aquilo

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Page 1: Aquilo
Page 2: Aquilo

Quando aquilo apareceu na cidade, teve gente que levou um

susto. Teve gente que caiu na risada.

Page 3: Aquilo

Teve gente que tremeu de medo.

E gente que achou uma

delícia.

E gente arrancando os

cabelos.

E gente soltando fogos

Page 4: Aquilo

E gente mordendo a língua, perdendo o

sono, gritando viva roendo as unhas,

batendo palma, fugindo apavorada e

ainda gente

ficando muito, muito, muito feliz.

Page 5: Aquilo

Uns tinham certeza de que

aquilo não podia ser feito de

jeito nenhum.

Page 6: Aquilo

Outros também tinham

certeza. Disseram:

Viva! Que bom. Até que enfim!

Page 7: Aquilo

Muitos ficaram preocupados. Exigiram que aquilo fosse proibido.

Garantiram que aquilo era impossível. Que aquilo era errado.

Que aquilo podia ser muito perigoso.

Page 8: Aquilo

Outros, tranqüilos, festejaram, deram risadas, comemoraram e, abraçados, saíram pelas ruas,

cantando e dançando felizes da vida.

Page 9: Aquilo

Alguns, inconformados, resolveram perseguir aquilo. Disseram que aquilo não valia

nada. Disseram que era preciso acabar logo com aquilo ou, pelo menos, pegar e mandar aquilo

para bem longe

Page 10: Aquilo

Muitos defenderam e elogiaram

aquilo. Juraram que aquilo era

bom. Que aquilo ia ser melhor

para todos. Que esperavam

aquilo faz tempo. Que aquilo era

importante, bonito e precioso.

Page 11: Aquilo

Alguém decidiu acabar com aquilo

de qualquer jeito.

Page 12: Aquilo

Mas outro alguém disse que não! E foi correndo esconder

aquilo devagarinho no fundo do

coração.

Page 13: Aquilo

Caro leitor: aquilo pode ser muitas

coisas.

Page 14: Aquilo

Se sentir vontade

pegue um lápis e uma folha de papel

e escreva sobre aquilo: diga

em sua opinião e em seu sentimento,

o que é aquilo, como é aquilo

o que aquilo faz, de onde veio aquilo,

para onde aquilo vai e que

sentido, afinal, aquilo tem. Se quiser,

desenhe aquilo também.

Page 15: Aquilo

Azevedo, Ricardo. Se eu

fosse aquilo... In Revista

Nova Escola, n169, janeiro/

fevereiro de 2004.