apuração contábil do resultado reconhecimento de valores

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  • 5/24/2018 Apura o Cont bil Do Resultado Reconhecimento de Valores

    http:///reader/full/apuracao-contabil-do-resultado-reconhecimento-de-valores

    Apurao contbil do resultado:

    reconhecimento de valores

    Formao do ativo e formas de reconhecer

    seu valor

    Generalidades sobre o ativo

    Segundo o Dicionrio da Lngua Portuguesa de Aurlio Buarque de Ho-

    landa Ferreira, a palavra ativo(do latimactivu) pode significar:

    Que exerce ao; que age, funciona, trabalha, se move etc.;

    Apto a agir, funcionar;

    Que se caracteriza pela ao.

    Talvez a etimologia ou a filologia nos possa dar, contabilmente falando,

    uma primeira pista para a compreenso do que vem a ser ativo. Ativo seria,

    numa primeira viso, o conjunto de elementos de uma pessoa, casa, empre-sa ou at mesmo de uma comunidade organizada (cidade, estado ou pas)

    que tenham a caracterstica de ao.Ao, nesse sentido, poder ser tanto

    prpria como poder ser derivada, a saber:

    ao prpria so aqueles elementos que por si s so providos de

    fora (muscular ou mental) e a coloca para a realizao de um traba-

    lho. Ex.: um cavalo, que tem fora muscular, poder realizar determi-

    nados trabalhos motivados nica e exclusivamente pela fora de seus

    msculos. At mesmo o homem pode ser includo nesse caso. Alis,o homem possui dois tipos de foras muscular e mental. Na cons-

    truo das pirmides do Antigo Egito, por exemplo, a fora humana

    foi fundamental.

    ao derivada so aqueles elementos que, ou bem recebem ao

    via fora muscular e mental ou modificam seu estado original e trans-

    formam-se em outro elemento com valor mais til. Exemplos: 1. Um

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    Apurao contbil do resultado: reconhecimento de valores

    arado que apenas fique repousando em um campo, jamais poder ter

    conotao de ativo. Porm, quando se lhe oferecido fora animal,

    para sua movimentao, a sua utilidade pode ser apreciada. 2. Um

    ttulo com vencimento futuro, isto , sua transformao em dinheiro

    somente verificar-se- daqui a um certo momento ou intervalo de

    tempo. No seu estado puro e simples de ttulo, esse elemento no tem

    um valor prprio, posto que h at mesmo o risco do mesmo no ser

    recebido. Por outro lado, com as operaes financeiras realizadas hoje,

    como o desconto, podemos antecipar o recebimento e transformar o

    ttulo em dinheiro.

    Nesse contexto algumas questes podero surgir, tais como:

    1. Uma mquina obsoleta, totalmente parada e fora de uso h algum

    tempo, pode ser considerada um ativo?

    2. Mercadorias fora de moda ou que apresentem um giro extremamente

    lento, seriam ou no um ativo?

    3. As pessoas em uma empresa so ou no ativo dessa empresa?

    4. A fora intelectual ou mental, embora no possa ser mensurada, faz

    parte do ativo de uma pessoa, de uma empresa ou at mesmo de um pas?

    Caractersticas do Ativo

    John Canning (1929, p. 22) considerou que sua definio expressava com

    bastante propriedade o que os contadores, quela poca, queriam dizer com

    o termo ativo:

    Ativo qualquer servio futuro em dinheiro ou qualquer servio futuro conversvelem dinheiro (salvo os servios provenientes de contratos, cujas partes estejamproporcionalmente a se prestarem), cujo benefcio seja legal e assegurado por uma ouum grupo de pessoas. Tal servio ativo somente e para essa pessoa ou grupo de pessoasque o aproveita.

    Podemos verificar que o ativo assim definido traz consigo uma carga de

    utilidade. Automaticamente, a utilidade carrega custos e despesas. Ex.: uma

    mquina moderna, computadorizada etc. vai gerar custos e despesas para

    que sua utilidade seja satisfeita (salrio dos operadores, energia eltrica,

    combustveis, lubrificantes, manuteno encargos financeiros etc.).

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    Apurao contbil do resultado: reconhecimento de valores

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    Em 1953, o Instituto Americano de Contadores no Boletim de Terminolo-

    gia de Contabilidade n. 1, definiu ativo como:

    Algo representado por um saldo devedor, de acordo com os princpios de Contabilidade,no fechamento do exerccio (desde que o saldo devedor no seja saldo negativo de umaobrigao), representando um direito de propriedade ou valor adquirido ou desembolsoefetuado, criando um direito de propriedade, ou aplicado apropriadamente no futuro.

    Assim, as fbricas, contas a receber, estoques e despesas diferidas so ativos na classificaodo Balano Patrimonial. (apudHENDRIKSEN, 1999, p. 93)

    A grande nfase do Instituto Americano de Contadores est fundamen-

    tada na comprovao e no direito de propriedade. Assim sendo, um bem s

    poder ser visto como ativo, a partir do momento em que o mesmo possa

    ser comprovado de propriedade de algum. Esse pensamento nos possibili-

    ta algumas reflexes:

    Um prdio, mquina, veculo ou at mesmo os estoques comprados a

    prazo somente sero ativos de fato aps terem sido pagos?

    O leasingno pode ser classificado como ativo, na empresa arrendatria?

    Um bem de consumo consumvel (para alimentao) comprado a

    prazo e j consumido pelo cliente. A empresa vendedora jamais ver

    o produto na forma original e o comprador somente percebe que

    proprietrio do bem enquanto o saboreia.

