apostila de geografia
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Apostila de GeografiaTRANSCRIPT
CCUURRSSOO DDEE PPEEDDAAGGOOGGIIAA
MMÓÓDDUULLOO::
GGEEOOGGRRAAFFIIAA
Fevereiro/2015
DIRETOR ADMINISTRATIVO
Prof. Me. Argemiro Aluísio Karling
COORDENADORA DO CURSO DE PEDAGOGIA
Profª. Me. Janaína Ciboto Mulati
EQUIPE DE PRODUÇÃO DE MATERIAL Prof. Me. Argemiro Aluísio Karling
Profª. Me. Nelci Gonçalves Dorigon Profª. Me. Sueli Aparecida Lopes Benatti
FORMATAÇÃO
Wérica Patrícia Gonçalves da Silva
Nenhuma parte deste fascículo pode ser reproduzida sem autorização expressa do IEC e dos autores. Direitos reservados para:
INSTITUTO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO E DA CIDADANIA Av. Carlos C. Borges, 1828 – Borba Gato CNPJ – 02.684.150/0001-97 CEP: 87060-000 - Maringá – PR – Fone: (44) 3225-1197 e-mail: [email protected]
GEOGRAFIA
Graduação em Pedagogia
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ÍÍnnddiiccee
I – INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 4
II – OBJETIVOS .......................................................................................................... 4
III – ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS ................................................................................. 4
V – AVALIAÇÃO .......................................................................................................... 5
VI – CONTEÚDO .......................................................................................................... 8
UNIDADE 1 - AA GGEEOOGGRRAAFFIIAA ........................................................................................ 8
1 A geografia e eu ......................................................................................................... 8
2 Poema: geografia ou terapia? ...................................................................................... 10
3 A evolução histórica do pensamento geográfico ............................................................. 11
PARA SABER MAIS ........................................................................................................ 15
UNIDADE 2 - OOSS PPAARRÂÂMMEETTRROOSS CCUURRRRIICCUULLAARREESS NNAACCIIOONNAAIISS –– PPCCNNss EE OO EENNSSIINNOO DDEE
GGEEOOGGRRAAFFIIAA ............................................................................................................... 20
1 Os Parâmetros Curriculares Nacionais - PCNs e o ensino de geografia .............................. 20
2 Como deve ser direcionado o ensino de geografia .......................................................... 22
3 Exemplo de proposta pedagógica para o ensino de geografia nos primeiros anos do ensino
fundamental - proposta do município de Londrina ............................................................. 25
PARA SABER MAIS ........................................................................................................ 25
UNIDADE 3 - AA AALLFFAABBEETTIIZZAAÇÇÃÃOO CCAARRTTOOGGRRÁÁFFIICCAA ...................................................... 31
1 A importância da cartografia e conceitos relacionados .................................................... 31
2 Leitura e interpretação de um mapa ............................................................................. 33
3 Metodologias para a alfabetização cartográfica .............................................................. 35
PARA SABER MAIS ........................................................................................................ 36
VII – REFERÊNCIAS ................................................................................................... 42
GEOGRAFIA
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I – INTRODUÇÃO
Na Unidade 1, buscamos relacionar o conhecimento de vida aos conteúdos
geográficos. Apresentamos um breve histórico da Geografia como ciência e as
implicações de cada fase no ensino dessa disciplina.
Na Unidade 2 será apresentado como os Parâmetros Curriculares Nacionais
apresentam o ensino de Geografia, com as categorias de análise, os objetivos e os
conteúdos.
A Unidade 3 aborda questões muito importantes referentes à alfabetização
cartográfica, os tipos de representação gráfica, os elementos de um mapa e metodologias
para trabalhar esses conteúdos.
Após cada unidade há sugestões de metodologias que auxiliam na prática do
ensino de Geografia. A cada encontro presencial, desenvolveremos algumas delas, que
deverão ser anexadas no dossiê.
II – OBJETIVOS
Compreender a evolução do conhecimento geográfico, bem como suas
implicações para o ensino de Geografia.
Entender a proposta de Geografia apresentada nos Parâmetros Curriculares
Nacionais
Compreender a importância da alfabetização cartográfica para os estudos de
Geografia e na nossa vida.
Entender a especificidade da Geografia no estudo da modificação do espaço
Desenvolver competências para trabalhar conteúdos de Geografia na educação
infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental.
III – ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS Leia atentamente as orientações didáticas, a fim de inteirar-se das práticas
empreendidas na FAINSEP.
O que se entende por Aprendizagem?
Aprendizagem não significa aprender, porque alguém ensina, mas, sim, o processo
de construção, reconstrução e de tomada de consciência do próprio desenvolvimento por
parte do sujeito. Entende-se que tudo acontece pela ação do sujeito e, por isso, não se
pode deixar de evidenciar o papel desta ação, pois é por meio dela que se constroem as
estruturas do conhecimento.
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É preciso reconhecer que, quando ingressamos no curso superior, assumimos
compromissos perante a nossa formação ou qualificação profissional e que sempre
seremos os protagonistas dessa caminhada. Para ter sucesso neste desafio, proposto por
nós mesmos, é necessário repensarmos o estilo de vida que levamos, a fim de
valorizarmos cada etapa e tarefa desenvolvida. Devemos, portanto, tomar decisões e
fazer opções que nos permitam aproveitar proficuamente o tempo de estudo, visando
obter êxito nos estudos e, consequentemente, na vida pessoal e profissional.
Para ajudar você nesta nova etapa, selecionamos algumas dicas
importantes:
Manter-se atento e disciplinado em relação às atividades e o cronograma do curso,
para evitar que o ritmo de estudo diminua ao longo do tempo.
Organizar bem sua agenda, a fim de reservar um horário adequado para os estudos.
Ler, interpretar, esquematizar, resumir, analisar, concluir, reelaborar e tudo o mais
que se insira no contato com um conteúdo.
Participar das atividades propostas.
Entrar em contato com o professor/tutor, sempre que tiver necessidade de
esclarecer dúvidas ou questões.
Ampliar sua rede de contatos, conversando com os colegas de turma e
comparecendo aos encontros presenciais.
Desenvolver estratégias próprias de estudo, visando garantir maior aproveitamento
do curso.
Familiarizar-se com o ambiente e os programas que serão utilizados no curso,
especialmente o Moodle.
Acompanhar todo o material disponibilizado e as atividades propostas.
IV – AVALIAÇÃO
Avaliação de dossiê
As questões estão disponíveis na copiadora e no moodle (material do módulo).
Você deverá respondê-las e entregar ou postar no moodle até a data do exame
presencial.
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Você poderá utilizar outras fontes bibliográficas (Internet, livros, revistas científicas,
entre outros) para complementar suas respostas. No entanto, não se esqueça de
citar as fontes corretamente, conforme as normas da ABNT.
A nota do dossiê será de 0,0 a 10,0.
Normas para a elaboração do dossiê:
No dossiê deve constar o enunciado das questões antes da respectiva resposta.
Deve-se obedecer à sequência de perguntas de cada unidade.
Em caso de dossiê manuscrito, o aluno deve redigir as perguntas e respostas em
folhas de papel almaço.
As respostas são individuais e devem ser elaboradas autonomamente, ou seja,
sem recorrer à cópia de trechos da apostila ou de outros textos pesquisados.
Lembre-se: o capricho demonstrado na elaboração e apresentação das atividades
também integra a nota do dossiê.
Exame presencial
Ao final do módulo, você terá o exame presencial obrigatório. Não serão permitidas
consultas.
A nota do exame presencial será de 0,0 a 10,0.
Complementação de notas
Quem optar por responder as questões “para saber mais” terá acréscimo de até
1,0 na nota do dossiê, desde que sejam entregues ou postadas no moodle até a
data do exame presencial. Vale lembrar que todas as questões devem ser
respondidas adequadamente para que o ponto seja integral.
Cálculo da média final
Dossiê = Peso 3,0
Exame Presencial = Peso 7,0
Cálculo:
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Exemplo: Se o aluno tirou 6,0 no exame presencial e 7,0 no dossiê, o cálculo será:
Para ser aprovado você precisa:
Alcançar média geral de 6,0 e obter, no mínimo, 50% da nota de cada avaliação;
Vale lembrar, entretanto, que a nota mínima 5,0 nas duas avaliações (dossiê e
exame presencial) não totaliza a média 6,0, necessária à aprovação do aluno em
cada módulo.
Recuperação de notas
Dossiê: se você não atingir a média ou não entregar no prazo determinado, terá
que solicitar o exame de dossiê. Este procedimento dever ser feito na secretaria
do curso, mediante taxa de pagamento. O exame de recuperação é composto por
10 questões discursivas, realizadas sem consulta, nas dependências do INSEP,
Polo ou Centro de Estudos.
Exame Presencial: caso não consiga atingir a média mínima (6,0), você poderá
fazer o exame de 2ª oportunidade, no prazo de 10 ou 15 dias após o encerramento
do módulo. Se, mesmo assim, não atingir a média, terá uma 3ª oportunidade.
Aqueles que não fizeram o exame no prazo estabelecido terão que solicitar
requerimento na secretaria do curso, mediante taxa de pagamento.
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VI – CONTEÚDO
UNIDADE 1
AA GGEEOOGGRRAAFFIIAA ● Objetivo: Entender que a Geografia faz parte de nossas vidas; situar a Geografia como ciência; Conhecer as tendências que nortearam/norteiam o ensino de Geografia.
1 A geografia e eu
Será que vou gostar de ensinar Geografia? O que essa matéria tem a ver comigo?
Hoje você já se levantou e escovou seus dentes. A água que você gastou, bem ou
mal, é uma das temáticas deste século, visto que é um bem natural que está se
esgotando, já que a água doce no planeta é de 2.5% e o resto das águas são salobras1.
As roupas que você escolheu para vestir foram produzidas em algum lugar,
próximo ou distante, com materiais os mais variados, por pessoas que, muitas vezes, nem
têm carteira assinada.
Pode ser que você se sentou em uma cadeira de madeira para tomar o seu café
(que já foi o principal produto de exportação do Brasil na década de 60), comeu pão, feito
de trigo, um cereal bastante cultivado em nossa região, cuja produção é altamente
mecanizada.
