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UNIVERSIDADE ANHANGUERA - UNIDERP Curso de Pedagogia Atividade prática supervisionada da disciplina de Fundamentos Filosóficos da Educação sob orientação da professora tutora

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Anhanguera Uniderp

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UNIVERSIDADE ANHANGUERA - UNIDERP

Curso de Pedagogia

Atividade prática supervisionada da

disciplina de Fundamentos

Filosóficos da Educação

sob orientação da professora tutora

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INTRODUÇÃO

Esta pesquisa busca compreender o real papel da filosofia e quais seus princípios

fundamentais. Abordaremos também como uma sociedade pode comportar realidades tão

diferenciadas quando o assunto é a educação e o ponto de vista de alguns filósofos.

É fundamental que a escola abra um canal pelo qual as crianças possam se manifestar,

verbalizar, elaborar porque veem televisão, o que gostam de ver na televisão e o que as atrai.

A escola não deve ignorar nem abolir, mas saber usar, sem ser usada. Adaptar-se aos usos e

costumes atuais, mas não se deixando deformar.

Pierre Bourdieu, foi um sociólogo francês que fundamenta seus pensamentos pela grande

influência de Max Weber e Durkheim. Foi um dos primeiros sociólogos europeus com análise

voltada à sociologia da educação. Para ele a educação de certa forma, reproduz as

desigualdades que se verificam na sociedade, por meio de mecanismo de dominação, da

burocratização dos sistemas escolares, que se consolida por meio das políticas públicas.

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O QUE É FILOSOFIA E QUAIS SEUS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS

Filosofia é uma relação de mito, senso comum, ciência e arte.

Mito: dispensa argumentos, não segue estrutura lógica e não tem ligação com

espaço/tempo;

Senso comum: forma de conhecer a realidade, com opiniões fragmentárias e assistemáticas;

Ciência: Onde através de hipóteses e experiências descobre-se algo e desenvolve-se em

método;

Arte: Que valoriza sentimento e imaginação do ser humano, desperta os mais diferentes

sentimentos.

É uma disciplina a priori, ou seja, que se faz pelo pensamento. Pensar sobre os mais

diversos temas, desestabilizando certezas e questionando o convencional.

É uma disciplina especulativa que lida com problemas que ninguém sabe resolver.

O fato de não nos dar resultados consensuais substanciais e não ter uma estrutura lógica

causa desconforto.

Disciplinas empíricas servem como fonte de informação para que possam haver

argumentos filosóficos. Qualquer argumento que vise refutar a filosofia é auto-refutante,

porque nunca será um argumento científico, mas sim filosófico.

Na educação pode-se afirmar que a Filosofia tem um importante papel que é fazer com que

o aluno venha a aprender a filosofar, a pensar por si mesmo, principalmente quanto ao ensino

para as crianças e jovens dos níveis fundamental e médio.

Para Murcho, infelizmente alguns professores não preparam os alunos para os desafios

mais humanos e básicos, para entrar na discussão de ideias que fazem avançar os

conhecimentos das crianças e dos jovens, como a ideia que o leite vem do supermercado e não

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da origem animal, e isto traz sérios problemas para a educação e para a aprendizagem

filosófica, que requer um ensino de qualidade e de resultados.

Vivemos em uma época de mudanças, onde os professores devem estar dispostos a

encarar tal período histórico com conhecimento da realidade social em que se encontram, para

levar seus alunos à aquisição do saber, a apreensão filosófica.

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COMO UMA SOCIEDADE PODE COMPORTAR DUAS REALIDADES TÃO

DIFERENCIADAS?

O ensino tradicional tem seus pontos positivos, e seus pontos negativos parecem ser sua

própria corrupção pelos exageros que ocorreram, como o autoritarismo ao invés do correto

uso da autoridade por parte do professor.

Podemos destacar diversos pontos positivos, dentre os quais o poder de concentração,

que por exemplo, ajuda um engenheiro a construir uma grande obra como uma ponte, um

edifício ou uma usina hidroelétrica, com a responsabilidade de quem sabe que não projeta a

vida somente para o tempo de agora. Somente foi possível chegar a este nível pela autoridade

do professor, e submissão do aluno, que no método tradicional deve reservar-se na sua

condição de aprendiz.

Outro ponto muito criticado é a memorização, porém, graças a ela um ator pode

apresentar uma peça. Também, empiricamente é possível verificar que aquilo que se aprende

pela memorização não se esquece mais, e o que justifica a memorização é a lousa nos tempos

antigos, pois obrigava os alunos a fazer anotações rápidas, que logo depois eram apagadas,

mas que eram 'cobradas' no decorrer da vida escolar do aluno, e depois, ainda, na vida

profissional.

Por outro lado, devido a utilização de mais tecnologias da informação, a educação pôde

criar outros mundos, mais justos, produtivos e sustentáveis para todos, viabilizando o que foi

escondido, democratizando.

Segundo Boa Ventura Souza Santos educar para um outro mundo deve incluir uma

pedagogia das ausências, ou seja, mostrar o que foi escondido pelas culturas dominantes.

