anexos da tese
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UNIVERSIDADE DE LISBOA
INSTITUTO DE EDUCAÇÃO
IMAGEM E IDENTIDADE:
Estudo sobre o professor universitário
MARIA DO SOCORRO CARNEIRO DE LIMA
DOUTORAMENTO EM EDUCAÇÃO
Especialidade em Administração e Política Educacional
2012
UNIVERSIDADE DE LISBOA
INSTITUTO DE EDUCAÇÃO
IMAGEM E IDENTIDADE:
Estudo sobre o professor universitário
MARIA DO SOCORRO CARNEIRO DE LIMA
Tese orientada pelo Professor Doutor António Sampaio da Nóvoa, especialmente elaborada para a obtenção do grau de Doutor em Educação em Administração e Política Educacional
2012
ÍNDICE DE ANEXOS - CD-ROOM
Anexo 1 – Questionários
- Questionário aplicado aos professores
- Questionário aplicado aos alunos
Anexo 2 – Instrumentos de validação de conteúdo por especialistas
- Instrumento de validação do questionário para os professores
- Instrumento de validação do questionário para os alunos
Anexo 3 – Guião da entrevista
Anexo 4 – Protocolo de Validação das Entrevistas
Anexo 5 – Termo de Cessão de Direitos sobre Depoimento Oral e Escrito
Anexo 6 – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Anexo 7 – Protocolo de aprovação do projeto de pesquisa no Comitê de Ética
Anexo 8 – Certificado do protocolo de pesquisa junto ao Comitê de Ética
Anexo 9 – Grelha Categorial de Análise das Entrevistas
Anexo 10 – Protocolo de entrevistas
Anexo 11 – Tabelas
Tabela 02 - Distribuição dos inquiridos por faixa-etária
Tabela 03 - Distribuição dos professores inquiridos por Titulação
Tabela 04 - Tempo de Docência Universitária e Situação Funcional
Tabela 05 - Condições de Trabalho Docente Universitário
Tabela 06 - Distribuição dos Inquiridos por funções desempenhadas no exercício da Docência
Tabela 07 - Constituição da docência na vida dos professores
Tabela 08 - Grau de identificação com as funções da profissão acadêmica
Tabela 10 - Reconhecimento social da docência (prestígio acadêmico e remuneração)
Tabela 11 - Complexidade do exercício da profissão acadêmica.
Tabela 12 - Complexidade e multiplicidade das dimensões do exercício profissional e tempo de docência
Tabela 13 - Percepção docente sobre a sobrecarga do trabalho, desgaste físico e emocional, desmotivação e desvalorização acadêmica
Tabela 14 - Estratégias de enfrentamento aos dilemas acadêmicos
Tabela 15 - Modificações na carreira e no trabalho cotidiano do professor universitário
Tabela 16 - Necessidades da docência universitária
Tabela 17 - Imagem da docência e da condição pessoal e profissional do professor universitário
Tabela 18 - Imagem da docência e da condição pessoal e profissional do professor
universitário - Tempo de docência
Tabela 19 - Imagem da prática pedagógica - Percepção de alunos
Tabela 20 - Imagem sócio-profissional - Percepção de alunos
Tabela 21 - Imagem pessoal em relação ao ambiente acadêmico -Percepção de alunos
Tabela 22 - Profissão acadêmica na percepção dos alunos
Tabela 23 - Imagem social da docência - Percepção de alunos
Tabela 24 - Cruzamento de imagem de docentes e estudantes
Tabela 25 - Imagens de docentes e estudantes – Subcategoria - Aspectos pedagógico- Didáticos
Tabela 26 - Imagens de docentes e estudantes – Aspectos sócio relacional
Tabela 27 - Imagens de docentes e estudantes – Prestígio acadêmico
Tabela 28 - Imagens de docentes e estudantes – Reconhecimento sócio profissional
UNIVERSIDADE DE LISBOA
INSTITUTO DE EDUCAÇÃO
Doutoramento em Educação
Especialidade em Administração e Política Educacional
IMAGEM E IDENTIDADE:
Estudo sobre o professor universitário
ANEXO 1
Questionários1
1. Questionário aplicado aos professores
2. Questionário aplicado aos alunos
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UNIVERSIDADE DE LISBOA
INSTITUTO DE CIENCIAS DA EDUCAÇÃO
QUESTIONARIO AOS PROFESSORES Caro (a) Professor (a) Convido-o (a) a participar voluntariamente da pesquisa intitulada “Imagem e Identidade: estudo sobre o Professor Universitário”, que desenvolvo no Doutoramento em Ciências da Educação na Universidade de Lisboa, sob a orientação do Professor Doutor António Nóvoa. O objetivo da investigação é descrever e analisar a configuração identitária profissional do professor universitário e sua imagem socioprofissional no contexto das transformações ocorridas no ensino superior. As informações concedidas e a identidade dos participantes serão confidenciais. Uma cópia da Tese com o resultado final do estudo será entregue às instituições participantes e os resultados disponibilizados para os interessados.
Agradeço sua colaboração, que deverá ser consentida, no Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, no final do questionário e disponibilizo o e-mail [email protected] e [email protected] para contato.
Atenciosamente,
Profa. Maria do Socorro C. Lima PARTE I – identificação 1. Instituto de Vinculação ( ) Instituto de Educação Matemática e Científica - IEMC ( ) Instituto de Ciências da Arte - ICA ( ) Instituto de Ciências Biológicas – ICB ( ) Instituto de Ciências da Educação – ICED ( ) Instituto de Ciências Exatas e Naturais – ICEN ( ) Instituto de Ciências Jurídicas – ICJ ( ) Instituto de Ciências da Saúde - ICS ( ) Instituto de Ciências Sociais Aplicadas – ICSA ( ) Instituto de Filosofia e Ciências Humanas - IFCH ( ) Instituto de Geociências – IG ( ) Instituto de Letras e Comunicação - ILC ( ) Instituto de Tecnologia - ITEC 2. Faixa etária: ( ) entre 20 – 29 anos ( ) entre 30 – 39 anos ( ) entre 40 – 49 anos
( ) entre 50 – 59 anos ( ) acima de 60 anos 3. Formação na Pós-graduação:
( ) Especialização ( ) Mestrado ( ) Doutorado ( ) Pós-Doutorado 4. Situação funcional ( ) Auxiliar ( ) Assistente ( ) Adjunto ( ) Associado ( ) Titular 5. Regime de trabalho: ( ) 20h ( ) 40h ( ) DE 6. Tempo de docência no ensino superior: ( ) 1 – 5 anos ( ) 6 – 10 anos ( ) 11 – 20 anos ( ) 21 – 30 anos ( ) mais de 30 anos 7. Carga horária, semanal, no exercício da docência universitária: ( ) até 8 horas semanais ( ) entre 9 e 16 horas semanais ( ) entre 20 e 30 horas semanais ( ) 40 horas semanais 8. Em relação ao ano de 2009, em quantas Instituições de Ensino Superior exerceu a docência: ( ) apenas uma ( ) duas ( ) três 9. Assinale a alternativa que melhor representa a sua atual situação acadêmica no exercício da docência: ( ) somente na graduação. ( ) somente na pós-graduação. ( ) na graduação e pós-graduação. ( ) na graduação e participação/coordenação de projeto de pesquisa/extensão. ( ) na pós-graduação e participação/coordenação de projeto de pesquisa/extensão.
( ) na graduação e pós-graduação e participação/coordenação de projeto de pesquisa/extensão. ( ) na graduação e gestão de curso/setor na Universidade. ( ) na pós-graduação e gestão de curso/setor da Universidade. ( ) na graduação e pós-graduação e gestão de curso/setor da Universidade. ( ) na graduação, participação/coordenação de projeto de pesquisa/extensão e gestão de curso/setor da Universidade. ( ) na pós-graduação e participação/coordenação de projeto de pesquisa/extensão e gestão de curso/setor da Universidade. ( ) na graduação e pós-graduação, participação/coordenação de projeto de pesquisa/extensão e gestão de curso/setor na Universidade. ( ) não estou no exercício da docência. 10. Desde quando pensou em ser professor universitário? ( ) antes de entrar no ensino superior. ( ) durante a realização do curso de graduação. ( ) ao realizar um curso de pós-graduação. ( ) após estar inserida no mercado de trabalho. ( ) nunca pensei. 11. Qual o motivo principal para a escolha da docência universitária? ( ) influência da família. ( ) influência de amigos. ( ) possibilidade de trabalho/emprego. ( ) necessidades externas na atividade profissional desenvolvida. ( ) possibilidades internas na atividade profissional desenvolvida. ( ) sempre foi a profissão desejada. 12. Algum professor(a) serviu de modelo para sua atuação como docente? Em caso afirmativo assinale cinco (05) características marcantes desse(a) professor(a): ( ) entusiasmo ( ) ética ( ) flexibilidade ( ) domínio de conteúdo ( ) organização ( ) inovação ( ) exigência ( ) competência ( ) boa conduta pessoal ( ) bom humor ( ) criatividade 13. Por quanto tempo você ainda planeja continuar na docência universitária? ( ) Enquanto fisicamente eu for capaz. ( ) Até completar o meu tempo para aposentadoria. ( ) Continuarei na docência até que apareça algo melhor. ( ) Certamente deixarei a docência em breve. 14. Exerce outra atividade profissional além da docência?
( ) Sim ( ) Não 15. Em caso afirmativo assinale a opção que melhor reflete a sua realidade: ( ) empresário(a) na mesma área de conhecimento da docência. ( ) empresário(a) de outra área. ( ) profissional liberal na área de conhecimento da docência. ( ) profissional liberal de outra área. ( ) funcionário(a) público na área de conhecimento da docência. ( ) funcionário(a) público de outra área. ( ) funcionário(a) de empresa privada na área de conhecimento da docência. ( ) funcionário(a) de empresa privada de outra área. 16. Exercendo ou não outra atividade profissional além da docência, escolha a alternativa que melhor corresponde a sua percepção sobre o exercício paralelo das duas atividades:
( ) o exercício da docência enriquece o desenvolvimento de outra atividade profissional, no sentido da primeira implicar uma necessidade de atualização constante que beneficia outra atividade profissional.
( ) o exercício de outra atividade profissional enriquece a atividades docente, deixando de ser o ensino apenas a reprodução de conhecimento produzido por outros.
( ) outra atividade profissional desenvolvida em paralelo a atividade docente pode contribuir para a não profissionalização do ensino.
( ) o desenvolvimento paralelo da atividade docente e de outra atividade profissional pode produzir conflitos na identidade docente.
( ) em algumas áreas de conhecimento é essencial o exercício de outra atividade profissional.
( ) o status de ser professor universitário abre portas para o exercício de outra atividade profissional.
17. Se você tivesse que optar entre a carreira docente e outra atividade profissional, qual a alternativa que mais se aproxima da sua realidade:
( ) optaria pela docência como atividade única.
( ) as limitações nas condições de trabalho, o baixo rendimento econômico me levariam a optar
por outra atividade profissional.
( ) optaria pela docência, mas seria necessário oferecer condições, sobretudo econômicas. PARTE III 18. Em relação ao crescimento profissional, através da qualificação e capacitação docente, como avalia o ambiente acadêmico na Universidade? ( ) plenamente satisfatório, há investimento institucional no crescimento profissional
dos docentes, através do fortalecimento e estimulo à capacitação e à qualificação.
( ) satisfatório, com alguma possibilidade de crescimento profissional dos docentes através de incentivos à capacitação e à qualificação.
( ) parcialmente satisfatório, pois o crescimento profissional com a busca de capacitação e qualificação são iniciativas individuais dos docentes.
( ) insatisfatório, pois o baixo incentivo ao crescimento profissional, a capacitação e a qualificação torna o ambiente inóspito a profissão docente. 19. No âmbito do trabalho acadêmico, da atividade complexa e multifacetada que é o exercício profissional da docência na Universidade, avalie seu grau de identificação com a execução das seguintes dimensões:
Alta Identificação
Média Identificação
Baixa Identificação
Nenhuma Identificação
Exercício da Docência na Graduação, envolvendo o planejamento e avaliação de aulas, as orientações e supervisão de estágios.
Exercício da Docência na Pós-Graduação (Lato sensu), envolvendo o planejamento e avaliação de aulas e as orientações de monografias.
Exercício da Docência em Mestrado e Doutorado, envolvendo o planejamento e avaliação de aulas e seminários, as orientações de dissertação e tese.
Desenvolvimento de Programa/Projeto de Extensão (curso de formação ou capacitação, atendimento clínico/serviço à comunidade, empresas, órgãos públicos).
Desenvolvimento de Projeto de Pesquisa (coordenação, busca de financiamento, elaboração e divulgação de relatório, participação em redes cientificas de pesquisa e cooperação nacional e internacionais).
Produção Cientifica (elaboração e divulgação de relatório de pesquisa/extensão, artigos, livros, capítulos de livros em publicações nacionais e internacionais; invenções).
Participação na Administração Acadêmica (direção, coordenação, órgãos colegiados, membro de banca e comissão).
Participação em redes nacionais e internacionais de pesquisa e cooperação cientifica.
Captação de financiamento para pesquisa e extensão, negociação de projetos e convênios com empresas e instituições.
20. Das dimensões do trabalho docente descrita na questão anterior avalie, na sua opinião, o grau de prestígio que conferem ao professor como profissional: Maior Prestígio Menor Prestígio Exercício da Docência na Graduação. Exercício da Docência na Pós-Graduação. Exercício da Docência em Mestrado e Doutorado. Desenvolvimento de Programa/Projeto de Extensão. Desenvolvimento de Projeto de Pesquisa. Publicação de Produção Cientifica. Participação na Administração Acadêmica. Participação em redes nacionais e internacionais. Captação de financiamento para pesquisa e extensão.
21. Em relação trabalho docente na Universidade, indique sua posição quanto às afirmações:
Concordo totalmente
Concordo parcialmente
Discordo Discordo totalmente
A docência me completa como pessoa e profissional, e apesar da falta de algumas condições acadêmicas, sociais e econômicas, o ambiente universitário é propício à criatividade e à inovação. Sinto-me motivado.
Apesar do trabalho docente ser admirável, a inexistência de uma política de valorização e reconhecimento dos docentes são fatores que inibem minha atuação. Sinto-me desmotivado.
Sinto que estou engajado em atividades educativas voltadas para o efetivo desenvolvimento de futuros profissionais.
Estou desmotivado com o ensino, preferiria seguir a carreira profissional de pesquisador.
Sinto falta de preparo específico para o magistério superior, pois não há investimento institucional de aperfeiçoamento para a docência.
Sinto-me sobrecarregado em relação às atividades realizadas e não consigo me posicionar diante das pressões.
Na atual carreira docente universitária inexiste uma especificação clara das principais atribuições acadêmicas dos docentes e essa indefinição trás conseqüências negativas.
Ensinar é uma profissão que exige energia física e emocional. Estou esgotado.
A desvalorização profissional acadêmica passou a fazer parte do meu cotidiano negativamente, ocasionando sentimentos de desânimo, de apatia.
O ambiente acadêmico é muito competitivo e individualista.
22. No interior da universidade que estratégias utiliza para enfrentar os dilemas acadêmicos contemporâneas que podem afetar seu trabalho docente. Assinale a alternativa mais adequada ao seu comportamento. ( ) Concentro-me em minhas atividades e procuro preservar meu espaço não me envolvendo em questões de decisões políticas.
( ) Adoto uma postura de aparente neutralidade, mas internamente procuro não perder o controle diante das pressões.
( ) Busco compartilhar com meus colegas as situações que me incomodam, procurando na coletividade alternativas de superação.
( ) Procuro adaptar-me as exigências, há sempre margem de ação que dão uma relativa autonomia.
23. Em relação ao reconhecimento social da docência, nos aspectos que envolvem o prestígio acadêmico e a remuneração, assinale as alternativas que melhor expressam a situação atual na universidade:
( ) o prestígio acadêmico está longe de ser alcançado pela maioria dos docentes.
( ) a remuneração docente não com condiz com as atuais exigências impostas de eficiência no ensino, de envolvimento na pesquisa e de volume de produção acadêmica.
( ) a produção e divulgação do conhecimento estão intimamente associadas ao prestígio acadêmico docente. Quanto maior o volume de publicações mais elevado é o prestígio acadêmico.
( ) as dificuldades de publicação da produção acadêmica, de participação em eventos são fatores limitantes ao prestígio acadêmico.
( ) a remuneração não é satisfatória, mas muitos professores acabam aproveitando o prestígio acadêmico para incrementar seu orçamento financeiro.
( ) a imagem construída ao longo da carreira acadêmica é que confere o prestígio ao professor.
( ) a falta de formação para a docência compromete o prestígio acadêmico, quer o individual, quer o institucional.
( ) o prestígio acadêmico está também associado às políticas publicas do Ensino Superior, a valorização da profissão, ao reconhecimento dos direitos dos docentes.
24. Em face da realidade atual das políticas públicas, derivadas da reforma do Estado e do subsistema de Educação Superior, têm ocorrido nos últimos 10 anos modificações na carreira e no trabalho cotidiano do professor universitário. Qual a sua posição diante dessa afirmação?
Concordo totalmente
Concordo parcialmente
Discordo Discordo totalmente
É inegável o processo que conduz ao produtivismo acadêmico, à intensificação e precarização do trabalho docente. Estou pessimista quanto ao futuro da docência universitária.
As mudanças no processo acadêmico-científico e na organização da carreira docente são necessárias ao desenvolvimento de uma nova concepção de Universidade, e não implica necessariamente a precarização e intensificação do trabalho docente.
A conjuntura aponta para a gradativa redução salarial, para o aumento na relação professor/aluno e ampliação das exigências de produção no campo da pesquisa e da pós-graduação. Avalio muitas dificuldades, penso que são até insuperáveis em relação à autonomia docente.
Há modificações, mas não alteram de forma substancial a prática cotidiana docente, pois a maioria dos professores continua ministrando aulas na graduação e não se envolvem com pesquisa, pós-graduação e nem com a produção acadêmica.
25. Qual o grau de importância atribuída a cada uma das necessidades da docência universitária: Muita
importância Média
importância Pouca
importância Nenhuma
importância Disposição para aquisição de conhecimentos, competências próprias e formação específica.
Consideração do exercício da docência universitária como profissão.
Compromisso profissional, atitudes e normas de conduta adequadas às ações desenvolvidas.
Postura ética nas relações estabelecidas na academia.
Comprometimento no exercício das funções de planejamento, ensino e avaliação das aprendizagens.
Construção de redes de trabalho coletivas baseadas na partilha e no diálogo profissional.
Participação política e social no espaço público da educação.
Postura aberta para a reflexão e auto-reflexão pessoal e profissional.
Desenvolvimento de saberes relacionados com a prática pedagógica, envolvendo desde o “saber transmitir” até o motivar os alunos e entender como os mesmos aprendem.
Desenvolvimento de pesquisa acadêmica, fomentando a aliança entre educação e avanço do conhecimento.
Participação de órgãos de classe e associações profissionais demonstrando engajamento político profissional.
26. Freqüentemente o trabalho docente e a imagem do professor universitário são retratados pela sociedade, sobretudo através da mídia e da literatura. Muitas representações que circulam pela sociedade descrevem a condição pessoal/profissional do professor. Nas representações a seguir, indique o seu grau de identificação:
ALTA identificação
MÉDIA identificação
BAIXA identificação
NENHUMA identificação
O ensino e a pesquisa são as dimensões centrais do trabalho acadêmico.
A educação oferecida na universidade parece não estar mais dando conta de assegurar a formação necessária de um profissional crítico, atuante e criativo na sociedade.
A carreira profissional docente é afetada pela condição econômica e social dos professores.
Os professores universitários ainda desenvolvem suas práticas educativas baseadas na transmissão de conhecimentos, em um modelo reprodutivista.
Observa-se que a maior parte dos professores que vem atuando nas universidades não possui formação pedagógica para atuar no campo da docência, valendo-se do conhecimento específico como o principal esteio de sua docência.
Nos dias atuais são frágeis as condições de existência social, econômica e intelectual dos docentes universitários.
O professor universitário é mais valorizado quando está ligado à Pós-Graduação, pela atividade de orientação de dissertações e teses que realiza.
A docência universitária é complexa, sendo sua característica marcante a incerteza e a ambigüidade.
A imagem pública do professor universitário pode ser compreendida como a figura do trabalhador assalariado.
Nas universidades há baixa produtividade e seus professores são maus profissionais, comportamento próprio de quem não tem que prestar contas sobre o seu trabalho.
O prestígio do professor universitário alicerça-se, basicamente, nas atividades de pesquisa, incluindo as publicações e participações com trabalho acadêmico em eventos qualificados.
Ter muitos títulos acadêmicos confere ao professor uma boa imagem profissional, mas não dá garantia alguma de boa atuação em sala de aula.
Os professores universitários têm bom nível cultural e estimulam os alunos a apreciarem a literatura clássica, a música erudita e as artes.
As condições de trabalho acadêmico na universidade são inadequadas. Faltam investimentos em laboratórios, bibliotecas, materiais tecnológicos de ponta.
Um das características da profissão docente universitária é a de que os professores têm um nível econômico execrável, motivado pela baixa
remuneração, mas, por outro lado, um nível social elevado ligado ao conhecimento.
Termo de Consentimento livre e Esclarecido
Concordo em participar voluntariamente da pesquisa intitulada “Imagem e Identidade: estudo sobre o Professor Universitário”, como sujeito. Fui devidamente informado e esclarecido sobre a investigação, os procedimentos nela envolvidos, assim como sobre os possíveis riscos e benefícios decorrentes de minha participação. Foi-me garantido que posso retirar meu consentimento a qualquer momento, sem que isso leve a qualquer penalidade. Obrigada pela sua participação!
UNIVERSIDADE DE LISBOA
INSTITUTO DE CIENCIAS DA EDUCAÇÃO
QUESTIONÁRIO PARA OS ALUNOS
Caro Aluno, Convido-o (a) a participar voluntariamente da pesquisa intitulada “Imagem e Identidade: um estudo sobre o Professor Universitário”, que desenvolvo no Doutoramento em Ciências da Educação na Universidade de Lisboa, sob a orientação do Professor Doutor António Nóvoa. O objetivo da investigação é descrever e analisar a configuração identitária profissional do professor universitário e sua imagem socioprofissional no contexto das transformações ocorridas no ensino superior. Esta etapa da pesquisa envolve a aplicação de questionário a uma amostra de professores e alunos da Universidade Federal do Pará (UFPA) e Universidade da Amazônia (UNAMA), proporcional à totalidade de alunos e docentes de cada uma das instituições. As informações concedidas e a identidade dos participantes serão confidenciais e preservadas de identificação. Uma cópia da Tese com os resultados finais do estudo será entregue às instituições.
Agradeço sua colaboração, que deverá ser consentida, no Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, no final do questionário e disponibilizo o e-mail [email protected] e [email protected] para contato.
Atenciosamente,
Profa. Maria do Socorro C. Lima ICED / UFPA
1. Instituto de Vinculação
( ) Instituto de Educação Matemática e Científica - IEMC ( ) Instituto de Ciências da Arte - ICA ( ) Instituto de Ciências Biológicas – ICB ( ) Instituto de Ciências da Educação – ICED ( ) Instituto de Ciências Exatas e Naturais – ICEN ( ) Instituto de Ciências Jurídicas – ICJ ( ) Instituto de Ciências da Saúde - ICS ( ) Instituto de Ciências Sociais Aplicadas – ICSA ( ) Instituto de Filosofia e Ciências Humanas - IFCH ( ) Instituto de Geociências – IG ( ) Instituto de Letras e Comunicação - ILC ( ) Instituto de Tecnologia - ITEC
2. Faixa etária:
( ) entre 17 – 20 anos ( ) entre 21 – 25 anos ( ) entre 26 – 30 anos ( ) acima de 31 anos
3. De modo geral seus professores:
Concordo plenamente
Concordo
Concordo parcialmente
Discordo
estão engajados em atividades educativas voltadas para o efetivo desenvolvimento de futuros profissionais.
influenciam positivamente a vida dos alunos através do trabalho acadêmico que desenvolvem.
participam de redes cientificas de pesquisa e cooperação nacionais e internacionais.
têm domínio do conteúdo em suas áreas de especialidade e estão atualizados.
São comprometidos no exercício das funções de planejamento, ensino e avaliação das aprendizagens.
são bons orientadores, pois indicam bibliografias atualizadas e corrigem de forma critica a produção acadêmica dos alunos.
estabelecem em sala de aula um ambiente acadêmico propício à criatividade e à inovação.
criam e participam de fórum on line de discussão com os alunos.
desenvolvem projetos de pesquisa e estimulam a participação dos alunos à iniciação cientifica.
são abertos ao diálogo com os alunos e atenciosos as sua necessidade.
têm prestígio acadêmico, desenvolvem atividades de pesquisa, incluindo as publicações e participações com trabalho acadêmico em eventos.
têm bom nível cultural e estimulam os alunos a apreciarem a literatura clássica, a música erudita e as artes.
apresentam uma postura aberta para a reflexão e auto-reflexão pessoal e profissional.
participam de órgãos de classe e associações profissionais demonstrando engajamento político profissional.
