ano letivo 2016/2017 relatório final de estágio
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Relatório Final de
Estágio Elaborado por:
Maria Inês Portela Neri
Nº 2011429 | 6º Ano | Turma 2
Mestrado Integrado em Medicina
Ano Letivo 2016/2017
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1 ÍNDICE
Glossário .......................................................................................................................................... 3
Introdução ........................................................................................................................................ 4
Objetivos Gerais .............................................................................................................................. 4
Síntese de Atividade Desenvolvida .................................................................................................. 4
Medicina Interna ........................................................................................................................... 4
Cirurgia ......................................................................................................................................... 5
Medicina Geral e Familiar ............................................................................................................. 6
Pediatria ....................................................................................................................................... 6
Ginecologia e Obstetrícia ............................................................................................................. 7
Saúde Mental ............................................................................................................................... 7
Reflexão Crítica ............................................................................................................................... 7
Análise dos Estágios Parcelares .................................................................................................. 7
Posicionamento Global ............................................................................................................... 10
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2 GLOSSÁRIO
BO – Bloco Operatório
DEO – Diário de Exercício Orientado
EDA – Endoscopia Digestiva Alta
ESC – European Society of Cardiology
MIM – Mestrado Integrado em Medicina
NMS|FCM – NOVA Medical School | Faculdade de Ciências Médicas
OMS – Organização Mundial de Saúde
SNS – Serviço Nacional de Saúde
SU – Serviço de Urgência
TEAM – Trauma Evaluation and Management
UC – Unidade Curricular
UCERN – Unidade de Cuidados Especiais Respiratórios e Nutricionais
USF – Unidade de Saúde Familiar
VPH – Vírus do Papiloma Humano
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3 INTRODUÇÃO
A estrutura curricular do 6º ano do MIM da NMS|FCM incorpora a UC Estágio Profissionalizante,
caraterizada por 6 estágios parcelares, através dos quais se projeta a profissionalização do
estudante, executando tarefas clínicas no âmbito da equipa médica em que está inserido. Assim, o
presente Relatório procura enumerar os objetivos delineados para o ano curricular, descrever
sucintamente a atividade desenvolvida nos estágios e apresentar uma reflexão final, que transmita
o progresso académico inerente ao ano letivo e retrate o plano curricular do MIM.
4 OBJETIVOS GERAIS
A formação pré-graduada em Medicina constrói-se em torno de um eixo que inclui valências
científicas, técnicas e humanas, por forma a garantir não só a capacitação de profissionais ativos
e tecnicamente robustos, mas também aptos a orientar a prática clínica em sinergia com o
estabelecimento de relações de confiança e comunicação. Por conseguinte, objetiva-se que a
adoção de um caráter profissionalizante no ano de conclusão do MIM pressuponha a consolidação
e aplicação de competências adquiridas anteriormente, de forma responsável e autónoma, durante
a execução dos estágios parcelares, com vista a uma transição bem-sucedida de estudante para
médico interno. No âmbito teórico-prático, pretende-se a demonstração do conhecimento das
ciências básicas e clínicas na análise e resolução de problemas clínicos comuns, realização e
identificação de fatores relevantes na história clínica e exame objetivo, formulação de hipóteses
diagnósticas e respetivos planos terapêuticos e promoção de estratégias de prevenção da doença
e promoção da saúde. Paralelamente, devem ser incorporadas aptidões comunicacionais e sociais,
nomeadamente a adoção de uma abordagem biopsicossocial, aplicação de princípios éticos e
utilização de estratégias comunicacionais eficazes e individualizadas.
5 SÍNTESE DE ATIVIDADE DESENVOLVIDA
5.1 MEDICINA INTERNA
Durante o estágio parcelar de Medicina, vivenciei a atividade clínica e programa formativo da
Unidade Funcional 1.2 de Medicina Interna do Hospital de São José, sob a supervisão da Dr.ª
Anabela Nunes. No que diz respeito ao desenvolvimento da minha atividade em Enfermaria,
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realizei, de forma autónoma, a tutela diária de doentes, incluindo a reflexão diagnóstica e
terapêutica, discussão e colaboração com outras Especialidades, fisioterapeutas e equipa de
Assistência Social. Destaco a elaboração dos diários clínicos dos doentes sob a minha tutela e
realização de notas de entrada e de alta, assim como prática de gasometrias e aplicação diversas
metodologias de oxigenoterapia de forma autónoma. O acompanhamento da equipa de
Enfermagem valorizou a realização de pensos, entubação nasogástrica, algaliação e colocação de
cateteres venosos. A frequência do SU permitiu a revisão da abordagem clínica na doença súbita
ou exacerbação de doença de base, através do estabelecimento do diagnóstico e da terapêutica
priorizada e a diferenciação dos critérios de internamento, face ao seguimento em consulta. A
componente formativa, de carácter teórico-prático, foi materializada em Journal Club, Sessões
Clínicas, Reuniões Multidisciplinares e Seminários. O trabalho apresentado focou as guidelines
propostas em 2015 pela ESC para a abordagem clínica e terapêutica de pericardites.