Isso tudo você fez em sua casa, na qual há objetos dos mais diversos cantos do
Brasil (industrialização), transportados pelos caminhões que consomem combustíveis da
Petrobrás, uma empresa brasileira que abastece os carros de fórmula 1 da Willians.
Saindo de sua casa e se direcionando para a Escola, a pé ou de automóvel,
alguma direção teve que seguir e passou por inúmeras pessoas e construções. Mais
conteúdos geográficos (orientação e cidade), pois são as pessoas que modelam os
lugares.
Ao chegar em sua escola, há ali mais pessoas, que também tomaram seu café e
comeram pão, mas vieram de outras casas, em outras ruas, a pé, de carro, de ônibus ou
moto, em cujas ruas também há casas e que seguiram por direções diferentes da sua, no
entanto chegaram ao mesmo local, tendo em vista o mesmo horário de início da aula.
Pode ser que algumas tenham vindo de outra cidade – construção humana – com o
objetivo de estar no mesmo lugar que você, a escola.
1 Salobras - Salgadas.
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E o horário? Graças ao movimento de rotação da Terra, você agora encontra-se na
parte iluminada do Planeta, enquanto outras pessoas de sua idade estão dormindo,
trabalhando, almoçando, jantando etc.
E você, nessa correria toda, nem percebe que gira junto com a Terra a uma
velocidade de 30 km/segundo.
Fonte: Sueli Aparecida Lopes Benatti, Sertanópolis, 1995, não publicado.
Como você pôde perceber, a Geografia faz parte de sua vida e de tudo o que o
cerca. São conhecimentos elaborados sobre o espaço em que vivemos.
Tudo o que envolve esse espaço e a maneira como a sociedade age nele,
produzindo novas formas e movimentos, fazem parte dos estudos geográficos. Portanto,
costuma-se usar o conceito de espaço geográfico.
Entretanto, muitos alunos afirmam categoricamente que odeiam Geografia, quando
na verdade o que odeiam é a forma como essa Geografia vem sendo trabalhada nas
escolas.
Por que estudar a realidade é tão desprazeroso para as crianças?
Essa mesma realidade faz parte da vida das crianças, que têm suas vivências em
casa, através dos meios de comunicação, do trabalho e do consumo.
Nesse processo, como a Geografia deve se posicionar, qual é seu papel na vida
das crianças? Que tipo de leitura de mundo a Geografia deve proporcionar?
São estes questionamentos que nos inquietam e direcionam na busca de
metodologias que propiciem o entendimento dessa realidade, de ver além das aparências,
de treinar o olhar e ver a essência.
Antes de direcionar para as crianças, convém inserir os professores no processo,
para perceberem o quanto a Geografia faz parte de suas vidas.
Então, para que cada professor/futuro professor sinta segurança em trabalhar
outras metodologias em Geografia, algumas serão desenvolvidas a cada encontro, outras
sugeridas, para enriquecer as aulas nos primeiros anos do Ensino Fundamental.
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2 Poema: geografia ou terapia? Quem sou eu no mundo do mapa
se não sei meu norte ou sul
me perdi nos meridianos
e não encontrei meus paralelos
A rosa dos ventos não exalava seu perfume
a bússola não orientou meus pensamentos
perdida fiquei com o GPS em punho
e milhões de informações sem entendimento
Quem sou eu na era da informática?
quais meus valores sem conta bancária?
onde estou se não comprovo residência?
como vivo sem fonte de renda?
Para onde foi a poesia da vida?
para onde foi a alegria de acordar?
para onde vão nossos sonhos de justiça?
como garantir um futuro sem futuro
Os acidentes geográficos não matam
tanto quanto os acidentes de trânsito
uma montanha bem alta não é páreo
para as partículas do egoísmo humano
Olho e vejo ao redor
a descrença por um mundo melhor
minha mente está angustiada
pelo pessimismo e descrença na espécie
humana
Ruminar os próprios pensamentos
eis uma terapia infalível
para acordarmos a tempo
de percebermos quem somos
O que o mundo tem feito de nós?
máquinas programadas para gastar
vidas calculadas para não sonhar
e ser manipuladas com algum valor
Desde que o homem é homem
muita coisa tem mudado
mas permanece o individualismo
e coisa difícil é pensar o coletivo
Que bom se a alegria fosse
nossa fiel companheira
e em cada jardim, mil flores nascesse
quando cada pessoa sorrisse
Quem dera houvesse menos pessoas com
depressão
e mais pessoas nos picos de altas
montanhas
a cultura da tristeza e da doença
são mais fortes hoje, que alegria e otimismo
Seria muito bom viver de picos a planaltos
de baías a vales esverdeados
que parassem os rumores de depressão
alimentados por uma vida de pura emoção.
Fonte: Sueli Aparecida Lopes Benatti, Sertanópolis, 1993, não publicado.
Quem um dia já não se perguntou: Quem sou eu? O que faço aqui neste planeta?
Quem já se angustiou com as desigualdades sociais que englobam milhões de
brasileiros?
Por que pessoas passam fome em um país com um território do Brasil?
Por que a tecnologia não está a serviço da paz, da cura e do bem comum?
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Hoje, ficamos perdidos em meio a tantas informações, produtos à venda e
tentamos entender quem somos em meio a tudo isso.
Queremos provar que não somos apenas um número de RG e CPF. Nossa
condição mais natural, de sermos pessoas com sentimentos, carências e opiniões, acaba
se perdendo em meio à turbulência em que vivemos.
Acabamos de nos formar na faculdade e as ideias já estão ultrapassadas. Primeiro
era preciso se especializar em uma área e hoje a regra é dominar um pouco de tudo.
Antes, quem tinha um diploma de curso superior estava com emprego garantido e hoje
isso não significa mais isso.
Os produtos que compramos já chegam em casa ultrapassados. Para onde o
planeta irá com esse consumismo desenfreado?
Por que hoje nas casas há tantos produtos fabricados do outro lado do mundo:
China, Taiwan, Formosa?
As financiadoras estão vendendo para você o que já é seu. Exemplo: “financio seu
carro”.
Diante de tudo isso, deixa-se de observar o dia, como está lindo, não se vê poesia
em mais nada. O prazer se constitui em gastar, ir nos templos do capitalismo – shopping
centers, onde se vê mais coisas que se quer comprar e comprar.
As propagandas dizem que fizeram por merecer, aqueles que têm um bom carro,
uma boa casa. Fica implícito que você não tem porque não merece.
Até as crianças estão envolvidas neste processo, muitas delas com depressão,
estresse, obesidade.
É preciso compreender um pouco dessa realidade para poder agir na mesma tendo
a ousadia de dizer não. Essa compreensão envolve o conhecimento geográfico, desde o
espaço conhecido até o espaço mundial.
Qual fase do capitalismo é essa, onde quem lucra não é quem produz e sim quem
especula com o dinheiro?
Enfim, É preciso pensar o espaço para poder agir sobre ele.
3 A evolução histórica do pensamento geográfico
As ideias geográficas surgiram pela necessidade do homem de se situar no espaço
e desvendar os fenômenos da natureza. Então, desde a Antiguidade existiam tais
conhecimentos, embora os mesmos fossem dispersos. Até o século XVIII, não havia uma
unidade no conhecimento geográfico.
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Entre os gregos, na Antiguidade Clássica, surgiu o termo Geografia, cujos estudos
diziam respeito à medição do espaço e a forma da Terra, além da descrição de lugares.
A Geografia era utilizada desde a antiguidade, mas foi no século XIX que,
juntamente com as outras ciências, a Geografia tornou-se autônoma. Isto devido às
condições históricas favoráveis como o conhecimento da dimensão e da forma real dos
continentes; a existência de grande quantidade de informações sobre variados lugares da
Terra; o aprimoramento das técnicas cartográficas e a descoberta das técnicas de
impressão; a valorização dos temas geográficos pela reflexão da época expressa na
Filosofia, nas ideias iluministas, na Economia Política e nas teorias evolucionistas.
Essa sistematização da Geografia ocorreu na Alemanha, num contexto de
unificação nacional, pois a mesma era formada por feudos, sem unidade econômica e
política. Então, questão do espaço era primordial para as classes dominantes,
relacionados ao domínio e organização do espaço, diferenças regionais e apropriação do
território. Neste contexto que se dá a sistematização da Geografia” (Moraes, 2003).
Os primeiros esforços no sentido de sistematizar os conhecimentos geográficos
vieram de dois prussianos Alexandre Von Humboldt e Karl Ritter. Para Humboldt a
Geografia seria a parte terrestre da ciência do Cosmos – uma síntese dos conhecimentos
sobre a Terra. Segundo ele, a paisagem causaria uma impressão, que, combinada com a
observação levaria à explicação. Para Ritter, a Geografia era o estudo dos lugares como
forma de relação entre o homem e o Criador.
No período do final do século XIX até meados do século XX, o pensamento
geográfico tinha como objeto de estudo a influência das condições naturais sobre a
humanidade e da natureza na constituição social. Das ideias de Ratzel surgiu a escola
determinista, para a qual o meio determinava o homem. Paul Vidal de La Blache, francês,
definia o objeto da Geografia como a relação entre homem e natureza, na perspectiva da
paisagem.
No Brasil, as primeiras tendências nasceram com a fundação da Faculdade de
Filosofia da Universidade de São Paulo e do Departamento de Geografia a partir da
década de 40, quando a Geografia passou a ser ensinada por professores licenciados,
com a influência de Vidal de La Blache. (PCN, p.103)
Essa Geografia tinha como meta abordar as relações do homem com a natureza
de forma objetiva, buscando leis gerais, numa postura neutra, sem envolver as relações
sociais no processo. O ensino era dividido em blocos (Geografia Física, Geografia
Econômica, Geografia Humana), que não se relacionavam entre si. Os procedimentos
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didáticos promoviam a descrição e a memorização dos elementos que compunham as
paisagens.
Até a década de 70 os livros didáticos seguiam a perspectiva da Geografia
Tradicional e até hoje é possível encontrar livros com essa tendência.
No pós-guerra, a realidade mudou muito; a urbanização se acentuou; o capitalismo
entrou na sua fase monopolista do grande capital; o espaço agrário começou a se
modernizar e as realidades locais passam a se ligar à escala mundial.