    Em 1957, a Associao Americana de Contabilidade declarou, conforme Hen-

    driksen e Breda (1999, p. 64): Ativos so recursos econmicos dedicados a finsmercantis dentro de uma entidade contbil especfica; so agregados de servi-

    os potenciais disponveis ou que dem lucro para as operaes previstas.

    Sprouse e Moonitz (1962, apud IUDCIBUS, 1997, p.123) definiram ativo

    como: O ativo representa resultados econmicos futuros esperados, cujos

    direitos foram adquiridos pela empresa como consequncia de alguma tran-

    sao passada ou presente.

    Ao tratarmos o ativo como consequncia de um resultado econmico,

    podemos tratar da sua mensurao em separado. As caractersticas abaixo

    so essenciais:

    1. H que existir um potencial de resultados futuros positivos. Todo ele-

    mento que apresentar uma expectativa nula ou negativa, no poder ser

    enquadrado como ativo;

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    2. H que existir uma particularidade de tais direitos, isto , uma pessoa

    ou uma empresa, em especial. Assim, o ativo so aqueles elementos sob o

    controle de uma entidade;

    3. H que existir uma reclamao legalmente exigvel dos direitos ou servi-

    os. Se algum servio puder, por mera vontade de uma das partes, deixar de

    ser prestado, sem nenhum tipo de indenizao, no poder ser classificadocomo ativo;

    4. Qualquer item (tangvel ou intangvel), proporcionar direitos e benef-

    cios futuros. Portanto, todos os ativos so idnticos;

    5. Necessariamente, todo ativo teve um custo de aquisio para uma pessoa

    ou empresa; mas tambm poderamos elencar como ativos ou bens recebi-

    dos por doao ou descobertos. Ex.: petrleo para a Shell (Ativo), gua para a

    Sabesp (Companhia de Saneamento Bsico do Estado de So Paulo) etc.6. A data de aquisio importantssima, uma vez que o direito somente

    passar a existir a partir dela.

    Objetivos da mensurao do ativo

    Necessariamente a moedaser o denominador comum dos bens do ativo.

    Todavia, outros modelos tambm podem ser utilizados.

    Ex.: o conjunto de cabeas de bois equivale a R$10.000.000,00 ou o con-

    junto de cabeas de bois perfaz 6 500 animais.

    A valorao do ativo, no sentido de dar valor e no de ganho, dar-se-

    por processo comparativo. Ex.:

    ItensUnidades

    em X1Unidades

    em X2 $ X1 $ X2

    Bois

    VacasSoja (Kg)

    100

    8010 000

    108

    8912 000

    +8

    +9+ 2 000

    R$8.500,00

    R$6.100,00R$20.000,00

    R$9.180,00

    R$6.787,00R$24.000,00

    + R$680,00

    + R$687,00+

    R$4.000,00

    R$34.600,00 R$39.967,00 R$5.367,00

    Quando realizamos a valorao em unidades, a anlise sempre efetuada

    de maneira individualizada e com uma leitura horizontal.

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    Exemplo 1:

    Em X1 tnhamos 80 vacas. Em X2, temos 89. Portanto, ficamos mais prs-

    peros em 9 vacas. J quando a valorizao do ativo feita em unidades

    monetrias temos a vantagem de enxergar o conjunto, ou seja, podemos

    somar bois + vacas + soja.

    Exemplo 2:

    No ano X1, nosso patrimnio era de R$34.600,00. Em X2, passamos para

    R$39.967,00. Assim, ficamos mais prsperos em R$5.367,00.

    Outra vantagem de escolher a moeda pela maior riqueza de anlise. Po-

    demos saber, por exemplo, qual ou quais so os itens que mais contriburam

    para o resultado global.

    Medio da utilidade

    O que a valorao proporcionou de mais fantstico ao ativo foi atribuir-lhe

    utilidade. Tal ideia fundamental para a manuteno do capital e o apareci-

    mento de entradas e sadas de recursos. A manuteno do ativo ter como

    base o custo de aquisio. Portanto, a utilidade ser em funo do aumento

    desses valores.

    A valorao como conceito da prosperidade

    A utilidade do ativo ser tanto melhor quanto maior for sua valorizao

    no tempo. Exemplo: a valorizao dos estoques. Inicialmente, adquiridos a

    preo de custo, podem aumentar at valores de sua realizao imediata.

    A maior importncia do conceito da valorao a plena contabilizao

    das alteraes de valores ao longo do tempo, sempre condicionado a va-

    lores realizveis em efetivo, ou a preo de mercado. Tudo isso para que os

    investidores enxerguem todas as facetas e decidam se aportam ou no seu

    dinheiro em tal empresa.

    Ativos monetrios e no monetrios

    Os ativos monetrios no apresentam muitos problemas, posto que

    sempre sero de natureza cclica e o giro de valores mais constante. Ex.:

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    Apurao contbil do resultado: reconhecimento de valores

    a conta bancos. Num nico dia, o saldo dessa conta vai sendo alterado

    medida que a entrada e a sada de dinheiro vo ocorrendo.

    J os ativos no monetrios tm a caracterstica dos saldos serem mais

    constantes, at imobilizados ou fixos (com base no custo histrico). Portanto,

    temos que verificar a vantagem marginalestabelecida com base na ideia do

    custo-benefcio.

    A apresentao da situao financeira aos

    investidores

    O ttulo reflete, em primeira instncia, o grande objetivo da Contabilida-

    de. Tal apresentao sempre feita com uma periodicidade conhecida e de

    maneira que os mesmos a entendam.