4 – De modo geral você:
Concordo plenamente
Concordo
Concordo parcialmente
Discordo
acredita que o exercício da docência no Ensino Superior é uma profissão de prestígio social.
observa que a maior parte dos professores universitários possui formação pedagógica para atuar no campo da docência.
julga que o comportamento profissional do professor universitário pode influenciar a valorização da profissão acadêmica.
avalia que ter muitos títulos acadêmicos conferem ao professor uma boa imagem profissional, mas não dão garantia alguma de boa atuação em sala de aula.
considera que as condições do trabalho acadêmico na universidade são adequadas ao bom exercício da docência.
observa que a administração universitária investe em laboratórios, bibliotecas, materiais didáticos e tecnológicos de ponta, e que esse investimento colabora no processo de ensino e de aprendizagem.
avalia que alguns professores universitários ainda desenvolvem suas práticas educativas baseadas na transmissão de conhecimento.
observa que a imagem pública do professor universitário pode ser compreendida como a figura do trabalhador assalariado.
observa que os professores valem-se do conhecimento específico como o principal esteio de sua docência.
considera a remuneração do professor universitário como satisfatória e adequada ao nível acadêmico docente.
Termo de Consentimento livre e Esclarecido
Concordo em participar voluntariamente da pesquisa intitulada “Imagem e Identidade: um estudo sobre o Professor Universitário”, como sujeito. Fui devidamente informado e esclarecido sobre a investigação, os procedimentos nela envolvidos, assim como sobre os possíveis riscos e benefícios decorrentes de minha participação. Foi-me garantido que posso retirar meu consentimento a qualquer momento, sem que isso leve a qualquer penalidade. Obrigada pela sua participação!
UNIVERSIDADE DE LISBOA
INSTITUTO DE EDUCAÇÃO
Doutoramento em Educação
Especialidade em Administração e Política Educacional
IMAGEM E IDENTIDADE:
Estudo sobre o professor universitário
ANEXO 2
Instrumentos de validação de conteúdo por especialistas
1. Instrumento de validação do questionário para os professores
2. Instrumento de validação do questionário para os alunos
UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE CIENCIAS DA EDUCAÇÃO
INSTRUMENTO DE VALIDAÇÃO POR ESPECIALISTAS
(instrumento elaborado pela autora) Titulo da Tese: Imagem e Identidade: Estudo sobre o Professor Universitário Objetivo do instrumento: Identificar que sistemas de representação (imagens) sustentam a identidade de ser professor universitário, analisando em que medida e como as imagens (representações) sociais estão sendo incorporadas na configuração dessa identidade. Formato do instrumento: O questionário será eletrônico enviado por e-mail aos docentes 01. VALIDAÇÃO POR ITENS DO QUESTIONÁRIO – PROFESSORES
QUESTÕES ITENS MUITO ADEQUADO
ADEQUADO POUCO ADEQUADO
INADEQUADO
Questões1 a 9 não serão validadas por ser tratar de dados de identificação 1 2 3 4
Questão nº10
5 1 2 3 4 5
Questão nº11
6 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Questão nº12
11
1
2
3 Questão nº13
4
QUESTÕES ITENS MUITO
ADEQUADO ADEQUADO POUCO
ADEQUADO INADEQUADO
Questão nº14 Dicotômica (sim-não), condicionadora da questão 13 1 2 3 4 5 6 7
Questão nº15
8 1 2 3 4 5
Questão nº16
6
1 2
Questão nº17
3
1 2 3
Questão nº18
4
1
2
3
4
5
6
7
8
Questão nº19
9
1 2 3 4 5 6 7 8
Questão nº20
9 1 2 3 4 5 6
Questão nº21
7
8 9 10
1 2 3
Questão nº22
4
1 2 3 4 5 6 7
Questão nº23
8 1 2 3
Questão nº24
4 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Questão nº25
11 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
Questão nº26
15
02. VALIDAÇÃO GERAL DO QUESTIONÁRIO - PROFESSORES
MUITO ADEQUADO
ADEQUADO POUCO ADEQUADO
INADEQUADO
03. SUGESTÕES PARA INCLUSÃO OU SUBSTITUIÇÃO
a) O senhor(a) tem alguma sugestão se aspectos que devam ser modificados ou incluído?
Sim ( ) Não ( ) b) Em caso de resposta afirmativa quais as sugestões? ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ c) Recomendaria a exclusão de alguma questão? Sim ( ) Não ( ) Qual(is) : ____________________________ d) Considera adequado o formato das questões? Sim ( ) Não ( )
e) Se a resposta for negativa quais sugestões? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
UNIVERSIDADE DE LISBOA
INSTITUTO DE CIENCIAS DA EDUCAÇÃO
INSTRUMENTO DE VALIDAÇÃO POR ESPECIALISTAS ( instrumento elaborado pela autora)
Titulo da Tese (provisório): Imagem e Identidade: Estudo sobre o Professor Universitário
Objetivos do instrumento: Evidenciar as concepções de sobre a docência universitária; Identificar as representações sobre o professor universitário Formato do instrumento: O questionário será eletrônico enviado por e-mail aos alunos 01.VALIDAÇÃO POR ITENS DO QUESTIONÁRIO – ALUNOS
QUESTÕES ITENS MUITO
ADEQUADO ADEQUADO POUCO
ADEQUADO INADEQUADO
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
3ª queestão
14 1 2 3 4 5 6 7 8 9
4ª questão
10 *As questões 1 e 2 são serão objeto de validação por se tratar de dados de identificação
02. VALIDAÇÃO GERAL DO QUESTIONÁRIO - ALUNOS
MUITO ADEQUADO
ADEQUADO POUCO ADEQUADO
INADEQUADO
03. SUGESTÕES PARA INCLUSÃO OU SUBSTITUIÇÃO
f) O senhor(a) tem alguma sugestão se aspectos que devam ser modificados ou incluído?
Sim ( ) Não ( ) g) Em caso de resposta afirmativa quais as sugestões? ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ h) Recomendaria a exclusão de alguma questão ( item)? Sim ( ) Não ( ) Qual(is) : ____________________________ i) Considera adequado o formato das questões? Sim ( ) Não ( )
j) Se a resposta for negativa quais sugestões? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Muito Obrigada!
UNIVERSIDADE DE LISBOA
INSTITUTO DE EDUCAÇÃO
Doutoramento em Educação
Especialidade em Administração e Política Educacional
IMAGEM E IDENTIDADE:
Estudo sobre o professor universitário
ANEXO 3
Guião de Entrevista
UNIVERSIDADE DE LISBOA
INSTITUTO DE CIENCIAS DA EDUCAÇÃO
Guião de entrevista com professores
I. Dados de identificação do(a) professor(a)
1. Entrevistado:
2. Idade:
3. Curso:
4. Formação:
5. Anos de docência no ensino superior:
6. Situação Funcional:
II. Concepção da Docência Universitária
Caracterização da docência universitária
Dilemas da docência universitária no cenário atual
Possibilidade da docência universitária
Orientação sobre a docência universitária
III. Transcurso profissional à docência universitária
Exercício de outra profissão
Exercício profissional concomitante ou anterior a docência universitária
Trajetória percorrida para a docência universitária
Preparação para a docência universitária
IV. Imagens da Docência Universitária
1. Imagem de si Percepção de si enquanto docente
2. Imagem do outro
Percepção da docência universitária na sociedade.
Percepção da docência pelos alunos
- Apresentação das perguntas
De que modo o senhor caracterizaria a docência universitária?
Fale-me sobre como se sente enquanto professor no cenário atual das
universidades? Enfrenta algum dilema?
Que possibilidades vislumbra na docência universitária?
Qual a sua opinião sobre exercer outra atividade profissional concomitante ou
anterior a docência universitária?
Qual a trajetória percorrida pelo senhor para se tornar professor na universidade?
E de que maneira se preparou para a docência? Como aprendeu a ser professor?
Orientaria alguns de seus alunos a seguir a carreira do magistério no ensino
superior? Que recomendações dar acerca da profissão?
Como o senhor se vê enquanto professor universitário?
Na sua percepção, qual a imagem que a sociedade tem da docência universitária?
E os alunos? Que imagens têm dos professores universitários?
UNIVERSIDADE DE LISBOA
INSTITUTO DE EDUCAÇÃO
Doutoramento em Educação
Especialidade em Administração e Política Educacional
IMAGEM E IDENTIDADE:
Estudo sobre o professor universitário
ANEXO 4
Protocolo de validação das Entrevistas
UNIVERSIDADE DE LISBOA
INSTITUTO DE CIENCIAS DA EDUCAÇÃO
Protocolo de Validação de Entrevista
Declaro para fins de validação do conteúdo da entrevista que, de acordo com o conteúdo transcrito e apresentado :
( )concordo com o uso dos depoimentos, garantido o anonimato, tanto para a Tese, como para os desdobramentos de sua publicação.
( )concordo com o uso dos depoimentos, garantido o anonimato, tanto para a Tese como para os desdobramentos de sua publicação, com as correções e ajustes que encaminho no documento – anexo 2.
( )não concordo com o uso dos depoimentos .
Nome:
Documento de Identidade (RG):
Email:
Telefone:
Assinatura:___________________________________________________________
UNIVERSIDADE DE LISBOA
INSTITUTO DE EDUCAÇÃO
Doutoramento em Educação
Especialidade em Administração e Política Educacional
IMAGEM E IDENTIDADE:
Estudo sobre o professor universitário
ANEXO 5
Termo de Cessão de Direitos sobre Depoimento Oral e Escrito
UNIVERSIDADE DE LISBOA
INSTITUTO DE CIENCIAS DA EDUCAÇÃO
TERMO DE CESSÃO DE DIREITOS SOBRE DEPOIMENTO ORAL E ESCRITO
Pelo presente documento declaro, como depoente, que cedo e transfiro, neste
ato, gratuitamente, em caráter universal e definitivo, a totalidade dos direitos de autor(a)
sobre minha participação oral e escrita prestada perante a pesquisadora Maria do
Socorro Carneiro de Lima, no período de outubro a dezembro de 2010.
Este documento de cunho declaratório dar-se-á com referência à tese de
doutorado intitulada “Imagem e Identidade: um estudo sobre o Professor
Universitário”, de autoria da pesquisadora citada, da qual participo voluntariamente, no
processo de pesquisa desenvolvido pela autora.
Belém, ___________ de ______________ de 2010
______________________________________________ Nome do depoente
UNIVERSIDADE DE LISBOA
INSTITUTO DE EDUCAÇÃO
Doutoramento em Educação
Especialidade em Administração e Política Educacional
IMAGEM E IDENTIDADE:
Estudo sobre o professor universitário
ANEXO 06
Termo de Consentimento livre e Esclarecido
UNIVERSIDADE DE LISBOA
INSTITUTO DE CIENCIAS DA EDUCAÇÃO
Termo de Consentimento livre e Esclarecido
“Imagem e Identidade: estudo sobre o Professor Universitário”
Você está sendo convidado (a) a participar do projeto de pesquisa “Imagem e Identidade:
estudo sobre o Professor Universitário”, que desenvolvo no Doutoramento em Ciências da
Educação na Universidade de Lisboa, sob a orientação do Professor Doutor António Nóvoa. O
documento abaixo contém todas as informações necessárias sobre a pesquisa que estou
realizando. Sua colaboração neste estudo será de muita importância, mas se desistir a qualquer
momento, isso não causará nenhum prejuízo a você.
Eu, ___________________________, residente e domiciliado na ______________________,
portador da Cédula de identidade, RG ____________ , e inscrito no CPF_________________
nascido (a) em _____ / _____ /_______ , abaixo assinado (a), concordo de livre e espontânea
vontade em participar como voluntário (a) do estudo “Imagem e Identidade: estudo sobre o
Professor Universitário”
O participante da pesquisa fica ciente:
I) O objetivo da investigação é identificar as representações do professor universitário,
analisando imagens sociais da docência incorporadas na sua configuração identitária.
II) Os dados serão coletados junto a uma amostra de professores e alunos da Universidade
Federal do Pará (UFPA) e Universidade da Amazônia (UNAMA), através da aplicação de um
questionários.
III) Os participantes da pesquisa são voluntários, não sendo obrigatório à participação.
IV) A participação na pesquisa, como respondente do questionário não tem outro objetivo senão
o da coleta de informação sobre o tema em estudo, bem como não causará a você nenhum gasto
com relação ao estudo.
V) O participante da pesquisa tem a liberdade de desistir ou de interromper a colaboração neste
estudo no momento em que desejar, sem necessidade de qualquer explicação.
VI) A desistência não causará nenhum prejuízo ao participante.
VII) O presente estudo sobre o Professor Universitário tem a finalidade estritamente acadêmica,
esperando contribuir para um maior conhecimento da temática estudada.
VIII) Os participantes da pesquisa deverão assinar o formulário de consentimento livre e
esclarecido, que consiste em instrumento para obtenção da anuência à participação, esse
instrumento tem como objetivo principal à proteção destes participantes.
IX) Um protocolo de identificação e intenção fará parte dos instrumentos de coletas, para
esclarecer ainda mais o participante sobre os objetivos do estudo, a sua importância.
X)Como se trata uma pesquisa destinada à elaboração da tese de doutoramento, ela visa
beneficiar a comunidade acadêmica e, no sentido mais amplo, a sociedade com os resultados
alcançados, quais quer que sejam.
XI) O participante da pesquisa não receberá remuneração e nenhum tipo de recompensa nesta
pesquisa, sendo sua participação voluntária;
XII) Todo o material coletado, assim como os nomes dos participantes, serão resguardados pelo
sigilo;
XIII) O participante da pesquisa concorda que os resultados sejam divulgados em publicações
científicas, desde que seus dados pessoais não sejam mencionados;
XIV) A apresentação e defesa serão públicas e poderá também ser objeto de participação em
eventos nacionais e internacionais.
XV) Caso o participante da pesquisa desejar poderá pessoalmente, ou por meio de telefone
entrar em contato com o Pesquisador responsável para tomar conhecimento dos resultados
finais desta pesquisa.
( ) Desejo conhecer os resultados desta pesquisa. ( ) Não desejo conhecer os resultados desta pesquisa.
Belém, de de 2010 Declaro que obtive todas as informações necessárias, bem como todos os eventuais esclarecimentos quanto às dúvidas por mim apresentadas. Desta forma, aceito participar da referida pesquisa. Assinatura do Participante da Pesquisa: ___________________________________________ Responsável pelo Projeto: ______________________________ Profa. Maria do Socorro Lima Pesquisador Responsável Contato do Pesquisador: (91) 4009 3165 – [email protected] e [email protected]
UNIVERSIDADE DE LISBOA
INSTITUTO DE EDUCAÇÃO
Doutoramento em Educação
Especialidade em Administração e Política Educacional
IMAGEM E IDENTIDADE:
Estudo sobre o professor universitário
ANEXO 07
Protocolo de aprovação do projeto de pesquisa no Comitê de Ética
UNIVERSIDADE DE LISBOA
INSTITUTO DE EDUCAÇÃO
Doutoramento em Educação
Especialidade em Administração e Política Educacional
IMAGEM E IDENTIDADE:
Estudo sobre o professor universitário
ANEXO 08
Certificado do protocolo da pesquisa junto ao Comitê de Ética
UNIVERSIDADE DE LISBOA
INSTITUTO DE EDUCAÇÃO
Doutoramento em Educação
Especialidade em Administração e Política Educacional
IMAGEM E IDENTIDADE:
Estudo sobre o professor universitário
ANEXO 09
Grelha Categorial de Análise das Entrevistas
GRELHAS CATEGORIAIS
CATEGORIA I – Concepção da Docência
Caracterização da docência universitária
Dilemas da docência universitária no cenário
atual
Possibilidade da docência universitária
Orientação sobre a docência
PEDRO
A docência existe para desenvolver os seres humanos, a comunidade, atuar dentro desta comunidade, fazer esta comunidade crescer seja com projetos, extensão, pesquisa.
...por essa politicagem toda que ocorre nos ministérios, essa aceitação das políticas dos organismos internacionais. Essas interferências sem medidas que exige de nós um desdobramento para atender a política da produtividade. Este é nosso maior dilema.
Nós, professores estamos muito na sala de aula. Acho que o desafio da docência na universidade é discutir e encontrar soluções ou formas de minimizar os problemas que a gente vive, nas mais diferentes áreas.
Demonstro-lhes que os docentes têm que ter uma interação com os seus alunos. Têm que ser ousado e propor coisas novas, ser uma pessoa que propõe possibilidades, além de um indivíduo extremamente criativo, com elevado conhecimento cientifico e cultural.
ANTONIO Distinguir-se pela forte necessidade de constante atualização e qualificação docente. Entretanto, envolve aspectos pedagógicos, de qualificação e de infra-estrutura.
Sinto-me por vezes incomodado com as mudanças constantes que afetam as minhas atividades. Incomoda-me a crescente massificação do ensino superior e os dilemas, em decorrência disso, se apresentam cotidianamente. A própria consideração da docência como profissão ainda não é totalmente aceita, por vezes, sinto-me mais profissional quando estou a
Apesar da crescente desvalorização dos professores, vislumbro perspectivas boas, com a possibilidade de crescimento pessoal e profissional, com a melhoria e investimento institucional e a consagração da autonomia universitária
Entendo que para seu um bom docente, principalmente em uma área técnica como o marketing, é preciso primeiramente seu um profissional qualificado e com experiência e infelizmente a academia não proporciona a experiência necessária. É preciso atuar diretamente com o mercado. O Marketing é uma ciência
realizar algum trabalho extra, de consultoria
que não tem como objetivo a exatidão, mas para chegar ao sucesso não basta apenas conhecer a ciência, deve-se usar com sabedoria tudo o que está disponível no mercado, copiar é muito fácil, roubar idéias dos outros é simples, mas ser um profissional de Marketing legítimo é duro e trabalhoso, faz com que os estudos sejam constantes, a busca por informações é parte do que mais agrada ao trabalhar com o Marketing, pois não existe sorte sem trabalho, e em 95% dos casos o Marketing funciona perfeitamente pelos estudos, conhecimentos, dedicação e sabedoria aplicadas em cada dado coletado. Por isso, antes de indicar a docência como caminho profissional, digo aos alunos que primeiro devem ter muita experiência profissional.
THIAGO Penso que a docência também está relacionada com a forma como tu te
A crise da universidade me atinge e houve um momento que eu não estava mais
Parece que eu estou vislumbrando uma certa renovação.(...) Essas
O que eu digo sempre para os alunos em sala de aula e que eles tem que se torna
relacionas com a instituição onde tu estás. Isso influencia a tua atuação docente, a tua inserção na instituição, a forma como a instituição se relaciona contigo, a concepção que a instituição tem em relação a ensino, o lugar do ensino nessa instituição.
fazendo o que tinha que fazer que era dar aula direitinho, cumprir toda burocracia e aquilo começou a me deixar muito mal porque não tem a ver comigo, mas começou a acontecer, não tinha vontade, diminuía as aulas, terminava antes, não conseguia. Mas isto não sou eu.(...) Acho que nós estamos vivendo um momento muito específico, que atinge e compromete a prática docente.
mudanças que a gente está tendo em termos de concepções, com os novos direcionamentos, essa coisa de conseguir me relacionar mais, sair da disciplina, me inter relacionar com outras áreas do conhecimento e questionar mais isso.(...) Às vezes eu acho os professores na universidade, têm uma teorização que não condiz com a realidade, com as necessidades sociais, com o conhecimento produtivo.
um profissional, mesmo que ele seja autônomo, seja empregado, e que devem responder às demandas sociais e aí eu não sei até que ponto isso está na cabeça deles. Se entrarem para a docência é conseqüência.
RUTH A docência deve ser caracterizada pela dedicação, compromisso e empenho com a realização do trabalho que realizam nas universidades. Deve também manter uma postura crítica e desafiadora frentes os recentes contornos políticos que as instituições vem adotando em face das políticas. intervencionistas e manipuladora do Estado.
Muitos são os dilemas. Entre eles destaco a intensificação do trabalho docente a exemplo o aumento da carga horária de trabalho com planejamento, correções, estudos, reuniões, exigências burocráticas para além, muitas vezes, do suportável; a crescente desvalorização que envolve desde uma formação continuada inadequada, pois na maioria das vezes não atende às suas necessidades, interesses até a falta ou precariedade de recursos materiais, bibliográficos,
Entre as possibilidades para a docência universitária destaco trabalhar com a perspectiva de coletividade junto ao conjunto dos professores dos cursos na reconfiguração de um currículo que efetivamente inspire ações interdisciplinares que exigem diálogo e parceria.
não orientaria para diretamente ingressarem na docência do ensino superior, pois apesar de atuar em um curso de formação de professores, a grande maioria dos alunos nele inseridos não têm qualquer experiência com a docência. Eu diária até que quase nenhuma intenção em atuar como professores. Para alguns foi a maneira de entrarem no ensino superior e darem uma satisfação imediata em casa, mas pretendem
tecnológicos que enriquecem e complementam seu trabalho, passando pelo número de alunos em sala de aula, assessoramento pedagógico, salário; a falta de incentivo e investimento na pesquisa, ou quando estes existem é para as áreas “prioritárias”, as que tem maiores repercussão e podem gerar mais investimento para a instituição, o que provoca a desmotivação, o desestímulo do professor para tal; o despreparo dos alunos para o enfrentamento com o ensino superior,
buscar outra formação profissional. Então, não vejo sentido nessa abordagem.
ANA a docência deve envolver todas aquelas competências, habilidades para a formação do aluno, visando sua atuação futura. Penso que o docente universitário deva priorizar que o aluno tenha uma visão crítica do mundo, assim como uma leitura crítica dos fatos, mas que isto não seja sua maior preocupação.
eu diria que são situações conflitantes e que cabe a nós entender os prós e os contras. Existe com certeza a questão da competição e da falta de cooperação. Essa seria uma delas. Há também discussões sobre o numero efetivos de horas-aula que o professor tem que cumprir; o caráter não explicitado de todo o restante de atividade que tem que cumprir. Há sem dúvida um acréscimo, uma intensificação do trabalho
Tenho esperança que sim. Como eu trabalho em curso de formação técnica eu tenho priorizado que os alunos estejam preparados instrumentalmente para ser um excelente profissional. Eu tenho me atualizado regularmente, principalmente na área pedagógica e acredito que estou hoje em dia num caminho bem melhor no sentido de avaliar. Esse caminho melhora a minha
Tenho como foco a formação do profissional de fisioterapia, de um sujeito com competência e responsabilidade social. Então, penso que as duas formações não são excludentes. Entretanto, creio que nem todos estão para a docência, assim como para qualquer profissão. Tem que haver aquela inclinação, pois nem todo bom profissional será um bom professor.
docente que assombra as atividades cotidianas.
docência e de modo geral a universitária em si. Há de haver também melhor investimento institucional na nossa formação pedagógica, investimento e melhoria na carreira docente.
Entendo que aos professores, na universidade, cabe conduzir a formação do profissional, mas no sentido de que eles mesmos, tendo como base essa formação, possam fazer as suas próprias opções de carreira.
MARIA Caracterizo como qualquer outro profissional, que deve ter comprometimento e dedicação no seu fazer. Como formador de profissionais, o docente universitário precisa estar constantemente revendo suas práticas pedagógicas, e neste ir e vir é que está à possibilidade de reconstruir sua atitude docente, como também, o contexto em que atua, principalmente quando tem a possibilidade de estar trocando, conversando, com os demais professores e alunos, ou seja, na especificidade das situações vividas na prática pedagógica, os professores devem estabelecer relações
O ambiente na universidade já não é mais o mesmo de quando entrei, e isso não saudosismo, pois acredito na evolução, o que quero dizer e que já esta um pouco demais tanta pressão. É publicação, produtividade, pesquisa, atividades representativas, colegiadas, funções administrativas, entre tantas outras que é difícil enumerá-las aqui.
Vislumbro crescimento e valorização na carreira. Entendo que o quadro atual é passageiro e que tomaremos rumos melhores. Percebo que os professores buscam cada vez mais se aperfeiçoar. Sinto que há uma preocupação maior com a forma de ensinar, com as pedagogias ou com o que podemos chamar de uma pedagogia universitária. Hoje conversamos mais entre nós, trocamos mais idéias e informação, ou seja, há uma relação de partilha, principalmente no campo da pesquisa.
Além de conhecimento e domínio de conteúdo, é responsabilidades do professor ser exemplo para os alunos não só nas questões éticas, mas também profissionais. O professor tem obrigação de ser um profissional de mercado muito capaz em sua área, para que os alunos também assim o queiram ser.
pessoais, interpessoais e sociais, com a intencionalidade pedagógica e educativa.
JOÃO A docência universitária tem que passar pelo domínio do conhecimento do assunto que vai ser ministrado. No meu entendimento, isso vem antes, inclusive, de aspectos didáticos. Creio na docência como uma alternativa ao conhecimento produzido pela televisão e principalmente pela Internet. É tarefa árdua transformar as informações trazidas pelos alunos em conhecimento. Desenvolver pontos de vista é a razão de ser da sala de aula universitária. Discutir temas não é uma questão meramente pessoal, é antes defender razões e crenças. A docência se caracteriza pelo compromisso com o conhecimento. Se a docência universitária não trabalhar nesta perspectiva muito pouco tem a
Acho que um dos dilemas que enfrento é ser menos professor e mais administrador. E o cenário da universidade é esse. A docência em si fica de lado. Tudo é política, ajustamento às políticas e envolvimento político partidário. Passamos a maior parte do tempo lutando com a burocracia interna e ainda se tem que ir atrás de financiamento para pesquisa, percorrer os editais das agências e produzir para poder dar aulas na pós-graduação. Sinto que minha participação poderia ser mais efetiva, mas não ambiente comunitário para que isso ocorre.