Boa Ventura acredita que mudar o mundo depende de nós: é preciso que cada um tome

consciência e se organize em multidões. (Negri & Hardt)

Educar para um outro mundo possível é também educar para encontrar nosso lugar na

história, no universo. É educar para a paz, direitos humanos, justiça social e diversidade

cultural, contra o sexíssimo e o racismo. Fundamentalmente é educar para ter uma relação

sustentável com todos os seres da Terra.

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Na visão de Paulo Freire educar para um outro mundo é educar para conscientizar, para

desalienar.

Não existe justiça social sem justiça cognitiva. A mercantilização da educação é um dos

desafios mais decisivos da história atual. A globalização capitalista roubou das pessoas o

tempo para o bem viver: cada vez mais gente é reduzida a máquinas de produção.

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A INDÚSTRIA CULTURAL E A REALIDADE DA EDUCAÇÃO CONTEMPORÂNEA

Indústria Cultural é um termo conhecido desde 1947 com o lançamento da obra Dialética do Esclarecimento, de Adorno e Horkheimer. A intenção destes autores era denunciar que, nas relações de troca de mercadorias a que são reduzidas todas as relações sociais, o produto cultural perde seu brilho. Quando se transforma em um valor de troca, dissolve a verdadeira arte ou cultura.

Um primeiro aspecto a considerar, embora não seja novidade para quem já está inserido no meio educacional, é a existência das camadas dominantes que, com o objetivo de servir e alimentar seus próprios interesses e valores, organizam o ensino de forma fragmentada. A história da nossa Educação está marcada por momentos em que, por puro interesse da burguesia, sofremos transformações no nosso sistema escolar, com o único objetivo de atender a tais interesses capitalistas

Bárbara Freitag após ler alguns destes autores diz que a Indústria Cultural visa entorpecer e cegar os homens da moderna sociedade de massa, ocupar e preencher o espaço vazio deixado para o lazer, para que não percebam a irracionalidade e a injustiça do sistema capitalista. Assim sendo, preenche sua função de seduzir as massas para o consumo, com "promessa de felicidade", transformando o consumidor em um indivíduo acrítico e inconsciente.

Um dos instrumentos usados pela Indústria Cultural, de fácil acesso à população, é a televisão. Ela chega à escola, quer através de programas governamentais, quer através de informações veiculadas por professores, alunos, diretores e funcionários. Com isso, cria necessidades que muitas vezes não se tem, por meio dos mais diversos recursos visuais, com efeitos especiais e publicidade, com uma linguagem de sedução e convencimento, despertando o desejo de consumo. Reforça estereótipos muitas vezes criticados por todos nós quanto a preconceitos, raças, classes sociais etc. Desta maneira, contribui para deformar a percepção da realidade, por meio da reprodução de situações que passam a fazer parte do cotidiano. O pedagogo espanhol Joan Ferrés, autor de livros como Televisão e educação, Televisão subliminar e Vídeo e educação, em entrevista à Revista Nova Escola (dez. 1998), afirma que "uma escola que não ensina como assistir à televisão é uma escola que não educa". Observa ainda que o meio escolar tende a adotar atitudes unilaterais diante do fenômeno da televisão.

É fundamental que a escola abra um canal pelo qual as crianças possam se manifestar,

verbalizar, elaborar porque veem televisão, o que gostam de ver na televisão e o que as atrai.

A escola não deve ignorar nem abolir, mas saber usar, sem ser usada. Adaptar-se aos usos e

costumes atuais, mas não se deixando deformar.

Além dos meios de comunicação, a Indústria Cultural também invade a escola através de

material pedagógico-didático. Sob o pretexto da modernização, tem-se a impressão de que

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quem não adere a este movimento está trabalhando de maneira retrógrada. O grande apelo das

editoras, que a cada ano fazem seus inúmeros lançamentos, conquistando professores e alunos

com materiais atraentes, ganha a cada dia um terreno maior e rendoso. Com isso, também a

escola tem auxiliado na fabricação de pequenos consumidores.

Um outro aspecto da chegada da Indústria Cultural na escola a ser considerado são os

"pacotes" de programas curriculares destinados aos professores, definindo seus conteúdos,

estratégias e recursos a serem usados, deixando pouca ou nenhuma liberdade de trabalho para

o profissional, tolhendo sua criatividade e desempenho. Em decorrência disso, perdas são

inevitáveis: o aluno deixa de ser beneficiado por aquilo que o professor poderia oferecer, além

do sugerido, e o professor acaba se tornando acrítico, desempenhando seu trabalho

simplesmente para cumprir obrigações.

As instituições escolares de educação infantil deveriam realizar seus trabalhos voltados a

um olhar para realização de reflexões de práticas pedagógicas que envolvem a utilização

irracional de produtos, slogans e ideias criados pela mídia e propagados pela indústria

cultural, pois "a propaganda, a manipulação racional do irracional, constitui um privilégio dos

totalitários. Os que se opõem aos mesmos não deveriam imitá-los de um modo que apenas

voltará contra eles próprios" (ADORNO, 2000, p. 47)

As escolas não devem ignorar a televisão e sim ensinar as crianças o que assistir. Existem

programas televisivos que disseminam a violência e agressividade, mas por outro lado

existem os programas de boa qualidade que divertem levando o conhecimento, que visam o

entretenimento de uma forma inteligente, valorizando a arte e construindo debates acerca dos

mais diversos temas. Também deve deixar o professor utilizar seus conhecimentos e

criatividade em torno do que lhe é proposto no currículo escolar.