    O Balano Patrimonial reflete a situao financeira que residual, pois os

    saldos so verificados em uma determinada data (31/12/X2, por exemplo).

    No apresenta informao com vistas s perspectivas futuras. Hendriksen

    e Breda (1999, p. 82) afirmam claramente: O estado de situao financeira

    apresentado aos investidores deve restaurar uma situao mais til median-

    te incluso de conceitos de valorao e outras informaes que seriam mais

    significativas para tomar decises sobre investimento.

    O balano est muito mais ligado a informaes pretritas que futuras.Ademais, suas contas representam o incio de um novo momento futuro,

    que poder ser ou no lucrativo e, paradoxalmente, tais contas so finais de

    algo lucrativo ou no at o momento.

    DRE (19X1)Balano (19X1)DRE (19X2)

    Apesar dos pontos que parecem no favorec-lo, h os seguintes pontos

    positivos:

    1.Facilita o rendimento e o controle das contas da sociedade, descobrin-do-se possveis fraudes ou desfalques que estejam ocorrendo;

    2. Resumo das atividades da empresa, ainda que os valores possam ser

    amplamente discutidos;

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    3. Mede a eficcia da gesto dos recursos e, consequentemente, das aes

    praticadas pelos gestores do negcio.

    H uma frase famosa cunhada pelo brilhante economista John Maynard

    Keynes (1883-1946) que diz no longo prazo estaremos mortos. Todavia, a

    teoria keynesiana versa sobre a mentalidade dos investidores em almejarem

    benefcios futuros com base em determinadas premissas presentes.

    Assim, o balano tem, acima de tudo, que oferecer elementos para que os

    investidores faam seus prognsticos. Tais estudos estaro ligados s possi-

    bilidades de um investimento presente com vistas a benefcios (dividendos

    e distribuies) futuros.

    Exemplo: suponha que uma determinada empresa tenha um capital

    de R$100.000,00. Um investidor adquire 10% das aes, desembolsando

    R$10.000,00. O valor de cada ao de R$1,00 (no total de 100 000 aes).No final do exerccio, a empresa obteve lucro lquido de R$1.000,00, sendo o

    lucro por ao de R$0,01. O Retorno Sobre Investimento (RSI) dessa empresa

    foi de 1%, a saber:

    RSI =Lucro x 100

    InvestimentoRSI = R$1.000,00 x 100

    R$100.000,00RSI=1%

    A valorizao das aes, idem:

    Valor da Ao em X1 =R$1,00 =

    % = 1%Valor da Ao em X2 =

    R$1,01 =

    O montante de capital do investidor:

    Incio (X1) = Compra de 10% da empresa = R$10.000,00% = 1%

    Fim (X2) = Compra inicial + 10% do lucro = R$10.100,00

    Se a taxa mnima de atratividade foi de 6%, o investidor fez um pssimo

    negcio, talvez se baseando em informaes das demonstraes financeiras.

    Por tais motivos que anlises comparativas so fundamentais para a tomada

    de deciso.

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    Apurao contbil do resultado: reconhecimento de valores

    Valorao para uso de credores

    O objetivo principal dos balanos no incio do sculo XX era apresentar

    informaes aos credores. Estes, por sua vez, tomavam tais informaes

    para dar sustentao aos emprstimos. Assim, os valores dos bens e direitos

    tinham que ser a nvel de realizao e no histricos.

    Todavia, se a empresa vista com probabilidade de continuidade,os lucros

    so mais importantes que os valores de liquidao, j que no faz sentido a

    empresa vender seus ativos. J uma empresa em descontinuidade faz mais

    sentido converter os valores para uma liquidao forada e rpida.

    Valorao para uso da gerncia

    Para fins gerenciais, o processo deve ter informaes de decises ope-racionais. A informao gerencial nem sempre a mesma dos credores e

    investidores. A gerncia faz o elo entre o passado e o futuro, necessitando

    de valorao distinta. Ex.: sempre comparar o benefcio de utilizar o ativo da

    empresa com valores de liquidao. Tambm deve-se levar em considerao

    o custo de capital e custos marginais. Tal razo se deve porque para os ges-

    tores, os valores praticados pelo mercado esto em consonncia com suas

    aes e atitudes.

    Conceito de valorao

    O conceito de valorao em Contabilidade um procedimento que con-

    siste em imputar um valor monetrio a um determinado bem ou direito. A

    grande discusso gira em torno de qual seria o conceito mais adequado para

    nos basear na precificao. H duas vertentes:

    valores de entrada refletem um valor que a empresa desembolsou

    a fim de obter os ativos para as operaes da empresa;

    valores de sada refletem o valor ou importe monetrio que a empre-

    sa recebe quando um bem ou servio sai definitivamente da empresa.

    Aqui temos que fazer uma separao entre o ativo monetrio e o ativo

    no monetrio. Os monetrios devem ser expressos em funo de valores

    correntes crveis, ou seja, valores praticados pelo mercado (correntes) e com

    veracidade (crveis), e devemos trat-los como base de sua realizao.

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    Apurao contbil do resultado: reconhecimento de valores

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    Mtodos pelo valor de sada

    Valor Presente Lquido

    Quando tivermos valores de entrada previstos para sua efetivao no

    futuro, temos que traz-lo ao momento presente via procedimento de des-

    conto. Alm da Taxa de Juros (correo monetria + juro real) e do prazo,

    tambm devemos colocar o risco do no recebimento. Assim, quanto maior

    for o prazo para o recebimento, maior ser a incerteza do mesmo, provocan-

    do um aumento da taxa de risco.