Nós professores temos que ter melhores condições de trabalho. E isso vai desde a remuneração à carga de hora aula, a possibilidade da pesquisa e da extensão. Há tanto que fazer....
Dificilmente conheço bem os alunos. Não é um assunto tratado em sala. Percebo que uma grande parcela dos alunos não vai para uma carreira acadêmica e, quase com certeza, não vão para um mestrado ou doutorado. Então temos em sala de aula um aluno que provavelmente esteja estudando formalmente pela última vez.
assegurar aos alunos. SARA Para mim, docência
universitária é a atuação institucionalizada de um professor, capacitado para tal, de modo a apresentar o conhecimento já consagrado em uma comunidade e envidar esforços, junto com seus alunos, na busca de novos conhecimentos e alternativas de solução para os problemas que o mundo enfrenta hoje. Caracterizo a docência universitária como uma atividade responsável, atualizada e provocadora de idéias, alternativas, postura diante do conhecimento e crítica consciente.
O Cenário no ensino superior padece com o enriquecimento das universidades particulares em oposição ao baixo poder aquisitivo da grande maioria de seus alunos; com o retórico acesso ao ensino superior público por alunos advindos das classes mais privilegiadas; pela tecnologização de alguns cursos e as dificuldades de toda a espécie que as licenciaturas enfrentam; pelo descompasso entre os cursos oferecidos pela universidade e o mercado de trabalho necessário para o real crescimento de uma comunidade; pelo evidente e crescente aumento da carga de trabalho dos docentes.
Sim. A docência universitária apesar da crescente dificuldade que atravessa, pelos dilemas que expus e outros, continuará, pois tem um compromisso ético com a sociedade, afinal ela existe em função de uma sociedade, sendo ela que organiza o conhecimento cientifico, que disponibiliza de certa forma esse conhecimento para a comunidade. Essa é a minha esperança.
Considero relevante na atuação acadêmica à coerência entre o discurso e a ação. Por isso orientaria-os a priorizar, em sala de aula, o desenvolvimento da criticidade, tendo em vista situações reais de nosso cotidiano.
PAULO Caracterizo a docência universitária como um grande desafio. Os alunos chegam à universidade sem saber coisa alguma, parece que não passaram pela educação básica. Não têm noções básicas. Isso é muito mau para o professor. Daí o desafio de
Eu acho que a docência universitária meio que se perdeu, de como ela era vista e de como ela está hoje, descaracterizada e invertida. Às vezes desvirtuou o sentido da universidade. O nome diz por si – Ensino Superior – mas o que fazemos de realmente de superior nesse
Eu acredito que nós teríamos muito mais possibilidades, se fosse resgatado o sentido da universidade e conseqüentemente da docência. Que realmente a universidade fosse vista como um meio de se chegar a um fim, que fosse
Falo sempre a eles da importância de atuar em todos os níveis de ensino e da importância do docente de matemática ser qualificado e competente. Sempre os estimulo a prosseguir nos estudos e ir a busca de titulação e
tentar fazer com que eles cheguem ao nível esperado no ensino superior.
processo se temos que lidar com alunos com grandes deficiências.
uma instituição que realmente estivesse a serviço da comunidade e não ficasse só neste mundinho restrito, reduzida a pesquisa muita vezes sem essência nenhuma.
qualificação.
MATEUS hoje nós temos os professores das diferentes áreas da saúde com uma inserção muito importante na área pedagógica e isto tem feito sem dúvida diferença na formação do nosso egresso. Os docentes passaram a ter uma visão muito maior em termos pedagógico, especialmente no momento em que passa da questão somente ensinar uma prática para um processo de aprender a aprender. Eu acho que isto é um grande ganho, as Diretrizes Curriculares Nacionais que foram avanços sem dúvida nenhuma para a docência universitária. É nessa perspectiva que caracterizo a docência, com o compromisso.
Então a transformação da universidade, da prática docente, é uma necessidade imperiosa. Na área da saúde e na Odontologia, o grande dilema que nós vivemos é de tu fazer com que o aluno compreenda que a formação dele é maior do que boca e dentes.
Eu acho que a gente tem hoje um grupo de professores que estão mais bem qualificados, que fazem pesquisa e que a produção científica tem ampliado. Eu acho que a docência na área da saúde começa a ter a compreensão de que seu papel é muito maior que formar um técnico. Tornam-se docente 40horas, fazendo pesquisa, a profissão dele é docente universitário. Mesmo que isso implique abdicar de algumas coisas, pois a docência não nos dá suficientemente recursos financeiro, comparando com outras áreas profissionais, mas eu vejo que pelo nos últimos dez anos houve um crescimento nesse sentido.
Dentre os elementos que envolvem a docência um deles é a compreensão por parte do docente das suas limitações em termos de conhecimento, forçando que ele sempre busque se reciclar, se aprofundar no conhecimento. Diria isso a meus alunos, mas não percebo neles a inclinação para esse caminho profissional.
CATEGORIA II – Trajetória da Docência
Sub-categoria 2.1 – A inserção na docência
Exercício de outra profissão Exercício profissional concomitante ou anterior a docência universitária
Trajetória percorrida para a docência universitária
PEDRO Não, sou professor em tempo integral.
Entendo que o mais relevante é o compromisso que devemos ter com o aprendizado do aluno
Em primeira foi o envolvimento com a pesquisa, que na área que atuo é essencial. Sem a pesquisa não há o que ensinar aos alunos. Entrei na universidade como docentes, logo após a conclusão no meu curso de pós-graduação. Depois a busca de qualificação, através do mestrado, do doutoramento, pude ascender na carreira docente. Também busco atualizar-me constantemente, participar de eventos e com publicações. Entendo que o profissional tem que estar preparado. Infelizmente, pelos inúmeros afazeres por vezes dificulta desenvolver esse aspecto da docência.
ANTONIO Infelizmente não, pois tenho um contrato de trabalho que não me permite ter outro vinculo empregatício, mas faço alguns trabalhos de consultoria, o que é muito gratificante
não há duvidas de que foi muito importante ter tido esta experiência anterior para o desempenho da minha atividade docente
Iniciei minha atividade como profissional de marketing. O marketing é feito de inovações e, portanto, de riscos. Nele devemos recusar duas posições extremas. Uma é não estudar o mercado e confiar apenas na nossa intuição ou experiência e a outra é explorar indefinidamente os estudos e praticar um marketing de gabinete. Essa posição me fez buscar um curso de mestrado. Após o mestrado, na verdade
durante o curso, achei que a docência poderia ser uma alternativa para continuar aliando essa posição. Assim inscrevi-me no concurso e aqui estou a mais de quinze anos.
THIAGO Sou terapeuta, tenho um consultório Isso é extremamente necessário na psicologia. Sim, também é relevante em todas as áreas.
Era um desejo antigo que guardo desde a minha infância, mas a oportunidade de mais uma profissão influenciou meu ingresso na docência, aí quando decidi que era a hora fui atrás de cursos de pós-graduação e com o mestrado consegui ingresso na docência. A docência me auxilia muito na carreira profissional, a questionar aquilo que eu sei, a me perguntar outras coisas, até querer buscar outras coisas.
RUTH Sim, fui professora no ensino fundamental, diretora de escola e assumi atividades de supervisão escolar.
Em algumas áreas acho que deveria ser condição para o exercício da docência universitária, para outras acho que é dispensável, mas, todavia do ponto de vista da relação teoria-prática acho relevante ter experiência profissional, pois hoje, mais do que nunca, é preciso recuperar o sentido de unidade, de totalidade, uma vez que nenhuma forma de conhecimento se dá de modo aleatório, sem integrações, interações, vinculação com outras formas de conhecimento. Entendo que a docência deve ter prioridade como atividade profissional para que ela possa ser desenvolvida com seriedade e
O percurso percorrido por mim foi trilhado por minha consciência de ser um profissional de educação e nunca ter me desviado da prática pedagógica, ao contrário, exigiu que eu assumisse cada vez mais um compromisso social. Assim, entendo que o ingresso na universidade foi conseqüência desse compromisso que me fez sempre ir a busca de qualificação e melhoria da minha prática. Ingressei por concurso público.
competência. ANA sim, no inicio da minha careira
profissional trabalhei como fisioterapeuta em um hospital e também em uma clinica.
Acho que o professor deve ter dedicação integral à docência, porém entendo que a minha experiência foi também muito importante. A vivência nos dá confiança, a mim foi importante.
Na época que fazia o curso de mestrado, fui incentivada por um professor que achava que eu tinha jeito para ministrar aulas. Também fui monitora na época da graduação e gostei muito da experiência.
MARIA Trabalhei na Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia como técnico na área de formulação de planos e diretrizes para o desenvolvimento regional.
A experiência profissional, no meu caso, possibilitou ter um conhecimento prático do conteúdo que ministro em sala de aula, com capacidade de através das associações mostrar a importância do conteúdo da minha disciplina para o profissional que está se formando. Toda a teoria da sala de aula se transforma em prática com os exemplos que posso dar com base na minha experiência prática.
Iniciei a carreira docente num período de substituição de um professor na universidade, que coincidiu justamente com a conclusão da minha especialização. Na ocasião já tencionava dar continuidade na minha qualificação, com o mestrado. No período como professora substituta, dois anos, fiz a seleção para o mestrado e logo após o concurso para professor auxiliar.
JOÃO Sou sócio em um escritório de advocacia.
Não, o escritório foi posterior, já estava há uns anos aqui, mas antes também já havia trabalhado como funcionário do governo do Estado, na Secretaria do Trabalho.
Acho importante. É uma troca, a docência não traz clientes para o escritório, mas como necessariamente tenho que estar atualizado acaba por beneficiar e as causas que são tratadas nele também acabam por ser debatida em sala.
Entrar para a universidade era um desejo latente. Meu pai foi professor dessa universidade. Quando trabalhava na Secretaria tinha um colega que era professor e me falou da abertura de um concurso. Daí para diante foi percorrer o caminho que todos fazem. Na época, não era exigida titulação o que tornou a seleção de certa maneira mais voltada para a docência propriamente dita. Já dentro da academia fui, oportunamente, fazendo os cursos de pós-graduação. A academia de certa maneira te cobra isso. Enfim tornei-me professor sendo
professor. SARA sim, fui professora da educação
básica por 10 anos, tanto em escolas publicas como em privadas.
Na especificidade da disciplina que ministro, na minha área de pesquisa, não faz diferença ter ou não experiência. Não trabalho com as metodologias, mas acho que em algumas disciplinas ter experiência profissional auxilia na condução da docência.
Não muito diferente de outros, entrei na universidade através do concurso público. Sempre almejei ser professor na universidade e me preparei para isso, na verdade nunca sai da universidade. Fiz a licenciatura no curso de Letras, logo em seguida uma especialização, posteriormente o mestrado e foi nessa época que fiz o concurso, um pouco depois de ter concluído.
PAULO Eu sou professor de Ensino Médio, mas iniciei minha carreira docente no ensino fundamental, e lá fiquei por muitos anos.
Acho que a experiência profissional na área de conhecimento da docência deveria ser critério na seleção dos docentes.
Eu considero que me fiz docente universitário sendo docente do fundamental. Como te falei, sou professor do ensino médio e já trabalhei com o fundamental, também já dei aulas em cursinho, mas essa não foi uma boa experiência. A entrada na docência no ensino superior foi por intermédio de um colega. Fiz a seleção. Eu vejo que quando eu comecei na Universidade, faz uns dez, onze anos, doze, isso. Há doze anos atrás nós trabalhávamos com alunos mais maduros e então tu eras um docente universitário em todos os sentidos. Éramos mais docentes universitários do que agora. Tenho essa impressão porque os alunos vinham mais sedentos, não sei se porque na época muita gente mais madura tinha vindo para universidade, mas parece que podíamos avançar mais, aprofundar mais, ter
melhores bases de discussão, os alunos eram mais críticos. Hoje eles não querem muito compromisso, eles não querem muita discussão.
MATEUS Sim, trabalhei com consultório muitos anos, mas hoje tenho só me dedico à docência.
Acho que a experiência profissional é imprescindível para a realização da docência. A ligação teoria prática fica mais real e participativa se o docente tem vivência.
Como falei anteriormente, trabalhei muitos anos no consultório, em uma clinica cooperada que recebia alunos estagiários. O contato com seus supervisores me levou a universidade e depois fui contaminado pela docência. Me vejo mais docente do que odontólogo.
CATEGORIA II – Trajetória da Docência
Sub-categoria 2.2 – preparação à docência
Preparação para a docência
PEDRO
Passamos boa parte da vida na escola, na universidade, é impossível que não aprendamos a distinguir os professores competentes, os bons, assim como a má prática. De tudo isso se tira uma maneira própria de ensinar, uma metodologia sua.
ANTONIO não foi ao acaso, pois eu quis ser docente, então busquei me preparar por meios de cursos. Também estou sempre atento às inovações, procuro e faço os cursos que a própria universidade oferece, participo em eventos e sempre estou atento na prática que observo, pois aprendemos mesmo com a prática dos outros, com as boas práticas. Gosto de inovar nas aulas, de propor coisas novas e o prepara é essencial para que eu possa dominar o que faço
THIAGO O curso de pós-graduação em docência no ensino superior foi muito importante. Tu aprendes muita coisa, mas também observa a prática dos teus professores. Acho que esse foi meu caminho inicial, o resto veio com a prática, mas sempre me pergunto se estou fazendo a coisa certa, me questiono o tempo todo.
RUTH A minha vida todo é de preparação para a docência. Não vejo grande diferença de ser docente na universidade ou em uma escola. As dificuldades são quase da mesma ordem, o empenho deve ser o mesmo, pois afinal o que se quer é contribuir na formação dos alunos.
ANA Sempre busquei me aperfeiçoar, participar em eventos e ações de formação promovidas pela universidade. Claro que por vezes a falta de tempo por excesso de atividade me impede de participar de coisas que seriam bem proveitosas para a minha prática docente, mas no geral preocupo-me se estou ensinado bem, se meus alunos estão aprendendo e como posso melhorar.
MARIA Observando bons professores. Minha referência inicial foi os professores que tive, então tentei imitá-los. Depois com o tempo fui trilhando meu próprio caminho, construindo minha prática docente. Também busquei me prepara com leituras e as conversas com os colegas sempre é de grande auxílio.
JOÃO De inicio acho que o mais importante é ter domínio do conteúdo, o conhecimento é o que te dará confiança para o exercício da docência. Uma boa oratória também é relevante, prende a atenção dos alunos. Uso a aula expositiva e discursiva, pois trabalho com a legislação é não há muito que inventar.
SARA É ate engraçado, mas foi mesmo assim. Claro que teve o período de estágio e se me recordo bem, foi uma boa experiência, mas não é a mesma coisa. Também fui monitora tanto na graduação como no mestrado e isso também foi importante. De toda maneira acho que iniciei a docência tendo como referência a prática de dois
professores, um da graduação e outro do mestrado. Eles foram excelentes professores, organizados, didáticos, amigos e profissionais no que faziam. Já na academia foram sempre eles que me auxiliaram no inicio, me apoiaram e me trouxeram para o circuito da docência na pós-graduação. Foram eles meus espelhos, minha referência.
PAULO Como te falei, já era docente antes de entrar na universidade e continuo a ser no ensino médio, então não posso dizer que fiz preparo especifico.
MATEUS No inicio não foi tão fácil, mais tive apoio de um colega e isso foi muito importante. As coisas foram acontecendo e eu me tornei o professor que hoje sou. Todos temos referências dos professores que passaram em nossas vidas e que marcaram positivamente, mas há os que foram experiências negativas, e também tento não cometer os mesmos erros. Acho mesmo que é isso, temos na memória os bons e maus professores e esse é um recurso do espelho ou algo parecido com isso.
CATEGORIA III – Imagem da docência
Sub-categoria 3.1 - Imagem de si
Percepção de si enquanto docente PEDRO Não há dúvidas de que há alguns enfrentamentos na docência universitária. O ser humano é bastante
diversificado. Quando estou na sala de aula os alunos, cada um deles tem seus pontos de vista, suas experiências anteriores. Eu considero a docência universitária uma profissão, uma qualidade, de extrema importância e de extrema responsabilidade. Sinto que contribuo e que pertenço a um grupo seleto.
ANTONIO Por mais que seja um trabalho duro, torna-se prazeroso a docência, é um exercício a mente, ao coração. Como professor de Marketing tenho a obrigação de conhecer muito bem o que estou fazendo e trago comigo o conhecimento adquirido ao longo do tempo, das pesquisas elaboradas, do fazer o certo da forma certa e não achar ou ter sorte, porque achar não é ser competente, ter sorte é trabalhar duro e não simplesmente jogar com as coisas para cima dos alunos. Acho que tenho uma imagem muito positiva ( risos), mas sou suspeito para falar, mas me avalio de uma forma positiva, de um profissional de Marketing competente.
THIAGO O momento que estou vivendo hoje é para me perguntar sobre como ensinar, o que fazer, como e quem eu estou formando, como estou administrando isso. Eu estou muito na batida de quem está fazendo pesquisa, que está se perguntando sobre essas questões e isso talvez esteja refletindo, mesmo que não diretamente, no conteúdo que estou trabalhando. Talvez eu esteja nesse impasse e isso aparece na sala de aula, de questionar o que eu estou desenvolvendo.
RUTH Nesse contexto acho que, apesar das dificuldades sou uma profissional bem sucedida. Tenho compromisso e dedicação com o que faço e busco contribuir na formação dos meus alunos. Tenho um papel social a cumprir que envolvem questões éticas e compromisso com a ciência, além do empenho em contribuir na formação do ser humana, do cidadão.
ANA Como um profissional que gosta do que faz. Sinto-me totalmente envolvida pela docência, com a responsabilidade de forma profissionais que façam a diferença no mercado de trabalho. Ainda ouço algumas pessoas e até familiares falarem que tenho uma “boa vida” por ser professor na universidade, querendo dizer que é uma profissão “fácil”. Isso por que tenho, de certa forma, maior facilidade em gerir meu tempo. Acham que é só chegar na sala de aula e ministrar as aulas. Eles não têm conhecimento das horas que me dedico a prepará-las, nos estudos e pesquisa que desenvolvo, nas infindáveis reuniões de congregação de curso, nas exigências de publicações e nas pressões internas. Enfim em tudo que envolve a academia.
MARIA A docência é uma profissão que me satisfaz plenamente. Sem dúvida é um trabalho cansativo que toma todos meu tempo, pois alem de preparar as aulas, estou envolvido em pesquisa e em produzir textos e artigos, mas não o faço como obrigação, não entro no circuito de produtividade de alguns colegas. Sinto-me cotidianamente desafiada e estimulada a mediar a construção do conhecimento com meus alunos, perceber suas reais necessidades.
JOÃO Como um bom profissional e com muita responsabilidade. Gosto de ser professor e sou dedicado Na minha aula eu priorizo o conhecimento.
SARA Como um profissional, com qualificação. Procura a mediação do conhecimento, que só pode ser feita mediante o uso do discurso.
PAULO Eu tinha vontade de expandir essa minha docência. Ter outras experiências, até em outras universidades,
mas eu sinto que está tão difícil, até pela minha formação. As licenciaturas estão passando por uma crise muito grande e eu nem sei se é crise, porque crise vem e passa, não sei se não é caos. Não sei se esta crise vai passar e nós vamos voltar a ter esperanças numa licenciatura. Mas eu vejo que o sistema não nos ajuda, enquanto professor de uma licenciatura. Já fomos mais valorizados enquanto formadores de professores. Isso dá uma tristeza porque tu vês que o pessoal quer, mas não tem tesão para vir. É um balde de água fria em cima do outro. A mídia não nos ajuda em nada e ainda nos atrapalha. Quando faz uma reportagem é para meter pau e estragar tudo. Nunca tem nada bom. As universidades têm professores ótimos e isso não aparece. Aparece o que é negativo e isto é uma defasagem na nossa imagem.
MATEUS O grande desafio para mim é conseguir fazer para esse aluno o que meus professores não fizeram comigo, na minha formação. Penso que meu compromisso ultrapassa a mera formação prática para um exercício profissional, pois busco forma o profissional que enxergue o ser humano por trás de uma boca. Assim que me vejo, como um professor que se constrói a cada dia e que se dedica com o que faz.
CATEGORIA III – Imagem docente Sub-categoria 3.2 - imagem do outro
Percepção da docência universitária na sociedade. Percepção dos alunos PEDRO Há muitos problemas ocorrendo na universidade que
passam a ser do domínio publico. A falta de investimento em infra-estrutura, em financiamentos de pesquisas. A baixa remuneração que afeta o desempenho, pois isso afeta a imagem docente. Acho que fatores financeiros são importantes. Quando tu não está recebendo, como é que vai ministrar uma aula. O professor teria que ter tranqüilidade para poder pensar, criar, trabalhar direitinho. Quando tu não tens a tua remuneração, isto interfere com certeza, gera insegurança. Outro aspecto que colabora para a imagem negativa sobre os professores, diz respeito a uma questão delicada que é a cultural, mas esse é um tema delicado que eu prefiro não abordar.
(...)alguns alunos valorizam os esforços dos professores e ainda conservam o respeito à figura docente, outros tentam desqualificar o que fazemos. De modo amplo, tenho que considerar que a imagem esta riscada.
ANTONIO Não acho que há muita diferença entre a valorização da profissão docente, na educação básica ou no ensino superior. Somos todos profissionais não reconhecidos pelo nosso trabalho. Todos acham que podem ser professores. Esse sentimento torna a profissão desvalorizada. Já foi o tempo que ser professor fazia a diferença, hoje não é mais assim e de certa maneira os próprios colegas contribuem para essa imagem, que do ponto de vista do marketing é uma imagem que precisa ser trabalhada. Como formador de opinião, o professor é um referencial modelo para o aluno e, no exercício de sua profissão, ele mostra a sua imagem pessoal/profissional, representa a imagem do corpo docente e vende a da instituição na qual trabalha.
Percebo que os alunos têm dificuldades em separar o profissional de marketing do professor. Na docência não há mágica, há muito trabalho, dedicação, busca por conhecimento. Os alunos por vezes não têm idéia, a noção, do trabalho que é necessário para se ministrar uma aula, do tempo de dedicação do professor. Não valorizam os professores. Acham que aprenderão tudo quando estiverem no mercado de trabalho, desconhecem que para agir no mercado requer além de experiência o conhecimento. O conhecimento é indispensável para a formação em Marketing, para a imagem do profissional.
THIAGO O fato de a universidade estar em crise, uma crise
incompreensível para a sociedade de modo geral, como chegou a esta situação, causa mal estar, até de descaracterização da nossa própria profissão, dos nossos objetivos, dos nossos próprios princípios, das questões éticas. A lógica é a do mercado, e isso para a sociedade parece que somos nós professores. Nós é que não formamos bem o aluno, o profissional. Acho isso muito complicado, não sei se isso tem solução, se a gente tem que se acostumar com isso. A gente é meio apático o que é bastante problemático porque a apatia é pior que qualquer coisa. É pior que fazer o enfrentamento é pior que tu não fazer, a apatia é quase uma depressão..
Os alunos não gostam dos professores que os fazem pensar. Então acho que a minha imagem também não é lá muito boa.
RUTH Penso que a imagem que a população, de modo geral, tem da docência está atrelada a própria ineficiência da universidade uma vida mais digna, através da melhor qualificação profissional, competitividade no mercado de trabalho, daí a cobrança e o descrédito quando isso não ocorre. Então a imagem não é boa.
os alunos têm imagens mais pessoais dos professores, alguns eles admiram quer por característica pessoais, como pessoa, quer pela competência profissional ou até um misto dos dois aspectos. Outros não são respeitados por um ou outro aspecto. Percebo que os alunos das licenciaturas já sabem o que esperar da carreira docente, apesar de acharem que a docência universitária é mais “fácil”. Ao contrário, os alunos dos cursos de bacharelados, cursos de formação mais técnica, acham a profissão docente, nem é bem uma profissão. Percebem-na como desvalorizada, sem prestígio social. Também há os que têm como referencia a imagem do professor dócil e amigo, que tem todas as respostas, que trabalha com prazer mesmo ganhando muito pouco. Aquela figura sacerdotal do século passado, pois nem os sacerdotes agem assim hoje.
ANA De uma “boa vida profissional”, sem muitas atribulações e sem o compromisso com a formação profissional. Para mim, essa imagem do “trabalho fácil” e descompromissado tem interferências serias na imagem dos professores na universidade. Claro que há ainda os maus professores, os que têm comportamento inadequado, tanto do ponto de vista acadêmico quanto pessoal e que colaboram para denegrir essa imagem. A situação é muito complicada. São muitos os aspectos que envolvem essa desvalorização do professor universitário. Mas, contraditoriamente, eu me sinto muito valorizada.
Percebo que os alunos sabem fazer a diferentes entre os professores, ouço seus comentários e até fico um pouco chateada pelo comportamento de alguns colegas. Como te falei, tudo isso afeta a imagem docente. Perceba que não tenho como dogma a imagem do professor sacerdotal, sem mácula, mas não é possível aceitar o crescente descrédito pela docência.
MARIA Percebo que somos vistos de forma diferente dos professores da educação básica, de certa forma há uma distinção maior ao professor universitário, apesar de não termos um status elevado na sociedade. O que quero dizer é que já foi melhor, ser professor da universidade era prestigio e hoje não tanto e acho que isso é devido a crise que atinge as universidade, tem haver com a falta de qualificação dos profissionais que são colocados no mercado de trabalho.
