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ANITA MARA RODRIGUES
CONFLITOS INTERPESSOAIS NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA
NO 6º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL:
enfrentamento e possibilidades
Londrina 2013
CONFLITOS INTERPESSOAIS NAS AULAS DE EDUCACAO FÍSICA NO 6º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL: enfrentamento e
possibilidades.
Anita Mara Rodrigues 1
Prof. Dr. Orlando Mendes Fogaça Junior 2
RESUMO
Sabe-se que, historicamente, cada geração de alunos chega à rede estadual de ensino com uma bagagem cultural, moral, social e educacional cada vez mais inesperada pelos educadores. Observa-se que as unidades escolares, sem entender o choque que há entre as gerações, sem entender sobre o desenvolvimento da Moral no sujeito em situações de conflitos, acabam criando em seus ambientes educativos uma atmosfera repressora, vigiada por câmeras ou pessoas, com regras rígidas, com exercícios variados de cópia e atividades em que o silêncio impere e o professor possa “dar” a sua aula. Em grande parte dos estabelecimentos de ensino, o professor continua sendo o dono da informação e o aluno, um recipiente vazio que precisa ser preenchido. Evidentemente que há educadores flexíveis, que entendem esse choque de gerações, conhecem um pouco sobre as novas metodologias e ferramentas que invadem o espaço escolar e atuam de modo positivo em situações de conflitos. No entanto, de acordo com o levantamento de questões, através de diálogos e observações com variados professores, vê-se que este sabe muito pouco ou quase nada sobre as fases do desenvolvimento moral da criança descritos por Piaget. Entender esses estágios ajuda na reflexão e na busca de soluções e/ou mediações efetivas para se lidar com a quantidade de conflitos que estão se instalando nas escolas. Partindo da observação, intervenção e de questionários para alunos e professores sobre os variados conflitos, nesse artigo, surgem possibilidades de atuação no intuito de melhorar o clima dos relacionamentos interpessoais nas escolas.
Palavras-chave: Educação Física. Conflitos Interpessoais. Choque de Gerações. Educação Moral.
1 INTRODUCÃO
1 Professora da rede pública estadual do Paraná, participante do PDE 2012.
2 Professor Universidade Estadual de Londrina/UEL.
Para a escrita deste artigo realizaram-se entrevistas e questionário com
alunos e professores sobre o assunto: Conflitos Interpessoais, bem como
observação dos alunos do 6º ano em sala de aula, na quadra, no pátio e em
palestra. Atuei por mais de três anos junto à Equipe Pedagógica do Colégio em que
trabalho, atendendo situações de conflitos entre alunos/professores e vice-versa,
bem como alunos/alunos. Nesse tempo, obtive pistas suficientes dos conflitos
interpessoais lá existentes, não só devido ao enorme número de situações de
encaminhamentos feitos à equipe pedagógica do colégio, como também pelas falas
de muitos professores em Conselhos de Classe. O que, no entanto, mais chamou a
atenção foi a quantidade de registros escritos nos chamados livros de ocorrências
de sala. Vê-se que no contexto de sala de aula, expresso nessa enorme quantidade
de ocorrências orais e escritas, feitas muitas vezes em situações de alto estresse e
em sua maioria sem nenhum embasamento pedagógico, todo tipo de conflito
impera. Muitos professores relatam esses conflitos no livro de ocorrência, apenas
descrevendo-os e, muitas vezes, usando esses registros como forma de punição ao
aluno, numa demonstração de que “algo está sendo feito”. Esse excesso de
registros feitos de modo simplista e sem atingir objetivos pedagógicos já demonstra
a relevância de se estudar mais o assunto Conflitos Interpessoais, tanto dentro do
Programa PDE, como em cursos formação continuada.
Vinha, (2013), diz que os professores se sentem inseguros, angustiados até
ao se depararem com situações de conflitos. A maioria deles se sente despreparada
para intervir na resolução de conflitos e acabam por utilizar dois mecanismos de
ação sobre isso: ou evitam aumentando o controle sobre os alunos, tanto em sala,
como em quadra, ou utilizam a punição às regras postas. Na realidade, de forma
geral, o conflito é positivo e possibilita a construção da moralidade. Sem dúvida,
nesses enfrentamentos é preciso aproveitar essas situações e incentivar a interação
social, para que a compreensão da necessidade das regras seja real e no
enfrentamento a esses conflitos, os alunos e possam vivenciar a moralidade de fato
e não apenas verbalizá-la. A escola deve ter um ambiente sócio moral real, não só
transmitir valores, mas um ambiente onde a moralidade perpasse as regras da
escola, seus materiais didáticos, seus processos de avaliação e proporcione aos
alunos um diálogo construtivo, onde eles possam tomar decisões de modo
responsável, cooperativo, solidário, sem o controle externo.