    Tanto o Comit sobre Conceitos e Normas de Contabilidade da Asso-

    ciao Americana de Contabilidade quanto os j citados autores Sprouse e

    Moonitz (1962), consideram o conceito do Valor Presente Lquido. A frmula

    utilizada a seguinte:

    VPL =Valor Futuro

    (1 + i)n

    VPL Valor Presente Lquido

    n Tempo ou Prazo

    i Taxa de Juros

    Exemplo: uma pessoa tem um ttulo a receber que vencer daqui a 18

    meses. Supondo que a Taxa de Juros seja de 2% a.m. e o valor do ttulo de

    R$15.000,00, qual ser o VPL?

    VPL =R$15.000,00

    (1,02) =R$15.000,00

    1,428246 = VPL = R$10.502,39

    Graficamente poderamos representar:

    R$10.502,39

    1 2

    R$15.000,00

    FVVPL

    Todavia, se tivermos valores a receber de modo parcelado, temos que

    trazer a valor presente cada uma dessas parcelas individualmente. Exemplo:

    uma empresa tem um recebimento que est assim subdividido:

  • 5/24/2018 Apura o Cont bil Do Resultado Reconhecimento de Valores

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    Apurao contbil do resultado: reconhecimento de valores

    Prazo Meses Valores Taxa (% a.m.) VPL

    3 R$600,00 2 R$565,39

    9 R$800,00 4 R$562,07

    15 R$1.900,00 8 R$598,96

    20 R$3.850,00 10 R$572,28

    Total R$7.150,00 Total R$2.298,70

    Pela tabela acima podemos notar que h a necessidade de trazer a VPL um

    a um e somente depois somarmos as parcelas. Perceba que quanto maior

    o prazo de recebimento, maior a taxa de desconto. Nesse exemplo, houve

    um desconto mdio ponderadode67,86%, conforme clculo a seguir:

    Desconto = 1 R$2.298,70R$7.150,00

    = 1 0,3214 = 0,6786 . 100 = 67,86%

    Vale lembrar que a taxa aqui colocada engloba:

    Taxa de Juros Real;

    taxa de risco do recebimento.

    O dinheiro tem valor no tempo. Essa afirmao muito importante para

    qualquer mtodo ou meio pelo qual se pretenda discutir a opo entre uma

    ou outra alternativa de investimento. O valor de R$1,00 ontem diferente de

    R$1,00 hoje que ser, por sua vez, distinto de R$1,00 amanh.

    Uma das maneiras de avaliarmos uma empresa, ou at mesmo um proje-to em especial, pelo mtodo do Valor Presente Lquido (VPL).

    Existem outros mtodos que colaboram ou ajudam o enfoque de de-

    ciso de um determinado investimento, mas o VPL mais fcil de ser as-

    similado pelas pessoas. Diria at mesmo que um raciocnio natural de

    qualquer pessoa (leigo ou especialista em finanas) na escolha de opes

    de investimento.

    Perceba que se formos ineficientes na anlise do VPL, algum seguramen-te o far, nem que seja de maneira natural ou emprica.

    O VPL consiste em descapitalizar para o valor presente todasas variaes

    de caixa esperadas pelo projeto em funo de uma taxa mnima de atrati-

    vidade esperada ou desejada. Significa calcular na data zerotodos os rece-

    bimentos e pagamentos esperados pelo projeto a uma determinada Taxa

    de Juros.

  • 5/24/2018 Apura o Cont bil Do Resultado Reconhecimento de Valores

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    Apurao contbil do resultado: reconhecimento de valores

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    O VPL sempre poder ser descrito na forma do diagrama de Fluxo de

    Caixa. Veja que no Fluxo de Caixa temos que indicar a posio financeira dos

    movimentos de entrada e sada de caixa. No se admite colocar posies

    econmicas (receitas/despesas/lucro) ou contbeis. H que se tomar muito

    cuidado com a preciso dos dados. Se, por exemplo, omitirmos ou simples-

    mente no colocarmos alguma entrada ou sada de caixa, esse fato poder,

    no futuro, comprometer a deciso dada como correta no passado.

    O VPL poder ser negativo, zero ou positivo. Porm, somente ser vivel

    se for positivo, j que indicar que todos os fluxos futuros trazidos a valor

    presente, em funo de uma taxa de juros, descontando-se o investimento

    inicial mostra-se superior. Se for zero ou nulo, significa que o montante trazi-

    do a valor presente igual ao investimento e se for negativo porque os re-

    tornos a valor presente no pagam sequer o investimento, sendo invivel.

    Exemplo: uma linha de produo necessita de reparos e h duas opes:a primeira consiste em realizar uma reforma geral da linha, exigindo um in-

    vestimento de R$15.000,00. Por outro lado, os gastos com manuteno cai-

    riam R$3.000,00 por ano nos prximos 10 anos. Aps esse perodo o equipa-

    mento estar sucateado e sem valor residual. A segunda opo a aquisio

    de uma outra linha de produo no valor de R$40.000,00. A venda da atual

    linha proporcionaria R$7.000,00 de receita. Alm disso, haveria uma redu-

    o de R$5.500,00 por ano em manuteno. Aps 10 anos esse equipamento

    apresentaria um resduo de R$11.000,00 (goodwill)1. Os acionistas da empre-

    sa querem uma taxa de 10% a.a. como sendo o mnimo atrativo. Qual dessas

    duas opes escolher?

