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Publicaªo da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Ano III Nœmero 8 agosto/2006 Economia ganha mais 10 vagas 3 4 Esalqueano é novo ministro da Agricultura 5 Adequação ambiental do Campus Visando ao cumprimento das leis ambientais, professores, funcionÆrios e alunos elaboram um Plano Diretor Socioambiental para o Campus Luiz de Queiroz, de maneira participativa. Um diagnstico preliminar vai sinalizar as necessidades do campus e apontar diretrizes para a soluªo de problemas referentes fauna, resduos, uso do solo, efeitos da emissªo de gases, tratamentos de Ægua e esgoto. A remoªo de 25 toneladas de materiais qumicos nªo utilizÆveis, estocados nos laboratrios da Escola, foi uma das primei- ras iniciativas. Pesquisa é publicada na Science Pag.7 Divulgaªo

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Page 1: Ano III Ł Nœmero 8 Ł agosto/2006 Adequaçªo ambiental do … · passa a se chamar "CiŒncia do Solo" com a sigla LSO.Os reitores da Universidade foram lembrados com o livro "História

Publicação da Escola Superior de Agricultura �Luiz de Queiroz�

Ano III � Número 8 � agosto/2006

Economia ganha mais 10 vagas

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Esalqueano é novo ministro da Agricultura5

Adequação ambiental do CampusVisando ao cumprimento das leisambientais, professores, funcionários ealunos elaboram um Plano DiretorSocioambiental para o Campus �Luiz deQueiroz�, de maneira participativa.Um diagnóstico preliminar vai sinalizar asnecessidades do campus e apontardiretrizes para a solução de problemasreferentes à fauna, resíduos, uso do solo,efeitos da emissão de gases, tratamentosde água e esgoto.A remoção de 25 toneladas de materiaisquímicos não utilizáveis, estocados noslaboratórios da Escola, foi uma das primei-ras iniciativas.

Pesquisa é publicada na Science

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Publicação quadrimestral daEscola Superior de Agricultura

“Luiz de Queiroz”

Universidade de São PauloSuely Vilela

Reitora

Jornalista responsávelMarcelo Basso (MTb 26.977)

Redação e reportagemAlicia Nascimento Aguiar

Pauta e RevisãoCarmen M. S. F. Pilotto

Luciana Joia de LimaRoberto Antonio Zucchi

Projeto gráficoJosé Adilson Milanêz

FotografiaPaulo Airton Soares da Silva

ColaboraçãoAlessandra Lopes de Carvalho

Talles Matheus de Barros

Produção gráficaServiço de Produções Gráficas

Tiragem 2.500 exemplares

Assessoria de ComunicaçãoAv. Pádua Dias, 11 � Caixa Postal

913418-900 � Piracicaba, SP

[email protected]: (19) 3429.4485www.esalq.usp.br/acom

2 ESALQ notíciasNº.8

agosto2006

Editorial

este terceiro ano do ESALQ notícias, iniciamos este editorial la-mentando a saída do ministro Roberto Rodrigues do Ministério da Agri-cultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), cuja competência e conheci-mento da agricultura nacional e internacional, dava a sensação de quefinalmente chegara o "momento do Brasil liderar a agricultura mundial".Por outro lado, é também esalqueano o novo ministro, o engenheiroagronômo Luiz Carlos Guedes Pinto, formado em 1965. No seu discur-so de posse, garantiu que dará continuidade ao "trabalho" de RobertoRodrigues. Sucesso ao novo titular da pasta, o terceiro esalqueano aocupar o Mapa.

O projeto Memória presta homenagem ao prof. Malavolta que à fren-te da Diretoria implantou a pós-graduação na Escola, anterior à da pró-pria USP. O hino da ESALQ, hoje "marca registrada", de autoria do prof.Zilmar Ziller Marcos é referido como importante símbolo da "Luiz deQueiroz".

A ESALQ abriu suas "portas" para os interessados em cursá-la, commais uma edição da "A Universidade e as Profissões". Com a criação demais 10 vagas para o curso de Ciências Econômicas, a Escola passa areceber 390 ingressantes. O valor e o funcionamento das empresasjuniores são mostrados, com experiências de mais de 15 anos.