Observa-se nas situações que foram vistas na escola que todos os atores
envolvidos sofrem de alguma maneira: os alunos, porque se sentem
incompreendidos; os professores, porque, de certa forma, ficam sem respaldo dos
gestores e da equipe pedagógica do colégio (que geralmente é composto por
poucos pedagogos para a demanda dos professores); e a equipe pedagógica,
porque acredita que o professor deva dar conta do que acontece em sala de aula
(evidentemente resguardadas as ocorrências que exigem realmente a ação e
intervenção dela).
Para a implementação deste projeto no colégio, como foi escrito inicialmente,
utilizaram-se entrevista, questionário, observações. Também houve a apresentação
de trechos do filme O Senhor das Moscas (1963) e uma palestra sobre choque de
gerações e conflitos interpessoais, além de apresentação de slides aos alunos do 6º
ano. Observou-se que a palestra aos professores contribuiu de maneira muito
positiva excedendo as expectativas dos mesmos. Em contrapartida uma limitação à
implementação foi que não se pensou na mudança do regime de seriação, de 8 para
9 anos no ciclo fundamental. Neste ano de 2013, o colégio apresentou apenas uma
sala de 6º ano, pois muitos alunos que viriam da 4ª série ficaram nas escolas
municipais no atual 5º ano. Visto que nas escolas estaduais que ofertam o 6º ano
poucas matrículas foram efetuadas, 2013 tornou-se o ano do “vácuo”. A
implementação foi então desenvolvida apenas com uma turma do 6º ano, embora
algumas atividades, até como contribuição ao colégio, fossem realizadas também
com turmas do 7º ano, já que muitos desses alunos estão numa faixa etária em que
se poderiam beneficiar das possibilidades de mudança positiva nos conflitos que
acontecem na escola.
Durante o Grupo de Trabalho em Rede (GTR) surgiram várias possibilidades
de sociabilização do tema e muitas foram as contribuições dos participantes
permitindo realmente uma reflexividade crítica sobre o tema.
2 SOCIEDADE E INTERNET
Desde o início do Projeto PDE, do qual surge agora este artigo, fala-se muito
em mudanças. Mudanças na sociedade e, consequentemente, nos indivíduos que
formam essa sociedade. A mudança então é tida como a característica mais
marcante de nossa sociedade, principalmente nas questões científicas e de
tecnologia da informação.
Atualmente toda a sociedade está interligada por pelas tecnologias da
informação, como telefones celulares, computadores, notebooks, iPods, tablets etc.
Essas tecnologias são oferecidas nos mais variados preços e em nossa sociedade
capitalista, de um modo ou de outro, as pessoas consomem aquilo que lhes é
apresentado nas propagandas, principalmente na Internet.
O fenômeno da Internet é expresso por Castels1 (2003, p. 287, apud
OLIVEIRA, 2011, p. 166) da seguinte forma: “Internet é sociedade, expressa os
processos sociais, os interesses sociais, os valores sociais, as instituições sociais”.
Se a internet é sociedade e expressa processos, interesses, valores e
instituições, então se torna impossível dissociar essa tecnologia da educação.
Oliveira (2011, p. 167) afirma que:
A internet tem possibilitado mudanças significativas e profundas no seio da sociedade. No entanto, é possível perceber ainda um descompasso entre os vários setores da sociedade e as instituições educativas. Elas ainda são organizadas como se tecnologias não existissem e não afetassem o trabalho desenvolvido pelo professor.
Essas mudanças significativas da qual nos fala Oliveira (2011) já chegaram
às salas de aula. É a mudança na forma de comunicação entre os alunos e seus
pares, bem como entre os alunos e sua própria família. Eles usam aparelhos
celulares o tempo todo em sala, seja para se comunicar com amigos por
mensagens, seja para ouvir música durante as aulas. E mesmo quando o professor
ou o próprio regimento escolar não permitem o uso do celular em sala, os alunos, de
uma maneira ou de outra, conseguem utilizar essa tecnologia em qualquer hora.
1 CASTELS, M. Internet e sociedade em rede. In: Denis (Org). Por uma outra comunicação: mídia,
mundialização cultural e poder. Rio de Janeiro: Record, 2003.
Observou-se em salas de aula que praticamente 80% dos alunos possuem
celular (muitos desses são iPhones de última geração), alguns já levam notebooks e
até tablets.
De acordo com os livros de ocorrência do colégio, o uso de celulares nas
salas de aula, além da falta do uso do uniforme (principalmente nas aulas de
Educação Física), é atualmente o maior problema enfrentado pelos professores, ou
seja, é a causa de maior número de conflitos entre alunos e professores.
No caso de celulares, o professor normalmente acaba por retirar o aparelho
dos alunos e depois entregá-los somente aos pais. Mesmo assim, os fatos vão se
repetindo, muitas vezes com o mesmo aluno e familiar. É como se alunos, pais ou
responsáveis não percebessem que a não utilização do celular em sala de aula é
regra estabelecida no regimento escolar, assim como o uso do uniforme completo.