5.2 CIRURGIA
O estágio parcelar em Cirurgia foi desenvolvido no Hospital Beatriz Ângelo, sendo a respetiva
componente principal realizada no Serviço de Cirurgia Geral, sob a tutela do Dr. Luís Féria. No BO
a atividade centrou-se na cirurgia eletiva, laparoscópica e laparotómica, do aparelho digestivo,
mama, endocrinológica e da parede abdominal. No que diz respeito à consolidação de
procedimentos técnicos rotineiros, destaco a desinfeção cirúrgica, aspiração, eletrocoagulação,
suturas e pensos, assim como a apresentação e diferenciação do material técnico. Na Enfermaria
acompanhei, autonomamente, os doentes admitidos, com vista ao cumprimento da terapêutica,
realização de cuidados específicos e estabilização de parâmetros analíticos. Na Consulta, observei
primeiras consultas e de follow up, consolidando técnicas de construção da relação médico-doente,
através da criação de empatia, esclarecimento de dúvidas e exposição de preocupações. A
atividade clínica no SU, sob coordenação da Dr.ª Ana Sofia Corredoura, caraterizou-se pela
incidência aumentada de traumatismos e lacerações, possibilitando a prática clínica em áreas
menos exploradas durante o MIM. O estágio opcional ocorreu em Anestesiologia, tutelado pela Dr.ª
Ana Catarina Azevedo, e incluiu a participação em procedimentos de indução e reversão
anestésica, entubação orotraqueal, bloqueio do neuroeixo e exames pneumológicos e
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gastroenterológicos. A formação complementar foi garantida através de Sessões Teórico‐Práticas
e do Curso TEAM. Aquando o Mini Congresso, apresentei o trabalho “O ABC da Abordagem
Cirúrgica da Doença de Refluxo Gastroesofágico”.
5.3 MEDICINA GERAL E FAMILIAR
O período de estágio realizado em Medicina Geral e Familiar decorreu na USF Santo Condestável,
com a supervisão da Dr.ª Carolina Resende. A atividade clínica contemplou a realização autónoma
de distintas tipologias de Consulta, mediante a diversidade etária, de género e de entidades clínicas
evidenciadas, nas quais realizei avaliações completas no foro da saúde do adulto, infantil e juvenil,
observei a emissão de atestados médicos e declarações de incapacida e colhi citologias. Participei
na vigilância em regime de Consulta no Domicílio, posta a incapacidade de determinados doentes
se deslocarem à USF, assim como Consulta de Enfermagem, na qual são realizados
procedimentos específicos, como vacinação, pensos e medição de parâmetros clínicos. Por forma
de conclusão do DEO, executei a análise de situação de um doente com Doença Pulmonar
Obstrutiva Crónica e a exposição de um caso clínico focado no diagnóstico de Hipertensão Arterial.
5.4 PEDIATRIA
O estágio de Pediatria, sob supervisão da Dr.ª Sara Nóbrega, decorreu no Hospital Dona Estefânia,
versando a área da Gastroenterologia Pediátrica. No que concerne a atividade na Enfermaria da
UCERN, procedi à avaliação dos doentes sob minha tutela, incluindo redação dos diários clínicos
e notas de alta, e adquiri noções na administração de nutrição parentérica. A Consulta permitiu a
observação de crianças portadoras de patologia gastrointestinal, objetivando o diagnóstico ou
prevenção da progressão da doença. Participei ainda na realização de EDA, percecionando a
adaptação pediátrica da técnica. Fora do âmbito específico da Gastroenterologia, a frequência
semanal do SU permitiu-me identificar as entidades agudas mais frequentes em idade pediátrica.