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ATÉ QUE PONTO A TEORIA DE PIERRE BOURDIEU SE APLICA À NOSSA

REALIDADE?

Pierre Bourdieu, foi um sociólogo francês que fundamenta seus pensamentos pela

grande influência de Max Weber e Durkheim. Foi um dos primeiros sociólogos europeus com

análise voltada à sociologia da educação e da cultura que marcaram gerações de intelectuais e

de grande notoriedade nacional e internacional. Dedicou-se à pesquisa das sociedades

contemporâneas e das relações sociais que mantém os diferentes grupos sociais tendo o

sistema de ensino como instituição que permite a reprodução da cultura dominante.

A educação de certa forma, reproduz as desigualdades que se verificam na sociedade,

por meio de mecanismo de dominação, da burocratização dos sistemas escolares, que se

consolida por meio das políticas públicas. Diante disso, vale retomar um pouco a reflexão

sobre o papel do professor na sociedade atual: o sistema educacional está formando o

professor para exercer efetivamente a função de educador99999? Partindo do pressuposto de

ser a escola uma agência socializadora, o processo pode ainda comprometer-se com a

educação emancipadora, ou seja, tornar-se sujeito de crítica e transformação, visto que a

sociedade atual minimiza os problemas da profissão, desqualifica a profissão e não dá

respaldo para uma efetiva atuação do professor como educador.

Mesmo hoje no Brasil a teoria de Bourdieu é, digamos, muito vista. A desigualdade

social e cultural é enorme neste país. No sistema educacional esta desigualdade é estrondosa,

aqueles que possuem um poder aquisitivo maior recebem uma educação de ponta enquanto os

mais humildes têm que desenvolver suas habilidades escolares com o pouco que lhes é

fornecido.

Infelizmente esta realidade não parece estar nem longe de chegar ao fim, a sociedade

"acostumou-se" com este padrão que lhes foi imposto há muitos anos, os mais afortunados

permanecerão no poder e os mais humildes serão seus subordinados.

Um exemplo deste problema na educação do nosso país são os testes de universidades

federais. Para que um estudante, com baixa renda consiga ser aprovado nesses exames ele

precisa buscar de várias formas se instruir, se empenhar, e dedicar-se por um período somente

a isto, pois infelizmente durante sua carreira escolar ele não é devidamente preparando. E em

alguns casos não pode se dedicar inteiramente aos estudos, principalmente por sua condição

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financeira. Enquanto os estudantes de classe superior são preparados educacionalmente para

tranquilamente continuar com uma carreira escolar sólida e tranquila, dedicando-se somente a

isto, sem intervenções financeiras.

Assim vemos que esta teoria se aplica de forma abrangente em nosso país, e não parece ter

um fim próximo. Afinal as desigualdades que infelizmente ainda existem aqui são

assustadoras, porém, deveriam ser extintas, para que houvesse pelo menos no campo

educacional uma igualdade para todos, sem qualquer tipo de distinção.

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CONCLUSÃO

A filosofia deve ter um lugar privilegiado na vida humana, pois além de possibilitar a

racionalidade, sempre esteve na origem das mudanças decisivas na história da humanidade,

por isso não é inútil como pensam. Tem como objetivo a totalidade das coisas, desde as

raízes, as causas primeiras até as últimas. Tudo o que diz respeito a vida refere-se à Filosofia e

torna-se ponto de partida de sua reflexão. Ajuda a desvendar os horizontes obscuro e

incompreensível para o homem comum, que pouco questiona sobre os sentidos das coisas.

Se a filosofia está começando a encontrar novamente um lugar no ensino é porque educadores

descobriram que os jovens podem se encantar com ela e que ela contribui significativamente

para seu desenvolvimento educacional. Talvez em nenhum outro lugar a Filosofia seja mais

bem vinda do que na sala de aula. Toda disciplina parece ser mais fácil de aprender quando

seu ensino é inspirado pelo princípio aberto, crítico e de rigor lógico característico da

Filosofia, ajudando os alunos a refletirem efetivamente sobre os valores que constantemente

são importantes para eles.

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BIBLIOGRAFIA

http://revistas.jatai.ufg.br/index.php/acp/article/download/87/79>

http://www.seer.ufu.br/index.php/EducacaoFilosofia/article/view/1968/1642>

http://www.cifa.org.br/gestionale/upload/cms/elementi_portale/documentale/Novas_

Perspectivas_para_a_educa%C3%A7%C3%A3o_no_S%C3%A9culo_XXI.pdf

http://www.youtube.com/watch?v=cVPrd4WEsbA

http://revistacult.uol.com.br/home/2010/03/bourdieu-e-a-educacao/

http://www.youtube.com/watch?v=zO4QuCSMO0k

http://dx.doi.org/10.1590/S0101-32622001000200007