Observou-se ainda que muitos alunos não têm poder econômico para estar
com determinadas tecnologias pelo fato de serem caros. Quando vão sem uniforme,
normalmente ostentam as chamadas roupas de “marca”, pois para eles usar um bom
celular ou determinadas marcas de roupa é “status” dentro do ambiente escolar.
A família poderia ser uma aliada do colégio se compreender que o problema
não é o uso em si do celular, mas sim o mau uso que os alunos fazem dele. Em sala
esses aparelhos atrapalham a ação do ensino e da aprendizagem.
Na quadra, o aluno que não está com o uniforme pedido, não consegue
realizar corretamente as atividades esportivas e na disciplina Educação Física, essa
situação pode gerar também deficiências no ensino e na aprendizagem, já que a
execução de movimentos corretos dos exercícios físicos e esportes depende
também de uma roupa adequada.
Coincidentemente, nos diálogos surgidos com os cursistas do GTR, o relato é
o mesmo: celular e uso de uniforme são hoje a maior causa dos conflitos
interpessoais na escola, principalmente nas aulas de Educação Física, pois o fato de
estar na quadra, num ambiente maior, possibilita com mais facilidade a quebra de
algumas regras estabelecidas.
Professor Fava (2012, p. 69) afirma que vivemos “um tempo paradoxal em
que os necessitados estão sem renda, mas querem consumir e os abastados estão
sem necessidades, mas consomem”.
O mesmo autor ainda afirma:
Os antigos estudantes eram indivíduos isolados, os novos estudantes, mesmo dentro de um ambiente virtual, são mais conectados socialmente. Se a busca da aprendizagem já foi mais silenciosa e passiva, os novos estudantes são agora ativos, barulhentos e públicos. Os estudantes de hoje são a primeira geração a crescer com essa nova e abundante tecnologia digital (FAVA, p. 10, 2012).
3 CHOQUE DE GERAÇÕES
Fava, (2012) ressalta a importância de se conhecer as características das
gerações com que lidamos em nosso dia a dia.
No caso da educação é preciso conhecer em qual geração nossos alunos se
encaixam e aliar isso ao conhecimento dos estágios do desenvolvimento da moral
no sujeito, pois assim o professor terá em mãos o conhecimento para poder preparar
aulas mais adequadas aos alunos e também intervir de maneira mais efetiva nos
conflitos existentes na escola de acordo com o estágio em que o aluno se encontra.
Por isso, foi apresentada aos professores uma palestra sobre os alunos de
cada geração e, mais especificamente, da geração Z, em que se encontram os
alunos que recebemos no 6º ano.
3.1 Gerações e suas características
De acordo com Fava (2012, p. 68), “estamos perante uma nova realidade, tal
como nossos pais quando eram crianças, [...] existem mudanças positivas e
negativas em cada geração e essa comparação leva ao choque de gerações”.
Fava (2012, p. 68) ainda observa que é justamente esse chamado choque de
gerações a:
Razão pela qual uma alternativa foi nomear as gerações de forma a entender o contexto e as circunstâncias de cada período e não alinhar com as mesmas características indivíduos de épocas diferentes. Aliás, o crescimento, tanto populacional quanto na tecnologia, produziu mudanças culturais e sociais e isso permitiu a cada geração impor-se e desenvolver não somente as próprias ideias, mas também adotar e rotular mudanças por meio da linguagem, moda, música, arte e a forma como utilizam a tecnologia. Pela primeira vez na história temos gerações distintas coexistindo ao mesmo tempo, reivindicando suas diferenças.
Serrano, (2010) explica por que se usam nomes específicos para
determinadas gerações:
Até há pouco tempo atrás, quando nos referíamos a crianças, adolescentes ou pessoas de meia ou terceira idade acabávamos generalizando comportamento e características, independente da época em que viveram. Hoje é inaceitável imaginar o comportamento de um adolescente, independente da época que tenha vivido.
Assim, fica fácil entender que um adolescente do Século XIX, com certeza terá características diferentes de um adolescente do início do Século XX, ou dos anos 50, 60 ou 90. Dessa forma, se optou por chamar as gerações (independente de sua idade, já que as gerações envelhecem) por nomes específicos.
Esses nomes específicos geralmente são: Geração Baby Boomer, Geração X,
Y, Z, conforme as décadas de nascimento de cada um. Alguns autores trazem
outras nominações, como Belle Époque (nascidos antes de 1945), Geração XY
(mescla de gerações), Geração Alfa ou Alpha (nascidos a partir de 2010).
Na tabela 1 constam os nomes das gerações com suas respectivas décadas
e algumas características de cada uma. Muito embora essas definições sejam mais
utilizadas em áreas como Administração e Marketing, elas já entraram na área da
educação, no reconhecimento das características de alunos.
Tabela 1 – gerações e suas características
Baby Boomers (1945/60)
Geração X (1960/80)
Geração Y (1980/2000)
Geração Z
(2000...)
- Sem internet; - Trabalho escolar com a escrita; - Trabalho é prioridade; - Respeito; -Tolerância: - Educação muito disciplinar e rígida; - Demonstram lealdade; - São compromissados.
