atividade lingua portuguesa 8 serie

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ESCOLA PEDRO APÓSTOLO Educação Infantil e Ensino Fundamental Atividades para a semana de recesso LÍNGUA PORTUGUESA Professora Lígia Eckel 8ª Série – 2009 Orientações para estudos durante a semana de recesso - Ler com atenção e desenvolver as atividades de acordo com o que trabalhamos em sala de aula. - Acesse o conteúdo do 3º volume no portal positivo, www.portalpositivo.com.br clique no link “aulas suspensas” na página principal e verifique todo o conteúdo que será trabalhado em sala. ATIVIDADES Nome: Série: 8ª Série Professor(a): Lígia Eckel Data: REPORTAGEM Leia os textos a seguir e depois responda ao que se pede. COM MUITA RAÇA O Brasil é assim mesmo, tem gente de todo o canto do mundo. E essa mistura é a nossa cara, nosso jeito. Antes de um navegante chamado Cabral dar com a cara na terra do pau-brasil, por aqui viviam 6 milhões de índios. Eles começaram a receber visitas cada vez mais insistentes de uns homens incrivelmente brancos. Alguns deles deixaram filhos nas índias, que andavam nuas pela mata. Mais tarde, esses homens chamados de portugueses trouxeram ( com muita brutalidade, diga-se de passagem) levas de homens negros. Muitos brancos tiveram filhos com negras. Muitos negros engravidaram outras índias nuas. Outros brancos, desta vez loiros e mais alvos ainda, apareceram. Ficaram e tiveram filhos com mulatas, índias e portuguesas. Depois vieram outros mais morenos e outros, de longos bigodes e jeito para o comércio. E, no começo deste século, veio um grupo de olhos puxados e fala estranha ( para os daqui, é claro). E toda essa turma se namorou, cresceu e procriou. Nasceu aqui uma grande mistura racial. Mas tem algumas pessoas que acham que não fazem parte desse caldeirão. Elas se imaginam flutuando, como uma gota de azeite puro, sem se misturarem à nossa feijoada. É só investigar os antepassados pra perceber que nosso sangue viajou por lugares que a gente nunca imaginaria. Você, por exemplo, de onde veio seu avô? Sua avó? Sua bisavó? Na verdade, nas veias de todo mundo corre[...] sangue diferente, além do brasileiro – que, pelo menos, está no coração. E tem mais: um cientista italiano, 72 anos, chamado Cavalli- Sforza, coletou mostras de sangue de mais de 2 000 lugares diferentes do planeta. Sabe qual foi o resultado? Analisado o DNA, ou seja, o código genético, ele descobriu

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Page 1: Atividade Lingua Portuguesa 8 Serie

ESCOLA PEDRO APÓSTOLO

Educação Infantil e Ensino Fundamental

Atividades para a semana de recesso LÍNGUA PORTUGUESA

Professora Lígia Eckel 8ª Série – 2009

Orientações para estudos durante a semana de recess o

- Ler com atenção e desenvolver as atividades de acordo com o que trabalhamos em sala de aula. - Acesse o conteúdo do 3º volume no portal positivo, www.portalpositivo.com.br clique no link “aulas suspensas” na página principal e verifique todo o conteúdo que será trabalhado em sala.

ATIVIDADES Nome: Série: 8ª Série Professor(a): Lígia Eckel Data: REPORTAGEM Leia os textos a seguir e depois responda ao que se pede.