Acho que as imagens são individualizadas. Vou te dar um exemplo. Os alunos conversam entre si, trocam informações e falam dos professores. Unem as características do bom profissional, qualificado, competente com a pessoa do professor, ou seja, sabem reconhecer bons professores.
JOÃO Se formos críticos e profundos nessa reflexão, podemos percebe que a universidade não cumpre a contento a sua missão e, à parte das interferências das políticas educacionais que se intrometer nesse processo, nós, professores, também estamos acomodando e deixando de nos envolver. Esse descaso compromete a imagem docente.
a imagem dos professores está sofrendo e sendo constantemente achincalhada na sociedade. Uma grande parte dos alunos perdeu o respeito pela função docente, acha-a dispensável.
SARA A imagem da docência esta atrelada a da própria universidade e hoje a imagem que se tem e a de que esta perdendo credibilidade popular, por que a população
A dicotomia teoria/prática, e principalmente em sala de aula, é para mim a questão mais evidente para a imagem negativa que os alunos tem dos
criou imagens negativas de acordo com as greves rotineiras, falta de profissionalismo, pesquisas, preparação ao mercado de trabalho, imagens veiculadas principalmente pela imprensa.
professores. Para a maioria dos alunos, não é somente um ponto crítico a ser melhorado no ensino universitário, mas um dever para ser profissional
PAULO A mídia não nos ajuda em nada e ainda nos atrapalha. Quando faz uma reportagem é para meter pau e estragar tudo. Nunca tem nada bom. As universidades têm professores ótimos e isso não aparece. Aparece o que é negativo e isto é uma defasagem na nossa imagem.
Ás vezes a questão esta na expectativa do aluno. Eles querem ter sucesso e quando não conseguem a culpa é sempre dos “maus” professores. A desvalorização docente esta atrelada a desvalorização da educação. O reconhecimento profissional dos professores depende, em parte, da postura que assumimos, tanto junto à universidade, como junto aos alunos. Acho que é por ai.
MATEUS Acho que boa, apesar de não ser uma profissão cobiçada pelas obvias questões financeiras e até sociais.
Mesmo quando não são tão professores assim, de modo geral são bons profissionais, a grande maioria tem nome, por isso eles têm uma boa imagem.
UNIVERSIDADE DE LISBOA
INSTITUTO DE EDUCAÇÃO
Doutoramento em Educação
Especialidade em Administração e Política Educacional
IMAGEM E IDENTIDADE:
Estudo sobre o professor universitário
ANEXO 10
Protocolos de entrevistas
Curso Data de realização da
entrevista
Nome fictício
formação atuação Última
formação
Tempo de
Docência Superior
14/09/2010 Pedro Biologia Ciências Biológicas Doutor 28 16/09/2010 João Direito Administração Doutor 19 10/09/2010 Antônio Administração Administração Mestre 16 20/09/2010 Ana Fisioterapia Fisioterapia Mestre 10 23/09/2010 Sara Letras Letras Doutor 22 27/09/2010 Paulo Física Matemática Doutor 12 29/09/2010 Mateus Odontologia Odontologia Mestre 19 01/10/2010 Ruth Pedagogia Ciência da
Educação Doutor 22
04/10/2010 Thiago Psicologia Psicologia Doutor 23 06/10/2010 Maria Engenharia Civil Engenharia Civil Doutor 20
PROTOCOLO DE ENTREVISTA
(Pedro)
Entrevistado: Pedro
Idade: 51 anos
Curso: Ciências Biológicas
Formação: Biologia – Doutor em Biologia celular e molecular
Anos de docência no ensino superior: 28 anos
Situação funcional: 40 horas
Entrevistador: MS
Data: 14 de setembro de 2010
MS: Boa tarde, professor. Vamos iniciar a entrevista, com sua participação voluntária
na pesquisa que desenvolvo no Doutoramento em Ciências da Educação na
Universidade de Lisboa, sob a orientação do Professor Doutor António Nóvoa. A
intenção da entrevista é recolher a sua opinião sobre a docência universitária, sobre a
condição do trabalho docente frente às mudanças ocorridas no interior da universidade.
Lembro-lhe que as informações concedidas serão trabalhadas enquanto dados e a sua
identidade preservada pelo anonimato e confidencialidade. Como habitual nestes
processos, a transcrição da entrevista lhe será enviada para que, se necessário, faça
correções. O resultado final do estudo será entregue às instituições participantes e os
resultados disponibilizados para os interessados.
PEDRO: Ok.
MS: De que modo o senhor caracterizaria a docência universitária?
PEDRO: A docência existe para desenvolver os seres humanos, a comunidade, atuar
dentro desta comunidade, fazer esta comunidade crescer seja com projetos, extensão,
pesquisa. Cada um na sua área, mas de forma integrada. Observar onde estão os pontos
principais e tentar atuar nestes pontos principais, tentando organizar. Acho que o desafio
da docência é este. Saber o que a nossa sociedade precisa e discutirmos isto, mas juntos.
MS: Como o senhor se sente enquanto professor universitário no cenário atual das
universidades? Enfrenta algum dilema?
PEDRO: A universidade reflete a sociedade. Observamos que a maioria dos jovens
vem despreparada e às vezes saem também despreparadas. Não há aquela intenção dos
alunos realmente estudarem para adquirir conhecimento e se torna um bom profissional.
Eles vêm em busca do diploma. E é claro que isso importa, mas não é só isso. Talvez
seja pela nossa própria realidade brasileira, por essa politicagem toda que ocorre nos
ministérios, essa aceitação das políticas dos organismos internacionais. Essas
interferências sem medidas que exige de nós um desdobramento para atender a política
da produtividade. Este é nosso maior dilema.
MS: Nesse cenário o senhor vislumbra possibilidades na docência universitária?
PEDRO: Com toda certeza. Nós estarmos inseridos na docência universitária para
colaborar, mas não adianta ter conhecimento e querer guardar esse conhecimento dentro
de um prédio. Acho que a universidade deve sair mais, estar mais aberta a comunidade.
Eu a acho ainda muito fechada. Nós, professores estamos muito na sala de aula.
Acreditamos que isto passa por uma mudança bastante intensa. Acho que o desafio da
docência na universidade é discutir e encontrar soluções ou formas de minimizar os
problemas que a gente vive, nas mais diferentes áreas.
MS: E o senhor exerce ou já exerceu outra profissão, além da docência?
PEDRO: Não, sou professor em tempo integral.
MS: Qual a sua opinião sobre exercer outra atividade profissional concomitante ou
anterior a docência universitária? O senhor acha que colabora?
PEDRO: Sim, toda experiência que possa colaborar com o desempenho docente é
valida, entretanto entendo que o mais relevante é o compromisso que devemos ter com
o aprendizado do aluno.
MS: Orientaria alguns de seus alunos a seguir a carreira do magistério no ensino
superior? Quais recomendações daria acerca da profissão?
PEDRO: Sempre incentivo meus alunos para o desenvolvimento da pesquisa e a
docência, mas não somente no ensino superior. Demonstro-lhes que os docentes têm
que ter uma interação com os seus alunos. Têm que ser ousado e propor coisas novas,
ser uma pessoa que propõe possibilidades, além de um indivíduo extremamente
criativo, com elevado conhecimento cientifico e cultural.
MS: O senhor poderia relatar quais foram os fatores que mais contribuíram para a
construção de sua carreira docente?
PEDRO: Em primeira foi o envolvimento com a pesquisa, que na área que atuo é
essencial. Sem a pesquisa não há o que ensinar aos alunos. Entrei na universidade como
docentes, logo após a conclusão no meu curso de pós-graduação. Depois a busca de
qualificação, através do mestrado, do doutoramento, pude ascender na carreira docente.
Também busco atualizar-me constantemente, participar de eventos e com publicações.
Entendo que o profissional tem que estar preparado. Infelizmente, pelos inúmeros
afazeres por vezes dificulta desenvolver esse aspecto da docência.
MS: Como o senhor se vê enquanto professor universitário?
PEDRO: Não há dúvidas de que há alguns enfrentamentos na docência universitária. O
ser humano é bastante diversificado. Quando estou na sala de aula os alunos, cada um
deles tem seus pontos de vista, suas experiências anteriores. Eu considero a docência
universitária uma profissão, uma qualidade, de extrema importância e de extrema
responsabilidade. Sinto que contribuo e que pertenço a um grupo seleto.
MS: E de que maneira se preparou para a docência? Como aprendeu a ser professor?
PEDRO: Quando há empenho e vontade não há grandes dificuldades, quando se tem
domínio de conteúdo. Passamos boa parte da vida na escola, na universidade, é
impossível que não aprendamos a distinguir os professores competentes, os bons, assim
como a má prática. De tudo isso se tira uma maneira própria de ensinar, uma
metodologia sua. O importante é fazer com que os alunos tenham interesse e aprendam.
MS: Na sua percepção qual a imagem que os alunos têm dos professores universitários? Eles
percebem a sua dedicação e empenho?
PEDRO: Sim e não, ou seja, alguns alunos valorizam os esforços dos professores e
ainda conservam o respeito à figura docente, outros tentam desqualificar o que
fazemos. De modo amplo, tenho que considerar que a imagem esta riscada, tu
compreendes? São outros tempos, outros valores.
MS: Ainda em relação à imagem docente, como o senhor sente que a profissão
docente, especificamente do professor universitário é vista na sociedade.
PEDRO: Há muitos problemas ocorrendo na universidade que passam a ser do domínio
publico. A falta de investimento em infra-estrutura, em financiamentos de pesquisas. A
baixa remuneração que afeta o desempenho, pois isso afeta a imagem docente. Acho
que fatores financeiros são importantes. Quando tu não está recebendo, como é que vai
ministrar uma aula. O professor teria que ter tranqüilidade para poder pensar, criar,
trabalhar direitinho. Quando tu não tens a tua remuneração, isto interfere com certeza,
gera insegurança. Outro aspecto que colabora para a imagem negativa sobre os
professores, diz respeito a uma questão delicada que é a cultural, mas esse é um tema
delicado que eu prefiro não abordar.
MS: Muito bem! Professor eu agradeço a sua colaboração.
PROTOCOLO DE ENTREVISTA
(João)
Entrevistado: João
Idade: 57
Curso: Administração
Formação: Direito – Doutor em Direito Administrativo
Anos de docência no ensino superior: 19 anos
Situação funcional: 40 horas
Entrevistador: MS
Data: 16 de setembro de 2010
MS: Boa tarde, professor. Vamos iniciar a entrevista, com sua participação voluntária
na pesquisa que desenvolvo no Doutoramento em Ciências da Educação na
Universidade de Lisboa, sob a orientação do Professor Doutor António Nóvoa. A
intenção da entrevista é recolher a sua opinião sobre a docência universitária, sobre a
condição do trabalho docente frente às mudanças ocorridas no interior da universidade.
Lembro-lhe que as informações concedidas serão trabalhadas enquanto dados e a sua
identidade preservada pelo anonimato e confidencialidade. Como habitual nestes
processos, a transcrição da entrevista lhe será enviada para que, se necessário, faça
correções. O resultado final do estudo será entregue às instituições participantes e os
resultados disponibilizados para os interessados.
JOÃO: Muito bem.
MS: De que modo o senhor caracterizaria a docência universitária?
JOÃO: A docência universitária tem que passar pelo domínio do conhecimento do
assunto que vai ser ministrado. No meu entendimento, isso vem antes, inclusive, de
aspectos didáticos. Creio na docência como uma alternativa ao conhecimento produzido
pela televisão e principalmente pela Internet. É tarefa árdua transformar as informações
trazidas pelos alunos em conhecimento. Desenvolver pontos de vista é a razão de ser da
sala de aula universitária. Discutir temas não é uma questão meramente pessoal, é antes
defender razões e crenças. A docência se caracteriza pelo compromisso com o
conhecimento. Se a docência universitária não trabalhar nesta perspectiva muito pouco
tem a assegurar aos alunos.
MS: Como o senhor se sente enquanto professor universitário no cenário atual das
universidades? Enfrenta algum dilema?
JOÃO: Acho que um dos dilemas que enfrento é ser menos professor e mais
administrador. E o cenário da universidade é esse. A docência em si fica de lado. Tudo é
política, ajustamento às políticas e envolvimento político partidário. Passamos a maior
parte do tempo lutando com a burocracia interna e ainda se tem que ir atrás de
financiamento para pesquisa, percorrer os editais das agências e produzir para poder dar
aulas na pós-graduação. Sinto que minha participação poderia ser mais efetiva, mas não
ambiente comunitário para que isso ocorre.
MS: Nesse cenário o senhor vislumbra possibilidades na docência universitária?
JOÃO: O aluno vem para a universidade para aprender a pensar e não para aprender a
reproduzir conteúdos que, pela rapidez das transformações atuais, serão superados logo
a seguir. Essa convicção me faz acreditar na possibilidade de renovação da importância
da docência na universidade. Nós professores temos que ter melhores condições de
trabalho. E isso vai desde a remuneração à carga de hora aula, a possibilidade da
pesquisa e da extensão. Há tanto que fazer....
MS: E o senhor exerce ou já exerceu outra profissão, além da docência?
JOÃO: Sou sócio em um escritório de advocacia.
MS: Anterior ao exercício da docência? Antes do senhor se tornar professor na
universidade?
JOÃO: Não, o escritório foi posterior, já estava há uns anos aqui, mas antes também já
havia trabalhado como funcionário do governo do Estado, na Secretaria do Trabalho.
MS: Qual a trajetória percorrida pelo senhor para se tornar um professor universitário?
JOÃO: Entrar para a universidade era um desejo latente. Meu pai foi professor dessa
universidade. Quando trabalhava na Secretaria tinha um colega que era professor e me
falou da abertura de um concurso. Daí para diante foi percorrer o caminho que todos
fazem. Na época, não era exigida titulação o que tornou a seleção de certa maneira mais
voltada para a docência propriamente dita. Já dentro da academia fui, oportunamente,
fazendo os cursos de pós-graduação. A academia de certa maneira te cobra isso. Enfim
tornei-me professor sendo professor.
MS: O senhor diz que se tornou professor sendo professor, mas não houve algum
preparo? De que maneira aprendeu a ser professor?
JOÃO: De inicio acho que o mais importante é ter domínio do conteúdo, o
conhecimento é o que te dará confiança para o exercício da docência. Uma boa oratória
também é relevante, prende a atenção dos alunos. Uso a aula expositiva e discursiva,
pois trabalho com a legislação é não há muito que inventar.
MS: Qual a sua opinião sobre exercer outra atividade profissional concomitante ou
anterior a docência universitária?
JOÃO: Acho importante. É uma troca, a docência não traz clientes para o escritório,
mas como necessariamente tenho que estar atualizado acaba por beneficiar e as causas
que são tratadas nele também acabam por ser debatida em sala.
MS: Orientaria alguns de seus alunos a seguir a carreira do magistério no ensino
superior? Quais recomendações daria acerca da profissão?
JOÃO: diretamente não, é um curso muito técnico. Dificilmente conheço bem os
alunos. Não é um assunto tratado em sala. Percebo que uma grande parcela dos alunos
não vai para uma carreira acadêmica e, quase com certeza, não vão para um mestrado
ou doutorado. Então temos em sala de aula um aluno que provavelmente esteja
estudando formalmente pela última vez.
MS: Como o senhor se vê enquanto professor universitário?
JOÃO: Como um bom profissional e com muita responsabilidade. Gosto de ser
professor e sou dedicado Na minha aula eu priorizo o conhecimento. O que faz a
interação entre o professor e alunos são as conexões conceituais que estabelecem. Deste
modo, antes de qualquer atividade procuro despertar o interesse. Alimentar uma atitude
questionadora é um desafio constante. Creio que uma das grandes tarefas do professor é
introduzir o aluno nas leituras mais interessantes em relação aos temas propostos.
Estabelecer conexões conceituais em função de temas propostos parece-me ser uma
atividade eminentemente professoral.
MS: Na sua percepção qual a imagem que os alunos têm dos professores universitários?
Eles percebem a sua dedicação e empenho?
JOÃO: Sim percebem. Sabem que sou exigente e que estou ali para auxiliá-los, mas
não é isso que impulsiona o jovem. Na maioria das vezes entram para a universidade
apenas para se profissionalizar e não vêem que ali também podem adquirir uma nova
postura frente aos desafios da nossa época. Uma postura baseada em conhecimento.
Nem todos os alunos compreendem esta mensagem; nem todos os professores
trabalham nesta perspectiva; nem todas as universidades estão preocupadas com esta
idéia. Por isso, a imagem dos professores está sofrendo e sendo constantemente
achincalhada na sociedade. Uma grande parte dos alunos perdeu o respeito pela função
docente, acha-a dispensável.
MS: Ainda em relação à imagem docente, como o senhor sente que a profissão
docente, especificamente do professor universitário é vista na sociedade?
JOÃO: Se formos críticos e profundos nessa reflexão, podemos percebe que a
universidade não cumpre a contento a sua missão e, à parte das interferências das
políticas educacionais que se intrometer nesse processo, nós, professores, também
estamos acomodando e deixando de nos envolver. Esse descaso compromete a imagem
docente. Outra questão de importância é a proletarização da categoria, o que atrai
pessoas cada vez mais desqualificadas para a função. É mais gratificante do ponto de
vista financeiro ser um profissional liberal, do que se submeter a condições hoje
amplamente discutidas na mídia. Isso quer dizer sobre a postura docente, que em nome
de uma modernização e do “somos profissionais como outro” está sendo posta de lado.
MS: Eu agradeço a sua colaboração.
PROTOCOLO DE ENTREVISTA (Antônio)
Entrevistado: Antônio
Idade: 48
Curso: Administração
Formação: Administração - Mestre em marketing
Anos de docência no ensino superior: 16 anos
Situação funcional: 40 horas
Entrevistador: MS
Data: 10 de setembro de 2010
MS: Boa tarde, professor. Vamos iniciar a entrevista, com sua participação voluntária
na pesquisa que desenvolvo no Doutoramento em Ciências da Educação na
Universidade de Lisboa, sob a orientação do Professor Doutor António Nóvoa. A
intenção da entrevista é recolher a sua opinião sobre a docência universitária, sobre a
condição do trabalho docente frente às mudanças ocorridas no interior da universidade.
Lembro-lhe que as informações concedidas serão trabalhadas enquanto dados e a sua
identidade preservada pelo anonimato e confidencialidade. Como habitual nestes
processos, a transcrição da entrevista lhe será enviada para que, se necessário, faça
correções. O resultado final do estudo será entregue às instituições participantes e os
resultados disponibilizados para os interessados.
ANTÔNIO: Estou de acordo.
MS: De que modo o senhor caracterizaria a docência universitária?
ANTÔNIO: Entendo que a docência é uma parte do processo da formação dos
profissionais, fundamental para a concretização do processo de desenvolvimento da
sociedade. Distinguir-se pela forte necessidade de constante atualização e qualificação
docente. Entretanto, envolve aspectos pedagógicos, de qualificação e de infra-estrutura.
O conhecimento técnico deve ser relevante na atuação acadêmica, assim como o
relacionamento humano com o acadêmico e o domínio conceitual da disciplina
ministrada. Estabeleço uma relação de confiança com os alunos, o domínio do
conhecimento e a seriedade no trato com a educação. A condução do ensino tem sido
realizada por meio da utilização de metodologias variadas com o uso de aulas
expositivas/participativas. Em minha opinião, a apropriação do conhecimento realiza-se
com a integração do currículo, da linguagem utilizada e do conhecimento. Entendo que
para uma docência efetiva a preparação prévia é importante.
MS: Fale-me sobre como o senhor se sente enquanto professor universitário no cenário
atual das universidades? Enfrenta algum dilema?
ANTÔNIO: Sinto-me por vezes incomodado com as mudanças constantes que afetam
as minhas atividades. Incomoda-me a crescente massificação do ensino superior e os
dilemas, em decorrência disso, se apresentam cotidianamente. Muitas vezes isso ocorre
a partir do momento que temos alunos em condições acadêmicas distintas, de níveis
diferentes. Isto nos deixa, muitas vezes, sem saber como agir, pois o fato tentar os
nivelar alguns por cima, podemos perder alguns alunos, ou ao contrario, se os
nivelarmos por baixo estarmos contribuindo para a formação de maus profissionais. Há
processos políticos que interferem na docência universitária, pois para se manter
docente é necessário à busca constante de novos conhecimentos, de atualizações. Com
isso nos deparamos com entre a necessidade de atualizar-se e a necessidade de trabalhar,
fato este que coloca em dificuldade constante o profissional da educação. A própria
consideração da docência como profissão ainda não é totalmente aceita, por vezes,
sinto-me mais profissional quando estou a realizar algum trabalho extra, de consultoria.
E isso é um sentimento partilhado por outros colegas. Vivemos, na universidade, em um
espaço de tensões, onde o bom desempenho da docência passa ter pouca importância.
MS: Nesse cenário o senhor vislumbra possibilidades na docência universitária?
ANTÔNIO: Evidente, uma vez que acredito que a docência universitária é uma
profissão de extraordinário valor, pois é ela que contribui de forma decisiva para o
desenvolvimento da sociedade. Apesar da crescente desvalorização dos professores,
vislumbro perspectivas boas, com a possibilidade de crescimento pessoal e profissional,
com a melhoria e investimento institucional e a consagração da autonomia universitária.
MS: Qual a trajetória percorrida pelo senhor para se tornar um professor universitário?
ANTÔNIO: Iniciei minha atividade como profissional de marketing. O marketing é
feito de inovações e, portanto, de riscos. Nele devemos recusar duas posições extremas.
Uma é não estudar o mercado e confiar apenas na nossa intuição ou experiência e a
outra é explorar indefinidamente os estudos e praticar um marketing de gabinete. Essa
posição me fez buscar um curso de mestrado. Após o mestrado, na verdade durante o
curso, achei que a docência poderia ser uma alternativa para continuar aliando essa
posição. Assim inscrevi-me no concurso e aqui estou a mais de quinze anos.
MS: E o senhor continua a trabalhar como profissional de marketing?
ANTÔNIO: Infelizmente não, pois tenho um contrato de trabalho que não me permite
ter outro vinculo empregatício, mas faço alguns trabalhos de consultoria, o que é muito
gratificante.
MS: A sua experiência profissional anterior influenciou na docência universitária ou o
senhor acha que não teve relação nenhuma?
ANTÔNIO: Como te falei anteriormente, trabalhava em um escritório de marketing e
não há duvidas de que foi muito importante ter tido esta experiência anterior para o
desempenho da minha atividade docente.
MS: Orientaria alguns de seus alunos a seguir a carreira do magistério no ensino
superior? Quais recomendações daria acerca da profissão?
ANTÔNIO: Entendo que para seu um bom docente, principalmente em uma área
técnica como o marketing, é preciso primeiramente seu um profissional qualificado e
com experiência e infelizmente a academia não proporciona a experiência necessária. É
preciso atuar diretamente com o mercado. O Marketing é uma ciência que não tem
como objetivo a exatidão, mas para chegar ao sucesso não basta apenas conhecer a
ciência, deve-se usar com sabedoria tudo o que está disponível no mercado, copiar é
muito fácil, roubar idéias dos outros é simples, mas ser um profissional de Marketing
legítimo é duro e trabalhoso, faz com que os estudos sejam constantes, a busca por
informações é parte do que mais agrada ao trabalhar com o Marketing, pois não existe
sorte sem trabalho, e em 95% dos casos o Marketing funciona perfeitamente pelos
estudos, conhecimentos, dedicação e sabedoria aplicadas em cada dado coletado. Por
isso, antes de indicar a docência como caminho profissional, digo aos alunos que
primeiro devem ter muita experiência profissional.
MS: O senhor poderia me dizer quais foram os fatores que mais contribuíram para a
construção de sua carreira docente?
ANTÔNIO: Acho que o fator mais relevante foi ter realizado o mestrado, depois tudo veio
como conseqüência.
MS: Como o senhor se vê enquanto professor universitário?
ANTÔNIO: Por mais que seja um trabalho duro, torna-se prazeroso a docência, é um
exercício a mente, ao coração. Como professor de Marketing tenho a obrigação de
conhecer muito bem o que estou fazendo e trago comigo o conhecimento adquirido ao
longo do tempo, das pesquisas elaboradas, do fazer o certo da forma certa e não achar
ou ter sorte, porque achar não é ser competente, ter sorte é trabalhar duro e não
simplesmente jogar com as coisas para cima dos alunos. Acho que tenho uma imagem
muito positiva ( risos), mas sou suspeito para falar, mas me avalio de uma forma
positiva, de um profissional de Marketing competente.
MS: Qual foi seu processo preparação para a docência? Como aprendeu a ser professor?
ANTÔNIO: Essa foi sempre uma preocupação quando me decidi a ser professor
universitário. Como te falei antes, não foi ao acaso, pois eu quis ser docente, então
busquei me preparar por meios de cursos. Também estou sempre atento às inovações,
procuro e faço os cursos que a própria universidade oferece, participo em eventos e
sempre estou atento na prática que observo, pois aprendemos mesmo com a prática dos
outros, com as boas práticas. Gosto de inovar nas aulas, de propor coisas novas e o
prepara é essencial para que eu possa dominar o que faço.
MS: Na perspectiva que o senhor acaba de me falar, qual a imagem que os alunos têm dos
professores universitários? Eles percebem a sua dedicação e empenho?