Então, essa Geografia Tradicional já não respondia às exigências dessa nova
realidade e iniciou-se um movimento de renovação da Geografia, inicialmente por uma
mudança apenas de ordem metodológica, baseada na crítica à insuficiência da análise
tradicional para a intervenção na realidade e foi denominada de Geografia Pragmática.
A Geografia foi despolitizada e em seus estudos foram incluídos dados estatísticos.
As regiões passaram a ser entendidas através de dados matemáticos, para com isso
servir a governos autoritários que objetivavam ocultar a realidade.
A Geografia Pragmática até fim da década de 70, manifestou-se através de três
tendências: a Geografia Quantitativa, a Geografia Sistêmica e a Geografia da Percepção.
A Geografia Quantitativa caracterizou-se, na escola, pela memorização de dados
numéricos e estatísticos, enquanto a Geografia da Percepção preocupou-se em trabalhar
o espaço na escola a partir da relação afetiva do aluno com o espaço vivenciado e
percebido por ele.
Essas tendências prevaleceram até por volta da década de 80, quando ocorreu
outro movimento dentro da renovação da Geografia, proposto por geógrafos que
preocupavam-se com mudanças que iam além da metodologia. Com as novas ideias
propostas por esses geógrafos surgiu a Geografia Crítica que opôs-se à Tradicional e à
Pragmática. A Geografia Crítica utilizava-se das análises marxistas, explicando a
organização do espaço a partir dos modos de produção.
Os geógrafos críticos buscavam um espaço que fosse organizado em função dos
interesses dos homens e não mais em função do modo de produção capitalista.
A Geografia Crítica hoje é uma frente onde convivem inúmeras propostas e onde
existe grande diversidade metodológica. Em sua concepção, é necessário que o aluno
pense o espaço de forma crítica e compreenda a serviço de quem o espaço é organizado.
Se o espaço é desigual é porque a sociedade que o produz também é. Essa
sociedade não é homogênea e sim formada por pessoas de classes sociais diferentes.
Então, cada fragmento dessa sociedade tem uma maneira de atuar na natureza segundo
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as condições que detém. A natureza, quando modificada, se recompõe, mas não em sua
forma primária. Com isso se dá o aparecimento de uma segunda natureza.
A Geografia Crítica se opõe à distribuição do espaço segundo os interesses
dominantes e prega uma Geografia a serviço do bem comum. Afirma que o Estado2 tem o
poder, devido à visão ampla que tem do espaço, enquanto o cidadão tem visão
fragmentada do mesmo espaço. Então o cidadão deve conhecer o espaço para poder
lutar por seus interesses.
A Geografia Crítica apresenta as seguintes características:
Preocupação com a questão social dentro da organização espacial. Privilegia as
interações sócio-espaciais;
Usa o conhecimento científico como um instrumento de libertação, de combate às
injustiças sociais, às desigualdades sócio-econômicas presentes numa organização
espacial.
A proposta mais ampla e bem acabada da Geografia Crítica é a proposta do
geógrafo brasileiro Milton Santos, segundo o qual o espaço é a “morada do homem”.
Santos argumenta que é necessário discutir o espaço social, e ver a produção do espaço
como objeto. Segundo ele, toda atividade produtiva do homem implica numa ação sobre a
superfície terrestre, numa criação de novas formas. Entretanto, a proposta de Milton
Santos é apenas uma das perspectivas da Geografia Crítica, convivendo com outras,
muitas vezes até antagônicas em alguns pontos, trazendo para a dialética e a diversidade
para o interior da Geografia Crítica.
O objeto de estudo da Geografia é o espaço. E conforme Santos, 1996, p.26, o
espaço não é uma coisa, nem um sistema de coisas, senão uma realidade relacional:
coisas e relações juntas. (...) sua definição não pode ser encontrada senão em relação a
outras realidades; a natureza e a sociedade, mediatizadas pelo trabalho.
A Geografia Crítica já discutia estas ideias na década de 80, mas nesta época o
ensino de Geografia nas escolas permanecia vinculado à Geografia Tradicional, que
priorizava a descrição dos fenômenos na superfície da Terra e sua quantificação.
Há uma distância grande entre os conhecimentos discutidos nas universidades e
os conhecimentos trabalhados no ensino fundamental e médio.
Diante dessas mudanças de concepção na própria Geografia, esses
conhecimentos atualizados demoram a chegar onde interessa, que é a sala de aula, onde
em muitas delas ainda se pratica a Geografia Tradicional pela falta de apoio técnico e
2 Estado é todo o aparato de leis e poder que organiza a sociedade.
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teórico ao professor. É claro que temos que considerar os avanços, pois em muitos
municípios se propicia atualização aos professores nas semanas pedagógicas e cursos
de capacitação.
Com isso, qual ensino de Geografia é preciso praticar hoje, no contexto da
Geografia Crítica? Conforme o PCN, 1997, p.108:
O ensino de Geografia pode levar os alunos a compreenderem de forma mais ampla a realidade, possibilitando que nela interfiram de maneira mais consciente e propositiva. Para tanto, porém, é preciso que eles adquiram conhecimentos, dominem categorias, conceitos e procedimentos básicos com os quais este campo do conhecimento opera e constitui suas teorias e explicações, de modo a poder não apenas compreender as relações socioculturais e o funcionamento da natureza às quais historicamente pertence, mas também conhecer e saber utilizar uma forma singular de pensar sobre a realidade: o conhecimento geográfico.
Um ponto de partida é buscar conhecer o espaço vivido dos alunos e sua realidade
concreta, pois isso possibilita o entendimento da sua paisagem geográfica, situando-o no
seu espaço de relações sociais, culturais e econômicas, para depois ampliar para outros
espaços.
Nos anos iniciais do Ensino Fundamental, é importante iniciar os conhecimentos
geográficos elaborados a partir do espaço vivido pelas crianças, que é seu espaço de
experiência prática.
Devem ser desenvolvidas atividades que vão desenvolver nas crianças noções
importantes para o entendimento e leitura dos mapas, da realidade que o cerca, vão
treinar o seu olhar. As crianças também vão se familiarizando com conceitos: em cima,
embaixo, à esquerda, à direita, na frente, atrás.
PARA SABER MAIS
1 - Metodologia: Trabalho com embalagens com crianças
O uso de embalagens vazias de produtos é muito útil nas aulas de Geografia, pois é possível desenvolver alguns trabalhos que vão desde a pesquisa na própria embalagem, a maquete com as mesmas e a discussão sobre o meio ambiente visto que atualmente é excessivo o tanto de embalagens no mercado.
Essa aula vai enfocar o tema: O uso de embalagens vazias e o estudo da indústria Objetivos: - Diferenciar produto de sua marca; - Separar produtos por características externas: material, cor, tamanho, formato; - Separar produto por uso: limpeza, alimento, higiene, uso doméstico etc.;
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- Identificar os itens presentes na embalagem dos produtos: peso, nome, composição, sac – serviço de atendimento ao consumidor, endereço, validade, informações adicionais, responsável técnico, instruções de uso, quantas unidades, valor calórico, receitas, se está escrito em outra língua, se a empresa é nacional ou multinacional; - Identificar a origem dos produtos (matéria-prima); se é da agricultura, pecuária ou extrativismo; observar se a embalagem é reciclável ou não. - Verificar a cidade e o estado onde este produto foi feito; - Observar outros itens como: símbolos do produto, se é aprovado por associação, se tem alguma vitamina, site para informações, peso líquido e drenado, lote, integral ou desnatado, inspecionado, tipo; - Trabalhar a classificação e seriação Recursos: - Embalagens de produtos consumidos em casa por alunos e professores; - Mapa do Paraná e Brasil Metodologia: 1 – Alunos organizados em grupos de 4 alunos 2 – Os alunos vão separando as embalagens por características: tamanho, peso, cor, uso etc 3 – Cada aluno escolhe a sua embalagem para pesquisar e anotar alguns itens como: produto marca peso onde foi feito composição validade preço 4 – Após a pesquisa, cada aluno pode ler e outras atividades podem ser feitas como: a) Após verificar o preço de cada produto, fazer uma brincadeira de posicionamento do mais caro ao mais barato; b) Verificar as cidades e estados de origem dos produtos e fazer um gráfico, usando caixas de fósforo. c) Produzir um mapa temático do Brasil com o título: origem das embalagens pesquisadas pela turma? Este mapa deve ser colorido, usando-se as cores mais escuras para onde há mais indústrias e tons que vão clareando, para onde há menos indústrias. Exemplo: Marrom, vermelho, laranja e amarelo. d) Levantar o tempo de decomposição de cada embalagem e fazer um debate sobre o excesso de lixo produzido atualmente e a superlotação dos lixões. e) Criar brinquedos e maquetes com as embalagens f) Criar uma marca e um produto. Avaliação: Diagnóstica Conteúdos passíveis de serem trabalhados: Português: símbolos e siglas, elaboração de texto explicativo; Matemática: preços, quantidades, medidas de capacidade: ml, kg, g; Geografia: local de origem, atividade econômica, degradação do meio ambiente, indústria no Brasil; História – histórico da matéria-prima; Ciências: cuidados no uso de certos produtos, deterioração; Artes: criatividade na confecção de brinquedos com sucatas.
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2 - Metodologia: Trabalhando a origem dos alunos com quadro, mapa e gráfico
É feita uma lista no quadro com o nome de cada aluno, o município3 e estado (Unidade da Federação) onde nasceram. Cada um completa a sua.
Aluno Cidade Estado
Após completar a lista, será feita uma leitura da mesma, observando os estados
onde houve mais nascimentos, assim como os municípios. De posse do mapa do Brasil e do mapa do Paraná, sobre uma mesa4 e de círculos
de papel colorido, cada aluno(a) pode localizar seu local de nascimento no mapa. É preciso estar atento às dificuldades de localização que podem ou não serem
apresentadas pelos alunos e intervir quando necessário. Questionar aos alunos onde foi possível visualizar melhor as informações: na lista
ou no mapa. Proceder à contagem do número de nascimentos por Unidade da Federação –
estado e município, registrando no quadro. A seguir pode ser feito um gráfico de barras ou colunas em papel quadriculado,
colorindo um quadradinho para cada nascimento em um dado município.