- Nascimento da internet; - Geração da angústia (mudanças excessivas); - Trabalho escolar com a escrita e a imagem; - Resistência ao novo; - Insegurança em perdas para pessoas mais novas; - Quer tranquilidade; - Estabilidade e equilíbrio; - Marcada por movimentos revolucionários; - Mais independentes; - Mais empreendedores.
- Desenvolvimento da internet; - Trabalho escolar com escrita, som, imagem; - Impulsivos; - Período de prosperidade econômica; - Revolução tecnológica; - Realizar multitarefas; - Desejo constante de novas experiências; - Quer movimento; - Inovação; - Já definiram profissão, ainda dão certo valor à escola; - Odeiam burocracia; - Odeiam atividades rotineiras; - Horários flexíveis; - Roupas informais.
- Velocidade da internet: tablets, iPhones, sites, blogs, redes sociais; - Trabalho escolar com a imagem, som, texto; - São nativos digitais; - Conexão/ internet alta; - Assessores para assuntos tecnológicos; - Individualistas; - Antissociais; - Menor valor aos contatos familiares; - Maior valor aos contatos virtuais; -Ainda estão na escola, mas não sabem ao certo o porquê (não percebem a função da escola); - Excêntricos em muitos aspectos: moda, relacionamentos, diversão etc.; - Imediatistas.
Fonte: Elaboração da autora, de acordo com Serrano (2010) e Fava (2012).
Diante da observação da tabela vê-se que as características são bem
diferentes de uma geração para outra, mas não são melhores nem piores. Numa
entrevista na Revista Nova Escola de novembro de 2013, dois mestres discutem a
educação moral nos dias de hoje. Vinha e La Taille (2013, p.19), Vinha pergunta:
Hoje os alunos não têm mais valores? A dúvida: a relação entre alunos e escola
mudou? Os valores de hoje são diferentes? E La Taille responde:
A frase: “os jovens de hoje não têm mais valores” remonta pelo menos ao século 12 ou 13. Toda geração acha que a seguinte não os tem. Mas do ponto de vista teórico, o que é valor? É investimento afetivo. Então as crianças, os jovens e os mais velhos têm. Os jovens possuem hoje os mesmos valores morais da sociedade. Eles continuam sendo razoavelmente os mesmos, se pensarmos na justiça, na generosidade e no respeito, mas o que talvez aconteça é que outros, como a celebridade, o ser vencedor, o aparecer e mostrar-se o tempo todo são mais fortes. Muitos jovens hoje estão no Twitter, no Facebook, postam fotos, falam de si mesmos, dão um espetáculo, mas quem inventou tudo isso? Não foram eles. Os adultos inventaram as redes sociais e eles são os usuários. Portanto temos de pensar em corresponsabilidade.
Assim vê-se que a educação moral é a mesma em todas as gerações. As
fases de tendência afetiva são as mesmas: anomia, heteronomia e autonomia.
Porém se para atingir a autonomia é preciso responsabilidade e vivência positiva de
situações de conflitos, depois dessa fase é preciso uma corresponsabilidade para
com os que ainda não estão na fase autônoma.
Os valores estão aí e são os mesmos, mas não são eles que determinam a
moralidade, mas sim o porquê se seguem esses valores.
4 ALUNOS E CONFLITOS
De posse das informações da tabela com as características de cada geração
dos alunos, o professor poderá aliar esse conhecimento com a questão da
elaboração de regras e limites dentro e fora da sala de aula.
Para mim durante o desenvolvimento do projeto, foi mais fácil conversar com
os alunos e entendê-los, porque eu já havia assistido a uma palestra e lido sobre o
choque de gerações. Percebi que realmente muitos conflitos que ocorrem em sala
de aula são provenientes da má interpretação por parte do professor das condutas
dos alunos.
Um exemplo claro disso aconteceu em duas situações que eu observei. Uma
em sala de aula comum e outra em quadra esportiva. Os professores, embora
diferentes, tiveram ações autoritárias na tentativa de resolver os conflitos mínimos
que apareceram. Assim eu me pergunto, já respondendo: Em que fase do
desenvolvimento moral estão os professores? Grande parte deles são da geração X
e uns poucos da geração Y, Parecem estar na fase da heteronomia, ou seja, eles
agem na disciplina, nas regras e nos limites impostos à sala em seu próprio
benefício, conforme sua conveniência, sem legitimar as mesmas. Num determinado
momento uma regra vale, num outro momento, essa mesma regra já não vale mais.
Assim, foi ofertada aos alunos do 6º e 7º anos uma palestra com slides sobre
os conflitos interpessoais na escola, bem como, em outros momentos, foram
apresentados em sala de aula pequenos trechos de filmes sobre conflitos, regras,
limites na TV Pendrive, do site youtube com o conteúdo.
Observou-se que nas semanas em que aconteceu a realização dessas
atividades, as situações de conflitos diminuíram, porém em pouco tempo elas
voltaram a ocorrer novamente.