As pesquisas avançam de maneira significativa. O trabalho identifi-cando novas espécies de bactérias na mata atlântica, realizado pelosprofessores Márcio Lambais, Ricardo Rodrigues, alunos de pós-gradu-ação e de graduação em parceria com a Universidade da Califórnia epublicado na Revista Science (uma das revistas mais conceituadas domundo), coloca o Brasil na vanguarda de tais pesquisas.

O jardim Francês foi revitalizado e aberto ao público no dia do aniver-sário da instituição. Nessa mesma data, o parque da "Luiz de Queiroz"teve o seu centenário comemorado.

A Escola recebeu o prêmio Agrimais como a melhor na área de ciên-cias agrárias no país. O prof. Klaus Reichardt entrou para a AcademiaBrasileira de Ciências e o prof. Homero Fonseca foi homenageado pe-los seus trabalhos com aflatoxina. O presidente da Academia Mexicanade Ciências visitou a Escola. O depto. de Solos e Nutrição de Plantaspassa a se chamar "Ciência do Solo" com a sigla LSO.Os reitores daUniversidade foram lembrados com o livro "História dos Reitores da USP"com apresentação feita pelo prof. Melfi, ex-reitor e professor do LSO.

A ESALQ, preocupada com questões ambientais, elabora um PlanoDiretor Socioambiental, coordenado pelo prof. Miguel Cooper. Com oPrograma de Gerenciamento de Resíduos Químicos, foram removidas25 toneladas de material químico não utilizável que se encontrava esto-cado nos laboratórios da Escola. O treinamento de funcionários temsido uma preocupação constante: o setor da gráfica visitou a Expoprint2006.

Como aspecto negativo, no dia 29 de março, a ESALQ foi assoladapor um blow-down, ou seja, ventos de 158 km/h, com a destruição deárvores e danos em prédios e casas de vegetação. Felizmente, com oesforço de todos os membros da comunidade esalqueana, os prejuízosforam minimizados.

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José Roberto Postali ParraDiretor da ESALQ

Franco Maria LajoloVice-Reitor

Escola Superior de Agricultura�Luiz de Queiroz�

José Roberto Postali ParraDiretor

Raul Machado NetoVice-Diretor

Campus �Luiz de Queiroz�

José Otávio BritoPrefeito

Gráfica em atualização constante

Em constante atualiza-ção, a equipe doServiço de ProduçõesGráficas marcoupresença na Expoprint2006, maior feira daindústria gráfica daAmérica Latina

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Pesquisa identifica novas espéciesde bactérias na mata atlântica

Inovação Tecnológica

Estudo realizado na ESALQ, emparceria com cientistas da Universi-dade da Califórnia, indica que 97%das espécies de bactérias identifi-cadas nas folhas das árvores damata atlântica são desconhecidaspela ciência. Os dados, ainda preli-minares, mostram que pode havercerca de 13 milhões de espécies debactérias, quase três mil vezes maisdo que se conhece atualmente.

A descoberta é uma importantecontribuição para ampliação da listade espécies bacterianas no ambien-te. “Hoje temos um banco de dadosde aproximadamente cinco a seis milespécies de bactérias classificadase conhecidas no mundo. Neste novoestudo identificamos que só na mataatlântica temos entre dois a 13 mi-lhões de novas espécies vivendo nasuperfície das folhas das plantas,isso porque restam apenas 8% dasuperfície original desse bioma”,comenta o coordenador da pesqui-sa, Márcio Rodrigues Lambais, pro-fessor do departamento de Ciênciado Solo.

A pesquisa teve início há cincoanos, no programa Biota da Fapesp,num projeto temático envolvendovárias áreas de estudo, que avalia-ram a diversidade microbiana dosolo, a superfície de folhas e a cas-ca das árvores.