Quanto à participação em sessões teórico-práticas e Consulta de Imunoalergologia, foi focada a
utilização de inaladores, administração de imunizações e realização de Prick-test. O tema exposto
no Seminário Final recaiu sobre a Doença Hepática Associada à Insuficiência Intestinal.
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5.5 GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
A atividade realizada em Ginecologia e Obstetrícia ocorreu no respetivo Serviço do Hospital CUF
Descobertas, sob tutela da Dr.ª Sílvia Roque, e incluiu a apresentação de uma sessão clínica
focada na gripe durante a gravidez. Aquando a Consulta de Ginecologia, relevo a sistematização
da avaliação ginecológica e adoção de protocolos internos para rastreio de cancro do colo do útero,
assim como o aconselhamento e vigilância de métodos contracetivos. No âmbito da Obstetrícia,
por inerência à observação de Consulta de Baixo Risco, efetuei o preenchimento de Boletim de
Saúde da Grávida e interpretação de cardiotografias fetais; porém, por não ter observados casos
de Gravidez de Alto Risco, não me foi possível diferenciar o acompanhamento nesse espetro. Face
ao leque de serviços disponibilizados na Unidade, tive a oportunidade de frequentar a Consulta de
Trombofilias e participar na realização de ecografias, colposcopias e histeroscopias. Frequentei o
Bloco de Partos, de acordo com a escala semanal do SU, e a atividade cirúrgica do BO.
5.6 SAÚDE MENTAL
A Saúde Mental diferencia-se na Pedopsiquiatria, área sob a qual realizei o estágio na Clínica da
Juventude do Hospital Dona Estefânia, tutelado pela Dr.ª Paula Vilariça. A atividade, de caráter
observacional, ocorreu na Consulta do Adolescente, identificando a depressão, doença bipolar e
perturbações da ansiedade como diagnósticos predominantes. Além da terapêutica inerente à
comunicação entre o médico e o doente, observei também a prescrição de antipsicóticos injetáveis
para maior adesão. Participei nas Reuniões Clínicas, que viabilizam a discussão multidisciplinar
para análise de casos particulares por matérias médico-legais, frequência do Hospital de Dia ou
Terapia Familiar. A frequência do SU focou a observação de crianças e adolescentes com suspeita
de patologia psiquiátrica ou casos de crise de patologia já diagnosticada. Acompanhei também a
preparação de trabalhos científicos para congressos, na qual auxiliei no tratamento de dados.
6 REFLEXÃO CRÍTICA
6.1 ANÁLISE DOS ESTÁGIOS PARCELARES
No que concerne à revisão dos objetivos inicialmente delineados para o desempenho nos estágios
de Medicina Interna e Cirurgia, avalio-os como sendo os períodos que contribuíram em maior
dimensão para a execução autónoma de tarefas diárias na gestão do estado de saúde, por via da
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responsabilidade atribuída com o acompanhamento diário de doentes internados e consequente
colheita de anamnese, realização de exame objetivo, formalização de registos clínicos, requisição
de meios complementares de diagnóstico e revisão terapêutica, pedidos de colaboração e
avaliação do contexto social, no âmbito da rotina estabelecida da equipa médica. Porém, a natureza
da patologia identificada no estágio de Medicina Interna impossibilitou a observação, e eventual
realização, de procedimentos técnicos invasivos, como punção lombar ou toracocentese. No
espectro do estágio em Cirurgia, sublinho a constante disponibilidade do corpo médico na revisão
de conteúdos teóricos, com vista a aplicação correta de terminologia cirúrgica, identificação das
patologias de maior prevalência a par da automatização da abordagem cirúrgica e distinção entre
indicação eletiva ou urgente das entidades clínicas. Por outro lado, face ao elevado número de
estudantes em estágio no local, julgo que deverá ser revista a distribuição para frequência do BO,
com vista o incremento do número de oportunidades para participação na cirurgia. A realização do
estágio opcional em Anestesiologia determinou uma valiosa experiência prática devido à prática de
técnicas anestésicas e de cateterização, transversais a várias Especialidades Médicas e Cirúrgicas.