    1. Passo: desenhar os Fluxos de Caixa por projeto:

    Projeto para reformar VPL = R$3.433,70

    R$3.000,00

    R$15.000,00

    1 10

    Projeto para Comprar VPL = R$5.036,10R$5.500,00

    R$40.000,00

    R$16.500,00

    i = 10% a.a.

    R$7.000,00

    1 9 10

    1Entende-s

    residual umfutura de rseja, de vendavaliado por do no merca

  • 5/24/2018 Apura o Cont bil Do Resultado Reconhecimento de Valores

    http:///reader/full/apuracao-contabil-do-resultado-reconhecimento-de-valores96

    Apurao contbil do resultado: reconhecimento de valores

    Para chegar a esses valores, a seguir so apresentados os passos necess-

    rios para o clculo em uma calculadora financeira HP-12C.

    Primeiro caso:

    Limpar a memria financeira: f FIN

    15000 CHS g CF0

    3000 g CFj

    10 g Nj

    10 i

    f NPV

    Segundo caso

    Limpar a memria financeira: f FIN

    33000 CHS g CF0 (40.000 7.000)

    5500 g CFj

    9 g Nj

    16500 g CFj

    10 i

    f NPV

    2. Passo: calcular o VPL de cada projeto e compar-los. Se ambos forem

    positivos e consequentemente viveis, deveremos eleger aquele que apre-

    sentar o maior valor. No caso acima, como se pode observar, a melhor opo

    seria comprar.

    O VPL pode ser calculado pela seguinte maneira:

    Para o primeiro caso, temos que:

    VPL = R$15.000,00 + R$3.000,00(1,10)1

    + ... + R$3.000,00(1,10)10

    = R$3.433,70

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    Apurao contbil do resultado: reconhecimento de valores

    97

    J para o segundo caso, os dados so:

    VPL = R$33.000,00+ R$5.500,00(1,10)1

    + ... + R$5.500,00(1,10)9

    + R$16.500,00(1,10)10

    = R$5.036,10

    Preo de reposio

    Esse mtodo vlido para empresas que atuem em um mercado organi-

    zado. Isso porque se pode estimar o preo que teremos que pagar no futuro

    por um determinado bem. A limitao do preo de reposio:

    somente aplicvel a itens de venda (mercadorias, terrenos, fbrica)

    causa certa incerteza, j que sua base futura.

    Preo equivalente

    Significa basicamente preos realizveis atuais. Para sua mensurao de-

    veramos saber quanto cada item representaria, caso fossem vendidos, orde-

    nadamente, em unidades monetrias. Assim, veramos bens equivalentes no

    mercado e faramos a precificao dos bens de nosso ativo.

    Esse mtodo afasta tanto as especulaes do futuro quanto as descon-

    fianas do passado. Portanto, se as empresas o adotassem haveria maior

    uniformidade de informaes. Mas a desvantagem cai naqueles bens con-siderados invendveis, por exemplo, um torno antigo, enferrujado, obsoleto

    tecnologicamente e sem peas para reposio, e tambm nos intangveis.

    Tambm o instituto da depreciao ficaria afetado, at porque no h mais

    nada a ser depreciado.

    Valores de liquidao

    H muita semelhana entre esse mtodo e o preo de reposio e o preo

    equivalente. A diferena que a liquidao baseia-se numa venda forada(no ordenada e nem a de mercado), isto , a preos amplamente reduzidos,

    podendo, s vezes, ser inferior ao custo de aquisio. Assim deve ser utiliza-

    do somente em situaes especficas:

    quando as mercadorias ou outros ativos perderam sua utilidade normal;

    quando so empresas em descontinuidade.

  • 5/24/2018 Apura o Cont bil Do Resultado Reconhecimento de Valores

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    Apurao contbil do resultado: reconhecimento de valores

    Mtodos pelo valor de entrada

    muito mais comum a utilizao de valores de entrada que valores

    de sada na contabilidade. Em primeiro lugar porque so mais facilmente

    provveis (baseado em documentos), e em segundo lugar porque so

    valores mximos ou no caso de itens que no mais existam no mercado,

    sero os nicos.

    Custo histrico

    O custo tem sido at adotado em contabilidade como sinnimo de valo-

    rao. At o Comit de Terminologia do Instituto Americano de Contadores

    (AICPA), (apudIUDCIBUS, 1997, p. 129), declarou: Posto que a contabilidade

    se baseia predominantemente nos custos, os usos apropriados da palavra

    valorem contabilidade se restringe, em grande parte, apresentao das

    partidas ao custo, ou as modificaes do custo.

    O custo , portanto, o sacrifcio econmico, expresso em moeda, neces-

    srio para obter um ativo especfico. Outro fator primordial a correlao

    existente entre o custo e a data de aquisio. Alis, essa uma das princi-

    pais razes que do sustentculo adoo do custo histrico: relao entre a

    realizao e a utilidade.

    Uma das principais desvantagens est centrada nas modificaes de va-

    lores da empresa no tempo e tambm por no representar adequadamenteo ativo da empresa.

    Custos correntes

    O custo corrente similar ao custo histrico. Sua diferena est basea-

    da na ideia de obter o mesmo ativo, ou equivalente, a um preo maior ou

    menor. Ou seja, quanto representaria hoje a aquisio dos mesmos itens do

    ativo. As vantagens desse mtodo so:

    representa o montante desembolsvel hoje para obtermos o mes-

    mo ativo;

    permite segregar lucros ou prejuzos ocorridos no perodo;

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    99

    fundamental para empresas que continuaro adquirindo os mesmos

    itens do ativo;

    total demonstrado via custo corrente mais expressivo do que a soma

    dos mesmos itens via custo histrico.