Compõem a equipe da ESALQ,Ricardo Ribeiro Rodrigues, pro-fessor do departamento de Ciênci-as Biológicas e coordenador doBiota, Juliano Cury, aluno de pós-graduação em Microbiologia Agríco-la e Ricardo Büll, estudante de inici-ação científica. Da universidade nor-te-americana participa o professorDavid Crowley.

"É importante apurar a função que essas bactérias têm na floresta"

3ESALQ notíciasNº.8agosto2006

A metodologia do estudo consis-te, basicamente, em coletar as fo-lhas na floresta, remover os micro-organismos de sua superfície e fa-zer a extração do DNA de toda co-munidade microbiana. Posterior-mente, um gene típico de bactériasé analisado através do seqüencia-mento de seu DNA, possibilitando aidentificação das novas espécies ea estimativa da riqueza encontradanas diferentes folhas.

Já se sabia que as folhas abri-gavam uma gama elevada demicroorganismos, mas os pesquisa-dores não imaginavam que encon-trariam valores tão admiráveis aoiniciarem o estudo. Em análisesmoleculares realizadas em três espé-cies de plantas, catuaba (catiguá), ca-tiguá-vermelho e gabiroba, foi possí-vel constatar que em cada folha po-dem viver um mínimo de 95 e um má-ximo de 671 espécies de bactérias.

Segundo o microbiologista, exis-tia a perspectiva de encontrar umadiversidade elevada, porque ametodologia adotada permitia nãosomente acessar os microorganis-mos cultiváveis como também aque-les que não podem ser cultivadosnos meios de cultura tradicio-nais.

“Esperávamos uma diversidade ele-vada, mas não tão alta e nem comuma distribuição tão única comoobservamos”.

Os dados foram publicados numartigo na revista Science, na ediçãode junho, relatando as primeiras con-clusões da equipe. Uma nova etapada pesquisa já teve início com o le-vantamento bacteriológico de maissete espécies de plantas em outraárea da mata atlântica. O próximopasso será explorar essas comuni-dades bacterianas, investigando seproduzem substâncias de interessefarmacêutico, industrial ou agrícola,além de determinar seu papel eco-lógico.

“É importante apurar a funçãoque essas bactérias têm na flores-ta, o papel que exercem sobre ofluxo de gases do efeito estufa namata, como contr ibuem paraciclagem de nutrientes na flores-ta, ou de que forma ajudam na so-brevivência da própria espécie ve-getal, sem esquecermos de explo-rar o potencial biotecnológico, istoé, utilizar essa biodiversidade paraproduzir substâncias de interesseeconômico”, conclui Lambais.

Professor Márcio Rodrigues Lambais

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Ensino

4 ESALQ notíciasNº.8

agosto2006

A Universidadee as Profissões

Cerca de 400 alunos do ensinomédio e de cursos pré-vestibularesparticiparam do programa “A Uni-versidade e as Profissões”. Com oobjetivo de divulgar as carreiras e oscursos de graduação existentes naEscola, o projeto é realizado pelaPró-reitoria de Cultura ExtensãoUniversitária da USP e organizadopelo Serviço de Cultura e ExtensãoUniversitária da ESALQ.

Durante o evento, os estudantesreceberam informações sobre osseis cursos da Escola, pelos seusrespectivos coordenadores e pro-fessores. O intuito é apresentar aosalunos o mercado de trabalho e asatividades desenvolvidas em cadaum deles.

As empresas juniores da EscolaO Brasil possui cerca de 600 em-

presas juniores que empregam per-to de 23 mil empresários ini-ciantes,interessados em colocar em prática oaprendizado da faculdade. Esse tipode empreendimento parte dos pró-prios alunos como forma de encararo mercado de trabalho.

Para Marcia Azanha Ferraz Diasde Moraes, professora do depar-tamento de Economia, Admi-nistração e Sociologia, integrante doconselho administrativo da ESALQJúnior Economia, essa iniciativa éuma forma do aluno começar umarelação prática com a profissão,através do contato comexperiências que, na maioria dasvezes, não são vivenciadas nosbancos escolares.