Devo dirigir uma análise particular para a formação teórico-prática complementar adotada no
presente ano curricular. Se por um lado a programação no estágio de Cirurgia, ao primar pela
aquisição de soft skills, noções de comportamento em meio hospitalar e trabalho em equipa e treino
técnico, é enquadrada de forma francamente pertinente, julgo que deverá ser reestruturado o plano
adotado na Medicina Interna, eventualmente através da disponibilização de handbooks para as
matérias teóricas e integração de workshops, sob pena de não se diferenciar dos anos anteriores
do MIM. Ainda no que ao plano formativo diz respeito, teria sido para mim desejável a exposição
de conteúdos terapêuticos, posta a primordialidade dos mesmos na prática clínica, contribuindo
assim para colmatar alguma insegurança na proposta de planos terapêuticos de natureza
farmacológica. Por último, destaco positivamente a oportunidade concedida para realizar o Curso
TEAM de forma certificada e gratuita, garantindo a contextualização na área da Traumatologia. Na
transversalidade da atividade no SU nos estágios de Medicina Interna e Cirurgia, embora a atitude
tenha sido tendencialmente observacional, a mesma constituiu uma ferramenta de aprendizagem
no que concerne a adoção de algoritmos de intervenção urgente, além de promover a proatividade,
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determinante para a capacitação na resolução de problemas. A Medicina Geral e Familiar
consolidou-se enquanto pilar da prestação de cuidados de saúde primários, contribuindo
notoriamente para a aquisição de competências comunicacionais e adaptação do plano terapêutico
aos serviços complementares necessários e respetiva disponibilidade ou acessibilidade. Destaco
também a aprendizagem no que diz respeito à gestão da informação que o doente tem acesso
como fundamental neste estágio, sendo-me possível atualmente delinear estratégias de
desmistificação ou esclarecimento eficaz. Quanto à gestão da polimedicação, familiarizei-me com
ferramentas de consulta rápida para despiste de interações medicamentosas. No que diz respeito
à atividade em Pediatria, concluo o presente ano na certeza de ter não só consolidado as
competências teóricas e técnicas no que à avaliação pediátrica diz respeito, mas principalmente ter
experienciado uma franca evolução na habilidade comunicacional dirigida aos doentes pediátricos
e respetivas famílias. Importa igualmente destacar a investigação científica desenvolvida, com
recurso aos meios bibliotecários disponíveis no Hospital, proporcionando a discussão de situações
identificadas face à bibliografia existente. A oportunidade de frequentar o estágio numa área
diferenciada da Pediatria Médica consolidou a minha perceção de que um médico deverá tornar-
se progressivamente subespecializado ao longo da sua carreira, ao invés da estagnação após
conclusão do Internato Médico, com vista a otimização da gestão de cuidados de saúde. A atividade
em Ginecologia e Obstetrícia permitiu-me experienciar a evolução na avaliação clínica e habilidade
comunicacional específicas e dirigidas à Saúde da Mulher, devidamente gerida em contexto de
seguimento, doença aguda ou gravidez. Apesar de ter diferenciado as áreas da Ginecologia e da
Obstetrícia, constatei a interdisciplinaridade entre ambas e importância da abordagem dual na
gestão da Saúde da Mulher. Saliento a otimização do período de estágio devido à calendarização
de atividades semanais, sendo possível participar ativamente em distintas valências. No que
concerne à atividade no BO, destaco a possibilidade de participar enquanto segundo ajudante em
várias intervenções cirúrgicas e, por inerência, a aquisição de competências técnicas no âmbito da
terapêutica. Por último, o Bloco de Partos destaca-se pelo acompanhamento do trabalho de parto,
em diferentes circunstâncias, e o culminar da gestação, a par da atmosfera envolvente da grávida,
família e até corpo clínico, com a participação enquanto ajudante na realização de cesarianas.
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Considerando a desconstrução do conceito de saúde proposto pela OMS em prol de uma prática
médica completa, interiorizei a representação da Saúde Mental enquanto parcela equiparada à
saúde física e social. Contrariamente, identifiquei uma larga negligência do público em geral no que
diz respeito à saúde e perturbações mentais, vinculada à relutância e fraca adesão terapêuticas,
além de relatos de discriminação e estigma por parte dos pacientes face à compreensão da sua
doença pela comunidade geral. Apesar da atividade observacional ter sido dominante, não
considero que existam competências específicas suficientes no 6º ano do MIM que capacitem o
estudante para conduzir, de forma autónoma, a terapêutica realizada no âmbito da Consulta de
Pedopsiquiatria; neste âmbito, sugiro a introdução de um maior número de momentos de contacto
com a Saúde Mental nos anos antecedentes. Menciono com particular interesse a participação na
preparação de trabalhos científicos, uma vez que a metodologia adotada para colheita de dados e
posterior tratamento e seleção de fontes bibliográficas permitiram a aquisição de técnicas passíveis
de transposição para qualquer Especialidade em termos de apresentação de matéria científica.