    Custos descontados

    Existem situaes em que a empresa realiza desembolsos ou pagamen-

    tos com vistas a adquirir um bem no futuro ou mesmo realizando gastos pr-

    -operacionais. Nesses casos necessitaria que trouxssemos esses valores ao

    momento presente, para compararmos, por exemplo, com a alternativa de

    adquiri-lo vista ou num s desembolso (caso seja possvel). A desvantagem

    que, embora tcnica e aparentemente possa ser vivel, a operao j est

    consumada, chegando-se tardiamente concluso.

    Custostandardou custo padro

    um conceito baseado nos preos de trocas apropriados das quantidades

    adequadas de bens e servios para a confeco do produto. Sua vantagem

    no atribuir a ineficincia ou a capacidade ociosa da empresa ao custo do

    produto. Ento, o custo de um produto no deve ser mais alto por produzi-lo

    em situaes de desvantagens ou de ineficincia. Isso porque estaramos,

    por mais absurdo que possa parecer, aumentando nosso ativo via ineficin-

    cia. Vejamos o seguinte exemplo:

    Histrico Empresa A Empresa B

    Custo de Produo R$100,00 R$100,00

    Custo da Ineficincia R$0,00 R$20,00

    Totais R$100,00 R$120,00

    Como se pode perceber, o valor final do produto da empresa B seria 20%

    superior ao da empresa B, via custo de ineficincia. Poderamos afirmar,ento, que o ativo da empresa B maior que da empresa A?

    Nesse ponto, o custo padro muito utilizado para decises gerenciais

    a fim de verificar se determinada empresa est mais ou menos eficiente em

    relao concorrncia.

  • 5/24/2018 Apura o Cont bil Do Resultado Reconhecimento de Valores

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    Apurao contbil do resultado: reconhecimento de valores

    Mtodos Mistos

    Custo ou mercado

    Na verdade esse conceito um misto dos conceitos de valorao de en-

    trada e de sada. de fato uma derivao objetiva da conveno contbil do

    conservadorismo. Assim, o conceito est umbilicalmente ligado noo de

    recompra do produto.

    O conceito de custo ou mercado remonta ao sculo passado. Nessa poca

    os balanos eram feitos especialmente para efeitos de anlise de credores,

    pois queriam saber na verdade os valores de converso dos bens.

    Com o desenvolvimento dos conceitos das Demonstraes Financeiras e

    com a diversificao dos usurios da contabilidade, tal conceito ganhou um

    novo sentido. Agora a utilidadese expressaria de modo conservador. Portan-to, todas as despesas se incluiriam no exerccio corrente e as receitas somen-

    te aps a data da venda.

    Sprouse e Moonitz (1962, apud IUDCIBUS, 1997, p. 125) se opem

    ao conceito de custo ou mercado, o que seja mais baixo. Propem o

    custo corrente:

    Se o custo corrente objetivo, definido, verificvel e mais til quando inferior ao custode aquisio, tambm possui esses atributos quando maior. Mediante o uso do custo

    corrente se reconhece uma mudana da utilidadeno exerccio que ocorre tal mudana.E as partidas do estoque seguiriam medindo a valores que esto abaixo dos preoscorrentes de venda. (SPROUSE; MOONITZ, 1962, p. 31, grifo nosso)

    Hendriksen e Breda (1999) tambm esto de acordo com Sprouse e

    Moonitz (1962), pois os preos correntes tm certezaeobjetividade.Portan-

    to, o conceito de custo ou mercado, o que seja mais baixo, inaceitvel na

    Teoria Contbil por:

    subvalorizao do ativo;

    como h subvalorizao, possibilidade de apresentar uma utilidademaior ou uma perda menor;

    inconsistncia interna. Num exerccio escolhe-se o custo; no outro,

    o mercado;

    indicao para os usurios de que a empresa est proporcionando

    uma utilizao adequada dos recursos;

  • 5/24/2018 Apura o Cont bil Do Resultado Reconhecimento de Valores

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    Apurao contbil do resultado: reconhecimento de valores

    101

    alegar-se que no h lucro ou prejuzo at que ocorra a venda. Mas, no

    h razo lgica para se ater somente aos custos de aquisio. A empresa

    poderia utilizar os preos correntes e comparar com os de aquisio.

    Ampliando seus conhecimentos

    Contabilidade

    (EJNISMAN; LUCHESI, 2009)

    Como valorar o intangvel

    Nos ltimos meses, o sistema jurdico brasileiro vem sofrendo vrias alte-

    raes e adaptaes no que diz respeito contabilizao dos ativos das em-

    presas. Essa tendncia se justifica pela opo do Brasil de se adequar glo-balizao dos mercados, em especial aos princpios e regras internacionais

    de contabilidade. Nesse sentido, as novas normas alteram, de um lado, os

    padres de contabilidade aplicveis s demonstraes financeiras das com-

    panhias abertas e, de outro, estabelecem novos parmetros de contabilidade

    para as sociedades annimas em geral.

    O impacto dessas normas para os titulares de direitos de propriedade in-

    telectual evidente, tendo em vista que as novas normas contbeis estabele-

    cem uma srie de parmetros para a valorao de ativos intangveis, nos quaisse incluem as marcas, as patentes, os direitos de autor e outros direitos que

    recaiam sobre criaes intelectuais.