“Além de funcionar como umaforma de treinamento e enriquecero currículo, é uma excelente oportu-nidade para os estudantes estabe-lecerem contato com o mercado ecom a realidade das empresas, jáque o ambiente acadêmico temoutras particularidades”, define.

Conheça um pouco mais sobreo trabalho das três firmas junioresda Escola, que são associações civissem fins lucrativos.

A ESALQ Júnior Consultoria éuma empresa formada por alunosdos cursos de Engenharia Agro-nômica, Gestão Am-biental, Ciências dosAlimentos, CiênciasBiológicas e CiênciasEconômicas.

Prestando servi-ços em diversas áreas, a equipedesenvolve um trabalho que vaialém do conhecimento puramentetécnico, onde a colaboração dosprofessores contribui para os estu-dantes aprimorarem a capacidade

Jr. Consultoria

Programa reuniu 400 alunos

de liderança, o espírito empreen-dedor e habilidades empresariais.

A ESALQ Júnior Florestalrealiza serviços de assessoria econsultoria para capacitação etreinamento de seus própriosmembros. A empresa propiciaainda a oportunidade de apro-

ximar os estudantesdo mercado de tra-balho, através deatividades em diver-sos setores.

Com uma organi-zação interna distribuída por cincoáreas dist intas, atualmente, aempresa possui 13 projetos emandamento, para associações eentidades civis até empresasprivadas e governamentais.

Mais vagas paraCiências Econômicas

O Conselho Univer-s i tá r io aprovou umaumento de 10 vagaspara o curso de CiênciasEconômicas, a partir dopróximo ano. Com esseacrésc imo, o cursopassa a ter 40 alunos portu rma. No ves t ibu la rFuvest 2007, a ESALQaumenta sua oferta para390 vagas na graduação.

Iniciado em 1998, aspr ime i ras tu rmas deCiênc ias Econômicast inham 20 alunos. Em2003, as classes passa-ram a ter 30.

A ESALQ Júnior Consultoria ea Florestal completam 15 anos emoutubro. A Economia é a maisnova, com dois anos.

Jr. Florestal

Jr. Economia

A ESALQ Júnior Economia tempor objetivo aplicar os conhecimen-tos adquiridos durante a gradua-ção,através da administração econsultoria empresarial, antecipan-do a realidade do mercado detrabalho.

Eclética, a empresa é formadapor alunos de Ciências Econô-micas, Engenharia Agronômica eGestão Ambiental, oferecendoserviços de consultoria, estudos edesenvolvimento de projetos quecontribuem para disseminar oconhecimento adquirido.

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Em Destaque

5ESALQ notíciasNº.8agosto2006

Outro esalqueano para ministro da agricultura

105 anos é comemorado no jardim Francês

Em substituição a Roberto Ro-drigues, que deixou o Ministério daAgricultura, Pecuária e Abasteci-mento (Mapa), após três anos e meiono cargo, o presidente Luiz InácioLula da Silva indicou o engenheiroagrônomo Luiz Carlos Guedes Pinto,de 64 anos.

“Sinto-me honrado com oconvite. É um desafio muito grandesubstituir Rodrigues, uma das figu-ras mais preparadas que já ocupou

Ao completar 105 anos de existência, em 3 de junho,a ESALQ revitalizou seu Jardim Francês, localizado aolado do Museu e Centro de Ciências, Educação e Artes“Luiz de Queiroz”. Uma das novidades da obra foi aconstrução de uma fonte e do pergolado, que não existiamno projeto original.

A revitalização do ambiente, que tem 600 m² e foicriado na década de 1940, obedeceu às característicasessenciais desse estilo, onde predominam o espaçoaberto e simétrico, sem árvores, plantas podadas e florescoloridas.

Uma cerca viva de abélias, atrás do pergolado, delimitao espaço. Outro destaque foi a plantação de uma coleçãode roseiras, no canteiro central, com espécies do cham-panhe ao vermelho, passando pelo lilás, rosa, ferrugem,amarelo e outras cores e tons. Além disso, para valorizaras características do jardim original, foram mantidasalgumas plantas e espécies existentes há 60 anos.