COM MUITA RAÇA

O Brasil é assim mesmo, tem gente de todo o canto do mundo. E essa mistura é a nossa cara, nosso jeito. Antes de um navegante chamado Cabral dar com a cara na terra do pau-brasil, por aqui viviam 6 milhões de índios. Eles começaram a receber visitas cada vez mais insistentes de uns homens incrivelmente brancos. Alguns deles deixaram filhos nas índias, que andavam nuas pela mata. Mais tarde, esses homens chamados de portugueses trouxeram ( com muita brutalidade, diga-se de passagem) levas de homens negros. Muitos brancos tiveram filhos com negras. Muitos negros engravidaram outras índias nuas. Outros brancos, desta vez loiros e mais alvos ainda, apareceram. Ficaram e tiveram filhos com mulatas, índias e portuguesas. Depois vieram outros mais morenos e outros, de longos bigodes e jeito para o comércio. E, no começo deste século, veio um grupo de olhos puxados e fala estranha ( para os daqui, é claro). E toda essa turma se namorou, cresceu e procriou. Nasceu aqui uma grande mistura racial. Mas tem algumas pessoas que acham que não fazem parte desse caldeirão. Elas se imaginam flutuando, como uma gota de azeite puro, sem se misturarem à nossa feijoada. É só investigar os antepassados pra perceber que nosso sangue viajou por lugares que a gente nunca imaginaria. Você, por exemplo, de onde veio seu avô? Sua avó? Sua bisavó? Na verdade, nas veias de todo mundo corre[...] sangue diferente, além do brasileiro – que, pelo menos, está no coração. E tem mais: um cientista italiano, 72 anos, chamado Cavalli-Sforza, coletou mostras de sangue de mais de 2 000 lugares diferentes do planeta. Sabe qual foi o resultado? Analisado o DNA, ou seja, o código genético, ele descobriu

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que a cor da pele, o tipo de cabelo, a proporção do corpo são apenas detalhes. Ou seja, a estrutura genética humana é idêntica em qualquer raça.

À FLOR DA PELE

Débora Purwin, 17 anos, mora no Rio de Janeiro. Ela traz na memória o medo de um povo. “Meu avó, que era judeu e morava na Alemanha, veio para o Brasil fugindo da 2.ª Guerra Mundial. Eu, pessoalmente, não sofro com o racismo. Mas sempre que ouço piadinhas de judeu, fico chateada. No Brasil até que não tem muito racismo com judeus. Estudo numa escola alemã e nunca tive problemas. Mas na Alemanha é complicado, tem os neonazistas e eles são superviolentos. Tenho medo de acontecer uma outra onda de nazismo por lá.” Francina Watanabe, 16 anos, mora em São Paulo, ela freqüentemente é chamada de japonesa. “Hoje em dia eu me sinto totalmente confortável, mas quando era pequena sentia que era tratada diferente. Eu era a japonesinha, “japa”. Não sei como esse tipo de coisa pode acontecer no Brasil, onde todas as raças se misturam tanto. Mas que tem um pouco de racismo tem. Não são todos os meninos que namoram meninas nisseis (descendentes de japoneses nascidos aqui). E é claro que na hora do vestibular esse racismo fica mais acirrado, porque tem essa fama de que japonês rouba as vagas.” Isabela Santos, 14 anos, mora em Salvador, e pode ganhar 1 milhão de indenização por racismo. “Em março deste ano eu estava nas Lojas Americanas procurando um presente para minha mãe, e carregava um caderno que ela havia comprado lá mesmo noutro dia. Aí chegou uma segurança e foi logo me acusando de roubo. Revistou minha bolsa e como não tinha nota fiscal comigo, fui levada ao Juizado de Menores. Só quando minha mãe apareceu com o comprovante é que fui liberada. Eu fiquei muito nervosa, nunca tinha sido acusada de roubo, e nem xingada por ser negra. Foi minha mãe que me fez ver que isso era racismo. Ainda bem que não é todo mundo que é assim racista. Eu tenho orgulho de ser negra, estou feliz com a cor que Deus me deu.” Isabela e sua mãe moveram uma ação contra a empresa, por racismo. A juíza Maria Santiago condenou as Lojas Americanas a pagarem à Isabela 1 milhão de reais de indenização por danos morais. [...]” A lei ... Racismo é crime sim. Está na constituição. Mais precisamente na lei número 7716, criada em 1989. [...] Segundo a lei, a pessoa pode ser acusada de racismo quando: - negar emprego a alguém por causa da sua raça ou cor; - praticar, induzir ou incentivar pelos meios de comunicação social, ou por qualquer outro tipo de publicação, a discriminação ou preconceito de raça, cor, religião, nacionalidade e etnia. - recusar, negar ou impedir a inscrição ou a freqüência numa escola, curso ou universidade (público ou privado);