6.2 POSICIONAMENTO GLOBAL
Na dicotomia entre a importância relativa dos valores humanísticos e da tecnologia, revela-se
crucial a necessidade de pautar o exercício da Medicina por princípios científicos, técnicos, sociais
e éticos, devidamente enraizados na formação pré-graduada. Valorizo, por isso, a introdução de
momentos de prática clínica precocemente no MIM, permitindo a integração de conhecimentos
teóricos com a respetiva aplicação e desenvolvimento de relações interpessoais. Considero que o
fato de pertencer ao 1º ano a concluir o MIM de acordo com o plano de estudos de 2011 dificultou,
em inúmeras instâncias, a construção de diretrizes específicas no que ao exercício clínico e
avaliação diz respeito. Por outro lado, além da intensificação da atividade prática, a criação de
percursos optativos veio consolidar o ensino centrado no estudante, capaz de diferenciar os
currículos académicos de conclusão do MIM e estimular a subespecialização futura. Importa,
porém, não negligenciar a formação do corpo docente em meio hospitalar, uma vez que foram
sucessivamente identificadas discrepâncias entre as expectativas do tutor e as pressupostas pela
UC em questão. Durante o MIM, observei ainda a extensão da ação médica além da competência
técnica e fundamentação exclusiva do plano de ação em evidência científica, em prol da abordagem
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holística centrada na pessoa, evidenciando a construção dual de planos de seguimento. Adquiri,
por isso, a clara consciência da necessidade do trabalho diário para melhoria das competências
clínicas e sociais que são exigidas num bom profissional de saúde. Não obstante a franca evolução
que o SNS atingiu nas últimas décadas, identifiquei múltiplas situações de pobreza extrema e
literacia deficitária. Por conseguinte, são ainda várias as restrições que inviabilizam o cumprimento
de planos terapêuticos e, em última instância, a coesão social ideal, pelo que a estratégia política
nacional deverá obrigatoriamente sustentar como pilar parâmetros de saúde, uma vez que o futuro
de uma nação é proporcional ao grau de saúde do seu povo. Não obstante, destaco, neste prisma,
uma das valências consolidadas que considerei de maior enriquecimento, profissional e pessoal: a
capacidade de, independentemente das condições sociais e económicas encontradas, exercer o
dever cívico na construção da sociedade, através da postura clínica ativa, técnica e cientificamente
evoluída, capaz de responder prontamente aos desafios constantes. Concluo o presente ano na
certeza de ter cumprido globalmente os objetivos inicialmente propostos, não só fruto do estudo
individual, mas também da vivência durante 6 anos na NMS|FCM, enquanto instituição que cumpre
dignamente a sua missão de servir publicamente para a qualificação de excelência nos campos
das ciências médicas e que difunde na comunidade estudantil a inovação e ousadia necessários
para progressão e afirmação enquanto futuros profissionais de saúde, e na Universidade NOVA de
Lisboa, o exemplo da união na multidisciplinaridade entre áreas de estudos. Na certeza de que
inúmeros são os desafios futuros no exercício da Medicina, termino a presente fase do percurso
académico ciente da escolha de um estilo de vida que ostenta como prioritário o respeito pela vida
humana e sua dignidade, os deveres da não-discriminação, do sigilo médico, da solidariedade e da
entreajuda, além do respeito entre profissionais. Agradeço, por isso, aos Professores, assistentes,
orientadores, profissionais e colegas, pela edificação conjunta da minha noção da arte médica.
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7 ANEXOS
A secção destinada aos Anexos pretende complementar a atividade anteriormente descrita e
respetiva reflexão, por via da indicação da rotação afeta aos períodos de estágio, atividades
extracurriculares desenvolvidas durante o 6º ano e percursos optativos executados durante o MIM.