O trabalho foi realizado pelos alunos que integram oGrupo de Estudos em Paisagismo (GEP), coordenado por

Parque também celebra centenário

Ana Maria Liner Pereira Lima, professora do departamentode Produção Vegetal, contando ainda com a colaboraçãoda paisagista Nancy Ferruzzi Thame.

Vista parcial do Jardim Francês

a pasta”, disse o novo ministro, queocupava a Secretaria Executiva doMapa desde dezembro de 2004 ejá havia presidido a CompanhiaNacional de Abastecimento (Conab),nos dois primeiros anos do governoLula.

Esalqueano, formado em 1965,na mesma turma de seu ante-cessor, o novo ministro concluiu odoutorado em 1973, também naESALQ e pós-doutorado pela Uni-

versidade de Córdoba, na Espanha.É professor da Unicamp desde1983, além de ter lecionado nasuniversidades de Brasília e naCatólica de Campinas.

Em seu discurso de posse,informou que priorizará os projetosde agroenergia, além da defesa sa-nitária animal e vegetal, afirmandoainda que sua gestão será dedicadaao “diálogo” com todas as entidadesdo setor produtivo do país.

O centenário do Parque Professor Phillipe Westin Cabralde Vasconcelos foi comemorado este ano. Como não existeuma data precisa de inauguração, o aniversário da ESALQfoi escolhido para celebrar o acontecimento, marcado porduas exposições fotográficas, com imagens históricas eatuais.

O Parque começou a ser formado em 1905 e ficoupronto em 1907. De estilo inglês, o projeto paisagístico foiidealizado pelo arquiteto belga, Arsène Puttemans, queatuou na Escola até 1913, com o auxílio de Luiz TeixeiraMendes, professor de Fruticultura e Silvicultura da época.

Área de rica variedade vegetal com espécies nativas eexóticas, o estilo inglês rompe com a retidão e simetria desuas linhas, na distribuição das árvores e arbustos, pro-movendo uma nítida aproximação com a natureza. Úniconeste estilo no Brasil, o local possui aproximadamente 15hectares, espalhados por grandes gramados e amploscaminhos, o que valoriza a topografia do terreno.

O Parque não engloba toda a área do campus. Suaabrangência é compreendida num quadrilátero irregulardelimitado pelas avenidas Pádua Dias e Monte Alegre,alameda das Palmeiras e o Prédio Central.

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Painel

6 ESALQ notíciasNº.8

agosto2006

Homero Fonseca é homenageadoDesenvolvendo pesquisas

sobre a aflatoxina do amendoim,desde 1964, Homero Fonseca,professor aposentado do departa-mento de Agroindústria, Alimentose Nutrição, foi congratulado pelassuas pesquisas durante o Con-gresso Latino-Americano de Mi-cotoxicologia, promovido pelaUniversidade Federal de SantaCatarina (UFSC).

O livro “Universidade de SãoPaulo: seus reitores e seus símbolos”,de autoria de Rosana Oba, acaba deser lançado pela editora Edusp. Apublicação traz um resumo da históriada USP, a evolução de seu pleito e aeleição da primeira reitora de suahistória, Suely Vilela.

A obra, com apresentação escritapor Adolpho José Melfi, traz biogra-fias dos 24 reitores da instituição.Entre eles estão os esalqueanos JoséMello Moraes, que ocupou o cargonos anos de 1954 e 1955, e Melfi,reitor no período de 2001 a 2005 eprofessor do departamento deCiência do Solo da ESALQ.

História dosreitores da USP

A ESALQ foi contemplada como Prêmio Agrimais 2006, emcerimônia realizada durante aAgrishow. A Escola venceu nacategoria Especial como a melhorinstituição de ensino, numa amos-tragem feita com os leitores darevista Agrinova, publicação daeditora IT Mídia.

Essa categoria reconhece enti-dades, cooperativas, agroindústriase agroempresários com destaque noano. A premiação é fruto doreconhecimento de todo o país, queelegeu a instituição como a melhorEscola na área de ciências agráriasdo Brasil.