ANTÔNIO: Percebo que os alunos têm dificuldades em separar o profissional de
marketing do professor. Na docência não há mágica, há muito trabalho, dedicação,
busca por conhecimento. Os alunos por vezes não têm idéia, a noção, do trabalho que é
necessário para se ministrar uma aula, do tempo de dedicação do professor. Não
valorizam os professores. Acham que aprenderão tudo quando estiverem no mercado de
trabalho, desconhecem que para agir no mercado requer além de experiência o
conhecimento. O conhecimento é indispensável para a formação em Marketing, para a
imagem do profissional.
MS: Já que estamos a falar em imagem, como o senhor sente que a profissão docente,
especificamente do professor universitário é vista na sociedade.
ANTÔNIO: Não acho que há muita diferença entre a valorização da profissão docente,
na educação básica ou no ensino superior. Somos todos profissionais não reconhecidos
pelo nosso trabalho. Todos acham que podem ser professores. Já é comum ouvir
comentários que de professor e louco todo mundo tem um pouco, assim como sempre
foi usado como médico e louco todo mundo tem um pouco. Esse sentimento torna a
profissão desvalorizada. Já foi o tempo que ser professor fazia a diferença, hoje não é
mais assim e de certa maneira os próprios colegas contribuem para essa imagem, que do
ponto de vista do marketing é uma imagem que precisa ser trabalhada. Como formador
de opinião, o professor é um referencial modelo para o aluno e, no exercício de sua
profissão, ele mostra a sua imagem pessoal/profissional, representa a imagem do corpo
docente e vende a da instituição na qual trabalha.
MS: O senhor esta a falar de marketing pessoal ou da valorização docente?
ANTÔNIO: O marketing pessoal trata da imagem que você mesmo projeta no mercado,
ou seja, no caso docente, o que a sociedade ira perceber do que os professores projetam.
Ai... envolve o conhecimento, a competência, a necessidade de formação continua, a
dedicação e compromisso profissional e, para, além disso há também o cuidado com a
postura, a aparência, o vestuário, bem como a voz, a boa-educação e a confiança, junto
com as atitudes e comportamentos. É esse conjunto de fatores que comporão a imagem
docente. Isso é tudo...
MS: Agradeço muito por sua colaboração.
PROTOCOLO DE ENTREVISTA
(Ana)
Entrevistado: Ana Idade: 38 Curso: Fisioterapia Formação: Fisioterapia – Mestre em Ciências da Reabilitação Anos de docência no ensino superior: 10 anos Situação Funcional: 40h Entrevistador: MS Data: 20 de setembro de 2010
MS: Boa tarde, professora. Vamos iniciar a entrevista, com sua participação voluntária
na pesquisa que desenvolvo no Doutoramento em Ciências da Educação na
Universidade de Lisboa, sob a orientação do Professor Doutor António Nóvoa. A
intenção da entrevista é recolher a sua opinião sobre a docência universitária, sobre a
condição do trabalho docente frente às mudanças ocorridas no interior da universidade.
Lembro-lhe que as informações concedidas serão trabalhadas enquanto dados e a sua
identidade preservada pelo anonimato e confidencialidade. Como habitual nestes
processos, a transcrição da entrevista lhe será enviada para que, se necessário, faça
correções. O resultado final do estudo será entregue às instituições participantes e os
resultados disponibilizados para os interessados.
ANA: Muito bem.
MS: De que modo a senhora caracterizaria a docência universitária?
ANA: A docência universitária envolve o conhecimento cientifico e cultural e isto é o
ponto de partida. O conhecimento deve envolver o curso que o professor escolheu para
atuar e a importância da disciplina que ele está participando, atuando como partícipe da
construção daquela disciplina. Em síntese, a docência deve envolver todas aquelas
competências, habilidades para a formação do aluno, visando sua atuação futura. Penso
que o docente universitário deva priorizar que o aluno tenha uma visão crítica do
mundo, assim como uma leitura crítica dos fatos, mas que isto não seja sua maior
preocupação. Sem pesquisa, sem a busca do conhecimento não há docência na
universidade, entretanto percebo que alguns docentes têm se dedicado a pesquisa e
esquecido a docência.
MS: Como se sente enquanto professor universitário no cenário atual das
universidades? Enfrenta algum dilema?
ANA: Eu não diria que sejam dilemas, eu diria que são situações conflitantes e que cabe
a nós entender os prós e os contras. Existe com certeza a questão da competição e da
falta de cooperação. Essa seria uma delas. Há também discussões sobre o numero
efetivos de horas-aula que o professor tem que cumprir; o caráter não explicitado de
todo o restante de atividade que tem que cumprir. Há sem dúvida um acréscimo, uma
intensificação do trabalho docente que assombra as atividades cotidianas. O desafio, no
meu ponto de vista está relacionado em saber conciliar as imposições das políticas
educacionais à consciência e necessidade dos docentes universitários, ou seja, dar
sentido às ações concretas desenvolvidas na sala de aula para a produção de mudanças
efetivas no contexto educacional.
MS: A professora vislumbra possibilidades na docência universitária?
ANA: Tenho esperança que sim. Como eu trabalho em curso de formação técnica eu
tenho priorizado que os alunos estejam preparados instrumentalmente para ser um
excelente profissional. Eu tenho me atualizado regularmente, principalmente na área
pedagógica e acredito que estou hoje em dia num caminho bem melhor no sentido de
avaliar. Esse caminho melhora a minha docência e de modo geral a universitária em si.
Há de haver também melhor investimento institucional na nossa formação pedagógica,
investimento e melhoria na carreira docente.
MS: E a senhora exerce ou já exerceu outra profissão, além da docência?
ANA: sim, no inicio da minha careira profissional trabalhei como fisioterapeuta em um
hospital e também em uma clinica.
MS: Qual a trajetória percorrida pela senhora para se tornar professora na universidade?
ANA: Na época que fazia o curso de mestrado, fui incentivada por um professor que
achava que eu tinha jeito para ministrar aulas. Também fui monitora na época da
graduação e gostei muito da experiência. Assim, quando apareceu à oportunidade fiz a
seleção e já estou a 10 anos na academia.
MS: De que maneira se preparou para a docência? Como aprendeu a ser professora?
ANA: Sempre busquei me aperfeiçoar, participar em eventos e ações de formação
promovidas pela universidade. Claro que por vezes a falta de tempo por excesso de
atividade me impede de participar de coisas que seriam bem proveitosas para a minha
prática docente, mas no geral preocupo-me se estou ensinado bem, se meus alunos
estão aprendendo e como posso melhorar.
MS: Qual a sua opinião sobre exercer outra atividade profissional concomitante ou
anterior a docência universitária?
ANA: Acho que o professor deve ter dedicação integral à docência, porém entendo que
a minha experiência foi também muito importante. A vivência nos dá confiança, a mim
foi importante.
MS: Orientaria alguns de seus alunos a seguir a carreira do magistério no ensino
superior? Que recomendação daria acerca da profissão?
ANA: Tenho como foco a formação do profissional de fisioterapia, de um sujeito com
competência e responsabilidade social. Então, penso que as duas formações não são
excludentes. Entretanto, creio que nem todos estão para a docência, assim como para
qualquer profissão. Tem que haver aquela inclinação, pois nem todo bom profissional
será um bom professor. Entendo que aos professores, na universidade, cabe conduzir a
formação do profissional, mas no sentido de que eles mesmos, tendo como base essa
formação, possam fazer as suas próprias opções de carreira.
MS: Como a senhora se vê enquanto professor universitário?
ANA: Como um profissional que gosta do que faz. Sinto-me totalmente envolvida pela
docência, com a responsabilidade de forma profissionais que façam a diferença no
mercado de trabalho.
MS: Isso quer dizer que a senhora tem orgulho de pertencer a essa categoria
profissional?
ANA: Sem duvida. A docência universitária, como já falei, envolve o compromisso com o
conhecimento, com a profissão escolhida, isto é o ponto de partida. Ainda ouço algumas pessoas
e até familiares falarem que tenho uma “boa vida” por ser professor na universidade, querendo
dizer que é uma profissão “fácil”. Isso por que tenho, de certa forma, maior facilidade em gerir
meu tempo. Acham que é só chegar na sala de aula e ministrar as aulas. Eles não têm
conhecimento das horas que me dedico a prepará-las, nos estudos e pesquisa que desenvolvo,
nas infindáveis reuniões de congregação de curso, nas exigências de publicações e nas pressões
internas. Enfim em tudo que envolve a academia.
MS: Então, professora, a imagem que a sociedade tem da docência universitária não
corresponde à realidade? Na sua percepção qual imagem é corrente nos dias de hoje?
ANA: De certa forma essa que acabei de falar. De uma “boa vida profissional”, sem
muitas atribulações e sem o compromisso com a formação profissional. Para mim, essa
imagem do “trabalho fácil” e descompromissado tem interferências serias na imagem
dos professores na universidade. Lembro-me de uma vez receber uma critica por me
ausentar para participar de um congresso em outro estado. Foi dito “que era por isso
que os profissionais saiam da universidade pouco ou nada preparados, porque os
professores viviam a passear”. Então, é difícil de entender que isso faz parte da
docência. O professor que não participa dos eventos fica desinformado e além do peso
que os eventos (qualificados, claro!), tem para a carreira docente. Claro que há ainda os
maus professores, os que têm comportamento inadequado, tanto do ponto de vista
acadêmico quanto pessoal e que colaboram para denegrir essa imagem. A situação é
muito complicada. São muitos os aspectos que envolvem essa desvalorização do
professor universitário. Mas, contraditoriamente, eu me sinto muito valorizada.
MS: Ainda em relação à imagem docente, como a senhora percebe os alunos? Que
imagem eles tem dos professores? Eles percebem a sua dedicação e compromisso com
a formação deles?
ANA: Percebo que os alunos sabem fazer a diferentes entre os professores, ouço seus
comentários e até fico um pouco chateada pelo comportamento de alguns colegas.
Como te falei, tudo isso afeta a imagem docente. Perceba que não tenho como dogma a
imagem do professor sacerdotal, sem mácula, mas não é possível aceitar o crescente
descrédito pela docência.
MS: Eu agradeço a sua colaboração.
PROTOCOLO DE ENTREVISTA
(Sara)
Entrevistado: Sara
Idade: 59
Curso: Letras
Formação: Letras – Doutorado em Lingüística
Anos de docência no ensino superior: 22 anos
Situação Funcional: 40 horas - UNAMA
Entrevistador: MS
Data: 23 de setembro de 2010
MS: Boa tarde, professora. Vamos iniciar a entrevista, com sua participação voluntária
na pesquisa que desenvolvo no Doutoramento em Ciências da Educação na
Universidade de Lisboa, sob a orientação do Professor Doutor António Nóvoa. A
intenção da entrevista é recolher a sua opinião sobre a docência universitária, sobre a
condição do trabalho docente frente às mudanças ocorridas no interior da universidade.
Lembro-lhe que as informações concedidas serão trabalhadas enquanto dados e a sua
identidade preservada pelo anonimato e confidencialidade. Como habitual nestes
processos, a transcrição da entrevista lhe será enviada para que, se necessário, faça
correções. O resultado final do estudo será entregue às instituições participantes e os
resultados disponibilizados para os interessados.
SARA: Tudo bem.
MS: De que modo caracterizaria a docência universitária?
SARA: Para mim, docência universitária é a atuação institucionalizada de um
professor, capacitado para tal, de modo a apresentar o conhecimento já consagrado em
uma comunidade e envidar esforços, junto com seus alunos, na busca de novos
conhecimentos e alternativas de solução para os problemas que o mundo enfrenta hoje.
Caracterizo a docência universitária como uma atividade responsável, atualizada e
provocadora de idéias, alternativas, postura diante do conhecimento e crítica
consciente. A docência universitária envolve, desse modo, grande esforço e atualização
por parte do professor, assim como engajamento em seu papel de orientador na busca
do conhecimento.
MS: Fale-me sobre como se sente enquanto professora no cenário atual das
universidades? Enfrenta algum dilema?
SARA: O Cenário no ensino superior padece com o enriquecimento das universidades
particulares em oposição ao baixo poder aquisitivo da grande maioria de seus alunos;
com o retórico acesso ao ensino superior público por alunos advindos das classes mais
privilegiadas; pela tecnologização de alguns cursos e as dificuldades de toda a espécie
que as licenciaturas enfrentam; pelo descompasso entre os cursos oferecidos pela
universidade e o mercado de trabalho necessário para o real crescimento de uma
comunidade; pelo evidente e crescente aumento da carga de trabalho dos docentes.
Nesse contexto, um sentimento de desestimulo e insegurança incide sobre uma grande
maioria dos docentes, nomeadamente, os que são engajados e comprometidos com a
instituição. Um dilema que particularmente afeta a minha ação docente é a falta de
valorização da linguagem como elemento articulador e construtor de todas as ações
humanas, em qualquer área do conhecimento. Embora a comunidade pareça reconhecer
esse fator, na verdade ela não busca efetivamente aperfeiçoar seu modo de dizer e se
deixa facilmente enganar por retóricas inconsistentes.
MS: A professora vislumbra possibilidades na docência universitária?
SARA: Sim. A docência universitária apesar da crescente dificuldade que atravessa,
pelos dilemas que expus e outros, continuará, pois tem um compromisso ético com a
sociedade, afinal ela existe em função de uma sociedade, sendo ela que organiza o
conhecimento cientifico, que disponibiliza de certa forma esse conhecimento para a
comunidade. Essa é a minha esperança. O conhecimento se produz de várias formas e os
docentes os formalizam dentro da universidade. Então, a docência tem uma
responsabilidade, justamente por essas questões. É ela que trabalha o conhecimento
científico.
MS: E a senhora exerce ou já exerceu outra profissão, além da docência universitária?
SARA: sim, fui professora da educação básica por 10 anos, tanto em escolas publicas
como em privadas.
MS: Qual a trajetória percorrida pela senhora para se tornar professora na universidade?
SARA: Não muito diferente de outros, entrei na universidade através de seleção.
Sempre almejei ser professor na universidade e me preparei para isso, na verdade nunca
sai da universidade. Fiz a licenciatura no curso de Letras, logo em seguida uma
especialização, posteriormente o mestrado e foi nessa época que fiz o concurso, um
pouco depois de ter concluído.
MS: Então a sua preparação para a docência ocorreu dentro da universidade? Como
aprendeu a ser professor?
SARA: É ate engraçado, mas foi mesmo assim. Claro que teve o período de estágio e
se me recordo bem, foi uma boa experiência, mas não é a mesma coisa. Também fui
monitora tanto na graduação como no mestrado e isso também foi importante. De toda
maneira acho que iniciei a docência tendo como referência a prática de dois
professores, um da graduação e outro do mestrado. Eles foram excelentes professores,
organizados, didáticos, amigos e profissionais no que faziam. Já na academia foram
sempre eles que me auxiliaram no inicio, me apoiaram e me trouxeram para o circuito
da docência na pós-graduação. Foram eles meus espelhos, minha referência.
MS: Qual a sua opinião sobre exercer outra atividade profissional concomitante ou
anterior a docência universitária?
SARA: Na especificidade da disciplina que ministro, na minha área de pesquisa, não
faz diferença ter ou não experiência. Não trabalho com as metodologias, mas acho que
em algumas disciplinas ter experiência profissional auxilia na condução da docência.
MS: Orientaria alguns de seus alunos a seguir a carreira do magistério no ensino
superior? Quais recomendações daria acerca da profissão?
SARA: Boa parte dos meus alunos gostaria de ingressar na carreira do ensino superior,
muitos deles assim pretendem e alguns têm possibilidades. Considero relevante na
atuação acadêmica à coerência entre o discurso e a ação. Por isso orientaria-os a
priorizar, em sala de aula, o desenvolvimento da criticidade, tendo em vista situações
reais de nosso cotidiano.
MS: Como a senhora se vê enquanto professor universitário?
SARA: Como um profissional, com qualificação. Procura a mediação do conhecimento,
que só pode ser feita mediante o uso do discurso. Costumo fazer a gestão do ensino em
sala de aula sempre partindo de fatos concretos, de conhecimento geral, como
propagandas de televisão, fatos políticos e do cotidiano, notícias de jornal, etc. A partir
daí, parto para a reflexão junto com os alunos e para a busca de soluções viáveis e
possíveis no nosso universo.
MS: Na sua percepção qual a imagem que a sociedade tem da docência universitária?
SARA: A imagem da docência esta atrelada a da própria universidade e hoje a imagem
que se tem e a de que esta perdendo credibilidade popular, por que a população criou
imagens negativas com as crises rotineiras, falta de profissionalismo, pesquisas,
preparação ao mercado de trabalho, imagens veiculadas principalmente pela imprensa.
O estudante cresce intelectualmente, mas, às vezes, não está preparado para enfrentar o
mundo profissionalmente, e é esse mundo, a sociedade ou alguns de seus segmentos,
que começam a questionar a eficiência da gestão universitária e conseqüentemente o
trabalho de seus docentes.
MS: E a imagem que os alunos têm dos professores universitários e a mesma?
SARA: Em parte sim, apesar de fazem parte da academia e perceberem melhor como as
coisas ocorrem. A dicotomia teoria/prática, e principalmente em sala de aula, é para
mim a questão mais evidente para a imagem negativa que os alunos tem dos
professores. Para a maioria dos alunos, não é somente um ponto crítico a ser melhorado
no ensino universitário, mas um dever para ser profissional. A preparação para o
mercado de trabalho está diretamente relacionada com a qualidade de ensino e
aplicabilidade da teoria em pratica, pois o aluno precisa saber fazer. O mercado de
trabalho exige qualificação profissional e o aluno recém formado quando se depara com
esta realidade se assusta, para entrar no mercado terá que dar o máximo de si, sempre
renovando seu conhecimento. Entretanto há os que sem forças, sentindo-se
decepcionados, entram no mercado informal, ou aceitam qualquer emprego, passando a
crer que por culpa da universidade, de seus “maus” professores não tiveram de sucesso.
MS: Eu agradeço a sua colaboração.
PROTOCOLO DE ENTREVISTA
(Paulo)
Entrevistado: Paulo
Idade: 49 anos
Curso: Matemática
Formação: Física – Doutorado em Física
Anos de docência no ensino superior: 12 anos
Situação Funcional: 40 horas
Entrevistador: MS
Data: 27 de setembro de 2010
MS: Boa tarde, professor. Vamos iniciar a entrevista, com sua participação voluntária
na pesquisa que desenvolvo no Doutoramento em Ciências da Educação na
Universidade de Lisboa, sob a orientação do Professor Doutor António Nóvoa. A
intenção da entrevista é recolher a sua opinião sobre a docência universitária, sobre a
condição do trabalho docente frente às mudanças ocorridas no interior da universidade.
Lembro-lhe que as informações concedidas serão trabalhadas enquanto dados e a sua
identidade preservada pelo anonimato e confidencialidade. Como habitual nestes
processos, a transcrição da entrevista lhe será enviada para que, se necessário, faça
correções. O resultado final do estudo será entregue às instituições participantes e os
resultados disponibilizados para os interessados.
PAULO: Muito bem.
MS: De que modo o senhor caracterizaria a docência universitária?
PAULO: Caracterizo a docência universitária como um grande desafio. Os alunos
chegam à universidade sem saber coisa alguma, parece que não passaram pela educação
básica. Não têm noções básicas. Isso é muito mau para o professor. Daí o desafio de
tentar fazer com que eles cheguem ao nível esperado no ensino superior. Com esse
intuito a primeira coisa que eu faço com meus alunos é estabelecer um dialogo aberto.
Eu tenho comigo que as pessoas não podem fazer aquilo que eles não sabem que a gente
quer que faça. Então, a primeira coisa que eu faço é dizer o que eu quero deles: hora de
trabalhar, trabalho, hora de compromisso, compromisso, sou bem exigente, mas digo-
lhes que se eu não gostar eles saberão e se eles não gostarem eu tenho que ser o
primeiro a sabê-lo. Procuro ter os critérios bem estabelecidos.
MS: Fale-me sobre como se sente enquanto professor no cenário atual das
universidades? Enfrenta algum dilema?
PAULO: Eu acho que a docência universitária meio que se perdeu, de como ela era
vista e de como ela está hoje, descaracterizada e invertida. Às vezes desvirtuou o
sentido da universidade. O nome diz por si – Ensino Superior – mas o que fazemos de
realmente de superior nesse processo se temos que lidar com alunos com grandes
deficiências. O que há de superior no aviltamento ao direito dos professores? Aos
modos como a nossa categoria profissional é questionada sobre a sua legitimidade e
pressionada a trabalhar quase de forma desumana para tentar conseguir se manter
financeiramente.
MS: O senhor vislumbra possibilidades na docência universitária?
PAULO: No sentido que acabei de falar, eu vejo algumas possibilidades para docência
universitária. Eu acredito que nós teríamos muito mais possibilidades, se fosse
resgatado o sentido da universidade e conseqüentemente da docência. Que realmente a
universidade fosse vista como um meio de se chegar a um fim, que fosse uma
instituição que realmente estivesse a serviço da comunidade e não ficasse só neste
mundinho restrito, reduzida a pesquisa muita vezes sem essência nenhuma. Uma
universidade voltada para o ensino e para a formação de profissionais. As possibilidades
de mercado de trabalho também são bem reduzidas. É só doutor e uma vaga.
MS: E o senhor exerce ou já exerceu outra profissão, além da docência universitária?
PAULO: Eu sou professor de Ensino Médio, mas iniciei minha carreira docente no
ensino fundamental a aproximadamente 19 anos.
MS: Qual a sua opinião sobre exercer outra atividade profissional concomitante ou
anterior a docência universitária?
PAULO: Muitas vezes falta para o professor universitário, principalmente o que atua
nas licenciaturas a experiência de um ensino fundamental, de lidar com alunos e com o
cotidiano escolar. Acho que a experiência profissional na área de conhecimento da
docência deveria ser critério na seleção dos docentes.
MS: Qual a trajetória percorrida pelo senhor para se tornar professor na universidade?
PAULO: Eu considero que me fiz docente universitário sendo docente do fundamental.
Como te falei, sou professor do ensino médio e já trabalhei com o fundamental, também
já dei aulas em cursinho, mas essa não foi uma boa experiência. A entrada na docência
no ensino superior foi por intermédio de um colega. Fiz a seleção. Eu vejo que quando
eu comecei na Universidade, faz uns dez, onze anos, doze, isso. Há doze anos atrás nós
trabalhávamos com alunos mais maduros e então tu eras um docente universitário em
todos os sentidos. Éramos mais docentes universitários do que agora. Tenho essa
impressão porque os alunos vinham mais sedentos, não sei se porque na época muita
gente mais madura tinha vindo para universidade, mas parece que podíamos avançar
mais, aprofundar mais, ter melhores bases de discussão, os alunos eram mais críticos.
Hoje eles não querem muito compromisso, eles não querem muita discussão.
MS: De que maneira se preparou para a docência na universidade? Como aprendeu a
ser professor?
PAULO: Como te falei, já era docente antes de entrar na universidade e continuo a ser
no ensino médio, então não posso dizer que fiz preparo especifico. Na verdade com os
alunos há pouca diferença, o que muda mais é a parte administrativa, mas como trabalho
em uma universidade particular, que é muito organizada administrativamente, não vejo
mesmo diferença.
MS: o senhor não teve alguma referência, um professor que admirava?
PAULO: sim muitos, mas não posso dizer que foram referências na docência na
universidade, como disse já tinha muitos anos de pratica, eu fui a minha referência.
MS: Orientaria alguns de seus alunos a seguir a carreira do magistério no ensino
superior? Quais recomendações daria acerca da profissão?
PAULO: O curso de matemática é muito mais para formar o professor do que para a
formação do matemático, do pesquisador. Falo sempre a eles da importância de atuar
em todos os níveis de ensino e da importância do docente de matemática ser qualificado
e competente. Sempre os estimulo a prosseguir nos estudos e ir a busca de titulação e
qualificação.
MS: Como o senhor se vê enquanto professor universitário?
PAULO: Eu tinha vontade de expandir essa minha docência. Ter outras experiências,
até em outras universidades, mas eu sinto que está tão difícil, até pela minha formação.
As licenciaturas estão passando por uma crise muito grande e eu nem sei se é crise,
porque crise vem e passa, não sei se não é caos. Não sei se esta crise vai passar e nós
vamos voltar a ter esperanças numa licenciatura. Mas eu vejo que o sistema não nos
ajuda, enquanto professor de uma licenciatura. Já fomos mais valorizados enquanto
formadores de professores. Isso dá uma tristeza porque tu vês que o pessoal quer, mas
não tem tesão para vir. É um balde de água fria em cima do outro. A mídia não nos
ajuda em nada e ainda nos atrapalha. Quando faz uma reportagem é para meter pau e
estragar tudo. Nunca tem nada bom. As universidades têm professores ótimos e isso não
aparece. Aparece o que é negativo e isto é uma defasagem na nossa imagem.
MS: O senhor poderia me explicar melhor isso, ou seja, na sua percepção qual a
imagem que a sociedade tem da docência universitária?
PAULO: Como já falei, há docentes de qualidade, com compromisso e dedicação, mas
há outros que não deveram estar na academia e justamente esses podem comprometer a
imagem docente. A maioria dos professores universitários não passa por processos de
formação pedagógica, assim sua prática fica delineada por suposições de um saber fazer
próprio da profissão docente. Há também as questões que envolvem o formação
profissional e a inserção no mercado do trabalho. É corrente que a universidade não esta
preparando profissionais de acordo com as exigências do mercado de trabalho, isso
devido entre outros fatores à massificação do ensino superior. Essa falta de qualificação,
por vezes acorre pelas deficiências que os alunos já trazem da educação básica. No final
a culpa recai nos docentes.