Isso evidenciou que as regras no colégio não são entendidas pelos alunos de
forma legítima. Também que o conteúdo sobre conflitos, regras e limites, enfim a
educação moral deve ser estudada pelos professores e ofertada aos alunos em
situações de interação, onde ele possa entender os valores contidos nessas regras
estabelecidas pelo colégio e legitimá-las. De acordo com Vinha, (2013), a
moralidade é objeto de conhecimento e esse objeto tem que ser assimilado pelo
aluno se você quer que ele aja de acordo com esses valores. O aluno só age
moralmente se ele tem acesso ao que deve ser feito e não aquilo que é esperado
que seja feito. Esse é um conteúdo que deve ser aprendido não só pela reflexão,
mas principalmente pelas vivências.
Para a idade dos alunos do 6º ano, a Webquest ofertada pela internet não
aconteceu como previsto, pois não foi possível levar os alunos até à sala de
informática por questões de logística. Quando pedi para acessarem em casa, muitos
não o fizeram. Por isso, a mesma foi entregue aos alunos em forma de entrevista
escrita mesmo e depois sociabilizada na sala de aula em forma de conversa informal
com os alunos. No grupo de cursistas GTR, alguns professores disseram que uma
Webquest seria possível devido ao uso de uma tecnologia que os alunos gostam
muito. Infelizmente não ocorreu como previsto. Talvez para alunos maiores e mais
autônomos dê certo.
Na conversa informal que tive com os alunos do 6º ano, os mesmos
conceituaram conflito em sua maioria como: é “briga”, “é uma coisa ruim”, “é um
problema”, ou ainda é quando alguém está “bravo” com outra pessoa. Dos 22 alunos
presentes na sala nesse dia, durante essa conversa, 21 disseram que resolvem
seus conflitos “conversando” com a outra parte, tanto na escola quanto em casa.
Apenas 1 aluno disse que “só resolve na briga mesmo” e que na sua casa só “na
violência física e gritos”. Disseram ainda que a disciplina de Educação Física é a que
apresenta menos conflitos e as que apresentam mais conflitos são Geografia e
Ciências. Segundo os alunos isso acontece porque eles gostam de Educação Física,
mas não gostam das outras disciplinas. Relataram que os professores de Geografia
e Ciências eram chatos e gritavam demais pedindo o tempo todo para que os alunos
calassem a boca.
Sobre como os professores resolvem seus conflitos em sala, os alunos
disseram que “eles dão bronca”, “levam o aluno para cima” (para a equipe
pedagógica intervir), “tiram nota”, “pedem para os alunos resolverem os conflitos fora
da escola”, “brigando com eles aos gritos”, “chamando a atenção”, “dizendo que os
alunos não têm educação”. Embora a professora de Educação Física tenha sido
citada como “chata”, foi a única apontada por todos os alunos como a professora
que resolve os conflitos no diálogo, na conversa.
Mais uma vez ficou explícita a necessidade de se estudar na formação
continuada com professores a questão dos conflitos interpessoais na escola e os
estágios do desenvolvimento da moral no indivíduo para se instaurar de modo claro,
seguro e pedagógico a legitimação das regras presentes no Regimento escolar.
Muitos dos cursistas do GTR acreditam que os conflitos estão mais
relacionados a os alunos gostarem ou não da disciplina e/ou do professor. Vê-se
então que através do GTR foi possível ratificar que a educação moral precisa ser
estudada pelos professores para que ele entenda e atue melhor sobre os conflitos
que ocorrem no ambiente escolar.
5 PROFESSORES E OS CONFLITOS
Para os professores foi realizada uma palestra sobre “choque de gerações”,
pois esse foi um assunto que surgiu durante uma reunião em que tratávamos, entre
vários assuntos, das características dos alunos que estamos recebendo na escola.
Que eles têm um comportamento bem diferente dos padrões esperados para um
ambiente escolar. Que não seguem regras, nem normas estabelecidas pelo
regimento do colégio. Que utilizam vários aparelhos de comunicação durante as
aulas. Que não se preocupam com questões pedagógicas e que se interessam mais
pelas conversas com os amigos do que pelo conteúdo ministrado.
E fazem isso de uma maneira indiferente, com certa neutralidade, de modo
despretensioso como se esse tipo de comportamento não afetasse o seu ensino e a
sua aprendizagem. As famílias desses alunos, em sua grande maioria, também se
comportam da mesma maneira, além de terem pouca presença no colégio para
saberem da vida escolar de seus filhos. Agem como se a educação não fosse
necessária nos dias de hoje.
Para Dimenstein (1999, p. 11):
O papel da educação é fundamental no enfrentamento do maior desafio atual da humanidade. Nossas escolas estão preparando os jovens para exercer funções que possivelmente não serão mais necessárias, e o número de vagas disponíveis não será suficiente para empregar a próxima geração. As profundas transformações tecnológicas e econômicas terão que nos fazer repensar o papel da educação para os próximos anos. Precisamos preparar a próxima geração para ajudar a criar uma sociedade civil responsável e solidária, que exerça plenamente sua cidadania.
