - HPLC
Em virtude da sua alta sensibilidade e alto poder de resolução, a HPLC é uma das mais importantes técnicas na análise de fármacos em fluidos biológicos.
Nível de detecção: 10-9 a 10-12 g.
MÉTODOS ANALÍTICOS (cont.)
HPLC
MÉTODOS ANALÍTICOS (cont.)HPLCHPLC
Cromatograma de uma mistura de pesticida.
MÉTODOS ANALÍTICOS (cont.)
3. CROMATOGRAFIA (cont.)
3.4 - Imunocromatografia
Teste de triagem utilizado para drogasde abuso.
MÉTODOS ANALÍTICOS (cont.)
4. IMUNOTURBIDIMETRIA DE INIBIÇÃO
Método quantitativo que se baseia em uma técnica
turbidimétrica de imunoinibição que utiliza partículas de látex
(PETINIA).
Sistema analisador de química clínicaSistema analisador de química clínica
O detector converte a absorbância da luz em um impulso elétrico, que vai até a placa de medida do fotômetro (leitura digital).
↓↓↓↓O computador converte, então, a leitura digital em unidades de concentração (ou atividade)
PLFen + Acm -Fen � complexo PLFen-Acm -Fen + Fen- Acm -Fen (dispersa a luz a 340nm)
PLFen – reativo de partículas de látex-fenobarbital
Acm –Fen – anticorpo monoclonal específico contra o fenobarbital
complexo PLFen-Acm –Fen – complexo partículas de látex-anticorpo monoclonal
Fen- Acm –Fen – complexo fenobarbital-anticorpo monoclonal
MÉTODOS ANALÍTICOS (cont.)
4. IMUNOTURBIDIMETRIA DE INIBIÇÃO (cont.)
O Fen da amostra compete com as partículas de látex pelo Ac � ↓ vel. de agregação (Va).
↓↓↓↓ Va � ↑↑↑↑ cc Fen
INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS
Para que se possa atribuir a causa de um envenenamento a uma substância e consequentemente, uma morte, se faz necessário haver uma correlação entre os achados químicos, clínicos e anatomopatológicos.
O resultado analítico deve ser interpretado levando em consideração toda a farmacologia da droga.
A identificação qualitativa de um produto ingerido não quantifica a severidade de uma intoxicação.
http://issuu.com/sciepharmacy