MS: E os alunos? Que imagens têm dos professores universitários?
PAULO: Ás vezes a questão esta na expectativa do aluno. Eles querem ter sucesso e
quando não conseguem a culpa é sempre dos “maus” professores. A desvalorização
docente esta atrelada a desvalorização da educação. O reconhecimento profissional dos
professores depende, em parte, da postura que assumimos, tanto junto à universidade,
como junto aos alunos. Acho que é por ai.
MS: Eu agradeço a sua colaboração.
PROTOCOLO DE ENTREVISTA
(Mateus)
Entrevistado: Mateus
Idade: 57
Curso: Odontologia
Formação: Odontologia – Especialista
Anos de docência no ensino superior: 19 anos
Situação Funcional: 40h Adjunto
Entrevistador: MS
Data: 29 de setembro de 2010
MS: Boa tarde, professor. Vamos iniciar a entrevista, com sua participação voluntária
na pesquisa que desenvolvo no Doutoramento em Ciências da Educação na
Universidade de Lisboa, sob a orientação do Professor Doutor António Nóvoa. A
intenção da entrevista é recolher a sua opinião sobre a docência universitária, sobre a
condição do trabalho docente frente às mudanças ocorridas no interior da universidade.
Lembro-lhe que as informações concedidas serão trabalhadas enquanto dados e a sua
identidade preservada pelo anonimato e confidencialidade. Como habitual nestes
processos, a transcrição da entrevista lhe será enviada para que, se necessário, faça
correções. O resultado final do estudo será entregue às instituições participantes e os
resultados disponibilizados para os interessados.
MATEUS: Sim.
MS: De que modo o senhor caracterizaria a docência universitária?
MATEUS: A docência universitária na área da saúde nos últimos anos teve um salto
positivo muito grande. Nós tivemos e ainda temos historicamente profissionais que
davam aula. Então, nós tínhamos médicos que davam aula, dentistas que davam aula e
geralmente, profissionais que, em princípio, eram bem sucedidos na sua prática, em
clínica, nos seus consultórios. Isto felizmente mudou, porque hoje nós temos os
professores das diferentes áreas da saúde com uma inserção muito importante na área
pedagógica e isto tem feito sem dúvida diferença na formação do nosso egresso. Os
docentes passaram a ter uma visão muito maior em termos pedagógico, especialmente
no momento em que passa da questão somente ensinar uma prática para um processo de
aprender a aprender. Eu acho que isto é um grande ganho, as Diretrizes Curriculares
Nacionais que foram avanços sem dúvida nenhuma para a docência universitária. É
nessa perspectiva que caracterizo a docência, com o compromisso.
MS: Fale-me sobre como se sente enquanto professor no cenário atual das
universidades? Enfrenta algum dilema?
MATEUS: Pensando assim em termos de país nós tivemos um boom de universidades,
entretanto, vejo que a universidade ainda carece de algumas coisas. Posso falar da
minha área onde ainda nós não temos a compreensão por parte do docente da
importância de uma universidade transformadora. Então a transformação da
universidade, da prática docente, é uma necessidade imperiosa. Especialmente, na área
da saúde onde os docentes ainda estão fechados, onde a estrutura organizacional ainda é
feita de forma compartimentalizada e não se consegue avançar pela organização
interdisciplinaridade. Na área da saúde e na Odontologia, o grande dilema que nós
vivemos é de tu fazer com que o aluno compreenda que a formação dele é maior do que
boca e dentes. Esse é o grande dilema que nós temos. Como eu trabalho nos primeiros
semestres isto é mais forte.
MS: O senhor vislumbra possibilidades na docência universitária?
MATEUS: Eu sou um entusiasmado com a questão da docência universitária da área da
saúde. Eu acho que a gente tem hoje um grupo de professores que estão mais bem
qualificados, que fazem pesquisa e que a produção científica tem ampliado. Eu acho que
a docência na área da saúde começa a ter a compreensão de que seu papel é muito maior
que formar um técnico. Tornam-se docente 40horas, fazendo pesquisa, a profissão dele
é docente universitário. Mesmo que isso implique abdicar de algumas coisas, pois a
docência não nos dá suficientemente recursos financeiro, comparando com outras áreas
profissionais, mas eu vejo que pelo nos últimos dez anos houve um crescimento nesse
sentido.
MS: E o senhor exerce ou já exerceu outra profissão, além da docência universitária?
MATEUS: Sim, trabalhei com consultório muitos anos, mas hoje tenho só me dedico a
docência.
MS: Qual a sua opinião sobre exercer outra atividade profissional concomitante ou
anterior a docência universitária?
MATEUS: Acho que a experiência profissional é imprescindível para a realização da
docência. A ligação teoria prática fica mais real e participativa se o docente tem
vivência. Na área de saúde, na odontologia é quase obrigatória essa experiência. Para
essa área não deve existir essa coisa de dedicação exclusiva, mas é claro que os
docentes não devem priorizar o exercício de outra atividade em relação à docência. As
duas atividades devem ser importantes e exercidas com compromisso e competência.
MS: Qual a trajetória percorrida pelo senhor para se tornar professor na universidade?
MATEUS: Como falei anteriormente, trabalhei quase 15 anos no consultório, em uma
clinica cooperada que recebia alunos estagiários. O contato com seus supervisores me
levou a universidade e depois fui contaminado pela docência. Me vejo mais docente do
que odontólogo.
MS: De que maneira se preparou para a docência? Como aprendeu a ser professor?
MATEUS: No inicio não foi tão fácil, mais tive apoio de um colega e isso foi muito
importante. As coisas foram acontecendo e eu me tornei o professor que hoje sou.
Todos temos referências dos professores que passaram em nossas vidas e que marcaram
positivamente, mas há os que foram experiências negativas, e também tento não
cometer os mesmos erros. Acho mesmo que é isso, temos na memória os bons e maus
professores e esse é um recurso do espelho ou algo parecido com isso.
MS: Orientaria alguns de seus alunos a seguir a carreira do magistério no ensino
superior? Quais recomendações daria acerca da profissão?
MATEUS: Dentre os elementos que envolvem a docência um deles é a compreensão
por parte do docente das suas limitações em termos de conhecimento, forçando que ele
sempre busque se reciclar, se aprofundar no conhecimento. Diria isso a meus alunos,
mas não percebo neles a inclinação para esse caminho profissional. O que consigo
perceber é a intenção de “ganhar muito dinheiro” com a odontologia clinica.
MS: Como o senhor se vê enquanto professor universitário?
MATEUS: O grande desafio para mim é conseguir fazer para esse aluno o que meus
professores não fizeram comigo, na minha formação. Penso que meu compromisso
ultrapassa a mera formação prática para um exercício profissional, pois busco forma o
profissional que enxergue o ser humano por trás de uma boca. Assim que me vejo, como um
professor que se constrói a cada dia e que se dedica com o que faz.
MS: Na sua percepção qual a imagem que a sociedade tem da docência universitária?
MATEUS: Acho que boa, apesar de não ser uma profissão cobiçada pelas obvias
questões financeiras e até sociais. Como sem os docentes não há formação na área
odontológica, há de certa forma um respeito aos docentes.
MS: E os alunos? Que imagens têm dos professores universitários?
MATEUS: Mesmo quando não são tão professores assim, de modo geral são bons
profissionais, a grande maioria tem nome, por isso eles têm uma boa imagem.
MS: Obrigada professor, agradeço a sua colaboração.
PROTOCOLO DE ENTREVISTA (Ruth)
Entrevistado: Ruth
Idade: 56
Curso: Ciências da Educação
Formação: Pedagogia- Doutorado em Educação
Anos de docência no ensino superior: 22 anos
Situação Funcional: 40h
Entrevistador: MS
Data: 01 de outubro de 2010
MS: Boa tarde, professora. Vamos iniciar a entrevista, com sua participação voluntária
na pesquisa que desenvolvo no Doutoramento em Ciências da Educação na
Universidade de Lisboa, sob a orientação do Professor Doutor António Nóvoa. A
intenção da entrevista é recolher a sua opinião sobre a docência universitária, sobre a
condição do trabalho docente frente às mudanças ocorridas no interior da universidade.
Lembro-lhe que as informações concedidas serão trabalhadas enquanto dados e a sua
identidade preservada pelo anonimato e confidencialidade. Como habitual nestes
processos, a transcrição da entrevista lhe será enviada para que, se necessário, faça
correções. O resultado final do estudo será entregue às instituições participantes e os
resultados disponibilizados para os interessados.
RUTH: Sinto-me satisfeita por estar participando da sua pesquisa.
MS: De que modo a senhora caracterizaria a docência universitária?
RUTH: A docência é responsável pela formação humana e técnica dos alunos. Os
professores universitários devem ser produtores e incentivadores do conhecimento, mas
não podem perder de vista a responsabilidade com a formação humana e integral dos
seus alunos. A docência deve ser caracterizada pela dedicação, compromisso e empenho
com a realização do trabalho na universidade. Deve também manter uma postura crítica
e desafiadora frentes os recentes contornos políticos que as instituições vem adotando
em face das políticas intervencionistas e manipuladora do Estado. A universidade
deveria ser responsável pela disseminação e pela busca de novos conhecimentos. Mas
vejo que, na verdade, sua atuação está atrelada a interesses de grupos dominantes, que
ditam os procedimentos da universidade como uma empresa que apenas visa ao lucro.
Um desvio histórico da sua concepção. Entendo que o exercício profissional do
professor define-se como o efetivo exercício profissional docente no espaço em que se
realizam os cursos de graduação e pós-graduação. Em outras palavras, a docência
universitária envolve atividade de ensino, pesquisa e extensão sob a luz de uma
pedagogia e de uma didática universitária com as quais o professor pode contar
atualmente, como fonte de reflexão, na perspectiva de repensar sua intervenção
pedagógico-didática e explorar as possibilidades de novas formas de ensinar que
propiciem efetivamente a aprendizagem, e conduzem ao real alcance dos objetivos
determinados para a educação superior.
MS: Fale-me sobre como se sente enquanto professora no cenário atual das
universidades? Enfrenta algum dilema?
RUTH: Muitos são os dilemas. Entre eles destaco a intensificação do trabalho docente
a exemplo o aumento da carga horária de trabalho com planejamento, correções,
estudos, reuniões, exigências burocráticas para além, muitas vezes, do suportável; a
crescente desvalorização que envolve desde uma formação continuada inadequada,
pois na maioria das vezes não atende às suas necessidades, interesses até a falta ou
precariedade de recursos materiais, bibliográficos, tecnológicos que enriquecem e
complementam seu trabalho, passando pelo número de alunos em sala de aula,
assessoramento pedagógico, salário; a falta de incentivo e investimento na pesquisa, ou
quando estes existem é para as áreas “prioritárias”, as que tem maiores repercussão e
podem gerar mais investimento para a instituição, o que provoca a desmotivação, o
desestímulo do professor para tal; o despreparo dos alunos para o enfrentamento com o
ensino superior, onde é perceptível o descompasso entre as exigências e demandas
postas para o ensino superior, em especial, capacidades cognitivas e a falta de pré-
requisitos com que os alunos chegam a ele. Conhecimentos, habilidades, capacidades,
saberes, hábitos, atitudes, que deveriam servir de suporte e requisito básicos para o
ensino superior não são ou são precariamente desenvolvidos. E os vazios pedagógicos,
as omissões, as ênfases dadas para alguns campos do conhecimento, afetam
significativamente o desempenho dos alunos nos cursos de graduação.
MS: A senhora vislumbra possibilidades na docência universitária?
RUTH: Entre as possibilidades para a docência universitária destaco trabalhar com a
perspectiva de coletividade junto ao conjunto dos professores dos cursos na
reconfiguração de um currículo que efetivamente inspire ações interdisciplinares que
exigem diálogo e parceria. E necessário ampliar a compreensão e a visão dos conteúdos
básicos para o exercício da docência, bem como criar espaço, no cotidiano da relação
pedagógica, para a dinamização de metodologias que conduzam a aprendizagens
significativas tendo como referência o domínio dos conhecimentos necessários, a
definição e o desenvolvimento de conteúdos comprometidos com as necessidades
concretas do contexto social em que os alunos desenvolverão seu ofício. Entendo que a
docência deve articular, no processo de formação, os conceitos de competência e
qualidade nucleares em toda ação docente realizada através da estreita relação entre as
dimensões humana, técnica, político-social, ética, estética. E preciso revitalizar os
processos de avaliação e assumir a pesquisa como geradora da reorganização,
reconstrução de conhecimentos, dando-lhes novos significados.
MS: E a senhora exerce ou já exerceu outra profissão, além da docência universitária?
RUTH: Sim, fui professora no ensino fundamental, diretora de escola e assumi
atividades de supervisão escolar, isso tudo por 12 anos.
MS: Qual a sua opinião sobre exercer outra atividade profissional concomitante ou
anterior a docência universitária?
RUTH: Em algumas áreas acho que deveria ser condição para o exercício da docência
universitária, para outras acho que é dispensável, mas, todavia do ponto de vista da
relação teoria-prática acho relevante ter experiência profissional, pois hoje, mais do que
nunca, é preciso recuperar o sentido de unidade, de totalidade, uma vez que nenhuma
forma de conhecimento se dá de modo aleatório, sem integrações, interações,
vinculação com outras formas de conhecimento. Entendo que a docência deve ter
prioridade como atividade profissional para que ela possa ser desenvolvida com
seriedade e competência.
MS: Qual a trajetória percorrida pela senhora para se tornar professor na universidade?
RUTH: O percurso percorrido por mim foi trilhado por minha consciência de ser um
profissional de educação e nunca ter me desviado da prática pedagógica, ao contrário,
exigiu que eu assumisse cada vez mais um compromisso social. Assim, entendo que o
ingresso na universidade foi conseqüência desse compromisso que me fez sempre ir a
busca de qualificação e melhoria da minha prática. Ingressei por concurso público e já
na academia sempre busquei me envolver em pesquisa e atividades acadêmicas que
pudessem me auxiliar no cotidiano. Entrar na universidade não foi difícil, o mais
complicado é se manter lúcido e atuante em um ambiente que as relações pesadas e a
intensificação do trabalho colaboram para o crescente mal estar docente.
MS: E de que maneira se preparou para a docência? Como aprendeu a ser professora?
RUTH: A minha vida toda é de preparação para a docência. Não vejo grande diferença
de ser docente na universidade ou em uma escola. As dificuldades são quase da mesma
ordem, o empenho deve ser o mesmo, pois afinal o que se quer é contribuir na formação
dos alunos.
MS: Mesmo tempo em vista o cenário apontado pela senhora, orientaria alguns de seus
alunos a seguir a carreira do magistério no ensino superior? Quais recomendações daria
acerca da profissão?
RUTH: Pelo próprio cominho que percorri até chegar à academia, não orientaria para
diretamente ingressarem na docência do ensino superior, pois apesar de atuar em um
curso de formação de professores, a grande maioria dos alunos nele inseridos não têm
qualquer experiência com a docência. Eu diária até que quase nenhuma intenção em
atuar como professores. Para alguns foi a maneira de entrarem no ensino superior e
darem uma satisfação imediata em casa, mas pretendem buscar outra formação
profissional. Então, não vejo sentido nessa abordagem.
MS: Como a senhora se vê enquanto professor universitário?
RUTH: Em uma época em que o volume de conhecimento e de informações passa por
um crescimento sem precedentes, em que o saber científico e tecnológico torna-se um
poderoso trunfo para que o humano possa movimentar-se num contexto social a
profissão docente torna-se difícil. Não só pela especificidade pedagógica que a profissão
exige, mas também por fatores sociais que passa pelo reconhecimento e valorização da
docência. Nesse contexto acho que, apesar das dificuldades sou uma profissional bem
sucedida. Tenho compromisso e dedicação com o que faço e busco contribuir na
formação dos meus alunos. Tenho um papel social a cumprir que envolvem questões
éticas e compromisso com a ciência, além do empenho em contribuir na formação do
ser humana, do cidadão.
MS: Na sua percepção qual a imagem que a sociedade tem da docência universitária?
RUTH: Atualmente a sociedade exige que a universidade faça mais e melhor e essa
exigência internamente é legada aos seus professores, só que isso não vem ocorrendo,
ou seja, as criticas advindas de todos os lado apontam para a ineficiência da educação
superior, para a formação profissional de seus egressos. Nessa linha de pensamento,
penso que a imagem que a população, de modo geral, tem da docência está atrelada a
própria ineficiência da universidade uma vida mais digna, através da melhor
qualificação profissional, competitividade no mercado de trabalho, daí a cobrança e o
descrédito quando isso não ocorre. Então a imagem não é boa.
MS: E os alunos? Que imagens têm dos professores universitários?
RUTH: Aqui é um pouco diferente, pois os alunos têm imagens mais pessoais dos
professores, alguns eles admiram quer por característica pessoais, como pessoa, quer
pela competência profissional ou até um misto dos dois aspectos. Outros não são
respeitados por um ou outro aspecto. Percebo que os alunos das licenciaturas já sabem o
que esperar da carreira docente, apesar de acharem que a docência universitária é mais
“fácil”. Ao contrário, os alunos dos cursos de bacharelados, cursos de formação mais
técnica, acham a profissão docente, nem é bem uma profissão. Percebem-na como
desvalorizada, sem prestígio social. Também há os que têm como referencia a imagem
do professor dócil e amigo, que tem todas as respostas, que trabalha com prazer mesmo
ganhando muito pouco. Aquela figura sacerdotal do século passado, pois nem os
sacerdotes agem assim hoje. Tudo é muito conflituoso quando se fala na imagem
docente.
MS: Obrigada professora, agradeço a sua colaboração.
PROTOCOLO DE ENTREVISTA
(Thiago)
Entrevistado: Thiago
Idade: 53
Curso: Psicologia
Formação: Psicologia - Doutorado em Psicologia
Anos de docência no ensino superior: 23 anos
Situação Funcional: 40h - UNAMA
Entrevistador: MS
Data: 04 de outubro de 2010
MS: Boa tarde, professor. Vamos iniciar a entrevista, com sua participação voluntária
na pesquisa que desenvolvo no Doutoramento em Ciências da Educação na
Universidade de Lisboa, sob a orientação do Professor Doutor António Nóvoa. A
intenção da entrevista é recolher a sua opinião sobre a docência universitária, sobre a
condição do trabalho docente frente às mudanças ocorridas no interior da universidade.
Lembro-lhe que as informações concedidas serão trabalhadas enquanto dados e a sua
identidade preservada pelo anonimato e confidencialidade. Como habitual nestes
processos, a transcrição da entrevista lhe será enviada para que, se necessário, faça
correções. O resultado final do estudo será entregue às instituições participantes e os
resultados disponibilizados para os interessados.
THIAGO: Perfeito.
MS: De que modo o senhor caracterizaria a docência universitária?
THIAGO: A docência universitária apesar de envolver uma gama de atividades, talvez
a mais característica seja a própria sala de aula. A sala de aula é uma das principais
dimensões, mas é obvio que tem a ver com preparação de aula também, tem a ver com a
forma que seria bem específico da metodologia que tu usas para desenvolver conteúdo,
tem a ver com pesquisa. Essa pesquisa que tu podes fazer com o aluno dentro da sala de
aula para desenvolver o conteúdo, mas também é uma pesquisa que tu fazes para te
manter atualizado em relação ao que tu estás desenvolvendo ou até aprimorando aquilo
que tu estás desenvolvendo. Na docência precisaria um maior investimento de
renovação do conhecimento. A renovação do conhecimento se dá mais pela via da
pesquisa, da produção, quando o aluno se envolve com todo o movimento que significa
pesquisar. Penso que a docência também está relacionada com a forma como tu te
relacionas com a instituição onde tu estás. Isso influencia a tua atuação docente, a tua
inserção na instituição, a forma como a instituição se relaciona contigo, a concepção
que a instituição tem em relação a ensino, o lugar do ensino nessa instituição.
MS: Fale-me sobre como se sente enquanto professor no cenário atual das
universidades? Enfrenta algum dilema?
THIAGO: A crise da universidade me atinge e houve um momento que eu não estava
mais fazendo o que tinha que fazer que era dar aula direitinho, cumprir toda burocracia
e aquilo começou a me deixar muito mal porque não tem a ver comigo, mas começou
a acontecer, não tinha vontade, diminuía as aulas, terminava antes, não conseguia. Mas
isto não sou eu. Então, essa crise que afeta diretamente a gente, porque ela á uma crise
econômica, mas também é uma crise moral. A gente está vivendo isso, por uma série de
coisas, por uma má administração, por uma falta de identidade da instituição, com o que
ela faz, com o que ela produz. Ela produz conhecimento, mas ela não se identifica com
isso, não prioriza isso. Acho que nós estamos vivendo um momento muito específico,
que atinge e compromete a prática docente.
MS: Mesmo com a vivência desse momento, que o senhor caracteriza como específico,
que possibilidades vislumbra na docência universitária?
THIAGO: Eu estou bem entusiasmado com um novo projeto de extensão e aí investir
um pouco mais em pesquisar o que eu quero. Parece que eu estou vislumbrando uma
certa renovação. Eu comecei a estudar sobre Psicoterapia, o meu doutorado tem a ver
com isso. Comecei a me encontrar com outras pessoas que estavam fazendo e a gente
começou a desenvolver esse projeto. Essas mudanças que a gente está tendo em termos
de concepções, com os novos direcionamentos, essa coisa de conseguir me relacionar
mais, sair da disciplina, me inter relacionar com outras áreas do conhecimento e
questionar mais isso. Acho que eu vinha trabalhando de forma mecânica até em
determinado momento. Estou vendo a inserção, a possibilidade de trocar com outras
áreas, sair um pouco da coisa mais fechada que às vezes a gente tem com a disciplina é
uma coisa legal. Atualizar isso de processo, de eixos. Na Psicologia a gente não
conseguiu fazer isso muito ainda. Muito difícil sair daquela idéia da matriz, da
disciplina, da avaliação de cada um, a gente se isola muito. Eu não sei se é uma
característica nossa, da nossa formação, da nossa profissionalização, que talvez em
outras áreas tu não vês isso desse jeito, da individualização em relação à produção do
conhecimento e abrir um pouco mais e sair dessas coisas mais rançosas da área, que só
consegue enxergar a aplicabilidade ali. Então, eu acho que vislumbro que eu vá me re-
posicionar um pouco nesta questão de produzir, numa posição mais de pesquisa e de
poder trocar com os meus próprios colegas, uma posição menos individualista, não só
com meus colegas, mas com outras áreas que tangenciam, que se relacionam conosco na
questão da Psicologia.
MS: E em relação aos docentes de modo geral?
THIAGO: Uma coisa que me questionando muito, a forma como estou vendo eles
trabalharem os conteúdos. Não há dialogo entre nós, é cada um por si. E isso
compromete a formação profissional do aluno. Eu acho que deveria haver uma maior
aproximação entre a gente, daquilo que a gente produz como conhecimento, que a gente
gera como conhecimento dentro das nossas áreas, e com as outras áreas. Às vezes eu
acho os professores na universidade, têm uma teorização que não condiz com a
realidade, com as necessidades sociais, com o conhecimento produtivo. O que é um
conhecimento produtivo? É aquele que se torna aplicável, que o aluno consegue
transformar em algo aplicável.
MS: O senhor exerce ou já exerceu outra profissão, além da docência universitária?
THIAGO: Sou terapeuta, tenho um consultório.
MS: Qual a sua opinião sobre exercer outra atividade profissional concomitante ou
anterior a docência universitária?
THIAGO: Isso é extremamente necessário na psicologia. Sim, também é relevante em
todas as áreas.
MS: Qual a trajetória percorrida pelo senhor para se tornar professor na universidade?
THIAGO: Era um desejo antigo que guardo desde a minha infância, mas a
oportunidade de mais uma profissão influenciou meu ingresso na docência, aí
quando decidi que era a hora fui atrás de cursos de pós-graduação e com o mestrado
consegui ingresso na docência. A docência me auxilia muito na carreira profissional,
a questionar aquilo que eu sei, a me perguntar outras coisas, até querer buscar outras
coisas.
MS: E de que maneira se preparou para a docência? Como aprendeu a ser professor?
THIAGO: O curso de pós-graduação em docência no ensino superior foi muito
importante. Tu aprendes muita coisa, mas também observa a prática dos teus
professores. Acho que esse foi meu caminho inicial, o resto veio com a prática, mas
sempre me pergunto se estou fazendo a coisa certa, me questiono o tempo todo.
MS: Orientaria alguns de seus alunos a seguir a carreira do magistério no ensino
superior? Quais recomendações daria acerca da profissão?
THIAGO: O que eu digo sempre para os alunos em sala de aula e que eles tem que se
torna um profissional, mesmo que ele seja autônomo, seja empregado, e que devem
responder às demandas sociais e aí eu não sei até que ponto isso está na cabeça deles. Se
entrarem para a docência é conseqüência.
MS: Como o senhor se vê enquanto professor universitário?
THIAGO: O momento que estou vivendo hoje é para me perguntar sobre como ensinar,
o que fazer, como e quem eu estou formando, como estou administrando isso. Eu estou
muito na batida de quem está fazendo pesquisa, que está se perguntando sobre essas
questões e isso talvez esteja refletindo, mesmo que não diretamente, no conteúdo que
estou trabalhando. Talvez eu esteja nesse impasse e isso aparece na sala de aula, de
questionar o que eu estou desenvolvendo.