    Atualmente, os direitos de propriedade intelectual (PI) so considerados

    importantes ativos para o desenvolvimento da atividade econmica das em-

    presas. Os administradores de direitos de PI so, mais do que nunca, compe-

    lidos a lidar no somente com a proteo de tais direitos, mas tambm com a

    valorao de ativos intangveis em geral.

    De acordo com o que determinam os princpios gerais de contabilidade, osbens intangveis so ativos que no tm substncia fsica, contudo garantem

    direitos e vantagens econmicas ao seu titular, sendo inseparveis da prpria

    empresa. Destacadamente, os atuais padres internacionais de contabilidade

    tm detalhado novos regramentos para a incluso dos ativos de PI nas de-

    monstraes financeiras, dada a necessidade de fornecer aos investidores in-

    formaes operacionais de melhor qualidade aliadas a maior transparncia.

  • 5/24/2018 Apura o Cont bil Do Resultado Reconhecimento de Valores

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    Apurao contbil do resultado: reconhecimento de valores

    importante ressaltar que, embora as novas regras sejam destinadas s

    companhias abertas e s sociedades annimas, a inteno das autoridades fis-

    cais e contbeis brasileiras estender as novas regras para todas as empresas

    nacionais titulares de ativos de PI. Em outras palavras, pretende-se criar uma

    nova cultura de avaliao e contabilizao de ativos intangveis no Brasil.

    Padres internacionais

    Seguindo a evoluo ocorrida nos ltimos anos nos padres internacionais

    de contabilidade, em conformidade com o que foi preconizado pelo Interna-

    tional Accounting Standards Board (IASB), a comunidade contbil brasileira

    tem se mostrado preocupada com a harmonizao das prticas contbeis na-

    cionais em vista das novas normas internacionais.

    O argumento de que a convergncia internacional dos padres de conta-

    bilidade, materializados por meio dos International Financial Reporting Stan-dards (IFRS), implicaria a reduo dos custos de preparao das demonstra-

    es financeiras, a reduo dos riscos e custos relativos anlise e ao processo

    de tomada de deciso, bem como a reduo no custo do capital.

    Assim, como consequncia dessas discusses sobre a convergncia dos

    padres internacionais de contabilidade, duas novas normas acerca do tema

    foram criadas pelo governo brasileiro, as quais se encontram descritas a seguir.

    (a) Instruo Normativa 457/2007, da Comisso de Valores Mobili-rios (CVM)

    Em 13 de julho de 2007, a CVM publicou a Instruo Normativa 457 (ICVM

    457) segundo a qual todas as sociedades annimas com aes listadas em

    bolsa de valores mobilirios ou em mercado de balco organizado (Compa-

    nhias) devero, a partir do exerccio fiscal de 2010, preparar relatrios e divul-

    gar suas demonstraes financeiras de acordo com os IFRS.

    Isso significa que, a contar do ano-base de 2010, as Companhias no mais

    podero apresentar seus relatrios e demonstraes financeiras de acordo comos princpios gerais de contabilidade geralmente aceitos no Brasil (tambm

    conhecidos como BR GAAP), uma vez que os IFRS sero obrigatrios.

    Dessa forma, as Companhias sero obrigadas a reportar em suas demonstra-

    es financeiras os ativos intangveis de sua titularidade, sempre se pautando nos

    IFRS e observando os padres IASB. A ttulo de exemplo, e de acordo com as

  • 5/24/2018 Apura o Cont bil Do Resultado Reconhecimento de Valores

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    Apurao contbil do resultado: reconhecimento de valores

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    novas regras de avaliao, os ativos intangveis estaro sujeitos a um processo

    de valorao peridica, tendo por base qualquer dos mtodos de avaliao

    de ativos estabelecidos pela IFRS (ou seja, quer pelo mtodo de custo, quer

    pelo mtodo de reavaliao).

    Adicionalmente, a mencionada ICVM 457 dever ser analisada e inter-pretada com observncia das disposies trazidas pela Lei 11.638/2007, a

    qual modificou a Lei 6.404/76 (Lei das Sociedades Annimas), como expli-

    cado abaixo.

    (b) Lei 11.638/2007

    Decorridos cinco meses da publicao da ICVM 457, o Congresso Nacional

    Brasileiro aprovou a Lei 11.638/2007, que modificou algumas das disposies

    da Lei das Sociedades Annimas.

    As modificaes trazidas pela Lei 11.638, que passaram a viger no incio do

    ano fiscal de 2008, foram elaboradas no intuito de estabelecer novos padres

    para a preparao de relatrios de demonstraes financeiras de acordo com

    os IFRS.

    Com exceo de algumas disposies, as novas regras so aplicveis a

    todas as sociedades annimas brasileiras, bem como a todas as demais em-

    presas de natureza jurdica diversa que sejam consideradas como sociedades

    de grande porte. Vale ressaltar que uma sociedade limitada, por exemplo,poder ser considerada de grande porte levando-se em considerao de-

    terminados parmetros referentes s suas receitas anuais e quantidade de

    ativos em sua titularidade.

    Ativos intangveis

    A Lei 11.638, ademais, trouxe a regulao especfica acerca da contabi-

    lizao e tratamento dos ativos intangveis nas demonstraes financeiras

    das sociedades annimas. Na verdade, embora o sistema legal anterior de-

    terminasse que os direitos de PI deveriam ser contabilizados, poucos direi-tos eram efetivamente includos nos balanos patrimoniais das empresas,

    devido ausncia de regras claras sobre as formas e mtodos de contabili-

    zao. Com base nos novos regramentos, os balanos patrimoniais das so-

    ciedades annimas devero incluir uma conta especfica para o lanamento

    dos ativos intangveis.