Origem dos alunos – por município
Londrina
Cambé
Rolândia
3 Glossário : município, cidade, campo, urbano, rural, Unidade da Federação-UF.
4 Os mapas, quando expostos no quadro de giz traduzem para a criança a ideia de verticalidade – que o norte é em cima. Por isso, na
medida do possível, o mapa deve ser colocado no chão ou sobre uma mesa, sempre buscando coincidir o leste do mapa com o leste na realidade, o norte no mapa com o norte na realidade. Pode se usar a orientação pelo sol para isso: onde o sol nasce (movimento aparente) é o leste e você aponta o seu braço direito para lá; do lado contrário será o oeste, na sua frente estará o norte e atrás o sul.
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Sertanópolis
B.V.Paraíso
Origem dos alunos – por UF – Unidade da Federação (Estado)
Paraná
São Paulo
S.Catarina
A partir dessas informações pode ser feito um mapa temático5 para representar as
informações levantadas em sala. Esse mapa temático pode ser feito individualmente, na folha de sulfite ou pode ser
feito num tamanho maior. Para ampliar mapas é simples, é só tirar uma cópia do mesmo na transparência e usar o retroprojetor. Os próprios alunos tiram o contorno do mapa no papel craft, para depois completar o mapa.
Porém quando você amplia o mapa, a escala muda e é preciso calcular a escala do mapa ampliado.
Em um mapa temático precisam estar presentes os seguintes itens:
Título: Origem dos alunos do curso de Pedagogia do INSEP – turma ___.
Escala: 1 centímetro no mapa representa quantos quilômetros na realidade?
Legenda: Se escolher cores para colorir os estados de origem dos alunos, a legenda deve explicar o que significa cada cor. Geralmente se usa tons mais escuros para onde tem mais coisas, onde é mais alto com relação ao relevo.
Orientação: Indica o ponto cardeal norte, com a letra N maiúscula.
Elaboração: Quem elaborou o mapa temático? Um aluno? A turma? 3 - Metodologia – Usando o desenho
Para trabalhar os conteúdos: Bacias hidrográficas, as partes de um rio e uso racional das bacias hidrográficas, propõe-se uma atividade usando desenho.
Os materiais necessários são: uma folha de árvore, giz de cera e papel sulfite. 1º Sobrepõe a folha de sulfite na folha de árvore e passa o giz de cera sobre o
sulfite, para que a textura da folha de árvore fique impressa no sulfite. 2º A seguir procede-se a colocar os nomes das partes de um rio em sua posição
correta:
5 Mapa temático: é um mapa onde se destaca o tema pretendido e para isso esse mapa deve ser “mudo”, só com os contornos do
território (Brasil, Estados ou Municípios) Há atlas só de mapas mudos como material didático.
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1 – nascente 2 – foz 3 – leito 4 – afluente 5 – margem esquerda 6 – margem direita 7 – rio principal 8 – bacia hidrográfica
3º Os alunos desenham nas áreas entre os rios, formas produzidas pelos homens
como casas, plantações, rodovias, pontes, etc. 4º Deve-se explicar para os alunos que tudo compõe uma bacia hidrográfica, cujo
conceito deve ser produzido com os alunos: é uma área de terras banhadas por um rio principal e seus afluentes.
5º Discutir com os alunos sobre o uso das águas de uma bacia hidrográfica e a importância da preservação dos recursos naturais. Lembrar que se um município está próximo à nascente e outro próximo à foz, as ações de degradação do meio ambiente do primeiro vão atingir diretamente a população do segundo município.
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UNIDADE 2
OOSS PPAARRÂÂMMEETTRROOSS CCUURRRRIICCUULLAARREESS NNAACCIIOONNAAIISS –– PPCCNNss EE OO EENNSSIINNOO
DDEE GGEEOOGGRRAAFFIIAA ● Objetivo: Conhecer a proposta de ensino de Geografia apresentada nos Parâmetros Curriculares Nacionais; Entender as categorias da Geografia que devem ser objeto de estudo nos primeiros anos do ensino fundamental.
1 Os Parâmetros Curriculares Nacionais - PCNs e o ensino de geografia
Segundo os PCNs, 1997, p.109 o objetivo da Geografia é explicar e compreender
as relações entre a sociedade e a natureza, como a sociedade se apropria da natureza,
agindo sobre ela. Sua abordagem deve relacionar as noções de espaço e tempo e os
fenômenos sociais, culturais e naturais de cada paisagem, para entender sua dinâmica.
No que se refere ao ensino fundamental, é importante considerar as categorias da
Geografia mais adequadas para os alunos em relação à sua faixa etária, ao momento da
escolaridade em que se encontram e às capacidades que se espera que eles
desenvolvam. São as seguintes categorias, que se mostram mais acessíveis aos alunos:
1.1 Espaço Geográfico
“O espaço deve ser considerado como um conjunto indissociável de que
participam, de um lado, certo arranjo de objetos geográficos, objetos naturais e objetos
sociais e, de outro, a vida que os preenche e os anima, ou seja, a sociedade em
movimento.” Santos, 1996, p. 26
De acordo com essa citação entende-se que o espaço geográfico é o espaço que
já foi alterado ou modificado pela ação do homem. Antes era considerado um espaço
natural.
Ainda segundo Santos, 1996, p.64, a produção do espaço é resultado da ação dos
homens agindo sobre o próprio espaço, através dos objetos, naturais e artificiais. É
importante considerar que o espaço geográfico é historicamente produzido pelo homem
enquanto organiza econômica e socialmente sua sociedade.
1.2 Paisagem
“Tudo aquilo que nós vemos, o que a nossa visão alcança, é a paisagem. Esta
pode ser definida como o domínio do visível, aquilo que a vista abarca. Não é formada
apenas de volumes, mas também de cores, movimentos, odores, sons etc.” Santos, 1996,
p.61.
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Se é tudo aquilo que se vê ou o que a visão alcança, a paisagem depende do
ponto de vista, ou seja, de onde ela é observada, isto é, do lugar onde está o observador.
A paisagem revela a realidade do espaço em um determinado momento do processo de
construção. É a fotografia do espaço e expressa sua história e seu movimento, resultante
da relação do ser humano entre si e com a natureza.
Quando se fala da paisagem de uma cidade, dela fazem parte seu relevo, a
orientação dos rios e córregos da região, as ruas, as construções, as marcas da
sociedade, enfim.
1.3 Território
Este conceito foi originalmente formulado nos estudos biológicos do final do século
XVIII. Nessa definição original, ele é a área de vida de uma espécie, onde ela
desempenha todas as suas funções vitais ao longo do seu desenvolvimento.
Para a Geografia o território representa uma parcela do espaço identificada pela
posse. É dominado por uma comunidade ou por um Estado.
Para estudar esta categoria é preciso que os alunos entendam que os limites
territoriais são variáveis e dependem do fenômeno geográfico considerado.
Por exemplo, ao falar de território nacional, falamos do contorno de cada país. Mas
esse contorno pode mudar dependendo do interesse do povo que aí mora.
Nas imagens de satélite do Planeta Terra não se vê os contornos dos territórios,
portanto, cada país conquistou seu território e alguns ainda lutam para aumentá-lo ou
conquistá-lo como os países bascos, povo palestino, povo judeu etc.
1.4 Lugar
Pertencer a um território e sua paisagem significa fazer deles o seu lugar de vida e
estabelecer uma identidade com eles. A categoria lugar revela os espaços com os quais
as pessoas têm vínculos mais afetivos e subjetivos que racionais e objetivos: uma praça
conhecida, por exemplo.
1.5 Existe diferença entre paisagem e espaço?
Quando você pára e observa o seu horizonte verá uma série de formas produzidas
pelo homem e formas da natureza. A imagem que você vê nesse momento e nesse lugar,
como uma fotografia, é a paisagem. Se você parar neste mesmo lugar à noite, verá que
algumas coisas estão diferentes e a fotografia sai diferente também. A paisagem é única
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no momento em que você a vê, ela muda constantemente. Pense num teatro e a
paisagem será a visão que você tem desse palco montado para a cena.
Já o espaço geográfico, o que é: uma sequência de paisagens (fotos). O conceito
de espaço geográfico está ligado não apenas à observação, mas ao entendimento dos
processos que criaram essas paisagens, aos motivos que levaram a cidade a crescer em
alguma direção, o que levou á estagnação alguma área da cidade, por que em tais
lugares se concentram as indústrias, a riqueza ou a pobreza; quais os movimentos –
fluxos neste espaço; como o Estado age no espaço com melhorias. Pensando no teatro, o
espaço geográfico envolve a montagem do palco, as pessoas que o montaram e os
atores do palco, que vão atuar na peça, os custos da montagem, a necessidade de
desmontar o cenário para montá-lo em outro lugar.
A paisagem é o visível, e o espaço geográfico, além do visível, é o que existe além
dele, o invisível.
O mundo hoje é um conjunto de lugares, diferentes mas coordenados. Por mais
que o capitalismo queira igualar os lugares, os costumes e o consumo de produtos, os
lugares se diferenciam e se tornam únicos.
Aos poucos, as crianças precisam ir compreendendo que o local onde mora se
relaciona com outros lugares através do consumo, do trabalho e do lazer. É papel da
Geografia relacionar o contexto mais próximo ao mais amplo, enfim, relacionar o local ao
global.
O ensino de Geografia deve permitir que o aluno tenha o sentimento de
pertencimento a uma realidade, que precisa conhecer, da qual tem que participar e com a
qual deve se comprometer. Ter um sentimento de cidadania.
2 Como deve ser direcionado o ensino de geografia
O ensino de Geografia deve ser voltado para a compreensão da realidade, então o
professor deve buscar práticas pedagógicas que estimulem os alunos a isso.
Conforme o PCN, 1997, p.115 espera-se que os alunos desenvolvam a capacidade
de identificar e refletir sobre diferentes aspectos da realidade, compreendendo a relação
sociedade-natureza.
