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A exatidão do livro de Atos tem sido comprovada, no decorrer dos anos, por várias descobertas arqueológicas. Por exemplo, Atos 13:7 diz que Sérgio Paulo era o procônsul de Chipre. Ora, sabe-se que, pouco antes de Paulo visitar Chipre, esta era governada por meio dum propretor ou legado, mas uma inscrição encontrada em Chipre prova que a ilha passou a estar sob o governo direto do Senado romano, na pessoa de um governador provincial chamado procônsul. Similarmente, na Grécia, durante o governo de Augusto César, a Acaia era uma província sob o governo direto do Senado romano, mas, quando Tibério era imperador, ela foi governada diretamente por ele. Mais tarde, sob o imperador Cláudio, tornou-se novamente uma província senatorial, segundo Tácito. Descobriu-se um fragmento dum rescrito de Cláudio aos délficos da Grécia, que se refere ao proconsulado de Gálio. Por conseguinte, Atos 18:12 está correto ao falar de Gálio como “procônsul” quando Paulo estava ali em Corinto, capital da Acaia. (Veja GÁLIO .) Também, uma inscrição num arco em Tessalônica (inscrição de que se preservaram fragmentos no Museu Britânico) mostra que Atos 17:8 está correto ao falar dos “governantes da cidade” (“poliarcas”, governadores dos cidadãos), embora este título não seja encontrado na literatura clássica. Até o dia de hoje, em Atenas, o Areópago, ou colina de Marte, onde Paulo pregou, ergue-se como testemunha silenciosa da veracidade de Atos. (At 17:19 ) Termos e expressões médicas encontradas em Atos estão de acordo com os escritores médicos gregos daquele tempo. Os meios de viagem empregados no Oriente Médio, no primeiro século, eram essencialmente conforme descritos em Atos: via terrestre, caminhadas, andar a cavalo ou em carros puxados a cavalo (23:24, 31, 32; 8:27-38 ); via marítima, por navios de carga. (21:1-3; 27:1-5 ) Aquelas embarcações antigas não possuíam um leme único, mas eram controladas por dois grandes remos, daí estes serem mencionados com exatidão no plural. (27:40 ) A descrição da viagem de Paulo,

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Page 1: ATO 1.doc

A exatidão do livro de Atos tem sido comprovada, no decorrer dos anos, por várias

descobertas arqueológicas. Por exemplo, Atos 13:7 diz que Sérgio Paulo era o

procônsul de Chipre. Ora, sabe-se que, pouco antes de Paulo visitar Chipre, esta era

governada por meio dum propretor ou legado, mas uma inscrição encontrada em

Chipre prova que a ilha passou a estar sob o governo direto do Senado romano, na

pessoa de um governador provincial chamado procônsul. Similarmente, na Grécia,

durante o governo de Augusto César, a Acaia era uma província sob o governo direto

do Senado romano, mas, quando Tibério era imperador, ela foi governada diretamente

por ele. Mais tarde, sob o imperador Cláudio, tornou-se novamente uma província

senatorial, segundo Tácito. Descobriu-se um fragmento dum rescrito de Cláudio aos

délficos da Grécia, que se refere ao proconsulado de Gálio. Por conseguinte, Atos

18:12 está correto ao falar de Gálio como “procônsul” quando Paulo estava ali em

Corinto, capital da Acaia. (Veja GÁLIO.) Também, uma inscrição num arco em

Tessalônica (inscrição de que se preservaram fragmentos no Museu Britânico) mostra

que Atos 17:8 está correto ao falar dos “governantes da cidade” (“poliarcas”,

governadores dos cidadãos), embora este título não seja encontrado na literatura

clássica.

Até o dia de hoje, em Atenas, o Areópago, ou colina de Marte, onde Paulo pregou,

ergue-se como testemunha silenciosa da veracidade de Atos. (At 17:19) Termos e

expressões médicas encontradas em Atos estão de acordo com os escritores médicos

gregos daquele tempo. Os meios de viagem empregados no Oriente Médio, no

primeiro século, eram essencialmente conforme descritos em Atos: via terrestre,

caminhadas, andar a cavalo ou em carros puxados a cavalo (23:24,   31, 32;   8:27-38 );

via marítima, por navios de carga. (21:1-3;   27:1-5 ) Aquelas embarcações antigas não

possuíam um leme único, mas eram controladas por dois grandes remos, daí estes

serem mencionados com exatidão no plural. (27:40) A descrição da viagem de Paulo,

de navio, a Roma (27:1-44), no tocante ao tempo que durou, à distância percorrida e

aos lugares visitados, é reconhecida por marujos modernos, familiarizados com a

região, como inteiramente fidedigna e confiável.

Atos dos Apóstolos foi aceito sem reservas como Escritura inspirada e canônica

pelos catalogadores das Escrituras do segundo até o quarto século EC. Trechos do

livro, junto com fragmentos dos quatro Evangelhos, encontram-se no manuscrito de

papiro Chester Beatty N.° 1 (P45), do terceiro século EC. O manuscrito Michigan

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N.° 1571 (P38), do terceiro ou do quarto século, contém trechos dos capítulos 18 e   19 ,

e um manuscrito do quarto século, Aegyptus N.° 8683 (P8), contém partes

dos capítulos 4 a   6 . O livro de Atos foi citado por Policarpo de Esmirna, por volta de

115 EC, por Inácio de Antioquia, por volta de 110 EC, e por Clemente de Roma, talvez

já em 95 EC. Atanásio, Jerônimo e Agostinho, do quarto século, confirmam todos as

listas anteriores que incluíam Atos.