  • 5/24/2018 Apura o Cont bil Do Resultado Reconhecimento de Valores

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    Apurao contbil do resultado: reconhecimento de valores

    A nova legislao tambm estabelece que os direitos classificados sob a

    conta ou categoria de ativos intangveis devero ser avaliados de acordo com

    seu valor de aquisio, sendo descontada a diferena relativa sua amortizao.

    Cabe ressaltar que, no Brasil, a amortizao de um direito de PI somente pode

    ocorrer se restar demonstrado que mencionado direito tem durao limitada.

    Todo o regramento mencionado acima indica, efetivamente, que a legisla-

    o brasileira adotou o conceito de avaliao de ativos intangveis com base

    no custo do ativo. Entretanto, a Lei 11.638 e a ICVM 457 no dispuseram sobre

    obrigatoriedade da contabilizao dos ativos intangveis originados interna-

    mente, ou seja, aqueles criados pelas sociedades annimas internamente.

    No obstante especialistas em contabilidade tenham ponderado que os

    ativos intangveis gerados internamente no devam ser contabilizados na

    conta de ativos intangveis, as regras que viro regular os novos critrios im-postos pela Lei 11.638 ainda esto em fase de elaborao pelas autoridades

    brasileiras e, portanto, ao nosso ver, no h posio definitiva sobre o tema

    at o presente momento.

    Outro ponto em aberto que vem suscitando inmeras discusses entre

    especialistas em contabilidade o reflexo do aumento do valor de mercado

    dos ativos de PI nos balanos patrimoniais das sociedades annimas. Ocorre

    que o novo sistema estabelece que as sociedades annimas devero, periodi-

    camente, revisar os valores originais atribudos aos ativos intangveis, sendocerto que toda perda ou desvalorizao desses ativos dever ser registrada

    nas demonstraes financeiras das sociedades annimas. No entanto, nada

    dispe acerca da valorizao dos ativos.

    Igualmente ao que ocorre com a discusso sobre a contabilizao de ativos

    intangveis internamente criados, a nova legislao no se faz clara e definitiva

    sobre esse tema, sendo ainda necessria a edio de regulamentao especfica.

    Consequncias das novas regras

    A principal consequncia das novas regras societrias e contbeis que os

    ativos intangveis passaro a ser valorados, dando-se especial importncia para

    sua avaliao em decorrncia da aquisio por meio de operaes societrias.

  • 5/24/2018 Apura o Cont bil Do Resultado Reconhecimento de Valores

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    Apurao contbil do resultado: reconhecimento de valores

    105

    Sob o ponto de vista prtico, as mudanas trazidas pela Lei 11.638 impli-

    cam a dissociao entre os outros ativos das sociedades annimas e os ativos

    intangveis, o que, por consequncia, torna necessrio, por exemplo, discrimi-

    nar o valor dos ativos intangveis ao determinar o preo de uma empresa.

    Em operaes de fuso ou aquisio, por exemplo, isso significa que o valordos ativos intangveis dever ser claramente identificado no preo global de

    uma transao. Adicionalmente, uma vez que tais ativos intangveis sejam ad-

    quiridos, eles tero de ser lanados no Balano Patrimonial das sociedades

    annimas em uma conta especfica, em conformidade com o determinado

    pela Lei 11.638.

    Finalmente, a valorao peridica dos ativos intangveis adquiridos, nota-

    damente a amortizao dos valores por eles pagos, tambm dever ser regis-

    trada no Balano Patrimonial e nas demonstraes contbeis.

    Atividades de aplicao

    1. O que se entende por ao prpria de um ativo?

    2. A Grifer S/A est de posse de um veculo emprestado pelo cunhado do

    proprietrio para realizar pequenas entregas na poca de Natal. Como

    o ms de dezembro tambm coincide com o fechamento do balano,

    o contador da Grifer S/A est realizando o inventrio de imobilizado a

    fim de constar no balano. Qual dever ser o procedimento em relao

    a esse veculo?

    3. A Adruga Ltda. possui uma mquina quebrada h 7 anos em sua

    planta de Vitria (ES). Segundo o Sr. Mazaron, gerente industrial, no

    existem peas de reposio para reparar o equipamento e seu esta-

    do de desgaste profundo das partes vitais, sem condies de voltar

    a funcionar. Em sua opinio, tal mquina pode ser considerada um

    ativo da Adruga Ltda.?

    4. Emanuele, diretora financeira da Pyur S/A, tem dvidas em relao ao

    conceito do que vem a ser de fato um ativo monetrio e tambm um

    ativo no monetrio. Enfim, quais so as principais caractersticas e di-

    ferenas entre esses dois ativos?

  • 5/24/2018 Apura o Cont bil Do Resultado Reconhecimento de Valores

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    Apurao contbil do resultado: reconhecimento de valores

    5. Quais so as duas vertentes que so compreendidas para se dar um

    valor para um determinado bem?

    6. Segundo Hendricksen, o conceito de custo ou mercado inadequado,

    pois no encontra fundamento na teoria contbil. Qual a fundamenta-

    o, ento, para a crtica de Hendricksen?

  • 5/24/2018 Apura o Cont bil Do Resultado Reconhecimento de Valores

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  • 5/24/2018 Apura o Cont bil Do Resultado Reconhecimento de Valores

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