A criação dessa sociedade responsável e plenamente cidadã só será possível
se nossos alunos utilizarem ações que contribuam para a sua formação moral e a
construção de sua autonomia, autorregulando-se. Para isso é necessário que os
professores conheçam seus alunos e ajudem no desenvolvimento do juízo moral dos
mesmos, transformando indivíduos heterônomos em autônomos, o que só é
conseguido através das interações positivas com o meio e com o outro. Caso
contrário, viveremos todos numa situação de eterno conflito, com regras que mudam
a todo o momento e impostas conforme a conveniência de um ou de outro, podendo
até levar qualquer conflito já estabelecido a uma ação de violência.
Schilling (2008, p. 17) declara que:
Cabe recordar que conflitos não são sinônimos de violência. Uma das formas de se “resolver” um conflito é a violenta, mas não é a única nem esta resposta é necessária. Cabe, nestas escolas que sabem a que vieram e a estes professores que conseguem ocupar um lugar, o reconhecimento de que os conflitos são inerentes à existência; que há um “outro” neste conflito, que precisa ser reconhecido como um interlocutor, o reconhecimento de que é possível lidar com as questões conflituosas do cotidiano escolar.
Essas questões conflituosas do cotidiano escolar são facilmente resolvidas
com a autoridade do professor, pedagogo, funcionário, ou seja, dos adultos
educadores no estabelecimento de ensino, que estabelecem regras e limites
legítimos. Sobre a autoridade, Vinha (2002, p. 1) observa que:
Antes de abordar a questão do estabelecimento dos limites em sala de aula de modo a favorecer a construção de uma auto-disciplina pelas crianças, faz-se necessário um breve comentário sobre a questão da autoridade. Hoje em dia, não existe mais a autoridade inerente ao docente como era percebida antigamente. E isso é bom. A pessoa que tem autoridade é aquela que impõe determinadas normas que considera válidas.
Para levantar o que os professores conhecem sobre o assunto foi aplicada
uma entrevista. Como já foi observado, em 2013, havia no colégio apenas uma
turma no 6º ano; por isso, a entrevista foi feita também com professores de
Educação Física do mesmo ano escolar de outras escolas. Obtive um retorno de
cinco entrevistas, o que não é uma amostra expressiva, mas que oferece alguma
ideia sobre o que o professor conhece do assunto. Desses cinco professores, obtive
o seguinte resultado:
1 Quantos anos você tem? Os professores têm entre 38 e 52 anos
2 Qual a sua formação? Todos são pós-graduados em nível de
especialização.
3 Há quantos anos exerce a função de professor? Entre 15 e 24 anos
4 Possui especialização? Dos 5 professores, 4 possuem especialização na
área de Educação Física e 1 na área de Administração, Supervisão e Orientação
Pedagógica.
5 Para quais séries você leciona? Todos lecionam no 6º ano além de outras
séries do Ensino Fundamental, bem como no Ensino Médio.
6 O que é para você um conflito interpessoal? Obtive as seguintes
respostas: “são as violências que ocorrem entre alunos e professores”, “quando
duas ou mais pessoas não se entendem”; 3 professores respondem que “são brigas
e discussões que ocorrem na escola”.
7 Acontecem conflitos na escola onde trabalha? Que tipo de conflitos?
“brincadeiras agressivas”, “desrespeito entre alunos, desrespeito aos professores”,
“falta de respeitos às normas do colégio”, “socos e pontapés entre alunos”, “bate-
boca entre funcionários”, “discussões acaloradas entre professores na hora do
intervalo”.
8 Você acha que os conflitos acontecem com mais ou menos frequência
em determinadas disciplinas? Quais? Por quê? Todos são unânimes em dizer
que os conflitos acontecem em todas as disciplinas, com pouquíssimas exceções
(essas não foram listadas), e que o comportamento do aluno reflete diretamente em
sua aprendizagem.
9 E em determinadas séries? Quais? Por quê? Também houve
unanimidade em dizer que os conflitos acontecem mais no primeiro ciclo do Ensino
Fundamental, ou seja 6º e 7º anos. Uma professora relatou que para ela é do 6º ao
9º ano.
10 Fora da sala de aula, você vê conflitos na escola? Em que lugar? 1
professora relata “que existe conflito em toda a sociedade”, 3 professores relatam
“conflitos com alunos no pátio da escola durante o intervalo”. 2 professores relatam
“conflitos nos corredores da escola entre as aulas” e, ainda, 1 professor relata
conflitos “na cozinha entre funcionários da escola”.
11 Em suas aulas acontecem conflitos interpessoais, se sim. com que
frequência? Todos relatam que existem conflitos interpessoais nas aulas e com
muita frequência.