MS: Na sua percepção qual a imagem que a sociedade tem da docência universitária?
THIAGO: O fato de a universidade estar em crise, uma crise incompreensível para a
sociedade de modo geral, como chegou a esta situação, causa mal estar, até de
descaracterização da nossa própria profissão, dos nossos objetivos, dos nossos próprios
princípios, das questões éticas. A lógica é a do mercado, e isso para a sociedade parece
que somos nós professores. Nós é que não formamos bem o aluno, o profissional. Acho
isso muito complicado, não sei se isso tem solução, se a gente tem que se acostumar
com isso. A gente é meio apático o que é bastante problemático porque a apatia é pior
que qualquer coisa. É pior que fazer o enfrentamento é pior que tu não fazer, a apatia é
quase uma depressão.
MS: E os alunos? Que imagens têm dos professores universitários?
THIAGO: Os alunos não gostam dos professores que os fazem pensar. Eu digo para
eles: vocês têm que conhecer teorias por primeiro. Não dá para negar toda a produção
do conhecimento. Tu tens que conhecer os clássicos. Tu podes dizer – eu não me
identifico com isso, isso não responde às minhas perguntas, eu prefiro outras teorias.
Mas, a priori essa intolerância em relação aos clássicos, aos conhecimentos da área, eu
acho isso ignorância. Então acho que a minha imagem também não é lá muito boa.
MS: Obrigada, agradeço a sua colaboração.
PROTOCOLO DE ENTREVISTA
(Maria)
Entrevistado: Maria
Idade: 45
Curso: Engenharia civil
Formação: Engenharia civil – Doutora
Anos de docência no ensino superior: 19 anos
Situação Funcional: 40 h
Entrevistador: MS
Data: 06 de outubro de 2010
MS: Boa dia, professora. Vamos iniciar a entrevista, com sua participação voluntária na
pesquisa que desenvolvo no Doutoramento em Ciências da Educação na Universidade
de Lisboa, sob a orientação do Professor Doutor António Nóvoa. A intenção da
entrevista é recolher a sua opinião sobre a docência universitária, sobre a condição do
trabalho docente frente às mudanças ocorridas no interior da universidade. Lembro-lhe
que as informações concedidas serão trabalhadas enquanto dados e a sua identidade
preservada pelo anonimato e confidencialidade. Como habitual nestes processos, a
transcrição da entrevista lhe será enviada para que, se necessário, faça correções. O
resultado final do estudo será entregue às instituições participantes e os resultados
disponibilizados para os interessados.
MARIA: De acordo.
MS: De que modo a senhora caracterizaria a docência universitária?
MARIA: Caracterizo como qualquer outro profissional, que deve ter comprometimento
e dedicação no seu fazer. Como formador de profissionais, o docente universitário
precisa estar constantemente revendo suas práticas pedagógicas, e neste ir e vir é que
está à possibilidade de reconstruir sua atitude docente, como também, o contexto em
que atua, principalmente quando tem a possibilidade de estar trocando, conversando,
com os demais professores e alunos, ou seja, na especificidade das situações vividas na
prática pedagógica, os professores devem estabelecer relações pessoais, interpessoais e
sociais, com a intencionalidade pedagógica e educativa. A docência para mim implica o
desenvolvimento de competências que acentuem a minha capacidade de observar; de
analisar, interpretar e compreender o que se passa em sala de aulas, possibilitando-me
interagir e propor situações concretas de aprendizagem.
MS: Fale-me sobre como se sente enquanto professora no cenário atual das
universidades? Enfrenta algum dilema?
MARIA: Considero a docência o centro da minha vida profissional. Acho que muitas
coisas estão mudando e tantas outras ainda vão mudar. O ambiente na universidade já
não é mais o mesmo de quando entrei, e isso não saudosismo, pois acredito na evolução,
o que quero dizer e que já esta um pouco demais tanta pressão. É publicação,
produtividade, pesquisa, atividades representativas, colegiadas, funções administrativas,
entre tantas outras que é difícil enumerá-las aqui. Atuo como docente em função dos
alunos, a interação com eles é o meu principal motivador. E isso é colocado de lado na
universidade.
MS: Que possibilidade vislumbra na docência universitária?
MARIA: Vislumbro crescimento e valorização na carreira. Entendo que o quadro atual
é passageiro e que tomaremos rumos melhores. Percebo que os professores buscam cada
vez mais se aperfeiçoar. Sinto que há uma preocupação maior com a forma de ensinar,
com as pedagogias ou com o que podemos chamar de uma pedagogia universitária.
Hoje conversamos mais entre nós, trocamos mais idéias e informação, ou seja, há uma
relação de partilha, principalmente no campo da pesquisa.
MS: A senhora exerce ou já exerceu outra profissão, além da docência universitária?
MARIA: Trabalhei na Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia como
técnico na área de formulação de planos e diretrizes para o desenvolvimento regional.
MS: Qual a sua opinião sobre exercer outra atividade profissional concomitante ou
anterior a docência universitária?
MARIA: A experiência profissional, no meu caso, possibilitou ter um conhecimento
prático do conteúdo que ministro em sala de aula, com capacidade de através das
associações mostrar a importância do conteúdo da minha disciplina para o profissional
que está se formando. Toda a teoria da sala de aula se transforma em prática com os
exemplos que posso dar com base na minha experiência prática.
MS: Qual a trajetória percorrida pela senhora para se tornar professora na universidade?
MARIA: Iniciei a carreira docente num período de substituição de um professor na
universidade, que coincidiu justamente com a conclusão da minha especialização. Na
ocasião já tencionava dar continuidade na minha qualificação, com o mestrado. No
período como professora substituta, fiz a seleção para o mestrado e logo após a seleção
para a Universidade. Já na academia fiz doutorado e a pouco conclui o pós-
doutoramento.
MS: E de que maneira se preparou para a docência? Como aprendeu a ser professora?
MARIA: Observando bons professores. Minha referência inicial foi os professores que
tive, então tentei imitá-los. Depois com o tempo fui trilhando meu próprio caminho,
construindo minha prática docente. Também busquei me prepara com leituras e as
conversas com os colegas sempre é de grande auxílio.
MS: Orientaria alguns de seus alunos a seguir a carreira do magistério no ensino
superior? Quais recomendações daria acerca da profissão?
MARIA: Além de conhecimento e domínio de conteúdo, é responsabilidades do
professor ser exemplo para os alunos não só nas questões éticas, mas também
profissionais. O professor tem obrigação de ser um profissional de mercado muito
capaz em sua área, para que os alunos também assim o queiram ser.
MS: Como o senhor se vê enquanto professor universitário?
MARIA: A docência é uma profissão que me satisfaz plenamente. Sem dúvida é um
trabalho cansativo que toma todos meu tempo, pois alem de preparar as aulas, estou
envolvido em pesquisa e em produzir textos e artigos, mas não o faço como obrigação,
não entro no circuito de produtividade de alguns colegas. Sinto-me cotidianamente
desafiada e estimulada a mediar a construção do conhecimento com meus alunos,
perceber suas reais necessidades.
MS: Na sua percepção qual a imagem que a sociedade tem da docência universitária?
MARIA: Percebo que somos vistos de forma diferente dos professores da educação
básica, de certa forma há uma distinção maior ao professor universitário, apesar de não
termos um status elevado na sociedade. O que quero dizer é que já foi melhor, ser
professor da universidade era prestigio e hoje não tanto e acho que isso é devido a crise
que atinge as universidade, tem haver com a falta de qualificação dos profissionais que
são colocados no mercado de trabalho. Há que se definir no interior dos cursos que tipo
de profissionais queremos formar e trabalhar nessa perspectiva de forma conjunta, pois
o que temos são professores trabalhando isoladamente. Tudo isso colabora com a
imagem docente.
MS: E os alunos? Que imagens têm dos professores universitários?
MARIA: Acho que as imagens são individualizadas. Vou te dar um exemplo. Os
alunos conversam entre si, trocam informações e falam dos professores. Unem as
características do bom profissional, qualificado, competente com a pessoa do professor,
ou seja, sabem reconhecer bons professores. Infelizmente a forma de organização da
universidade não os permite escolher com quem querem fazer as disciplinas se
pudessem teríamos como visualizar isso. Essa massificação que ai está impede um
pouco a boa docência e a formação dos alunos. Não há como, com o número de alunos
que temos em sala de aula e com o número de turmas fazer um trabalho diferenciado,
individualizado. Não dá para conhecer nossos alunos, ai fica difícil.
MS: Obrigada professora, agradeço a sua colaboração.
UNIVERSIDADE DE LISBOA
INSTITUTO DE EDUCAÇÃO
Doutoramento em Educação
Especialidade em Administração e Política Educacional
IMAGEM E IDENTIDADE:
Estudo sobre o professor universitário
ANEXO 11
Tabelas
Tabela 02 Distribuição dos inquiridos por faixa-etária
Faixa etária Percentual
entre 20 – 29 anos 3,9
entre 30 – 39 anos 18,8
entre 40 – 49 anos 33,7
entre 50 – 59 anos 30,4
acima de 60 anos 13,3
Total 100,0 Fonte: Dados dos inquéritos aplicados de 04/10 a 03/12 de 2010 - Elaboração própria.
Tabela 03 Distribuição dos professores
inquiridos por Titulação
Titulação Percentual
Especialização 12,6
Mestrado 49,2
Doutorado 33,7
Pós-Doutorado 4,5
Total 100,0
Fonte: Dados do inquérito aplicado aos Docentes de 04/10 a 03/12 de 2010 - Elaboração própria.
Tabela 04 Tempo de Docência Universitária e
Situação Funcional
Variáveis Percentual
Tempo de docência 1 – 5 anos 12,0
6 – 10 anos 18,111 – 20 anos 36,921 – 30 anos 20,4
mais de 30 anos 12,6
Situação funcional Auxiliar 3,6
Assistente 19,1Adjunto 49,2
Associado 13,3Titular 14,8
Fonte: Dados do questionário aplicado aos Docentes de 04/10 a 03/12 de 2010
Tabela 05 Condições de Trabalho Docente Universitário
Categorias Percentual Regime de trabalho
20h40h
Dedicação exclusiva
28,5 28,8 42,7
Carga horária até 8 horas
9 -1620 -30
A partir de 40 horas
14,2 23,3 24,6 37,9
Instituições que exerce a docência apenas uma
duastrês
78,6 18,8 2,6
Ambiente acadêmico na Universidade
plenamente satisfatóriosatisfatório
parcialmente satisfatórioinsatisfatório
23,0 37,5 34,6 4,9
Fonte: Dados do inquérito aplicado aos docentes de 04/10 a 03/12 de 2010. Elaboração própria.
Tabela 06 Distribuição dos Inquiridos por
funções desempenhadas no exercício da docência Categorias Percentual
somente na graduação 25,6
somente na pós-graduação 0,0
na graduação e pós-graduação 12,6
na graduação e participação/coordenação de projeto de pesquisa/extensão
14,6
na pós-graduação e participação/coordenação de projeto de pesquisa/extensão
1,0
na graduação e pós-graduação e participação/coordenação de projeto de pesquisa/extensão
17,5
na graduação e gestão de curso/setor na Universidade 4,5
na pós-graduação e gestão de curso/setor da Universidade 0,3
na graduação e pós-graduação e gestão de curso/setor da Universidade
3,9
na graduação, participação/coordenação de projeto de pesquisa/extensão e gestão de curso/setor da Universidade
4,9
na pós-graduação e participação/coordenação de projeto de pesquisa/extensão e gestão de curso/setor da Universidade
0,6
na graduação e pós-graduação, participação/coordenação projeto pesquisa/extensão e gestão de curso/setor na Universidade
9,7
não estou no exercício da docência 4,9
Fonte: Dados do inquérito aplicado aos docentes de 04/10 a 03/12 de 2010 - Elaboração própria.
Tabela 07 Constituição da docência na vida dos professores
Categorias Percentual
Decisão sobre a docência
Antes de entrar no ensino superior 14,2
Durante a realização do curso de graduação 35,9
Ao realizar um curso de pós-graduação 24,6
Depois de inserido no mercado de trabalho 18,8
Nunca pensei 6,5
Motivação para a docência universitária
Influência da família 2,9 Influência de amigos 4,5
Possibilidade de trabalho/emprego 34,0 Necessidades externas na atividade profissional desenvolvida 9,7
Possibilidades internas na atividade profissional desenvolvida 21,4 Sempre foi a profissão desejada 27,5
Exercício de outra atividade profissional
sim 47,2 não 52,8
Área de atuação profissional
Empresário na mesma área de conhecimento da docência 5,4 Profissional liberal ou empresário de outra área 8,2
Profissional liberal na área de conhecimento da docência 38,4 Funcionário público na área de conhecimento da docência 33,6
Funcionário público de outra área 6,8 Funcionário de empresa privada na área de conhecimento da docência 5,5
Funcionário de empresa privada de outra área 2,1
Percepção sobre o exercício paralelo das duas atividades O exercício da docência enriquece o desenvolvimento de outra
atividade profissional 36,6
Exercício de outra atividade profissional enriquece a atividades docente 42,7 Outra atividade profissional desenvolvida em paralelo pode contribuir
para a não profissionalização do ensino 4,5
O desenvolvimento paralelo da atividade docente e de outra atividade profissional pode produzir conflitos
1,6
Em algumas áreas de conhecimento é essencial o exercício de outra atividade profissional
8,1
O status de ser professor universitário abre portas para o exercício de outra atividade profissional
6,5
Opção entre a carreira docente e outra atividade profissional optaria pela docência como atividade única 31,4
as limitações nas condições de trabalho, o baixo rendimento econômico optaria por outra atividade profissional
17,2
optaria pela docência, mas seria necessário oferecer condições, sobretudo econômicas
51,4
Continuidade no exercício da docência
Enquanto fisicamente capaz 70,9 Até completar o tempo para aposentadoria 25,2
Até que apareça algo melhor 2,6 Deixar a docência em breve 1,3
Características do professor de referência
Entusiasmo 55,0 Ética 70,6
Flexibilidade 12,6 Domínio de conteúdo 91,3
Organização 36,6 Inovação 24,9
Exigência 27,2 Competência 82,2
boa conduta pessoal 38,8 bom humor 29,1 criatividade 31,7
Fonte: Dados do inquérito aplicado aos docentes de 04/10 a 03/12 de 2010 Elaboração própria.
Tabela 08 Grau de identificação com as funções na profissão acadêmica
Fonte: Dados do inquérito aplicado aos docentes de 04/10 a 03/12 de 2010 – Elaboração própria.
Categorias Percentual
Alta Identificação 84,8
Média Identificação 11,3
Baixa Identificação 3,9
Exercício da Docência na Graduação (envolvendo o planejamento e avaliação de aulas, as orientações e supervisão de estágios)
Nenhuma Identificação 0,0 Alta Identificação 67,6
Média Identificação 17,2
Baixa Identificação 11,7
Exercício da Docência na Pós-Graduação (Lato Sensu) (envolvendo o planejamento e avaliação de aulas e as orientações de monografias.)
Nenhuma Identificação 3,6 Alta Identificação 50,8
Média Identificação 13,6
Baixa Identificação 24,9
Exercício da Docência em Mestrado e Doutorado (envolvendo o planejamento e avaliação de aulas e seminários, as orientações de dissertação e tese.)
Nenhuma Identificação 10,7 Alta Identificação 44,7
Média Identificação 24,9
Baixa Identificação 23,9
Desenvolvimento de Programa/Projeto de Extensão (curso de formação ou capacitação, atendimento clínico/serviço à comunidade, empresas, órgãos públicos). Nenhuma Identificação 6,5
Alta Identificação 36,9
Média Identificação 28,8
Baixa Identificação 26,9
Desenvolvimento de Projeto de Pesquisa (coordenação, busca de financiamento, elaboração e divulgação de relatório, participação em redes cientificas de pesquisa e cooperação nacional e internacionais). Nenhuma Identificação 7,4
Alta Identificação 35,3
Média Identificação 36,2
Baixa Identificação 22,3
Produção Cientifica (elaboração e divulgação de relatório de pesquisa/extensão, artigos, livros, capítulos de livros em publicações nacionais e internacionais; invenções). Nenhuma Identificação 6,1
Alta Identificação 20,4
Média Identificação 45,6
Baixa Identificação 22,3
Participação na Administração Acadêmica (direção, coordenação, órgãos colegiados, membro de banca e comissão).
Nenhuma Identificação 11,7 Alta Identificação 14,2
Média Identificação 46,0
Baixa Identificação 23,6
Participação em redes nacionais e internacionais (de pesquisa e cooperação cientifica)
Nenhuma Identificação 16,2 Alta Identificação 6,5
Média Identificação 45,6
Baixa Identificação 19,7
Captação de financiamento (para pesquisa e extensão, negociação de projetos e convênios com empresas e instituições.)
Nenhuma Identificação 28,2
Tabela 10 Reconhecimento social da docência, (prestígio acadêmico e remuneração)
Categorias Percentual
o prestígio acadêmico está longe de ser alcançado pela maioria dos docentes
20,1
a remuneração docente não com condiz com as atuais exigências impostas de eficiência no ensino
63,1
a produção e divulgação do conhecimento estão intimamente associadas ao prestígio acadêmico docente
46,0
as dificuldades de publicação da produção acadêmica, de participação em eventos limitam o prestígio acadêmico
26,9
a remuneração não é satisfatória, mas muitos professores aproveitam o prestígio acadêmico para incrementar o orçamento
23,0
a imagem construída ao longo da carreira acadêmica é que confere o prestígio ao professor
33,3
a falta de formação para a docência compromete o prestígio acadêmico, quer individual, quer institucional
11,3
o prestígio acadêmico esta também associado às políticas públicas do Ensino Superior, a valorização da profissão,ao reconhecimento dos
direitos dos docentes
29,8
Fonte: Dados do inquérito aplicado aos docentes de 04/10 a 03/12 de 2010 – Elaboração própria.
Tabela 11 Complexidade do exercício da profissão acadêmica
Categorias Indicadores Percentual
Concordo parcialmente 65,0Concordo totalmente 33,7
Discordo 1,0
A docência me completa como pessoa e profissional, e apesar da falta de algumas condições acadêmicas, sociais e econômicas, o ambiente universitário é propício à criatividade e à inovação. Sinto-me motivado. Discordo totalmente 0,3
Concordo parcialmente 57,9Concordo totalmente 19,4
Discordo 15,9
Apesar do trabalho docente ser admirável, a inexistência de uma política de valorização e reconhecimento dos docentes são fatores que inibem minha atuação. Sinto-me desmotivado
Discordo totalmente 6,8Concordo parcialmente 33,7
Concordo totalmente 63,1Discordo 2,6
Sinto que estou engajado em atividades educativas voltadas para o efetivo desenvolvimento de futuros profissionais e influenciando positivamente a vida de outras pessoas através do meu trabalho acadêmico Discordo totalmente 0,6
Concordo parcialmente 28,8Concordo totalmente 19,1
Discordo 33,0
Estou desmotivado com o ensino, preferiria seguir a carreira profissional de pesquisador
Discordo totalmente 19,1Concordo parcialmente 27,5
Concordo totalmente 19,1Discordo 35,0
Sinto falta de preparo específico para o magistério superior, pois não há investimento institucional de aperfeiçoamento para a docência
Discordo totalmente 18,4
Concordo parcialmente 20,1Concordo totalmente 14,6
Discordo 45,6
Sinto-me sobrecarregado em relação às atividades realizadas e não consigo me posicionar diante das pressões
Discordo totalmente 19,7Concordo parcialmente 22,7
Concordo totalmente 11,0Discordo 46,9
Na atual carreira docente universitária inexiste uma especificação clara das principais atribuições acadêmicas dos docentes e essa indefinição trás conseqüências negativas
Discordo totalmente 19,4
Concordo parcialmente 14,9Concordo totalmente 9,7
Discordo 44,7
Ensinar é uma profissão que exige energia física e emocional. Estou esgotado
Discordo totalmente 30,7
Concordo parcialmente 8,7Concordo totalmente 6,1
Discordo 43,4
A desvalorização profissional acadêmica passou a fazer parte do meu cotidiano negativamente, ocasionando sentimentos de desânimo, de apatia
Discordo totalmente 41,7Concordo parcialmente 25,9
Concordo totalmente 8,7Discordo 30,1
O ambiente acadêmico é muito competitivo e individualista
Discordo totalmente 35,3
Fonte: Dados do inquérito aplicado aos docentes de 04/10 a 03/12 de 2010. Elaboração própria.
Tabela 12 Complexidade do trabalho acadêmico e tempo de docência
Categorias Indicadores Tempo de docência no ensino superior (variáveis)
1 – 5 anos
6 – 10 anos
11 – 20 anos
21 – 30 anos
mais de 30 anos
Concordo totalmente 17,3 25,0 26,0 23,1 8,7
Concordo parcialmente 9,5 14,4 41,8 19,4 14,9
Discordo ,0 33,3 66,7 ,0 ,0
A docência me completa como pessoa e profissional. Sinto-me motivado
Discordo totalmente ,0 ,0 100,0 ,0 ,0
Concordo totalmente 5,0 15,0 41,7 21,7 16,7
Concordo parcialmente 11,7 16,8 39,7 19,0 12,8
Discordo 22,4 24,5 24,5 22,4 6,1
Apesar do trabalho docente ser admirável, a inexistência de uma política de valorização e reconhecimento dos docentes são fatores que inibem minha atuação. Sinto-me desmotivado
Discordo totalmente 9,5 23,8 28,6 23,8 14,3
Concordo totalmente 12,3 21,5 33,3 21,5 11,3
Concordo parcialmente 10,6 12,5 44,2 17,3 15,4
Discordo 25,0 12,5 25,0 25,0 12,5
Sinto que estou engajado em atividades educativas voltadas para o efetivo desenvolvimento de futuros profissionais
Discordo totalmente ,0 ,0 50,0 50,0 ,0
Concordo totalmente 8,5 8,5 44,1 20,3 18,6
Concordo parcialmente 10,1 19,1 42,7 13,5 14,6
Discordo 15,7 17,6 34,3 22,5 9,8
Estou desmotivado com o ensino, preferiria seguir a carreira profissional de pesquisador
Discordo totalmente 11,9 27,1 25,4 27,1 8,5
Tabela 12 ( parte 2)Complexidade e multiplicidade das dimensões do exercício profissional e tempo de docência
Concordo totalmente 8,5 16,9 42,4 20,3 11,9
Concordo parcialmente 14,1 22,4 42,4 11,8 9,4
Discordo 14,8 12,0 32,4 21,3 19,4
Sinto falta de preparo específico para o magistério superior, pois não há investimento institucional de aperfeiçoamento para a docência
Discordo totalmente 7,0 24,6 31,6 31,6 5,3
Concordo totalmente 8,9 13,3 46,7 15,6 15,6
Concordo parcialmente 6,5 22,6 40,3 22,6 8,1
Discordo 17,0 12,8 34,0 19,1 17,0
Sinto-me sobrecarregado em relação às atividades realizadas e não consigo me posicionar diante das pressões
Discordo totalmente 8,2 29,5 32,8 24,6 4,9
Concordo totalmente 11,8 14,7 44,1 14,7 14,7
Concordo parcialmente 20,0 20,0 35,7 17,1 7,1
Discordo 9,0 19,3 31,7 21,4 18,6
Na atual carreira docente universitária inexiste uma especificação clara das principais atribuições acadêmicas dos docentes
Discordo totalmente 10,0 15,0 46,7 25,0 3,3
Concordo totalmente 6,7 13,3 56,7 20,0 3,3
Concordo parcialmente 13,0 26,1 37,0 21,7 2,2
Discordo 13,0 16,7 34,1 18,8 17,4
Ensinar é uma profissão que exige energia física e emocional. Estou esgotado
Discordo totalmente 11,6 17,9 34,7 22,1 13,7
Tabela 12 ( parte 3)
Complexidade e multiplicidade das dimensões do exercício profissional e tempo de docência Fonte: Dados do inquérito aplicado aos docentes de 04/10 a 03/12 de 2010.
Concordo totalmente ,0 15,8 63,2 15,8 5,3
Concordo parcialmente 11,1 18,5 44,4 22,2 3,7
Discordo 14,9 20,9 30,6 17,2 16,4
A desvalorização profissional acadêmica passou a fazer parte do meu cotidiano negativamente, ocasionando sentimentos de desânimo, de apatia
Discordo totalmente 10,9 15,5 38,0 24,0 11,6
Concordo totalmente 3,7 22,2 40,7 29,6 3,7
Concordo parcialmente 18,8 25,0 26,3 22,5 7,5
Discordo 11,8 20,4 34,4 16,1 17,2
O ambiente acadêmico é muito competitivo e individualista
Discordo totalmente 9,2 10,1 45,9 20,2 14,7
Tabela 13 Percepção docente sobre a sobrecarga de trabalho, desgaste físico e emocional,
desmotivação e desvalorização acadêmica
Fonte: Dados do inquérito aplicado aos docentes de 04/10 a 03/12 de 2010 – Elaboração própria.