Para tanto, ainda conforme o PCN, 1997, p.115 a prática do professor deve
envolver procedimentos de problematização, observação, registro, descrição,
documentação, representação e pesquisa dos fenômenos sociais, culturais ou naturais
que compõem a paisagem e o espaço geográfico, na busca e formulação de hipóteses e
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explicações das relações, permanências e transformações que aí se encontram em
interação.
O professor precisa trabalhar esses procedimentos, partindo da observação e
descrição, os quais são os pontos de partida básicos para início da leitura da paisagem e
construção de sua explicação. Para trabalhar esses procedimentos é preciso sair da sala
de maneira planejada – o trabalho de campo e o uso de imagens da tv, fotos, mapas etc.
Também precisa fazer analogias, isto é, comparações, para entender as diferentes
paisagens.
2.1 Objetivos da geografia para o 1º, 2º e 3º anos do ensino fundamental.
A paisagem local, o espaço vivido pelos alunos deve ser o objeto de estudo ao
longo dos dois primeiros ciclos. Porém, se surgir alguma possibilidade de relacionar com
o nível mundial, pela curiosidade das próprias crianças, isto deve ser feito.
Por exemplo, se perguntarem sobre onde fica o país onde será a copa do mundo,
as olimpíadas, onde ocorreu um terremoto, o professor pode utilizar o mapa mundi, dizer
que é uma representação dos países, mostrar onde fica o Brasil e onde fica o país, objeto
da curiosidade dos alunos.
Esses são os objetivos para o 1º, 2º e 3º anos do ensino fundamental:
Saber observar como a sua comunidade lida com as diversas manifestações da
natureza e compreender que elas, muitas vezes, determinam a maneira pela qual o
espaço em que a criança vive é ocupado. Por exemplo, a orientação de um rio pode ser a
principal causa da forma como a população se distribuiu na cidade.
Conhecer e comparar a natureza da paisagem local com a de outros lugares.
Reconhecer semelhanças e diferenças nas formas pelas quais os diferentes
grupos sociais lidam com as manifestações da natureza, relacionando atitudes desses
grupos com o trabalho, hábitos cotidianos e lazer. Um exemplo: o verão para os
moradores da cidade pode significar que é chegado o período de férias, na praia. Na área
rural, é a época das chuvas essenciais para a lavoura.
Utilizando imagens e textos, observar e descrever a paisagem e conhecer pontos
de referência para se deslocar com autonomia e representar os lugares onde vivem.
Espera-se que eles adquiram uma atitude responsável em relação à preservação
da natureza.
Ser capazes de utilizar a linguagem oral e ilustrações para observar e descrever a
paisagem.
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2.2 Objetivos da geografia para o 4º e 5º anos do ensino fundamental
No segundo ciclo, o ensino de Geografia deve intensificar ainda mais a
compreensão dos processos envolvidos na construção do espaço geográfico. Os alunos
já podem construir explicações mais complexas sobre as relações que existem entre o
seu espaço e em outros lugares do mundo.
Podem ser trabalhados os problemas socioambientais, a degradação dos
ecossistemas, as desigualdades sociais. Também o próprio processo de globalização
onde se vê uma interdependência entre os lugares. Noções como de sociedade, cultura,
trabalho e natureza são fundamentais neste ciclo, sempre relacionando sociedade e
natureza.
Esses são os objetivos para o 4º e 5º anos do ensino fundamental:
Os alunos devem reconhecer e comparar o papel da sociedade e da natureza nas
diferentes paisagens urbanas e rurais brasileiras.
Identificar semelhanças e diferenças entre os modos de vida no campo e na
cidade; perceber como são as relações de trabalho, as construções e moradias, os
hábitos, o lazer e a cultura.
Conhecer as relações entre o mundo urbano e o rural e os contatos que sua
coletividade estabeleceu com as de outros lugares no passado e permanecem no
presente.
Saber o papel das tecnologias, da informação, da comunicação e dos transportes
nas paisagens urbanas e rurais e na vida em sociedade.
Entender algumas consequências das transformações da natureza causadas pelo
homem, no local e em paisagens urbanas e rurais.
Saber empregar a observação, a descrição, o registro, a comparação, a análise e
a síntese no uso das informações de fontes escritas e de imagens.
Utilizar a linguagem cartográfica para representar e interpretar informações,
sabendo indicar direção, distância e proporção. Os mapas são as ferramentas básicas da
Geografia. Copiar e colorir mapas, escrever nomes de rios e cidades ajuda a memorizar e
ensina a representar o espaço geográfico.
Valorizar o uso da tecnologia para preservar o ambiente e melhorar a qualidade
de vida.
Ter uma atitude responsável em relação ao meio ambiente, reivindicando o direito
de todos à vida em um espaço preservado e saudável.
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Respeitar os modos de vida de diferentes grupos sociais; saber como se
relacionam com o espaço e a paisagem onde vivem.
Identificar e avaliar as ações dos homens em sociedade e suas consequências
em diferentes espaços e épocas.
3 Exemplo de proposta pedagógica para o ensino de geografia nos primeiros anos do ensino fundamental - proposta do município de Londrina
Nesta proposta estão os conteúdos, objetivos e sugestões de metodologias a
serem desenvolvidas com os alunos dos primeiros anos do Ensino Fundamental.
Esta proposta pedagógica foi elaborada dentro das orientações dos Parâmetros
Curriculares Nacionais para a realidade do Município de Londrina.
PARA SABER MAIS
1 - Metodologia: Trabalho de campo
O trabalho de campo não é um passeio nem excursão, mas sim uma atividade na qual os alunos saem da sala, com o objetivo de observar para entender o espaço geográfico. Nesta atividade, os alunos vão usar os cinco sentidos para apreender.
Esta metodologia permite tornar mais prática a visão de Geografia através da descrição detalhada dos aspectos visíveis e tentativas de análise da realidade 6.
Por isso, é necessário ter um planejamento prévio, que pode ser feito atendendo às seguintes questões:
O que quero observar?
Em que local isso pode ser feito?
Algum aluno tem uma sugestão interessante?
Como chegaremos lá?
Como será direcionada a atividade?
Quanto tempo se dispõe para a atividade?
O que os alunos devem fazer no local e em sala?
O que os alunos devem levar?
É necessário uso de roupas e calçados adequados?
Os pais autorizam a atividade extra-classe?
O que será avaliado?
O que será discutido em sala?
6 Indicações de leitura:
CARLOS, Ana Fani A. A cidade. São Paulo: Contexto, 1994. 2ed. LOPES, Sueli Aparecida L. A cidade no mundo contemporâneo. Revista do Departamento de Geociências, Londrina, n.1, jan/jun 2003, p.527-531. OLIVEIRA, Ariovaldo Umbelino de. Modo capitalista de produção e agricultura. São Paulo: Ática, 1990.3ed.
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O professor precisa conhecer o local anteriormente para se assegurar que é possível tal atividade, destacar o objetivo da atividade, analisar se é melhor introduzir o conteúdo com o trabalho de campo ou concluí-lo.
Segundo Santos, 1985, p.06 7 “Os elementos do espaço seriam os seguintes: os homens, as firmas, as instituições, o chamado meio ecológico e as infra-estruturas”.
É preciso destacar que cada construção, área vazia ou plantação tem a sua função. Tudo o que está construído são chamados de formas fixas e o que está em movimento são os fluxos.
Com os alunos dos anos iniciais do Ensino Fundamental podem ser feitos trabalhos de campo nas proximidades da escola como em uma fábrica, bairro, arredores da escola, às margens de um rio próximo, em uma propriedade rural.
Após definir a viabilização do trabalho de campo, é necessário trabalhar a ideia com os alunos, pois como a maioria pode não conhecer a metodologia, podem imaginar que é só um passeio. Então, os objetivos devem estar bem claros tanto para o professor quanto para os alunos.
Algumas atividades que podem ser desenvolvidas com essa metodologia são:
Observação: das funções que este local tem/paisagem, procedência das pessoas, capital que circula, posição dos diversos elementos, construções, ver se o movimento acontece;
Desenho da paisagem que está sendo observada. Esse desenho pode ser feito em três partes. Dobra-se o papel sulfite em 3 partes, no sentido do comprimento e enumera-se: parte 1, parte 2 e parte 3. Deixa dobrado e desenha na parte 1 o que está mais próximo do aluno; na parte 2 o que está no meio e na parte 3 as coisas que estão mais distantes;
Anotações sobre o que está sendo visto, de acordo com a opinião dos alunos;
Se o aluno quiser tirar fotos, isto deve ser feito após ele fazer os desenhos pois o fato de desenhar exige mais observação;
Em sala pode ser feito o mapa mental, no qual o aluno desenha a escola e o local do trabalho de campo, além do trajeto percorrido até lá;
Anotar em tópicos no quadro tudo o que foi observado pelos alunos;
Discussão do que foi observado, por que este espaço está assim organizado; aspectos visíveis e invisíveis; relações sócio-econômicas; descrição e análise;
Relatório do trabalho de campo, que pode ser feito individual ou em dupla. Neste relatório deve ser incluído as imagens que forem feitas como o desenho, as fotos, o mapa mental;
2 - Metodologia: uso de poemas
Com os alunos dos anos iniciais do Ensino Fundamental podem ser trabalhados alguns poemas, que numa linguagem direcionada a eles podem colaborar com o seu aprendizado.
Alguns autores indicados são: José Paulo Paes Elias José Vinicius de Moraes Ricardo Azevedo Cecília Meireles
7 SANTOS, Milton. Espaço e método. São Paulo: Nobel, 1985. Coleção espaços.
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O consumismo desenfreado tem atingido as crianças também e muitas vezes são elas que direcionam as compras da família. Muitas crianças só sentem alegria se adquirirem produtos de marca e do herói da tv.
Esse consumismo desenfreado tem produzido toneladas de lixo e degradado muito o meio ambiente.
Torna-se importante discutir em sala de aula sobre o assunto, porque além do fascínio que os produtos exercem sobre as crianças, tem a questão do modelo de beleza que elas acabam interiorizando, achando os demais feios porque são: “gordos”, negros, magros etc.
O Sistema8 nos esvazia de sentimentos para encontrarmos alegria no consumo, nas coisas visíveis.
Um poema como o de Pedro Bandeira, chama a atenção sobre essa questão da identidade.