7.1 ROTAÇÃO DO ESTÁGIO PROFISSIONALIZANTE
Estágio Parcelar Período de Estágio Local de Estágio Tutor
Medicina Interna 12 Set a 4 Nov, 2016 Unidade Funcional 1.2 in
Hospital São José
Dr.ª Anabela
Nunes
Cirurgia 7 Nov, 2016, a 13
Jan, 2017
Serviço de Cirurgia Geral e
de Anestesiologia in
Hospital Beatriz Ângelo
Dr. Luís Féria
Medicina Geral e
Familiar
23 Jan a 17 Fev,
2017
Unidade de Saúde Familiar
Santo Condestável
Dr.ª Carolina
Resende
Pediatria 20 Fev a 17 Mar,
2017
UCERN in Hospital Dona
Estefânia Dr.ª Sara Nóbrega
Ginecologia e
Obstetrícia
20 Mar a 21 Abr,
2017
Serviço de Ginecologia e
Obstetrícia in Hospital CUF
Descobertas
Dr.ª Sílvia Roque
Saúde Mental 24 Abr a 19 Maio,
2017
Clínica da Juventude in
Hospital Dona Estefânia Dr.ª Paula Vilariça
Opcional
Cirurgia
Cardiotorácica
22 Maio a 2 Jun,
2017
Serviço de Cirurgia
Cardiotorácica in Hospital
Santa Marta
Prof. Dr. José
Fragata
7.2 ATIVIDADES EXTRACURRICULARES
7.2.1 Área Científica
A frequência de congressos científicos decorreu em 3 momentos ao longo do presente ano letivo,
incidindo sobre as áreas da Cardiologia1, Emergência Médica2 e empreendedorismo em saúde3.
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1. Certificado de Participação nas 29ª Jornadas de Cardiologia do Hospital Egas Moniz
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2. Certificado de Participação no XIV Congresso Nacional de Emergência
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3. Certificado de Participação no Portugal eHealth Summit
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7.2.2 Funções Associativas
No decorrer do 6º ano do MIM, desempenhei funções associativas na Associação de Estudantes
da NOVA Medical School | Faculdade de Ciências Médicas (AEFCM), na condição de Presidente
da Direção4, e na Federação Académica de Lisboa, enquanto Administradora da Direção5. Tive
ainda oportunidade de integrar o Grupo de Trabalho do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino
Superior para a inclusão dos estudantes com Necessidades Educativas Especiais no Ensino
Superior e Ciência produzida em Portugal6.
4. Certificado de Desempenho na AEFCM
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5. Certificado de Desempenho na Federação Académica de Lisboa
6. Certificado de Participação no Grupo de Trabalho para os Estudantes com Necessidades Educativas Especiais
promovido pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior
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7.2.3 Síntese do Percurso Extracurricular Anterior
Além da indicação detalhada das atividades realizadas no âmbito do 6º ano do MIM, importa
destacar o complemento executado com programas de estágios em férias, nos quais participei nos
meses de Julho e Agosto de 2014 e 2016, respetivamente no Serviço de Otorrinolaringologia do
Hospital CUF Infante Santo (inserido no programa de estágios PECLICUF da AEFFCM) e no
Serviço de Neurocirurgia do Hospital Nélio Mendonça (ao abrigo do programa de estágios nacionais
da Associação Nacional de Estudantes de Medicina). Para além disso, previamente ao
desempenho de funções enquanto Presidente da Direção da AEFCM, desenvolvi, no mandato
2014/2015, o cargo de Direção de Atividades, responsável diretamente por tutelar as áreas cultural,
desportiva e recreativa da Associação.
7.3 PERCURSO OPTATIVO No decorrer do MIM, frequentei a UC Opcional Projeto de Investigação no 1º, 2º e 3º anos, através
da qual me foi possível integrar conhecimentos acerca da definição de metodologia para
investigação científica, agilização de estratégias para consulta de fontes bibliográficas e exposição
de temáticas. A seleção da UC Opcional no 6º ano recaiu sobre os Estágios Clínicos Opcionais,
através da qual realizei o estágio clínico7 no Serviço de Cirurgia Cardiotorácica do Hospital Santa
Marta, sob tutela do Professor Doutor José Fragata. Neste período, além da vigilância diária e
discussão multidisciplinar dos doentes admitidos na Unidade de Cuidados Intensivos, participei em
diversas cirurgias cardíacas e, ocasionalmente, em sessões clínicas focadas em técnicas
cirúrgicas.
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7. Síntese de Atividade do Estágio Opcional em Cirurgia Cardiotorácica