Prêmio Agrimais

Com o objetivo de conhecer oprograma brasileiro de produção deetanol para fins carburantes eestreitar a relação científica e tec-nológica entre Brasil e México, opresidente da Academia Mexicanade Ciências, Juan Pedro LacletteSan Román, visitou o país e incluiua ESALQ no roteiro.

Acompanhado de Maria SylviaDerenusson, da Academia Bra-sileira de Ciências (ABC), SanRomán foi recebido pelo diretor JoséRoberto Postali Parra e pelosprofessores Raul Machado Neto,

AMC na ESALQ

Comitiva da ESALQ recepcionouo cientista mexicano

Presente em cerca de 30% daprodução nacional de amendoim, aaflatoxina é reconhecida pela Orga-nização Mundial de Saúde (OMS)como um fungo precursor do cân-cer. A Sociedade Latino-Americanade Micotoxicologia também home-nageou Homero Fonseca, na mes-ma cerimônia, pelos méritos con-quistados ao longo de 42 anos depesquisa.

vice-diretor, e Adolpho José Melfi, dodepartamento de Ciência do Solo.

O departamento de Solos eNutrição de Plantas teve seu nomealterado. A nova denominação voltaa ser Ciência do Solo, como era cha-

Ciência do Solomado antes da fusão com o setor deNutrição Mineral de Plantas. Agora, odepartamento de Ciência do Solo temcomo sigla LSO.

Klaus Reichardt é o mais novomembro titular da Academia Brasi-leira de Ciências (ABC), na área deCiências Agrárias. Os eleitos sãoselecionados de acordo com seucampo de conhecimento. A posseaconteceu em junho.

Formado em 1963, é o oitavoacadêmico esalqueano a fazer partedo quadro da ABC que, em 2006,completa 90 anos. Seu nome jáconsta na edição comemorativa doanuário da academia.

ABC tem novoesalqueano

Prof. Klaus Reichardt

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ESALQ Hoje

7ESALQ notíciasNº.8agosto2006

A passagem de uma tempes-tadepela região de Piracicaba, comventos de até 158 km/h, atingiu oCampus “Luiz de Queiroz” no dia 29de março, causando muitos prejuízos.

Carros foram destruídos e houveinterrupção prolongada de energiaelétrica. Vários mutirões para lim-peza e manutenção do Parque fo-ram necessários, pois os estragosafetaram tanto a parte arbórea quan-to as instalações físicas, provocandodanos em prédios e estufas.

Programa minimiza resíduosPlano DiretorSocioambiental

Intempérie prejudica Campus

Devido aos problemas socio-ambientais que se constituíram aolongo da existência do Campus “Luizde Queiroz”, tornou-se ne-cessáriodesenvolver um projeto paraadequação do uso de sua área,normatizando a utilização do seuespaço físico e priorizando asatividades acadêmicas das uni-dades locais.

De maneira participativa, desde2003, docentes, alunos e funcioná-rios estão elaborando um PlanoDiretor Socioambiental (PDS) parao campus. A iniciativa é pioneira naUSP e a implementação total deveacontecer em 2007.

Os integrantes do projeto sãodistribuídos em grupos temáticospara discutir assuntos pontuais.Segundo o coordenador do PDS,professor Miguel Cooper, do de-partamento de Ciência do Solo,“adequando ambientalmente ocampus, outros problemas seresolvem”.

Algumas propostas já foramimplantadas, como a instalaçãode seis módulos de tratamento deesgoto comum e o mapeamentode áreas com risco de erosão. Aemissão de gases emitidos nocampus, onde circulam diaria-mente quatro mil carros, tambémestá sendo quantificada e essesdados servirão de base paracompensá-la com o plantio deárvores.

Para o professor Carlos Nobre,do Instituto Nacional de PesquisasEspaciais (Inpe), a ocorrência me-teorológica que atingiu a cidade nãofoi um tornado. “Pelos relatos querecebi, este tipo de ação atmos-férica se parece com algo que ameteorologia chama de micro-explosões, ou microbursts”.