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- impedir ou recusar a entrada em restaurantes, bares, confeitarias, clubes esportivos, casas de diversões ou clubes sociais abertos ao público, salões de beleza, barbearias, termas, casas de massagem, entradas sociais de edifícios públicos ou residenciais, elevadores ou escadas de acesso, bem como o acesso ou uso de transportes públicos ou residenciais, elevadores ou escadas de acesso, bem como o acesso ou uso de transportes públicos (ônibus, trens, metrôs, aviões, barcos...); - impedir o acesso de alguém a qualquer cargo (que esteja apto a exercer) dentro de uma empresa.; - impedir ou colocar obstáculos, por qualquer meio ou forma, ao casamento ou à convivência familiar e social. 1. Os textos lidos discutem, com base em fatos e op iniões, o problema do preconceito racial no Brasil. De acordo com o texto “Com muita raça”, responda: a) Por que o preconceito racial não se justifica entre nós? _________________________________________________________________ _________________________________________________________________ _________________________________________________________________ _________________________________________________________________ b) Que dados obtidos pelo cientista italiano Cavalli-Sforza reforçam a idéia de que o preconceito racial é um absurdo? _________________________________________________________________ _________________________________________________________________ _________________________________________________________________ c) O título apresenta duplicidade de sentido. Quais são os dois sentidos? _________________________________________________________________ _________________________________________________________________ _________________________________________________________________ _________________________________________________________________ 2. O texto sob o título “À flor da pele” reúne depo imentos de três garotas que sofrem com o preconceito racial. a) Embora se aborreça com piadinhas sobre judeus e nunca tenha sido vítima de racismo, a quem a garota Débora Purwin teme? Por quê? _________________________________________________________________ _________________________________________________________________ _________________________________________________________________ _________________________________________________________________ _________________________________________________________________

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b) Que fatos Francina Watanabe cita e que comprovam a existência de preconceito contra os japoneses no Brasil? _________________________________________________________________ _________________________________________________________________ _________________________________________________________________ _________________________________________________________________ _________________________________________________________________ 3. A mãe da garota Isabela Santos moveu uma ação co ntra uma loja de departamento, por causa de atitudes racistas. a) De acordo com os itens da lei sobre racismo, a garota foi vítima de preconceito racial? Justifique sua resposta. _________________________________________________________________ _________________________________________________________________ _________________________________________________________________ _________________________________________________________________ _________________________________________________________________ b) E na sua opinião? _________________________________________________________________ _________________________________________________________________ _________________________________________________________________ _________________________________________________________________ _________________________________________________________________ _________________________________________________________________ Você deve ter observado que os textos lidos são de diferentes gêneros: narrativodescritivos, depoimentos, dados estatísticos, textos de opinião. Apesar disso, eles formam um todo, porque abordam um mesmo tema, o preconceito racial. Os textos lidos pertencem a um gênero textual chamado reportagem . A reportagem é uma espécie de notícia que recebe um tratamento mais aprofundado e diversificado. É composto por notícias, entrevistas, textos de opinião, relatos pessoais, etc. O resultado normalmente é uma abordagem mais ampla e rica em informações. No caso da reportagem em estudo, por exemplo, o texto que a inicia chama a atenção dos leitores para o assunto que será desenvolvido. Há, em seguida, depoimentos, citação de itens da lei contra o racismo e opiniões que, além de complementarem o texto inicial, enriquecendo-o com novos fatos e opiniões, têm por objetivo ampliar o assunto, informando e estimulando o leitor a refletir sobre os fatos ou o tema em questão. Na reportagem, emprega-se uma linguagem clara, dinâmica e objetiva, de acordo com o padrão culto da língua, como requer qualquer gênero jornalístico. Na reportagem em estudo, a revista optou por empregar uma linguagem mais informal e certas expressões da linguagem dos jovens para dar um ritmo mais descontraído ao texto e, naturalmente, despertar a atenção de seus leitores, em sua maioria adolescentes. CEREJA, Willian Roberto, MAGALHÃES,Thereza Cochar. Todos os textos . 5.ed.São Paulo: Atual,1998