12 Por qual razão acontecem conflitos nas aulas? Em geral todos
respondem que é porque os alunos não seguem esta ou aquela norma do colégio.
13 Se nas suas aulas acontecem conflitos interpessoais, o que você faz?
Para a aula e discute o fato? Ignora ou pune os autores? 3 professores relatam
que sempre conversam com os alunos sobre o conflito, caso não consigam levam o
caso para a equipe pedagógica. 1 professor relata que em sua aula acontecem
muitos conflitos, mas sempre “coisas pequenas” que ele mesmo resolve. 1 professor
relata que é bem rígido em suas aulas e que normalmente ignora ou pune os alunos
com a não participação na aula prática.
14 Durante as suas aulas, se acontecem discussões, brigas ou outros
fatos que ocorrem em que os alunos não chegam a algum acordo, o que você
pensa e faz? Em geral todos conversam com os alunos, se não levam até a equipe
pedagógica. 1 professor já disse que normalmente são conflitos pequenos e ele
ignora ou pune os alunos.
15 Você considera que sua intervenção em conflitos na escola é
adequada? Por quê? 2 professores relatam acreditar que conseguem intervir
adequadamente e que, mesmo com a ajuda da equipe pedagógica em alguns
momentos, a intervenção faz com que a aula seja mais tranquila depois. 3
professores relatam que atualmente está muito difícil qualquer intervenção, então
como eles são mais tradicionais, normalmente aumentam o tom da voz ou punem os
alunos de alguma maneira. Esses não acham algumas intervenções adequadas,
mas também relatam que nunca tiveram nenhuma formação em conflitos escolares.
16 Você teve em algum momento de sua formação acadêmica, ou
continuada, alguma formação sobre o assunto: conflitos interpessoais na
escola? Todos são unânimes em dizer que nunca tiveram formação sobre esse
assunto. 1 professor relata que teve uma palestra sobre o ECA (Estatuto da Criança
e do Adolescente), mas não especificamente sobre conflitos.
17 Você considera importante discutir sobre os conflitos interpessoais
na sua aula? Por quê? Todos consideram que sim, é importante, porém apenas 1
professor relata que precisa mediar os conflitos constantemente.
18 Se pudesse evitar o conflito, você evitaria? Por quê? Todos
respondem que sim, que evitariam os conflitos. 1 professor ainda relata que assim
poderiam trabalhar com mais tranquilidade. 3 ainda relatam que isso seria o sonho
de todo professor. 1 professor disse que se pudesse evitar os conflitos ele seria mais
feliz e mais satisfeito com seu trabalho.
19 Você pede ajuda para os alunos, ou para alguém da escola, ou fora da
escola quando tem algum conflito para resolver em suas aulas? Se sim, para
quem? Todos relatam que pedem ajuda para os próprios alunos, às vezes para
funcionários e também para a própria equipe pedagógica.
20 Em sua opinião, os conflitos em geral na(s) escola(s) onde trabalha
são resolvidos de maneira adequada? Por quê?
Quatro professores dizem que sim, que eles fazem a mediação do conflito e
quando não conseguem pedem ajuda para a equipe pedagógica ou ainda convocam
os pais ou responsáveis pelos alunos envolvidos; Um professor não considera
adequada a maneira como são resolvidos os conflitos na escola onde trabalha,
porque segundo ele “tudo sobra para o professor”.
De acordo com as respostas dessa entrevista percebe-se que os professores,
apesar da idade que apresenta, dos anos de experiência, de uma boa formação
acadêmica, pois todos têm pelo menos uma especialização, eles têm muito pouco
ou nada de conhecimento sobre conflitos interpessoais na escola. Eles também não
percebem o lado salutar do conflito, de que é necessária a existência do conflito,
porém com uma boa mediação.
Os professores pensam e falam o tempo todo que há muita violência na
escola atualmente. Vinha (2013, p. 19), ratifica que:
O que tem aumentado são as incivilidades, as microviolências e as situações de desrespeito cotidiano, que, dependendo da intensidade e da regularidade, transformam o ambiente em caos. É isso que gera nos profissionais da educação um desgaste, porque o aluno ignora, manda torpedo, conversa com o outro ou fala palavrão. As incivilidades não ferem o Código penal, mas ferem o esperado de uma conduta sociamente desejável.
Então vemos o professor em sala/quadra tratando incivilidades como violência
e tratando conflitos como situações que não devem acontecer na escola e ainda
transferindo a resolução da situação para a equipe pedagógica, pais e ou patrulha
escolar, quando em muitos casos são registrados até boletins de ocorrências.
Todo professor só irá perceber o lado positivo do conflito se ele tiver
conhecimento sobre o assunto. A educação moral deve ser entendida por todos que
estão no ambiente escolar. E é na interação entre os sujeitos de forma cooperativa e
solidária que se pode gerar um ambiente sócio moral coerente com os objetivos da
escola. Isso é saudável e contribui para que alunos que estão na fase heterônoma
de tendência afetiva aos poucos se tornem autônomos.