“Tempestades muito severasque ocasionam um efeito chamadoblow-down, cuja tradução literal seriaventania para baixo, ou seja, ventos

fortes que derrubam árvores”

Com a implan-tação do Progra-ma de Gerencia-mento de Resí-duos Químicos,todos os resquí-cios provenientesdos laboratóriosda ESALQ passa-ram a ter um tra-tamento diferen-ciado e ambien-talmente seguro.

Para iníciodos trabalhos, foicontratado umquímico paraatuar como ge-rente do programa. Uma de suasprimeiras ações foi coordenar,juntamente com uma empresaespecializada, a remoção de 25toneladas de material químico nãoutilizáveis que se encontravamestocados nos laboratórios daEscola.

“Com a eliminação do passivoambiental, descartamos reagentesvencidos, resíduos de análises erestos de amostras. Todo essematerial estava estocado de formainadequada e, muitas vezes, semidentificação nos laboratórios, po-rões e depósitos, apenas ocupandoespaço e colocando em risco asaúde e a segurança dos usuáriosdesses locais”, afirma o químicoArthur Roberto Silva.

Outra atividade em andamento éo cadastramento dos laboratórios daESALQ. “É preciso saber quais os

Entreposto de resíduose laboratório de apoio em obras

tipos de resíduos gerados e aquantidade existente, para seestabelecer metas e ações ne-cessárias”.

Encontra-se em construção umentreposto de resíduos e umlaboratório de apoio ao programa.Os departamentos de Ciência doSolo e de Agroindústria, Alimen-tose Nutrição já possuem locaisexclusivos para armazenar, tem-porariamente e de forma ade-quada, esses materiais.

O Programa de Gerenciamentovisa minimizar e reciclar os resíduosgerados, diminuindo a quantidade e atoxicidade dos produtos utilizados naEscola. “Muitas vezes é possívelreduzir ou substituir reagentes tóxi-cos por outros menos agressivos àsaúde e ao meio ambiente sem pre-judicar a qualidade dos experimen-tos” conclui Silva.

Danos causados na Escola

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Hino

8 ESALQ notíciasNº.8

agosto2006

Escrito em 1978 e apresentado pelaprimeira vez durante a sessão solenede colação de grau da turma daqueleano, realizada em 11 de janeiro de1979, o Hino da ESALQ foi cantadopelos formandos, sob a regência dopróprio autor, Zilmar Ziller Marcos, quecompôs letra e música da canção.

Formado pela turma de 1955, o pro-fessor Zilmar doou os direitos dacompo-sição à Escola em 1984, sendoinstituído, como hino oficial, dois anosdepois.

A partitura original tem arranjo parapiano do maestro Egildo Pereira Rizzie revisão final de Tonyan Khallyhabby.Em 1986, Rizzi fez o arranjo para ban-da marcial e orquestra sinfônica.

Para ouvir o hino, acesse:www.esalq.usp.br (Ïnstituição”).

e ..., uma fraternidade composta dealunos, professores e funcionários. Todosse conheciam, se estimavam e se respei-tavam, mutuamente. Hoje, infelizmente,isso não existe mais, porque esse espíri-to se perde quando a comunidade cres-ce. Naquela época, o único meio de trans-porte da cidade para Escola era o bonde,onde todo mundo vinha conversando”.

Esta é a impressão que o professorEurípedes Malavolta tem de um tempoque viveu e que não existe mais. “A vidaera tranqüila e as pessoas se davammuito bem umas com as outras, não ha-via diferença de classes sociais, nem po-breza. Havia uma classe média e algunsricos, mas todos iguais no tratamento”.

Natural de Araraquara, conheceu a“Luiz de Queiroz” numa excursão àPiracicaba quando ainda estudava noginásio e tinha uns 14 anos. “Meu paiera ferroviário, mas já me falava da Es-cola e eu vim pra cá, sem fazer cursi-nho, e passei direto. Havia 50 vagas e75 candidatos. Entraram apenas 35,pois naquela época não se preenchiam,obrigatoriamente, todas as vagas ofe-recidas”.