IDENTIDADE Pedro Bandeira Às vezes nem eu mesmo sei quem sou Às vezes sou “o meu queridinho” às vezes sou “moleque malcriado” Para mim tem vezes que eu sou rei, herói voador caubói lutador jogador campeão Às vezes sou pulga sou mosca também que voa e se esconde de medo e de vergonha. Às vezes eu sou Hércules, Sansão vencedor, peito de aço, goleador! Mas o que importa o que pensam de mim? Eu sou quem sou, eu sou eu, sou assim, sou menino.
8 Refiro-me ao Sistema de Produção Capitalista, no qual estamos inseridos. Nele todos são livres para comprar, vender, gastar,
financiar.
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Este poema pode ser assim trabalhado em sala de aula:
Leitura individual e coletiva
Estimular os alunos a expressarem suas opiniões, com os seguintes questionamentos:
1- Você se importa com a sua aparência? 2 - Você gosta de você do jeito que você é? 3 - Você compra objetos de marca? Por quê?
Escrever um pequeno texto sobre você.
Desenhar você e escrever 5 qualidades.
Dessa maneira, trabalhar a identidade da criança faz com que ela se situe no processo histórico, não apenas como mais um na multidão, mas como pessoa que pensa, que tem consciência de si e dos outros e do seu papel na sociedade.
Os três poemas a seguir destacam a questão do lugar, do espaço vivido da criança
e podem ser utilizados nas aulas de Geografia, relaciona com o conteúdo de Português. Podem ser pesquisadas as palavras desconhecidas, desenho e maquete do lugar, estimular os alunos para que escrevam sobre o seu lugar. MEMÓRIA Há pouco tempo atrás, aqui havia uma padaria. Pronto – não há mais. Há pouco tempo atrás, aqui havia uma casa, cheia de cantos, recantos, corredores impregnados de infância e encanto. Pronto – não há mais. Uma farmácia, uma quitanda. Pronto – não há mais. A cidade destrói, constrói, reconstrói. Uma árvore, um bosque. Pronto – nunca mais. Roseana Murray. Paisagens. Belo Horizonte: Lê, 1996.
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A VIZINHANÇA Tanta gente diferente! Um é triste, outro contente. Dona Sônia, seu Silvério: ele é sério, ela, risonha. O Manuel da padaria – que sotaque diferente! Seu Heitor, tão bem vestido! Lá no banco ele é gerente. Sem contar a criançada, molecada, que alegria! Todo dia de verão a rua vira folia. E todo dia é a mesma história: De manhã, hora da escola; de tarde, o bate-bola, e bate-boca com o vizinho: - Dá a bola, seu Afonso! - Não devolvo, não, senhor! Já quebraram minha vidraça, e acertaram meu pastor! Quando chove, a molecada se recolhe, maldizendo, e as plantinhas fazem festa: - Mas que bom, está chovendo! Quando chega o fim do dia, o sol se esconde e chama a lua. Toda a rua silencia. Cada lar, cada casinha, recolhe os filhos seus. Todos eles vão dormir bem na santa paz de Deus. Cláudio Thebas. Amigos do peito. Formato.
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FAZENDA Fazenda é uma palavra verde, tem doce com gosto de fruta E, também, torresmo, Leite, rapadura e saudade. A palavra Fazenda tem cheiro De flores, hortelã, eucalipto, Capim-gordura e curral. Tem barro, tem berros, latidos, Mugidos, gritos, moda de viola E canto de galo e de pássaros. A palavra FAZENDA deixa histórias, Calos nas mãos e carícias na terra. Elias José. O jogo das palavras mágicas. Paulinas.
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UNIDADE 3
AA AALLFFAABBEETTIIZZAAÇÇÃÃOO CCAARRTTOOGGRRÁÁFFIICCAA ● Objetivos: Entender alguns conceitos relacionados à alfabetização cartográfica; conhecer metodologias que propiciem a alfabetização cartográfica.
1 A importância da cartografia e conceitos relacionados
A Cartografia é a ciência da representação dos fenômenos naturais e sociais,
sendo uma ciência auxiliar da Geografia.
Conforme os PCNs, 1997, p.118 a Cartografia é um conhecimento que vem se
desenvolvendo desde a pré-história até os dias de hoje. Por intermédio dessa linguagem
é possível sintetizar informações, expressar conhecimentos, estudar situações, entre
outras coisas – sempre envolvendo a ideia da produção do espaço: sua organização e
distribuição.
À medida que a tecnologia avança, os mapas elaborados pelos cartógrafos vão
ficando cada vez mais precisos, com o uso de fotografias aéreas e imagens de satélite e
constatações em campo.
A fotografia aérea é utilizada para levantar informações sobre uma área que se
deseja mapear. Nesse processo, câmeras especiais instaladas em aviões registram em
fotografias as características de uma região.
As imagens de satélite são representações da superfície terrestre obtidas por
satélites artificiais, que giram em torno da Terra a grandes altitudes. Esses satélites
possuem sensores que captam a energia refletida pela superfície terrestre,
transformando-as em imagens. Essas imagens são, muitas vezes, as principais fontes de
informações para a elaboração dos mapas.
Por meio da observação das imagens de satélite é possível, por exemplo, planejar
ações a serem tomadas em relação ao crescimento acelerado de cidades, às atividades
do espaço rural, às diferentes formas de poluição do ar e das águas e, ainda, à proteção
de áreas com diferentes tipos de vegetação. Além disso, as imagens de satélite permitem
localizar com precisão certos recursos naturais, como as jazidas minerais, e também
obter dados meteorológicos. Dessa forma, essas imagens são cada vez mais importantes
para que possamos conhecer e planejar o espaço geográfico.
O estudo da linguagem cartográfica na escola deve contribuir para que o aluno
venha a usar esta linguagem, sabendo interpretá-la, lendo os mapas e também saber
representar informações em mapas, quando necessário.
GEOGRAFIA
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Para isso, é preciso partir da ideia de que a linguagem cartográfica é um sistema
de símbolos que envolve proporcionalidade, uso de signos ordenados e técnicas de
projeção. Também é uma forma de atender a diversas necessidades, das mais cotidianas,
como chegar a um lugar desconhecido às mais específicas, como delimitar áreas de
plantio, compreender zonas de influência do clima.
Em todo o trabalho com a linguagem cartográfica, o professor precisa se ater às
noções de distância, direção e orientação. Também precisa mostrar para os alunos os
tipos de representação gráfica que existem como mapas, plantas, globos, planisfério e
maquetes, os quais estão referenciados a seguir.
Tipos de representação gráfica:
Mapa
O mapa constitui a representação gráfica de um espaço real, em uma superfície
plana. Nele podemos representar todo nosso planeta ou apenas parte dele. Os mapas
representam áreas maiores. Então, sua escala geralmente é pequena (1:25 000) e neles
não se visualiza muitos detalhes e os objetos ficam menores ou nem são incluídos.
A partir da análise de um mapa é possível compreender detalhes de lugares
próximos ou distantes, planejar ações, compreender o espaço geográfico e suas
alterações, assim como a relação existente entre este e os seres humanos.
O mapa não é apenas a simples representação do território. Nele é possível
visualizar as relações de poder, a segregação espacial em uma cidade. Exemplo: áreas
mais valorizadas e áreas marginalizadas.
Mapas físicos: representam os aspectos naturais de determinada área, como o
relevo, a hidrografia, o clima, o solo e a vegetação;
Mapas econômicos: representam a distribuição das riquezas de determinado
lugar, como a localização de recursos minerais, das indústrias e da produção
agropecuária;
Mapas históricos: mostram, por exemplo, como era a distribuição da população e
a extensão dos domínios de determinado povo, em épocas passadas;
Mapas demográficos: registram dados de população (distribuição da população
no espaço, crescimento demográfico, migração, etc.).
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Graduação em Pedagogia
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Planta
Os mapas diferenciam-se de acordo com a escala e a função que desempenham.
Quando representamos uma área restrita, como uma casa, um bairro ou uma cidade,
recorremos às plantas. Em geral, as plantas são produzidas em uma escala grande (1:20,
1:100, 1:5000), em que podem ser incluídos um maior número de detalhes e os objetos
do mapa estão maiores, como uma rua, uma quadra.
Planisfério
Por outro lado, quando se deseja representar uma grande extensão de terras,
como toda a superfície terrestre, utiliza-se o planisfério ou mapa-mundi. Esse tipo de
mapa é muito utilizado nas escolas, pois com ele é possível visualizar todos os
continentes, oceanos e países ao mesmo tempo.
Globo Geográfico
O globo geográfico representa a forma e a superfície da Terra com maior fidelidade
que um mapa, sendo um instrumento didático amplamente utilizado. Apesar dessa
importância, a representação da Terra num globo apresenta duas desvantagens: 1ª) Não
permite que se vejam todas as partes da superfície da Terra ao mesmo tempo: se
estamos observando uma parte da superfície terrestre, não conseguimos ver a outra. 2ª)
Oferece poucas informações sobre a superfície da Terra, isto é, não apresenta detalhes
como vilas, estradas, áreas agrícolas etc. Em função dessas desvantagens é que foram
criados os mapas.
Maquetes
A maquete é uma miniatura – uma representação do real em tamanho reduzido.
Como as crianças dos anos iniciais estão na fase das operações concretas, é importante
tornar o conteúdo de Geografia o mais prático possível, para que as crianças entendam
os conceitos na prática.
2 Leitura e interpretação de um mapa
A interpretação de um mapa exige certos procedimentos e cuidados. É preciso
colocar o mapa aberto sobre uma mesa e observar atentamente o que ele expressa.
Dispondo-o horizontalmente sobre uma superfície plana, temos a impressão de que
GEOGRAFIA
Graduação em Pedagogia
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estamos sobrevoando o espaço ali representado. Assim, nossa visão será abrangente e
teremos uma importante noção do conjunto.
Ao utilizar o mapa, é preciso posicioná-lo de forma que as direções cardeais (norte,
sul, leste e oeste) no mapa corresponda com as direções cardeais, na realidade.
Primeiro o professor deve localizar o leste, oeste, norte e sul em sua sala de aula e,
em seguida ver estas direções no mapa e voltar o norte do mapa para o norte de sua sala
de aula.