Categorias Indicadores Percentual Tempo de
docência Concordo totalmente 19,1 11-20
Concordo parcialmente
28,8 11-20
Discordo 33,0 11-20
Estou desmotivado com o ensino
Discordo totalmente 19,1 21- 30+
Concordo totalmente 14,6 11-20 Concordo
parcialmente20,1 11-20
Discordo 45,6 21-30
Sinto-me sobrecarregado
Discordo totalmente 19,7 11-20
Concordo totalmente 9,7 11-20 Concordo
parcialmente14,9 06-10
Discordo 44,7 21-30+
Estou esgotado físico e emocional
Discordo totalmente 30,7 21-30+
Concordo totalmente 6,1 11-20 Concordo
parcialmente8,7 11-20 a
Discordo 43,4 21-30
Sentimentos de desânimo, de apatia
Discordo totalmente 41,7 11-20
Concordo totalmente 8,7 11-20 Concordo
parcialmente25,9 21-30+
Discordo 30,1 11-20
O ambiente acadêmico competitivo e individualista
Discordo totalmente 35,3 11-20
Tabela 14 Estratégias de enfrentamento aos dilemas acadêmicos
Estratégias Percentual
Concentro-me em minhas atividades e procuro preservar meu espaço não me envolvendo em questões de decisões
políticas
19,1
Adoto uma postura de aparente neutralidade, mas internamente procuro não perder o controle diante das
pressões
9,4
Busco compartilhar com meus colegas as situações que me incomodam, procurando na coletividade alternativas de
superação
51,1
Procuro adaptar-me as exigências, há sempre margem de ação que dão uma relativa autonomia
20,4
Fonte: Dados do inquérito aplicado aos docentes de 04/10 a 03/12 de 2010 - Elaboração própria.
Tabela 15
Modificações na carreira e no trabalho cotidiano do professor universitário
Categorias Indicadores Percentual
Concordo totalmente 11,0
Concordo parcialmente 56,3
Discordo 25,6
É inegável o processo que conduz ao produtivismo acadêmico, à intensificação e precarização do trabalho docente. Estou pessimista quanto ao futuro da docência universitária. Discordo totalmente 7,1
Concordo totalmente 24,6
Concordo parcialmente 60,5
Discordo 12,9
As mudanças no processo acadêmico-científico e na organização da carreira docente são necessárias ao desenvolvimento de uma nova concepção de Universidade, e não implica necessariamente a precarização e intensificação do trabalho docente.
Discordo totalmente 1,9
Concordo totalmente 21,0
Concordo parcialmente 30,1
Discordo 40,8
A conjuntura aponta para gradativa redução salarial, para aumento na relação professor/aluno e ampliação das exigências de produção no campo da pesquisa e pós-graduação. Avalio muitas dificuldades, penso que são insuperáveis em relação à autonomia docente.
Discordo totalmente 8,1
Concordo totalmente 17,2
Concordo parcialmente 34,0
Discordo 35,0
Há modificações, mas não alteram de forma substancial a prática cotidiana docente, pois a maioria dos professores continua ministrando aulas na graduação e não se envolvem com pesquisa, pós-graduação e nem com a produção acadêmica.
Discordo totalmente 13,9
Fonte: Dados do inquérito aplicado aos docentes de 04/10 a 03/12 de 2010 - Elaboração própria.
Tabela 16 Necessidades da docência universitária
Necessidades Indicadores Percentual
Muita importância 61,8 Média importância 37,9 Pouca importância 0,3
Disposição para aquisição de conhecimentos, competências próprias e formação específica
Nenhuma importância 0,0 Muita importância 63,4 Média importância 35,9 Pouca importância 0,6
Consideração do exercício da docência universitária profissão
Nenhuma importância 0,0 Muita importância 74,8 Média importância 23,9 Pouca importância 1,3
Compromisso profissional, atitudes e normas de conduta adequadas às ações desenvolvidas
Nenhuma importância 0,0 Muita importância 84,5 Média importância 14,6 Pouca importância 1,0
Postura ética nas relações estabelecidas na academia
Nenhuma importância 0,0 Muita importância 82,5 Média importância 15,9 Pouca importância 1,6
Comprometimento no exercício das funções de planejamento, ensino e avaliação das
aprendizagens
Nenhuma importância 0,0 Muita importância 76,1 Média importância 19,4 Pouca importância 3,9
Construção de redes de trabalho coletivas baseadas na partilha e no diálogo profissional
Nenhuma importância 0,6 Muita importância 66,7 Média importância 21,7 Pouca importância 9,4
Participação política e social no espaço público da educação
Nenhuma importância 2,3 Muita importância 85,8 Média importância 9,1 Pouca importância 4,5
Postura aberta para a reflexão e auto-reflexão pessoal e profissional
Nenhuma importância 0,6 Muita importância 84,1 Média importância 10,0 Pouca importância 4,9
Desenvolvimento de saberes relacionados com a prática pedagógica, envolvendo desde o “saber
transmitir” até o motivar os alunos e entender como os mesmos aprendem
Nenhuma importância 1,0 Muita importância 78,0 Média importância 10,7 Pouca importância 10,7
Desenvolvimento de pesquisa acadêmica, fomentando a aliança entre educação e avanço do
conhecimento
Nenhuma importância 0,6 Muita importância 47,9 Média importância 16,5 Pouca importância 32,0
Participação de órgãos de classe e associações profissionais demonstrando engajamento político
profissional
Nenhuma importância 3,6
Tabela 17 Imagem da docência e da condição pessoal e profissional do professor
universitário.
Categorias
indicadores Percentual
Alta Identificação 87,1
Média Identificação 11,0
Baixa Identificação 1,6
O ensino e a pesquisa são as dimensões centrais do trabalho acadêmico
Nenhuma Identificação 0,3
Alta Identificação 63,1
Média Identificação 27,2
Baixa Identificação 6,8
A educação oferecida na universidade parece não estar mais dando conta de assegurar a formação necessária de um profissional crítico, atuante e criativo na sociedade
Nenhuma Identificação 2,9
Alta Identificação 64,4
Média Identificação 22,0
Baixa Identificação 12,3
A carreira profissional docente é afetada pela condição econômica e social dos professores
Nenhuma Identificação 1,3
Alta Identificação 41,1
Média Identificação 29,1
Baixa Identificação 25,9
Os professores universitários ainda desenvolvem suas práticas educativas baseadas na transmissão de conhecimentos, em um modelo reprodutivista
Nenhuma Identificação 3,9
Alta Identificação 44,0
Média Identificação 29,4
Baixa Identificação 23,3
Observa-se que a maior parte dos professores que vem atuando nas universidades não possui formação pedagógica para atuar no campo da docência, valendo-se do conhecimento específico como o principal esteio de sua docência Nenhuma Identificação 3,2
Alta Identificação 28,8
Média Identificação 40,1
Baixa Identificação 26,5
Nos dias atuais são frágeis as condições de existência social, econômica e intelectual dos docentes universitários
Nenhuma Identificação 4,5
Alta Identificação 36,9
Média Identificação 40,1
Baixa Identificação 20,4
O professor universitário é mais valorizado quando está ligado à Pós-Graduação, pela atividade de orientação de dissertações e teses que realiza
Nenhuma Identificação 2,6
Alta Identificação 21,0 A imagem pública do professor universitário pode ser compreendida como a figura do trabalhador assalariado
Média Identificação 45,0
Baixa Identificação 25,6
Nenhuma Identificação 8,4
Alta Identificação 6,5
Média Identificação 37,9
Baixa Identificação 30,4
Nas universidades há baixa produtividade e seus professores são maus profissionais, comportamento próprio de quem não tem que prestar contas sobre o seu trabalho
Nenhuma Identificação 25,2
Alta Identificação 16,8
Média Identificação 58,6
Baixa Identificação 17,5
O prestígio do professor universitário alicerça-se, basicamente, nas atividades de pesquisa, incluindo as publicações e participações com trabalho acadêmico em eventos qualificados
Nenhuma Identificação 7,1
Alta Identificação 35,6
Média Identificação 48,2
Baixa Identificação 6,8
Ter muitos títulos acadêmicos confere ao professor uma boa imagem profissional, mas não dá garantia alguma de boa atuação em sala de aula
Nenhuma Identificação 9,4
Alta Identificação 8,7
Média Identificação 55,3
Baixa Identificação 20,1
Os professores universitários têm bom nível cultural e estimulam os alunos a apreciarem a literatura clássica, a música erudita e as artes
Nenhuma Identificação 15,9
Alta Identificação 8,4
Média Identificação 53,4
Baixa Identificação 14,6
As condições de trabalho acadêmico na universidade são inadequadas. Faltam investimentos em laboratórios, bibliotecas, materiais tecnológicos de ponta
Nenhuma Identificação 23,6
Alta Identificação 7,1
Média Identificação 42,4
Baixa Identificação 15,2
Uma das características da profissão docente universitária é a de que os professores têm um nível econômico execrável, motivado pela baixa remuneração, mas, por outro lado, um nível social elevado ligado ao conhecimento
Nenhuma Identificação 35,3
Total 100,0
Fonte: Dados do inquérito aplicado aos docentes de 04/10 a 03/12 de 2010 – Elaboração própria.
Tabela 18 Imagem da docência e da condição pessoal e profissional do professor universitário.
Tempo de docência
Percentual Tempo de docência no ensino superior
Categorias
Indicadores 1 – 5 anos
6 – 10 anos
11 – 20 anos
21 – 30 anos
mais de 30 anos
Alta Identificação 12,6 16,7 38,3 18,2 14,1
Média Identificação 8,8 23,5 32,4 32,4 2,9
Baixa Identificação ,0 40,0 ,0 60,0 ,0
O ensino e a pesquisa são as dimensões centrais do trabalho acadêmico
Nenhuma Identificação ,0 100,0 ,0 ,0 ,0
Alta Identificação 7,7 15,4 42,6 17,9 16,4
Média Identificação 21,4 25,0 26,2 22,6 4,8
Baixa Identificação 14,3 14,3 33,3 33,3 4,8
A educação oferecida na universidade parece não estar mais dando conta de assegurar a formação necessária de um profissional crítico, atuante e criativo na sociedade
Nenhuma Identificação 11,1 22,2 22,2 22,2 22,2
Alta Identificação 10,1 16,1 38,7 19,1 16,1
Média Identificação 22,1 20,6 29,4 23,5 4,4
Baixa Identificação 5,3 21,1 42,1 23,7 7,9
A carreira profissional docente é afetada pela condição econômica e social dos professores
Nenhuma Identificação ,0 50,0 25,0 ,0 25,0
Alta Identificação 8,7 13,4 40,9 18,9 18,1
Média Identificação 15,6 20,0 35,6 21,1 7,8
Baixa Identificação 15,0 21,3 32,5 21,3 10,0
Os professores universitários ainda desenvolvem suas práticas educativas baseadas na transmissão de conhecimentos, em um modelo reprodutivista
Nenhuma Identificação ,0 33,3 33,3 25,0 8,3
Alta Identificação 11,8 17,6 39,7 16,2 14,7
Média Identificação 16,5 18,7 31,9 26,4 6,6
Baixa Identificação 8,3 19,4 38,9 16,7 16,7
Observa-se que a maior parte dos professores que vem atuando nas universidades não possui formação pedagógica para atuar no campo da docência, valendo-se do conhecimento específico como o principal esteio de sua docência
Nenhuma Identificação ,0 10,0 30,0 50,0 10,0
Alta Identificação 7,9 10,1 38,2 24,7 19,1
Média Identificação 18,5 16,9 36,3 21,0 7,3
Baixa Identificação 6,1 28,0 35,4 14,6 15,9
Nos dias atuais são frágeis as condições de existência social, econômica e intelectual dos docentes universitários
Nenhuma Identificação 14,3 21,4 42,9 21,4 ,0
Alta Identificação 10,5 14,9 36,0 22,8 15,8
Média Identificação 16,9 16,1 35,5 20,2 11,3
Baixa Identificação 4,8 25,4 41,3 17,5 11,1
O professor universitário é mais valorizado quando está ligado à Pós-Graduação, pela atividade de orientação de dissertações e teses que realiza
Nenhuma Identificação 12,5 37,5 37,5 12,5 ,0
Alta Identificação 9,2 16,9 36,9 23,1 13,8
Média Identificação 12,9 16,5 36,7 19,4 14,4
Baixa Identificação 11,4 16,5 40,5 20,3 11,4
A imagem pública do professor universitário pode ser compreendida como a figura do trabalhador assalariado
Nenhuma Identificação 15,4 34,6 26,9 19,2 3,8
Alta Identificação 5,0 10,0 40,0 25,0 20,0
Média Identificação 10,3 12,8 41,0 17,1 18,8
Nas universidades há baixa produtividade e seus professores são maus profissionais, comportamento próprio de quem não tem que prestar contas sobre o seu trabalho Baixa Identificação 13,8 22,3 35,1 18,1 10,6
Nenhuma Identificação 14,1 23,1 32,1 26,9 3,8
Alta Identificação 13,5 23,1 28,8 26,9 7,7
Média Identificação 13,3 14,9 38,1 20,4 13,3
Baixa Identificação 3,7 24,1 37,0 18,5 16,7
O prestígio do professor universitário alicerça-se, basicamente, nas atividades de pesquisa, incluindo as publicações e participações com trabalho acadêmico em eventos qualificados
Nenhuma Identificação 18,2 18,2 45,5 9,1 9,1
Alta Identificação 14,5 23,6 33,6 22,7 5,5
Média Identificação 8,7 12,8 41,6 19,5 17,4
Baixa Identificação 14,3 23,8 23,8 14,3 23,8
Ter muitos títulos acadêmicos confere ao professor uma boa imagem profissional, mas não dá garantia alguma de boa atuação em sala de aula
Nenhuma Identificação 17,2 20,7 34,5 20,7 6,9
Alta Identificação 3,7 14,8 40,7 22,2 18,5
Média Identificação 9,9 17,5 36,8 21,1 14,6
Baixa Identificação 19,4 24,2 32,3 19,4 4,8
Os professores universitários têm bom nível cultural e estimulam os alunos a apreciarem a literatura clássica, a música erudita e as artes
Nenhuma Identificação 14,3 14,3 40,8 18,4 12,2
Alta Identificação 11,5 30,8 26,9 19,2 11,5
Média Identificação 10,9 12,7 38,2 23,0 15,2
Baixa Identificação 13,3 35,6 33,3 13,3 4,4
As condições de trabalho acadêmico na universidade são inadequadas. Faltam investimentos em laboratórios, bibliotecas, materiais tecnológicos de ponta
Nenhuma Identificação 13,7 15,1 39,7 19,2 12,3
Alta Identificação 13,6 18,2 40,9 13,6 13,6
Média Identificação 9,2 18,3 33,6 23,7 15,3
Uma das características da profissão docente universitária é a de que os professores têm um nível econômico execrável, motivado pela baixa remuneração, mas, por outro lado, Baixa Identificação 23,4 23,4 34,0 19,1 ,0
um nível social elevado ligado ao conhecimento
Nenhuma Identificação 10,1 15,6 41,3 18,3 14,7
Fonte: Dados do inquérito aplicado aos docentes de 04/10 a 03/12 de 2010 – Elaboração própria.
Tabela 19 Imagem da prática pedagógica
Percepção de alunos
Indicadores
Prática pedagógica Concordo
plenamenteConcordo
Concordo parcialmente
Discordo
têm domínio do conteúdo em suas áreas de especialidade e estão
atualizados.32,9 41,4 23,5 2,3
São comprometidos no exercício das funções de planejamento, ensino e
avaliação das aprendizagens.23,5 41,8 30,2 4,5
são bons orientadores, pois indicam bibliografias atualizadas e corrigem
de forma critica a produção acadêmica dos alunos.
25,9 38,3 29,3 6,5
desenvolvem projetos de pesquisa e estimulam a participação dos alunos
à iniciação cientifica.13,0 23,0 35,2 28,9
Fonte: Dados do inquérito aplicado aos alunos de 04/10 a 03/12 de 2010 – Elaboração própria.
Tabela 20 Imagem sócio-profissional
Percepção de alunos
Categorias
Concordo plenamente
Concordo Concordo parcialmente
Discordo
Estão engajados em atividades educativas voltadas para o efetivo desenvolvimento
de futuros profissionais.21,3 38,0 35,8 4,9
Influenciam positivamente a vida dos
alunos através do trabalho acadêmico que desenvolvem
21,8 39,7 34,0 4,6
Participam de redes cientificas de pesquisa
e cooperação nacionais e internacionais 13,1 27,9 38,7 20,2
Criam e participam de fórum on line de discussão com os alunos. 6,3 14,4 26,7 52,6
participam de órgãos de classe e
associações profissionais demonstrando engajamento político profissional.
13,3 27,9 37,3 21,5
Fonte: Dados do inquérito aplicado aos alunos de 04/10 a 03/12 de 2010 – Elaboração própria.
Tabela 21 Imagem pessoal em relação ao ambiente acadêmico
Percepção de alunos
Indicadores Categorias Concordo
plenamenteConcordo Concordo
parcialmente Discordo
têm prestígio acadêmico, desenvolvem atividades de
pesquisa, incluindo as publicações e participações
com trabalho acadêmico em eventos.
20,7% 32,3% 34,7% 12,3%
têm bom nível cultural e
estimulam os alunos a apreciarem a literatura
clássica, a música erudita e as artes.
13,1% 19,8% 32,6% 34,6%
apresentam uma postura
aberta para a reflexão e auto-reflexão pessoal e
profissional.
17,1% 33,6% 37,7% 11,6%
São abertos ao diálogo com os
alunos e atenciosos as sua necessidade.
25,9% 33,5% 32,7% 7,9%
Fonte: Dados do inquérito aplicado aos alunos de 04/10 a 03/12 de 2010 – Elaboração própria.
Tabela 22 Profissão acadêmica na percepção dos alunos
Fonte: Dados do inquérito aplicado aos alunos de 04/10 a 03/12 de 2010 – Elaboração própria.
indicadores Categorias Concordo
plenamente Concordo Concordo
parcialmente Discordo
Você considera que as condições do trabalho
acadêmico na universidade são adequadas ao bom exercício da
docência
29,2 40,4 26,1 4,3
Você observa que a
administração universitária investe em laboratórios,
bibliotecas, materiais didáticos e tecnológicos de ponta
25,0 30,2 32,3 12,5
Você considera que na carreira docente o prestígio alicerça-se
nas atividades de pesquisa, incluindo as publicações e participações em eventos.
18,8 50,2 26,9 4,2
Você considera a remuneração
do professor universitário como satisfatória e adequada ao nível
acadêmico docente
10,2 21,5 32,3 36,0
Tabela 23 Imagem social da docência
Percepção de alunos
Fonte: Dados do inquérito aplicado aos alunos de 04/10 a 03/12 de 2010 – Elaboração própria
Indicadores/ percentuais
Aspectos Concordo
plenamente Concordo Concordo
parcialmente Discordo
Você avalia que ter muitos títulos acadêmicos confere ao professor uma
boa imagem profissional61,0 27,0 8,2 3,9
Você acredita que o exercício da
docência no Ensino Superior é uma profissão de prestígio social
38,0 41,0 16,7 4,3
Você observa que a maior parte dos
professores universitários possui formação pedagógica para atuar no
campo da docência
20,2 34,7 28,2 16,8
Você avalia que alguns professores
universitários ainda desenvolvem suas práticas educativas baseadas na
transmissão de conhecimento
25,0 55,9 17,4 1,7
Você julga que o comportamento
profissional do professor universitário pode influenciar a
valorização da profissão acadêmica
51,9 37,7 9,7 ,7
Você observa que a imagem pública do professor universitário pode ser
compreendida como a figura do trabalhador assalariado
13,9 33,6 27,6 24,9
Tabela 24 Cruzamento de imagem de docentes e estudantes
Categorias Subcategoria Variáveis
Aspectos pedagógico-didáticos Docentes Alunos Desenvolvem suas práticas educativas baseadas na transmissão de conhecimento.
Questão 26 - assertiva 4
Questão 4 - assertiva 7
Têm domínio do conteúdo em suas áreas de especialidade e estão atualizados.
Questão 25 - assertiva 1
Questão 3- assertiva 4
Possuem formação pedagógica para atuar no campo da docência.
Questão 26 - assertiva 5
Questão 4 - assertiva 2
Engajados em atividades educativas ao desenvolvimento profissional.
Questão 21 assertiva 3
Questão 3 - assertiva 1
Compromisso nas funções de planej, ensino e avaliação.
Questão 25 - assertiva 5
Questão 3- assertiva 5
Participam de redes cientificas de pesquisa e cooperação.
Questão 19 - assertiva 8
Questão 3- assertiva 3
Aspectos Inter-relacionais Docentes Alunos Influenciam positivamente os alunos com o trabalho acadêmico que desenvolvem.
Questão 21 assertiva 3
Questão 3- assertiva 2
Participam de órgãos de classe e associações profissionais.
Questão 25- assertiva 11
Questão 3- assertiva 14
Cultura
profissional
do docente
Abertura ao diálogo e atenção as necessidades. Questão 25 - assertiva 3
Questão 3- assertiva 10
Têm bom nível cultural e estimulam os alunos. Questão 26 - assertiva 13
Questão 3 - assertiva 12
Apresentam postura aberta para a reflexão e auto-reflexão pessoal e profissional.
Questão 25 - assertiva 8
Questão 3- assertiva 13
Categorias Subcategoria Variáveis
Prestígio acadêmico Docentes Alunos
Comportamento profissional influencia a valorização da prof. acadêmica
Questão 23- assertiva 6
Questão 4 – assertiva 3
Têm prestígio acadêmico com pesquisa, publicações e participações em eventos.
Questão 26 - assertiva 11
Questão 3- assertiva 11
Os títulos acadêmicos conferem uma boa imagem profissional.
Questão 26 - assertiva 12
Questão 4- assertiva 4
Reconhecimento sócio profissional
Remuneração satisfatória e adequada ao nível acadêmico docente.
Questão 23 - assertiva 2/5
Questão 4 - assertiva 10
A imagem pública de trabalhador assalariado. Questão 26 - assertiva 9
Questão 4 - assertiva 08
Valorização
profissional
Condições do trabalho acadêmico são adequadas ao bom exercício da docência.
Questão 18 - assertivas 1/4
Questão 4 - assertiva 5
Fonte: Dados dos inquéritos aplicados aos docentes e aos alunos de 04/10 a 03/12 de 2010 – Elaboração própria.
Tabela 25 Imagens de docentes e estudantes – Subcategoria - Aspectos pedagógico-didáticos
Subcategoria Variáveis
Docentes Alunos Aspectos pedagógico-didáticos Concordância Discordância Concordância Discordância
Desenvolvem suas práticas educativas baseadas na transmissão de conhecimento.
70,2% 29,8% 80,9% 19,1%
Têm domínio do conteúdo em suas áreas de especialidade e estão atualizados.
99,7% 0,3% 74,3% 25,7%
Possuem formação pedagógica para atuar no campo da docência.
26,5% 73,4% 54,9% 45,1%
Engajados em atividades educativas ao desenvolvimento profissional.
96,8% 2,6% 59,3% 40,7%
Compromisso nas funções de planej, ensino e avaliação.
98,4% 1,6% 65,3% 34,7%
Participam de redes cientificas de pesquisa e cooperação.
95,5% 4,5% 41,0% 59,0%
Fonte: Dados dos inquéritos aplicados aos docentes e aos alunos de 04/10 a 03/12 de 2010 – Elaboração própria.
Tabela 26 Imagens de docentes e estudantes – Aspectos sócio relacional
Subcategoria Variáveis Docentes
Alunos
Aspectos Inter-relacionais Concordância Discordância Concordância Discordância
Influenciam positivamente os alunos com o trabalho acadêmico que desenvolvem.
96,8% 2,6% 61,4% 38,6%
Participam de órgãos de classe e associações profissionais.
64.4% 35,6% 41,2% 58,8%
Abertura ao diálogo e atenção as necessidades.
98,7% 1,3% 59,4% 40,6%
Têm bom nível cultural e estimulam os alunos.
64,0% 36,0% 32,9% 67,1%
Apresentam postura aberta para a reflexão e auto-reflexão pessoal e profissional.
94,9% 5,1% 50,7% 49,3%
Fonte: Dados dos inquéritos aplicados aos docentes e aos alunos de 04/10 a 03/12 de 2010 – Elaboração própria.
Tabela 27 Imagens de docentes e estudantes – Prestígio acadêmico
Subcategoria Variáveis
Docentes Alunos Prestígio acadêmico Concordância Discordância Concordância Discordância
Comportamento
profissional influencia a valorização da prof.
acadêmica
33,3 66,7 89,6 10,4
Têm prestígio acadêmico
com pesquisa, publicações e
participações em eventos.
75,4 24,6 53,0 47,0
Os títulos acadêmicos
conferem uma boa imagem profissional.
83,8 16,2 88,0 12,0
Fonte: Dados dos inquéritos aplicados aos docentes e aos alunos de 04/10 a 03/12 de 2010 – Elaboração própria.
Tabela 28
Imagens de docentes e estudantes – Reconhecimento sócio profissional
Subcategoria Variáveis Docentes Alunos Reconhecimento sócio
profissional Concordância Discordância Concordância Discordância Remuneração satisfatória
e adequada ao nível acadêmico docente.
36,9 63,1 31,7 68,3
A imagem pública de trabalhador assalariado.
76,0 34,0 47,5 52,5
Condições do trabalho acadêmico são
adequadas ao bom exercício da docência, ao crescimento profissional, por meio da qualificação
e capacitação docente.
60,5 39,5 69,6 30,4
Fonte: Dados dos inquéritos aplicados aos docentes e aos alunos de 04/10 a 03/12 de 2010 – elaboração própria.