Ingressou na turma de 1945, nummomento de expansão e crescimentoda instituição propiciado pelo diretorJosé de Mello Moraes. “Ele foi chama-do de louco, mas na verdade era umhomem de visão. Construiu os pavi-lhões de Engenharia, de Horticultura,de Química, o piso superior do PrédioCentral e muitas outras coisas,antevendo o crescimento da institui-ção”.

Graduado em 1948, passou a minis-trar, no ano seguinte, aulas práticas deQuímica Agrícola na Escola. Em 1951obteve a livre docência. Nos anos de1952/53 foi pesquisador associado naUniversidade da Califórnia, com bolsa

"Quando ingressei na Escola, a ESALQ era uma comunidade...”

Prof. Euripedes Malavolta

Símbolos da ESALQ

da Fundação Rockfeller. “Eu fazia aspesquisas e assistia as aulas como alu-no ouvinte no campus de Berkeley. Vol-tei de lá com minha tese de catedráticodebaixo do braço. Toda a parte experi-mental eu fiz nos Estados Unidos, aquisó redigi”. No final daquela década vol-tou a Berkeley como professor visitan-te.

Dois anos mais tarde, durante umareunião da Congregação, assistiu àmorte de seu mestre, professor MelloMoraes, quando, numa discussão como professor Salvador de Toledo PizaJúnior, sofreu um infarto. “É um episó-dio triste, mas ele defendia sua posi-ção de diretor efetivo da ESALQ, poisrecebeu essa nomeação, tendo emmãos um acórdão do Superior TribunalFederal (STF) para prová-lo. Quando foicontestado, se afastou do cargo, poisera homem de uma dignidade invulgar”.

Malavolta ocupou a diretoria da Es-cola de 1964 a 1970. Nos dois primei-ros anos, como vice-diretor em exercí-

cio, pois o professor Hugo de AlmeidaLeme, diretor na época, exercia o car-go de Ministro da Agricultura. “Consi-dero minha gestão a mais tranqüila daépoca de toda Universidade de SãoPaulo, pois passei pelo golpe militar, em64, e pela revolução estudantil de 68,quando houve greves e invasões emtodas as escolas da USP, menos na‘Luiz de Queiroz’”.

Como diretor, implantou a pós-gra-duação na Escola, a primeira da Uni-versidade. O mestrado começou em1964 e depois, em 1970, teve início odoutorado. “Quis ser diretor para fazerisso, porque era uma maneira rápida emais barata de formar corpo docente”.Para tanto, aproveitou o convênio exis-tente com a Universidade Estadual deOhio (OSU), que na época era poucoutilizado, havendo a possibilidade dogoverno americano retirar o apoio finan-ceiro. “Este foi um outro motivo. Entãoreativei o convênio, estimulando a idade colegas para os Estados Unidos parafazer doutorado e trazendo professoresde lá para lecionar na pós-graduação.Ao fim de minha gestão, a ESALQ de-tinha o maior orçamento da Universida-de”.

Malavolta foi o primeiro pró-reitor daUSP, em 1970, e primeiro diretor do Ins-tituto de Física e Química de SãoCarlos, entre 1972 e 1975.

Ao longo da carreira, publicou cen-tenas de trabalhos científicos e de ex-tensão, além de dezenas de livros. Atu-almente está preparando outros dois.

Hoje é pesquisador permissionáriono Cena, instituto que ajudou a criar,onde continua ministrando aulas e ori-entando teses. “O aprendizado de umprofessor não termina nunca. Não seifazer outra coisa. Virou diversão”.

A água, o sol e a terraexistem com própria beleza.As plantas, silentes e sempre,sustêm o equilíbriodos ciclos da natureza.

Plantar, criar e conservar,a ESALQ existe p’ra ensinar;cumprindo missão vitoriosa.

Vem inspirar deusa Ceresos filhos da gloriosa,que partem pelo Brasila propalar de norte a sul,cumprindo missão vitoriosa.