Para realizarmos uma boa interpretação de um mapa, também devemos tomar
conhecimento dos elementos que o compõem. São os elementos fundamentais da
Cartografia. São eles:
Título: Nele está escrito de modo resumido o assunto de que trata o mapa.
Legenda: Este item explica o que significa os símbolos presentes no mapa e as
cores utilizadas.
Orientação: Indica o ponto cardeal norte, com a letra N maiúscula. A partir desta
localiza-se as demais. No lado oposto esta o sul - S –, no lado esquerdo o oeste - O e no
lado direito o leste - L.
Fonte: Mostra a origem dos dados utilizados na elaboração do mapa. Se os dados
foram feitos por pesquisas, escrever “ Pesquisa in loco”, que quer dizer, no local.
Organização: Este item mostra quem elaborou o mapa temático, o nome da
pessoa.
Escala: Mostra numericamente quantas vezes o espaço real teve que ser reduzido
para caber na representação. Por exemplo 1 centímetro no mapa representa 30
quilômetros na realidade.
Quando se deseja conhecer a distância entre dois pontos ou o tamanho real da
área que está sendo representada em um mapa, deve-se observar a sua escala.
A escala é uma relação de proporção entre o tamanho real de um determinado
espaço e sua representação numa folha de papel. Imagine, por exemplo, que se queira
representar em uma folha de papel o quarto de uma casa com 3 metros de largura por 5
metros de comprimento, mantendo as mesmas proporções. Para que isso seja possível,
estabelece-se uma relação de proporção, isto é, uma escala entre a medida real é a que
será utilizada na representação. Neste exemplo, podemos estabelecer que 1 metro na
realidade equivale a 1 centímetro na representação. Como se sabe, 1 metro é igual a 100
centímetros; então, de acordo com essa escala, 1 cm no papel corresponde a 100 cm na
realidade, ou seja, 1 metro. Isso quer dizer que a medida linear do quarto será reduzida
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Graduação em Pedagogia
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100 vezes. Estabelecendo essa relação de proporção é possível agora desenhar sem
problemas o quarto na folha de papel.
A indicação da escala em um mapa pode ser feita de duas maneiras: a escala
numérica e a escala gráfica.
A escala numérica é aquela indicada no mapa sob a forma de fração, como por
exemplo, 1:100 (lê-se um para cem). O numerador da escala numérica indica a medida no
mapa e o denominador indica a medida na realidade.
A escala gráfica é aquela indicada no mapa sob a forma de uma linha reta
horizontal, dividida em partes iguais, como se fosse uma régua. Nela estão indicadas as
distâncias reais do mapa. A escala gráfica permite a visualização imediata do tamanho e
das distâncias entre os elementos de um mapa.
3 Metodologias para a alfabetização cartográfica
Todas as atividades indicadas a seguir visam desenvolver nos alunos a
alfabetização cartográfica. Conforme o PCN,1997, p.129, o trabalho com a construção da
linguagem cartográfica deve ser realizado considerando os referenciais que os alunos já
utilizam para se localizar e orientar no espaço. O professor pode criar mais situações, nas
quais os alunos possam esquematizar e ampliar suas ideias de distância, direção e
orientação.
Mapa mental do trajeto casa-escola – no dia anterior à atividade, solicitar à
criança que observe o seu trajeto. Pedir aos alunos que façam um desenho do seu
caminho de casa até a escola, desenhando e escrevendo quando necessário. Peça-lhe
que desenhe pontos de referência9, o que se traduz por: perto de que você passa ? um
mercado ... uma loja... uma praça ...
1º Desenho da casa por fora e por dentro: primeiro peça aos alunos que
desenhem a casa por fora. (visão horizontal, pois olhamos a casa como se olha o
horizonte). 2º A seguir o desenho da casa será na visão vertical (peça-lhes que imaginem
a casa sem o telhado e façam o desenho). 3º Fazer a planta da casa, substituindo os
desenhos dos móveis vistos por cima por símbolos. Pode ser que algumas crianças não
consigam abstrair, o que é bem comum acontecer. O que ajuda bastante é fazer a
maquete da casa antes para depois desenhar.
9 pontos de referência são formas/construções conhecidas e que facilitam a localização de outros lugares
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Maquete da casa, usando caixa de sapato como casa e embalagens vazias para
representar os móveis, distribuídos em cada cômodo.
A partir da maquete da casa pode ser feita a planta da casa, inventando símbolos
para os móveis – o que já é uma legenda da mesma.
Maquete e planta da sala de aula, com embalagens de caixa de sapato e de
fósforo.
Desenho e maquete da escola e dos seus arredores, com a preocupação de
localizar os pontos cardeais: norte, sul, leste e oeste.
Após este trabalho inicial, o professor pode começar a trabalhar com uma planta do
bairro onde a escola se localiza ou onde alguns alunos moram.
Na terceira série já trabalha com a planta da cidade, mapa do município e
apresenta o mapa do estado e do Brasil., mas o enfoque é no município.
Na quarta série, o enfoque é o estado, já se utilizando do mapa político, físico, da
distribuição da população, dos produtos cultivados, indústria10.
PARA SABER MAIS
1 - Metodologia – Pesquisa em casa, com familiares
Onde você mora atualmente? Você sempre morou no mesmo município, mudou poucas ou muitas vezes e quais
os motivos desses deslocamentos? Vamos partir de sua realidade para estudarmos os movimentos pelo território
brasileiro e nos questionarmos sobre o que motiva as pessoas a se mudarem. O que significa migração11 ? As migrações são importantes para entender o espaço geográfico? O que motiva as pessoas a deixarem seu local de origem e se direcionarem para
outro lugar? Qualquer deslocamento populacional pode ser chamado de migração? Essas e outras questões podem ser discutidas a partir da história de vida das
crianças, de seus pais e avós. Para isso, torna-se necessário levantar as informações, conversar com os parentes
e trazer esse conhecimento para a sala de aula. Complete o quadro com informações sobre sua família.
10
Para conseguir dados numéricos sobre municípios e estados, pesquisar no site: www.ibge.gov.br 11
Glossário: migração, imigração, emigração
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DESLOCAMENTOS DA FAMÍLIA -------------------------
origem Município e Estado
destino Município e Estado
Tempo de
permanência
Zona rural
Zona urbana
Causa da mudança
Após completar o quadro, pode ser elaborado um mapa temático com os
deslocamentos de cada família. Se o deslocamento ocorreu apenas em um estado – Unidade da Federação, utiliza-se somente o mapa deste estado. Se o deslocamento englobou outros estados, então é melhor usar o mapa do Brasil.
Os elementos que devem aparecer no mapa são os relacionados no item anterior: título, legenda, escala, orientação e fonte.
Esse trabalho pode ser a introdução do conteúdo sobre as migrações causadas também pela mecanização da agricultura.12 2 – Metodologia – localização no mapa do Brasil
A) Localizando os Estados Entregue um mapa mudo do Brasil para os alunos, só com os contornos dos
estados, contendo a escala do mesmo. A seguir, os alunos devem escrever o nome dos estados nos seus territórios. É estimulante contar os acertos e escrever os pontos que cada um fez. A seguir
podem consultar um atlas (coleção de mapas) ou livro didático para completar o que não soube fazer.
Não é que se queira decorar, mas é importante saber se localizar. O que pode auxiliar os alunos nesta localização é confeccionar com eles um quebra-cabeça do mapa do Brasil, usando uma cópia do mapa e cartolina.
Fazer competições entre os alunos também se mostram atividades com bons resultados.
B) Localizando as riquezas do Brasil Os alunos devem realizar a leitura do poema: O Brasil para em seguida
desenvolver atividades. Após a leitura, é preciso sublinhar as palavras que não conhecem, pesquisando-as
no dicionário: colossais, babaçu, carnaúba, salinas, usinas, enxofre, lonçã, esplendor, fluminense, Pampas.
Localizar e escrever o nome de cada estado no território correto. A seguir, destacar a riqueza produzida em cada estado e criar um símbolo para cada produto. Exemplo:
Legenda do mapa: madeira * babaçu # pinheiros I
12
Indicação de Leitura: Damiani, Amélia. População e Geografia. São Paulo: Contexto,2002.7ed.
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Desenhar no mapa, o símbolo escolhido para a riqueza de cada estado. Eis o poema:
O BRASIL O Brasil é grande...Grande Terra maior nunca vi. Começa lá no Oiapoc, vai terminar no Chuí. Dentro dele cabe tudo: índios, rios, animais, florestas, vilas, cidades .... E riquezas colossais! A borracha do Amazonas e as madeiras do Pará, babaçu do Maranhão, carnaúba do Ceará. Os rebanhos do Piauí, do Rio Grande – as salinas, o algodão da Paraíba, de Pernambuco – as usinas. Cabe o enxofre de Sergipe, de Alagoas – minerais, fumo e cacau da Bahia, de Espírito Santo – os cereais. Cabe o esplendor fluminense. Cabe o Rio – esse colosso! Cabe o café de São Paulo e o gado de Mato Grosso... Pinheiros do Paraná, ouro de Minas Gerais, Chá de Santa Catarina, diamantes de Goiás... Cabe a riqueza dos Pampas e essa poesia lonçã: Acre, Fernando, Amapá, Iguassú, Ponta-Porã... Rio Branco e Guaporé... Verdes mares, céu de anil!... Cabe a glória e cabe a paz... Cabe muita coisa mais no nosso imenso Brasil! Autor: Martins D’Alvarez
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3 – Metodologia - Confecção de maquetes
A maquete é uma miniatura – uma representação do real em tamanho reduzido. Como as crianças dos anos iniciais estão na fase das operações concretas, é importante tornar o conteúdo de Geografia o mais prático possível, para que as crianças entendam os conceitos na prática.