No curso do GTR tive um cursista que aplicou a mesma entrevista a nove
professores, mas teve retorno de apenas quatro. Os resultados alcançados com a
entrevista dele foram praticamente os mesmos dos apresentados aqui. Os
professores confundem muito incivilidades e microviolências com a violência em si e
tratam todos os conflitos como tal. Assim no próprio GTR foi possível validar um dos
meus instrumentos de implementação do projeto e compará-los com outros
professores. Isso enriqueceu muito meu trabalho.
Além da entrevista, os professores assistiram também a uma palestra em
slides PowerPoint sobre o choque de gerações. Essa palestra ocorreu no início do
segundo semestre e foi muito proveitosa. Houve um interesse enorme sobre o
assunto, que de certa forma era desconhecido pela maioria dos professores. Depois
foram apresentados aos professores alguns trechos do filme O Senhor das Moscas
(1963), em que se percebe com clareza o que pode ocorrer num ambiente em que
não há mediação na elaboração de regras, num ambiente em que não há
legitimação de regras. Ao final houve o sorteio de um DVD do mesmo filme como
forma de agradecimento.
6 CONSIDERACÕES FINAIS
Espera-se que os resultados aqui alcançados possam oferecer uma nova
reflexão nas unidades escolares, pois, como diz Mario de Andrade (1893-1945), “o
passado é para se refletir, não repetir”.
O caminho percorrido até aqui desde o projeto inicial foi muito enriquecedor e
os conhecimentos obtidos em todas as fases do PDE já estão sendo utilizados, não
apenas por mim, mas também por colegas de profissão que se encantaram com os
assuntos discutidos neste trabalho, culminados neste artigo.
Houve evidentemente os percalços do caminho, limitações, entraves,
angústias e, por muitas vezes, achei que não conseguiria chegar até o final deste
artigo.
Com os resultados aqui apresentados, desejo que, para os anos vindouros,
possam ser efetivados vários cursos sobre os temas relatados neste artigo, para que
o professor saiba realmente como realizar um ensino e uma aprendizagem num
ambiente salutar de conflitos bem mediados, para que os alunos alcancem cada vez
mais o estágio da autonomia do seu juízo moral.
Estou convicta de que este trabalho ainda não produziu grandes mudanças
na disciplina, no comportamento dos alunos. Mas sem dúvida é uma luz que ilumina
os novos caminhos que o professor, principalmente o professor de Educação Física
pode e deve percorrer para estabelecer relações interpessoais de qualidade, no
ambiente escolar, com seus colegas de profissão, com alunos, com funcionários e
familiares de alunos. O assunto jamais se esgota nesse artigo, muito pelo contrário.
Visto que há muitas diferenças que aparecem de uma geração para a outra, o
assunto aqui tratado jamais terminará, pois novas gerações estão por vir, de alunos
e de professores. Que eles possam juntos construir essa sociedade mais
responsável e solidária em pleno exercício de sua cidadania e no uso pleno da
autonomia de seu juízo moral, pois a pessoa autônoma sempre seguirá os valores
sociais.
6 REFERÊNCIAS
D´ELAQUA, M. A. Conflitos Interpessoais nas aulas de Educação Física no Ensino Médio: o que fazer? Trabalho de Conclusão de Curso, 2011. UEL. Londrina.
DIMENSTEIN, G. Aprendiz do Futuro; cidadania hoje e amanhã. São Paulo: Editora Ática, 1999.
FAVA, R. Educação 3.0: como ensinar estudantes com culturas tão diferentes. 2 ed. Cuiabá: Carlini e Caniato Editorial, 2012.
PROJETO Político Pedagógico. Colégio Estadual Nossa Senhora de Lourdes. Londrina, 2011.
OLIVEIRA, D. E. de M. B. de. Formacão de professores e ensino: aspectos teórico-metodológicos. Londrina: UEL, 2011. 191 p.
SCHILLING, F. Violência nas escolas: explicitações, conexões. In: PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da educação. Diretoria de Políticas e Programas Educacionais. Coordenação de Desafios Educacionais Contemporâneos. Curitiba: SEED – Pr, 2008. 93p.
SERRANO, Daniel Portillo. Geracão X,Y,Z. Disponível em: <http://www.portaldomarketing.com.br/Artigos/Geracao_X_Geracao_Y_Geracao_Z.htm>. Acesso em: 14 set. 2013.
VINHA T. P. Educação Continuada, Conflitos na escola. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=rFphBSdYfXo>. Acesso em: 07/11/2013.
VINHA, T. P. Considerações sobre a elaboração de regras na escola. XVI Encontro Nacional de Professores do Proepre. Anais .... Campinas, SP: Faculdade de Educacão, Unicamp, 1999.
VINHA, T. P.; TAILLE, Y. de La. Grandes Diálogos: Dois mestres discutem a educação moral nos dias de hoje. Revista Nova Escola. São Paulo, Ano XXVIII, nº 267,p. 18, 19, 20. Nov., 2013.