O trabalho com maquetes propicia trabalhar importantes noções destacadas no PCN., 1997 como de proporção, distância e direção.
relevo hidrografia vegetação Esta atividade deve ser feita em grupos de quatro alunos, aos quais deve ser
solicitado que tragam os materiais: massinha argila base: papelão, cartolina, isopor palito de dente cola, tesoura, canetinha 1º Tirar o contorno da área que se quer representar: município, estado, região,
usando uma cópia do mapa na transparência e projetado no retro projetor. 2º O aluno, com a canetinha vai contornando o território a ser representado em sua
base (papelão, cartolina, isopor). 3º Com a massinha ou argila os alunos do grupo vão elaborando a maquete. Para
o relevo, usa a massinha, sempre alertando para as diferenças no relevo. Para os rios pode ser usado plástico azul ou gel de passar no cabelo. Para as árvores pode-se utilizar palito de dente e papel crepom verde. A atividade é demorada e pode ser feira em duas etapas, em dois dias seguidos.
4º Após terminada a maquete, é necessário deixar secar para depois colorir. 5º Selecionar as cores de acordo com o que se quer representar, se for relevo,
escolher tons de marrom para áreas mais altas e vermelho, laranja e amarelo para as mais baixas.
6º Fazer plaquinhas com cartolina e palito de dente para localizar serras, rios e outros itens que se fizerem necessário.
7º Elaborar um relatório para a atividade, descrevendo as etapas de confecção e o que puderam apreender com esta atividade. Faça uma exposição bem bonita na qual os alunos vão explicar aos visitantes, o que fizeram e se sentirão estimulados a aprender cada vez mais e melhor. 4 – Trabalhando a temática ambiental
A temática ambiental é um tema transversal segundo os PCNs, portanto várias disciplinas podem trabalhar o conteúdo.
A preocupação é trabalhar com os alunos a noção de valores, atitudes e posturas éticas em relação ao meio ambiente.
Em Geografia, podem ser feitos trabalhos de campo, orientados pelo professor, com objetivos bem definidos, nos quais se levantam os problemas do lugar e se tenta buscar soluções.
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À medida que os conteúdos de Geografia forem sendo trabalhados, o professor deve relacionar as questões referentes ao meio ambiente, visto que a produção do espaço geográfico implica em modificações na natureza e até a degradação de áreas.
A degradação ambiental se intensificou com a expansão da industrialização, o que ampliou o uso dos recursos naturais e a poluição.,Ocorreu também a grande urbanização. Com o aparecimento de novas cidades, os seres humanos passaram a viver mais aglomerados em cidades, o que desencadeou problemas de habitação e de saneamento: onde obter água, onde depositar os excrementos humanos, onde depositar o lixo etc.13
O consumismo desenfreado, gerado pelo próprio sistema capitalista tem causado a poluição de rios, derrubada de florestas inteiras e o esgotamento dos recursos naturais. É como se desconhecessem que os recursos são finitos.
Romper o equilíbrio da natureza significa destruir o meio ambiente em que vivemos ou destruir a própria Terra. Para tanto, precisamos pensar criticamente sobre as nossas atitudes, as de nossa família, de pessoas que conhecemos, enfim, de todos os seres humanos, em relação ao meio ambiente. Devemos ter o compromisso de explicar para as pessoas que desconhecem ou ignoram a interdependência entre os elementos da natureza que, alterando um deles, estaremos alterando ou prejudicando o todo, o conjunto dos elementos.
Segundo o PCN, 1997, na cultura e no trabalho dos diversos grupos humanos aparecem expressões e consequências de sua interação com o ambiente. Então, é preciso que o professor discuta sobre a importância da pluralidade cultural e da diversidade ambiental. Também perceber que a ação humana deve ter limites. Os bens da Terra são patrimônios da humanidade e é preciso diminuir os impactos.
Projetos como separação do lixo, economizar água, estudo do meio em que vivem podem ser ações concretas sobre o tema. Também pode ser feito um trabalho com embalagens enfocando o consumo exagerado, pesquisa nas contas de água e energia das famílias das crianças para verificar os gastos.
Enfim, na medida que o conteúdo permitir, é preciso falar sobre esse assunto. Acerca da pluralidade cultural, o professor precisa ter visão sobre o que está
trabalhando e impedir que a cultura do outro seja menosprezada em relação à nossa, com uma postura ética diante do assunto. Sempre que puder, trabalhar as diferentes culturas sob a forma de textos e atividades, curiosidades, etc. AZUL E LINDO planeta Terra, nossa casa Este é planeta Terra De longe ele é assim: Azul e lindo É aqui que nós moramos E é aqui que nós vamos morar para sempre Nós, nossos filhos E os filhos dos nossos filhos. Há muito tempo que o homem Vem tentando conhecer melhor o Universo. Nesta busca são usados telescópios Cada vez mais poderosos; Foguetes capazes de ir cada vez mais longe; Antenas cada vez mais aperfeiçoadas.
13
Indicação de leitura: MENDONÇA, Francisco de A. Geografia e Meio Ambiente. São Paulo: Contexto, 1993.
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Mas por enquanto não se conhece no Universo inteirinho Um planeta como este:
Onde haja ar, Onde haja água, Onde haja vida!
Mas para que a Terra continue a nos dar Tudo aquilo que precisamos para viver, Temos que cuidar dela Como cuidamos de nossa
Própria casa E melhor ainda. Pois da nossa casa Nós podemos nos mudar
Da Terra não.
Ruth Rocha e Otavio Roth. Azul e lindo: planeta Terra, nossa casa. Rio de Janeiro: Salamandra, 1990.
5 – A avaliação em Geografia
De acordo com a Proposta Pedagógica do Município de Londrina, a avaliação em Geografia pode seguir pelo caminho descrito a seguir:
O trabalho com a Geografia permite a utilização de grande variedade de atividades que podem também ser aproveitadas para avaliação do trabalho e atribuição de notas ou conceitos. Entre essas atividades estão: confecção de cartazes, painéis, maquetes, murais e mapas; realização de trabalhos de pesquisa bibliográfica em grupo ou individuais; interpretação ou composição de letras de músicas ou poemas; discussões sobre filmes, documentários ou notícias de jornal; trabalhos práticos de observação em campo, entre outros.
Essas atividades podem ser avaliadas por meio de instrumentos como relatórios escritos ou orais; produção de textos narrativos, informativos ou de opinião; exposições orais das conclusões do trabalho; produção de desenhos ou histórias em quadrinhos; desafios para encontrar a resposta a um problema dado pelo professor; elaboração de resumos; fichas de acompanhamento a serem preenchidas pelo professor. É interessante que o professor tenha um roteiro para direcionar suas observações que poderá conter aspectos como: interação entre os elementos do grupo, riqueza do conteúdo, forma da apresentação, correção das informações e da língua, ordem e clareza das informações, adequação das ilustrações ao texto, adequação do título do trabalho, adequação ao tema proposto, bibliografia consultada, entre outros.
A Geografia, devido à sua característica intrinsecamente interdisciplinar, permite que numa única atividade possam ser avaliadas mais de uma área do conhecimento. Numa maquete ou num mapa, por exemplo, podem ser avaliados aspectos relacionados à História, Geografia, Matemática, Ciências ou outra área cujo conteúdo tenha contribuído para sua realização.
Na avaliação, um instrumento muito utilizado pelo professor é a prova escrita. Esta é uma forma considerada por muitos como tradicional, mas continua sendo bastante apropriada para a verificação de aspectos do aprendizado individual que muitas vezes se tornam difíceis de observar em atividades coletivas.
O que devemos considerar, no entanto, é que a prova escrita esteja de acordo com o trabalho desenvolvido durante o processo de ensino e aprendizagem. Se o professor trabalha os assuntos proporcionando o máximo possível de atividade intelectual aos alunos, o mais adequado é que a prova escrita seja elaborada utilizando-se de questões contextualizadas, situações-problema, que permitam a utilização de diversas operações mentais e não apenas da memorização.
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VII – REFERÊNCIAS Básicas: MOREIRA, Ruy. O que é geografia. 14 ed. São Paulo: Brasiliense, 2006. (Coleção Primeiros Passos) VESENTINI, José William. Geografia e ensino: textos críticos. Campinas, SP: Papirus, 1989.
Complementares: AMORIM FILHO, Oswaldo B. A Evolução do pensamento Geográfico e suas consequências sobre o ensino de Geografia. Revista Geografia e ensino. Minas Gerais, v.1, p.5-18, março.1982. ANDRADE, Manuel Correia de. Geografia Ciência da Sociedade. São Paulo: Ed. Atlas, 1992, cap.1. BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: história e geografia. Brasília: MEC/SEF, 1997. CARLOS, Ana Fani A. A cidade. São Paulo: Contexto, 1994. 2ed. CARLOS, Ana Fani A. O lugar no/do mundo. São Paulo. Hucitec. 1996. Damiani, Amélia. População e Geografia. São Paulo: Contexto,2002.7ed. FERREIRA, Conceição Coelho e SIMÕES, Natércia Neves. A Evolução do Pensamento Geográfico. Gradiva. Lisboa. 1986. LONDRINA. Proposta Curricular – pré a 4ª série da Rede Municipal de Ensino: Geografia. Londrina: Prefeitura Municipal, 2006. Elaboração: Eliane Teixeira França. LOPES, Sueli Aparecida L. A cidade no mundo contemporâneo. Revista do Departamento de Geociências, Londrina, n.1, jan/jun 2003, p.527-531. MARTINELLI, Marcelo., Curso de Cartografia Temática. São Paulo: Contexto, 1991. MORAES, Antonio Carlos Robert. Geografia: pequena história crítica. São Paulo: Annablume, 2003. 19.ed. MURRAY, Roseana. Paisagens. Belo Horizonte: Lê, 1996. OLIVEIRA, Ariovaldo Umbelino de. Modo capitalista de produção e agricultura. São Paulo: Ática, 1990.3ed. PARÂMETROS Curriculares Nacionais, fáceis de entender. Revista Nova Escola. São Paulo, 1998, p. 19-24. PASSINI, Elza Yasuko. Alfabetização cartográfica e o livro didático: uma análise crítica. Belo Horizonte. Editora Lê. 1994. ROCHA, Ruth e ROTH, Otavio. Azul e lindo: planeta Terra, nossa casa. Rio de Janeiro: Salamandra, 1990. SANTOS, Milton. Metamorfoses do espaço habitado. São Hucitec. 1996. 4ed. SANTOS, Milton. Espaço e Método. São Paulo. Nobel. 1985. Coleção Espaços.